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PROJETO GEOMÉTRICO DE

RODOVIAS

Curso: 7º Período - Engenharia de Agrimensura e Cartográfica

Prof. Paulo Augusto F. Borges


CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES

1. Introdução
O traçado de uma rodovia é constituído por trechos retos
e trechos curvos alternadamente. Os trechos retos recebem o
nome de tangentes e os trechos curvos de curvas horizontais.
As tangentes devem ser melhor concordadas através de curvas,
de forma a dar suavidade ao traçado. Normalmente há a
necessidade de utilizar inúmeras curvas em um projeto, devido
às características geológicas, geotécnicas, à topografia da
região atravessada, problemas de desapropriações e outros.
Sempre deve-se atentar em projetar curvas com raios
superiores ao mínimo estabelecido sem se preocupar com a
quantidade excessiva de curvas.
CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES

2. Raio Mínimo de Curvatura


Assim, o raio adotado para cada curva circular deve ser
aquele que melhor se adapte ao traçado do terreno,
respeitando-se valores mínimos que garantam a segurança dos
veículos que percorrem a estrada na velocidade do projeto. A
equação para o cálculo do raio mínimo é dada por:

𝑉𝐷 2
𝑅𝑚í𝑛 =
127 ∙ (𝑒𝑚á𝑥 + 𝑓𝑚á𝑥 )
CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES

2. Raio Mínimo de Curvatura


Tabela 1: Raios mínimos de Curvatura
CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES

2. Raio Mínimo de Curvatura


Tabela 2: Coeficientes de atrito transversal máximos admissíveis

A recomendação da AASHTO é utilizar a equação abaixo para o cálculo do


fator de atrito transversal:

𝑉
𝑓𝑇 = 0,19 −
1600
CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES

3. Parâmetros Geométricos
A Figura 1 abaixo, mostra a concordância das curvas horizontais
circulares simples com as tangentes do traçado e a
nomenclatura adotada:

Figura 1: Parâmetros Geométricos da curva


CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES

3. Parâmetros Geométricos

A notação convencionalmente utilizada para os elementos


característicos das concordâncias com curvas circulares
simples e suas respectivas denominações, são as
seguintes:
PI: Ponto de Interseção;
PC: Ponto de Curva;
PT: Ponto de Tangente;
Δ: Ângulo de deflexão;
AC: Ângulo Central;
T: Tangente Externa ou Exterior (m);
CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES

3. Parâmetros Geométricos

D: Desenvolvimento (ou comprimento) da curva


circular (m);
R: Raio da curva circular (m);
O: Centro da curva circular.

Relação entre os parâmetros:


No triângulo retângulo O-PC-PI, temos:

𝐴𝐶 𝑇 𝐴𝐶
𝑡𝑔 2
= 𝑅
 𝑇 = 𝑅 ∙ 𝑡𝑔 2
CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES

3. Parâmetros Geométricos
𝐷 𝐴𝐶 𝜋∙𝑅∙𝐴𝐶
2∙𝜋∙𝑅
= 360
 𝐷= 180
para AC em graus

ou 𝐷 = 𝐴𝐶 ∙ 𝑅 para AC em radianos

𝐺 360 1145,9156
20
= 2∙𝜋∙𝑅
 𝐺= 𝑅
para G em graus

Em que G é o grau da curva ou o ângulo central


correspondente a um arco de 20 metros.
CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES

3. Desenho do Eixo Projetado


LOCAÇÃO DE CURVAS HORIZONTAIS
CIRCULARES

Após a elaboração do projeto geométrico da rodovia,


deve-se realizar a locação para materializar a posição da
estrada em campo. Para este processo devem-se seguir os
seguintes passos:

 Locação dos PI’s (pontos de Interseção);


 Cálculo dos ângulos de deflexão das tangentes;
 Locação em campo das curvas e demais elementos
geométricos. A locação das curvas será realizada pelo
processo das deflexões e cordas.
LOCAÇÃO DE CURVAS HORIZONTAIS
CIRCULARES

Figura 3: Deflexões e cordas.


