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EDITAL DE SELEÇÃO SANAR 1

SUMÁRIO

Conteúdo
CORRENTE GALVÂNICA.................................................................................................4

CORRENTE DIADINÂMICA DE BERNARD........................................................................6

TENS – ELETROESTIMULAÇÃO NERVOSA.....................................................................9

ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA FUNCIONAL (FES).................................................................12

1. ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA NEUROMUSCULAR............................................................12

2. ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA FUNCIONAL (FES).............................................................12

3. CONCLUSÃO..............................................................................................................16

4. ESQUEMA..................................................................................................................16

REFERÊNCIAS................................................................................................................17

ESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR (NMES)...................................................................19

CORRENTE FARÁDICA E CORRENTE RUSSA...................................................................19

1. CORRENTE FARÁDICA................................................................................................19

2. CORRENTE RUSSA.....................................................................................................21

3. ESQUEMA..................................................................................................................24

REFERÊNCIAS................................................................................................................25

CORRENTE INTERFERENCIAL........................................................................................27

ELETRODIAGNÓSTICO...................................................................................................31
CAPÍTULO 1

CORRENTE
GALVÂNICA
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CORRENTE GALVÂNICA

Também conhecida como corrente contí-


CONCEITO nua ou direta. É um tipo de corrente que o
fluxo de elétrons acontece em apenas uma
direção. É uma corrente polarizada.

Característica: unidirecional em Intensidade variada e subjetiva


apenas uma direção e em sen- de acordo com cada paciente. A
tido que ocorre do pólo nega- intensidade ideal é a que promo-
tivo para o pólo positivo. ve sensação de formigamento.

Eletrosmose: passagem da corrente contínua ou di-


EFEITOS reta pelos tecidos, que provoca a transferência de lí-
quido de um pólo para o outro, isso ocorre do pólo
positivo para o negativo. O pólo negativo atrai líquido
(hidratante) e o positivo repele os líquidos (drenante).

Eletrólise: Reação química provo-


cada pelos efeitos polares. Os íons CUIDADOS!
negativos seguem em direção ao AO APLICAR A CORRENTE GALVÂNICA, CER-
pólo positivo (reação ácida) e os TIFIQUE-SE QUE A PELE ESTEJA LIMPA E
íons positivos seguem em direção QUE NÃO EXISTEM FERIDAS ABERTAS.
ao pólo negativo (reação básica). CUIDADO COM O TEMPO DE APLICA-
ÇÃO DESTA CORRENTE POIS PODE
CAUSAR QUEIMADURAS NA PELE.
CAPÍTULO 2

CORRENTE
DIADINÂMICA
DE BERNARD
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CORRENTE DIADINÂMICA DE BERNARD

Correntes galvano/farádicas, ou seja,


alternada modulada em composições
CONCEITO duplas ou triplas, retificadas em se-
miondas ou ondas completas

Alternando entre as duas teremos


5 correntes:

RITMO
MONOFÁSICA DIFÁSICA CURTO PERÍODO LONGO PERÍODO
SINCOPADO

A) B) C) D) E)

A) B) C)

D) E)
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RITMO
MONOFÁSICA DIFÁSICA CURTO PERÍODO LONGO PERÍODO
SINCOPADO

Alterna 50 Hz
com retifi-
cação de Alternada Modulada em MF combi-
semionda. em 100 Hz, períodos de 1 nada com
Sensação retificada em segundo em segunda MF
Corrente MF
de forte onda com- Difásica(DF) ondulante,
com pausas
fibrilação pleta. Sen- e 1 segundo variando am-
intercaladas.
(penetrante sação forte em Mono- plitude
Usada para
e resistente). de fibrilação fásica(MF). (0 e valor má-
métodos
É considera- e formiga- Percepção ximo). Não
diagnósticos.
da alternada mento, que clara da alter- há sensação
pela origem desaparece nância entre brusca de
em que subitamente. DF e MF. alternância.
retirou-se as
outras fases.
CAPÍTULO 3

