RODOVIAS
1. Introdução
O traçado de uma rodovia é constituído por trechos retos
e trechos curvos alternadamente. Os trechos retos recebem o
nome de tangentes e os trechos curvos de curvas horizontais.
As tangentes devem ser melhor concordadas através de curvas,
de forma a dar suavidade ao traçado. Normalmente há a
necessidade de utilizar inúmeras curvas em um projeto, devido
às características geológicas, geotécnicas, à topografia da
região atravessada, problemas de desapropriações e outros.
Sempre deve-se atentar em projetar curvas com raios
superiores ao mínimo estabelecido sem se preocupar com a
quantidade excessiva de curvas.
CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES
𝑉𝐷 2
𝑅𝑚í𝑛 =
127 ∙ (𝑒𝑚á𝑥 + 𝑓𝑚á𝑥 )
CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES
𝑉
𝑓𝑇 = 0,19 −
1600
CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES
3. Parâmetros Geométricos
A Figura 1 abaixo, mostra a concordância das curvas horizontais
circulares simples com as tangentes do traçado e a
nomenclatura adotada:
3. Parâmetros Geométricos
3. Parâmetros Geométricos
𝐴𝐶 𝑇 𝐴𝐶
𝑡𝑔 2
= 𝑅
𝑇 = 𝑅 ∙ 𝑡𝑔 2
CURVAS HORIZONTAIS CIRCULARES
3. Parâmetros Geométricos
𝐷 𝐴𝐶 𝜋∙𝑅∙𝐴𝐶
2∙𝜋∙𝑅
= 360
𝐷= 180
para AC em graus
ou 𝐷 = 𝐴𝐶 ∙ 𝑅 para AC em radianos
𝐺 360 1145,9156
20
= 2∙𝜋∙𝑅
𝐺= 𝑅
para G em graus
𝐺 𝛼1 𝐺∙𝐿1
= 𝛼1 =
20 𝐿1 20
𝐺
𝑑1 = 20 − 𝑓𝑃𝐶 ∗
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1. Introdução
A utilização de curvas horizontais circulares na
concordância horizontal de traçados de uma estrada cria
problemas nos pontos de concordância, devido à
descontinuidade da curvatura no ponto de passagem da
tangente para circular (PC) e no ponto de passagem da circular
para a tangente (PT). Em um traçado racional estas
descontinuidades não devem ser aceitas.
Para solucionar este problema, utiliza-se das curvas
horizontais com transição, as quais permitem utilizar um trecho
com curvatura progressiva.
CURVAS HORIZONTAIS COM
TRANSIÇÃO
1. Introdução
Estes trechos visam cumprir as seguintes funções:
1. Introdução
Segundo Pimenta (2001), Se fosse feita a variação da
inclinação anterior dentro da curva, se o desenvolvimento fosse
suficiente, ainda assim teríamos a inconveniente condição de
necessitarmos da inclinação total logo após o PC, quando o
valor da superelevação ainda é praticamente zero. Essa
situação se agrava se a força centrípeta necessária for maior
que a força de atrito máxima. O veículo não conseguirá seguir
na curva, saindo da estrada.
Se fizermos a variação antes da curva, teremos uma
condição inconveniente que é criar a força transversal na reta,
obrigando ao motorista a forçar o volante no sentido contrário ao
da curva que se aproxima.
CURVAS HORIZONTAIS COM
TRANSIÇÃO
1. Introdução
b) Criar uma variação contínua de aceleração
centrífuga na passagem do trecho reto para o trecho
circular.
Sendo a força centrífuga (FC):
𝑚 ∙ 𝑉2
𝐹𝐶 =
𝑅
onde 𝑚 é a massa do veículo, 𝑉 a velocidade e 𝑅 o raio da
curva. O valor da forca centrífuga é nulo na reta, e em função do
raio, pode assumir um valor significativo logo após o PC.
Consequência: Desconforto para os passageiros e falta de
estabilidade para o veículo.
