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Editores
Nilton César Fiedler
Michel Picanço Oliveira
MOTORES E MÁQUINAS FLORESTAIS
Editores
Nilton César Fiedler
Michel Picanço Oliveira
PATROCÍNIO
AGRADECIMENTOS
PREFÁCIO
Motores E Máquinas Florestais
SUMÁRIO
LISTA DE AUTORES ........................................................................................... 7
CAPÍTULO I ....................................................................................................... 10
FONTES DE ENERGIA PARA USO NO MEIO RURAL E MÉTODOS DE
CONVERSÃO DE ENERGIA. ....................................................................................... 10
CAPÍTULO II ...................................................................................................... 26
MOTORES DE COMBUSTÃO INTERNA ........................................................... 26
CAPÍTULO III ..................................................................................................... 39
SISTEMAS COMPLEMENTARES DOS MOTORES DE COMBUSTÃO INTERNA
...................................................................................................................................... 39
CAPÍTULO IV – .................................................................................................. 54
TRATORES AGRÍCOLAS .................................................................................. 54
CAPÍTULO V ...................................................................................................... 75
TIPOS E CLASSIFICAÇÃO DE MÁQUINAS E IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS NO
MEIO RURAL................................................................................................................ 75
Capitulo VI .......................................................................................................... 90
MECANISMOS DE TRANSMISSÃO DE POTÊNCIA ......................................... 90
CAPÍTULO VII .................................................................................................. 101
SISTEMAS DE TRANSMISSÃO DE POTÊNCIA ............................................. 101
CAPITULO VIII ................................................................................................. 116
COMBUSTIVEIS E COMBUSTÃO ................................................................... 116
Capitulo IX ........................................................................................................ 122
LUBRIFICANTES E LUBRIFICAÇÃO .............................................................. 122
CAPÍTULO X .................................................................................................... 137
RODADOS ....................................................................................................... 137
CAPÍTULO XI ................................................................................................... 157
MANUTENÇÃO MECÂNICA DE MÁQUINAS FLORESTAIS ........................... 157
CAPÍTULO XII .................................................................................................. 177
FERRAMENTAS UTILIZADAS NO MEIO RURAL ........................................... 177
CAPÍTULO XIII ................................................................................................. 187
ORGANIZAÇÃO DE OFICINA RURAL E ABRIGO DE MÁQUINAS ................ 187
CAPÍTULO XIV ................................................................................................. 197
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Motores E Máquinas Florestais
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LISTA DE AUTORES
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Motores E Máquinas Florestais
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CAPÍTULO I
Neste capítulo será feita uma introdução sobre as fontes de energia no meio
rural, tanto as renováveis quanto as não renováveis, retratando a sua importância para
o desenvolvimento do país.
1.1- Energia solar
Devido à forte demanda por fontes de energias renováveis existe um
crescimento exponencial do setor de geração de energia solar no Brasil que fica claro
no gráfico da figura 2.
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para o aquecimento global, também é considerada uma fonte renovável. Ainda assim a
sua participação na matriz energética mundial não é tão expressiva (ATLAS, 2008).
Apesar de todos os pontos positivos, nos últimos anos a participação da água ou
energia hidroelétrica na matriz energética mundial vem diminuindo. Em contrapartida a
participação do petróleo e carvão natural (recursos não renováveis e poluentes) estão
aumentando. Esse paradoxo pode ser entendido através do conhecimento da
localização e disposição dos recursos hídricos no mundo, que apesar de serem
apresentados em números grandiosos a sua maioria encontra-se nos mares e
oceanos, o que inviabiliza a sua utilização em centrais hidroelétricas. Por outro lado a
energia das mares ainda não é utilizada em escala comercial (ATLAS, 2008).
Nos últimos 30 anos somente na América do Sul e Ásia a oferta de energia
proveniente de hidroelétricas aumentou, principalmente no Brasil e China. No Brasil as
hidroelétricas são responsáveis pela maior parte da energia, como mostra o gráfico da
figura 1. O principal argumento contrário à construção das hidrelétricas é o impacto
provocado sobre o modo de vida da população, flora e fauna locais, pela formação de
grandes lagos ou reservatórios, aumento do nível dos rios ou alterações em seu curso
após o represamento (ATLAS, 2008).
A energia hidroelétrica é gerada através da transformação da energia potência
da água acumulada (grandes alturas), em energia cinética (movimento), que nas
turbinas geradoras será transformado em energia elétrica (figura 9). A energia cinética
da água, causada por diferença de elevação, também é transformada diretamente em
energia mecânica utilizada na movimentação de moinhos.
As hidroelétricas normalmente são construções de grande porte, pois para o
ganho de energia potencial a água necessita de grandes elevações o que configura em
enormes áreas alagadas. Apesar de ser considerada um fonte limpa de energia,
existem algumas críticas quanto a sua construção e a destruição inicial causada pelas
áreas alagadas.
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no geral, é definida como de alta, baixa ou média altura. Considera-se baixa queda
uma altura de até 15 metros e alta queda superior a 150 metros. Mas não há consenso
com relação a essas medidas (ATLAS, 2008).
As usinas são classificadas quanto a sua potência instalada da seguinte forma:
Centrais Geradoras Hidrelétricas (com até 1 MW de potência instalada), Pequenas
Centrais Hidrelétricas (entre 1,1 MW e 30 MW de potência instalada) e Usina
Hidrelétrica de Energia (UHE, com mais de 30 MW) (ATLAS, 2008).
Figura 10: Pequena central hidroelétrica (PCH) Salto Grande, em Americana-SP – Foto:
Renato César Pereira
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1.7 Referencias
Astrasolar, http://astrasolar.com.br/energia-distribuida/geracao-distribuida-no-
brasil/ acessado em 20/10/2017
Atlas de energia elétrica do Brasil / Agencia Nacional de Energia Elétrica, 2. ed. -
Brasilia: ANEEL, 2005, 243p.
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CAPÍTULO II
2.1. INTRODUÇÃO
Motores de combustão interna podem ser definidos como máquinas térmicas
que transformam o calor em trabalho mecânico. Neste capítulo preocupa-se apenas
com o caso em que a fonte de calor é a combustão, ou seja, a energia química liberada
pela reação entre um combustível e um comburente, que em motores é o oxigênio do
ar.
2.2. HISTÓRICO
Será apresentado a seguir um breve histórico para se ter uma ideia dos
pioneiros dos motores:
- Em 1673, o físico alemão Christian Huygens, a mando do rei Louis XIV, da
França, desenvolveu o primeiro motor a combustão interna que utilizava como
combustível a pólvora, com o objetivo de bombear mais de 3.000 m³ de água para
abastecer as fontes do palácio de Versailles.
- Em 1712, o inglês Thomas Newcomen, desenvolveu o primeiro motor a vapor
que ainda era a combustão externa.
- Em 1824, Nicolas Léonard Sadi Carnot escreve “Reflexões sobre a potência
motriz do fogo”.
- Em 1860, Lenoir escreve na Bélgica: “O motor sem compressão”.
- Em 1862, na França, Alphonse Beau de Rochas define teoricamente o ciclo do
motor a 4 tempos.
- Em 1876, Nicolas Otto constrói o primeiro motor a combustão, seguindo a
teoria de Alphonse Beau de Rochas.
- Em 1884, constrói-se o primeiro automóvel na França.
- Em 1894, ocorre a primeira corrida de automóvel entre as cidades de Paris e
Rouen.
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Motores E Máquinas Florestais
A cilindrada pode ser unitária (Vdu), também conhecida como volume deslocado
útil ou deslocamento volumétrico, quando refere-se ao volume deslocado pelo êmbolo
em um cilindro. Considerando o número de cilindros do motor (z), tem-se a cilindrada
total (Vd), que é o deslocamento volumétrico do motor.
A relação entre V1 e V2 é chamada de relação volumétrica ou taxa de
compressão (R), e representa em quantas vezes V1 é reduzido.
A cada meio giro da árvore de manivelas também ocorrem determinadas
condições de pressão e volume na câmara do cilindro, denominado tempo do motor,
que corresponde ao curso do êmbolo. Não se deve confundir tempo com processo,
pois, ao longo de um tempo, poderão acontecer diversos processos, como será visto
adiante. Dessa forma, os motores podem ser classificados em motores de quatro
tempos (4T) e dois tempos (2T), de acordo com o número de tempos para completar
um ciclo de operação, que é a sequencia de processos sofridos pelo combustível para
obtenção de trabalho útil. Ainda de acordo com as características particulares de como
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CICLO OTTO
Nos motores de ciclo Otto a mistura combustível + ar é admitida para o interior
do cilindro e o início do processo de combustão se dá por uma faísca elétrica, que
ocorre entre os eletrodos da vela de ignição.
Geralmente esses motores usam como combustível a gasolina, o álcool, GNV,
biogás, etc.
CICLO DIESEL
Nesses motores, o pistão comprime somente o ar, até que o mesmo atinja uma
temperatura superior à temperatura de ignição do combustível. Quando o pistão
aproxima-se do PMS, o combustível é injetado no interior do cilindro, e o início do
processo de combustão se dá por ignição espontânea.
Geralmente esses motores usam como combustível o óleo diesel e os óleos
vegetais.
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Motores E Máquinas Florestais
combustível + ar, nos motores de ciclo Otto, ou por apenas ar, nos motores de ciclo
Diesel.
2º tempo: Compressão. Fecha-se a válvula de admissão e o pistão se desloca
do PMI ao PMS, comprimindo a mistura ou apenas ar, dependendo do tipo de ciclo.
3º tempo: Expansão. No motor de ciclo Otto, nas proximidades do PMS, ocorre à
faísca que provoca a ignição da mistura. Já no motor do ciclo Diesel é injetado o
combustível no ar quente, dando início à combustão espontânea. A partir da
combustão, a pressão no interior do cilindro aumenta expandindo os gases, o que
permite empurrar o êmbolo para o PMI.
4º tempo: Escape. Com a válvula de escape aberta, o pistão desloca-se do PMI
ao PMS, “empurrando” os gases queimados para fora do cilindro. A partir de então o
ciclo reinicia.
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Motores E Máquinas Florestais
Bloco do motor
Constitui a maior parte do motor e dá suporte aos demais componentes (Figura
2). O projeto do bloco depende de muitos fatores, como potência do motor, razão de
compressão, dentre outros. Deve apresentar suficiente robustez a fim de satisfazer aos
esforços a que for submetido. Normalmente são fabricados em ferro fundido. Todavia,
em casos que se deseja confeccionar blocos mais leves, são incorporados alguns
metais-ligas.
Os blocos se diferem de acordo com o tipo de sistema de arrefecimento,
podendo ser classificados em:
- bloco de cilindros externos (caso de motores arrefecidos a ar);
- bloco de cilindros internos (motores arrefecidos a água).
De acordo com o número e arranjo dos cilindros, os blocos podem ser:
- de cilindros horizontais:
- com um cilindro;
- dois cilindros horizontais paralelos;
- dois ou quatro cilindros horizontais opostos.
- de cilindros verticais:
- de um cilindro;
- de cilindros múltiplos em linha;
- de cilindros múltiplos em “V”.
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Camisa do motor
Alguns blocos, como os de tratores, possuem um revestimento do cilindro, uma
das partes mais exigidas do motor. Estes revestimentos são constituídos por tubos
removíveis e são denominados camisas (Figura 3). É no seu interior que ocorre a
combustão, dando origem a produção de trabalho mecânico. Entre o êmbolo e a
parede da camisa deve haver uma perfeita vedação, para que a pressão desenvolvida
pelos gases da combustão possa atuar sobre o êmbolo. Essa vedação é feita pelos
anéis de segmentos. Dessa forma, a camisa, além de suportar as altas pressões e
temperaturas durante o tempo de expansão, deve ser suficientemente resistente ao
desgaste e minimizar o atrito com os anéis de segmento. Por isso são construídas de
material fundido centrifugado ou de aço-liga especial.
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Motores E Máquinas Florestais
Cabeçote
É uma espécie de tampa do motor, sendo o órgão que fecha o bloco e os
cilindros na sua parte superior (Figura 2). Na união do bloco com o cabeçote é
colocado uma junta de vedação (Figura 2), feita de amianto revestida por metal,
geralmente o cobre.
Nos motores arrefecidos a água, as câmaras de arrefecimento do cabeçote se
comunicam com as câmaras de arrefecimento do bloco. Nos motores arrefecidos a ar,
onde os cilindros são independentes e externos ao bloco, cada cilindro possui um
cabeçote e este, aletas de arrefecimento.
No cabeçote se encontra canais para o óleo lubrificante, além de possuir orifícios
com rosca onde são fixadas elementos que completam o motor, como varetas e
válvulas.
Nele ocorrem altas pressões, durante a compressão. Normalmente são
fabricados pelo mesmo material do bloco.
Cárter
É o órgão que fecha a parte inferior do bloco, protege as partes inferiores do
motor, e funciona como depósito de óleo lubrificante. Na sua fixação ao bloco há uma
junta de cortiça ou papelão especial, que evita vazamentos por motivos de
aquecimento ou dilatação.
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Motores E Máquinas Florestais
Êmbolo
Também denominado de pistão, é a primeira parte do motor a movimentar-se
devido a expansão dos gases após a combustão. Essa força de expansão dos gases é
transmitida do pistão para a biela, por intermédio de um pino de aço (pino do êmbolo),
convertendo o deslocamento retilíneo alternativo em circular contínuo (Figura 4).
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Motores E Máquinas Florestais
Anéis de segmentos
São anéis localizados no interior das ranhuras ou canaletas circulares, na
cabeça do êmbolo e, em alguns casos, na saia (Figura 4). São importantes para
vedação da câmara do cilindro, reduzir a área de contato direto entre a superfície
externa do êmbolo e a parede do cilindro, controlar o fluxo de óleo nas paredes do
cilindro e dissipar o calor do êmbolo na parede do cilindro.
São geralmente fabricados em ferro fundido, que apresenta boa elasticidade,
boa resistência ao desgaste entre as superfícies em movimento, baixo custo e boas
características contra o agarramento.
O número de anéis por êmbolo varia de acordo com o tipo de motor, podendo
haver entre dois e cinco anéis. Há ainda motores diesel que apresentam até sete anéis.
Na Figura 5 é apresentado um êmbolo com quatro canaletas e os vários tipos de anéis
que podem ser utilizados em cada uma delas.
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Motores E Máquinas Florestais
Pino do êmbolo
Tem por função ligar o êmbolo a biela, de forma articulada (Figura 4). Possui
forma oca e é fabricado em aço cimentado, características que lhe garante menor peso
e alta resistência a flexão.
Posiciona-se diametralmente no êmbolo, em orifícios com bordas reforçadas. A
montagem do pino pode ser feita a quente, completando-se a montagem com arruelas
de trava para melhor fixação. O pino pode ser fixado em sua posição de trabalho de
três maneiras distintas:
- Pino fixo: quando o pino é fixado ao êmbolo e a cabeça da biela funciona como
um mancal;
- Pino semiflutuante: é preso à biela por parafusos de fixação, e o pino flutua no
êmbolo;
- Pino flutuante: é imobilizado apenas diametralmente, e o pino flutua tanto no
êmbolo como na biela.
Biela
É o órgão que conecta o êmbolo ao eixo de manivelas (Figura 4). É um dos
responsáveis por transformar o movimento retilíneo alternado do êmbolo em
movimento circular contínuo no volante do motor. É fabricado em aço forjado e possui
três partes: cabeça (parte que se prende ao a árvore de manivelas); pé (parte que se
acopla ao êmbolo) e; corpo (parte localizada entre a cabeça e o pé e que lhe confere
comprimento).
