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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA
CONCEITOS CONTEMPORÂNEOS EM PSICOLOGIA

Prof. Dr. Leomir Hilário1

Ementa: Essa disciplina parte do pressuposto segundo o qual as teorias e sistemas em psicologia são historicamente determinadas.
Portanto, o problema da constituição dos saberes psicológicos necessita de uma reflexão crítica constante acerca de seus pressupostos
e de sua relação com o tempo presente, isto é, das circunstâncias históricas, culturais e políticas de sua emergência, e, principalmente,
do modo pelo qual o tempo presente/contemporâneo impõe limites, obstáculos e desafios às psicologias. Partindo dessa premissa,
faz-se necessário investigar as “teorias do contemporâneo” e seus impactos no campo psicológico.

Conteúdo:

1. Teoria e sistemas em psicologia em suas determinações históricas


- Um balanço histórico e as atuais guerras do campo psicológico;
- A emergência do espaço psicológico no século XIX;
- As ontologias regionais da psicologia: indivíduos, sujeitos e pessoas;
- Por uma história crítica e contemporânea da psicologia;

2. As teorias do contemporâneo e as psicologias


- O que é o contemporâneo? (G. Agamben);
- O contemporâneo corroi o caráter (R. Sennett);
- Cultura do narcisismo (C. Lasch);
- O contemporâneo é líquido (Z. Bauman);
- O contemporâneo é neoliberal (C. Laval e P. Dardot);
- A psicopolítica como técnica de governar sujeitos (B.-C. Han);
- A psicologia como carrasco da ditadura da felicidade (E. Illouz);

3. As psicologias em face do contemporâneo


- Behaviorismo diante do contemporâneo;
- Psicanálise diante do contemporâneo;
- Fenomenologia diante do contemporâneo.

Avaliação: apresentação de pelo menos um dos textos que compõe a ementa da disciplina, bem como a confecção de um texto final,
de formato livre, a ser entregue no último encontro do semestre. A organização do debate final também constitui uma parte da nota.

Bibliografia básica2

.1.
DALRYMPLE, T. Evasivas admiráveis: como a psicologia subverte a moralidade. São Paulo: É Realizações, 2017.
HILMAN, J.; VENTURA, M. Cem anos de psicoterapia... e o mundo está cada vez pior. SP: Summus, 1992. (Parte I)
FIGUEIREDO, L. C. A invenção do psicológico. São Paulo: Escuta, 2007 (Cap. 5).
FIGUEIREDO, L. C. Precondições socioculturais para o aparecimento da psicologia como ciência no século XIX. In Psicologia,
uma (nova) introdução. São Paulo: EDUC, 2008.
SPINK, MJP. Pessoa, indivíduo e sujeito: notas sobre efeitos discursivos de opções conceituais. In: Psicologia social e pessoalidade. Rio de
Janeiro: Centro Edelstein de Pesquisas Sociais; ABRAPSO, 2011, pp. 1-22.
FIGUEIREDO, L. C. Modos de subjetivação no Brasil. São Paulo: Editora Escuta, 1995.
ROSE, N. Inventando nossos eus. In Nunca fomos humanos. Belo Horizonte: Autêntica, 2001.

.2.
AGAMBEN, G. O que é o contemporâneo? Chapecó: Argos, 2009.
SENNETT, R. A corrosão do caráter. Rio de Janeiro: Record, 2009. (Prefácio e cap. 1).
LASCH, C. A cultura do narcisismo. Rio de Janeiro: Imago, 1983. (Intro., caps. 1 e 2).
LASCH, C. O mínimo eu: sobrevivência psíquica em tempos difíceis. São Paulo: Brasiliense, 1986. (Intro. e Cap. 1).
1
E-mail: leomirhilario@gmail.com
2
Todos os textos estão disponíveis no seguinte link:
https://drive.google.com/drive/folders/1CvrmiZLVp1Px1e68RCHZqz22BfTmxfMu?usp=sharing
BAUMAN, Z. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001. (Cap. 2).
LAVAL, C.; DARDOT, P. A nova razão do mundo. São Paulo: Boitempo, 2016. (Cap. 9).
HAN, B.-C. Psicopolítica. Belo Horizonte: Âyiné, 2018. (Completo).
ILLOUS, E.; CABANAS, E. Ditadura da Felicidade. Lisboa: Temas e Debates, 2019. (Introdução e cap. 1).

.3.
Textos a serem indicados pelos convidados.

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