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1 Resumo
Um circuito RLC em série é percorrido por uma corrente sinusoidal de frequência variável.
Estuda-se a intensidade da corrente que percorre o circuito, bem como a tensão aos seus
terminais, em função da frequência.
2 Fundamento Teórico
RV
gerador
Ri
Rd
Vg ~ L
(figura 1)
Considere o circuito RLC em série representado na figura 1. O gerador representado produz uma
tensão sinusoidal
Os aparelhos de medida usados habitualmente (multímetros) não têm um tempo de resposta
suficientemente rápido para ler os valores instantâneos da corrente e da tensão. Na realidade
permitem aceder apenas aos valores eficazes dessas grandezas:
I Vg
I → I ef = 0 e V g → V g ef = 0 .
2 2
Pode-se mostrar que a relação entre os valores eficazes da tensão e da corrente é:
Vgef
I ef = (1)
2
(Ri + RV + Rd )2 + ωL − 1
ωC
Na equação Ri representa a resistência interna do gerador, RV o somatório de todas as resistências
intrínsecas do circuito (dos condutores, dos contactos, da bobine, do condensador, etc.) e Rd a
resistência efectivamente introduzida no circuito. A variável ω representa a frequência angular
da corrente que flui no circuito.
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Protocolos das Aulas Práticas
Vgef (RV + Rd )2 + ωL −
1
ωC .
Vef =
2
(RV + Rd + Ri )2 + ωL − 1
ωC
Em particular, para um circuito em que não se insere resistência externa, Rd tem-se:
2
1
+ ωL −
2
Vgef RV
ωC (2)
Vef =
2
1
(RV + Ri ) + ωL −
2
ωC
Graficamente:
Verifica-se a existência de uma ressonância em ambos os gráficos apresentados, que ocorre para
um valor da frequência a que se dá o nome de frequência de ressonância. Esse valor é o que
maximiza (ou minimiza) o valor da corrente que flui no circuito (ou da tensão aos seus
terminais) e é dado matematicamente por:
1 1
ωL − = 0 ⇔ ωr = (3)
ωC LC
4 Equipamento
Gerador de sinais TG215 function generator da Thurlby Thander Insrtruments; caixa de
resistências; caixa de condensadores; bobine de L = 2 mH; 2 multímetros analógicos PHYWE
07026.0 e fios de ligação.
5 Procedimento experimental
Monte o circuito representado na figura.
No gerador de sinais:
1. Premir o botão Display Select até aparecer o menu que dá a tensão de pico a pico. Regular
até 10Vpp.
2. No mesmo botão seleccionar o menu que dá o offset. Regular para Voffset= 0 VDC.
3. O botão de selecção da onda sinusoidal deve estar premido
4. O cursor que regula a simetria do sinal deve apontar para o centro da escala (o sinal
produzido é simétrico).
5. O botão de atenuação do sinal não deve estar premido.
6. Usa-se a saída com resistência interna de 50 Ω.
7. Usar a escala de 20 kHz.
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O condensador e o indutor não se alteram ao longo de toda a experiência e têm, respectivamente,
os valores C= 10 µF e L= 2 mH. Tal como anteriormente referido, a resistência interna do
gerador de sinais é fixa, tendo o valor Ri = 50 Ω.
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R
Vg ~
L
(figura 1’)
Considere o circuito RLC em série representado na figura 1. O gerador representado produz uma
tensão sinusoidal da forma:
Vg = Vg0 cos(ωt )
ou, em notação complexa:
Vg = Vg0 e jωt .
As leis de Kirchoff permitem escrever para esse sistema:
− Vg + VR + VL + VC = 0 (1’)
sendo VR, VL, e VC as tensões aos terminais da resistência, do indutor e do condensador,
respectivamente.
Uma vez que a tensão de alimentação do circuito é sinusoidal pode-se mostrar que a corrente que
o percorre tem o mesmo tipo de dependência temporal, possuindo a mesma frequência. Nessas
condições é válida, para cada um dos elementos do circuito, uma lei de Ohm generalizada:
VR = Z R I ,
VL = Z L I ,
VC = Z C I ,
onde ZR, ZL, e ZC são as impedâncias associadas a cada um dos elementos do circuito. As
impedâncias são dadas por:
ZR = R ,
Z L = jωL ,
1
ZC = − j ;
ωC
(j representa a unidade imaginária).