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Motores E Máquinas Florestais
Casquilhos
Também conhecida pelo nome de bronzina, são os elementos que estabelecem
contato entre a cabeça da biela e o êmbolo, e entre o pé da biela e a árvore de
manivelas (Figura 4). Consiste de duas cápsulas semicilíndricas, ou seja, buchas
bipartidas, geralmente fabricadas em aço-cobre-estanho, liga denominada
genericamente liga antifricção.
Árvore de manivelas
Também chamado de eixo de manivelas ou eixo virabrequim, é considerado o
eixo motor propriamente dito, acionando direta e indiretamente todos os outros órgãos
envolvidos no funcionamento do motor (Figura 6). Possui tantas manivelas quantos
forem os cilindros do motor e são fabricados em aço forjado ou fundido.
A linha de eixo é formada por um conjunto de munhões, que apoiam a árvore de
manivelas nos mancais do bloco. Os moentes localizam-se na extremidade de cada
manivela, e são as partes onde se apoiam as bielas. Em uma das extremidades do eixo
virabrequim há um flange, onde se acopla o volante do motor, e na outra extremidade,
a roda denteada de acionamento do comando de válvulas. O interior do eixo de
manivelas contém dutos onde circulam o óleo lubrificante dos munhões e moentes.
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Motores E Máquinas Florestais
Volante do motor
Este órgão fica acoplado ao eixo virabrequim com a função de manter uniforme
a velocidade angular deste (Figura 6). Ele absorve energia nos tempos de explosão e a
restitui em outros tempos, além disso, pode fornecer energia extra, superior a
produzida instantaneamente nos cilindros, durante sobrecargas momentâneas.
É constituído por uma massa de ferro fundido e seu peso está diretamente
relacionado à rotação e torque do motor. Tratores possuem volantes mais pesados.
No perímetro externo do volante localiza-se uma coroa dentada, denominada
cremalheira, na qual se engrena o pinhão do motor de partida.
2.8. REFERÊNCIAS
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CAPÍTULO III
3.1. INTRODUÇÃO
Válvula de admissão - por onde é admitido o ar, nos motores do Ciclo Diesel, ou
a mistura ar + combustível, nos motores do Ciclo Otto, para o interior do cilindro. A má
vedação desse tipo de válvula provoca perda de compressão e, consequentemente,
perda de potência do motor.
Válvula de escape - pela qual saem os gases queimados, para o coletor de
escape. A má vedação nesse tipo de válvula, além de provocar a perda de
compressão, pode deixar escoar parte da chama durante a combustão, o que resulta
no efeito conhecido como “válvula queimada”.
Tanto a válvula de admissão quanto a de escape abrem-se para dentro da
câmara de combustão, sob a ação de um mecanismo de comando, e fecham-se por
meio da mola da válvula. É por intermédio da mola que a válvula conserva-se
constantemente sobre o assento, o que evita vazamentos.
O mecanismo de comando de abertura das válvulas é constituído por uma
árvore de comando de válvulas, que contém, ao longo de seu comprimento, ressaltos
ou cames (Figura 1). Quando a árvore de comando gira, os ressaltos levantam os
tuchos, que transmitem esse movimento à válvula, de modo direto ou por meio de
varetas e balancins, abrindo-a. Desse modo, é possível classificar o sistema de
comando de válvulas em dois tipos: direto e indireto.
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Motores E Máquinas Florestais
3.2.1. Funcionamento
Carburador
O carburador é responsável pela dosagem da mistura ar + combustível, em
proporções adequadas, de acordo com as condições de carga e velocidade exigidas do
motor. Seu funcionamento básico é totalmente mecânico e consiste na pulverização do
combustível líquido em proporções adequadas com o ar, que é a fonte de oxigênio para
a queima da mistura.
Os componentes básicos de um carburador são: um tubo venturi, que funciona
como difusor, e um vaporizador, que está ligado a um reservatório com o combustível.
Quando o ar é succionado pelo êmbolo, passa pelo difusor em alta velocidade e arrasta
gotículas de combustível, que é dosado por uma agulha. Já o controle da mistura
gasosa é realizado por meio de uma válvula de borboleta, que fica na saída do tubo
venturi.
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Motores E Máquinas Florestais
O carburador foi substituído pela injeção eletrônica nos motores mais modernos.
Ele ainda é usado em aplicações de baixa potência, quando as limitações de emissão
de poluentes são menos restritivas.
Injeção eletrônica
A injeção eletrônica é um sistema de alimentação de combustível e
gerenciamento eletrônico de um motor. Essa tecnologia substituiu o carburador, para
suprir, principalmente, a necessidade de redução de gases poluentes e também para
aumentar a economia de combustível. Permite a utilização de estratégias de controle
do motor mais complexas e eficazes.
As vantagens do sistema de injeção eletrônica em relação ao carburador são:
maior controle da mistura ar + combustível, maior economia de combustível, melhor
dirigibilidade, controle automático das rotações máxima e mínima e melhor controle do
nível de emissões de gases.
Esse sistema possui como principais componentes:
Central de entrada de sinais ou Engine Control Unit (ECU): onde ficam
gravadas as informações do veículo e os seus parâmetros de fábrica. A ECU é um
microprocessador cuja função é a de operar o programa de controle, onde são
consideradas as informações que chegam dos sensores e, em conjunto com
informações gravadas em sua memória, geram-se os comandos para os atuadores. Os
sinais de entrada são impulsos elétricos provenientes de sensores e interruptores que
informam as condições instantâneas de funcionamento do motor.
Sensores e interruptores: são componentes que captam informações e as
transfere para a ECU, transformando rotação, pressão, temperatura, e outros
parâmetros físicos, em sinais elétricos para que a central possa analisar e decidir qual
estratégia seguir.
Atuadores: são os componentes responsáveis pelo controle do motor. Eles
recebem os sinais elétricos da ECU e controlam as reações do motor, variando, por
exemplo, o volume de combustível que o bico injetor irá inserir na câmara de
combustão.
Algumas classificações dos sistemas de injeção eletrônica são:
Quanto à tecnologia: analógico ou digital.
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pelo ainda menor densidade da água com bolhas de vapor. O sistema de circulação
forçada é semelhante ao termossifão, diferindo no uso de uma bomba centrífuga, que
promove a circulação forçada do meio arrefecedor.
Em um motor as peças móveis deslizam umas sobre as outras, por isso estão
submetidas ao atrito e consequente aquecimento e desgaste. Esse efeito é contornado
através do sistema de lubrificação, responsável pela manutenção de uma película de
lubrificante entre essas peças em movimento.
Os sistemas de lubrificação empregados nos motores desempenham quatro
funções básicas:
Permitir que o óleo lubrificante forme uma película na interface de contato entre
as superfícies móveis, reduzindo o atrito e evitando o desgaste e corrosão do
componentes do motor;
Promover uma circulação ininterrupta do óleo nos pontos que exigem
lubrificação. Isso contribui para que a temperatura das partes móveis se mantenha
dentro de certos limites, principalmente no êmbolo, sob o qual a ação do sistema de
arrefecimento não é efetiva;
Fazer com que o óleo lubrificante atue como agente de limpeza do motor,
removendo resíduos da combustão, partículas metálicas, etc;
Auxiliar na vedação entre os anéis, o pistão e as paredes do cilindro e ainda
reduzir os ruídos produzidos pelas partes móveis.
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Motores E Máquinas Florestais
O óleo lubrificante deve ser viscoso o suficiente para que a película por ele
formada não se rompa sob a ação das temperaturas e pressões que ocorrem nos
pontos de lubrificação. Por outro lado, o óleo lubrificante deve ser adequadamente
fluído, para que escoe e alcance as superfície dos componentes do motor, mesmo a
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3.6.1. Produção
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3.6.2. Armazenamento
3.6.3. Consumo
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3.7. REFERÊNCIAS
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CAPÍTULO IV –
TRATORES AGRÍCOLAS
Stanley Schettino
Marcelo José da Silva
4.1. INTRODUÇÃO
4.2. EVOLUÇÃO
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4.3. CLASSIFICAÇÃO
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primários em vagão carroceiro ou arrasto por cabo de aço fixado à barra de tração da
máquina (guinchamento). Em geral, o sistema adaptado utiliza ao menos um dos
periféricos de potência do trator agrícola (a barra de tração, os três pontos de engate, e
as tomadas de potência mecânica e hidráulica). Uma aplicação que exemplifica a
transformação de um trator agrícola em uma máquina florestal pode ser representada
no acoplamento de uma grua florestal. Nesse caso, o equipamento pode ser montado
nos três pontos de engate, com acionamento hidráulico realizado pela tomada de
potência mecânica do trator. Para facilitar o manuseio pelo operador, os comandos
hidráulicos das válvulas geralmente são adaptados na cabine da máquina (Figura 3).
4.3.3. Chassi
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Tabela 1. Tratores com tração dianteira auxiliar versus tratores com tração
simples
Características TDA 4x2
Condições de solo Melhor desempenho em -
solos pesados e áreas
inundadas.
Distribuição de peso 55% no eixo traseiro 70% no eixo traseiro (maior
tendência de compactação)
Limite de operação em 30 a 40% de inclinação 20 a 30% (menor
declive estabilidade)
Força na barra de tração ~15% maior para a mesma -
faixa de potência motora
Velocidade das operações 6 a 10 km h-1 (trabalhos 8 a 14 km h-1 (trabalhos
pesados) leves e médios)
Preço ~30% mais caro -
Fonte: Adaptado de Silveira (2001).
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Figura 20. Trator de esteira com subsolador para utilização em área florestal.
Fonte: Damm Industria e Auto Peças (www.dammindustria.com.br).
4.4. FUNÇÕES
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Motores E Máquinas Florestais
Plantio - fase de deposição das mudas no solo, juntamente com aplicação de gel
pré hidratado e adubação de cobertura (Figura 8).
Fertilização - prática que visa suprir as demandas nutricionais das plantas, nas
diferentes fases de cultivo objetivando a maior produção e rentabilidade do negócio,
consistindo na aplicação de fertilizantes junto ao solo (Figura 9).
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(A) (B)
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(A) (B)
(C)
(D)
Figura 11 – Extração de madeira utilizando mini skidder (A), auto carregável (B)
e guincho acoplados a tratores agrícolas (C) e utilizando o trator para arraste de
árvores inteiras (D).
Fonte: (A), (B) e (C): TMO Forest (http://www.tmo.com.br); (D): os autores.
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CAPÍTULO V
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Motores E Máquinas Florestais
Correntão
O Correntão (Figura 5) é o método mais recomendado para o desmatamento de
vegetação do tipo cerrado. Neste processo, utiliza-se uma corrente de alta resistência
acoplada na barra de tração de dois tratores de grande porte dotados de rodados do
tipo esteira. O método é repetido duas vezes em cada direção, sendo o retorno das
máquinas denominado “arrepio”, responsável pela retirada das raízes restantes.
Árvores de maior porte devem ser removidas através de outras técnicas.
Geralmente os correntões são oriundos de correntes de ancoras de navios. Para
aumentar a ação de arraste do processo são adicionados lastros, fabricados de ferro
fundido, concreto ou aço, podendo ser maciços ou ocos.
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Motores E Máquinas Florestais
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Motores E Máquinas Florestais
Destocadores
Os destocadores são tratores agrícolas ? que realizam o destocamento...
destocamento consiste na remoção dos restos vegetais presos ao solo, deixados
depois de atividades de corte com motosserra ou limpeza da área com bBuldozer. O
destocamento mecânico (Figura 8) pode ser realizado com lâminas tipo rabo de pato e
destocadores rotativos, trabalhando com a força de tração do trator.
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Motores E Máquinas Florestais
Arados de aivecas
O arado de aiveca (Figura 9) é o mais antigo implemento utilizado para o
preparo do solo, na maioria das vezes destinado a tração animal, são normalmente de
ferro em formato de V com a finalidade de realizar o tombamento do solo,
proporcionando maior aeração e melhor incorporação dos resíduos de colheita.
Arados de discos
Surgiu para substituir os arados de aivecas, e é caracterizada pela grade de
discos. Diferente da aiveca, que já possui conformação que facilita a penetração no
solo, o arado de disco requer que um peso ou força seja aplicado sobre ele. São
indicados para terrenos em condições adversas, como solos secos, duros, pegajosos,
com raízes e pedras, por trabalharam em movimentos de rotação, sendo assim, ao
encontra algum obstáculo o disco rola sobre ele diminuindo o impacto sobre o
implemento. Os arados de disco (Figura 10) podem ser lisos ou recortados, fixos ou
reversíveis, podendo preparar o solo em uma profundidade de até 40cm.
82
Motores E Máquinas Florestais
Subsoladores
O subsolador (Figura 11) é um implemento agrícola provido de hastes que são
capazes de realizar a quebra das camadas compactadas do solo em uma profundidade
de até 120 cm. No setor florestal, normalmente são usados apenas na linha do plantio.
Os subsoladores modernos realizam múltiplas funções, como a adubação e marcação
das covas.
83
Motores E Máquinas Florestais
Enxadas rotativas
A enxada rotativa (Figura 12) é um implemento empregado para a capina,
mistura e nivelamento do solo. É dotada de lâminas dispostas por meio de disco ou
flanges capazes de cortar a camada superficial do solo.
Pulverizadores
São implementos utilizados no combate a plantas daninhas e pragas que
possam vim a comprometer o plantio. São compostos por um tanque (Figura 13) onde
a solução a ser aplicada é armazenada e um orifício (bico) responsável por lançar,
espalhar e controlar a dosagem do conteúdo do tanque.
84
Motores E Máquinas Florestais
Escarificador
O escarificador (Figura 14) é um implemento agrícola com grade pesada e alta
capacidade efetiva de trabalho, usado para mobilizar o solo sem revolve-lo, rompendo
as camadas compactadas do solo e atingindo profundidades maiores (MANTOVANI,
1987; BIANCHINI et al. 1999).
85
Motores E Máquinas Florestais
Distribuidor de adubo
O distribuidor de adubo (Figura 16) é um implemento agrícola utilizado na
fertirrigação. Ele é dotado por dosadores capazes de dividir quantidades adequadas de
fertilizante para o preparo do solo.
Adubador
O adubador (Figura 17) é um implemento agrícola utilizado para a adubação
convencional. Ele é dotado com mecanismos para a mobilização do solo, que garantem
a perfeita deposição do adubo nas linhas do plantio.
Roçadeira
A roçadeira (Figura 18) é um implemento agrícola utilizado para eliminar plantas
indesejáveis na altura mais próxima ao solo.
87
Motores E Máquinas Florestais
Grade aradora
A grade aradora (Figura 20) é um implemento agrícola utilizado para
descompactar e revolver o solo nas camadas mais superficiais, favorecendo o
desenvolvimento das mudas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
88
Motores E Máquinas Florestais
5.5 REFERÊNCIAS
PRIPPS, Robert N.; MORLAND, Andrew. The Big Book of Farmall Tractors.
Voyageur Press, 2004.
89
Capitulo VI
INTRODUÇÃO
Ao se dividir as máquinas em elementos distintos, conhecidos como “elementos
de máquinas” algumas outras subdivisões podem ser realizadas, neste capítulo serão
estudados os elementos de transmissão aplicados as máquinas e equipamentos.
Estes elementos são responsáveis pela transmissão e movimento ou potência
(torque ou rotação).
6.1 Correias e Polias
Para transmitir movimento e potência entre eixos, alguns elementos podem ser
utilizado, aqui trataremos somente da utilização das correias e polias, figura 1.
Funcionamento silencioso.
Elevada resistência ao desgaste.