TENS –
ELETROESTI-
MULAÇÃO
NERVOSA
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TENS – ELETROESTIMULAÇÃO NERVOSA


ATIVA A
TEORIA DAS
COMPORTAS
O QUE É? TIPOS Tens Con- DA DOR
vencional

FREQUEN-
Os efeitos de
Transmissão de CIAS MAIS
reeducação
energia elétrica de USADAS
muscular, bem
um estimulador ex- Tens Acu- ENTRE 150
como o de
terno para o sistema puntura A 200 HZ
fortalecimento
tem comprova- nervoso periférico
ção científica?
MELHOR
FREQUENCIA EFEITO
MODULADA EM DORES
(BAIXA DE Tens Burst
AGUDAS
2 HZ MO-
DULADA EM
PACOTES
DE 150 HZ) ATIVA A
TEORIA DOS
Tens bre- OPIÓDES
ve-intensa ENDÓGENOS

FREQUEN-
CIA DE 1
A - Freq. Elevada NÍVEL A 4 HZ
DIVISÃO
(80-200Hz) SENSORIAL

MELHOR
EFEITO EM
DOR CRÔNICA

A - Freq. Baixa NÍVEL


(1-10Hz) MOTOR
FREQUÊN-
CIA ACIMA
DE 100 HZ
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INDICAÇÕES TRATAMENTO Dor não


Dor aguda
diagnosticada

Dor crônica Marca-passo

Pós operatório Gestantes

Tendinites
Epilepsia
musculares
CAPÍTULO 4

ESTIMULAÇÃO
ELÉTRICA
FUNCIONAL
(FES)
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ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA
FUNCIONAL (FES)

1. ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA
NEUROMUSCULAR
A denominação “estimulação elétrica neuromuscular” (EENM) refere-se á utilização
de equipamentos que geram corrente elétrica para estimulação no nível motor, ou seja,
geram contração muscular. Diferentemente dos equipamentos de eletroanalgesia (inibe
a dor), a EENM tende a passar pelo limiar sensitivo, porém atua principalmente no limiar
motor, sendo necessário para isso uma corrente elétrica com pulsos de maior duração.
Esses recursos, quando aplicados no corpo humano, tendem a gerar uma despo-
larização do motoneurônio inferior e consequentemente todas as etapas fisiológicas da
contração. Portanto, para que se tenha o resultado esperado com esses recursos, há a
necessidade de uma fibra nervosa eferente (neurônio motor) í ntegra.

2. ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA
FUNCIONAL (FES)
A terapia por FES tem como definição clássica de acordo com Fitzgerald 2003, te-
rapia realizada no neurônio motor intacto para iniciar a contração de músculos parcial-
mente paralisados, de modo a produzir movimento funcional. Por esse conceito podemos
subentender que sempre o paciente ou atleta deve realizar ou ao menos tentar realizar o
movimento associado ao equipamento e não se submeter a uma simples terapia passiva.
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Figura 1. Representação do controle motor coordena-


do pelo SNC e controle neuromuscular artificial

Fonte: Google Imagens

2.1 PARÂMETROS
Para que a estimulação elétrica funcional realize o seu mecanismo de ação, parâme-
tros físicos específicos são utilizados. Os quais estão listados a seguir:
Os parâmetros elétricos controlados na FES são a duração dos pulsos (μs), a ampli-
tude (V), a intensidade (A) e a frequência dos pulsos (Hz).
Importante mencionar que, quando a modulação da FES ocorre variando-se a ampli-
tude, considera-se a estimulação como modulada por amplitude de pulso (do inglês, pulse
amplitude modulation – PAM), ao passo que quando controlada pela duração do pulso, a
estimulação é classificada como modulada por largura de pulsos (do inglês, pulse width
modulation – PWM).
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Figura 2. Aparelho de Estimulação Elétrica Neuromuscular

