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MANUAL DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Professor Rondinei Roberto dos Santos


Faculdade Metropolitana
Engenheiro Eletricista e Eletrônico
Crea/MG – 211.888/D

Porto Velho – RO , Abril – 2020

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- ENGENHARIA ELÉTRICA:

No presente capítulo são apresentados os conceitos da eletricidade, os quais são indispensáveis


para o entendimento do assunto.
A compreensão dos fenômenos elétricos supõe um conhecimento básico da estrutura da matéria,
cujas noções fundamentais serão reunidas a seguir.

- ELETRICIDADE

Todos os corpos são compostos de moléculas, e estas por sua vez, de átomos, a menor porção de
matéria.
Átomo é a menor porção da matéria. Cada átomo compõe-se de um núcleo no qual existem prótons,
com carga positiva, e nêutrons, sem carga; em torno do núcleo gravitam os elétrons – elementos de
carga negativa.
Num átomo em equilíbrio, a quantidade de elétrons em órbita é igual ao número de prótons no núcleo
(figura 1).
Átomo em equilíbrio

Uma teoria bem fundamentada afirma que a estrutura do átomo tem certa semelhança com a do
sistema solar. O núcleo, em sua analogia com o sol, é formada por prótons e nêutrons, em redor do
mesmo giram, com grande velocidade, elétrons planetários.

Tais elétrons são numericamente iguais aos prótons, e este número influi nas características do
elemento químico. Os elétrons, que giram segundo órbitas mais exteriores, são atraídos pelo núcleo
com uma força de atração menor que a exercida sobre os elétrons das órbitas mais próximas do
núcleo.

Com os elétrons mais exteriores podem ser retiradas de sua órbita com certa facilidade, são
denominados elétrons livres.

Resumo :

- Matéria : é tudo aquilo que tem massa e ocupa um lugar no espaço.


- Molécula : é a menor parte da matéria que conserva todas as propriedades dessa matéria.
- Átomo : é a menor porção de um elemento equilibrado eletricamente e apenas divisível por reação
atômica.
- Núcleo : é a porção central do átomo, onde se encontram os prótons e nêutrons.
- Eletrosfera : é a camada externa ao núcleo, onde se movimentam os elétrons.

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1.1.1 Atração e repulsão entre cargas
Conforme foi exposto, o elétron e o próton são as cargas elementares e componentes do átomo.
Aproximando-se cargas de polaridades opostas, verifica-se uma força atrativa entre elas;
aproximando-se cargas de mesma polaridade verifica-se que há uma força de repulsão entre elas.

Portanto, eletricidade é o efeito do movimento de elétrons de um átomo para outro em um condutor


elétrico.

- CORRENTE ELÉTRICA (I)

Os elétrons livres dos átomos de uma certa substância normalmente se deslocariam em todas as
direções. Quando, em um condutor, o movimento de deslocamento de elétrons livres for mais intenso
em um determinado sentido, diz – se que existe uma corrente elétrica ou um fluxo elétrico no
condutor.

A intensidade da corrente elétrica é caracterizada pelo número de elétrons livres que atravessa uma
determinada seção do condutor na unidade de tempo.

CORRENTE ELÉTRICA é o movimento ordenado dos elétrons livres nos condutores, quando existe
uma diferença de potencial (tensão) elétrico entre suas extremidades.

Grandeza elétrica: Corrente Elétrica


Símbolo da Corrente Elétrica – I
Unidade de medida – ampère – A
Instrumento de medida – amperímetro

- Relação entre as unidades:

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- CORRENTE CONTÍNUA E CORRENTE ALTERNADA:

A corrente elétrica, pode ser gerada de duas formas diferentes e isso depende do meio de geração
da mesma:

CORRENTE CONTÍNUA: representada pelas siglas CC ou DC, é aquela cuja intensidade é


constante e sempre no mesmo sentido, e estão presentes nas seguintes fontes de energia elétrica:
pilhas comuns, baterias, dínamos.

Símbolo: CC , DC e ----

Fontes de Corrente Contínua (CC ou DC):

Geradores Químicos: Pilhas e Baterias. Através de reações químicas alcalinas acidas tem-se uma
movimentação de cargas elétricas que resultam em uma corrente de elétrons em um único sentido de
deslocamento.

Geradores eletromagnéticos: Através do eletromagnetismo, pode-se produzir Corrente continua


com geradores especiais.

Retificadores: Através de meio eletrônico consegue converter Corrente Alternada em Corrente


Continua com grande facilidade, mas é muito difícil, e não impossível converter Corrente Continua em
Alternada.

Corrente Contínua

Define-se corrente contínua (c.c.), aquela corrente elétrica que flui sempre em um sentido, nunca se
invertendo, desde que o circuito em que flui seja mantido fechado. Existem dois tipos de corrente
contínua :

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• Corrente Contínua pura
• Corrente Contínua pulsante

Corrente Contínua Pura

É a corrente que mantém o mesmo valor ou seja, ela é constante em qualquer instante da sua
trajetória.

Corrente Contínua Pulsante

É a corrente que flui em um só sentido, mas que altera o seu valor de um instante para o outro em
todo seu trajeto.

CORRENTE ALTERNADA: representada pelas siglas AC ou CA, é aquela cuja intensidade varia
senoidalmente com o tempo e cujo sentido inverte periodicamente. Esse tipo de corrente elétrica é a
mais aplicada nos Sistemas Elétricos existentes nas cidades por fatores relacionados ao custo de
geração, transmissão e manutenção.

Símbolo: AC , CA e ~

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Fontes de Corrente Alternada (AC):

Geradores eletromagnéticos: Através do eletromagnetismo, pode-se produzir Corrente alternada


com geradores acoplados a forças motrizes girantes primárias.

Conversores: Utilizados para converter Corrente Continua em Corrente Alternada.

Ligação do amperímetro

Para medir a corrente de um circuito elétrico, deve-se ligar o amperímetro de forma que toda a
corrente da carga passe também pelo amperímetro.

A corrente elétrica deve passar pelo amperímetro. Desta maneira, sabe-se quantos ampères circulam
no circuito.

Ligação do alicate amperímetro

Outra maneira de medir a corrente elétrica é com alicate amperímetro, onde não é necessário abrir o
circuito.

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- TENSÃO ELÉTRICA (U)

FORÇA ELETROMOTRIZ: É a força que movimenta os elétrons. As fontes geradoras produzem uma
força eletromotriz (f. em.), a qual provoca o deslocamento de elétrons, de um para o outro extremo do
material. As fontes geradoras produzem, por um determinado espaço de tempo, uma FORÇA
ELETROMOTRIZ constante.

Tensão elétrica, ou diferença de potencial, é a força que impulsiona os elétrons.

Fonte de tensão: são dispositivos que convertem outra forma de energia em energia potencial
elétrica; são conhecidas como fontes de força eletromotriz (fem). As tensões medidas nessas fontes
de fem são geralmente simbolizadas pela letra E.

Grandeza elétrica: Tensão elétrica


Símbolo – U e E
Unidade de medida – Volts
Instrumento de medida – voltímetro

Relação entre as unidades:

Relação Denominação Símbolo Valor em relação ao ampère


Múltiplo Quilovolt kV 1000 V
Unidade Volt V -
Submúltiplo Milivolt mV 0,001 V
Submúltiplo Microvolt µV 0,000001 V

Ligação do voltímetro
Quando se quer medir a tensão de um circuito elétrico, deve-se ligar o voltímetro de forma que os
terminais de prova (pontas de prova) fiquem ligadas diretamente nos terminais de saída da fonte
(quando da medição da tensão da fonte) ou nos terminais de entrada na carga (quando da medição
de tensão na carga). Conforme figura abaixo:

- RESISTÊNCIA ELÉTRICA

Chama-se resistência elétrica a oposição interna do material à circulação das cargas, é a dificuldade
que os materiais oferecem ao deslocamento dos elétrons.

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Grandeza elétrica: Resistência elétrica (R)
Unidade de medida : ohm ( W );
Aparelho de medida de resistência elétrica : ohmmímetro;
Obs. : para medir a resistência de um material, o aparelho deve ser desligado da rede, caso contrário
poderá danificar o equipamento ( ohmmímetro ).

A seguir apresentamos um exemplo de resistência elétrica.

A resistência R depende do tipo do material, do comprimento, da seção A e da temperatura.

Todos os materiais apresentam resistência elétrica, desta forma podemos classificá-los em 3 grupos :
condutores, isolantes e semicondutores.

- Material condutor: possui baixíssima resistência, isto é, deixa a corrente passar facilmente. Ex:
prata, cobre, alumínio, etc.

- Material isolante: possui altíssima resistência, isto é, oferece muita dificuldade à passagem da
corrente. Ex: porcelana, vidro, plástico, borracha, papel.

- Materiais semicondutores: oferecem resistência intermediária, caracteristicas intermediárias entre


os condutores e os isolantes, são largamente utilizados em eletrônica, são empregados em
resistores.
Exemplos:
- resistor de aquecimento: níquel-cromo
- resistor de lâmpadas: tungstênio
- resistor para quedas de tensão: carvão

Quando se quer medir a resistência de componentes em algum circuito, a condição básica é que
esteja desenergizado e com uma das extremidades desligadas.

- CIRCUITO ELÉTRICO

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Definição: é o caminho fechado pelo qual circula a corrente elétrica. É a junção de componentes que
recebem de uma fonte geradora a energia elétrica, transportam ao elemento consumidor e realizam
um trabalho.
Os elementos de um circuito elétrico são: a fonte geradora, o condutor elétrico, o aparelho
consumidor (carga), o dispositivo de manobra e o dispositivo de proteção.

Representação simbólica de um circuito elétrico

- FONTE GERADORA DE ENERGIA ELÉTRICA: Elemento do circuito elétrico que produz a f.e.m.
(força eletromotriz), a tensão elétrica. Transforma um tipo de energia em energia elétrica.
São aquelas que utilizam grandes quantidades de alguma forma de energia para transforma-la em
energia elétrica, através de uma fonte geradora, que, por sua vez , usa um dos seis processos já
estudados.
Dentre as usinas geradoras de eletricidade mais conhecidas e mais utilizadas pelo homem, temos:
usinas hidroelétricas, usinas eólicas e usinas termoeléctricas.
Usinas Hidroelétricas: Nas usinas hidro-
elétricas, uma grande quantidade de
água é represada. Esta água sai por uma
tubulação e faz girar uma turbina, por sua
vez, faz girar o gerador, que produz
eletricidade. Estas usinas têm grandes
aplicações, principalmente em países
como o Brasil, onde há grandes
potenciais hidráulicos (rios), que podem
ser aproveitados.

Usinas Eólicas: Estas usinas aproveitam


a energia dos ventos, para fazer girar um
cata-vento, que por sua vez faz girar um
gerador, que produz eletricidade. Estas
usinas são utilizadas em regiões onde é
freqüente a ocorrência de ventos.

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Usinas termoeléctricas:
Estas usinas funcionam da seguinte
forma: O calor do fogo aquece a água;
esta se transforma em vapor; o vapor faz
girar o gerador e o gerador produz
eletricidade de. O calor, que inicia todo o
processo citado acima, pode ser
originário da queima dos mais variados
tipos de combustíveis, sendo, os mais
usados: a lenha, o carvão mineral, o óleo
combustível e outros. A escolha do
combustível depende das características
da região onde será montada a usina.

Usina Termonuclear: Neste tipo de


usina, é processada, no reator, a
desintegração dos átomos, que provoca o
desprendimento de uma grande
quantidade de calor. Este calor aquece a
água que se transforma em vapor. Este
vapor aquece uma outra quantidade de
água, que também se transforma em
vapor. Este vapor faz girar a turbina; esta
faz girar o gerador e o gerador produz
eletricidade.

- CONDUTOR ELÉTRICO: O condutor elétrico faz a ligação entre o consumidor (carga) e a fonte
geradora, permitindo a circulação da corrente, transporta a corrente elétrica. Cada tipo de condutor
pode ser preparado com características variadas, dependendo de sua aplicação. Podem ser rígidos
ou flexíveis, isolados ou não. Cada condutor elétrico possui características de fabricação e aplicação
determinadas em normas técnicas específicas. O condutor nunca pode ser aplicado em uma carga
com corrente superior a máxima capacidade de condução de corrente do mesmo.

Cabo flexível Cabo com isolação adicional Cabo de cobre nu

- DISPOSITIVO DE MANOBRA: Elemento do circuito responsável pelo controle de funcionamento do


aparelho consumidor (carga). Não havendo dispositivo de manobra, o circuito não possui
impedimento no funcionamento e a carga fica alimentada continuadamente.
Os dispositivos de manobra são projetados para atender determinadas aplicações e possuem uma
máxima capacidade de corrente elétrica. Quando um dispositivo de manobra é instalado para o
controle de uma carga superior a que ele suporta, há um dano ao mesmo.
Exemplos mais usuais de dispositivos de manobra: interruptor simples, chave blindada, botão
pulsador, chave tripolar, etc.

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Interruptor simples Chave Chave blindada

- APARELHO CONSUMIDOR (CARGA): Elemento do circuito responsável pela transformação da


energia elétrica em outro tipo de energia requerida. Realiza trabalho. Cada elemento consumidor
possui características próprias quanto a alimentação elétrica (tensão elétrica, corrente elétrica,
potência elétrica, freqüência elétrica). Os consumidores podem ser associados em: associação em
série, associação em paralelo e associação mista.

Lâmpada incandescente Chuveiro elétrico Ferro de passar roupas

- DISPOSITIVO DE PROTEÇÃO: São dispositivos que, ao serem atravessados por uma corrente de
intensidade maior que a prevista, interrompem a passagem da corrente elétrica, preservando da
destruição os demais elementos do circuito. Os mais comuns são os fusíveis, os disjuntores e o relé
de sobrecarga.
Existem dispositivos destinados a proteção contra aumento de tensão (sobre-tensão) que são os
dispositivos de proteção contra surto (DPS), presentes nas redes elétricas e dispositivos destinados a
proteção contra choque elétrico (dispositivo diferencial residual - DR).