LOCAÇÃO DE CURVAS HORIZONTAIS
CIRCULARES

Para locar o ponto B, distante 𝐿1 metros de um ponto


A, é necessário que se calcule inicialmente a deflexão 𝑑1 .
Chamando de 𝛼1 o ângulo central que corresponde ao arco
de comprimento 𝐿1 , temos:

𝐺 𝛼1 𝐺∙𝐿1
=  𝛼1 =
20 𝐿1 20

Sendo 𝐴𝑂 perpendicular a 𝐼𝐴 e o triângulo ∆𝐴𝐼𝐵 isósceles,


temos:
𝛼1 𝐺∙𝐿1
𝑑1 = 2  𝑑1 = 40
LOCAÇÃO DE CURVAS HORIZONTAIS
CIRCULARES

Analogamente, para calcular a deflexão 𝑑2 .para a


locação do ponto C distante 𝐿2 metros do ponto A:
𝛼2 𝐺∙𝐿2
𝑑2 = 2  𝑑2 = 40
Conclui-se que a deflexão é proporcional ao comprimento do
𝐺∙
arco e a constante 40 corresponde à deflexão para um arco
de 1 metro de comprimento, concluindo que para calcular a
deflexão para locar um arco de comprimento L qualquer
será:
𝐺
𝑑=𝐿∗
40
LOCAÇÃO DE CURVAS HORIZONTAIS
CIRCULARES

Para locar uma curva a partir do PC, supondo que a


estaca do PC seja 𝑁𝑃𝐶 + 𝑓𝑃𝐶 , em que 𝑁𝑃𝐶 é o número
de estacas inteiras e 𝑓𝑃𝐶 a fração da estaca, a deflexão
para locar a primeira estaca inteira da curva será dada por:

𝐺
𝑑1 = 20 − 𝑓𝑃𝐶 ∗
40

Para locar as demais estacas inteiras, basta somar ao valor


𝐺
da deflexão inicial 𝑑1 , valores 2 (lembre-se que o
estaqueamento é de 20 em 20 metros).
LOCAÇÃO DE CURVAS HORIZONTAIS
CIRCULARES

TABELA DE LOCAÇÃO DE CURVAS

GMS Grau Decimal


AC = 22º,36' 00,0'' 22,6000000
R= 600,000 m
d para o PT = 11º,18' 00,0'' 11,3000000
Exemplo: D= 236,667 m
dm = 0,04774648293 °
Est [PI] = 148 + 5,60 m
LOCAÇÃO DE CURVAS HORIZONTAIS
CIRCULARES

TABELA DE LOCAÇÃO DE CURVAS


Curva Horizontal Circular Simples
Estaca Corda (m) Distância (m) Deflexão (graus) Deflexão (GMS)
142 + 5,708 0 0 0 0º,00' 00,0''
143 14,292 14,292 0,682392734 0º,40' 56,6''
144 20 34,292 1,637322393 1º,38' 14,4''
145 20 54,292 2,592252051 2º,35' 32,1''
146 20 74,292 3,547181710 3º,32' 49,9''
147 20 94,292 4,502111368 4º,30' 07,6''
148 20 114,292 5,457041027 5º,27' 25,3''
149 20 134,292 6,411970685 6º,24' 43,1''
150 20 154,292 7,366900344 7º,22' 00,8''
151 20 174,292 8,321830002 8º,19' 18,6''
152 20 194,292 9,276759661 9º,16' 36,3''
153 20 214,292 10,231689320 10º,13' 54,1''
154 20 234,292 11,186618978 11º,11' 11,8''
154 + 2,375 2,375 236,667 11,300016875 11º,18' 00,1''
LOCAÇÃO DE CURVAS HORIZONTAIS
CIRCULARES

