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AO JUÍZO DA ___ VARA DO TRABALHO DE MANAUS - TRT _ª REGIÃO.

PROCESSO: 0001524-15.2011.5.11.0003

Manaus Brinquedos Ltda, já qualificada nos autos do processo em epígrafe,


na ação trabalhista movida por Eduardo Braga, vem perante este juízo, muito
respeitosamente, por seu advogado subscritor, apresentar sua CONTESTAÇÃO, nos
termos do artigo 847 da CLT e 335 e seguintes do CPC, pelo Rito Ordinário, fatos e
fundamentos que passarão a seguir:

1 - DAS PRELIMINARES
1.1 - DA INCOMPETÊNCIA RELATIVA
A reclamatória foi ajuizada em Manaus, embora tenha o reclamante prestado
serviços em Parintins. Porém, o art. 651 da CLT dispõe que a competência para
ajuizamento da Reclamatória trabalhista é o local de prestação de serviços. Logo,
requer seja acolhida a presente preliminar para remessa dos autos para o juízo de
Parintins.

1.2 - DA INÉPCIA DA INICIAL


1.2.1 - DO DÉCIMO TERCEIRO EM 2008
O Reclamante distribuiu a presente reclamatória trabalhista, onde a inicial
não contém causa de pedir referente o 13º salário em 2008. Na inicial não indicou
nos pedidos o 13º salário, o que denomina-se "rescisão indireta".

A Petição inicial deverá ser indeferida de acordo com o artigo 330, I do CPC,
quando for considerada inepta, na forma § 1º inciso III quando a narração dos fatos
não decorrer logicamente a conclusão. Desta forma, deve ser indeferida a petição
inicial e julgado extinto o processo sem resolução do mérito na forma do artigo
485, I do CPC.

1.3 – AUSÊNCIA DE CAUSA DE PEDIR – HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS


Na inicial, a parte Reclamante postula pedido de honorários advocatícios,
sem, contudo, articular os fundamentos de fato e de direito quer amparam sua
presentão, restando, pois, ausência da causa de pedir.
INÉPCIA DA INICIAL. AUSÊNCIA DE CAUSA DE PEDIR. Nos
termos do art. 840º, §1º, da CLT, um dos reuqisitos da oetição
inicial é uma breve exposição dos fatos que resulte o litígio,
sendo vedada a formulação de pedido desprovido de
causa de pedir. Nesse caso, a incial será declarada inépta,
consoante o disposto no art. 330, § I, do CPC, aplicável por
faço do art. 769 da CLT. ( TRT12 – RORSum – 0000289-
03.2020.5.12.0056, Rel. NIVALDO STANKIEWICZ, 3º Câmara,
Data de Assinatura:15/09/2020).

Logo, reque a extinção do processo sem resolução do mérito quanto a este


pedido, com fundamento nos artigos, 485, inciso I, 337, inciso IV, e art. 330, § 1º,
inciso I, ambos do CPC.

1.4 – PREJUDICIAL DE MÉRITO – PRESCRIÇÃO BIENAL

O reclamante foi admitido em 03/02/2007 e dispensado em 03/10/2009,


entretando, a reclamação trabalhista foi ajuizada na data de 07/11/2011, ou seja,
ultrapassando o periodo prescricional de 2 (dois) anos, isto é, ocorreu a prescrição
bienal no dia 03/10/2011.

Ante o exposto, requer o acolhimento da prescrição bienal para todos os


pedidos com base no artigo 7º XXIX da CF/88 e artigo 11 da CLT prevê o prazo
prescricional de dois anos até o limite de cinco anos após a extinção do contrato
de trabalho.

Por conseguinte, requer a extinção do processo com resolução do mérito,


nos termos do art. 487, I do CPC quanto ao pedidos.

2 – DO MÉRITO
2.1 – DO ADICIONAL DE TRANSFERÊNCIA

No caso em narrado, alega o reclamante que após ser admitido pela


empresa Reclamada, foi transferido para uma filial no Municipio de Parintins/AM e
durante o periodo do seu contrato de trabalho, não recebeu nenhum adicional de
transferência, porém, confirmar que foi transferido de forma definitiva, o que torna
indevido o adicional de transferência, pois conforme expressamente determinado
na Lei, no artigo 469 da CLT e decisões do TST, não é devido o adicional de
transferência quando esta for definitiva. Neste sentido, a Jurisprudência:

-ADICIONAL DE TRANSFERÊNCIA. TRANSFERÊNCIA


DEFINITIVA. O direito ao pretendido adicional de
transferência é devido sempre que a transferência do
empregado ocorrer em caráter provisório, e não nos casos
em que caracterizada a sua transferência definitiva. (TRT-4 -
RO: 00008915420105040771, Data de Julgamento:
12/05/2011, 5a. Turma).