A equação (1’) pode então ser escrita na forma:
1
V g = RI + jωLI − j I⇔
ωC
1
⇔ V g = R + j ωL − I
ωC
A quantidade entre parentesis representa a impedância total do circuito e, sendo uma grandeza
complexa, pode ser escrita na forma exponencial:
−1 LC −1
2
2 ω
1 1 jtg ωRC
R + j ωL − = R + ωL −
2
e
ωC ωC
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A relação entre a tensão imposta ao circuito e a corrente que o percorre escreve-se então na
forma:
ω 2 LC −1
−1 LC −1
2
2 ω j ωt −tg −1
1 jtg ωRC Vg0 ωRC
V g = R + ωL −
2
e
I⇔I= e
ωC 1
2
R + ωL −
2
ωC
Usando as funções trigonométricas habituais, a corrente que percorre o circuito assume a forma:
Vg0 ω 2 LC − 1 (2’)
I= cos ωt − tg −1
1
2
ω RC
R 2 + ωL −
ωC
ou seja, é da forma da tensão imposta no circuito mas com um ligeiro atraso na fase.
A equação (2’) pode escrever-se na forma simplificada:
ω 2 LC − 1
I = I 0 cos ωt − tg −1
ω RC
com
Vg0
I0 =
2
1
R 2 + ωL −
ωC
Os aparelhos de medida usados habitualmente (multímetros) não têm um tempo de resposta
suficientemente rápido para ler os valores instantâneos da corrente e da tensão. Na realidade
permitem aceder apenas aos valores eficazes dessas grandezas:
I
I → I ef = 0
2
Vg
Vg → Vg ef = 0 .
2
A relação entre a amplitude da corrente e a da tensão permite escrever:
2Vgef Vgef
2 I ef = ⇔ I ef = (3’)
2 2
1 1
R 2 + ωL − R 2 + ωL −
ωC ωC
Na prática o circuito usado no laboratório não é tão simples como o representado na figura 1’.
No circuito real existe uma resistência interna associada à fonte de tensão, Ri, e todos os fios, os
contactos, o indutor e o condensador possuem uma certa resistência. Representemos o somatório
de todas essas resistências por RV. Rd será a resistência variável que se pode adicionar ao
circuito.
RV
gerador
Ri
Rd
Vg ~ L
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(Ri + RV + Rd )2 + ωL − 1
ωC
Esta é a relação entre os valores mensuráveis da tensão e da corrente, sendo portanto a que se
deve observar experimentalmente.
A tensão aos terminais do gerador será dada por:
( )
V = Z RV + Z Rd + Z L + Z C I ⇔ V = RV + Rd + jωL − j
1
I ⇔
ωC
2 −1
ω 2 LC −1
1 jtg
(RV + Rd ) ω ( RV + Rd )C
+ ωL −
2
⇔V = e ×
ωC
2
1
ω 2 LC −1
j ωt −tg −1
Vg0 (RV + Rd )
2
+ ωL −
Vg0
ω ( R + R )C ωC
e V d
⇔V = e jωt
2 2
1 1
(RV + Rd + Ri ) + ωL −
2
(RV + Rd + Ri ) + ωL −
2
ωC ω C
Vgef (RV + Rd )2 + ωL − 1
ωC .
Vef =
2
(RV + Rd + Ri )2 + ωL − 1
ωC
Em particular, para um circuito em que não se insere resistência externa, tem-se:
2
1
RV + ωL −
2
V g ef
ωC (5’)
Vef =
2
1
(RV + Ri ) + ω L −
2
ωC
Verifica-se a existência de uma ressonância em ambos os gráficos apresentados, que ocorre para
um valor da frequência a que se dá o nome de frequência de ressonância. Esse valor é o que
maximiza (ou minimiza) o valor da corrente que flui no circuito (ou da tensão aos seus
terminais). É dado matematicamente por:
1 ω 2 LC − 1 1
ωL − =0⇔ = 0 ⇔ ω 2 LC − 1 = 0 ⇔ ω r = (6’)
ωC ωC LC
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