LOCAÇÃO DE CURVAS POR OFFSETS


CURVAS HORIZONTAIS COMPOSTAS

CURVA COMPOSTA COM 2 CENTROS


CURVAS HORIZONTAIS COMPOSTAS

CURVA COMPOSTA COM 2 CENTROS


CURVA HORIZONTAL COM TRANSIÇÃO
CURVAS HORIZONTAIS COM
TRANSIÇÃO

1. Introdução
A utilização de curvas horizontais circulares na
concordância horizontal de traçados de uma estrada cria
problemas nos pontos de concordância, devido à
descontinuidade da curvatura no ponto de passagem da
tangente para circular (PC) e no ponto de passagem da circular
para a tangente (PT). Em um traçado racional estas
descontinuidades não devem ser aceitas.
Para solucionar este problema, utiliza-se das curvas
horizontais com transição, as quais permitem utilizar um trecho
com curvatura progressiva.
CURVAS HORIZONTAIS COM
TRANSIÇÃO

1. Introdução
Estes trechos visam cumprir as seguintes funções:

a) Permitir a variação contínua da superelevação.

 No trecho reto, a superelevação é nula.


 No circular, há necessidade de uma superelevação, a qual
depende da velocidade diretriz e do raio da curva.
 A inclinação poderá atingir valores de 10% ou até 12% em
alguns casos.
CURVAS HORIZONTAIS COM
TRANSIÇÃO

1. Introdução
Segundo Pimenta (2001), Se fosse feita a variação da
inclinação anterior dentro da curva, se o desenvolvimento fosse
suficiente, ainda assim teríamos a inconveniente condição de
necessitarmos da inclinação total logo após o PC, quando o
valor da superelevação ainda é praticamente zero. Essa
situação se agrava se a força centrípeta necessária for maior
que a força de atrito máxima. O veículo não conseguirá seguir
na curva, saindo da estrada.
Se fizermos a variação antes da curva, teremos uma
condição inconveniente que é criar a força transversal na reta,
obrigando ao motorista a forçar o volante no sentido contrário ao
da curva que se aproxima.
CURVAS HORIZONTAIS COM
TRANSIÇÃO

1. Introdução
b) Criar uma variação contínua de aceleração
centrífuga na passagem do trecho reto para o trecho
circular.
Sendo a força centrífuga (FC):
𝑚 ∙ 𝑉2
𝐹𝐶 =
𝑅
onde 𝑚 é a massa do veículo, 𝑉 a velocidade e 𝑅 o raio da
curva. O valor da forca centrífuga é nulo na reta, e em função do
raio, pode assumir um valor significativo logo após o PC.
Consequência: Desconforto para os passageiros e falta de
estabilidade para o veículo.
CURVAS HORIZONTAIS COM
TRANSIÇÃO

1. Introdução
c) Gerar um traçado que possibilite ao veículo manter-
se no centro da faixa de rolamento.
 Inviável o veículo sair do trecho reto e entrar no curvo
instantaneamente.
 Na prática isso provocaria desconforto e insegurança pelo
motorista.
 O giro é feito num intervalo de tempo no qual o veículo
percorre uma trajetória de raio variável.
 Uma curva de raio variável possibilita que a trajetória do
veículo coincida com o traçado ou, pelo menos, aproxime-se
dele.
CURVAS HORIZONTAIS COM
TRANSIÇÃO

1. Introdução
d) Proporcionar um trecho fluente, sem
descontinuidade da curvatura e esteticamente
agradável.
 Isso ocorre devido a suave variação do raio de curvatura
existente.
 A variação da curvatura do raio da estrada é chamada de
CURVAS DE TRANSIÇÃO.
 Possuem raio instantâneo variando de ponto para ponto
desde o valor do 𝑅𝑐 (em concordância com o trecho circular
𝑅𝑐 ) até o valor infinito (em concordância com o trecho reto).
CURVAS HORIZONTAIS COM
TRANSIÇÃO

1. Introdução

Perspectiva de Curva Horizontal


CURVAS HORIZONTAIS COM
TRANSIÇÃO

2. Tipos de Curvas com Transição

a) Clotóide ou Espiral
𝑅 ∗ 𝐿 = 𝑘 2 (R é o raio, L o comprimento percorrido e
K, uma constante).