Fonte: Google Imagens

O FES gera uma corrente elétrica de baixa frequência, alternada ou bifásica, pulsada,
simétrica com pulsos na forma retangular, sendo considerada assim, despolarizada. O fato
de se apresentar com baixa frequência (1 a 100 Hz aproximadamente) faz com que tenha
uma alta resistência tecidual e pequena profundidade de penetração.
Um dos primeiros parâmetros a se regular em uma aplicação de FES é a frequência.
Nos equipamentos nacionais, consegue-se trabalhar em uma faixa de 1 a 100 Hz, porém
clinicamente é observada uma faixa mais restrita entre 30 e 80 Hz. Uma frequência mais
baixa (30 a 50 Hz) tende a selecionar mais as fibras tônicas ou vermelhas do tipo I, sendo
que a frequência mais alta (50 a 80 Hz) pode selecionar mais fibras fásicas ou brancas do
tipo IIb, apesar de ainda persistir certa divergência na literatura.
Outro parâmetro de grande importância é a duração de pulso. Os aparelhos tradicio-
nais permitem o ajuste entre 200 e 400 μs, quando se objetiva a contração muscular. Em
um primeiro momento do tratamento, pode-se optar por duração de pulso entre 200 a 300
μs, aumentando para 300 a 400 μs em músculos que já passaram por um programa pré-
vio de fortalecimento. Em um segundo momento, pode-se utilizar esta duração de pulso
para selecionar tipos específicos de fibras. Fibras brancas ou do tipo II apresentam menor
limiar de excitação, sendo mais ativadas com duração de pulso próxima a 200 μs e fibras
vermelhas respondem melhor a excitação, com duração próxima a 400 μs.
A relação entre o tempo de contração (Ton) e o tempo de repouso (Toff) em músculos
mais fracos deve ficar em torno de 1:2 e, em músculos mais próximos do normal, relação
de 1:1. Um tempo de contração entre 10 e 15 segundos tem sido preferido pela maioria
dos autores. Outra regra que tem sido preconizada é um tempo total de tratamento com
EENM entre 10 e 15 minutos, podendo exceder os 20 minutos apenas em casos de atletas.
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2.2 APLICAÇÃO DE ELETRODOS


Metodologicamente, a FES pode ser aplicada por meio de eletrodos transcutâneos (ou
de superfície), percutâneos (posicionados abaixo da pele por meio de punção, os cabos es-
tendem-se para o meio exterior e são conectados aos módulos externos) ou implantados
(procedimento cirúrgico). Os eletrodos de superfície são colocados sobre a pele e podem
ser auto-adesivos ou de silicone-carbono com gel24. Quando se tem um par de eletrodos,
um ativo e outro de referência, a FES é uni- ou monopolar. Quando a FES possui dois eletro-
dos ativos e mais um eletrodo como referência, a aplicação é bipolar32. Eletrodos de mesmo
tamanho, por exemplo, os dois eletrodos com medida 5 cm x 5 cm, definem a estimulação
elétrica como bipolar36. Eletrodos com tamanhos distintos, por exemplo, um com medida 5
cm x 5 cm e outro com 5 cm x 9 cm, atribui-se a essa aplicação como monopolar, sendo que
o menor eletrodo (5 cm x 5 cm) terá uma maior densidade de corrente.
Referente aos eletrodos de superfície, existem duas técnicas conhecidas de colo-
cação dos eletrodos. Em uma delas, chamada “mioenergética”, coloca-se um eletrodo no
inicio do ventre muscular e outro do mesmo canal mais distal, nesse mesmo músculo. A
outra técnica é chamada de “ponto motor”, colocandose um eletrodo no ponto motor de
determinado músculo e o outro mais proximal, preferencialmente no mesmo músculo.

Figura 3. Aplicação de eletrodo superficial

2.3 CONTRA-INDICAÇÕES RELATIVAS


Alguns aspectos importantes, que podem ser considerados como contraindacações
relativas devem ser cuidadosamente avaliados antes da aplicação do equipamento de
EENM como a provável lesão de pele, o excesso de tecido adiposo, a alta fadigabilidade,
os eletrodos desgastados, entre outros.
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2.4 CONTRA-INDICAÇÕES ABSOLUTAS


Outros casos deixam de ser apenas riscos relativos, tornando-se contra-indicações
absolutas como lesões musculares ou tendíneas recentes, algumas distrofias musculares
ou miopatias, fraturas instáveis, pacientes com marca-passo cardíaco, infecções ou trom-
bose venosa profunda.