Fusível Disjuntor Interruptor diferencial residual - DR

- TIPOS DE CIRCUITOS ELÉTRICOS:

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CIRCUITO EM SÉRIE: Ligação de consumidores de forma simples. Em um circuito em série temos
os componentes ligados de maneira a existir um único caminho contínuo para a passagem da
corrente elétrica. A saída de um componente está ligada a entrada do componente seguinte.

Circuito em série

Características do Circuito em Série:

Corrente total no um circuito em série: é a mesma em todos os pontos do circuito, independente


do valor de resistência dos componentes do circuito. Então, se você interrompe o circuito em
qualquer parte, toda a circulação de corrente no circuito é interrompida.

Um exemplo prático seria a instalação de fusível de proteção no circuito. O fusível inserido em série
no circuito a ser protegido, pois um aumento no valor da corrente acima de sua capacidade nominal
faz com que ele interrompa toda a circulação de corrente, desligando o circuito.

Tensão total (fonte) no circuito em série: A soma das quedas de tensão em cada componente do
circuito é igual à tensão da fonte (bateria). A tensão U na associação é igual à soma das tensões em
cada resistor.

U = U1 + U2 + U3

Ufonte = U1 + U2 + U3

Ufonte = 4V + 5V + 3V = 12V

CIRCUITO EM PARALELO: Quando dois ou mais resistores estão ligados através de dois pontos em
comum no circuito, isto é, os resistores têm os terminais ligados à mesma diferença de potencial, de
modo a oferecer caminhos separados para a corrente, temos um circuito em paralelo.

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O que caracteriza um circuito paralelo é a ligação de seus componentes de tal forma que exista mais
de um caminho para a passagem de corrente.

Circuito em Paralelo

Características do Circuito em Paralelo:

Corrente total no circuito em paralelo: A corrente total fornecida pela fonte (bateria) é igual à soma
das correntes em cada ramo do circuito. Podemos explicar como: mais vias de passagem possibilita
mais passagem de corrente.

It = I1 + I2 + I3

Itotal = I1 + I2 + I3
Itotal = 2A+ 5A + 2A
Itotal = 9A

Tensão total (fonte) no circuito em paralelo: a diferença de potencial em cada componente do


circuito paralelo é a mesma da fonte (bateria). Isto quer dizer que se ligarmos duas lâmpadas de 12
volts em paralelo, a tensão aplicada em cada lâmpada será idêntica à da bateria, 12 volts.
Normalmente, as lâmpadas são ligadas em paralelo, a fim de que cada uma produza sua
luminosidade nominal e mesmo que uma delas queime as outras continuarão acesas.

Utotal = Ucarga

CIRCUITO MISTO: O circuito misto possui alguns pontos de consumo ligados em série e outros em
paralelo, ou seja, apresenta seus elementos ligados uns em série e outros em paralelo

Como o circuito misto é uma composição de circuitos em série com circuitos em paralelo, logo este
apresenta num único circuito as características dos dois circuitos anteriores, ou seja, trechos com
funcionamento independente (circuito paralelo) e trechos com funcionamento dependente (circuito
série).

Circuito elétrico misto

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- ASSOCIAÇÃO DE RESISTORES (RESISTÊNCIA EQUIVALENTE):

Em muitos casos práticos tem-se a necessidade de uma resistência maior do que a fornecida por um
único resistor. Em outros casos, um resistor não suporta a intensidade da corrente que deve
atravessá-lo. Nessas situações utilizam-se vários resistores associados entre si.
Os resistores podem ser associados em série, em paralelo ou numa combinação de ambas,
denominados associação mista.
O resistor equivalente de uma associação é o resistor que produz o mesmo efeito que a associação,
ou seja, submetido mesma ddp da associação, deixa passar corrente de mesma intensidade.

Resistência Equivalente no circuito em série: é o valor da resistência que, ligada à mesma


diferença de potencial que a associação, circulará à mesma corrente que circula na associação.
Na associação em série a resistência equivalente é a soma das resistências parciais:

RTotal = R1 + R2 + R3 + R4 .... Rn

Resistência equivalente no circuito em série

Resistência Equivalente no circuito em paralelo: Vamos encontrar para a associação de resistores


em paralelo um resistor equivalente à associação, isto é, que produz no circuito o mesmo efeito que
ela.
Na associação em paralelo a resistência equivalente da associação é igual à soma dos inversos das
resistências associadas:

Associação paralela de dois resistores - O valor da resistência equivalente Req de uma associação
paralela de dois resistores é igual ao produto dos valores dos resistores dividido pela soma dos
valores dos resistores. Esta forma é conhecida como produto pela soma.

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- LEI DE OHM

Desde muito tempo os fenômenos elétricos tem despertado a curiosidade do homem. Nos primórdios
da eletricidade esta curiosidade levou um grande número de cientistas a se dedicarem ao estudo da
eletricidade. George Simon Ohm foi um destes cientistas, dedicando - se ao estudo da corrente
elétrica.
Existe uma relação matemática entre a tensão elétrica, a corrente elétrica e a resistência elétrica.
No século XIX, Georg Simon Ohm, demonstrou experimentalmente a constante de proporcionalidade
entre a corrente elétrica, a tensão e a resistência. Essa relação e denominada Lei de Ohm e e
expressa literalmente como:

“A corrente em um circuito e diretamente proporcional a tensão aplicada e inversamente proporcional


a resistência do circuito”.

Na forma de equação a Lei de Ohm e expressa como:

I = Corrente Elétrica (Ampére)


U = Tensão Elétrica (Volt)
R = Resistência Elétrica (Ohm)

Assim para cada tensão aplicada num circuito teremos um resultado de corrente elétrica, isto tendo
em vista um valor de resistência.

Da fórmula acima pode-se obter:

- quando se deseja encontrar o valor da tensão elétrica.

- quando se deseja encontrar o valor da resistência elétrica.

Uma forma prática de chegar às três fórmulas da lei de Ohm, seria utilizando o triângulo abaixo:

U = Tensão Elétrica
R = Resistência Elétrica
I = Corrente Elétrica

- MAGNETISMO E ELETROMAGNETISMO:

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MAGNETISMO: é o ramo da Ciência que estuda os materiais magnéticos, ou seja, que estuda
materiais capazes de atrair ou repelir outros.

A história do magnetismo inicia-se por volta do século VI


antes de Cristo na Magnésia, região da Ásia, quando
Thales do Mileto observou que seu cajado era atraído por
certos tipos de rochas. Essas pedras tinham a
característica do atrair materiais como o ferro e a própria
pedra. Sua verificação foi possível por causa do
revestimento à base de ferro do seu cajado.

As propriedades dos corpos magnéticos são grandemente utilizadas em eletricidade, em motores e


geradores, por exemplo, em eletrônica, nos instrumentos de medição e transmissão de sinais.

ÍMAS: É todo material que apresenta a propriedade do magnetismo. Alguns materiais encontrados na
natureza apresentam propriedades magnéticas naturais. Esses materiais são denominados ímãs
naturais. Como exemplo de ímã natural podemos citar a magnetita.
É possível também obter um ímã de forma artificial, chamados ímãs artificiais. São compostos por
barras de materiais ferrosos que o homem magnetiza por processos artificiais.
Os ímãs artificiais são muito empregados porque podem ser fabricados com os mais diversos
formatos, de forma a atender às mais variadas necessidades práticas, como por exemplo, nos
pequenos motores de corrente contínua que movimentam os carrinhos dos brinquedos de corrida.
Os ímãs artificiais em geral têm propriedades magnéticas mais intensas que os naturais.

Pólos magnéticos de um ímã: Externamente as forças de atração magnética de um ímã se


manifestam com maior intensidade nas suas extremidades. Por isso, as extremidades do ímã são
denominados de pólos magnéticos.
Cada um dos pólos apresentam propriedades magnéticas específicas, eles são denominados PÓLO
NORTE e PÓLO SUL.

Os ímãs tem uma propriedade característica: por


mais que se divida um ímã em partes menores,
as partes sempre terão um pólo norte e um pólo
sul. Essa propriedade é denominada
inseparabilidade dos pólos.

Atração e repulsão entre ímãs: Se dois pólos magnéticos diferentes forem aproximados (norte de
um com sul de outro), haverá uma atração entre os dois ímãs. Se dois pólos magnéticos iguais forem
aproximados (norte de um com norte do outro), haverá uma repulsão entre os ímãs.
Resumo: pólos diferentes se atraem, pólos iguais se repelem.

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Linha de força magnética: é uma linha invisível que fecha o circuito magnético de um ímã,
passando por seus pólos. As linhas de força magnética formam o campo magnético. A linha de forca
magnética é a unidade do fluxo magnético.
O sentido das linhas de forca em um ímã é do pólo norte para o pólo sul, fora do ímã.

Campo magnético: do pólo norte para o pólo sul do ímã, fora do ímã.

ELETROMAGNETÍSMO: É o estudo da inter-relação da eletricidade e do magnetismo. Sempre que


houver eletricidade haverá magnetismo presente.
Em 1820, o físico dinamarquês Hans Christian Oersted, responsável pelo inicio do estudo do
eletromagnetismo, verificou que, ao ser estabelecida uma corrente elétrica num condutor, estando
este sobre uma bússola, o ponteiro se deslocava. Sabia que o ponteiro da bússola era um imã e que
este só se deslocava na presença de um campo magnético. Assim enunciou a primeira lei do
eletromagnetismo:

“Em torno de um condutor retilíneo conduzindo corrente elétrica sempre haverá um campo
magnético.”

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Primeiro fenômeno do eletromagnetismo

Quando um condutor é percorrido por uma corrente elétrica, ocorre uma orientação no movimento
das partículas no seu interior. Essa orientação do movimento das partículas tem um efeito
semelhante ao da orientação dos ímãs moleculares. Como conseqüência dessa orientação, surge um
campo magnético ao redor do condutor.

As linhas de força do campo magnético criado


pela corrente elétrica que passa por um
condutor, são circunferências concêntricas num
plano perpendicular ao condutor.

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Para o sentido convencional da corrente elétrica,
o sentido de deslocamento das linhas de força é
dado pela regra da mão direita. Ou seja,
envolvendo o condutor com os quatro dedos da
mão direita de forma que o dedo polegar indique
o sentido da corrente (convencional). O sentido
das linhas de força será o mesmo dos dedos que
envolvem o condutor.

A intensidade do campo magnético ao redor do condutor depende da intensidade da corrente que


nele flui. Ou seja, a intensidade do campo magnético ao redor de um condutor é diretamente
proporcional à corrente que circula neste condutor.

Campo magnético em uma bobina (ou solenóide): Para obter campos magnéticos de maior
intensidade a partir da corrente elétrica, basta enrolar o condutor em forma de espiras, constituindo
uma bobina. A tabela a seguir mostra uma bobina e seus respectivos símbolos conforme determina a
NBR 12521.

As bobinas permitem um acréscimo dos efeitos


magnéticos gerados em cada uma das espiras.
A figura ao lado mostra uma bobina constituída
por várias espiras, ilustrando o efeito resultante
da soma dos efeitos individuais.

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Os pólos magnéticos formados pelo campo magnético de uma bobina têm características
semelhantes àquelas dos pólos de um ímã natural. A intensidade do campo magnético em uma
bobina depende diretamente da intensidade da corrente e do número de espiras.
O núcleo é a parte central das bobinas, e pode ser de ar ou de material ferroso. O núcleo é de ar
quando nenhum material é colocado no interior da bobina. O núcleo é de material ferroso quando se
coloca um material ferroso (ferro, aço...) no interior da bobina. Usa-se esse recurso para obter maior
intensidade de campo magnético a partir de uma mesma bobina. Nesse caso, o conjunto bobina-
núcleo de ferro é chamado eletroímã.
Observação:
A maior intensidade do campo magnético nos eletroímãs é devida ao fato de que os materiais
ferrosos provocam uma concentração das linhas de força.

Quando uma bobina tem um núcleo de material ferroso, seu símbolo expressa essa condição (NBR
12521).

- POTÊNCIA ELÉTRICA (P)

A Potência elétrica é uma grandeza elétrica, representada pela letra P, é definida como a capacidade
de realização de trabalho por unidade de tempo, ou seja, a transformação da energia elétrica em
outro tipo de energia, como energia calorífica (forno), energia mecânica (motor), energia luminosa
(lâmpada) etc.

Em um resistor, quanto maior a tensão elétrica aplicada, mais o resistor tende a se aquecer, pois pela
Lei de Ohm será maior a corrente que circulará por ele.

A potência é proporcional à tensão e corrente aplicada a um resistor; logo, pode-se escrever que:

Potência = tensão x corrente

P=VxI

A unidade de medida da potência elétrica é o Watt, representada pela letra W.

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Um watt (1W) corresponde à potência
desenvolvida no tempo de um segundo em uma
carga, alimentada por uma tensão de 1V, na qual
circula uma corrente de 1A.

A unidade de medida da potência elétrica watt tem múltiplos e submúltiplos como mostra a tabela a
seguir:

Denominação Símbolo Valor em relação ao Watt


Múltiplo qilowatt kW 1000 W
Unidade Watt W 1W
mliwatt mW 0,001 W
Submúltiplos
mcrowatt µW 0,000001 W

Como esta unidade de energia é muito pequena, a unidade mais utilizada na prática é o quilowatt -
hora (kWh); note que a unidade de potência é dada em quilowatt e o tempo em hora.

Podemos associar a Potência elétrica com a Lei de OHM e extrair deduções das fórmulas
fundamentais:

Com o disco ao lado, podemos observar todas


as variáveis da lei de Ohm e da Potência
elétrica.
è

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WATTÍMETRO: Instrumento destinado à medição de Potência Elétrica em Watt’s.
As empresas que comercializam energia elétrica realizam a medição do consumo de eletricidade
tomando por base a Potência elétrica utilizada na unidade consumidora. A medição é realizada pelo
medidor de quilowatt/hora.