Por conseguinte, requer a extinção do processo sem resolução do mérito,


nos termos do art. 487, I do CPC quanto ao pedidos.

2.2 DAS HORAS IN ITINERE E INTEGRAÇÃO SALARIAL

Ainda, a parte Reclamante aduz que a empresa Reclamada fornece


condução para o mesmo ir e vir de sua residência-trabalho/trabalho-residência, e
mesmo assim, pede a condenação do pagamento de horas in itinere, bem como
o pagamento das diferenças decorrentes da integração salarial correspondente
ao fornecimento do transporte, o que não tem o maior cabimento Vossa
Excelência, pois não se cogita horas “in itinere” quando existe o fornecimento de
condução pelo empregador para constitui uma condição melhor, mais segura e
de forma gratuita aos empregados para a prestação dos serviços, não se
configurando a hipótese de intermediação de mão-de-obra”. (Ac. da 2ª T. do TRT
da 12ªR. – mv no mérito – RO 0712/92 – Rel. Juiz Etelvino Baron – j. 12.04.93 – DJ SC –
14.05.93, p. 35 – in “Repertório IOB de Jurisp.”, 2ª quinzena de junho/93 – nº 12, pág.
208, nº 2/7611).

Por conseguinte, requer a extinção do processo sem resolução do mérito,


nos termos do art. 487, I do CPC quanto ao pedidos.
2.3 DAS FÉRIAS 2007/2008

Por fim, a parte Reclamante confirma que tirou licença remunerada por 33
(trinta e três) dias, e mesmo assim, vem questionar que não gozou de férias no
período de 2007/2008. O que não faz menor sentido, pois quando se tira licença
remunerada por mais de 30 dias, o empregado perde o direito às férias, há o
entendimento de que continua sendo devido o 1/3 constitucional de férias. Nesse
sentido, o seguinte julgado:

-LICENÇA REMUNERADA SUPERIOR A 30 DIAS - De


conformidade com o artigo 133, inciso II da CLT , não terá
direito a férias o empregado que, no curso do período
aquisitivo, desfrutar de mais de 30 dias de licença
remunerada, iniciando-se o decurso de novo período
aquisitivo quando o empregado retornar ao serviço, após
o período de licença (§ 2º do art. 133).

Logo, quando o empregado permanecer em licença remunerada pelo


período superior a 30 dias dentro do respectivo período aquisitivo, acarretará ao
trabalhador a perda das férias relativas a esse período aquisitivo não completo.

Por conseguinte, requer a extinção do processo sem resolução do mérito,


nos termos do art. 487, I do CPC quanto ao pedidos.

2.4 – DA EQUIPARAÇÃO SALÁRIAL

A parte Reclamante alegou que exercia função idêntica aos paradigmas do


Sr. Marcos de Oliveira, dizendo ainda que seu trabalho era prestado igualmente,
com a mesma perfeição técnica e mesma produção, mas quiexa-se que o colega
de trabalho tem mais privilegios que ele.

Conforme foi comprovado pela a Parte Reclamante, o mesmo preenche os


requisitos necessários referente a equiparação salárial do Art. 461, onde necessita
ter identidade de funções; trabalho de igual valor; serviço prestado ao mesmo
empregador; serviço prestado na mesma localidade; e diferença de tempo de
serviço não superior a 2 anos. Logo, o colega de trabalho e a parte Reclamante
exerciam a mesma função.

Sendo assim, a parte Reclamante não faz jus ao direito de receber a


diferença, requerendo a extinção do processo sem resolução do mérito, nos termos
do art. 487, I do CPC, diante os fundamentos expostos.

3 – DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS


Requer a condenação do Reclamante ao pagamento dos honorários
advocatícios no importe de 5% a 15% do valor da causa nos termos do artigo 791-
A da CLT.

4 DOS PEDIDOS

Diante todo o exposto, requer:

a) O acolhimento da preliminar de incompetência relativa e a remessa dos


autos ao Juizo de Parintins/AM;
b) O acolhimento das preliminares de inépcia da inicial, para que sejam
extintos os pleitos sem resolução do mérito, nos termos do artigo 485, I do
CPC;
c) O acolhimento da prejudicial do mérito para a extinção dos pleitos com
resolução do mérito em razão da prescrição Bienal nos termos do artigo 7º
XXIX da CF/88 e artigo 11 da CLT c/c artigo 485, I do CPC;
d) No mérito, requer a improcedencia dos pedidos do requerente e que sejam
extinto os pleitos com resolução de mérito nos termos do artigo 485, I do CPC;
e) A condenação da parte Reclamante ao pagamento dos honorários
sucumbenciais.

Protesta provar o alegado por todas as provas em direito admitidos.

Nestes termos,
Pede Deferimento.
Local, data

Advogada
OAB/UF

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