As correias são elásticas e flexíveis, ideais para grandes distancias entre eixos.
O conjunto pode absorver sobrecargas (não é totalmente rígido).
Os conjuntos correia e polia podem ser classificados em correias planas,
correias em “V” e correias dentadas.
Correias planas
Esse tipo de transmissão ocorre através da ação do atrito que pode ser simples,
quando existe apenas uma correia, ou composto quando existe mais de uma correia
atuando paralelamente, na figura 2 é apresentado a foto de um conjunto composto de
correias planas.
Figura 22: Conjunto Correia plana de dupla ação e polia (CICLO, 2017).
91
Motores E Máquinas Florestais
Quanto maior for a distância entre os eixos maior será o ângulo de contanto, por
outro lado quanto maior for a diferença entre os tamanhos das polias menor será o
ângulo de contato.
O conjunto de correia plano e polia pode ter acionamento direto (paralelo na
mesma direção), cruzado (paralelo em direções opostas) e não paralelo, figura 3.
É importante ressaltar que para conjuntos correia e polia que operam em modo
cruzado ou não paralelo, a vida útil da correia é diminuída, principalmente sobre o
efeito de fadiga, que nesse sistema pode ter uma pequena influência térmica, porém, o
mecanismo dominante é mecânico.
Para minimizar o efeito de desgaste das correias que operam cruzadas,
transmissão com reversão podem ser realizadas com auxílio de duas polias extras
como mostra a figura 4.
92
Motores E Máquinas Florestais
Outro fator que interfere na vida útil das correias é a superfície da polia, que
pode ser plana ou abaulada, no primeiro caso a vida útil é maior, no segundo a correia
é melhor guiada.
Quando a superfície de contato se torna muito pequena seja devido a grandes
relações, ou a distâncias encurtadas entre as polias, tensores e esticadores deverão
ser utilizado, para minimizar o deslizamento das correias, na figura 4 é mostrado como
funciona esses mecanismos para uma correia dentada.
Correias em V
As correias em v não possuem emenda, devido ao seu formato permitem uma
maior área superficial se comparada com as correias planas, o que faz com que o
sistema opere utilizando uma menor tensão entre as polias, (podendo desta forma
aumentar a vida útil dos rolamentos do eixo).
Devido a maior área superficial de contato, as distancias entre as polias pode ser
diminuída, e as relações podem ser aumentada, outro fator a ser relacionado é o menor
ruído, se comparado com as correias planas, principalmente pela ausência de
emendas. Na figura 6 está sendo mostrado um conjunto correia e polias em V.
93
Motores E Máquinas Florestais
Na transmissão por correia dentada no lugar de uma polia lisa é utilizado uma
polia dentada, esse sistema tem grande diferencia dos até aqui apresentados pois não
permitir deslizamento da correia. Isso faz com que a transmissão seja precisa, é muito
utilizado em sistemas onde perdas na cadencia influenciam o funcionamento. Na figura
8 está sendo apresentado uma transmissão com correia dentada.
94
Motores E Máquinas Florestais
Nas transmissões por corrente o conjunto corrente e cora devem estar paralelos,
diferente das transmissões por correia as correntes suportam somente pequenos
desalinhamentos. Porém é importante ressaltar que qualquer desalinhamento neste
tipo de transmissão diminuem a vida útil do conjunto.
6.2 Engrenagens
6.2.1 Dimensionamento de Transmissões
95
Motores E Máquinas Florestais
96
Motores E Máquinas Florestais
É importante salientar que por mais eficaz que seja o conjunto de transmissão
sua eficiência nunca alcançará 100%, desta forma sempre existirá uma perda de
potência útil entre as engrenagens/polias. Grande parte da perda potência é devido ao
atrito entre as engrenagens/polias e os mancais, no próximo item deste capítulo esses
elementos serão estudados.
Mancais de deslizamento
97
Motores E Máquinas Florestais
Mancais de rolamento
Nos mancais de rolamento um elemento girante é responsável pela diminuição
do atrito entre as partes (moveis e girante), neste caso não existe atrito de
deslizamento, somente o atrito de rolamento.
O atrito de rolamento é menor que o atrito de deslizamento, desta forma os
mancais de rolamento possuem uma maior eficiência se comparados com os mancais
de deslizamento.
O elemento girante destes mancais pode ser de diversas formas como, esferas,
roletes (cilindros e cônicos) e agulhas. Cada tipo de elementos desempenha uma
função específica. A aplicação do mancal determinará o elemento escolhido.
Diferente dos mancais de deslizamento a carcaça, o elemento girante e o canal
interno do mancal são em geral constituídos de materiais de alta dureza (aço ligado),
para minimizar o desgaste provocado pelo movimento relativo entre as suas partes. O
porta esfera, ou separador, pode ser construído com material de menor dureza (ligas
de aço de baixo carbono e até mesmo polímeros), pois não desempenha função
estrutural. Na figura 12 está sendo mostrado um mancal de rolamento.
98
Motores E Máquinas Florestais
99
Motores E Máquinas Florestais
6.4 Bibliografia
Franceschi, A., Antonello, M.G., Elementos de Máquinas, Colégio Técnico
Industrial de Santa Maria (CTISA), 2014.
Pauli, E.A., Uliana, F.S., Noções Básicas de Elementos de Máquinas - Mecânica
© SENAI - ES, Trabalho realizado em parceria SENAI / CST (Companhia Siderúrgica
de Tubarão), 1996.
CICLO- disponível em: http://www.ciclosoft.com/ptb/, acessado em 15/12/2017.
FILHO, R. H. O., Mancais de rolamento, UFG-PGEM, 2014.
100
CAPÍTULO VII
7.1. INTRODUÇÃO
7.2. EMBREAGEM
102
Motores E Máquinas Florestais
103
Motores E Máquinas Florestais
(a) (b)
FIGURA 2. Partes constituintes da embreagem de um disco. (a) Componentes
da embreagem de molas helicoidais: 1-volante, 2-disco de embreagem, 3-molas
amortecedoras, 4- presilhas da mola, 5- platô, 6-molas helicoidais, 7- patilha, 8-
batente, 9- pino de fixação do eixo, 10- eixo da patilha, 11-tampa do platô, 12-anel de
encosto, 13-disco de carbono, garfo da embreagem. (b) Componentes da embreagem
de mola-diafragma: 1-volante, 2-disco de embreagem, 3- platô, 4-aneis de apoio, 5-
mola diafragma, 6-tampa do platô, 7-rolamento da embreagem, 8-garfo. (Fonte:
MARTINS et al., 1988).
104
Motores E Máquinas Florestais
105
Motores E Máquinas Florestais
106
Motores E Máquinas Florestais
Sistema de caixa de câmbio infinita: sistema utilizado nos tratores John Deere.
Neste sistema não há posições definidas para as marchas e a velocidade varia
infinitamente de acordo com as relações entre as engrenagens.
Sistema de transmissão constantemente variável Dyna-VT: utilizados nos
tratores Massey Ferguson. Neste sistema também não há necessidade de troca de
marchas, utiliza-se o gerenciamento eletrônico, programando a rotação e velocidade do
motor necessária a condição de trabalho. As vantagens são maior produtividade e
melhor desempenho do motor.
Será descrito a seguir a constituição básica de uma caixa de mudança de
marchas convencional com o propósito de esclarecer o princípio de funcionamento da
mesma.
107
Motores E Máquinas Florestais
108
Motores E Máquinas Florestais
trabalho determinam a melhor marcha a ser utilizada para dada rotação do motor. A
maioria das operações agrícolas são realizadas entre 4 e 10 km/h.
A seleção adequada da velocidade é muito importante na otimização do trabalho
do trator, pois influencia em diversos aspectos, como: o gasto de combustível, a
durabilidade dos pneus, a durabilidade do sistema de transmissão, o rendimento
operacional, a qualidade do preparo do solo e do plantio, etc.
As diferentes velocidades são obtidas pela combinação de alavancas do câmbio,
geralmente de duas a três alavancas, dependendo do modelo do trator. Existem
alavancas para seleção do grupo de marchas e para seleção da marcha.
O grupo de marchas tem como função permitir a seleção do torque que será
transmitido. Existem tratores que possuem grupos de marchas Normal / Reduzida,
outros permitem a seleção de quatro faixas de trabalho, A / B / C / D, outros ainda,
além da Normal / Reduzida possuem uma terceira alavanca que permite selecionar
entre os grupos A / B. O sistema de transmissão pode variar de acordo com o
fabricante. Para cada grupo selecionado permite-se as trocas de marcha, tantas quanto
equiparem o trator, como por exemplo, 1ª / 2ª / 3ª / Ré. A fim de facilitar a escolha da
velocidade, existe no trator um gráfico de escalonamento de marchas, visível ao
operador.
O Quadro 1 apresenta o escalonamento de marchas de um trator com 8
marchas a frente e 2 a ré, sendo: 4 marchas a frente reduzidas, 4 marchas a frente
normais, 1 marcha a ré reduzida e 1 marcha a ré normal. Observa-se que duas
marchas podem desenvolver velocidades semelhantes variando apenas a rotação do
motor, o que é muito importante na otimização do rendimento operacional do trator.
109
Motores E Máquinas Florestais
110
Motores E Máquinas Florestais
(a) (b)
Figura 5. (a) Partes constituintes da transmissão final. (b) Mecanismo do
diferencial (as setas indicam o sentido do movimento das engrenagens para um trator
realizando uma curva). (Fonte: SÜSSMANN et al., 1975, citado por MIALHE, 1980).
7.4.2. Diferencial
Este mecanismo é responsável por compensar a diferença de rotação das rodas
motrizes (FIGURA 4b). Além disso, soma rotações e divide o torque aplicado nas semi-
árvores motoras.
É constituído por:
Carcaça do diferencial – caixa cilíndrica fixa na coroa, contendo no seu interior
as engrenagens satélites e planetárias;
Engrenagens satélite – são engrenagens do tipo pinhão e tem seu eixo de giro
acoplado à carcaça do diferencial;
111
Motores E Máquinas Florestais
112
Motores E Máquinas Florestais
A redução final tem como função diminuir a rotação das rodas, aumentar o
torque, amortecer os impactos sofridos pelas rodas, evitando danos ao diferencial e a
caixa de câmbio. Consiste de um conjunto de engrenagens situado na extremidade das
semi-árvores motoras, nos eixos traseiros, ou também nos eixos dianteiros, quando há
tração dianteira auxiliar. O acionamento da tração dianteira auxiliar pode ser realizado
mecanicamente ou eletronicamente, dependo do modelo do trator.
Os tipos mais comuns de redução final em tratores são:
Engrenagens cilíndricas, dentes paralelos – a transmissão final é composta de
uma engrenagem menor, montada na extremidade da semi-árvore motora, que
movimenta uma engrenagem de diâmetro maior, de dentes retos, montada no eixo de
cada roda;
Engrenagens epicicloidais – é formada por duas ou mais engrenagens
planetárias, um portador de uma engrenagem solar e uma engrenagem externa fina,
ligada às pontas de eixo, onde a roda é fixada. Este tipo de redução final fornece maior
proteção ao diferencial, se comprada ao tipo de engrenagens cilíndricas.
Tm N m Et Tr N r CONSTANTE (1)
Sabe-se que o produto do torque pela rotação fornece a potência. Nos tratores
agrícolas a potência nos principais locais de utilização da mesma pode ser determinada
de acordo com as seguintes equações:
Potência no motor
113
Motores E Máquinas Florestais
2
Pm Tm N m (2)
60 75
onde: PTDP = potência na TDP do trator, (cv); T TDP = torque na TDP do trator,
(m.kgf); NTDP = rotação na TDP do trator, (rpm).
onde: Pbt = potência na barra de tração, (cv); Fbt = força na barra de tração, (kgf);
V = velocidade de deslocamento, (km.h-1).
P
E r BT (5)
Pt
114
Motores E Máquinas Florestais
P
r BT (6)
Pm
7.6. REFERÊNCIAS
115
CAPITULO VIII
COMBUSTIVEIS E COMBUSTÃO
8.1 INTRODUÇÃO
8.1 COMBUSTÍVEIS
De acordo com o dicionário Michaelis (2018), combustível é qualquer substância
que incendeia, que tem a propriedade de se destruir pela combustão.
São substancias cuja reação de oxidação é exotérmica. São formados por
átomos de carbono e de hidrogênio, podendo ser de origem vegetal (como o etanol),
mineral (petróleo e derivados) e bioquímica como o gás metano.
Nos veículos e motores estacionários de combustão interna, os combustíveis
mais comuns são o óleo diesel, a gasolina, o etanol e o gás veicular.
ÓLEO DIESEL
Motores E Máquinas Florestais
117
Motores E Máquinas Florestais
GASOLINA
A gasolina é um combustível fóssil, originado do petróleo, utilizado em motores
de combustão interna (MCI), com ignição por centelha (Ciclo Otto). Segundo
Magnanelli (2012), a gasolina contém frações líquidas leves de petróleo, cuja
composição de hidrocarbonetos varia de C5 a C12, com ponto de ebulição de 30 a 260
oC. A Agência Nacional do Petróleo (ANP), por meio da Portaria 309 de 27/12/2001,
regulamenta no Brasil a composição da gasolina. Esta deve conter entre 20 e 27% de
etanol anidro, 0,01g/kg de enxofre, até 1% de benzeno, até 0,005 g/L de chumbo, até
45% de hidrocarbonetos aromáticos e até 30% de olefínicos.
Gasolinas comercializadas no Brasil
Nos postos de combustíveis do país são comercializadas principalmente a
gasolina comum, gasolina aditivada e gasolina premium. Segue abaixo as
características de cada uma, segundo Oliveira (2016).
Gasolina comum
Atualmente é o principal combustível utilizado em veículos de passeio no Brasil. Tem
percentual obrigatório de 27% de etanol anidro em sua composição. Sua octanagem
mínima é de 87 IAD (índice antidetonante) e seu teor máximo de enxofre é de 50 ppm
(partes por milhão). Conforme disposto no artigo 14 da Resolução ANP nº 40/2013, a partir
de 1º de julho de 2017 a gasolina comum passou a conter detergentes dispersantes.
Gasolina aditivada
A gasolina aditivada é uma gasolina comum com detergentes dispersantes que
promovem a limpeza e aditivos que ajudam a melhorar a lubrificação dos componentes e o
desempenho do motor. Pode ser usada sempre ou periodicamente. Normalmente a
queima da gasolina gera depósitos de resíduos. Assim, é interessante utilizar gasolina
aditivada a cada três ou quatro tanques abastecidos. A gasolina aditivada promove uma
limpeza no motor que acaba gerando economia de combustível, deixando o veículo menos
poluente. Por receber corantes para diferenciação visual, a gasolina aditivada geralmente
apresenta coloração esverdeada.
Gasolina premium
É um combustível de alta octanagem, mínimo de 91 IAD, indicado para veículos
potentes e com alta taxa de compressão, como esportivos de luxo. Sua principal vantagem
118
Motores E Máquinas Florestais
119
Motores E Máquinas Florestais
8.3 REFERENCIAS
BAPTISTINI, G.C.F.; PAIVA, M.; BAPTESTINI, J.C.M. Emissão de gases pela
combustão dos motores. In: Emissão de gases e sequestro de carbono em sistemas
florestais. Alegre, ES, CCAUFES, 2016. P. 27-41.
MAGNANELLI, N.P. Vigilância sanitária em Postos de Combustíveis:
Composição da Gasolina. Secretaria de Saúde – Governo do Estado de São Paulo.
São José dos Campos, 2012. 15p.