Medidor de quilowatt/hora monofásico Medidor de quilowatt/hora trifásico


Fonte: www.nansen.com.br Fonte: www.nansen.com.br

- TRANSFORMADORES

Um transformador é um dispositivo destinado a


transmitir energia elétrica ou potência elétrica de
um circuito à outro, transformando tensões,
correntes e ou de modificar os valores das
Impedância elétrica de um circuito elétrico. Trata-
se de um dispositivo de corrente alternada que
opera baseado nos princípios eletromagnéticos
da Lei de Faraday e da Lei de Lenz.

O transformador consiste de duas ou mais


bobinas ou enrolamentos e um "caminho", ou
circuito magnético, que "acopla" essas bobinas.
Há uma variedade de transformadores com
diferentes tipos de circuito, mas todos operam
sobre o mesmo princípio de indução
eletromagnética.

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No caso dos transformadores de dois enrolamentos, é comum se denominá-los como enrolamento
primário e secundário, existem transformadores de três enrolamentos sendo que o terceiro é
chamado de terciário. Existe também um tipo de transformador denominado Autotransformador, no
qual o enrolamento secundário possui uma conexão elétrica com o enrolamento do primário.

Transformadores de potência são destinados


primariamente à transformação da tensão e das
correntes operando com altos valores de
potência, de forma a elevar o valor da tensão e
conseqüentemente reduzir o valor da corrente.
Este procedimento é utilizado pois ao se reduzir
os valores das correntes, reduz-se as perdas por
efeito Joule nos condutores. O transformador é
constituído de um núcleo de material
ferromagnético, como aço, a fim de produzir um
caminho de baixa relutância para o fluxo gerado.

Geralmente o núcleo de aço dos transformadores é laminado para reduzir a indução de correntes
parasitas ou de corrente de Foucault no próprio núcleo, já que essas correntes contribuem para o
surgimento de perdas por aquecimento devido ao efeito Joule.

Em resumo, o transformador aumenta ou diminui valores de tensão elétrica CA e é constituído


genericamente de dois enrolamentos, sendo um enrolamento primário e o enrolamento secundário.

Os transformadores podem ser de diversos tipos e características:


- monofásico
- trifásico
- transformador de corrente
- transformador de potencial
- autotransformador de partida

- GERADORES

Com o aumento industrial e populacional, o homem tem necessidade de aproveitar todos os recursos
energéticos da natureza. O grande problema era como distribuir a energia elétrica produzida no local
de consumo. Este problema foi resolvido com o desenvolvimento das instalações elétricas e a
facilidade de transportar a energia elétrica a grandes distâncias, com o uso de condutores.

Existem diversos meios para geração de eletricidade. O mais utilizado é a geração pelo magnetismo,
devido à sua simplicidade e capacidade de grandes potenciais.

A eletricidade pode ser gerada pelos seguintes meios :


• Atrito;
• Pressão;
• Magnetismo;
• Reação química;
• Transformação da energia térmica;
• Transformação da energia luminosa.

Geração de eletricidade por magnetismo

Para gerar eletricidade através do magnetismo, precisamos dos seguintes componentes :


• Campo magnético;
• Movimento;
• Condutor elétrico.

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O gerador produz energia elétrica movimentando um condutor dentro de um campo magnético. A
energia mecânica necessária para esse movimento pode ser proveniente de várias fontes, tais como
queda d’água, vapor, motor à explosão, etc.

O gerador elétrico é uma máquina que transforma energia mecânica em energia elétrica.

A tensão elétrica é produzida no gerador através da combinação do movimento, campo magnético e


condutor elétrico. Caso tenhamos um campo magnético, um condutor e a tensão elétrica, também
poderemos produzir o elemento faltante, que é o movimento. O motor elétrico é a máquina que
produz o movimento através da combinação do campo magnético, condutor elétrico e tensão elétrica.

O motor elétrico é uma máquina que transforma energia elétrica em energia mecânica.

F.e.m. Induzida em um gerador

Consideremos um campo magnético


uniforme e um condutor retilíneo que é posto
em movimento em um campo magnético
cortando as linhas de força
"transversalmente".

Pelo fenômeno de indução eletromagnética


nasce nos terminais do condutor uma "Força
Eletromotriz Induzida".(F.e.m.i.). O sentido da
F.e.m. induzida no condutor pode ser
estabelecido com a "Regra da Mão Direita".

Regra da Mão Direita

Colocando a mão direita no sentido do


condutor, com a palma virada para o pólo
norte, e o polegar no sentido do movimento
do condutor, os outros dedos indicarão o
sentido da f.e.m. induzida.

Princípio de funcionamento do Gerador

Consideremos uma espira imersa em um campo magnético uniforme, no qual a fazemos girar sobre
seu próprio eixo.

24
Neste caso o corte da linha de força ou do fluxo não é constante em cada posição, mas depende da
inclinação da espira com respeito a linha de força do campo.

Para melhor entendermos, iremos utilizar só um lado da espira, em suas diversas posições as quais
assumem quando realizam o movimento de rotação dentro do campo magnético.

Podemos revelar que o valor de f.e.m. induzida assume uma conformação senoidal, passando de um
zero a um máximo depois retorna a zero atingindo depois um máximo negativo.

Uma aplicação importante deste caso agora considerado, é que existem geradores eletromagnéticos
os quais tem condutores que rodam em um campo magnético cortando as linhas de força ali
existentes.

Qualquer condutor imerso em um campo magnético está sujeito a uma força eletromotriz, a qual é
calculada pela fórmula da 1º Lei de Faraday.

Natureza da corrente elétrica

A tensão elétrica possui padrões diferentes de comportamento em relação ao tempo, de acordo com
a forma como foi gerada, podemos dividi-la em dois grupos :

25
Senoidal
Triangular
Tensão alternada
Quadrada
Etc.

Pulsante
Tensão contínua
Pura

Corrente Alternada

A corrente alternada (CA) é a mais usada, devido à sua facilidade de ser transmitida, distribuída e
alterada. Sua característica principal, como seu nome sugere, é a de possuir polaridade e valores
variáveis.

Para uma tensão ser alternada é necessário que siga um padrão de variação. O seu valor deve
começar do zero, em um determinado momento, atingir seu valor máximo positivo, voltar ao valor
zero, atingir seu valor máximo negativo e voltar ao seu valor zero, ao completar essa etapa dizemos
foi realizado um período da tensão alternada. O sentido da corrente alternada é variável, percorrendo
um condutor em um sentido e no momento seguinte inverte seu sentido de circulação.

A tensão alternada senoidal é a mais fácil de ser gerada das tensões alternadas. O seu valor
descreve uma variação seguindo a função seno, de movimentos circulares uniformes.

Grupo gerador trifásico

Elementos da Corrente Alternada

Amplitude: Denomina-se amplitude de uma onda senoidal, o valor máximo que uma senóide pode
alcançar, tanto no sentido positivo como no negativo.

Período: Denomina-se período de uma onda senoidal, o tempo gasto para que a onda saia de um
valor (zero) e passando por um valor máximo positivo, retornando a zero e em seguida por um valor
máximo positivo, retornando a zero e em seguida por um valor máximo negativo e finalmente
retornando a zero.

Ciclo: Denomina-se ciclo de uma corrente alternada senoidal, o trajeto realizado pela forma de onda.

26
Freqüência: Denomina-se freqüência de uma corrente alternada, o número de vezes que essa
corrente assume valores positivos e negativos na unidade de tempo.

Para o suprimento de energia elétrica nos grandes centros de consumo é necessário que haja uma
estrutura capaz de sustentar toda a demanda.

- GERAÇÃO TRIFÁSICA DE CORRENTE ALTERNADA

Uma rede trifásica de C.A. é constituída de três fases defasadas de 120°.

Tensão e corrente alternada defasada de 1/3 de período.

A tensão de uma rede trifásica é a diferença de potencial existente entre duas fases diferentes. Esta
tensão chama-se de tensão de linha (UL).

4.2 TENSÃO TRIFÁSICA COM NEUTRO

Quando as bobinas do gerador ou transformador trifásico são ligadas em estrela, tem-se uma rede
trifásica com neutro.

27
Figura 19

Na rede trifásica com neutro, existem 2 tensões:


- UL (tensão de linha): é a diferença de potencial existente entre duas fases diferentes.
- UF (tensão de fase): é a diferença de potencial existente entre qualquer fase e o neutro.
Relação entre tensão de fase e tensão de linha:
UF = UI :
UF = UF x

- TIPOS DE REDES TRIFÁSICAS DE BAIXA TENSÃO

28
- GERAÇÃO DE ELETRICIDADE (Sistema Elétrico de Potência):

Ao conjunto de das instalações e equipamentos destinados a geração, transmissão e distribuição de


energia elétrica denominamos SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA (SEP).

A ELETRICIDADE é gerada em unidades de geração (USINAS GERADORAS), posteriormente a


mesma é transportada aos centros de consumo por meio das LINHAS DE TRANSMISSÃO e nos
centros de consumo (cidades), a ELETRICIDADE é “preparada” para o consumo por meio das redes
de DISTRIBUIÇÃO.

GERAÇÃO: No Brasil a forma de geração que se destaca


é através de usinas hidrelétricas.
Usina Hidrelétrica, é a usina elétrica na qual a energia
elétrica é obtida por conversão da energia gravitacional da
água.
Podemos encontrar usinas hidrelétricas do tipo:
Usina (hidrelétrica) a fio d´água – Usina hidrelétrica que
utiliza diretamente a vazão do rio, tal como se apresenta
no local.
Usina (hidrelétrica) com acumulação - Usina hidrelétrica
que dispõe do seu próprio reservatório de regularização.

TRANSMISSÃO: Baseados na função que exerce, podemos definir transmissão como o transporte
de energia elétrica caracterizado pelo valor nominal de tensão:

29
a) entre a subestação elevadora de uma usina elétrica e a subestação abaixadora em que se inicia a
subtransmissão, o que alimenta um sistema de distribuição, o que fornece energia elétrica a um
grande consumidor ou;
b) entre as subestações que fazem a interligação dos sistemas elétricos de dois concessionários, ou
áreas diferentes do sistema de um mesmo concessionário.

As tensões usuais de transmissão adotadas no Brasil em corrente


alternada podem variar de 138 KV até 765 KV, incluindo neste intervalo
as tensões de 230 KV, 345 KV, 440 KV e 500 KV. As redes com tensões
nominais iguais ou superiores a 230 KV forma a chamada rede “Básica”
de transmissão.
Os sistemas de subtransmissão contam com níveis mais baixos de
tensão, tais como 34,5 KV, 69 KV ou 88 KV e 138 KV e alimentam
subestações de distribuição. Normalmente operam em tensões inferiores
àquelas dos sistemas de transmissão, não sendo, no entanto, incomum
operarem com uma tensão também existente nestes. Nascem nos
barramentos das subestações regionais e terminam em subestações
abaixadoras locais. Das subestações regionais, em geral, saem diversas
linhas de subtransmissão tomando rumos diversos. Em um sistema é
possível haver também dois ou mais níveis de tensões de
subtransmissão, como ainda um sub-nível de subtransmissão.

DISTRIBUIÇÃO: Por definição, “é a transferência de energia elétrica para os consumidores, a partir


dos pontos onde se considera terminada a transmissão (ou subtransmissão), até a medição de
energia, inclusive”.
Os principais componentes do sistema elétrico de distribuição são:
• Redes primárias;
• Redes secundárias;
• Ramais de serviço e entrada;
• Medidores;
• Transformadores de distribuição;
• Capacitores e reguladores de rede;

As linhas de transmissão e de subtransmissão convergem para as estações de distribuição, que é


uma subestação rebaixadora que alimenta um sistema de distribuição, onde a tensão é abaixada,
usualmente para o nível de 13,8 kV.

Destas subestações originam-se alguns alimentadores que se interligam aos transformadores de


distribuição da concessionária ou a de consumidores em tensão primária.

Define-se Sistema (de distribuição) Primário, como sendo o conjunto dos alimentadores de um dado
sistema de distribuição, incluindo os primários dos transformadores de distribuição pertinentes. São
linhas de tensões suficientemente baixas para ocuparem vias públicas e suficientemente elevadas
para assegurarem uma boa regulação, mesmo para potências razoáveis. Às vezes desempenham o
papel de linha de subtransmissão em pontas de sistemas.

Consumidores cuja carga instalada seja superior a 75 kW serão atendidos em tensão primária,
tensão nominal de média ou alta tensão, dependendo de sua demanda.

Dentre os outros níveis de tensão primária de distribuição ainda encontrados no Brasil, podemos
citar: 2,3 kV; 3,8 kV ; 6,6 kV; 11,9 kV; 23 kV; 34,5 kV.

A energia em tensão primária de distribuição é entregue a um grande número de consumidores tais


como indústrias, centros comerciais, grandes hospitais etc. Os alimentadores primários suprem um
grande número de transformadores de distribuição que abaixam o nível para a tensão secundária
para o uso doméstico e de pequenos consumidores comercias.

Quanto ao nível de tensão de distribuição dos sistemas secundários, observam-se os seguintes


valores nominais mais freqüentes: sistema de 220/127 volts (entre fases e entre fase e neutro) e o

30
sistema de 380/220 volts, deriváveis de sistemas trifásicos com neutro, e o sistema de 220/110 volts
derivável de sistemas monofásicos.

Redes de Distribuição

- DESENHO TÉCNICO:

Quando alguém quer transmitir um recado, pode utilizar a fala ou passar seus pensamentos para o
papel na forma de palavras escritas. Quem lê a mensagem fica conhecendo os pensamentos de
quem a escreveu. Quando alguém desenha, acontece o mesmo: passa seus pensamentos para o
papel na forma de desenho. A escrita, a fala e o desenho representam idéias e pensamentos.

Desde épocas muito antigas, o desenho é uma forma importante de comunica ção. E essa
representação gráfica trouxe grandes contribuições para a compreensão da História, porque, por
meio dos desenhos feitos pelos povos antigos, podemos conhecer as técnicas utilizadas por eles,
seus hábitos e até suas idéias.

As atuais técnicas de representação foram criadas com o passar do tempo, à medida que o homem
foi desenvolvendo seu modo de vida, sua cultura.