CURVAS HORIZONTAIS COM
TRANSIÇÃO
1. Introdução
c) Gerar um traçado que possibilite ao veículo manter-
se no centro da faixa de rolamento.
Inviável o veículo sair do trecho reto e entrar no curvo
instantaneamente.
Na prática isso provocaria desconforto e insegurança pelo
motorista.
O giro é feito num intervalo de tempo no qual o veículo
percorre uma trajetória de raio variável.
Uma curva de raio variável possibilita que a trajetória do
veículo coincida com o traçado ou, pelo menos, aproxime-se
dele.
CURVAS HORIZONTAIS COM
TRANSIÇÃO
1. Introdução
d) Proporcionar um trecho fluente, sem
descontinuidade da curvatura e esteticamente
agradável.
Isso ocorre devido a suave variação do raio de curvatura
existente.
A variação da curvatura do raio da estrada é chamada de
CURVAS DE TRANSIÇÃO.
Possuem raio instantâneo variando de ponto para ponto
desde o valor do 𝑅𝑐 (em concordância com o trecho circular
𝑅𝑐 ) até o valor infinito (em concordância com o trecho reto).
CURVAS HORIZONTAIS COM
TRANSIÇÃO
1. Introdução
a) Clotóide ou Espiral
𝑅 ∗ 𝐿 = 𝑘 2 (R é o raio, L o comprimento percorrido e
K, uma constante).
b) Lemniscata
𝑅 ∗ 𝑃 = 𝐾 (em que P é o raio do vetor).
b) Parábola Cúbica
𝑦 = 𝑎 ∗ 𝑥 3 (onde a é uma constante).
CURVAS HORIZONTAIS COM
TRANSIÇÃO
a) Clotóide ou Espiral
𝑅 ∗ 𝐿 = 𝑘2
b) Lemniscata
𝑅 ∗ 𝑃 = 𝐾
b) Parábola Cúbica
𝑦 = 𝑎 ∗ 𝑥3
CURVAS HORIZONTAIS COM
TRANSIÇÃO
𝑉2
𝑎𝑐 =
𝑅
𝑎𝑐 = 𝑉 2 ∗ 𝐺 ∗ 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒
CURVAS HORIZONTAIS COM
TRANSIÇÃO
Ts
SC CS
p p
q q
TS
ST
R
AC
O1
O2
AC
O1 = Centro original da Curva Circular T = Tangente externa da Curva Circular
O2 = Centro deslocado da Curva Circular Ts = Tangente externa da Curva de Transição