MUNDO EDUCAÇÃO – Oleo Diesel. Disponível em:
http://www.mundoeducacao.bol.uol.com.br Acessado em: 09/01/2018.
OLIVEIRA, F. Conheça os diferentes tipos de combustíveis que existem nos
postos. Revista Auto Esporte. Editora Globo, Rio de Janeiro. 2016. Disponivel em:
www.revistaautoesporte.globo.com/servico/noticia/2016/09/conheca-os-diferentes-tipos-de-combustiveis-
que-existem-nos-postos.html . Acessado em 10/01/2018.
PETROBRÁS Gás Natural Veicular. Disponível em: http://www.br.com.br/pc/produtos-
e-servicos/para-seu-veiculo/gas-natural-veicular . Acessado em 10/01/2018.
TEBALDI. A.L.C.; FIEDLER, N.C.; SANTANNA, C.M.; MINETTE, L.J. Controle
de incendios florestais: contribuições para o corredor central da Mata Atlântica. IEMA:
Cariacica, 2012. 155 p.
120
Motores E Máquinas Florestais
121
Capitulo IX
LUBRIFICANTES E LUBRIFICAÇÃO
9.1 INTRODUÇÃO
Dados históricos indicam que desde a Idade Antiga, o homem já utilizava
processos de diminuição de atrito, sem conhecer os princípios que regem a conhecida
lubrificação. Os registros mais antigos demostrando preocupação com o atrito datam
de 3500 a.C., na antiga Babilônia, onde a abertura de tumbas mostrou o uso de óleo
lubrificante animal nos mancais das rodas.
O estudo do atrito inclui, em nosso vernáculo, a palavra tribologia, que é
derivada do grego τρίβω (tribo – esfregar, atritar) e λόγος (logos – estudo). Durante a
década de 60 surgem publicações, na Inglaterra, constatando um aumento nas falhas
em plantas de fábricas e máquinas. Descobriu-se que essas falhas eram ocasionadas,
principalmente, por desgaste nos seus componentes. E isso tornava a produção mais
onerosa. A partir desta nova realidade e necessidade, foi instituído um grupo de
trabalho objetivando-se investigar e propor soluções para trabalhos em lubrificação e,
também, nortear as diversas pesquisas desenvolvidas naquele país que buscavam
atender às necessidades da indústria.
O atrito consiste em uma força contrária ao sentido do deslocamento, sendo
maior no momento do início do movimento do que durante o movimento. Manifesta-se
em função da natureza e estado das superfícies de contato, carga aplicada, velocidade
de trabalho e temperatura. Da mesma maneira que existem diferentes tipos de atrito,
existem diferentes tipos de lubrificantes (óleo lubrificante, graxa). Sendo sua região de
trabalho geralmente escondida entre engrenagens de um equipamento, a lubrificação
desenvolve uma importante função em qualquer máquina: a redução do atrito.
Os diferentes tipos de atrito são encontrados em qualquer tipo de movimento
entre sólidos, líquidos ou gases. Com a lubrificação evitam-se os contatos entre os
pontos de atrito das superfícies sólidas, produzindo-se o atrito fluido. Nessas
Motores E Máquinas Florestais
Teorias da lubrificação
Quando existe um movimento relativo entre duas superfícies próximas entre si
pode existir um atrito. O mecanismo deste atrito assume características distintas em
função da rugosidade das superfícies e da distância entre elas. Para definir o tipo de
regime de lubrificação usa-se a razão entre a distância entre as superfícies de
deslizamento e a rugosidade combinada das superfícies de deslizamento.
Lubrificação hidrodinâmica
A lubrificação hidrodinâmica é considerada uma das áreas mais importantes
teorias. Ocorre quando duas superfícies em movimento relativo são separadas pelo
lubrificante, que se comporta como uma película entre as superfícies. O regime de
lubrificação hidrodinâmica acontece quando a espessura do filme de fluido lubrificante
123
Motores E Máquinas Florestais
entre as superfícies deslizantes é maior que três vezes a rugosidade combinada das
duas superfícies. O mecanismo que existe neste tipo de lubrificação é devido ao filme
de fluido que as separa - este é o aspecto fundamental da lubrificação hidrodinâmica.
Os fundamentos teóricos e experimentais foram firmemente estabelecidos num curto
período de tempo, entre 1883-1886. Todavia, foi o físico britânico Osborne Reynolds
(1842 - 1912) que traduziu os resultados experimentais em linguagem matemática,
desenvolvendo uma equação de derivadas parciais (também chamada de equação de
Reynolds em sua homenagem). A equação de Reynolds tem sido a base para a grande
maioria dos desenvolvimentos nesta área, gerando um grande número de pesquisas
até os dias de hoje.
Lubrificação molecular
Neste caso, o lubrificante comporta-se como esferas entre as superfícies. A
lubrificação de rolamentos de esferas de instrumentos é exclusiva no campo geral de
rolamentos de elementos rolantes. Em uma escala suficientemente grande, superfícies
feitas até mesmo de aço com finíssimo acabamento são vistas como um padrão de
"picos" e "vales". Quando duas superfícies não lubrificadas, digamos uma esfera e uma
pista de rolamento, são pressionadas uma contra a outra, ocorre contato entre os
"picos" ou asperezas. A maioria das aplicações de rolamentos de esferas de
instrumentos introduz um fluido lubrificante nos contatos, com o objetivo ideal de atingir
completa separação entre as asperezas das superfícies.
Lubrificação dielétrica
O lubrificante comporta-se fazendo a repulsão entre as superfícies. Geralmente
é um material isolante, concebido para vedar a umidade e, portanto, evitar a corrosão
em conectores elétricos. Esta propriedade não condutora torna o material um
lubrificante ideal e vedante para as porções de borracha de conectores elétricos.
Embora a indicação de massa lubrificante dielétrica seja para que possa ser utilizada
apenas sobre as partes não-metálicas, o material tem demonstrado ser eficaz na
prevenção da corrosão quando aplicado diretamente aos conectores de metal também.
Lubrificantes dielétricos são frequentemente utilizados para lubrificar velas e
outras peças relacionadas aos motores, tais como rotores, tampas de distribuidor e
cabos de velocímetro. Também é empregada em muitas outras situações em que as
conexões elétricas podem ser expostas a umidade e sujeira, incluindo luzes ao ar livre,
124
Motores E Máquinas Florestais
125
Motores E Máquinas Florestais
9.3 LUBRIFICANTES
Para que seja usada corretamente, há alguns requisitos para uma boa
lubrificação:
Projetar bem a peça;
Escolher o lubrificante adequado;
Escolher o método correto de aplicação do lubrificante.
Além disso, existem algumas características básicas desejáveis dos lubrificantes
e que são listadas a seguir:
Habilidade em reduzir o atrito;
Viscosidade;
Fluidez;
Durabilidade;
Densidade;
126
Motores E Máquinas Florestais
Conceitos básicos
Viscosidade: capacidade do óleo se aderir;
Índice de viscosidade: relação entre a variação da viscosidade com a variação
da temperatura. Quanto maior o índice de viscosidade de um lubrificante, menor
variação da viscosidade com a temperatura;
Fluidez: capacidade que o óleo tem de escoar;
Ponto de fluidez: temperatura na qual o lubrificante deixa de fluir (se solidifica);
Consistência: capacidade de o lubrificante resistir a penetração.
Ponto de fulgor: temperatura na qual o lubrificante, quando aquecido em
aparelho adequado começa a ferver. Nesta temperatura se desprendem os primeiros
vapores que inflamam em contato com uma chama;
Ponto de gota: é a temperatura na qual a graxa passa do estado sólido ou
semi-sólido (pastoso) para o estado líquido;
Aditivos: substâncias químicas adicionadas aos óleos lubrificantes com o intuito
de aumentar o rendimento da máquina e aumentar a vida útil do óleo.
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Motores E Máquinas Florestais
Óleos de verão
Recomendado para regiões de temperaturas mais elevadas;
São testados a +/- 100º C;
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Tipos de graxa
Os tipos de graxa são classificados com base no sabão utilizado em sua
fabricação.
Graxa à base de alumínio: macia; quase sempre filamentosa; resistente à água;
boa estabilidade estrutural quando em uso; pode trabalhar em temperaturas de até
71°C. É utilizada em mancais de rolamento de baixa velocidade e em chassis.
Graxa à base de cálcio: vaselinada; resistente à água; boa estabilidade
estrutural quando em uso; deixa-se aplicar facilmente com pistola; pode trabalhar em
temperaturas de até 77°C. É aplicada em chassis e em bombas d’água.
Graxa à base de sódio: geralmente fibrosa; em geral não resiste à água; boa
estabilidade estrutural quando em uso. Pode trabalhar em ambientes com temperatura
de até 150°C. É aplicada em mancais de rolamento, mancais de rodas, juntas
universais etc.
131
Motores E Máquinas Florestais
132
Motores E Máquinas Florestais
133
Motores E Máquinas Florestais
9.10 BIBLIOGRAFIA
IPIRANGA S.A. Apostila de lubrificação básica da Ipiranga. Disponível em:
<http://www.lacarolamentos.com.br/catalogos/_SAIBA_MAIS/lubrificantes/lubri_b
asica.pdf>. Acesso em 2 AGO 2016.
135
Motores E Máquinas Florestais
<http://www.if.ufrj.br/~pef/producao_academica/dissertacoes/2012_Jose_Fernando_So
usa/dissertacao_Jose_Fernando_Sousa.pdf>. Acesso em 30 JUL 2016.
TIMKEN. Lubrificação de rolamentos de esferas de instrumentos. Disponível
em: <http://www.timken.com/pt-
br/products/lubrication/technical/Pages/InstrumentBallBearings.aspx>. Acesso em 30 JUL
2016.
136
Motores E Máquinas Florestais
CAPÍTULO X
RODADOS
Eduardo Henrique Freitas Vieira
Daniel Pena Pereira
1 Introdução
O rodado de uma máquina é a designação genérica que se dá ao
conjunto de órgãos que asseguram à mesma as características de movimento,
fornecendo tração útil para as mais variadas operações agrícolas. O tipo de
rodado é uma forma de classificar os tratores e confere à máquina importantes
características com relação à tração, estabilidade e rendimento operacional.
Para movimentação dos veículos o princípio utilizado nos rodados baseia-se na
transformação da rotação e do torque do motor em movimento de translação
do veículo, através do contato desse sistema com o solo.
As principais funções do rodado são: a) apoio; b) assegurar equilíbrio
estável e vão livre compatível com as condições de trabalho agrícola; c)
possibilitar direcionamento; d) desenvolver esforço de tração; e) auto-
locomoção.
137
Motores E Máquinas Florestais
produto se encarece e a falta de peso pode até prejudicar sua função, já que,
por não apoiar toda a banda de rolamento, a patinagem aumenta. Tudo isto é
necessário para tomar cuidado na seleção da roda para uma determinada
aplicação e procurar utilizá-la, em cada momento, nas condições que
proporcionam diferentes usos e duração. Os tratores agrícolas podem
apresentar três tipos básicos de construção dos rodados, ou seja: rodados
pneumáticos, rodados de esteiras e rodados de semi-esteiras.
Rodados de pneus
A roda com pneu é a invenção do pneu que converte a roda em algo
mais adequado para a propulsão de qualquer veículo, inclusive sobre o terreno
natural. Como acontecimentos históricos que marcam a progressão da roda
com pneu se encontram a patente do primeiro pneu por Thomson, em 1845; o
descobrimento da vulcanização da borracha, por Goodyear em 1848; e, na
mesma época, o processo de emborrachamento do tecido para torná-lo
impermeável à água e ao ar. Já em 1889, a Dunlop fabrica o primeiro pneu
real, e, um pouco mais tarde, a Michelin inventa o primeiro pneu desmontável
generalizando-se, então, o emprego da câmara de ar.
Os pneus são essenciais para o funcionamento de tratores e máquinas
agrícolas, e pode-se dizer que sua evolução foi considerável, especialmente
nos últimos tempos, embora isto passe bastante despercebido para muitos
usuários. Os primeiros tratores agrícolas utilizaram a roda metálica com garras
como elemento de locomoção: a impossibilidade para circular nas estradas, o
dano sobre os caminhos e seu afundamento em solo macio, fizeram com que
fosse necessário buscar outros materiais para a roda do trator. As primeiras
proteções de borracha maciça sobre as rodas metálicas foram substituídas, em
1930, ao trator agrícola com rodas com pneus.
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1. Revestimento
Interno
2. Carcaça
3. Zona Baixa
4. Aro do Talão
5. Flanco Externo
6. Lonas de topo
7. Lona Zero
Graus
8. Banda de
Rodagem
141
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Tipo de Serviço
A ALAPA (Associação Latino Americana de Pneus e Aros), a ETRTO
(European Tyre and Rim Technical Organization) e a TRA (Tire and Rim
Association) são grupos técnicos que estabelecem padrões para os fabricantes
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Outras marcações
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149
Tabela 5. Índice de carga no limite máximo de velocidade para pneus agrícolas e
florestais
Rodados de Esteira
A esteira é o componente que permite o deslocamento do trator, a qual é
composta por um tipo de corrente formada por pinos, buchas e elos (“links”), nos quais
são fixadas as sapatas dotadas de garras. Essas garras constituem uma superfície de
apoio, na qual a esteira pode se firmar na superfície para impulsionar e direcionar o
trator por meio de suas rodas motrizes e guias.
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Rodados de semi-esteira
Os tratores com rodado misto são classificados como tratores de semi-esteiras.
São tratores de quatro rodas, porém modificadas, de forma a admitirem o emprego de
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Motores E Máquinas Florestais
Para proporcionar maior vida útil dos rodados devemos obedecer algumas
recomendações, tais como:
Utilizar e manter a pressão de insuflagem recomendada;
Utilizar ferramentas adequadas;
Não exceder a capacidade de carga do pneu (excesso de lastros);
Não trafegar a mais do que a velocidade permitida;
Preferir lastros metálicos nas rodas ao invés do lastro líquido.
Desligar, sempre que possível, a tração dianteira em operações de transporte
em estradas.
Pressão de insuflagem
A pressão interna deve ser ajustada em função das variações da carga aplicada
sobre o pneu (considerando-se o peso do próprio veículo, a distribuição de peso entre
os eixos, a adição de lastros sólidos e/ou líquidos, o suporte de máquinas e
acessórios).
Quanto maior for a carga que um rodado deva suportar, maior deverá ser a
pressão de insuflagem. A pressão de insuflagem incorreta é o fator que mais contribui
para o desenvolvimento de avarias e desgaste prematuro dos pneus agrícolas. A
mínima pressão que pode ser utilizada para uma determinada carga, leva em conta
que a flexão da carcaça deve se limitar a 18 a 20% da altura de seção do pneu.
Manutenção do sistema de rodados
A manutenção dos rodados consiste na calibragem da pressão dos pneus e no
reaperto dos parafusos de fixação. Para efetuar esta manutenção, consulte o manual
do operador. Faça a calibragem da pressão dos pneus, a calibragem da pressão dos
pneus influencia em sua durabilidade e na aderência ao solo.
A calibragem da pressão dos pneus depende da:
• Marca do pneu
• Dimensão e especificação
• Terreno
• Operação
• Carga
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Motores E Máquinas Florestais
Literatura consultada
Marquez, L. Especial: Pneus agrícolas. Revista Agri World, Suplemento pneus
- Agriworld edição 2, 28p. 2014. Disponível:
<https://issuu.com/revistaagriworld/docs/suplemento_pneus_-_revista_agriworl>.
Acesso em 18 jan 2018.