O desenho pode ser artístico ou técnico.

Quais as diferenças entre o desenho técnico e o desenho artístico?

Os artistas transmitiram suas idéias e seus sentimentos de maneira pessoal. Um artista não tem o
compromisso de retratar fielmente a realidade. O desenho artístico reflete o gosto e a sensibilidade
do artista que o criou.

O desenho técnico é um tipo de representação gráfica utilizado por profissionais de uma mesma área,
como, por exemplo, na mecânica, na marcenaria, na eletricidade.

O desenho técnico, ao contrário do artístico, deve transmitir com exatidão todas as características do
objeto que representa. Para conseguir isso, o desenhista deve seguir regras estabelecidas
previamente, chamadas de normas técnicas. Assim, todos os elementos do desenho técnico
obedecem a normas técnicas, ou seja, são normalizados. Cada área ocupacional tem seu próprio
desenho técnico, de acordo com normas específicas.

31
Desenho técnico
Desenho artístico

No desenho técnico, as representações foram feitas por meio de traços, símbolos, números e
indicações escritas, de acordo com normas técnicas. No Brasil, a entidade responsável pelas normas
técnicas é a ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas.

- Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT):

NORMAS TÉCNICAS

Se observarmos a natureza, será possível perceber que existem, no ambiente em que vivemos,
elementos que se repetem. Exemplos disso são os movimentos dos astros, os formatos das folhas, a
estrutura cristalina de determinas substâncias.

Seguindo essa tendência natural, quando o ser humano começou a viver em comunidade, precisou
usar normas de convivência, de linguagem, de padrões de comportamento.

Conforme foi descobrindo ou inventando armas, ferramentas e objetos de uso doméstico, o homem
percebeu também as vantagens de usar normas e procedimentos uniformizados.

Isso se tornou ainda mais necessário quando a Revolução Industrial, que começou no fim do século
XVIII, fez surgir a produção em massa, ou seja, a fabricação de um mesmo produto em grandes
quantidades. Para racionalizar custos de produção e facilitar o uso e manutenção dos produtos
fabricados, começaram a surgir critérios de padronização que reduziram a variedade de tamanhos e
formatos das peças, diminuindo a quantidade de itens de estoque e facilitando a vida do consumidor.

O que é normalização

A padronização foi o primeiro passo para a normalização. Esta nada mais é do que um conjunto de
critérios estabelecidos entre as partes interessadas, ou seja, técnicos, engenheiros, fabricantes,
consumidores e instituições, para padronizar produtos, simplificar processos produtivos e garantir um
produto confiável que atenda às necessidades de seu usuário.

Do processo de normalização surgem as normas que são documentos que contêm informações
técnicas para uso de fabricantes e consumidores. Elas são elaboradas a partir da experiência
acumulada na indústria e no uso, e a partir dos avanços tecnológicos que vão sendo incorporados à
criação e fabricação de novos produtos.

O processo de normalização que se iniciou por volta de 1900 e se estendeu até os anos 80
concentrou seus esforços na criação de normas que visavam à especificação e à definição de

32
produtos industriais, agrícolas e outros. Nesse período, a maior atenção da normalização esteve
voltada para a padronização de peças usadas na construção de máquinas e de equipamentos.

Atualmente as normas englobam questões relativas a terminologias, glossários de termos técnicos,


símbolos e regulamentos de segurança entre outros. Por causa disso, os objetivos atuais da
normalização referem-se à:

- simplificação, ou seja, à limitação e redução da fabricação de variedades desnecessárias de um


produto;
- comunicação, ou seja, ao estabelecimento de linguagens comuns que facilitem o processo de
comunicação entre fabricantes, fornecedores e consumidores;
- economia global, isto é, à criação de normas técnicas internacionais que permitam o comércio de
produtos entre países;
- segurança, quer dizer, à proteção da saúde e da vida humanas;
- proteção dos direitos do consumidor, isto é, à garantia da qualidade do produto.

Normas técnicas brasileiras

O atual modelo brasileiro de normalização foi implantado a partir de 1992 e tem o objetivo de
descentralizar e agilizar a elaboração de normas técnicas. Para isso, foram criados o Comitê Nacional
de Normalização (CNN) e o Organismo de Normalização Setorial (ONS).

O CNN tem a função de estruturar todo o sistema de normalização, enquanto que cada ONS tem
como objetivo agilizar a produção de normas específicas de seus setores. Para que os ONS passem
a elaborar normas de âmbito nacional, eles devem se credenciar e ser supervisionados pela
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

A ABNT é uma entidade privada sem fins lucrativos e a ela compete coordenar, orientar e
supervisionar o processo de elaboração de normas brasileiras, bem como elaborar, editar e registrar
as referidas normas (NBR).

Para que os produtos brasileiros sejam aceitos nos mercados internacionais, as normas da ABNT
devem ser elaboradas, de preferência, seguindo diretrizes e instruções de associações internacionais
de normalização como a ISO (International Standard Organization), com sede em Genebra, na Suíça,
e que significa Organização Internacional de Normas) e a IEC (International Eletrotechnical
Commission, que quer dizer Comissão Internacional de Eletrotécnica) utilizando a forma e o conteúdo
das normas internacionais, acrescentando-lhes, quando necessário, as particularidades do mercado
nacional.

A ABNT é responsável pela elaboração dos seguintes tipos de normas:

- normas de procedimento que fornecem orientações sobre a maneira correta de empregar materiais
e produtos; executar cálculos e projetos; instalar máquinas e equipamentos; realizar controle de
produtos;
- normas de especificação que fixam padrões mínimos de qualidade para os produtos;
- normas de padronização que fixam formas, dimensões e tipos de produtos usados na construção de
máquinas, equipamentos e dispositivos mecânicos;
- normas de terminologia que definem, com precisão, os termos técnicos aplicados a materiais,
máquinas, peças e outros artigos;
- normas de classificação que ordenam, distribuem ou subdividem conceitos ou objetos, bem como
estabelecem critérios de classificação a serem adotados;
- normas de métodos de ensaio que determinam a maneira de se verificar a qualidade das matérias-
primas e dos produtos manufaturados;
- normas de simbologia que estabelecem convenções gráficas para conceitos, grandezas, sistemas
ou partes de sistemas, com a finalidade de representar esquemas de montagem, circuitos,
componentes de circuitos, fluxogramas etc.

Observação:

33
A simbologia facilita a comunicação entre fabricantes e consumidores. Sem códigos normalizados,
cada fabricante teria que escrever extensos manuais para informar as características dos
equipamentos, projetos, desenhos, diagramas, circuitos, esquemas de seus produtos.

Normas para eletricidade/eletrônica

Para existir, uma norma percorre um longo caminho. No caso de eletricidade, ela é discutida
inicialmente no COBEI - Comitê Brasileiro de Eletricidade.

O COBEI tem diversas comissões de estudos formada por técnicos que se dedicam a cada um dos
assuntos específicos que fazem parte de uma norma. Estes profissionais, muitas vezes, partem de
um documento básico sobre o tema a ser normatizado produzido pelo IEC. Como este documento é
feito por uma comissão internacional, ele precisa, como já foi dito, ser adaptado para ser aplicado no
Brasil.

Feitos os estudos, tem-se um projeto de norma que recebe um número da ABNT, é votado por seus
sócios e retorna à comissão técnica que pode aceitar ou não as alterações propostas na votação. Se
aprovado, transforma-se em norma ABNT, que em seguida é encaminhada ao INMETRO - Instituto
Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (órgão federal ligado ao Ministério da
Justiça), onde receberá uma classificação e será registrada.

Esta norma poderá ser uma NBR1, o que a torna obrigatória; uma NBR2, obrigatória para órgãos
públicos e chamada de referendada; ou uma NBR3, chamada de registrada e que pode ou não ser
seguida.

O organograma simplificado da ABNT, mostrado a seguir, representa o trajeto seguido por uma
norma até que ela seja aprovada.

Periodicamente, as normas devem ser revistas. Em geral, esse exame deve ocorrer em intervalos de
cinco anos. Todavia, o avanço tecnológico pode determinar que algumas normas sejam revistas em
intervalos menores de tempo.

O consumidor e a norma:

No relacionamento fabricante-consumidor, o consumidor é a parte que mais se beneficia com


produtos fabricados segundo normas oficiais, pois quanto maior o número de normas implantadas

34
para se fabricar um produto qualquer, maior a qualidade do produto e, portanto, maior é a confiança
do consumidor.

Além disso, fabricar produtos segundo normas aceitas internacionalmente é um fator muito
importante para a colocação desses produtos no mercado externo.

Se as normas já eram importantes, com o código de defesa do consumidor as normas técnicas da


ABNT estão assumindo um papel ainda mais importante, já que se tornaram verdadeiras referências
sobre qualidade e produto.

- NBR 5410/2004 – Instalações Elétricas de Baixa Tensão

Esta Norma devidamente revisada e em sua edição de 30/09/2004, válida a partir de 31/03/2005 fixa
as condições que as instalações de baixa tensão devem atender, a fim de garantir seu funcionamento
adequado, a segurança das pessoas e animais domésticos e a conservação de bens. É aplicada para
instalações elétricas de baixa tensão, ou seja, inferior a 1000V em corrente alternada, com freqüência
inferior a 400 Hz, ou a 1500V em corrente contínua.

A NBR 5410 regulamenta dispositivos de segurança que devem ser utilizados em uma instalação, as
cores de condutores, a bitola de condutores, o diâmetro de eletrodutos, e deve ser consultada sempre
que um profissional da área elétrica for projetar, adequar ou efetuar uma instalação elétrica predial ou
residencial de baixa tensão.

Esta norma aplica-se às instalações elétricas de:


- edificações residenciais, comerciais e pré-fabricadas;

- estabelecimentos industriais, de uso público, agropecuários e hortigranjeiros;

- reboques de acampamentos (trailers), locais de acampamentos (campings), marinas e instalações


análogas;

- canteiros de obra, feiras, exposições e outras instalações temporárias.

Aplica-se, também, às instalações novas e a reformas em instalações existentes.

De acordo com a NBR 5410, toda a instalação elétrica nova ou reformada deve ser submetida a uma
verificação final antes de entrar em operação. Este tipo de providência está previsto na 5410, no
capítulo 7.

Outras determinações previstas na NBR-5410/2004 serão apresentadas ao longo desse material


didático.

- SIMBOLOGIA:

Desde os tempos antigos, o homem se preocupa em transmitir para gerações futuras seus inventos,
suas idéias, seus pensamentos e, para isso, utiliza várias formas, dentre as quais o desenho e os
símbolos.
Hoje, devido à complexidade do sistema de produção, o caminho a ser percorrido desde o projeto
inicial (“idéia técnica”) até o produto final (“projeto executado”) passa por diversas etapas. Na maioria
das vezes, quem executa a instalação de um determinado projeto não é quem o elaborou. Por isso,
há a necessidade de uma simbologia padronizada, evitando assim um dos erros mais comuns que é
a falha de execução de um projeto.

35
A simbologia é uma forma de linguagem e,
portanto, para ser compreensível deve ser exata.
Ela, bem como todo o conjunto que completa um
determinado projeto (esquemas, detalhes,
desenhos, etc...), deve ser clara e de fácil
interpretação para os que a utilizam. Do mesmo
modo que uma língua, a simbologia está
subordinada a regras, que são as Normas
Técnicas da ABNT (Associação Brasileira de
Normas Técnicas).

As normas brasileiras principais que estabelecem os símbolos a serem utilizados em projetos


elétricos residenciais, prediais e industriais são:

- NBR 5444 – Símbolos gráficos para instalações elétricas prediais;

- NBR 5261 – Símbolos gráficos de eletricidade – Princípios gerais para desenho de símbolos
gráficos;

- NBR 12520 – Símbolos gráficos de condutores e dispositivos de proteção;

- NBR 5272 – Símbolos gráficos de eletricidade – Dispositivos de partida;

- NBR 5274 – Símbolos gráficos de eletricidade – Contatos, chaves, interruptores, dispositivos de


alarme e de sinalização.

Símbolos elétricos:

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37
38
39
40
NBR-5444

41
- DIAGRAMAS ELÉTRICOS

O diagrama elétrico é a fonte de informações para o eletricista saber a localização dos equipamentos
na planta da fábrica, a quantidade e seção dos condutores e qual a distribuição dos circuitos no
projeto. A representação de uma instalação elétrica, ou parte dela, ocorre por meio de símbolos
gráficos, definidos nas normas NBR 5444, NBR 5259, NBR 5280, NBR 12519, NBR 12520 e NBR
12523.. De todas, a que mais interessa e que será usada em todas as atividades deste curso é a
NBR 5444 que estabelece os símbolos gráficos utilizados nas instalações elétricas.

Dos diagramas elétricos existentes, podemos citar como mais utilizado os seguintes:

- diagrama multifilar;
- diagrama funcional;
- diagrama de ligação.
- diagrama unifilar;

O diagrama multifilar é usado somente para os circuitos elementares, pois é de difícil interpretação
quando o circuito é complexo. É um diagrama que representa todo sistema elétrico em seus detalhes
e todos os condutores.

O grande diferencial deste tipo de diagrama é a facilidade de representar com clareza a distribuição
de cargas pelos circuitos, detalhe que só pode ser especificado em um diagrama multifilar.

Na Figura abaixo temos o diagrama multifilar de uma lâmpada acionada por um interruptor simples:

O diagrama funcional é usado quando há a


necessidade de demonstrar um circuito com
clareza e rapidez até para fins didáticos. O
esquema funcional não se preocupa com a
posição física dos componentes da instalação.

42
O diagrama de ligação é utilizado para
representar como a instalação é executada na
prática.

O diagrama unifilar apresenta as partes


principais de um sistema elétrico e identifica o
número de condutores. O trajeto dos condutores
é representado por um único traço. Esse tipo de
diagrama geralmente representa a posição física
dos componentes da instalação, porém não
representa com clareza o funcionamento e a
seqüência funcional dos circuitos.