b) Lemniscata
𝑅 ∗ 𝑃 = 𝐾 (em que P é o raio do vetor).

b) Parábola Cúbica
𝑦 = 𝑎 ∗ 𝑥 3 (onde a é uma constante).
CURVAS HORIZONTAIS COM
TRANSIÇÃO

2. Tipos de Curvas com Transição

a) Clotóide ou Espiral
𝑅 ∗ 𝐿 = 𝑘2

b) Lemniscata
𝑅 ∗ 𝑃 = 𝐾

b) Parábola Cúbica
𝑦 = 𝑎 ∗ 𝑥3
CURVAS HORIZONTAIS COM
TRANSIÇÃO

2. Tipos de Curvas com Transição


CURVAS HORIZONTAIS COM
TRANSIÇÃO

2. Tipos de Curvas com Transição

Quando o ângulo de transição 𝜃𝑠 é pequeno, as três


curvas apresentam resultados semelhantes.
Entre as diversas curvas de transição possíveis de serem
utilizadas, a clotóide é a mais vantajosa do ponto de vista
técnico, sendo a mais indicada porque:
 É a curva descrita por um veículo, em velocidade constante,
quando o volante é girado com velocidade angular
constante;
 O grau G, proporcional à curvatura, varia linearmente com o
comprimento percorrido.
𝑅 ∗ 𝐿 = 𝑘 2 → 𝐺 = 𝑘′2 ∗ 𝐿
CURVAS HORIZONTAIS COM
TRANSIÇÃO

2. Tipos de Curvas com Transição

 Como a aceleração centrífuga varia inversamente


proporcional ao raio, varia também linearmente com o grau
da curva, e portanto, com o comprimento percorrido:

𝑉2
𝑎𝑐 =
𝑅

𝑎𝑐 = 𝑉 2 ∗ 𝐺 ∗ 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒
CURVAS HORIZONTAIS COM
TRANSIÇÃO

2. Tipos de Curvas com Transição

As normas do DNIT somente dispensam o uso de


curvas de transição nas concordâncias horizontais com curvas
circulares de raios superiores aos valores indicados na tabela
abaixo, para as diferentes velocidades diretrizes:
CURVAS HORIZONTAIS COM
TRANSIÇÃO
CURVAS HORIZONTAIS COM
TRANSIÇÃO
CURVAS HORIZONTAIS COM
TRANSIÇÃO
PI
I

Ts

SC CS

p p

q q

TS
ST
R

AC

O1

O2

AC
O1 = Centro original da Curva Circular T = Tangente externa da Curva Circular
O2 = Centro deslocado da Curva Circular Ts = Tangente externa da Curva de Transição
t = Distância de deslocamento do centro PI = Ponto de interseção das tangentes
q = Complemento da Tangente "T" TS = Ponto de Início da Curva.
p = Complemento do Raio "R" SC = Ponto de início do ramo circular
AC = Ângulo Central da Curva CS = Ponto do término do ramo circular
I = Ângulo de deflexão das Tangentes ST = Ponto de término da curva
CURVAS HORIZONTAIS COM
TRANSIÇÃO
CURVAS HORIZONTAIS COM
TRANSIÇÃO

3. Características Geométricas da Espiral

Sendo 𝐿𝑠 o comprimento de transição e 𝑅𝑐 o raio do


trecho circular temos:
CURVAS HORIZONTAIS COM
TRANSIÇÃO

3. Características Geométricas da Espiral

𝑑𝐿 = 𝑅 ∙ 𝑑𝜃

𝑑𝐿 𝑑𝐿 𝐿 ∙ 𝑑𝐿
𝑑𝜃 = = 2 =
𝑅 𝑘 𝑘2
𝐿
𝐿
𝐿
𝜃= 2
∙ 𝑑𝐿
0 𝑘

1 𝐿2 𝐿2
𝜃= 𝑘 2 ∙ 2
= 2∙𝐿𝑠 ∙𝑅𝑐
(em radianos)
CURVAS HORIZONTAIS COM
TRANSIÇÃO

3. Características Geométricas da Espiral

𝑑𝑋 = 𝑑𝐿 ∙ cos 𝜃

𝐿
𝑋= cos 𝜃 ∙ 𝑑𝐿
0

Desenvolvendo cos 𝜃 em série e


integrando, tem-se:

𝜃2 𝜃4
𝑋 =𝐿∙ 1− + −⋯+
10 216
CURVAS HORIZONTAIS COM
TRANSIÇÃO

3. Características Geométricas da Espiral

𝑑𝑌 = 𝑑𝐿 ∙ sen 𝜃

𝐿
𝑌= sen 𝜃 ∙ 𝑑𝐿
0

Desenvolvendo sen 𝜃 em série e


integrando, tem-se:

𝜃 𝜃3 𝜃5
𝑌=𝐿∙ − + − ⋯+
3 42 1320
CURVAS HORIZONTAIS COM
TRANSIÇÃO

3. Características Geométricas da Espiral

Em particular, no ponto SC da curva, onde R assume o valor 𝑅𝑐 e


L é o comprimento da espiral 𝐿𝑠 , temos:

𝐿𝑠 2 𝐿𝑠
𝜃= =
2 ∙ 𝐿𝑠 ∙ 𝑅𝑐 2 ∙ 𝑅𝑐

𝜃2 𝜃4 𝜃6
𝑋𝑠 = 𝐿𝑠 ∙ 1 − + − +⋯
10 216 9360

𝜃 𝜃3 𝜃5 𝜃7
𝑌𝑠 = 𝐿𝑠 ∙ − + − +⋯
3 42 1320 75600
CURVAS HORIZONTAIS COM
TRANSIÇÃO
CURVAS HORIZONTAIS COM
TRANSIÇÃO

3. Características Geométricas da Espiral

𝑄 = 𝑋𝑠 − 𝑅𝑐 ∙ sen 𝜃𝑠

𝑝 = 𝑌𝑠 − 𝑅𝑐 ∙ 1 − cos 𝜃𝑠

𝐴𝐶
𝑇𝑇 = 𝑄 + 𝑅𝑐 + 𝑝 ∙ 𝑡𝑔
2

𝑇𝐿 = 𝑋𝑠 − 𝑌𝑠 ∙ cotg 𝜃𝑠 𝐷𝑐 = 𝐴𝐶 − 2 ∙ 𝜃𝑠 ∙ 𝑅𝑐

𝑌𝑠 𝑅𝑐 + 𝑝
𝑇𝐶 = 𝐸= − 𝑅𝑐
sen 𝜃𝑠 𝐴𝐶
cos 2
CURVAS HORIZONTAIS COM
TRANSIÇÃO

3. Características Geométricas da Espiral

As estacas dos pontos notáveis da curva de transição serão


calculadas pelas expressões:

𝐸 𝑇𝑆 = 𝐸 𝑃𝐼 − 𝑇𝑇

𝐸 𝑆𝐶 = 𝐸 𝑇𝑆 + 𝐿𝑠

𝐸 𝐶𝑆 = 𝐸 𝑆𝐶 + 𝐷𝑐

𝐸 𝑆𝑇 = 𝐸 𝐶𝑆 + 𝐿𝑠
CURVAS HORIZONTAIS COM
TRANSIÇÃO

4. Compatibilidade entre Raio e Deflexão

Nos casos de deflexões pequenas, menores que 55º, existe


a possibilidade de, conforme o raio adotado, o arco circular
desaparecer entre os dois ramos da espiral, ou formando um
cotovelo ou o cruzamento destes ramos, ao invés da
desejada concordância. Para evitar sucessivas tentativas de
correção, deve-se verificar se a deflexão medida (real) é
maior que a deflexão calculada, utilizando a seguinte
expressão:
342 ∙ 𝑅 + 290
∆𝑐𝑎𝑙𝑐 =
𝑅
CURVAS HORIZONTAIS COM
TRANSIÇÃO