Senar - Serviço Nacional de Aprendizagem Rural. Tratores Agrícolas:
manutenção de tratores agrícolas -- 2. ed. Brasília: SENAR, 2010. 188 p.: il. ; 21 cm --
(Coleção SENAR; 130).
Silva, R. P. Apostila de Mecanização Agrícola: aula 4 - pneus. Unesp:
Jaboticabal, 5p. 2006. Disponível:
<http://www.fcav.unesp.br/Home/departamentos/engenhariarural/CARLOSEDUARDOA
NGELIFURLANI/4_aula-pneus_2006.pdf>. Acesso: 18 jan 2018.
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Motores E Máquinas Florestais
156
CAPÍTULO XI
11.1. Introdução
A mecanização das operações de colheita da madeira no Brasil modernizou-se a
partir da década de 1990, com a abertura do mercado nacional à importação de
máquinas de elevada tecnologia e produtividade. O avanço da mecanização trouxe
vários benefícios às empresas florestais brasileiras, principalmente em relação à
redução da dependência de mão de obra, melhorias nas condições de segurança e
saúde do trabalhador, fornecimento regular e em quantidade crescente de madeira,
aumento de produtividade e redução dos custos operacionais e de produção.
Apesar do processo contínuo de evolução tecnológica ocorrido na área florestal,
deve-se ressaltar os elevados custos de produção relacionados às operações de
colheita da madeira, representando de 50 a 70% dos custos finais do produto posto na
indústria, além do elevado números de fatores internos e externos que influenciam na
forma de execução das operações florestais.
E dentre os fatores gerais relevantes que devem ser considerados pelos
gestores florestais e que são fundamentais para o sucesso do empreendimento
florestal, principalmente nas empresas que utilizam máquinas e equipamentos de
elevada tecnologia, cita-se: capacitação, planejamento e manutenção.
Em relação ao aspecto da manutenção, com os atuais avanços tecnológicos
ocorridos nas etapas da colheita de madeira, que utiliza-se de máquinas cada vez mais
complexas, automatizadas, produtivas e de elevados custos, torna-se muito importante
a implantação de um eficiente programa de manutenção mecânica, com infraestrutura
adequada e mecânicos capacitados. Com isso, será possível um atendimento imediato,
evitando que as máquinas permaneçam paradas por longos períodos de tempo,
obtendo-se, consequentemente, ganhos na disponibilidade mecânica, maior
produtividade e redução dos custos.
Motores E Máquinas Florestais
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Motores E Máquinas Florestais
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Motores E Máquinas Florestais
Quarta Geração: Teve início a partir do ano de 2000, tendo como foco a gestão
dos ativos e a manutenção pró-ativa, sendo a manutenção fundamentada no
planejamento estratégico, ou seja, antes do projeto ser revisado. Nesta geração, existe
um programa de manutenção informando os períodos das intervenções, como
reapertos, inspeções e lavagens, a fim de substituir as manutenções reativas. A partir
desta geração, a Engenharia de Manutenção assume um papel fundamental no
processo, de modo a otimizar os recursos disponíveis, alinhando aos objetivos
estratégicos corporativos com as atividades de campo.
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Motores E Máquinas Florestais
TP - TM
DM 100 DM
TD
100
TP TP
Em que: DM = grau de disponibilidade mecânica (%), TP = tempo programado
para o trabalho (horas), TM = tempo de manutenção (horas), e TD = tempo disponível
para o trabalho (horas).
Tempo Médio Entre Falhas (Mean Time Between Failures - MTBF): Definido
como a relação entre o número total de horas que um determinado ativo está
disponível para o trabalho e o número de manutenções corretivas realizadas no
período, sendo obtido pela seguinte expressão:
161
Motores E Máquinas Florestais
Em que: MTBF = Tempo médio entre falhas (horas); HTD = Horas de trabalho
disponíveis; e MC = número de manutenções corretivas realizadas.
Tempo Médio Para Reparos (Mean Time To Repair - MTTR): Definido como a
relação entre as horas destinadas para as manutenções corretivas de determinado
componente, ou seja, os tempos improdutivos de operação e o número de
manutenções corretivas realizadas, obtido pela expressão:
Tempo Médio Para Falha (TMPF): Refere-se a certos componentes que não
sofrem reparos, ou seja, após a falha são descartados, sendo substituídos por novos,
possuindo um MTTR igual a zero. Deste modo, índice de TMPF engloba principalmente
estes componentes, sendo obtidos pela seguinte expressão:
Em que: TMPF = Tempo médio para falhas (horas); HTD = Horas de trabalho
disponíveis; e NF = número de falhas detectadas em componentes não reparáveis.
162
Motores E Máquinas Florestais
Manutenção reativa:
Consiste na intervenção necessária para evitar graves consequências aos
instrumentos de produção, à segurança do trabalhador e ao meio ambiente. Trata-se
de uma intervenção aleatória, sendo mais conhecida nas fábricas como “apagar
incêndios”. A manutenção reativa acaba gerando inúmeras paralisações no processo
produtivo, tornando-se bastante onerosa do ponto de vista econômico. Em empresas
líderes de mercado, tal manutenção não é a mais adequada, pois não possibilita
segurança para o cumprimento das metas e prazos.
Manutenção corretiva:
Trata-se de todo trabalho de manutenção realizada em uma máquina,
equipamento, sistema operacional, unidade ou item para correção das falhas
funcionais, eventualmente chamadas de panes, podendo ou não ser planejadas. Com a
modernização do processo produtivo, não é mais aceitável que o equipamento ou
sistema pare de maneira não prevista. Desta forma, o uso deste método de
manutenção seja planejada ou não, deve ser minuciosamente estudado, passando por
163
Motores E Máquinas Florestais
uma análise econômica criteriosa, justificando somente quando o custo do reparo for
menor em relação à prevenção da ocorrência da falha.
Manutenção preventiva:
A manutenção preventiva refere-se ao serviço realizado no item que não estejam
em falha, sendo realizado antes de sua ocorrência. É definida como um conjunto de
ações a ser efetuada com o propósito de reduzir a probabilidade de falha de um
equipamento, podendo ser considerada uma intervenção prevista, preparada e
programada. Para que este método de manutenção seja maximizado é fundamental a
determinação dos intervalos ótimos de intervenção, visando à maximização do MTBF
bem como do tempo de operação dos ativos.
Manutenção preditiva:
A manutenção preditiva objetiva determinar o período exato para a realização da
intervenção mantenedora, sendo realizada de acordo com as informações recebidas
durante o monitoramento de parâmetros indicativos de falhas da máquina ou
equipamento, como por exemplo, análises de óleos ou componentes.
Manutenção detectiva:
Este tipo de manutenção busca detectar falhas ocultas ou não perceptíveis ao
pessoal de operação e manutenção, visando maior confiabilidade dentro das
operações.
Manutenção proativa:
A manutenção proativa constitui-se de uma nova filosofia, onde a manutenção
corretiva não planejada é deixada de lado. Ao contrário da manutenção corretiva
planejada, preventiva e preditiva, a proativa busca inferir diretamente nas causas da
falha-raiz, baseando-se não apenas em sintomas. O objeto é estender a vida útil da
máquina, otimizando o tempo de operação dos ativos, garantindo a disponibilidade dos
equipamentos e instalações com confiabilidade, segurança e custos adequados.
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Motores E Máquinas Florestais
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Motores E Máquinas Florestais
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Motores E Máquinas Florestais
Oficina Central:
Trata-se da oficina localizada normalmente na sede da empresa ou fazenda,
destinada à realização de serviços especializados, como revisões periódicas das
máquinas e troca de componentes complexos (Figura 3). Também pode possuir
almoxarifado, onde são estocadas as principais peças das máquinas, equipamentos e
veículos da empresa, como pneus, filtros, mangueiras e demais componentes de uso
frequente. Além disso, normalmente abriga a equipe de gestores, técnicos e
mecânicos, responsáveis pelo planejamento e execução das atividades de
manutenção.
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Motores E Máquinas Florestais
Caminhão oficina:
Trata-se de um veículo adaptado equipado com bancadas, máquina de solda,
morsa, furadeira, afiador de correntes e demais acessórios, necessários para a
realização da manutenção das máquinas e equipamentos no campo. O veículo possui
ainda um gerador de energia e compressor de ar, sendo comumente utilizados para os
serviços de manutenção mais técnicos ou revisões dos equipamentos, além da
confecção de mangueiras e da revitalização de alguns componentes (quando possível)
retirados das máquinas (Figura 4).
O caminhão oficina pode ainda possui um almoxarifado de campo básico,
contendo as peças e componentes comumente utilizados durante as manutenções das
máquinas, tais como: mangueiras, terminais, filtros, etc.
Caminhão comboio:
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Motores E Máquinas Florestais
Caminhão pipa:
Veículo equipado com tanque de água e aditivos necessários para a realização
da lavagem das máquinas no campo. Este veículo normalmente não permanece em
tempo integral no campo, considerando que os procedimentos de lavagem das
máquinas ocorrem em determinados intervalos de tempo (Figura 6).
Veículo de apoio:
Veículo adaptado usado pelos mecânicos para o deslocamento interno no
campo, visando o rápido atendimento às máquinas que necessitam de manutenção.
169
Motores E Máquinas Florestais
Deve ser usados de preferência veículos de pequeno porte e com tração 4x4,
possibilitando acessar locais de difícil acesso. Deve possuir ainda guincho e caixa de
ferramentas de uso comum facilitando o serviço dos mecânicos no campo (Figura 7).
Carreta de solda:
Trata-se de uma carreta de pequeno porte utilizada para realização de pequenos
trabalhos de solda (baixa complexidade) no local de trabalho das máquinas, permitindo
maior agilidade no atendimento. É equipado com gerador e demais componentes
necessários para execução do serviço (Figura 8).
170
Motores E Máquinas Florestais
171
Motores E Máquinas Florestais
Figura 10. Gráfico lucro versus disponibilidade (Murty & Naikan, 1995).
A Figura 10 mostra que a busca por falha zero requer investimentos cada vez
maiores com manutenção. E desta forma, encontrar o ponto ótimo de disponibilidade,
em que o custo da manutenção proporciona um nível de disponibilidade capaz de gerar
máximo lucro à operação é o grande desafio na gestão da manutenção.
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Motores E Máquinas Florestais
Custo de Pessoal:
O custo de pessoal inclui as despesas com salários, encargos sociais e outros
benefícios fornecidos pela empresa, como por exemplo, a participação no lucro,
devendo ser obtidos por meio dos valores mensais divididos pelas respectivas
quantidades de horas trabalhadas.
Custo de Materiais:
É todo o custo com reposição de peças, consumo de água, capital imobilizado,
custos ligados à gestão dos almoxarifados e do setor de compras, devendo ser obtidos
por meio dos valores mensais pelas horas trabalhadas.
Custo de Depreciação:
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Motores E Máquinas Florestais
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Motores E Máquinas Florestais
11.8 Bibliografia
175
Motores E Máquinas Florestais
176
CAPÍTULO XII
12.1 Introdução
São consideradas máquinas e os implementos agrícolas os equipamentos
utilizados direta e indiretamente nos meios de produção rural. Nestes termos são
englobadas tantos as maquinas agrícolas quanto as ferramentas que serão utilizadas
para a manutenção dos equipamentos. Este capitulo introduzira os principais aspectos
do ferramental utilizado na operação, manutenção e instalações dos equipamentos
agrícolas.
12.1- Ferramentas
178
Motores E Máquinas Florestais
Para cada tipo de parafuso há uma chave com ponta diferente. As chaves
podem apresentar acessórios tais como catracas, roscas sem-fim e garras para
fixação, bem como pontas magnetizadas e dimensões reduzidas para facilitar o
manuseio em locais de difícil acesso.
Chave allen: também uma variação da chave de fenda. Possui o formato em “L”
e é constituída por seis lados, sendo também chamada de “chave L”. É utilizada em
parafusos com depressão na cabeça em formato hexagonal
179
Motores E Máquinas Florestais
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Motores E Máquinas Florestais
Figura 1: Tenaz
181
Motores E Máquinas Florestais
182
Motores E Máquinas Florestais
Figura 2: Machado
12.2- Manutenção
183
Motores E Máquinas Florestais
Devem ser guardadas nos seus devidos lugares sempre que não estiverem em
uso.
Evitar que a ferramenta seja abandonada em locais onde possam provocar
acidentes.
Antes de iniciar o trabalho, o operador deve fazer uma revisão na ferramenta,
sobretudo, verificando cabos e encaixes, se existirem, assegurando-se que a mesma
se encontre apta para a tarefa
Efetuar a limpeza das ferramentas ao final da sua utilização para conservá-las
em boas condições de uso.
Devem ser transportadas em local apropriado, como por exemplo, em caixa sob
medida.
Ferramentas de corte nunca devem ser transportadas no bolso de calças ou
camisas.
Fatores considerados
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Motores E Máquinas Florestais
12.3 Referências
Nogueira Filho, Hércules Mecanização agrícola / Hércules Nogueira Filho, Jonas
Janner Hamann. – Santa Maria: Universidade Federal de Santa Maria, Colégio
Politécnico: Rede e-Tec Brasil, 2016.
CARVALHO, R., AMARO, M., FERREIRA, V. Máquinas agrícolas. Algumas
normas, cuidados, conselhos e esclarecimentos. Divulgação 14 : 1, 1982, p.69.
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Motores E Máquinas Florestais
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CAPÍTULO XIII
peças e alguns produtos de manutenção em relação aos danos que o sol poderia
causar.
13.2 NORMATIZAÇÃO
I - Localização da oficina
II - Construção e seus detalhes
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Motores E Máquinas Florestais
III - Implementos
IV - Ferramentas e utensílios
V - Material
VI - Conservação da oficina.
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Motores E Máquinas Florestais
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Motores E Máquinas Florestais
mínimo o dobro da área da vaga de abrigo de uma máquina, podendo chegar a três
vezes o tamanho da vaga, ao se tratar de máquinas e implementos florestais.
A necessidade de se realizar a limpeza e troca de óleos e lubrificantes
das máquinas faz com que seja necessário um local com fosso. O dimensionamento do
fosso será em função da bitola das máquinas. Neste caso cabe verificar todas as
bitolas das máquinas utilizadas a fim de adequar a largura do fosso de forma que
permita um maior alcance na parte inferior das máquinas. O mesmo local em que serão
realizadas as trocas de óleo e lubrificantes deverá ser utilizada como lavador.
O lavador deverá ter o dobro, ou mais, de área em relação à vaga de uma
máquina. Cabe ressaltar que, devido aos diversos resíduos produzidos com a limpeza
do equipamento e com a troca de óleo é necessário que seja construído um sistema de
separação de água e óleo a fim de evitar a contaminação do solo.
O depósito de combustível poderá ser anexo à oficina ou ao lavador e
deverá ser dimensionado de forma a garantir o reabastecimento do mesmo antes que a
propriedade esteja totalmente desabastecida.
É interessante que exista uma área de circulação que interligue todos os
setores do galpão de máquinas a fim de facilitar o transito de peças e máquinas
auxiliares de carregamento.
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Motores E Máquinas Florestais
13.4 IMPLEMENTOS
Na oficina é necessário que alguns equipamentos básicos permaneçam sempre
a disposição para atender às necessidades dos mecânicos em relação às demandas
de manutenção. Segundo Pereira, 2009, estes equipamentos são: torno de bancada,
192
Motores E Máquinas Florestais
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Motores E Máquinas Florestais
materiais que permitem chegar a instalações rurais com um custo benefício bem
interessante.