O mesmo circuito elétrico, composto por um interruptor simples e uma lâmpada, é representado pelos
quatro tipos de diagramas para que você observe atentamente a diferença de representação entre
eles.

Diagrama multifilar
Diagrama funcional

Diagrama de ligação Diagrama unifilar

Para representação de um sistema trifásico industrial, observe a seguir o diagrama multifilar e unifilar
da alimentação de um motor:

43
Esquema multifilar Esquema Unifilar

Na planta abaixo, você pode observar alguns símbolos da NBR 5444 empregando nos digramas
industriais:

Diagrama 1) Circuito com 2 Motores e 1 lâmpada:

Através da planta, é possível concluir alguns detalhes sobre a instalação elétrica:

- A alimentação sai do quadro parcial de força e luz, o que significa que a alimentação vem de um
quadro geral localizado em outro local da fábrica;

- Há um ponto de iluminação no teto, composto por duas lâmpadas fluorescentes


de 40W comandadas pelo interruptor simples “a”.

- O motor 1 (M1) e o motor 2 (M2) são alimentados por três fases de 2,5mm2 e um condutor terra.

- O diâmetro dos eletrodutos dos motores é de 20mm e o eletroduto da lâmpada, como não possui
indicação, é de 15mm de acordo com a NBR 5444.

- O projetista dividiu as cargas em três circuitos devidamente identificados.

- A identificação do circuito na lâmpada e nos motores é colocada entre dois traços.

- Os eletrodutos dos motores são embutidos no piso e parede, e o eletroduto da lâmpada é embutido
na parede e no teto.

Diagrama 2) Planta apenas com o projeto de iluminação:

44
Na planta de iluminação, podemos observar os seguintes itens:

- O quadro parcial alimenta as lâmpadas através de eletrodutos embutidos no teto;

- Não há indicação de interruptores nas lâmpadas, isso é comum em iluminação industrial pois o
disjuntor responsável pelo circuito é que liga ou desliga as lâmpadas;

- Como a alimentação das lâmpadas já sai do quadro com indicação de condutor de retorno, os
disjuntores estão localizados dentro do quadro parcial de força.

Para a iluminação industrial, podem ser utilizadas lâmpadas de vários tipos. Cabe ao projetista
analisar as condições necessárias à atividade da empresa e realizar o devido dimensionamento da
iluminação.

O diagrama elétrico não representa cores dos condutores no circuito, essas cores são padronizadas
pela NBR 5410/04 – Instalações elétricas de baixa tensão, são elas:

- Condutor neutro: Cor azul


- Condutor terra: Cor verde ou verde listrada com amarelo
- Condutor fase: demais cores (normalmente utiliza-se vermelho ou preto)

- PROJETO ELÉTRICO

Escalas:

Escala é a relação que existe entre o tamanho do desenho de um objeto e o seu tamanho real.

Ao determinarmos uma escala, primeiramente é necessário ter a preocupação de que as medidas do


objeto e do desenho estejam numa mesma unidade.

Ou seja, a escala será:

45
E = escala
D = Medidas do tamaho do desenho
R = Medidas reais do objeto

Utilizando esta fórmula, poderemos determinar três situações:

1 – a escala utilizada para desenhar o objeto;

2 – o tamanho do desenho de um objeto em uma determinada escala;

3 – o tamanho real do objeto desenhado.

Tipos de escala:
1. Escala natural
2. Escala de redução
3. Escala de ampliação

1 - Escala natural: É a utilizada quando o tamanho do desenho do objeto é igual ao tamanho real do
mesmo.

2 - Escala de redução: É a utilizada quando o tamanho do desenho do objeto é menor que o tamanho
real do mesmo.

3 - Escala de ampliação: É a utilizada quando o tamanho do desenho do objeto é maior que seu
tamanho real.

Observe a ilustração seguinte:


- Tamanho real da residência (não seria possível representá-lo.)
- Tamanho do desenho da residência:

46
Além do desenho de plantas baixas, quaisquer objetos que se representem graficamente de forma
reduzida são desenhados utilizando-se a escala de redução.

Para reconhecermos se uma escala é de redução, basta-nos observar a notação da mesma. Se o


número que vem escrito depois dos dois pontos for maior que o escrito antes desses dois pontos, a
escala é de redução.

Observemos a notação:

47
Na escala de redução, o número que vem escrito antes dos dois pontos é sempre o número 1, e
representa o tamanho do desenho do objeto; o número que vem escrito depois dos dois pontos indica
quantas vezes o objeto é maior que o tamanho do desenho.

Planta Baixa:

Para construir uma casa, uma escola ou uma indústria, é necessária, inicialmente, a elaboração de
vários projetos, como o arquitetônico, o elétrico, o hidráulico, o estrutural, etc.

Ao eletricista cabe, apenas, interpretar e, posteriormente, executar a montagem da instalação


elétrica.

Para se fazer o projeto elétrico, o responsável tem que ter em mãos o projeto arquitetônico. A partir
dele, projetará a instalação elétrica.

Após o projeto elétrico ter sido elaborado, chegará até nossas mãos uma cópia, para que seja
analisado. Baseados nele, poderemos passar a sua execução.

Para que não se tenha dificuldade em interpretá-lo, é necessário termos alguns conhecimentos a
respeito da leitura do projeto arquitetônico.

O elemento que mais interessa no projeto de arquitetura é a planta baixa. Para entendê-la, vejamos,
inicialmente, o seu conceito.

PLANTA BAIXA é a projeção que se obtém, quando se corta, imaginariamente, uma edificação, com
um plano horizontal paralelo ao plano do piso.

A altura entre o plano cortante e o plano da base é tal, que permite cortar ao mesmo tempo portas,
janelas, basculantes e paredes.

Normalmente, esta altura é de 1,50m .

Quando cortamos a edificação com o plano, estamos olhando de cima para baixo.

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A representação desta edificação em planta baixa será conforme a ilustração que se segue:

Projeto elétrico:

É o planejamento da instalação com todos os seus detalhes. Sua finalidade é a de proporcionar


condições para a realização de um trabalho rápido, econômico e estético. O projeto é sempre
elaborado por especialistas (eletrotécnicos, tecnólogo em eletricidade ou engenheiro eletricista),
cabendo ao eletricista apenas interpretá-lo e executá-lo.

49
De acordo com o item 6.1.8 da NBR-5410, o projeto de instalação elétrica deve possuir, no mínimo,
os seguintes itens:

- Plantas, em escala conveniente, contendo a localização dos quadros de distribuição, o percurso e


características das linhas elétricas de distribuição, bem como a localização dos pontos de luz,
tomadas e equipamentos fixos diretamente alimentados (por ex.: chuveiro);

- Esquemas que devem indicar a quantidade, destino e sessões dos condutores, bem como a
corrente nominal dos dispositivos de proteção;

- Detalhes de montagem, quando necessário, dependendo da complexidade da edificação;

- Memorial descritivo, que deve apresentar uma descrição sucinta da instalação e, se for o caso, das
soluções adotadas, utilizando, sempre que necessário, tabelas e desenhos complementares;

- Especificação dos componentes, que deve indicar, para cada componente, uma descrição sucinta,
suas características nominais e as normas a que devem atender.

Interpretando um projeto:

Além de conhecimentos dos conceitos básicos de eletricidade como corrente, tensão, circuito,
potência etc., a leitura e interpretação de um projeto estão diretamente ligadas ao conhecimento das
simbologias empregadas neste projeto e ao conhecimento de plantas prediais e residenciais.

50
Para ajudar você a conseguir essas competências, vamos colocar passo-a-passo em uma planta
todos os elementos de uma instalação elétrica. Para fazer isso, vamos imaginar uma situação em que
um cliente encomenda o projeto de instalação elétrica para um projetista (eletrotécnico, tecnólogo em
eletricidade, engenheiro eletricista). O cliente expõe suas exigências e o projetista começa a
trabalhar.

A primeira coisa que eles decidem é que a instalação deverá possuir um quadro de luz e força
representado na planta de acordo com o símbolo da NBR 5444:

O proprietário da casa explicou ao projetista o que desejava e este o orientou a escolher o quadro
geral de luz e força embutido na parede. A planta contendo a indicação do quadro de luz é a
seguinte:

Para a indicação da localização do quadro de luz o projetista levou em consideração alguns cuidados
interpretados da NBR 5410. Eles são:

- O local deve ser de fácil acesso e, no caso de se escolher a cozinha, deve-se observar que o
quadro não atrapalhe a instalação de armários.

- O quadro deverá ser instalado, de preferência, o mais próximo possível do medidor e/ou no local
onde há bastante concentração de componentes com potência elevada.

- Em função da alta umidade o quadro de força nunca deve ser instalado no banheiro.

- Como o acesso ao quadro deve ser facilitado, ele não deve estar localizado em locais fechados,
como porões, sótãos ou depósitos.

Circuitos de iluminação:
O próximo item que o projetista coloca na planta são os pontos de iluminação. Ao localizá-los na
planta fornecida, ele considera a área do cômodo, o tipo de lâmpada e a posição de instalação. À sua
disposição ele tem os símbolos indicados na NBR 5444.

51
Após a determinação dos pontos de luz, o projetista irá determinar os pontos de comando
(interruptores). Observe que nesse momento, o profissional tomou o cuidado de colocar os
interruptores em locais de fácil acesso, ou seja, junto à porta, porém não atrás dela.

52
Uma vez colocados os interruptores, colocam-se os eletrodutos que formam o circuito de iluminação.

53
Observe que a norma exige que os eletrodutos com diâmetro superior a 15mm devem ter a medida
de seu diâmetro indicada. Isso é comum para os eletrodutos que saem da caixa de distribuição. Isso
pode ser constatado na planta mostrada acima, na qual o eletroduto de diâmetro maior acomodará
um número maior de condutores.

O simples símbolo do eletroduto apenas indica sua posição na planta. Para sabermos o que vai
colocado dentro dele (quantidade de condutores, sua função e bitola) é necessário usar
símbolos específicos (NBR 5444) para representar os condutores.

A planta ficou assim:

As tomadas... CONTINUAR A PARTIR DA PÁGINA 22 DO ARQUIVO: PROJETO-ELETRICO-


552.PDF que está em: C:\Documents and Settings\Gideoni\Meus
documentos\TEMPORARIOS\LEITURA DE DESENHO

54
- DISJUNTORES

São assim denominados os equipamentos e dispositivos que ao serem instalados, evitarão a


ocorrência de danos aos demais equipamentos e dispositivos a eles conectados.
Os disjuntores a serem estudados serão termomagnéticos, assim chamados por atuarem de duas
maneiras: térmica e magnética.
• Atuação por efeito térmico: ocorre quando a corrente elétrica que passa pelo disjuntor excede
o valor máximo para o qual ele foi construído, ou seja, quando ocorre sobrecarga.
• Atuação por efeito magnético: ocorre somente quando existir um curto -circuito.

Capacidade dos disjuntores de Fabricação Eletromar:

Monofásicos e Bifásicos: 10, 15, 20, 25, 30, 35, 40, 50, 60, 70 A
Trifásicos: 10, 15, 20, 25, 30, 35, 40, 50, 60, 70, 90, 100, 125, 150, 175, 200, 225 e 300 A.

Obs.: A capacidade de corrente do disjuntor deve ser sempre igual ou inferior à capacidade de
corrente do condutor.

1.9.1 Dimensionamento de condutores


Para dimensionarmos o condutor temos que:
• calcular a corrente.
• procurar na tabela o valor que seja igual ou maior que a corrente calculada.
• ver na primeira coluna da tabela, a seção do condutor.

Os disjuntores têm a função de proteger o condutor (fio) ou carga.


Quando protegem o condutor, o disjuntor tem que ser igual ou menor que a corrente que passa pelo
condutor.
Quando protege a carga, o disjuntor tem que ser igual ou o mais próximo possível da carga, (sem
ultrapassar a corrente que o condutor suporta).
Para efeito de cálculo em aula, vamos definir como padrão, proteger o CONDUTOR.

Exemplo:
• Dimensionar o condutor e o disjuntor de proteção para um chuveiro de 6000W, ligado em
120 V.

I = P / U = 6000 / 120 = 50 A
I = 50 A

Na tabela 1 encontraremos o valor 57 A, que é maior que a corrente calculada, mas é o valor que nos
interessa.
Neste caso, teremos condutor (fio) = 10mm².
O disjuntor que protegerá este condutor será de 50 A.

Tabela 1 - Principais características dos condutores com isolamento PVC, 70°.

Índice para queda de Diâmetro


Condutores Corrente máxima Área ext.
tensão externo
mm2 Trifásica monofásica < (V/. Km) mm2 mm
1,5 15,5 17,5 23 6,16 2,8
2,5 21 24 14 9,08 3,4
4 28 32 9 11,95 2,9
6 36 41 5,87 15,21 4,4
10 50 57 3,54 24,63 5,6
16 68 76 2,27 33,18 6,5
25 89 101 1,5 56,75 8,5
35 111 125 1,12 70,88 9,5
50 134 151 0,86 103,87 11

55
70 171 192 0,64 132,73 13

Fonte: Pirelli

Obs.: Padronização de cores dos condutores para instalações residenciais e comerciais:


Fase: vermelho (podendo ser preto nos circuitos principais de alimentação dos CD`s.)
Neutro: branco ou azul claro
Terra: verde ou verde e amarelo
Retorno: preto ou demais cores.

1.9.2 Cálculo de condutores e disjuntores

1.9.2.1 Cálculo de condutores pela capacidade de corrente – a partir da fórmula da lei de Ohm, foi
obtida a fórmula geral para cálculos de corrente, envolvendo equipamentos elétricos, ou seja: P = V x
I.

Para calcularmos a corrente, devemos considerar sempre a situação mais crítica, ou seja, a de maior
potência que um aparelho pode consumir.

Exemplo:
Calcule os condutores e o disjuntor para um chuveiro de 3600 W (inverno), ligado em 120 V.
P = 3600 W
V = 120 V
I=?
I=P/V
I = 3600 / 120 = 30 A

Pela tabela 1, podemos utilizar o condutor de 4mm², que suporta uma corrente de 32 A, e o disjuntor
de 30 A.

