O homem como ser social

O homem vive em sociedade

e esse facto não é acidental ou fortuito
pois sem a socialização o indivíduo humano não se desenvolve
enquanto ser humano...

O homem só se realiza como Pessoa na relação com os outros, relação

essa que tem vários níveis e assume múltiplas formas
A Pessoa realiza-se em
três dimensões
fundamentais:

3. A Universalidade.

2. A Sociabilidade

1. A Intimidade.
 Dentro de ti
estão todos os que te
viram
como gente ou não
cada palavra
que te dirigiram
é uma luz ou uma ferida
às vezes um clarão
Ao nível da que cega ou mostra que
sim
outras vezes um muro de
A Pessoa encara-se como um ser sombra e um rio que
dotado de uma consciência de si, secou sem razão
porque a palavra não
baseada na racionalidade e nas pode semear-se no
emoções que, embora seja individual campo largo do
contentamento
e interior, só se constrói com base fazendo crescer uma
em relações significativas com outros floresta morta de
desencanto
seres humanos... no que poderia ser um
jardim
ou um campo verde
sem princípio nem fim
 Quem és tu sem os outros?
Talvez uma caixa de solidão
e desejos por cumprir
uma secreta vontade
de ir para além de ti mesmo
um fantasma
que ninguém sente
nas dobradiças ferrugentas
da noite

Ao nível da sociabilidade a pessoa encontra-se como membro de uma

sociedade organizada, necessitando de passar por um longo processo de
socialização até que possa assumir-se como um membro activo da sociedade
a que pertence.
Não se pode dizer que a sociedade é uma mera soma de indivíduos, uma vez
que o indivíduo é, em si mesmo, um produto da cultura da sociedade a que
pertence...
A filosofia, a arte,a religião, a literatura, a ciência...

são vias para alcançar a UNIVERSALIDADE, uma integração

do indivíduo no COSMOS, no TODO, realizando-se como
Pessoa, no encontro do que o transcende e pode dar um
sentido pleno à sua existência...

Mas essas vias estão abertas a

todos?
Mas nas
sociedades
humanas há
desigualdades
gritantes...
Há quem viva à
margem da
sociedade...

Por culpa própria?

Por culpa dos outros?

É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.

É urgente destruir certas

palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.

É urgente inventar alegria,

multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros e a luz

impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.
Eugénio de Andrade
Diz homem, diz
criança, diz estrela.
Repete as sílabas
onde a luz é feliz e
se demora.

Volta a dizer:
homem, mulher,
criança.
Onde a beleza é
mais nova.
Eugénio de Andrade
As desigualdades sociais são justas?
Todos os homens são tratados como merecem?
Temos a responsabilidade ética de ajudar
os outros?
Podemos fazer algo de significativo para
melhorarmos a nossa sociedade?
Como é que será uma sociedade justa?

Como é que a nossa sociedade se poderá aproximar

desse ideal?
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Texto: Paulo Feitais