Cabe ressaltar que o abrigo de máquina é um local em que a mesma
deverá permanecer por pouco tempo já que o intuito do uso de máquinas é fazer com
que as operações realizadas por elas aconteçam o maior número de horas e dias
possíveis. Assim sendo, o local que será destinado apenas ao abrigo das máquinas
não necessita obrigatoriamente de ser fechado, podendo permanecer apenas com a
cobertura. Ao contrário da oficina e do lavador que contará com equipamentos e
pessoas trabalhando.
O número de ferramentas que uma oficina qualquer deve possuir, pode-se
dizer, é indeternimável, uma vez que cada trabalho exige uma ferramenta especial.
Destarte a lista que organizamos a seguir, como é natural, modifica-se conforme a
natureza da oficina, de acordo com cada oficina. Esta lista servirá para orientação para
uso, por exemplo, na área de serralheria:
1 - Escala de aço - 1 m. (graduações em mm. e pole- gadas)
2 - Compassos direitos de 10 a 30 cm.
1 - Compasso de volta (externo) - 15 cm.
1 - Compasso de furo (interno) - 15 cm.
2 - Esquadros metálico - 20 x 40, e 7,5 x 10 cm. 1 - Meia-esquadria - 20 cm.
1 - Graminho - 20 cm.
1 - Armação ajustável para serra - 20 a 30 cm. e várias serras.
Tarrachas - machos e cosinetes - Whit de 1/8" a 1".
(0,3 a 2,5 cm.). Tarrachas - machos e cosinetes para tubos (canos)
- 1/8" a 1" (0,3 a 2,5 cm.).
1 - Tesoura para folhas e chapas - N.° 10.
2 - Chaves para tubo (cano) - 0,3 a 2,5 cm. (1,8" a J").
3 - Chaves bico de papagaio (inglesa de cabeça redonda)
- 10, 20 e 30 cm. 1 - Jogo de chaves fixas de duas bocas. 1 - Jogo de chaves
tubulares (para porcas quadradas e hexagonais).
1 - Jogo de chaves para parafusos de fenda (simples e com ca traça).
1 - Torno para prender tubos - 0,3 a 3,8 cm. (1/8" a 1 1/2").
2 - Alicates universais - 16 e 20 cm.
1 - Alicate de mordentes redondos (gazista) - 20 cm.
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Motores E Máquinas Florestais
13.6 CONSERVAÇÃO
Conforme ressaltado por Leme (1945), os serviços que uma oficina pode
prestar dependem em grande parte das condições de sua manutenção, ou ainda da
disposição e conservação do seu material. A sua utilidade não advém somente do fato
de existir na propriedade com grande número de ferramentas e, sim, também da ordem
e zelo em que é mantida. Pois, o que se pode esperar duma oficina cujas bancadas
permanecem continuamente cobertas de ferramentas, peças quebradas, oxidadas ou
sujas de óleo, quando não existem outros utensílios, estampando verdadeira
desordem?
O preventivo contra esses inconvenientes está nas próprias mãos do
responsável pela oficina. Assim, deve-se conservar as ferramentas em seus lugares,,
nas prateleiras ou armários, quando não estejam em serviço. Concluído o trabalho
cada ferramenta deverá voltar ao seu devido lugar. É necessário ainda, manter as
ferramentas sempre em condições de prestar bons serviços, o que aliás reverte em
beneficio da oficina, pela sua maior duração. Por exemplo, afiação e ajustes de
ferramentas, limpeza para evitar a oxidação.
Encerramos assim o presente trabalho, concordando com o Prof. Hugo de
Almeida Leme: cujo objetivo outro não era senão o de apresentar em linguagem
simples, algo da importante dependência da propriedade agrícola, que é a oficina
mecânica e o abrigo das máquinas. A eficiência de uma empresa ou propriedade não
se restringe apenas ao exame de sua localização, de suas culturas, a produtividades,
etc., e sim, se estende pelo exame do estado de suas construções, máquinas,
ferramentas e outros pertences agrários, o que depende da oficina.
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Motores E Máquinas Florestais
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CAPÍTULO XIV
14.1 INTRODUÇÃO
Recentemente, a consciência dos problemas ambientais e de energia e a
iminência de um apagão florestal motivaram muitos pesquisadores a investigar os
impactos e as alternativas de produção madeireira. Nas duas últimas décadas, houve
intenso aumento da área plantada com espécies florestais, com destaque para as
florestas clonais do gênero Eucalyptus. Assiste-se por todo o mundo, em diferentes
tipos de organizações, o surgimento de um interesse renovado pelas atividades
florestais, inclusive com importância no sequestro de carbono, contribuindo para reduzir
o aquecimento global (Figura 1).
Os reflorestamentos, com várias espécies, realizados até 2016 no Brasil,
incluindo reformas, totalizaram 7.736.171 ha, incrementando 44% a área de plantios
realizados dez anos atrás, em 2006, com 5.373.417 ha. Os Programas de Fomento
Florestal, principalmente de empresas de celulose e papel, ampliaram sua participação
a 17,8 mil famílias e possibilitaram a formação de uma significativa área florestal
descontínua. Do ponto de vista socioeconômico e ambiental, esses programas
participam positivamente na medida em que produzem cerca de 519 mil hectares de
florestas distribuídas por diversas propriedades rurais, promovem sua adequação
ambiental com respeito a áreas de Reserva Legal e de Preservação Permanente bem
como estimulam sua recuperação (IBA, 2015; SBS, 2008).
14.2 OPERAÇÕES FLORESTAIS
A implantação de florestas envolve operações desde o preparo do solo até o
completo estabelecimento das mudas e o efetivo fechamento do dossel, que ocorre no
segundo ou terceiro ano após o plantio. A espécie a ser usada dependerá da
Motores E Máquinas Florestais
198
Motores E Máquinas Florestais
Programação de
Atividades
- Limpeza da área
o de Solo - Cercamento
- Controle de formigas
- Controle de ervas em
faixas
- Subsolagem /
Fosfatagem
- Coveamento /
Plantio - Controle de
Adubação
formigas
- Plantio / Replantio
- Adubação
Tratos - Controle de ervas
Culturais - Adubação
ão e incêndios
199
Motores E Máquinas Florestais
O sistema de cultivo do eucalipto foi composto dos ciclos (a) limpeza de área e
preparo inicial do solo, (b) plantio e (c) manutenção florestal. Para descrição dos
elementos de cada ciclo operacional, foram consideradas as operações seqüenciais,
sendo alterados alguns elementos no caso do sistema mecanizado, em função da
estrutura utilizada (Tabela 1).
Roçada Idem.
indesejáveis da área. Uso
de foices.
Operação de preparo inicial
Subsolagem - do solo, com subsolagem
feita com trator.
Demarca as covas nas
Etapa de planejamento e
linhas da subsolagem,
Marcação e demarcação das covas na
fazendo bacias para acertar
alinhamento área. Uso de barbantes,
o local do plantio. Uso de
trena e enxadão.
enxada ou enxadão e trena.
Procedimento de
escavação do solo para
Coveamento -
preparo do plantio. Uso de
enxadão.
Capina química em Uso de herbicidas para Idem nas áreas mais
faixas eliminar plantas inclinadas. Feito com trator
200
Motores E Máquinas Florestais
2º repasse a
localizada de formicidas na Idem.
formigas
área de plantio.
Eliminação de invasoras
envolta da muda (círculo).
Coroamento Atividade realizada de Idem.
forma manual com enxada
(raio médio de 60 cm).
201
Motores E Máquinas Florestais
Limpeza da área
Esta pode ser a primeira atividade realizada na área ou após o combate a
formigas. Consiste na remoção dos resíduos vegetais, cercas, cupinzeiros,
sobressaltos do terreno (“murunduns”) a fim de facilitar as operações. Em áreas onde é
permitida a subsolagem, deve ser feita a destoca. Podem ser usados tratores de
esteira ou de pneus com lâmina frontal e/ou ancinho enleirador (Figura 4a), moto-
niveladoras, equipamentos manuais como foices e enxadas, de acordo com a condição
financeira e o porte do produtor.
Abertura de estradas, carreadores e aceiros
202
Motores E Máquinas Florestais
Realizada antes, após ou durante a limpeza de área, devem ser construídos com
dimensões de largura, que facilitem o acesso e restrinjam focos de incêndios.
Sugerem-se as dimensões abaixo:
Aceiros internos e divisas de talhões em áreas planas: mínimo de 5 m;
Aceiros internos e divisas de talhões em grotas: mínimo de 4 m;
Contorno de grotas: mínimo de 4 m;
Dividas com terceiros: mínimo de 6 m;
Rede elétrica: manter distância mínima dos plantios de acordo com as normas
de segurança vigentes.
A rede de estradas deve ser estimada através do cálculo e do dimensionamento
ótimo de estradas (DOE). Este procedimento pode ser consultado em Carmo et al.
(2013).
Combate a formigas – fase de formação da floresta
O combate às formigas cortadeiras é a atividade que ocorre do início ao fim da
exploração florestal. Conforme o seu período de realização, classificam-se como
combate inicial e repasses.
Combate inicial
Realizado antes ou após a limpeza da área e antes do plantio. A antecedência
deve ser de pelo menos 60 dias antes do plantio, para evitar que formigueiros
“amuados” apareçam com as mudas já plantadas. O procedimento de aplicação
realizar um caminhamento na área e lançar doses de 6 a 8 gramas a cada 6 x 6 ou 9 x
9 metros, conforme o nível de infestação. O gasto previsto é de 2 kg de isca granulada
e 1 kg de inseticida em pó. No caso da isca granulada pode usar papelotes, disponíveis
no mercado como MIPIS, que já contem a dose certa. Em caso de combate localizado,
ou seja, para cada formigueiro, coloca-se 6 a 8 gramas de isca granulada para cada
olheiro ativo (com movimento de formigas e/ou retirada de terra recente). A dose não
deve obstruir o caminho das formigas. Na localização de carreiros e na dificuldade de
acesso ao formigueiro, pode colocar uma dose de isca para cada cm de largura do
carreiro, disposta ao lado deste.
1º e 2º repasses
1º repasse: realizado logo após o plantio; e
2º repasse: à época do replantio.
Combate a cupins
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a)
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(b)
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Motores E Máquinas Florestais
(a) (b)
Figura 5. Subsoladores utilizados na área florestal: (a) arrasto e (b) montado.
plantas por hectare pode levar à formação de ramos com maiores diâmetros, redução
da desrama natural e do volume a ser obtido no primeiro corte, além de apresentar a
primeira tora para serraria bastante cônica; por outro lado, um maior número de árvores
por hectare pode levar à maior competição entre árvores, ocasionando diâmetro
bastante reduzido das árvores.
A dose e os tipos de adubos a serem utilizados variam conforme o local. A
aplicação de adubo deve ser conforme análise de solo, na cova de plantio e misturado
manualmente ao solo. A produtividade esperada de plantios de eucalipto se relaciona
com teores crescentes de K, Ca e Mg, refletidos em níveis críticos para implantação e
manutenção das produtividades entre 10 e 50 m -3 ha-1 ano-1 (Tabela 2). Baseado nesse
fato pode-se estimar as quantidades de nutrientes necessárias para se atingirem
diferentes produtividades, definidas pela qualidade de sítio. A partir do conhecimento
dessas quantidades e dos teores dos nutrientes disponíveis no solo, pode-se predizer a
produtividade futura e a adubação necessária para atingir a meta estabelecida
(NOVAIS et al., 1986).
Tabela 2 – Valores dos níveis críticos de implantação e de manutenção para P,
K, Ca e Mg no solo para o crescimento do eucalipto
Nível crítico de manutenção
Nível crítico de
Elemento Incremento médio anual (m-3 ha-1 ano-1)
implantação
10 20 30 40 50
P (mg dm-3) 60 4,1 4,3 4,3 4,4 4,5
K (mg dm-3) 10 30 45 60 75 90
Ca (cmol dm-3) 0,2 0,30 0,45 0,60 0,70 0,80
Mg (cmol dm-3) 0,05 0,07 0,10 0,13 0,16 0,19
Fonte: Novais et al. (1986).
Plantio/irrigação
O plantio é uma das operações de grande importância para o sucesso das
florestas. A adoção do sistema adequado requer uma definição clara de objetivos e
usos potenciais dos produtos e subprodutos que se esperam do empreendimento. O
plantio se caracteriza pela colocação da muda nas covas, no espaçamento
previamente estabelecido, na linha de preparo, através do uso de enxadinha, "chucho"
ou plantadeira manual e/ou mecânica. A operação pode ser mecanizada, manual ou
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Motores E Máquinas Florestais
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Motores E Máquinas Florestais
Replantio/irrigação
O replantio é uma operação mista e consiste em replantar as mudas que não
sobreviveram. Deverá ser realizado num período de aproximadamente 30 dias após o
plantio, quando a sobrevivência deste é inferior a 95%, acima deste periodo o replantio
só é viável caso o plantio apresente falhas em reboleiras ou mortalidade de maçaçicos
devido à deficit hidrico ou outras adversidades como pragas e doenças. O
levantamento da efeiciência do plantio deve ser feita de forma criteriosa através da
contagem das mudas por caminhamento. Para a realização do replantio é necessário
que se faça a reabertura das covas nos locais a serem replantados e logo após efetuar
adubação de cobertura (NPK).
Quando o replantio for realizado em época de estiagem deve-se efetuar uma ou
mais irrigações para garantir a sobrevivência das mudas replantadas, seguindo os
mesmos critérios recomendados para o plantio.
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Motores E Máquinas Florestais
NOTA: Nas duas situações deve-se utilizar herbicida pós- emergente à base de
Glifosato, associado ou não a adjuvantes, devidamente certificado para uso em
reflorestamentos, na dosagem recomendada pelo fabricante do produto como consta
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Motores E Máquinas Florestais
Adubação de Cobertura
Esta atividade tem por finalidade fornecer nutrientes essenciais para o
crescimento das plantas durante o primeiro ano de plantio e deve ser realizada quando
o plantio atingir um porte mínimo de 70 cm de altura, o que ocorre normalmente entre
75 e 90 dias após o plantio. A adubação de cobertura visa fornecer os nutrientes de
alta mobilidade no solo, nitrogênio, potássio e boro. Os adubos devem ser localizados
em coroa, no caso de aplicação manual, ou em filete contínuo, quando mecanizada, na
projeção da copa. Em caso de terrenos inclinados o adubo deve ser depositado em
sulcos num semicírculo na parte mais alta do terreno. Geralmente a formulação a ser
utilizada contém nitrogênio (N), potássio (K) + boro (B). A dosagem deve atender às
recomendações técnicas conforme resultados de análise de solo. A aplicação do
fertilizante deve ser feita preferencialmente em período chuvoso ou com solo úmido.
No caso de aplicação manual, deve ser evitada a aplicação concentrada do
adubo em único ponto, atentando para a distribuição no sulco ou na projeção da copa,
eliminando desta forma os riscos de uma concentração brusca e uma possível queima
devido ao efeito salino do componente Boro.
Roçada Mecanizada
Roçada Mecanizada é o corte da vegetação com utilização de roçadeira
mecânica em superfícies regularizadas sem pedras, nem tocos, sendo praticada com
objetivo de eliminar plantas daninhas em situações onde não é possível o controle
químico com uso de herbicida, desta forma é possivel eliminar plantas invasoras que
competem com o eucalipto por água e nutrientes. Para a execução desta atividade
podem ser usados conjuntos compostos por tratores equipados com roçadeiras
mecânicas de arrasto ou hidráulicas.