Exercícios:
• Calcular o condutor e o disjuntor para um chuveiro de 4400 W de potência, a ser ligado
em sistema monofásico em Porto Alegre “(127V)”?
• Calcule o disjuntor e o condutor para uma pequena residência, ligada em sistema
monofásico em Viamão “(220V)”, sabendo que possui os seguintes equipamentos:
• Chuveiro = 2400 W
• Lâmpadas = 720 W
• Tomadas = 500 W
• Refrigerador = 300 W
• Ferro elétrico = 800 W
• Calcular o condutor e o disjuntor para uma estufa de 6600 W, ligada em 220 V, e
também em 120 V?
• Calcule o disjuntor e o condutor para uma carga de 5,3 kW, ligada em 220 V?
• Calcule o disjuntor e o condutor para um circuito com uma estufa de 1,9 kW e um ferro
de passar roupas de 1kW, ligado em 120 V?
• Calcule o disjuntor e o condutor para uma geladeira de 300 W, um freezer de 500 W e
uma batedeira de 1500 W, ligados em 220V?

56
1.9.2.2 Dimensionamento de condutores pela queda de tensão - neste caso, aplicaremos a seguinte
fórmula:

Exemplo :
Utilizando o exemplo anterior, e considerando uma queda de tensão de 2%, e o chuveiro instalado à
uma distância de 20m do CD, teremos:

P = 3600 W
Tensão = 120 V
D = 20m = 0,02 km
I = 30 A
Queda de tensão de 2% = ∆V = 2 x 120 / 100
∆V = 2,4 V

Índice = 2,4 = 2,4 = 4 V / A km


30 A x 0,02 km 0,6

Da tabela, temos que: Condutor deverá ser 10mm²


Disjuntor = 50 A

Exercícios:
1. Determine o condutor e o disjuntor para alimentar uma residência de 2200 W, com tensão 110V,
localizada a 100m de rede da CEEE. Considerar uma queda de tensão de 5%.
2. Determine o condutor e o disjuntor para alimentar uma secadora Enxuta de 1650 W, ligada em 110
V, sabendo que a queda de tensão admitida é de 2%, e ela está a 10m de distância do CD?

3. Determine o condutor e o disjuntor para alimentar uma estufa de 6600 W, ligada em 220V, com
queda de tensão de 4% e distante 50m de um CD?

Informações Complementares

Caloria = unidade de energia térmica


Caloria é a quantidade de energia térmica capaz de elevar a temperatura de um grama de água de
um grau, numa temperatura determinada, (usualmente de 14,5 a 15,5 °C).
No sistema inglês de unidades, a unidade de caloria é o BTU (British thermal unit), definida
inicialmente como a quantidade de energia necessária para elevar a temperatura de um libra de água
em um grau Fahrenheit (entre 63 e 64°F).
1 cal = 4,184 joule
A “BTU” está relacionada à caloria e ao Joule por:
1 BTU = 252 cal = 1,054 kj

No Brasil, costuma-se relacionar a BTU com a TR = tonelada de refrigeração.


1 BTU = 12.000 TR – Capacidade de refrigeração.
1 cv = 736 W
1 HP = 746 W = que se originou da unidade inglesa onde 1 HP = 5501btf/s.
1 kW = 1000 W

Revisão das unidades estudadas até agora

Resistência = Ohm = Ω
Tensão = Volt = V
Corrente = Ampère = A
Potência = Watt = W

57
1.9.2.3 Cálculo dos condutores e disjuntores para ar condicionado.

Tabela 2 – Cálculo dos condutores e disjuntores


Marca Capacidade BTU Potência W Corrente A Compressor cv
Springer 7.500 1.040 4,6 0,75
Springer 10.000 1.330 6 1
Springer 12.000 14.570 7 1
Springer 14.000 1.700 8 1,5
Springer 18.000 2.100 9,2 2
Springer 21.000 2.160 9,6 2,5
Springer 30.000 3.600 18,5 3

Exemplo:
Deseja-se instalar um aparelho de ar condicionado de 10.000 BTU, marca Springer, numa
determinada sala em Porto Alegre. Determinar os condutores e o disjuntor.
Da tabela acima temos que, o aparelho consome 6 A em funcionamento normal.
Note que condicionadores de ar, possuem tensão 220 V, portanto: duas fases + terra.
No momento em que o aparelho for ligado, segundo o fabricante, sua corrente é multiplicada por
3,15. Logo, a corrente que está em funcionamento normal era de 6 A, passa a ser (6 x 3,15) = 18,9 A,
ou seja, aproximadamente 19 A. O dimensionamento dos condutores e do disjuntor deve ser feito
para este valor: 19 A.

Exercícios:
1. Calcular os condutores e o disjuntor para um condicionador de ar 30.000 BTU, tensão 220 V.
2. Calcular os condutores e o disjuntor para um condicionador de ar 14.00 BTU.
3. Calcular os condutores e o disjuntor para um condicionador de ar de 21.000 BTU.
4. Calcular os condutores e o disjuntor para um condicionador de ar de 7.500 BTU.
5. Calcular os condutores e o disjuntor para um condicionador de ar de 12.000 BTU.
6. Calcular os condutores e o disjuntor para um condicionador de ar de 10.000 BTU.

6. ILUMINAÇÃO

A melhor maneira de iluminar um local é aproveitar a luz natural emanada do sol.


Isto, entretanto , nem sempre é possível, uma vez que existem a noite e os lugares em que a luz solar
chega em quantidade insuficiente. Por este motivo, utiliza-se a iluminação artificial, que deve
aproximar-se o mais possível da iluminação natural, sendo as lâmpadas elétricas as de melhor
qualidade.

6.1 ILUMINAÇÃO INCANDESCENTE

Esta iluminação é resultante do aquecimento de um fio, pela passagem de corrente elétrica, até a
incandescência. As lâmpadas incandescentes comuns, são compostas de um bulbo de vidro incolor
ou leitoso, de uma base de cobre ou outras ligas, e de um conjunto de peças que contém o filamento,
que é o mais importante. Os filamentos das primeiras lâmpadas eram de carvão, mas atualmente são
de tungstênio, que tem um ponto de fusão de aproximadamente 3400°C. Esta temperatura não é
atingida nem pela lâmpada a 1500 W (2700°C).

58
No interior do bulbo de vidro das lâmpadas incandescentes usuais é feito o vácuo, isto é, a retirada
de todo o oxigênio, a fim de que o filamento não se queime, já que o oxigênio alimenta a combustão.
Também se usa substituir o oxigênio no interior da lâmpada por um gás inerte. (nitrogênio e argônio)

Figura 20 lâmpada incandescente

6.2 ILUMINAÇÃO FLUORESCENTE

Esta iluminação é realizada por uma lâmpada fluorescente que utiliza a descarga elétrica através de
um gás para produzir energia luminosa. Consiste em um bulbo cilíndrico de vidro, que tem em suas
extremidades, eletrodos metálicos de tungstênio (cátados), por onde circula corrente elétrica. Em seu
interior existe vapor de mercúrio ou argônio à baixa pressão. As paredes internas do tubo são
pintadas com materiais fluorescentes, conhecidos por cristais de fósforo (Phosphor).

Figura 21 – Lâmpada fluorescente

6.2.1 Ligação de lâmpadas fluorescentes


Na prática, denomina-se lâmpada fluorescente, um conjunto composto de lâmpada propriamente dita,
reator, suporte e calha, se for de partida rápida. O tipo convencional ainda é composto por um starter.

Para ligar este conjunto à rede, é necessária a interligação de seus componentes.


Esta operação só será possível mediante a leitura do esquema de ligação afixado no reator, que varia
conforme o tipo de reator e seu respectivo fabricante.
Alguns exemplos de esquemas de ligação de reatores.

• Ligação de reator simples, tipo convencional

59
• Ligação de reator simples tipo partida rápida

• Ligação de reator duplo, tipo partida rápida

6.3 ILUMINAÇÃO VAPOR – MERCÚRIO

6.3.1 Funcionamento
Nas extremidades do tubo de carga estão colocados dois eletrodos, sobre as quais se aplica uma
tensão, ocasionando entre eles a passagem de partículas eletricamente carregadas (elétrons).
Estas partículas procedentes dos eletrodos colidem com os átomos do vapor ou gás em suspensão
dentro do tubo de descarga, produzindo, temporariamente, um desequilíbrio na composição destes
átomos: seus elétrons deslocam-se para níveis energéticos superiores.

60
Como a tendência dos elétrons é voltar para suas órbitas originais, ao fazê-lo, desprendem energia
em forma de radiações ultravioleta. Para aumentar a eficiência da luz emitida, reveste-se o bulbo com
uma camada de pó, que irá converter a radiação ultravioleta invisível em luz visível.

6.3.2 Constituição

Figura 22

6.3.3 Características comerciais


Tensão de extinção de
Corrente de lâmpada
Tensão mínima de

Período de partida
Tensão de lâmina
Código comercial

Fluxo luminoso

Luminância

Dimensões
partida
Base

Peso
arco
W

A+ cd 2
diam comp.
5°C (V) (A) (V) 1 (lm) cm m (g)
(mm) (mm)
(V) 2 m
HPL – N 80 80 E-27 180 115 0,8 180 3500 11 3,5 55 70 151
0
HPL – N 125 1250 E-27 180 125 1,2 180 6250 16 1,5 90 75 171
HPL – N 250 250 E-40 180 135 2,1 180 13500 17 40 170 90 227
HPL – N 400 400 E-40 180 140 3,2 180 23000 16 40 280 120 290
HPL – N 700 700 E-40 180 140 5,4 180 42500 27 40 380 140 329
HPL – N 1000 E-40 180 14 7,5 180 57000 22 40 550 165 410
1000
HPL – N 2000 E-40 320 270 800 320 12000 40 40 650 185 445
2000 0

O Quadro é válido nas seguintes condições:


- fluxo: após 100 horas de funcionamento
- tempo: para conseguir 80% do fluxo luminoso máximo.

61
6.4 APLICAÇÃO DE ILUMINAÇÃO

6.4.1 Incandescente para iluminação geral


Usada em locais em que se deseja a luz dirigida, portátil e com flexibilidade de escolha de diversos
ângulos de abertura de facho intenso.
As lâmpadas incandescentes comuns podem ser usadas em luminárias com lâmpadas do tipo
refletoras. Em residências são utilizadas na iluminação geral de ambientes ou quando se deseje
efeitos especiais.
Seu uso não é indicado em lojas, onde se visa destacar mercadorias ou iluminação geral. Nas
indústrias são usadas na iluminação geral suplementar de máquinas de produção, em locais com
problemas de vibração (lâmpadas para serviço pesado) ou, ainda, em estufas de secagem (lâmpadas
infravermelhas).

6.4.2 Fluorescente
Por seu ótimo desempenho, as lâmpadas fluorescentes são mais indicadas para a iluminação de
interiores, como escritórios, lojas e indústrias, tendo espectros luminosos indicados para cada
aplicação.
São lâmpadas que não permitem o destaque perfeito das cores, porém, se for utilizada a lâmpada
branca fria ou morna, é possível a razoável visualização do espectro cores. Nas residências costuma-
se utilizá-las em cozinhas, banheiros, garagens e outras dependências.
Dentre as lâmpadas fluorescentes, a do tipo HO (high output) tem grande aplicação em escritórios,
mercados e lojas por sua alta eficácia. É indicada por razões de economia, pois sua eficiência
luminosa é muita elevada.

6.4.3 Luz mista


Embora sua eficácia seja inferior à da lâmpada fluorescente, é superior á da incandescente. Em geral
é usada quando se deseja melhorar o rendimento da iluminação incandescente, pois não necessita
de equipamentos auxiliares; basta colocá-la no lugar da incandescente, porém exige que a tensão da
rede seja de 220 volts. A luz mista é utilizada na iluminação de interiores, como indústria, galpões,
postos de gasolina e iluminação externa.

6.4.4 Vapor de mercúrio


As lâmpadas de vapor de mercúrio são empregadas em interiores de grandes proporções, em vias
públicas e áreas externas. Pela sua vida longa, e alta eficiência, têm bom emprego em galpões de
grande pé direito, onde é elevado o custo de substituição de lâmpadas e reatores.
Quando se necessita melhor destaque de cores, as lâmpadas devem ser usadas com feixe corrigido.

6.4.5 Vapor de sódio de alta pressão


As lâmpadas de vapor de sódio de alta pressão apresentam melhor eficiência luminosa: para o
mesmo nível de iluminamento pode-se economizar mais energia do que em qualquer outro tipo de
lâmpada.
Devido às radiações de banda quente, estas lâmpadas apresentam o aspecto de luz branco-dourada,
porém, permitem a visualização de todas as cores porque reproduzem todo o espectro. São utilizadas
na iluminação de ruas, áreas externas e indústrias cobertas.

Vida útil em horas

62
7. ESQUEMAS DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

A representação de uma instalação elétrica por meio de símbolos gráficos que informam sobre o
funcionamento dos circuitos de corrente elétrica e a interligação dos condutores e elementos, é
conhecida como diagrama elétrico.

7.1 INTERRUPTOR SIMPLES E LÂMPADA INCANDESCENTE

O interruptor simples é um dispositivo elétrico que apresenta duas posições: ligado e desligado. Na
posição ligado, lâmpada acesa; Na posição desligado, lâmpada desligada.
O interruptor simples pode comandar uma ou mais lâmpadas ao mesmo tempo.

7.2 INTERRUPTOR DUPLO OU DE DUAS SEÇÕES E LÂMPADA INCANDESCENTE

O interruptor duplo é um dispositivo elétrico que se caracteriza por apresentar dois interruptores
simples acoplados lado a lado. É utilizado para comandar dois pontos de luz independentes um do
outro.

63
7.3 DISJUNTORES TERMOMAGNÉTICOS

Disjuntores termomagnéticos são dispositivos de manobra e proteção, com capacidade de ligação e


interrupção sob condições anormais do circuito.
São dotados de um relé termomagnético:
- Térmico: desarma o disjuntor por sobrecarga
- Magnético: desarma o disjuntor por curto-circuito
Quando montados em quadro de distribuição, os disjuntores devem conduzir somente 80% da sua
capacidade.