t = Distância de deslocamento do centro PI = Ponto de interseção das tangentes
q = Complemento da Tangente "T" TS = Ponto de Início da Curva.
p = Complemento do Raio "R" SC = Ponto de início do ramo circular
AC = Ângulo Central da Curva CS = Ponto do término do ramo circular
I = Ângulo de deflexão das Tangentes ST = Ponto de término da curva
CURVAS HORIZONTAIS COM
TRANSIÇÃO
CURVAS HORIZONTAIS COM
TRANSIÇÃO
𝑑𝐿 = 𝑅 ∙ 𝑑𝜃
𝑑𝐿 𝑑𝐿 𝐿 ∙ 𝑑𝐿
𝑑𝜃 = = 2 =
𝑅 𝑘 𝑘2
𝐿
𝐿
𝐿
𝜃= 2
∙ 𝑑𝐿
0 𝑘
1 𝐿2 𝐿2
𝜃= 𝑘 2 ∙ 2
= 2∙𝐿𝑠 ∙𝑅𝑐
(em radianos)
CURVAS HORIZONTAIS COM
TRANSIÇÃO
𝑑𝑋 = 𝑑𝐿 ∙ cos 𝜃
𝐿
𝑋= cos 𝜃 ∙ 𝑑𝐿
0
𝜃2 𝜃4
𝑋 =𝐿∙ 1− + −⋯+
10 216
CURVAS HORIZONTAIS COM
TRANSIÇÃO
𝑑𝑌 = 𝑑𝐿 ∙ sen 𝜃
𝐿
𝑌= sen 𝜃 ∙ 𝑑𝐿
0
𝜃 𝜃3 𝜃5
𝑌=𝐿∙ − + − ⋯+
3 42 1320
CURVAS HORIZONTAIS COM
TRANSIÇÃO
𝐿𝑠 2 𝐿𝑠
𝜃= =
2 ∙ 𝐿𝑠 ∙ 𝑅𝑐 2 ∙ 𝑅𝑐
𝜃2 𝜃4 𝜃6
𝑋𝑠 = 𝐿𝑠 ∙ 1 − + − +⋯
10 216 9360
𝜃 𝜃3 𝜃5 𝜃7
𝑌𝑠 = 𝐿𝑠 ∙ − + − +⋯
3 42 1320 75600
CURVAS HORIZONTAIS COM
TRANSIÇÃO
CURVAS HORIZONTAIS COM
TRANSIÇÃO
𝑄 = 𝑋𝑠 − 𝑅𝑐 ∙ sen 𝜃𝑠
𝑝 = 𝑌𝑠 − 𝑅𝑐 ∙ 1 − cos 𝜃𝑠
𝐴𝐶
𝑇𝑇 = 𝑄 + 𝑅𝑐 + 𝑝 ∙ 𝑡𝑔
2
𝑇𝐿 = 𝑋𝑠 − 𝑌𝑠 ∙ cotg 𝜃𝑠 𝐷𝑐 = 𝐴𝐶 − 2 ∙ 𝜃𝑠 ∙ 𝑅𝑐
𝑌𝑠 𝑅𝑐 + 𝑝
𝑇𝐶 = 𝐸= − 𝑅𝑐
sen 𝜃𝑠 𝐴𝐶
cos 2
CURVAS HORIZONTAIS COM
TRANSIÇÃO
𝐸 𝑇𝑆 = 𝐸 𝑃𝐼 − 𝑇𝑇
𝐸 𝑆𝐶 = 𝐸 𝑇𝑆 + 𝐿𝑠
𝐸 𝐶𝑆 = 𝐸 𝑆𝐶 + 𝐷𝑐
𝐸 𝑆𝑇 = 𝐸 𝐶𝑆 + 𝐿𝑠
CURVAS HORIZONTAIS COM
TRANSIÇÃO
𝑎𝑐 𝑉 2 𝑅𝑐 𝑉3
𝐽= = =
𝑡 𝐿𝑠 𝑉 𝑅𝑐 𝐿𝑠
CURVAS HORIZONTAIS COM
TRANSIÇÃO
Velocidade de
30 40 50 60 70 80 90 100 110 120
Projeto em km/h
Inclinação
0,75 0,70 0,65 0,60 0,55 0,50 0,48 0,45 0,42 0,40
Relativa em %
CURVAS HORIZONTAIS COM
TRANSIÇÃO
𝜃2 𝜃4 𝜃6
𝑋 =𝐿∙ 1− + − +⋯
10 216 9360
𝜃 𝜃3 𝜃5 𝜃7
𝑌=𝐿∙ − + − +⋯
3 42 1320 75600
LOCAÇÃO CURVAS HORIZONTAIS
COM TRANSIÇÃO
𝐿𝑆1 𝐿𝑆2
𝜃𝑆1 = 2∙𝑅 𝜃𝑆2 = 2∙𝑅
𝑐 𝑐
𝐴𝐶 ∆𝑝
𝑇𝑇2 = 𝑄2 + 𝑅𝑐 + 𝑝2 ∙ 𝑡𝑔 −
2 𝑠𝑒𝑛 𝐴𝐶
𝐷𝑐 = 𝑅𝑐 ∙ 𝐴𝐶 − 𝜃𝑆1 − 𝜃𝑆2