Esta atividade pode ser considerada uma opção para as seguintes situações:
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Motores E Máquinas Florestais
Adubação de Manutenção
A adubação de correção ou manutenção é realizada entre 12 e 24 meses após o
plantio, nas florestas de baixo crescimento. A recomendação de adubação deve ser
baseada no monitoramento nutricional, que tem como objetivo identificar qual(is) o(s)
nutrientes(s) limitantes(s) ao desenvolvimento do eucalipto. Este monitoramento deve
ser realizado em florestas com idade entre 12 e 36 meses de idade.
Nesta adubação o calcário dolomítico e fertilizantes com NK e NPK são
aplicados na floresta a fim de suprir deficiências de macro nutrientes essenciais e
necessários para o crescimento das plantas durante todo o ciclo do plantio.
As alterações nas condições de crescimento devido à aplicação de fertilizantes
ou qualquer outro trato silvicultural são frequentemente relacionados a alterações na
qualidade da madeira. De modo geral, a aplicação de fertilizantes em povoamentos
florestais acarreta alterações na densidade da madeira e, consequentemente, nas suas
propriedades físico-mecânicas.
Para definir as épocas de aplicação dos fertilizantes é fundamental considerar as
fases de crescimento da floresta. O ideal seria parcelar, equitativamente, as adubações
de cobertura, parte sendo aplicada entre 3 a 6 meses pós-plantio, parte entre 6 a 12
meses pós-plantio e o restante entre 12 a 24 meses pós-plantio. A melhor forma de
definir as épocas das adubações é através do acompanhamento visual ou por
medições dendrométricas do crescimento da floresta que permite caracterizar o estágio
de desenvolvimento.
NOTA: O calcário é incompatível com a formulação de NPK e deve ser
observado o período de carência para a adubação de cobertura e manutenção que tem
prioridade sobre esta operação . Esta carência deve ser de 30 dias quando se aplica o
calcário após a adubação de manutenção e de 60 dias quando o calcário é aplicado
antes.
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Motores E Máquinas Florestais
14.7 Bibliografia
AGOSTINETTO, Dirceu et al. Seletividade de genótipos de eucalipto a doses de
herbicidas. Semina: Ciências Agrárias, v.31, n.3, p.585-598, 2010.
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Capítulo XV
15.1 Introdução
De maneira geral, sob a ótica da logística florestal, o abastecimento florestal ou
o suprimento florestal são o conjunto de operações integradas ou não que visam a
formação de uma floresta e o seu aproveitamento final a partir dos produtos oferecidos
por estas florestas. Geralmente estes produtos são a madeira em toras, mas também é
possível a obtenção de outros produtos como: resinas, folhas, biomassa de galhos e
ramos, dentre outros.
Para a logística de abastecimento florestal também se dá o nome de Inbound
Logistics ou quando focada em madeira Wood Supply Chain, onde além dos produtos e
materiais que constituem a cadeia logística, também são consideradas as operações
florestais de diferentes naturezas realizadas no propósito de abastecer uma fábrica ou
indústria com matéria prima proveniente de florestas plantadas ou nativas.
Do mesmo modo que a logística inbound abastece uma indústria, a logística
industrial ou logística interna que é mais ligada a engenharia de produção e linhas de
produção industriais é considerada uma das integrantes da logística florestal. A partir
da industrialização do produto florestal, seja ele painéis de madeira, bobinas de
celulose, papel, madeira serrada dentre outros; é necessário que dentro da
denominada logística florestal seja dada a atenção ao processo de distribuição dos
produtos industrializados com a logística de distribuição ou logística outbound. A
integração das três logísticas compõe a tríade da cadeia produtiva que compõe a
logística florestal: logística inbound, logística industrial e logística outbound (Figura 1).
Fonte: o autor
As operações florestais que possuem maior ênfase econômica dentro logística
inbound compõe se basicamente de operações de silvicultura, infraestrutura, transporte
e colheita florestal. Considerando que dentre as áreas da ciência florestal, algumas
possuam o cunho operacional, ou seja de uma ação de um poder, de uma faculdade,
de um agente que produz um efeito, é possível caracterizar a colheita florestal ou
colheita de madeira como uma das mais dinâmicas. E neste dinamismo os primeiros
elementos que determinam e servem como elo de transformação de uma floresta em
pé em produtos de madeira como toras são as ferramentas e máquinas florestais.
É com este propósito que este capítulo aborda a importância do conhecimento
acerca das ferramentas e máquinas florestais.
15.2 Ferramentas Florestais
O termo ferramenta deriva do latim ferramenta, plural de ferramentum que
significa dispositivo ou implemento de ferro, especialmente mantido na mão, usado
para realizar uma função específica. No caso do uso florestal é um utensílio,
dispositivo, ou mecanismo físico ou intelectual utilizado por trabalhadores da área
florestal para realizar alguma tarefa.
As ferramentas de uso florestal podem ser manuais ou motorizadas, onde
basicamente sua diferenciação se dá a partir da força aplicada pelo usuário sendo ela
diretamente músculo esquelética quando no uso de ferramentas manuais e
indiretamente quando no uso de ferramentas motorizadas como as motosserras (Figura
2).
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Deste modo uma máquina florestal pode ser definida como um equipamento
que emprega força mecânica, composto por peças e implementos destinados a
realização de operações florestais. Assim as máquinas florestais ou os
equipamentos florestai podem ser destinados a uma ou outra atividade de acordo com
suas características, podendo, por exemplo, existirem máquinas florestais de colheita,
máquinas de carregamento e descarregamento e máquinas florestais de silvicultura.
De modo simplificado uma máquina de colheita florestal possui sempre um
implemento florestal para a realização das tarefas determinadas para a operação de
colheita florestal e esta é uma das características que são utilizadas para nomear as
máquinas florestais.
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Fonte: o Autor
De uma escavadeira standard para uma máquina customizada que pode ser
para uso dentro do talhão ou somente processamento e carregamento na beira da
estrada as máquinas podem ser equipadas com cerca de 60 acessórios para
adaptação ao uso florestal.
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Garra Traçadora
A Garra traçadora é uma máquina geralmente de esteiras, purpose built ou
escavadeira adaptada com implemento da garra (Figura 18), que trabalha na beira dos
talhões realizando basicamente o traçamento ou seccionamento do fuste em toras.
Geralmente a execução da leitura do comprimento das toras se dá “no olho” ou com
uma baliza orientadora. No entanto uma nova tecnologia se mostra interessante com a
leitura a laser a partir do comprimento no fuste.
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Fonte: O autor
Skidder
Em sistemas de colheita, tanto de árvores inteiras como de toras longas é usual
a utilização do skidder para realizar a atividade de extração. O skidder é um trator
florestal articulado, podendo ser equipado comumente com tração 4x4, 6x6 ou 8x8,
esses últimos menos comuns no Brasil. A cabine na maioria dos modelos possui
sistema condicionador de ar e estrutura que permite grande mobilidade dentro da área
de corte. Seu desenvolvimento foi exclusivamente para o arraste de toras longas e
árvores inteiras, ou seja, suspendendo-as parcialmente ou não e arrastando um feixe
de toras ou árvores de dentro do talhão até a beira da estrada, pátio ou estaleiro.
A potência do motor varia em torno de 100 a 180 cv, e o peso operacional, entre
10 e 21 toneladas. Na parte frontal, apresenta uma lâmina que auxilia no empilhamento
das árvores, toras ou fustes na margem do talhão e na limpeza de vias de acesso.
O skidder pode ser de quatro tipos diferentes quanto à disposição das toras no
implemento de carga:
Grapple skidder: O skidder de garra (Figura 25) é um trator florestal articulado
em seu chassi, rodados de pneus e possuí uma garra onde as árvores ou toras são
agarradas e então arrastadas. É indicado para ser usado em colheitas onde as toras
foram previamente empilhadas ou em árvores de grandes dimensões. Os modelos
mais novos possuem assento e cabine que podem girar até 270° minimizando as
desvantagens ergonômicas dos modelos mais antigos. Em condições favoráveis pode
produzir até três vezes mais que um skidder de cabo ou chocker skidder.
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Motores E Máquinas Florestais
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Comparando essa máquina com outros skidders poderá ser observado que ela
desenvolve uma velocidade inferior, com seu ciclo de trabalho sendo semelhante ao de
um forwarder, ou seja, boa parte do tempo do seu ciclo é gasto realizando o
carregamento. Apesar disso carrega em cada ciclo um volume muito alto de madeira,
atingindo uma produtividade superior aos 80 m³. he em distâncias de extração
superiores aos 200 metros carregando por ciclo mais de 18 m³ de madeira (Brown e
Diniz, 2017).
Quanto ao implemento de carregamento ou a garra dos skidders em uso
atualmente no Brasil é possível encontrar grapple skidders equipados com cabo e
guincho, isso facilita operações onde o skidder não necessita chegar próximo as toras
a serem arrastadas. No entanto os modelos em uso no país possuem somente
articulação vertical da grua e não possuem articulação lateral. Isso pode gerar um
maior número de manobras na tarefa de agarrar as toras/árvores para a extração bem
como podem influenciar na manobra no momento de descarregar o feixe ou as toras na
beira do talhão, pátio ou estrada florestal. Um modelo de skidder que possui articulação
vertical e lateral é apresentado na figura 26.
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Shovel-logger
O shovel-logger é um equipamento muito utilizado em condições de relevo
acidentado (Figura 27). O shovel-logger é uma escavadeira adaptada com um
implemento específico para movimentação de toras. É uma opção de extração onde o
skidder e o forwarder não são equipamentos possíveis de usar, principalmente pelo
solo com baixa capacidade de sustentação.
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Motores E Máquinas Florestais
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Figura 29: Extração por cabos aéreos com equipamentos em caminhões, trators
agrícolas e autopropelidos
Fonte: adaptado de o autor, Sampietro, 2017 e Koller
Com um teleférico que corre por esse cabo é possível amarrar e içar as toras
para realizar a extração. No Brasil o uso de cabos aéreos muitas vezes é um desafio
devido aos altos custos de operação deste sistema aliados a um menor valor agregado
da madeira produzida nas regiões de montanha e terreno acidentado.
Extração com tratores agrícolas
De acordo com Brown e Diniz (2017) são inúmeros os benefícios ao se
mecanizar a atividade de extração, apesar disso o alto custo dos equipamentos e de
mão de obra especializada desencoraja o pequeno produtor a adquirir uma máquina
que facilmente supera o valor de R$ 1 milhão. Como isso os tratores agrícolas figuram
como uma boa alternativa (Figura 30). Tratores exigem menor investimento inicial e
menor custo de operação e são mais maleáveis quanto ao se uso, podendo realizar a
extração em diversas condições de terreno apresentando satisfatória produtividade.
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Figura 31: Guincho com tambor duplo um sendo usado como cabo de retorno
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Fonte: o autor
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Capítulo XVI
16.1 Introdução
A administração possui um papel antigo, registrado desde a época dos egípcios
(4000 a.C.), onde já se tinha necessidade de administrar. Foi adaptando-se na
Inglaterra e, mais tarde, nos Estados Unidos, cujos conceitos são colocados em prática
até os dias de hoje.
Entre os diversos ramos da ciência da Administração e diante da necessidade
de gerenciar uma propriedade agrária, surgiu o conceito de administração rural, um dos
vários ramos da Administração, que orienta por meio de suas teorias e ferramentas, a
capacidade de gerir uma empresa agrícola visando maior dinamicidade para obter
resultados favoráveis à condução da propriedade rural (SALUME; SILVA; CHRISTO,
2015).
Independentemente de seu tamanho, tipo de atividade (agrícola, pecuária ou
florestal) e natureza jurídica, a administração rural assume o trabalho necessário ao
alcance dos objetivos de uma empresa rural, utilizando os recursos adequadamente
(terra, mão de obra, capital, matéria prima, informação) para manter o funcionamento
ideal.
Para alguns autores, a classificação das propriedades pode depender: do tipo de
gestão adotada, familiar ou patronal; da tecnologia utilizada; especializada ou não
especializada; e por fim, outros as denominam de comerciais ou para subsistência
(BORGES; GUEDES; CASTRO, 2015).
Assim, a administração rural possui os mesmos princípios básicos que a
administração convencional, diferindo-se em riscos e incertezas oriundos da natureza,
como condições climáticas, pragas, doenças, características do solo, recursos hídricos
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Quadro 2: Exemplo de desempenho de áreas funcionais e funções administrativas na compra de máquinas para a propriedade.
Áreas funcionais
Funções Produção Finanças Marketing e Gestão de pessoas
administrativas comercialização
Planejar: Estabelecer as Avaliar as relações custo e Realização de Analisar e definir a
metas necessárias benefício, produtividade e Banchmarking mão de obra
Definir objetivos futuros a ao alcance dos riscos. Projetar fluxo de caixa (observar no mercado necessária ou
serem alcançados com a objetivos propostos com horizonte de as melhores práticas e disponível para operar
aquisição das máquinas, no planejamento, planejamento baseado nas resultados) nos as máquinas.
observando as possíveis definindo o plano de receitas e despesas do concorrentes que Averiguar as
questões ambientais e trabalho, período da cultura juntamente possuem máquinas condições físicas,
sociais envolvidas nesse realinhando as com as demais contas da com características insalubres, e de risco,
processo, tais como: funções, e empresa. iguais ou semelhantes. realizando
licenciamentos, mitigação determinando os Analisar as fontes de adaptações do
de impactos ambientais, resultados financiamentos, uso de indivíduo face ao
problemas com as esperados de cada recursos, condições de trabalho a ser
comunidades vizinhas. fase da produção, pagamentos e retorno no executado. Identificar
bem como investimento. as questões legais
resultados finais. (direitos e deveres).
Organizar: Estabelecer novos Definir a forma de pagamento, Definir meios de Estabelecer
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Controlar: Coletar dados gerais Sistematizar os dados Observar os resultados Avaliar os resultados
sobre resultados da financeiros provenientes das referentes às provenientes da mão
Verificar, sistematicamente, produção e atividades realizadas com as estratégias de de obra e propor
os resultados alcançados comparar com o que máquinas, avaliar os relacionamento medidas para otimizar
para compará-los com o que fora planejado para resultados e propor empregadas, e o processo, se
fora planejado. tomar medidas mudanças, quando observar se há necessário.
corretivas ou necessário. necessidades de
preventivas, se mudanças.
necessário.
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As relações das empresas com o meio ambiente, com a sociedade e com governo
estão cada vez mais estreitas. As pressões oriundas da sociedade movimentaram atitudes
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Motores E Máquinas Florestais
dos órgãos públicos competentes para que as condutas das empresas sejam mais
ambientalmente sustentáveis e mais respeitosas no que tange o aspecto humanístico.
Dessa forma, os processos de gestão ambiental orientam as práticas empresariais para a
mitigação e correção de impactos ambientais negativos. Essas orientações englobam
desde a compra de matéria prima e processo produtivo, até a emissão de gases e
descarte da embalagem final.
Gestão socioambiental está relacionada com problemas ambientais, incluindo a
variável social neste meio. Um problema ambiental pode vir a causar problemas na saúde
da população, sendo caracterizado como um problema socioambiental. As ações
ambientalmente corretas podem reduzir os riscos de contaminação e poluição no processo
produtivo de um determinado produto (BARBIERI, 2004).
A conduta de responsabilidade social é acionada iniciando-se na adequação das
condições de trabalho dos funcionários, especialmente na área de produção, estendendo-
se até às ações da empresa em respeito e preservação dos recursos naturais renováveis
e não renováveis que possam ser atingidos por suas atitudes, cujos impactos refletem
direta e indiretamente na sociedade.