7.4 INTERRUPTOR DE PRESSÃO E CIGARRA

O interruptor de pressão e a cigarra são ligados como interruptores simples, comandando uma
lâmpada incandescente. No lugar do interruptor simples, usa-se um interruptor de pressão, em vez de
lâmpada incandescente. A cigarra, que vai funcionar somente enquanto o interruptor de pressão
estiver acionado.

64
7.5 INTERRUPTOR PARALELO (HOTEL) E LÂMPADA INCANDESCENTE

O interruptor paralelo (hotel) e a lâmpada incandescente caracterizam-se por ter a capacidade de


ligar e desligar uma ou mais lâmpadas de dois pontos diferentes. São utilizados em escadas,
corredores e dependências, por necessidade ou comodidade.

7.6 INTERRUPTOR INTERMEDIÁRIO E PARALELO (HOTEL) COM LÂMPADA


INCANDESCENTE

Quando se quer comandar uma ou um grupo de lâmpadas de três ou mais pontos diferentes, é
necessário acrescentar, além dos dois interruptores paralelos (hotel), um ou mais interruptores
intermediários, conforme a necessidade. É usado em escadas, corredores e dependências, por
necessidade ou comodidade.

65
Representação esquemática das duas posições do interruptor intermediário.

7.7 MINUTEIRA E INTERRUPTORES DE PRESSÃO COM LÂMPADAS INCANDESCENTES

A minuteira é um dispositivo elétrico que permite a ligação de uma ou de um grupo de lâmpadas com
interruptores de pressão, durante um tempo preestabelecido. É utilizada principalmente em escadas e
corredores de edifícios.

* O esquema de ligação pode ser diferente, dependendo do fabricante.

7.8 FOTOINTERRUPTOR E LÂMPADA INCANDESCENTE

Este é um interruptor automático, constituído de um circuito eletrônico, que possui a propriedade de


ligar uma carga quando anoitece e desligá-la quando amanhece. É largamente utilizado no comando
de iluminação pública e de pátios por dispensar a operação manual de ligar e desligar.
Características – os modelos projetados para redes de 110 V funcionam dentro dos limites de 60 a
140 V. Nos limites de 220 V, a tensão pode variar entre 160 e 240 V.
São projetados para redes de 50 / 60 Hz, e os contatos do relé podem comandar cargas resistivas de
até 10 A. Para cargas de maior intensidade de corrente, utiliza-se um contador, que fica comandado
pelo fotointerruptor.

66
Observação:
Na instalação do fotointerruptor acionado pela luz solar, o elemento fotossensível deve ficar voltado
para o nascente do sol, para desligar tão logo o dia comece a clarear.

Exercício 1
Comando de uma lâmpada incandescente através de um interruptor simples.

67
Exercício 2
Comando de uma lâmpada incandescente através de um interruptor simples mais uma tomada
monofásica.

68
Exercício 3
Comando de duas lâmpadas incandescentes através de um interruptor duplo (duas
teclas).

69
Exercício 4
Comando de duas lâmpadas incandescentes através de um interruptor duplo (duas
teclas) com tomada monofásica.

70
Exercício 5
Comando de uma cigarra através de um interruptor de pressão.

71
Exercício 6
Comando de uma lâmpada incandescente através de dois interruptores hotel.

72
Exercício 7
Comando de uma lâmpada incandescente através de dois interruptores hotel e um
Intermediário.

73
Exercício 8
Comando de uma lâmpada incandescente através de dois interruptores de pressão
e uma minuteira.

74
Exercício 9
Comando de uma lâmpada fluorescente 2x20 watts por um interruptor simples.

75
Exercício 10
Comando de uma lâmpada incandescente através de fotointerruptor ( fotocélula).

76
Exercício 11
Comando de uma lâmpada vapor mercúrio com reator através de fotointerruptor (fotocélula).

77
8. DADOS PARA PROJETO DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Para a execução de um projeto de instalações elétricas, são necessários os seguintes requisitos:


planta baixa, fins a que se destina a instalação, potência instalada e características da rede elétrica
(localização, tensão, freqüência).

8.1 CIRCUITO

78
Circuito é o conjunto de consumidores no mesmo par de condutores, ligado ao mesmo dispositivo de
comando e proteção (chave ou disjuntor).

8.1.1 Divisões em circuitos


Toda a instalação deve ser dividida em vários circuitos, de modo a:
- Limitar as conseqüências de uma falta, que provocará apenas o seccionamento do circuito
defeituoso;
- Facilitar as verificações, ensaios e manutenção;
- Evitar os perigos que podem resultar da falha de um único circuito, como por exemplo, no caso da
iluminação.
Os circuitos de iluminação devem ser separados dos circuitos das tomadas. Em unidades
residenciais, hotéis, motéis ou similares, permitem-se pontos de iluminação e tomadas em um mesmo
circuito, exceto nas cozinhas, copas e áreas de serviço, que devem constituir um ou mais circuitos
independentes.
Devem ser observadas as seguintes restrições em unidades residenciais, hotéis, motéis ou similares:
• Devem ser previstos circuitos independentes para os aparelhos de potência igual ou superior a 1500
VA (como aquecedores de água, fogões e fornos elétricos, máquinas de lavar, aparelhos de
aquecimento, etc.) ou para aparelho do mesmo tipo através de um só circuito.
• As proteções dos circuitos de aquecimento, ou condicionadores de ar de uma residência, podem ser
agrupadas no quadro de distribuição da instalação elétrica ou num quadro separado.
• Quando um mesmo alimentador abastece vários aparelhos individuais de ar condicionado, deve
haver uma proteção para o alimentador geral e junto a cada aparelho, caso este não possua proteção
interna própria.
Cada circuito deve ter seu próprio condutor neutro. Os circuitos de distribuição devem ser instalados
em número nunca inferior a:
• em residências, 1 circuito para cada 60 metros quadrados ou fração;
• em lojas e escritórios: 1 circuito para cada 50 metros quadrados ou fração.
De acordo com NB-3, a carga de cada circuito não pode ultrapassar 1200 watts nas distribuições de
100 a 130 volts e 2200 watts nas de 200 a 250 volts.

8.1.2 Tomadas de corrente


De acordo com NBR-5410, nas residências e acomodações de hotéis, motéis e similares devem ser
previstas tomadas de corrente co a seguinte exigência mínima:
• uma tomada para cada cômodo ou dependência de área igual ou inferior a 6m²;
• uma tomada para cada 5m (ou fração) de perímetro de cômodos ou dependências de área superior
a 6m², espaçadas tão uniformemente quanto possível, exceto em banheiros, onde deve ser
obrigatoriamente prevista apenas uma tomada perto da pia.
• Uma tomada a cada 3,5m (ou fração) de perímetro em cozinhas, copas ou copas-cozinha, sendo
que deve ser prevista pelo menos uma tomada acima de cada bancada com largura igual ou superior
a 30 cm;
• Uma tomada em subsolos, sótãos, garagens e varandas.
As tomadas para utilização específica devem ser instaladas, no máximo, a 1,5 m do local previsto
para o aparelho. Devem ser distribuídas, no mínimo, as seguintes cargas para tomadas de corrente:
• para utilização específica: a carga nominal de utilização;
• para copas, cozinhas, copas-cozinha e áreas de serviço: 600 VA por tomada, até 3 tomadas e 100
VA por tomada para as excedentes;
• para utilização geral: 100 VA

Tabela 3 - Secção de condutores / máxima corrente

Secção (mm2) Máxima Corrente (A)


1,2 15,5
2,5 21
4 28
6 36
10 50
16 68
25 89

79
35 111
50 134

Tabela 4 – corrente / disjuntor / condutor

Corrente Disjuntores Secção mínima do condutor


(A) (A) (mm2)
0a8 10 1,5
8 a 12 15 1,5
12 a 16 20 2,5
16 a 20 25 4
20 a 24 30 6
24 a 28 35 6
28 a 32 40 10
32 a 40 50 10

Tabela 5 - Potência média de aparelhos eletrodomésticos


Aparelho Potência (Watt)
Ar-condicionado 1500
Aspirador de pó 600
Batedeira 200
Boiler 1500
Cafeteira 500
Chuveiro 3500
Enceradeira 350
Exaustor 150
Ferro de passar roupa – comum 500
Ferro de passar roupa – regulável 750
Forno de microondas 1200
Liquidificador 350
Máquina de lavar louça 2700
Máquina de lavar roupa 500
Refrigerador – comum 200
Duplex ou freezer 350
Secador de cabelos 1000
Secadora de roupas 1000
Aparelho de som 100
Televisor 200
Torneira 3500
Ventilador 100

Nota: Na falta das potências nominais de placa dos aparelhos, estes devem ser os valores mínimos a
serem considerados.

Iluminação
Em residências, hotéis, motéis e similares, deve ser previsto pelo menos um ponto de iluminação no
teto, com potência mínima de 100 VA, comandado por interruptor de parede.
Nas unidades residenciais, como alternativa para a determinação das cargas de iluminação, pode ser
adotado o seguinte critério:
• Em cômodos ou dependências com área maior que 6m², deve ser prevista carga mínima de 100 VA;
• Em cômodos ou dependências com área maior que 6m², deve ser prevista carga mínima de 100 VA
para os primeiros 6m², acrescidas de 60 VA para cada aumento de 4m² inteiros de área;
Obs: estas potências são para efeito de dimensionamento dos circuitos e não necessariamente a
potência nominal das lâmpadas.

8.2.2 Tomadas
Em residências, hotéis, motéis e similares, deve ser previsto:
• Banheiros: pelo menos uma tomada junto ao lavatório (no volume 3);

80
• Cozinhas, copas-cozinhas, copas, área de serviço e locais análogos: pelo menos uma tomada para
cada 3,5m ou fração de perímetro, sendo que, acima de bancadas com largura igual ou superior a
0,30m, deve ser prevista pelo menos uma tomada.
• Nos subsolos, garagens, sótão, halls de escadas e em varandas, deve ser prevista pelo menos uma
tomada. No caso de varandas, quando não for possível a instalação da tomada no próprio local, esta
deverá ser instalada próximo ao seu acesso.
• Nos demais cômodos e dependências, se a área for igual ou menor que 6m², pelo menos uma
tomada; se a área for superior a 6m², pelo menos uma tomada para cada 5m ou fração de perímetro,
espaçadas o mais uniforme possível.

8.2.3 Potências a serem atribuídas

8.2.3.1 As tomadas de uso geral (TUG) – em residências deve ser previsto:

• Banheiros, cozinhas, copas-cozinhas, copas, área de serviço, lavanderias e locais análogos, no


mínimo 600 VA por tomadas e até 3 tomadas; !00 VA por tomada para as excedentes, considerando
cada um dos ambientes separadamente.
• Nos demais cômodos ou dependências, no mínimo 100 VA por tomada.

8.2.3.2 As tomadas de uso específico (Especial – TUE)


• Deve ser atribuída a potência nominal do equipamento a ser alimentado.
• As TUE devem ser instaladas à no máximo 1,5 m do local previsto para o equipamento.

8.2.4 Seção mínima dos condutores


Instalações fixas com cabos isolados:
Circuitos de iluminação: fio de cobre # 1,5 mm²; fio de alumínio # 16mm²
Circuitos de força: fio de cobre # 2,5 mm²; fio de alumínio # 16mm²
Circuitos de sinalização e controle: fio de cobre # 0,5mm²

8.2.5 Limites de queda de tensão


Em instalações alimentadas diretamente por um ramal de baixa tensão (BT) a partir de uma rede de
distribuição pública de BT:
Iluminação = 4%
Outros usos = 4%
Em instalações alimentadas diretamente por uma Subestação transformadora:
Iluminação = 7%
Outros usos = 7%
Em instalações que possuírem fonte própria (geradores)
Iluminação = 7%
Outros usos = 7%

8.2.6 Documentação da instalação


A instalação deverá ser executada a partir de projeto específico, que deverá conter, no mínimo:
• plantas
• esquemas (unifilares e outros que se façam necessários)
• detalhes de montagem, quando necessário
• memorial descritivo
• especificação dos componentes: descrição sucinta do componente,
características nominais e norma(s) a que devam atender.

* Para locais utilizados por pessoas comuns (inadvertidas), onde não haja a presença permanente de
pessoal suficientemente informado ou supervisionado por pessoas qualificadas, de modo a lhes
permitir evitar os perigos que a eletricidade pode apresentar (pessoal de manutenção e/ou operação,
bem como engenheiros ou técnico) deverá ser elaborado um manual do usuário, que contenha no
mínimo, em linguagem acessível os seguintes elementos:
• Esquemas dos quadros de distribuição com indicação e finalidade dos circuitos terminais e dos
pontos alimentados;
• Potências máximas previstas nos eventuais circuitos terminais de reserva;

81
• Recomendações explícitas, ou seja, para que não sejam trocados por tipos com características
diferentes os dispositivos de proteção existentes no(s) quadro(s).
Obs: são exemplos destes locais, as unidades residenciais, pequenos estabelecimentos comerciais,
etc.

8.2.7 Capacidade de reserva


Em função da ocupação do local e da distribuição de circuitos efetuada, deve-se prever a
possibilidade de ampliações futuras com a utilização de circuitos terminais futuros. Tal necessidade,
deverá se refletir ainda, na taxa de ocupação dos condutos elétricos (eletrodutos) e quadros de
distribuição (CD’s).
• Até 06 circuitos = espaço para 02 circuitos (mínimo);
• De 07 a 12 circuitos = espaço para 03 circuitos (mínimo);
• De 13 a 30 circuitos = espaço para 04 circuitos (mínimo)
• Acima de 30 circuitos = espaço para 15% de circuitos (mínimo).
Obs: a capacidade de reserva deverá se refletir em toda a instalação a Montante.