3. CONCLUSÃO
O homem busca mecanismos para suprir necessidades fisiológicas perdidas como
o natural ato do movimentar-se, o qual requer o circuito de ativação (SNC), sistema efetor
(neuromuscular), o circuito sensorial (vias nervosas e neuronais ascendentes) realimen-
tando o SNC, para que o evento continue se adaptando às alterações proporcionadas pelos
meios externo e interno. A aplicação de FES gera efeitos a curto prazo como a movimenta-
ção articular por meio da contração muscular, e a longo prazo a FES promove o fortaleci-
mento do tecido muscular, podendo melhorar a condição cardiorrespiratória e desenvolver
a plasticidade das vias neuronais, em casos de indivíduos com disfunções neurológicas.

4. ESQUEMA

INDICAÇÕES

FES

Recondiciona-
mento Muscular: Amplitude de Mo- Reorganizar o
Manter o trofismo; vimento (ADM): Padrão Motor:
Ativar músculos Manter ou melhorar Ativar a musculatu-
que não contraem naqueles indivídu- ra inativa durante a
voluntariamente; os que não reai- marcha de indivídu-
zam ativamente. os hemiparéticos.
Fraqueza muscular.
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REFERÊNCIAS
1. THIAGO FUKUDA. Uso da eletroestimulaçã o neuromuscular em Fisioterapia. Disponível
em: <https://www.thiagofukuda.com/uso-da-eletroestimulaçãoneuromuscular-em-
fisioterapia/>.Acessado em 23 de julho de 2019.
2. Krueger-Beck E., Scheeren E. et al. Efeitos da estimulação elétrica funcional no controle
neuromuscular artificial. Curitiba, Rev Neurocienc, 530-541, 2011.
CAPÍTULO 5

ESTIMULAÇÃO
NEUROMUS-
CULAR (NMES)
CORRENTE
FARÁDICA E
CORRENTE
RUSSA
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ESTIMULAÇÃO NEUROMUSCULAR (NMES)


CORRENTE FARÁDICA E CORRENTE RUSSA

1. CORRENTE FARÁDICA
A corrente farádica tem sido utilizada desde o final do século XIX. A corrente fará-
dica é uma corrente interrompida, de curta duração (1 milissegundo), forma triangular e
frequência de 50 Hz. Ela pode ser modulada em trens de pulso, variando sua taxa de repe-
tição. A partir da década de 60 apareceu a corrente neofarádica, onde a principal diferença
está na diminuição da duração do pulso ficando na casa dos microsegundos, e na possi-
bilidade de modificar parâmetros como a frequência oscilando de 50 a 100 Hz, e com isto
trazendo mais conforto ao paciente.

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1.1 EFEITOS FISIOLÓGICOS:


Estimula os nervos sensitivos (parestesia, reflexo de vasodilatação); estimula os ner-
vos motores; efeito de contração muscular, aumenta o metabolismo, aumento a irrigação
sanguínea dos músculos, aumento do retorno venoso e linfático.

1.2 EFEITOS TERAPÊUTICOS


Os efeitos terapêuticos fornecidos pela corrente farádica, são: hipertrofia e hiperto-
nia, facilitação da contração muscular, reeducação da ação muscular (memória cinesté-
sica), aprendizagem de uma ação muscular nova, prevenção de aderências, absorção de
líquidos (edemas).
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1.3 METODOLOGIA DE APLICAÇÃO


APLICAÇÃO DOS ELETRODOS
Eletrodo indiferente ou passivo = é colocado para dissipar a corrente, geralmente no
tronco nervoso que inerva o músculo a ser trabalhado.
Eletrodo ativo = coloca-se sobre o ponto motor do músculo a ser tratado. O ponto
motor é o melhor local para se obter uma boa contração muscular.
Em músculos isolados, o melhor tratamento é com a caneta de aplicação diretamen-
te no ponto motor. Já em grupos musculares os grandes eletrodos são mais convenientes.

1.4 TÉCNICA DE TRATAMENTO


Longitudinal: 2 eletrodos ativos na mesma face anatômica.
Sub-aquática: introduz-se em uma cuba com água 2 eletrodos que ficarão no mesmo
lado do recipiente, contraindo o mesmo grupo muscular.
Bomba farádica: Utilizada para incrementar a drenagem venosa e linfática em ede-
mas. Utiliza-se grandes eletrodos almofadados, que cubram os pontos motores dos prin-
cipais grupos musculares. A região com edema deve ser enfaixada e elevada.