4. Compatibilidade entre Raio e Deflexão

Se ∆𝒎𝒆𝒅 > ∆𝒄𝒂𝒍𝒄 significa que há compatibilidade entre raio


e deflexão; caso contrário (∆𝒎𝒆𝒅 < ∆𝒄𝒂𝒍𝒄 ), deve ser feita
uma reavaliação a partir da alteração do valor do raio, no
caso aumentando-o por ser a única variável, pois a deflexão
medida é inalterável.
CURVAS HORIZONTAIS COM
TRANSIÇÃO

5. Comprimento Mínimo de Transição

Critério dinâmico (𝑳𝒔 conforto)


Estabelece uma taxa máxima de variação da aceleração
centrífuga por unidade de tempo, representado por J.
Trecho em tangente: 𝑎𝑐 = 0
𝑉2
Trecho circular: 𝑎𝑐 =
𝑅
Sendo o comprimento de transição 𝑳𝒔 igual ao produto
da velocidade uniforme do veículo pelo tempo que o mesmo
necessita para percorrer a clotóide (𝑳𝒔 = 𝑉 ∙ 𝑡), temos:

𝑎𝑐 𝑉 2 𝑅𝑐 𝑉3
𝐽= = =
𝑡 𝐿𝑠 𝑉 𝑅𝑐 𝐿𝑠
CURVAS HORIZONTAIS COM
TRANSIÇÃO

5. Comprimento Mínimo de Transição

Critério dinâmico (𝑳𝒔 conforto)

Logo tem-se que:


𝑉3
𝐿𝑆𝑚𝑖𝑛 =
𝐽 ∙ 𝑅𝑐

Na condição mais desfavorável, quando 𝐽 = 𝐽𝑚á𝑥 e 𝑉 = 𝑉𝑃


tem-se:
𝑉𝑝3
𝐿𝑆𝑚𝑖𝑛 =
𝐽𝑚á𝑥 ∙ 𝑅𝑐
CURVAS HORIZONTAIS COM
TRANSIÇÃO

5. Comprimento Mínimo de Transição

Critério dinâmico (𝑳𝒔 conforto)


Experiências comprovaram que os valores ideais para J estão
entre 0,3 𝑎 0,8 𝑚/𝑠 3 . Com fundamento em experiências do
Engº Joseph Barnett, da “Public Road Administration/USA”, e em
conformidade com as normas técnicas do D.N.E.R, adotaremos a
chamada fórmula de Barnett, que adota para J o valor de
0,6 𝑚/𝑠 3 . Assim o comprimento mínimo do trecho em transição
será:
𝑉𝑝 3
𝑉𝑝3 3,6 𝑉𝑝 3
𝐿𝑆𝑚𝑖𝑛 = = = 0,036 ∙
𝐽𝑚á𝑥 ∙ 𝑅𝑐 0,6 ∙ 𝑅𝑐 𝑅𝑐
CURVAS HORIZONTAIS COM
TRANSIÇÃO

5. Comprimento Mínimo de Transição

Critério Segurança (Tempo )


CURVAS HORIZONTAIS COM
TRANSIÇÃO

5. Comprimento Mínimo de Transição

Critério Estético (proposto pela AASHTO)


CURVAS HORIZONTAIS COM
TRANSIÇÃO

5. Comprimento Mínimo de Transição

Critério Estético (proposto pela AASHTO)

Velocidade de
30 40 50 60 70 80 90 100 110 120
Projeto em km/h
Inclinação
0,75 0,70 0,65 0,60 0,55 0,50 0,48 0,45 0,42 0,40
Relativa em %
CURVAS HORIZONTAIS COM
TRANSIÇÃO

