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Igreja Evangélica Assembleia de Deus – Recife / PE

Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais


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LIÇÃO 11 - O REINADO DE EZEQUIAS - 3º TRIMESTRE 2021
(2Rs 18.1-3,13,28,29; 19.1,5-7,15,16,20,21)

INTRODUÇÃO
Na lição de hoje, iremos estudar o reinado de Ezequias. Inicialmente veremos as qualidades que o notabilizaram,
como um dos reis mais justos de Judá, analisaremos também as principais reformas realizadas pelo rei e, por fim,
compreenderemos que os princípios extraídos das reformas do rei Ezequias nos remetem a um verdadeiro avivamento
espiritual.

I – INFORMAÇÕES SOBRE O REI EZEQUIAS

1.1 Seu nome e origem. O nome Ezequias é proveniente da língua hebraica e significa: “Fortalecido por Deus”. Foi filho
do rei Acaz, um dos reis ímpios de Judá. Diferentemente de seu pai, ele: “[...] fez o que era reto aos olhos do Senhor,
conforme tudo o que fizera Davi […]” (2Rs 18.3). Por isso mesmo é considerado um dos maiores e mais virtuosos reis que
subiram ao trono. Durante o seu reinado, que durou 29 anos, empreendeu uma grande reforma religiosa que conduziu o reino
à adoração ao Deus verdadeiro.

1.4 Seu reinado. Ezequias começou a reinar com 11 anos de idade, em 729 a.C., em corregência com o seu pai, Acaz, mas,
incrivelmente, não foi influenciado pela apostasia espiritual promovida pelo seu pai. Aos 25 anos, quando finalmente assumiu
o trono sozinho, a sua primeira iniciativa foi promover a reforma das instituições religiosas de Judá. Nos seus anos de
corregência, Ezequias provavelmente discerniu que a forma como o seu pai reinou não agradava a Jeová, pois isso havia
trazido sérias consequências para o povo de Deus, inclusive para o Reino do Norte.

1.2 As qualidades do Rei Ezequias. O rei Ezequias apresentou algumas qualidades, durante o seu reinado, que o
notabilizam, fazendo dele um dos poucos reis de Judá que serviram e adoraram a Deus. Vejamos:

1.2.1 Um rei que confiava no Senhor. O rei Ezequias incentivou reformas civis e religiosas em Judá (2Rs 18.3,4); teve um
relacionamento pessoal e crescente com Deus, pois o texto bíblico relata: “No Senhor, Deus de Israel, confiou, de maneira
que, depois dele, não houve seu semelhante entre todos os reis de Judá, nem entre os que foram antes dele” (2Rs 18.5). E
um dos resultados dessa confiança, depositada em Deus, foi conseguir sucesso militar. Isso nos lembra que os que confiam
no Senhor são como os montes de Sião (Sl 125.1) que não se abalam. Confiamos em Deus, porque não há outro Deus e
ninguém é semelhante a Ele (Is 40.25; 43.11; 44.6); Ele é a nossa Rocha e fortaleza (Sl 18.2; 91.2); socorro bem presente na
hora da angústia (Sl 46.1).

1.2.2 Um rei que teve uma vida de oração. Entre tantas qualidades do rei Ezequias, destaca-se a vida de oração. Isto pode
ser visto quando Senaqueribe, rei da Assíria, com um poderoso exército, ameaçou Israel (2Rs 19.14.15). “...o rei Ezequias e
o profeta Isaías, filho de Amós, oraram por causa disso e clamaram ao céu”. (2Cr 32.20). Na ocasião da doença, Deus
atendeu a oração de Ezequias, concedendo-lhe mais 15 anos de vida (2Rs 20.6). A vida de Ezequias nos mostra que a oração
é um assunto vital para o cristão desenvolver uma vida de comunhão e de vitória. Diversos textos das Sagradas Escrituras
incentivam o crente a orar (1Cr 16.11; Sl 105.4; Is 55.6; Am 5.4,6; Mt 26.41; Lc 18.1; Jo 16.24; Ef 6.17,18; Cl 4.2; 1Ts 5.17),
fazendo-nos entender que Deus deseja ter comunhão com o homem.