1.5 TEMPO DE APLICAÇÃO:


Geralmente a corrente farádica é aplicada durante quinze minutos, porém no modo
de bomba farádica, aplica-se por vinte minutos com pausa de cinco minutos.

1.6 INDICAÇÕES:
A corrente farádica é indicada nos seguintes casos: Drenagem de edemas, hipertro-
fia muscular, pós-cirúrgicos de transplantes tendinosos, reeducação muscular, fibroses e
aderências cicatriciais

1.7 CONTRA-INDICAÇÕES:
A corrente torna-se contra-indicada nos casos a seguir: Área precordial, pacientes
com extremos cronológicos, pacientes incapazes de indicar as sensações produzidas pela
corrente Gônodas, útero gravídico, e Neuromas.
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2. CORRENTE RUSSA
2.1 CONCEITO
Segundo Robinson & Snyder-Mackler (2001) a corrente originalmente utilizada pelos
pesquisadores soviéticos foi uma corrente alternada simétrica, sinusoidal de 2500 Hz que
era modulada por burst a cada 10 ms para fornecer 50 bursts por segundo. Esta forma de
estimulação foi promovida comercialmente como “Estimulação Russa”. Segundo Adel &
Luykx (1990) o pesquisador soviético utilizou bursts de 50 Hz por se encontrar mais ou
menos no centro do espectro de frequências utilizado para a geração de contrações te-
tânicas (40 Hz a 80 Hz). A corrente russa pode ser definida com uma corrente alternada
de média frequência, que pode ser modulada por “rajadas” (bursts) e é utilizada com fins
excitomotores. Este tipo de corrente permite aplicação de alta amperagem, em torno de
100 mA.

2.2 OBJETIVOS
Aumentar a força muscular para melhorar a estabilidade (ativa) de uma articulação;
Recuperar a força muscular; Para aumentar a força muscular a fim de se alcançar uma
performance física maior. Isto ocorre em treinamentos de atletas de alto nível.

2.3 PARAMÊTROS DA CORRENTE RUSSA


Intensidade da corrente (mA), frequência dos impulsos em HZ, duty cicle (ciclo com-
pleto): a) cicle ON: tempo de passagem da corrente em segundos, b) cicle OFF: tempo de
repouso da musculatura em segundos, relação ON/OFF, duração dos impulsos (US), núme-
ro de contrações por sessão.
Todos estes parâmetros devem ser ajustados paciente por paciente para potenciali-
zar o máximo da musculatura, para isto, é necessário conhecer profundamente a fisiologia
do exercício, indicações clínicas e técnicas de aplicação.

2.4 EFEITOS FISIOLÓGICOS


Alguns dos efeitos fisiológicos promovidos pela corrente russa, estão listados seguir:
Aumento do volume transverso da fibra muscular, aumento dos sarcômeros em sé-
ries (força muscular); facilitação do controle motor devido ao aumento da frequência de
disparo neuromuscular, aumento do metabolismo e fluxo sanguíneo, reduz a fadiga mus-
cular, mudança na estrutura do tecido muscular.
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Além destes efeitos fisiológicos a corrente russa apresenta alguns benefícios: 30 a 40%
das unidades motoras podem ser ativadas; a estrutura das fibras musculares pode ser poten-
cialmente alterada por uma escolha específica de frequência; a melhora da força muscular
pode ser conseguida em um curto período de tempo; a estabilidade de articulação pode ser
alcançada na fase de imobilização; há um efeito benéfico na meia vida do colágeno.

2.5 FORMAS DE APLICAÇÃO DA CORRENTE RUSSA


y Eletroestimulação estática: Para tratar encurtamento muscular (eletrostretching)
Aplica-se essa corrente sem o deslocamento da alavanca sempre que não houver
contra-indicação para o exercício isométrico. Seus objetivos são prevenir atrofia muscular,
tonificar e começar o fortalecimento de um músculo com uma atrofia importante.

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y Eletroestimulação Dinâmica associada ao exercício


Recorremos a este método quando necessitamos de ajuda externa para incrementar
os exercícios, trata-se de um suplemento para ganho da força muscular com cargas que
músculo sozinho não realizaria. Objetivos: reforçar a musculatura quando já se tem um
bom nível de força muscular, readaptação ao exercício e melhorar a coordenação motora.