6. Comprimento Máximo de Transição


CURVAS HORIZONTAIS COM
TRANSIÇÃO

3. Características Geométricas da Espiral


CURVAS HORIZONTAIS COM
TRANSIÇÃO

3. Características Geométricas da Espiral


CURVAS HORIZONTAIS COM
TRANSIÇÃO

3. Características Geométricas da Espiral


CURVAS HORIZONTAIS COM
TRANSIÇÃO

3. Características Geométricas da Espiral


CURVAS HORIZONTAIS COM
TRANSIÇÃO

Exemplo Concordância Horizontal com Transição


LOCAÇÃO CURVAS HORIZONTAIS
COM TRANSIÇÃO

A locação da curva de transição é iniciada pela


localização do ponto TS sobre a primeira tangente a uma
distância TT do ponto de interseção PI, quando este for
acessível, conforme indica a figura abaixo.
LOCAÇÃO CURVAS HORIZONTAIS
COM TRANSIÇÃO

Depois disso, pode-se iniciar a locação do primeiro


ramo da espiral. Para R<100 m, a locação da espiral deve
ser feita de 5 em 5 m. Para R≥100 m, a locação deve ser
feita de 10 em 10 m. A locação da curva de transição
poderá ser feita de duas formas:

a) Com o uso das coordenadas X e Y, utilizando-se a


origem no TS (ou ST), o eixo x na direção da respectiva
tangente e o sentido do TS (ou ST) para o PI.

b) Pelas deflexões d em cada ponto.


LOCAÇÃO CURVAS HORIZONTAIS
COM TRANSIÇÃO

Os valores 𝐿, 𝜃, 𝑋, 𝑌, 𝑐 𝑒 𝑑 são calculados


pelas equações:
L = Distância do TS (ou ST) ao ponto considerado, ao
longo da cruva
𝐿2 𝑌 𝑋
𝜃= 𝑑 = arctg 𝑐 = cos 𝑖
2∙𝐿𝑠 ∙𝑅𝑐 𝑋

𝜃2 𝜃4 𝜃6
𝑋 =𝐿∙ 1− + − +⋯
10 216 9360

𝜃 𝜃3 𝜃5 𝜃7
𝑌=𝐿∙ − + − +⋯
3 42 1320 75600
LOCAÇÃO CURVAS HORIZONTAIS
COM TRANSIÇÃO

Para facilitar a locação constrói-se uma tabela como


a mostrada abaixo:
Curva Horizontal com Transição
Rc Ls Cs Js (Graus) Js (GMS) is (Graus) is (GMS)
500,000 120,000 119,923 4,58394184 4º,35' 02,2'' 2,2915517 2º,17' 29,6''
Estaca 𝑳
𝑳 = (Graus) (GMS) 𝒄
Inteira Fracionada ∙ 𝒄 ∙ 𝑳𝒔
217 19,000 - - - - - - -
218 10,000 11,000 0,00100833 11,000 0,004 0,019257748 0º,01' 09,3'' 11,000
219 0,000 21,000 0,00367500 21,000 0,026 0,070187322 0º,04' 12,7'' 21,000
219 10,000 31,000 0,00800833 31,000 0,083 0,152947817 0º,09' 10,6'' 31,000
220 0,000 41,000 0,01400833 40,999 0,191 0,267539015 0º,16' 03,1'' 41,000
220 10,000 51,000 0,02167500 50,998 0,368 0,413960361 0º,24' 50,3'' 50,999
221 0,000 61,000 0,03100833 60,994 0,630 0,592210723 0º,35' 32,0'' 60,997
221 10,000 71,000 0,04200833 70,987 0,994 0,802288082 0º,48' 08,2'' 70,994
222 0,000 81,000 0,05467500 80,976 1,476 1,044189154 1º,02' 39,1'' 80,989
222 10,000 91,000 0,06900833 90,957 2,093 1,317908945 1º,19' 04,5'' 90,981
223 0,000 101,000 0,08500833 100,927 2,860 1,623440235 1º,37' 24,4'' 100,968
223 10,000 111,000 0,10267500 110,883 3,796 1,960773003 1º,57' 38,8'' 110,948
223 19,000 120,000 0,12000000 119,827 4,795 2,291551697 2º,17' 29,6'' 119,923
LOCAÇÃO CURVAS HORIZONTAIS
COM TRANSIÇÃO