Assim, as empresas rurais que desejam obter o reconhecimento de suas
declarações ambientais, tendem a fazer investimentos em certificações e selos
ambientais. Os selos verdes são empregados nos produtos com o objetivo de torná-los
socialmente conhecidos por serem ambientalmente corretos, além de conscientizar o
consumidor a respeito do consumo sustentável (KIRCHHOFF, 2000).
A implantação do sistema de gestão ambiental gera benefícios não só para a
sociedade, por meio da preservação da saúde e bem estar, mas também para as
empresas comprometidas com essa prática.
Considerações finais
Existem inúmeras teorias da Administração voltadas à orientação de processos
gerenciais. Contudo, é necessário selecionar as que estão à luz do perfil da empresa e da
competência do empresário rural, uma vez que tanto a empresa rural bem como o seu
gestor apresentam realidades diferenciadas das empresas e empresários que estão no
meio urbano.
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Motores E Máquinas Florestais
16.5 Bibliografia
BARBIERI, J. C. A Gestão Empresarial – Conceitos, Modelos e Instrumentos. São
Paulo: Editora Saraiva. 2004.
BATALHA, M. O.; SOUZA FILHO, H. M. Gestão integrada da agroindústria
familiar. São Carlos: EdUFSCar, 2005.
BALSADI, O. V. O Mercado de Trabalho assalariado na agricultura brasileira no
período 1992 – 2004 e suas diferenciações regionais. 2007.49f. Tese (Doutorado em
economia aplicada) – Universidade de Campinas, Instituto de Economia, Campinas, 2007.
BORGES, M. S.; GUEDES, C. A. M.; CASTRO, M. C. D. e. A Gestão do
Empreendimento Rural: um estudo a partir de um programa de transferência de tecnologia
para pequenos produtores. Revista de Ciências da Administração, v. 17, n. 43, p. 141-
156, 2015.
BROZOVA, H.; SUBRT, T.; BARTOSKA, J. Knowledge maps in agriculture and rural
development. Agricultural Economics - Zemedelska Ekonomika. v. 54, n.11, p. 546-
553, 2008.
CHIAVENATO, I. Gestão de Pessoas. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
CHIAVENATO, I. Princípios de administração: o essencial em teoria geral da
administração. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.
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Capítulo XVII
Stanley Schettino
Luciano José Minette
17.1 INTRODUÇÃO
O setor florestal brasileiro tem como seus produtos principais celulose e papel,
painéis de madeira industrializada, carvão vegetal, madeira serrada, lenha, pellets e
biomassa para geração de energia. Contando com uma área de 528 milhões de hectares
de florestas nativas ricas em biodiversidade e 7,84 milhões de hectares de refloresta-
mentos (IBÁ, 2017), aliado ao clima e aos solos favoráveis, este setor vem
experimentando constante desenvolvimento, levando a demandas cada vez maiores por
produtos de base florestal.
A competitividade de uma organização não depende apenas de fatores econômi-
cos, mas também de uma conduta socialmente valorizada, que garanta a sua legitimidade
e sobrevivência no contexto ambiental. Desta forma, as empresas florestais têm buscado
assumir posturas socialmente responsáveis, destacando-se a crescente preocupação com
o meio ambiente, saúde e segurança de seus trabalhadores, bem como a sua
responsabilidade social e ética perante a comunidade onde estão inseridas.
Todo o trabalhador no exercício de sua profissão está sujeito a um acidente do
trabalho, e algumas profissões apresentam probabilidades maiores que outras. Segundo a
Organização Internacional do Trabalho (OIT), o setor rural, universo de inserção do
trabalhador florestal, é um dos setores com maior índice de acidentes no mundo, ao lado
da construção civil e mineração. Os acidentes fatais giram em torno de 170 mil
trabalhadores por ano na agroindústria mundial. Desde 1921, a OIT adota diversas
convenções referentes a aspectos das atividades agrícolas, inclusive a segurança e saúde
no desenvolvimento do trabalho.
Ainda, o trabalho florestal possui características peculiares como: acessibilidade e
mobilidade restritas, terrenos íngremes, exposição às condições climáticas extremas,
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Motores E Máquinas Florestais
Segundo OIT (2005), o setor rural é uma das atividades de maior índice de aci-
dentes no mundo, ao lado da construção civil e mineração. Desde 1921, a OIT adota
diversas convenções referentes a aspectos das atividades agrícolas, inclusive a seguran-
ça e saúde no desenvolvimento do trabalho, sendo o Brasil signatário de tais convenções.
O desenvolvimento e a aprovação das NRs foram um importante passo no sentido de
adequação da legislação brasileira as convenções da OIT.
A segurança e a saúde no trabalho são cobertas por diversas normativas e diretri-
zes nacionais e internacionais, englobando normas, diretrizes, convenções e acordos. Em
nível internacional, as Convenções mais importantes são a Convenção sobre Segurança e
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física e mental, proteção contra acidentes, prevenção de doenças, uma educação sanitária
e a sensação de segurança e satisfação (RAMOS TEIXEIRA, 2016).
Todas as empresas, independentemente do número de empregados ou do grau de
risco de sua atividade, estão obrigadas a elaborar e implementar o PCMSO, que deve ser
planejado e implantado com base nos riscos à saúde dos trabalhadores. Entre suas
diretrizes, uma das mais importantes é aquela que estabelece que o PCMSO deve consi-
derar as questões incidentes tanto sobre o indivíduo como sobre a coletividade de
trabalhadores, privilegiando o instrumental clínico-epidemiológico. A norma estabelece,
ainda, o prazo e a periodicidade para a realização das avaliações clínicas, assim como
define os critérios para a execução e interpretação dos exames médicos complementares
(os indicadores biológicos).
A partir do reconhecimento dos riscos, deve ser estabelecido um conjunto de
exames clínicos e complementares específicos para cada grupo de trabalhadores da
empresa, utilizando-se de conhecimentos científicos atualizados e em conformidade com a
boa prática médica. Assim, o nível de complexidade do PCMSO depende basicamente
dos riscos existentes em cada empresa, das exigências físicas e psíquicas das atividades
desenvolvidas e das características biopsicofisiológicas do conjunto dos trabalhadores.
O setor florestal brasileiro vem ao longo dos anos sendo um dos mais proble-
máticos nos aspectos de segurança do trabalho. As atividades em boa parte das vezes
são pesadas, perigosas e dependem de altos níveis de atenção e treinamento. Neste
aspecto, a ergonomia, importante área da segurança do trabalho, como uma ciência
multidisciplinar que visa a melhoria da saúde, do bem-estar, do conforto, da saúde e da
segurança do trabalhador, tem trazido uma colaboração enorme aos sistemas de
produção.
A preocupação atual com a associação entre o ambiente laboral e as condições
ambientais básicas reflete na qualidade de vida do trabalhador. A ergonomia se destaca
nas práticas de planejamento, monitoramento e controle da qualidade de vida como uma
ciência interdisciplinar que compreende a fisiologia e a psicologia do trabalho com o
objetivo prático de adaptar o posto de trabalho, os instrumentos, as máquinas, os horários
e o meio ambiente às exigências do ser humano, propiciando uma facilidade do trabalho e
um maior rendimento e eficiência do esforço humano como consequência.
Essa ciência apoia-se em dados sistemáticos, fazendo uso de métodos científicos
para se chegar à adaptação do trabalho ao ser humano que o realiza, ou seja, visa
sempre a melhoria das condições de segurança, saúde, conforto, bem-estar e eficiência
do ser humano (IIDA, 2005).
Os objetivos principais dos estudos em ergonomia são o conhecimento das
capacidades e dos limites de produção dos trabalhadores, bem como a recíproca
adaptação entre o ser humano e o seu local de trabalho, levando-o a um melhor preparo,
treinamento e uma especialização, adequando-o a métodos, técnicas e sistemas de
trabalho, bem como às condições do local.
Apesar dos avanços nas últimas décadas, a contribuição da ergonomia para a
melhoria das condições de trabalho do ser humano no setor florestal ainda tem sido
modesta, pois as pesquisas ainda são muito voltadas para os aspectos de otimização do
trabalho, redução de custos, produtividade e rendimentos de máquinas e equipamentos no
trabalho. O conhecimento das limitações do principal responsável pelo processo de
produção ainda é pouco considerado para a obtenção da harmonia no sistema, propor-
cionando um trabalho confortável, mantendo a saúde e o bem-estar e levando, conse-
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Como os trabalhos no meio rural são realizados, em sua grande maioria, durante o
dia e a céu aberto, a NR-21 estabelece critérios mínimos para a proteção dos trabalha-
dores contra os efeitos indesejáveis da exposição a insolação e demais intempéries. É
importante ressaltar que o termo “a céu aberto”, corresponde aos trabalhos efetuados em
ambientes externos, sem coberturas para proteção do trabalhador, sob influência dos
fatores climáticos naturais. Especificamente, a NR-21 estabelece que, nos trabalhos
realizados a céu aberto, é obrigatória a existência de abrigos, ainda que rústicos, capazes
de proteger os trabalhadores contra intempéries. Ainda, preconiza que serão exigidas
medidas especiais que protejam os trabalhadores contra a insolação excessiva, o calor, o
frio, a umidade e os ventos inconvenientes.
A exposição à radiação ultravioleta sem proteção adequada é cancerígena à pele,
está associada a diversas neoplasias cutâneas, pode causar depressão imunológica, além
de lesões oculares. Na pele os efeitos mais notados em pouco tempo são o eritema ou
queimadura solar, o bronzeamento ou melanogênese e a indução à imunossupressão
(FRANCO et al., 2016). A longo prazo podem ocorrer efeitos relacionados ao fotoenve-
lhecimento e à fotocarcinogênese (OKUNO; VILELA, 2005).
Menegat e Fontana (2010) afirmam que as radiações solares podem ser conside-
radas um importante agravante para a saúde dos trabalhadores rurais, sendo necessário
usar cremes ou loções com filtro solar, chapéu de palha, roupas compridas e óculos
escuros; evitar os horários de pico solar, entre as dez da manhã e as três da tarde.
Afirmam ainda os autores, que o fato é que os trabalhadores exercem suas atividades
durante o dia e têm uma carga horária longa, em função do grande volume de trabalho, o
que facilita sua exposição e os danos, considerando-se que os mesmos não se protegem
adequadamente dos riscos do sol e do calor excessivo. O baixo percentual de
empregadores ou equiparados que fornecem EPIs aos trabalhadores florestais contribui
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sobremaneira para a elevação dos agravos a saúde destes quando expostos aos efeitos
deletérios das radiações solares e das altas temperaturas.
Com relação a exposição ao frio, analisando pelo enfoque geográfico, pode-se
caracterizar que o Brasil apenas raramente apresenta situações que exponham os traba-
lhadores a frio intenso. Para Brevigliero et al. (2008), a exposição ocupacional ao frio
intenso não chega a constituir problema sério no Brasil. Isto porque as condições
meteorológicas naturais definem apenas algumas regiões do Sul como sujeitas a baixas
temperaturas. Ainda assim, tais condições se evidenciam de forma sazonal, quase que
ocasionalmente em alguns dias do inverno, concentradas em alguns locais com maiores
altitudes e latitudes, o que não é o caso das regiões objeto deste estudo.
As disposições gerais deste item permitem inferir que cabe ao empregador garantir
boas condições de trabalho, higiene e conforto; realizar avaliações dos riscos e, a partir
disto, promover medidas de proteção e prevenção de riscos do ambiente de trabalho;
assegurar que sejam fornecidas aos trabalhadores instruções compreensíveis, orientações
e supervisões referentes à segurança e saúde; entre outros. Porém, o resultado dessa
avaliação conduz ao entendimento de que existe claro descaso com o trabalhador
florestal, não considerando que a condição social local, de maneira ampla, limita ao
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legislação nessa conduta, uma vez que a mesma não oferecia segurança aos
trabalhadores, dentro dos parâmetros legais. Basso (2011) relatou que o transporte de
trabalhadores em propriedades rurais fomentadas, quando fornecido pelo empregador,
normalmente não era realizado em veículo apropriado para esta finalidade, conforme
exigência da NR-31.
O transporte manual de cargas é uma das formas de trabalho mais antiga e comum,
sendo responsável por um grande número de lesões e acidentes do trabalho. No setor
florestal brasileiro, principalmente em pequenos e médios produtores de madeira, isso não
é diferente. O carregamento e descarregamento manual de madeira na maioria das vezes
se constitui de operações perigosas, pesadas e exaustivas. As atividades exigem que o
trabalho seja executado em posições desconfortáveis durante a jornada de trabalho com o
manuseio de cargas elevadas, o que pode causar dores musculares, cansaço físico, além
de elevado risco de acidentes. O fato dos trabalhadores permanecerem em posturas
assimétricas de tronco e utilizarem em excesso os membros superiores para manusear e
transportar materiais foram os responsáveis pela alta incidência de lombalgias e lesões às
articulações dos trabalhadores.
A movimentação manual de cargas implica um elevado esforço físico por parte do
trabalhador, que a nível biológico se traduz numa compressão dos vasos sanguíneos e do
tecido muscular, havendo por isso uma diminuição dos níveis de oxigénio, uma vez que há
uma diminuição do fluxo sanguíneo que o transporta, conduzindo a um estado de fadiga.
Este estado conduz à redução da capacidade do homem para o trabalho causando déficits
no nível da eficiência de trabalho, destreza e atenção, o que pode originar acidentes de
trabalho (IIDA, 2005).
Ainda há que se observar a presença de trabalhadores sobre a carga, durante a
operação de carregamento. Em se tratando de carregamento manual, existe sempre um
ou mais trabalhadores sobre a carga para receber o torete entregue pelo trabalhador que
está no nível do piso e posicioná-lo sobre a carga. Dois aspectos devem ser considerados
nessa situação: o piso extremamente irregular onde esse trabalhador executa suas
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atividades (sobre os toretes), com consequente risco de queda em mesmo nível, e a altura
do caminhão e da carga, com iminente risco de queda em altura.
Dessa forma, a falta de medidas de segurança para que tais situações sejam
evitadas são um importante agravante para a ocorrência de acidentes, visto as estatísticas
demonstrarem que, anualmente, cerca de 15% dos pacientes que são admitidos em
centros especializados no atendimento a traumatizados sofreram quedas em mesmo nível
(PARREIRA et al., 2010); e, segundo dados do MTE, 40% dos acidentes de trabalho no
Brasil estão relacionados a quedas de trabalhadores em altura (BRASIL, 2014).
De acordo com o MTE, todo funcionário que trabalha em ambiente de risco tem o
direito do uso de EPI, que tem como objetivo a garantia da saúde e da segurança do
trabalhador em seu ambiente de trabalho. Esses equipamentos, além de estar em
perfeitas condições de uso, também devem ser fornecidos gratuitamente pelas empresas,
além de prover aos trabalhadores treinamento e orientação para a correta utilização e
conservação.
Destarte a obrigatoriedade legal e a necessidade de garantia da saúde e da inte-
gridade física dos trabalhadores, diversos estudo demonstram que o uso dos EPIs é
negligenciado no meio rural, principalmente em se tratando de pequenos e médios
produtores, qualquer que seja seu ramo de atividade (CASTRO; CONFALONIERI, 2005).
No setor florestal, este cenário não é diferente. Canto et al. (2007), ao avaliarem
condições de segurança do trabalho na colheita em áreas de fomento florestal, concluíram
que em 23,0% dos casos em que a colheita era terceirizada e em 62,1% daqueles em que
a colheita era realizada pelos próprios produtores não utilizavam nenhum EPI, sendo que
em todos os casos os trabalhadores não dispunham de todos os EPIs necessários as
atividades que desenvolviam. Trata-se, portanto, de um problema estrutural do setor
agroflorestal.
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