1.2.3 Um rei que amava a Palavra de Deus. Ezequias foi o patrono de vários capítulos do livro de Provérbios, pois a palavra
do Senhor relata: “[...] estes são provérbios de Salomão, os quais transcreveram os homens de Ezequias, rei de Judá” (Pv
25.1). Isto demonstra o amor do rei Ezequias pela Palavra de Deus. Esse cuidado com a palavra nos remete a algumas
verdades: (a) por meio da Palavra aprendemos a amar, temer e obedecer a Deus (Dt 17.18,19; Ec 12.13; Lc 10.27); (b) como
devemos amar ao próximo (Mc 12.33; Lc 10.27-37); e, (c) bem como nos ensina a viver neste mundo (Mt 5.13-16; 1Co
10.32). Por isso, devemos ler a Bíblia para ser sábio; crer na Bíblia para ser salvo e praticar a Bíblia para ser santo (1Tm 4.16;
2Tm 3.15).

1.3 As fragilidades do Rei Ezequias. O rei Ezequias, como todo homem, tinha algumas fragilidades; ora no aspecto pessoal,
ora no âmbito espiritual. Notemos a seguir:

1.3.1 Demonstrou pouco interesse em preservar a herança espiritual para gerações vindouras. O texto bíblico relata
que logo após a sentença de Deus pronunciada por Isaías, Ezequias respondeu: “[...] Boa é a palavra do Senhor que disseste.
Disse mais: E não haverá, pois, em meus dias paz e verdade? (2Rs 20.19). Isso significava que a profecia teria cumprimento.
Ezequias, porém, pronunciou que ela seria “boa”, por duas razões: (a) era uma profecia autêntica; e, (b) mas teria lugar depois
dos dias de Ezequias, deixando-o em paz pelo resto de seus dias. Essa foi uma notável demonstração de egoísmo da parte do
rei Ezequias. Manassés é que sofreria devido a toda aquela questão do avanço dos babilônios. Mas que importava isso a
Ezequias? Ele mesmo terminaria o curso de sua vida em paz. Ezequias arrependeu-se de seu orgulho (ver 2Cr 32.26). Isso
lhe salvou, mas não à sua nação (CHAMPLIN, 2001, p. 1552).

1.3.2 Exibiu toda a sua riqueza a mensageiros da Babilônia. A visita dos enviados do rei da Babilônia (2Rs 20.12) tinha
uma motivação política: promover uma aliança com o reino de Judá. Champlin (2001, p.1552), analisando esse evento,
constata: “[...] Lisonjeado pela sugestão da Babilônia de uma aliança contra a Assíria, Ezequias acolheu fraternalmente
os seus embaixadores, e orgulhosamente exibiu os seus tesouros, nada lhes ocultando. O rei Ezequias, quando exibiu todo
o tesouro do reino (2Rs 20.13), revelou orgulho e confiança nas riquezas do reino, mais do que no Senhor. A Palavra de Deus
adverte contra os perigos do orgulho e da autoconfiança: “[...] O orgulho do ser humano o abaterá […]” (Pv 29.23 - NAA).
Em outro texto diz: “Antes da ruína vem a soberba, e o espírito orgulhoso precede a queda” (Pv 16.18). A maneira de
prevenir-se desse mal é a confiança irrestrita em Deus (Sl 40.2).

II – AS REFORMAS DO REI EZEQUIAS


Ezequias viu o reino do norte destruído pelos assírios, mas entendeu que era o juízo de Deus que enviava seus
vizinhos ao exílio. Ele reconhecia alguns dos mesmos pecados, na sua própria nação, e por isso, ao assumir o trono,
imediatamente começou a convocar o povo ao arrependimento. Este foi um dos maiores reavivamentos da história.