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y Eletroestimulação em estiramento
Principal efeito é gerar tensão sobre os tendões. Objetivos: reforço tendinoso, melho-
ra da elasticidade e da amplitude.

Figura 1 – Colocação dos eletrodos Figura 2 – Ângulo do joelho


durante as sessões de EENM. durante as sessões de EENM.
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y Eletroestimulação aplicado à Estética


Objetivos: tonificar a muscular, definir e delinear músculos, reduzir medidas antropométricas.

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2.6 INDICAÇÕES
y A corrente russa pode ser indicada para o fortalecimento muscular no desempenho
esportivo de atletas, para:
Melhorar da capacidade de pique; melhorar da força de impulsão; melhorar a resistência.
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y Como também pode ser indicada para o fortalecimento muscular em condições


patológicas, tendo como objetivos a melhora da estabilidade e a redução da dor. As
disfunções que se qualificam são:

Condropatia retropatelar, Pós-operatório de: meniscectomia, fratura, ruptura de liga-


mento; problemas lombares: Estabilização da coluna dorsal e lombar com fortalecimento
abdominal; Lesões no joelho: Estabilização da articulação do joelho quando ela demonstra
sintomas de “entrega”; Incontinência: através do fortalecimento dos músculos do esfínc-
ter externo; má postura: melhoria da postura, particularmente na coluna dorsal torácica
através do fortalecimento muscular.

2.7 CONTRAINDICAÇÕES
Danos musculares, tendomioses, tendinites, disfunções de articulações agudas, fi-
bras não consolidadas, tais como fraturas e rupturas de músculos e ligamentos, formas de
espasticidade, formas de miopatias.

3. ESQUEMA
EFEITOS FISIOLÓGICOS:
EFEITOS FISIOLÓGICOS:
CORRENTE Aumento do volume
Estimula os nervos
FARÁDICA transverso da fibra mus-
sensitivos (parestesia,
cular, aumento dos sar-
reflexo de vasodilatação);
cômeros em séries (força
estimula os nervos moto-
muscular); facilitação do
res; efeitos de contração
controle motor devido
muscular, aumenta o
ao aumento do metabo-
metabolismo, aumento da
lismo e fluxo sanguíneo,
irrigação sanguínea dos
CORRENTE reduz a fadiga muscular,
músculos, aumento do
RUSSA mudança na estrutura
retorno venoso e linfático.
do tecido muscular,

EFEITOS TERAPÊUTICOS:
EFEITOS TERAPÊUTICOS:
Hipertrofia e hipertonia,
30 a 40% das unidades
facilitação da contração
motoras podem ser
muscular, reeducação da
ativadas; melhora da
ação muscular (memória
força muscular em um
cinestésica), aprendiza-
curto paríodo de tempo;
gem de uma ação mus-
estabilidade de articu-
cular nova, prevenção
lar; efeito benéfico na
de aderências, absorção
meia vida do colágeno.
de líquidos (edemas).
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REFERÊNCIAS
1. BORGES F. Eletrotermofototerapia. Pós graduação traumato ortopedia. Universidade Gama
Filho, 2008.
2. WILLIAN V. Fisioterapia Geral. Termoterapia, actinoterapia, laserterapia e eletroterapia;
2003.
CAPÍTULO 6

CORRENTE
INTERFERENCIAL
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CORRENTE INTERFERENCIAL

É quando duas corren- Baseia-se em gerar uma


tes de média frequência interferência entre duas
levemente diferentes (F1 frequência (2000 a 4000
E F2) se encontram em Hz) com amplitude modu-
CONCEITO
um mesmo ponto, geran- lada em baixa frequência
do uma nova corrente de (0 – 250 Hz), conseguindo
média frequência em um atingir tecidos mais pro-
ângulo de 45º chamada fundos e tornando-se um
de corrente interferencial. meio de fim terapêutico.