Para locar pelas coordenadas basta medir X ao


longo da tangente e Y na perpendicular, determinando-se o
ponto.
Para locar pelas deflexões visamos cada ponto com
a deflexão calculada na tabela, estacionando-se o teodolito
no ponto TS (ou ST) e zerando-o no ponto PI. Se for o
primeiro ponto a ser locado, a corda deve ser a fração que
falta para atingir a próxima estaca inteira, ou a estaca + 10
m ou ainda a estaca + 5 m conforme o raio do trecho
circular. A segunda espiral é locada no sentido inverso a
partir do ST em direção ao CS.
CURVAS HORIZONTAIS COM
TRANSIÇÃO ASSIMÉTRICA

São curvas que possuem transições com os comprimentos


de entrada e de saída diferentes. Com exceção de 𝑇𝑇1 e
𝑇𝑇2 , os demais elementos são calculados de forma análoga
às espirais simétricas.
CURVAS HORIZONTAIS COM
TRANSIÇÃO ASSIMÉTRICA
CURVAS HORIZONTAIS COM
TRANSIÇÃO ASSIMÉTRICA

Conhecida a posição das tangentes (deflexão AC), a


posição do PI, o raio da curva circular (Rc) e escolhido os
valores 𝐿𝑠1 e 𝐿𝑠2 dos comprimentos de transições, podemos
calcular os elementos 𝜃𝑠 , 𝑋𝑠 , 𝑌𝑠 , 𝑄 e 𝑝 para cada uma das
transições:
CURVAS HORIZONTAIS COM
TRANSIÇÃO ASSIMÉTRICA

𝐿𝑆1 𝐿𝑆2
𝜃𝑆1 = 2∙𝑅 𝜃𝑆2 = 2∙𝑅
𝑐 𝑐

𝑄1 = 𝑋𝑆1 − 𝑅𝑐 ∙ 𝑠𝑒𝑛 𝜃𝑆1 𝑄2 = 𝑋𝑆2 − 𝑅𝑐 ∙ 𝑠𝑒𝑛 𝜃𝑆2

𝑝1 = 𝑌𝑆1 − 𝑅𝑐 ∙ 1 − 𝑐𝑜𝑠 𝜃𝑆1 𝑝2 = 𝑌𝑆2 − 𝑅𝑐 ∙ 1 − 𝑐𝑜𝑠 𝜃𝑆2

𝜃𝑆1 2 𝜃𝑆1 4 𝜃𝑆2 2 𝜃𝑆2 4


𝑋𝑆1 = 𝐿𝑆1 ∙ 1 − + −⋯ 𝑋𝑆2 = 𝐿𝑆2 ∙ 1 − + −⋯
10 216 10 216

𝜃𝑆1 𝜃𝑆1 3 𝜃𝑆1 5 𝜃𝑆2 𝜃𝑆2 3 𝜃𝑆2 5


𝑌𝑆1 = 𝐿𝑆1 ∙ − + 1320 − ⋯ 𝑌𝑆2 = 𝐿𝑆2 ∙ − + 1320 − ⋯
3 42 3 42
CURVAS HORIZONTAIS COM
TRANSIÇÃO ASSIMÉTRICA

Sendo 𝐿𝑆1 ≠ 𝐿𝑆2 consequentemente, 𝑝1 ≠ 𝑝2 ,


isto é, a circular terá afastamentos diferentes em relação
às tangentes.
Chamando de ∆𝑝 a diferença entre os
afastamentos: ∆𝑝 = 𝑝2 − 𝑝1 têm-se as tangentes totais:
𝐴𝐶 ∆𝑝
𝑇𝑇1 = 𝑄1 + 𝑅𝑐 + 𝑝1 ∙ 𝑡𝑔 +
2 𝑠𝑒𝑛 𝐴𝐶

𝐴𝐶 ∆𝑝
𝑇𝑇2 = 𝑄2 + 𝑅𝑐 + 𝑝2 ∙ 𝑡𝑔 −
2 𝑠𝑒𝑛 𝐴𝐶

𝐷𝑐 = 𝑅𝑐 ∙ 𝐴𝐶 − 𝜃𝑆1 − 𝜃𝑆2

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