2.1 Destruiu os altares dos deuses pagãos. Uma das primeiras atitudes do rei Ezequias foi quebrar os altares dedicados aos
falsos deuses, inclusive o que Acaz, seu pai, fizera, seguindo o modelo do que havia em Damasco (2Rs 16.10-13). Ezequias
entendia que a idolatria acarretou severas consequências para Israel, (2Cr 29.8) e por isso precisava ser retirada do meio da
nação, inclusive a serpente de bronze erguida por Moisés, há centenas de anos (Nm 21.8-9; 2Rs 18.4). Qualquer coisa que
assuma a primazia em nosso coração constitui-se idolatria. “[...] estes homens levantaram os seus ídolos no seu coração
[…]” (Ez 14.3). Há várias advertências contra a idolatria expressa no texto Bíblico (1Co 10.14; Gl 5.20; Cl 3.5; 1Pd 4.3).

2.3 Voltou a dar o dízimo. Ezequias reinstalou o costume do dízimo. Logo o povo reagiu imediata e generosamente. O
dízimo é uma doutrina que perpassa o Antigo Testamento, pois é um princípio estabelecido pelo próprio Deus (Ml 3.10); é
santo ao Senhor (Lv 27.32); faz parte do culto (Dt 12.6); e, por fim, é para o sustento da Casa de Deus (Nm 18.21).

2.4 Restabeleceu a festa da Páscoa. A festa da Páscoa era uma ordenança divina restrita aos Judeus (Êx 12.24; Nm 9.2,4;
Dt 16). O nome “Páscoa” significa: “saltar por cima”, ou “passar por sobre”. Faz referência ao registro bíblico de que o
anjo da morte, ou anjo destruidor, passou por sobre as casas marcadas com o sangue do cordeiro pascal, quando ele matou
os primogênitos do Egito (Êx 12.2). Quando o rei Ezequias restabeleceu essa festa solene, ele estava celebrando o livramento,
a libertação e a proteção de Deus em relação a Israel. Estava, com isso, deixando claro que o Senhor era o redentor da nação
Israelita. (Is 43.2;14;44.6)

III – O REINADO DE EZEQUIAS, UM CHAMADO AO AVIVAMENTO.


Todas as reformas empreendidas pelo rei Ezequias, em Judá, são um chamado ao verdadeiro avivamento, que começa
com a disposição de aplicar as verdades bíblicas na nossa vida prática. Sendo assim, podemos identificar três causas
indispensáveis para a ocorrência de um avivamento, sendo que as tais se fizeram presentes no reinado de Ezequias:

3.1 Confissão de pecados. Devemos reconhecer as áreas da nossa vida em que nos desviamos da vontade de Deus e da sua
Palavra e devemos confessar diante de Deus esses pecados específicos (Sl 51.3; cf. Mt 5.25).

3.2 Santificação. A igreja é a casa de Deus, segundo o novo concerto (2Co 6.16; Ef 2.21,22; 1Tm 3.15). Tudo o que nas
crenças, no culto e na vida da igreja claramente contraria a vontade de Deus, conforme é revelado nas Escrituras, deve ser
abolido. Semelhantemente, o próprio crente, enquanto templo do Espírito Santo (1Co 6.19), deve ser purificado de toda a
injustiça.

3.3 Renovação da aliança. Devemos renovar a nossa dedicação a Deus, ao seu reino e à sua causa justa na terra, e devemos
manifestar um desejo sincero de no desviar da iniquidade do mundo e resistir o pecado. A renovação nos impulsiona a servir
somente a Deus. “[...] Sirvas ao senhor, teu Deus, com todo o teu coração e com toda tua alma” (Dt 10.12).

CONCLUSÃO
O rei Ezequias, mesmo sendo criado em uma casa ímpia, não se deixou corromper e tornou-se um dos reis mais justo
de Judá. Empreendeu reformas que afastou a idolatria e restabeleceu a Páscoa, demonstrando que o redentor de Israel é Deus,
e convocou o povo para a santificação e para o serviço a Deus. Essas atitudes de Ezequias nos encaminham a buscar um
verdadeiro avivamento espiritual.

REFERÊNCIAS
• BÍBLIA DE ESTUDO CRONOLÓGICA APLICAÇÃO PESSOAL. CPAD
• CHAMPLIN, R. N. Antigo Testamento Interpretado: versículo por versículo. HAGNOS.
• GARDNER, Paul. Quem é quem na Bíblia Sagrada. VIDA.
• STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

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