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INTRODUÇÃO
1 INVENTÁRIO
Tendo em vista que cada herdeiro receberá seu quinhão de direito, o inventário
se presta à “apuração da herança líquida e sua posterior partilha” entre os
beneficiários, legatários, cessionários e credores do espólio. A importância
deste procedimento se expressa inclusive nas ocasiões em que é negativo, ou
seja, quando não há bens a inventariar e efetivado por simples justificação
judicial, sobretudo porque o beneficiário responde pelas dívidas deixadas
pelo de cujus até a força do quinhão recebido, sendo desejável demonstrar aos
possíveis credores a inexistência de bens arts. 1792 e 1997.
1.1 DA COMPETÊNCIA
Caso já tenha ocorrido a partilha o interessado deve utilizar ação direta contra
os herdeiros para requerer o seu quinhão, porém se a partilha for inválida as
soluções são diversas.
As partes tem 10 dias para impugnar o laudo apresentado pelo avaliador oficial,
cabendo ao juiz decidira questão, determinando a repetição da perícia ou a
retificação do laudo quando necessário.
Por fim, nessa fase procedimental, pode o Juízo ordenar a inspeção judicial
sob a coisa ou pessoa, afim de esclarecer fatos primordiais para a resolução do
inventário, devendo o herdeiro responsável pela solicitação arcar com os
custos.
1.9 Colações
1.10 Sonegação
A sonegação só pode ser arguida após a descrição dos bens, com declaração
expressa do inventariante informando que não existem outros bens a
inventariar. Obviamente que o Código Civil prevê punições aos sonegadores.
Caso o sonegador seja o herdeiro ele perderá o direito sobre o bem sonegado,
ou deverá pagar o valor correspondente e perdas e danos. Caso o sonegador
seja o inventariante estará sujeito as mesmas penas, além de ser removido do
cargo.
Vale lembrar que credores com garantia real e a Fazenda Pública estão livres
do procedimento de habilitação do crédito.
2 PARTILHA
Para que se possa determinar como a partilha será procedida, importa saber o
modo de sucessão a que os herdeiros serão submetidos. Sendo eles:
sucessão por direito próprio, por representação, por linhas ou por transmissão.
Na sucessão por direito próprio ou por cabeça (arts. 1.835 e 1.834 do CC) o
grau hierárquico de parentesco entre os herdeiros e o de cujos é o mesmo,
assim a sucessão se procede em quinhões igualitários a todos os herdeiros.
Perfaz-se a sucessão por linhas, toda vez em que os únicos herdeiros sejam
ascendentes do falecido, assim fluindo de forma igualitária uma parte à linha
ascendente materna e outra à paterna. Note-se que nessa modalidade não se
admite a representação, portanto na hipótese de apenas um dos pais estar
vivo, este herdará toda a herança. Caso os dois sejam mortos, e haja avós
vivos, a transmissão se faz da mesma maneira, metade à linha paterna e
metade à materna.
Pois bem, uma vez elaborado o esboço da partilha, são intimadas as partes, o
Ministério Público e a Fazenda Pública, para se manifestarem acerca desse,
aceitando ou impugnando o esboço em prazo de 05 dias.
Ressalte-se por fim, que de quando houver apenas um herdeiro com direitos
sobre os bens do falecido, não haverá partilha, mas sim a adjudicação da
herança, na hipótese de ser agente capaz. Se incapaz, haverá a necessidade
de instauração do inventário ou o procedimento de arrolamento comum.
2.3 Do Arrolamento
Uma vez provado o pagamento dos tributos e rendas relativos aos bens do
espólio o juiz deverá julgar a partilha ou determinar a adjudicação por sentença
da qual o transito em julgado resultará a expedição do formal de partilha ou
carta de adjudicação. Desta sentença cabe apelação. A sentença “que julgue a
adjudicação e a partilha realizadas no arrolamento comum poderá ser objeto de
ação rescisória”.
Vale ressaltar que nos dois casos não serão modificadas as primeiras
declarações e a avaliação já existentes no inventário original, salvo alteração
no valor dos bens que compõem o acervo hereditário art. 1.045 CPC e no
inventário a que se proceder por morte do cônjuge herdeiro supérstite, é lícito,
independentemente de sobrepartilha, descrever e partilhar bens omitidos no
inventário do cônjuge pré-morto art. 1.045, parágrafo único, ou seja, “se o
cônjuge sobrevivente é herdeiro e não apenas meeiro do pré-morto, vindo a
falecer poderão ser descritos e partilhados no seu inventário,
independentemente de sobrepartilha, os bens omitidos no inventário do
cônjuge pré-morto”.
CONCLUSÃO
Ademais, tais institutos se revestem de grande influência social, uma vez que
regulam toda e qualquer relação familiar que possam, sabidamente, gerar
resultado natural ao patrimônio do de cujus e causar eventuais danos aos
interesses de seus sucessores. A letra da lei e o processo em si identificam-se
como instrumentos do Estado para a regulação social e a manutenção do bem
estar familiar e dos legitimados.