8.2.8 Proteção complementar por dispositivo de proteção a corrente diferencial – residual


(Dispositivos DR)
Qualquer que seja o esquema de aterramento, deve ser objeto de proteção complementar contra
contatos diretos por dispositivos, a corrente diferencial – residual (dispositivos DR) de alta
sensibilidade, isto é, com corrente diferencial – residual igual ou inferior a 30mA:
• os circuitos que sirvam a pontos situados em locais que contenham banheira ou chuveiro (com
resistência blindada).
• os circuitos que alimentam tomadas de corrente situadas em áreas externas à edificação;
• os circuitos de tomadas de corrente situados no interior da edificação que possam vir a alimentar
equipamentos no exterior;
• circuitos de tomadas de corrente de cozinhas, copas-cozinhas, lavanderias, áreas de serviço,
garagens e, no geral, de todo local interno, molhado em uso normal ou sujeito a lavagens.

NOTAS:
Excluem-se, na alínea (A), os circuitos que alimentam aparelhos de iluminação posicionados a uma
altura igual ou superior a 2,5 m.
Podem ser excluídas da alínea (D), as tomadas de corrente claramente destinadas a refrigeradores e
congeladores, e que não fiquem diretamente acessíveis.
A proteção dos circuitos pode ser realizada individualmente ou em grupos de circuitos.
8.2.9 Quadros de distribuição
Instalar em local de fácil acesso;
Grau de proteção adequado;
Identificação externa;
Identificação dos componentes.

8.3 DIMENSIONAMENTO DOS ELETRODUTOS

Ac = x (diâmetro externo do condutor)² x nº de fios (dentro dos eletrodutos)


4
Ac = 3,1416 x (diâmetro Ext.)² x nº fios
4
Ac = 40%
Au = 100%

Por regra de três simples, acha-se a área útil e entra-se com valor calculado na tabela abaixo, para
achar o diâmetro do eletroduto.

Tabela 6 – Cálculo do Diâmetro do eletroduto


Tamanho nominal Área útil
mm pol. mm2
20 ½ 203,6

82
25 ¾ 346,3
32 1 564,1
40 11/4 962,1
50 11/2 1244,1
60 2 1979,2
75 21/2 3327,0

Exemplo:
1. Calcular o diâmetro do eletroduto sabendo que dentro dele passam seis fios de 1,5mm².

Ac = 3,1416 x (2,8)² x 6 = 36,94


4
Ac – 40% = 36,94
Au – 100% = ?
Au = 36,94 x 100 = 92,36
40
Da tabela acima, obtemos o diâmetro = 20mm para o eletroduto.

2. Calcular o diâmetro do eletroduto sabendo que dentro dele, passam dois fios 1,5mm², seis fios
2,5mm² e três fios 4mm².

Ac1,5 = 3,1416 x (2,8)² x 2 = 12,3


4
Ac2,5 = 3,1416 x (3,4)² x 6 = 54,47
4
Ac4 = 3,1416 x (3,9)² x 3 = 35,83
4
AcT = 12,3 + 54,47 + 35,83 = 102,6
AcT – 40%
Au – 100%
Au = 102,6 x 100 = 256,51 mm²
40

Da tabela obtemos diâmetro = 25mm² para o eletroduto.

3. Calcular o diâmetro do eletroduto sabendo que dentro dele passam doze fios
2,5mm² e seis fios 4mm².

Ac2,5 = 3,1416 x (3,4)² x 20 = 181,58


4
Ac4 = 3,1416 x (3,9)² x 6 = 71,68
4
AcT = 181,58 + 71,68 = 253,26
Ac – 40%
Au – 100%
Au = 253,26 x 100 = 633,15 mm²
40

Da tabela, teríamos um eletroduto de diâmetro 40mm, o que para uma instalação residencial é muito
elevado, devido às espessuras das paredes e lajes; neste caso, deveremos dividir a fiação em dois
eletrodutos, ambos com diâmetro 25 mm.

83
8.4 LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE PLANTA ELÉTRICA

1º PAVIMENTO

84
2º PAVIMENTO

85
EXERCÍCIO

1. Escreva a quantidade de componentes elétricos que existem na planta.


a. CD´s
b. Lâmpadas incandescentes
c. Tomadas monofásicas baixas H – 30 cm
d. Tomadas monofásicas a meia altura – H 110 cm
e. Tomadas monofásicas altas – H 210 cm
f. Interruptor hotel ou paralelo
g. Interruptor intermediário ou chave cruz
h. Tomada monofásica de 600W
i. Tomada monofásica de 100W
j. Disjuntores termomagnéticos 10 A
k. Disjuntores termomagnéticos 15 A
l. Disjuntores termomagnéticos 25 A

2. Quantos circuitos há
a. No CD- 1
b. No CD- 2

3. Qual é a espessura dos condutores em mm², na saída do CD – 1?


a. Circuito 1
b. Circuito 3
c. Circuito 4
d. Circuito 2
e. Circuito 5

4. Qual é a espessura dos condutores em mm², na saída do CD – 2?


a. Circuito 5
b. Circuito 4
c. Circuito 6
d. Circuito 1
e. Circuito 3
f. Circuito 2
8.5 PROJETO ELÉTRICO

Quadro de Cargas

Lâmpadas Tomadas Total Disjuntores Condutores


Circuitos
100W 100W 600W 4400W Watts Ampères mm2
1 4 3 - 700 10A 15
2 - - - 1 4400 25A 40
3 5 3 - 800 10A 15
4 - - 2 1200 15A 25

Nota: eletroduto não cotado ½”

86
87
88
9. INSTALAÇÃO DE UNIDADE CONSUMIDORA

Para que possam utilizar a energia elétrica, os consumidores residenciais e industriais devem instalar
um ponto de recebimento, que será equipado pela concessionária local com um medidor de consumo
de energia elétrica.

9.1 MONTAGEM DAS CAIXAS PARA MEDIDORES MONOFÁSICOS

tamanho: 30 x 30 tamanho : 30 x 40 tamanho: 60 x 40

9.2 MONTAGEM DAS CAIXAS PARA MEDIDORES POLIFÁSICOS

tamanho : 50 x 50 tamanho: 60 x 60 tamanho: 80x60

89
9.3 PADRÃO DE ENTRADA COM MEDIÇÃO INSTALADA EM POSTE PARTICULAR

Figura 23

90
10. MOTORES

Os motores são utilizados quando se deseja obter movimento em máquinas. Úteis para inúmeras
aplicações industriais, os motores possuem grandes vantagens como simplicidade de operação,
construção robusta, fácil manutenção e custo reduzido.

10.1 MOTOR DE FASE AUXILIAR

Dentre os motores monofásicos, o de fase auxiliar é o mais empregado em bombas de recalque,


furadeiras, máquinas agrícolas, máquinas de lavar, etc.

Figura 25
Fonte: WEG

Partes principais:
• Estator – é constituído por ranhuras, onde estão enroladas duas bobinas de campo.

Figura 26

• Bobina de trabalho – esta bobina permanece ligada durante todo o funcionamento do motor.
Também é chamada de bobina principal.
• Bobina de arranque – é a bobina ligada somente no momento da partida, sendo em seguida
desligada.
• Interruptor centrífugo – este interruptor age pela força centrífuga; uma parte dele instalada no eixo e
outra na carcaça. Serve para desligar a bobina de arranque quando ele atinge 80% da velocidade.
• Rotor – parte giratória do motor elétrico, constituído de barras de alumínio curto circuitadas

91
Figura 27

Figura 28

• Capacitador (ou condensador) – faz a defasagem entre o campo auxiliar e o campo principal, dando
maior força de arranque.

Figura 29

92
Características principais:
• Potência: normalmente são fabricados para potências de 1/6 cv, 1/5 cv, ¼ cv, ½ cv, ¾ cv, 1cv, 1/5
cv, 2 cv, 2/5 cv, 3 cv e 5 cv.
• Tensão: são fabricados para 110V, 220V ou para as duas tensões, 110/220V.
• Freqüência: normalmente para 60Hz.
• Rotação: normalmente para 2 e 4 pólos.
• A rotação dos motores depende do número de pólos e da freqüência da rede.

rpm = 2 x f x 60
P

rpm= rotações por minuto


f= freqüência da rede em Hz
P= número de pólos do motor

Velocidade síncrona rpm


Nº de pólos 50 Hz 60 Hz
2 3000 3600
4 1500 1800
6 1000 1200
8 750 900

A velocidade dos motores assíncronos é menor do que a velocidade síncrona em trono de 3% a 5%.

10.1.1 Ligações de motor monofásico de fase auxiliar para duas tensões

Ponta: 1 e 3 bobina principal 1


2 e 2 bobina principal 2
5 e 6 bobina de arranque

Bobinas em paralelo

Figura 30

93
Bobinas em série

Figura 31

Para inverter a rotação de um motor monofásico troca-se o 5 pelo 6.

10.2 MOTORES TRIFÁSICOS DE CORRENTE ALTERNADA (CA)

10.2.1 Motor assíncrono trifásico de rotor em curto (de gaiola)

Figura 32

O primeiro tipo de motor é o mais empregado industrialmente, pois apresenta vantagens, tais como:
- mais simplicidade
- menor custo
- manutenção mais barata
- menor volume por unidade de potência
Funcionamento – os três tipos de motor trifásico possuem um estator, onde estão localizados três
rolamentos (bobinas), uma para cada fase, colocadas em ranhuras.

94
Figura 33

Estes enrolamentos estão ligados de maneira a formar pólos magnéticos. O campo magnético no
estator é um “campo girante“ em conseqüência de ser trifásica a rede de alimentação.
O rotor não possui fios, é curto-circuitado por barras. Não recebe ligação elétrica alguma.

Figura 34

Potência nominal – a potência dos motores é dada em:


cv – que equivale a 736 W
HP – que equivale a 746 W
kW – que equivale a 1000 W
Exemplo: 10 cv = 10 cv x 736 W = 7360 W
Corrente nominal – indica a corrente que o motor consome a plena carga.
Rotação nominal – é dada em rpm e indica quantas rotações o motor gira em 1 minuto. A rotação dos
motores depende da freqüência de alimentação e do número de pólos.

rpm = 2 x f x 60
P
rpm= rotação por minuto
f= freqüência da rede

Velocidade síncrona em rpm


Número de pólos
60 Hz 50 Hz
2 3600 3000

95
4 1800 1500
6 1200 1000
8 900 750

Ligação de motores trifásicos com seis terminais

Ligação de motores trifásicos com ligação Dahlander

Ligação de motores trifásicos com 12 terminais

96
Tabela 7 - Corrente a plena carga para motores de indução CA – 60Hz

Potência do motor (cv) Monofásico Trifásico


110V 220V 110V 220V
1/6 2,6 1,3
¼ 4,0 2,0
1/3 5,2 2,6 1,2 0,7
½ 6,7 3,4 2 1,2
¾ 9 4,5 2,8 1,6
1 10,5 5,3 3,5 2,2
1½ 14,5 7,3 5 2,4
2 19 9,5 6,5 3,8
3 37 13,5 9 5,2
5 56 28 15 8,7
7 80 40 22 13
10 100 50 27 16
15 40 23
20 52 30
25 64 37
30 72 45
40 104 60
50 125 73
60 150 87
75 185 108
100 246 143
125 310 180
150 360 209
200 480 278

11. COMANDO DE MOTORES MONOFÁSICOS E TRIFÁSICOS

Para que possam realizar sua função, os motores devem ser ligados à rede elétrica através de
dispositivos de comando que fazem o controle de ligar ou desligar a máquina.

11.1 COMANDOS DE MOTORES MONOFÁSICOS

Os motores monofásicos, de fase auxiliar, podem ter seu comando de diversas maneiras, porém há
três comandos mais usados, que são apresentados a seguir.
• Comando manual de motor monofásico através de chave bipolar direta com proteção de disjuntor
termomagnético.

97
Esquema A Esquema B

Observação: O esquema multifilar A é usado quando se tem uma rede de 127 ou 220 V, com fase e
neutro. O esquema multifilar B é usado quando se tem uma rede de 220 V com duas fases.
• Comando automático de motor monofásico através de uma chave bóia e proteção de disjuntor
termomagnético.

98
Esquemas multifilares:

Esquema A Esquema B

Observação: o esquema multifilar A é usado quando se tem uma rede de 127 ou 220 V com fase e
neutro. O esquema multifilar B é usado quando se tem uma rede de 220 V com duas fases.

• Comando automático de motor monofásico através de duas chaves bóias (mínima e máxima) com
proteção de disjuntor termomagnético.

Esquemas multifilares

Esquema A

99
Esquema B

Observação: o esquema multifilar A é usado quando se tem uma rede de 127 ou 220 V, com fase e
neutro. O esquema multifilar B é usado quando se tem uma rede de 220V com duas fases.

11.2 COMANDO MANUAL DE MOTORES TRIFÁSICOS

A forma de comando manual dos motores trifásicos de indução pode ser de diversas maneiras. Os
comandos mais usados são descritos a seguir.
• Comando manual de motor trifásico através de chave direta tripolar com proteção de disjuntor
termomagnético.

Esquema multifilar

100
Esquema unifilar

• Comando manual de motor trifásico através de chave reversora tripolar com proteção de disjuntor
termomagnético.

Esquema multifilar

101
Esquema unipolar

PÓS-TESTE

1. Numere a 2ª coluna de acordo com a primeira:


a . potência elétrica ( ) Volts - V
b. tensão elétrica ( ) Ohms - Ω
c. corrente elétrica ( ) Ampères - A
d. resistência elétrica ( ) Watts – W

2. Calcule a corrente elétrica dos seguintes exercícios:


a. I = ?
P = 300 W
U = 120 V
b. I = ?
P = 4800 W
U = 120 V

3. Escreva abaixo dos desenhos, se o circuito é série ou paralelo.


a)

____________________________

b)

____________________________

102
4. Escreva abaixo de cada voltímetro a tensão elétrica correspondente.

Desenhe os esquemas multifilares:


5. Um interruptor simples comandando uma lâmpada incandescente mais uma tomada monofásica

6. Um interruptor duplo comandando duas lâmpadas incandescentes.

7. Dois interruptores hotel comandando uma lâmpada incandescente.

103

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