A área em que se forma


o trevo de “quatro folhas”
ocorre a modulação má-
xima onde suas direções
são somadas formando Para alcançar uma distribui-
um vetor. O padrão real ção mais uniforme e garan-
TIPOS DE da corrente apresenta tir a área efetiva do trata-
APLICAÇÃO uma forma muito mais mento, o padrão de folha de
irregular e difusa, pois as trevo deve estar em torno
variações e distâncias de 45º para denominada
entre os eletrodos dificul- como aplicação tetrapolar.
tam essa uniformidade.
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A maneira com que a corrente atinge Já aplicação bipolar acontece de


os 100% de profundidade a amplitu- forma mais simples, ou seja, é
de será maior, e quando mais longe utilizada apenas dois polos para
disso, será menor. Acredita-se que o sua aplicação e as duas correntes
centro seja o local de interferência alternadas que se sobrepõem dentro
máxima, e sua diminuição de força do aparelho. A profundidade da
ocorre de maneira que a corren- modulação permanece em 100% e
te atinge o ápice das “pétalas” se mantém em todo seu trajeto.

A facilidade da corrente de média fre-


quência em ter maior impedância nos
Essa corrente de média frequên- tecidos é devido aos pulsos elétricos
cia é classificada como corrente muito curtos, capazes de estimular
despolarizada e não possui efei- os nervos através da modulação da
to polar, sendo a mais adequada amplitude. A modulação permite que
para o tratamento das camadas as frequências pré-estabelecidas de
mais profundas dos tecidos. batimento se alterem automatica-
mente em um tempo específico, e às
vezes são chamadas de espectro.
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A modulação da amplitude da frequência (AMF) é designa-


da como a frequência de tratamento. A mesma é indicada
AMF (AMPLITUDE que seja modulada de acordo com cada fisiopatologia.
DE MODULAÇÃO Para o ajuste da frequência fixa utiliza-se o valor de 4000
DE FREQUÊNCIA) Hz, enquanto a outra corrente de interferência pode variar
entre 4000 a 4250 Hz. É aconselhável modulações de AMF
mais altas para distúrbios agudos (130 a 150 Hz) e AMF
mais baixas (25 a 75 Hz) para fases crônicas. Já para a fase
subaguda é estabelecido a frequência entre 70 a 100 Hz.

A corrente elétrica de estimulação interferencial é descrita


pela literatura como atuante em disfunções como modulação
da dor, anti-inflamatório, miorrelaxante, reeducação muscular,
cicatrizações, aumento da amplitude de movimento articular
e estimulador elétrico com capacidade de estimular nervos.

A AMF permanece na frequência durante


1 segundo, mantendo no próximo 1 se-
gundo conforme o espectro que foi de-
terminado, sendo indicado esse tipo de
modulação para patologias crônicas.

A subida da frequência ocorre em 1 segundo,


mantendo-se a frequência básica em 5 se-
gundos somados ao espectro de AMF retor-
nando a frequência básica em 1 segundo. É
indicado para patologias com fase subaguda.

A variação do espectro serve


também para o ajuste da Esta modulação é utilizada para situa-
mudança de frequência que ções mais agudas, onde a variação é de
é feita em três módulos: 6 segundos atingindo a frequência má-
xima e 6 segundos para retornar a AMF
base. A frequência não se mantém ha-
vendo novamente a repetição do ciclo.
CAPÍTULO 7

ELETRO-
DIAGNÓSTICO
EDITAL DE SELEÇÃO SANAR 31

ELETRODIAGNÓSTICO
É a representação É um recurso de avaliação
gráfica do estado do que o fisioterapeuta utiliza
músculo e do nervo em para verificar se há alteração
CONCEITO curvas de intensidade na excitabilidade de um nervo
e tempo de pulso. periférico. Quando detectado
há presença de lesão nervosa, o
fisioterapeuta pode tratar e ga-
rantir um melhor prognóstico.

Musculatura ou
nervo estimulado
faradicamente com
6 mA de intensi- REOBASE X CRONAXIA
EXEMPLO: dade e 0,3ms de
Tempo de pulso.

Reobase
É a mínima intensidade
de um pulso elétrico para
proporcionar uma míni-
ma contração muscular.

Cronaxia
É o mínimo tempo de um pulso
elétrico capaz de produzir uma
mínima contração muscular,
sen-do que para encontrá-lo
é necessário dobrar o valor
da reobase encontrada.
EDITAL DE SELEÇÃO SANAR 32

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