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1.

O que é a Biologia Evolutiva

A Biologia Evolutiva é a área da Biologia que estuda a ascendência comum e a descendência das
espécies. Estuda também as mudanças que ocorrem nos seres vivos com o passar do tempo (evolução
biológica).

A biologia evolutiva é o ramo da biologia que se dedica ao estudo da evolução e de seus processos.

1.1. Objectivo

Entender, elucidar e trabalhar questões relacionadas à evolução dos seres vivos.

1.2. História da Biologia Evolutiva

Desde a Antiguidade a Biologia Evolutiva intriga pesquisadores e a população em geral. O termo


evolução tem origem latina e deriva da palavra “evolutio”, que significa desenrolar. A evolução refere-se,
portanto, à mudança.

A Biologia Evolutiva como disciplina académica surgiu como resultado do neodarwinismo desenvolvido
nas décadas de 1930 e 1940.

Theodosius Dobzhansky, um dos biólogos evolucionistas de mais destaque do século XX, afirmava que
“nada na biologia faz sentido excepto à luz da evolução”, o que significa que a evolução é essencial para
entendermos qualquer área da biologia em um sentido amplo.

Na Antiguidade, uma ideia era bastante difundida a respeito da origem das espécies: o Fixismo. De
acordo com essa linha de raciocínio, todos os seres vivos que hoje existem já existiam no passado e
teriam sido criados por Deus. Sendo assim, de acordo com esse pensamento, as espécies não sofriam
modificações ao longo do tempo e, consequentemente, não ocorria evolução.

Com os avanços dos estudos dos fósseis e das rochas sedimentares, ficou cada vez mais claro que as
espécies de hoje não eram as mesmas que existiram há milhões de anos, bem como que muitos seres
diferentes existiram no passado e extinguiram-se.
Assim sendo, no século XVIII, iniciou-se a disseminação por vários naturalistas, incluindo-se Buffon, da
ideia de que os seres sofriam modificações no decorrer do tempo. Entretanto, nenhum desses
pesquisadores tentou explicar esse mecanismo evolutivo.

A primeira teoria evolucionista apresentada foi a de Jean-Baptiste Lamarck (1744-1829). No seu


trabalho Philosophye Zoologique (1806), Lamarck tentou explicar, no sentido da complexidade, como
as espécies evoluíam. Esse estudioso lançou mão de dois princípios básicos: a lei do uso e desuso e a lei
da herança dos caracteres adquiridos.

Segundo a lei do uso e desuso de Lamarck, as espécies apresentavam modificações em seus corpos como
consequência do uso frequente de determinado órgão ou da falta de uso de uma estrutura. Ao usar
bastante um órgão, por exemplo, ele tornar-se-ia mais forte e mais desenvolvido.

Já os órgãos poucos utilizados caminhavam em direcção à atrofia. Ainda segundo a teoria proposta por
Lamarck, todas as características adquiridas durante a vida de um ser vivo eram transmitidas para seus
descendentes.

Para explicar sua ideia, Lamarck utilizou um exemplo bastante conhecido: o pescoço da girafa. Segundo
esse cientista, existiam girafas de pescoço curto inicialmente, mas elas, a fim de conseguirem alcançar
alimentos em grandes alturas, começaram a esticar-se.

Ao forçar o esticamento de forma intencional do pescoço, essa estrutura começou a apresentar-se cada
vez maior. Essa característica foi então passada aos descendentes.

Lamarck, no entanto, estava equivocado em certos pontos de sua teoria, uma vez que o uso e o desuso
não provocam modificações que podem ser passadas aos descendentes e as modificações adquiridas
durante a vida não podem ser transmitidas. Apesar dos erros, Lamarck levantou um ponto bastante
importante para a evolução: o meio influencia a evolução das espécies.

Depois de Lamarck, foi a teoria proposta por Charles Darwin (1809-1882) que tentou explicar como a
evolução de fato acontecia.

Segundo Darwin, a evolução não acontecia em direcção à complexidade, mas sim em razão de uma luta
constante por sobrevivência, pois apenas os mais aptos sobreviviam e passavam suas características aos
descendentes. Darwin nomeou esse processo de selecção natural e considerou-o o principal mecanismo da
evolução.

Outro ponto importante da teoria de Darwin é a ancestralidade comum, que afirma que todos os
organismos compartilham um ancestral comum, sendo, portanto, produtos de uma história de
descendência.

Como Darwin não tinha as bases da Genética e não sabia como as características eram passadas aos
descendentes, sua teoria não conseguiu explicar certos pontos importantes da hereditariedade. Entretanto,
a partir de 1940, Ronald Fisher, John Haldane, Sewall Wrigth, Theodosius Dobzhansky, Ernst
Mayr, Julian Huxley, George Simpson e G. Ledyard Stebbins publicaram trabalhos em que a teoria de
Darwin era reinterpretada por intermédio dos conhecimentos mais modernos de Genética e outras áreas
da Biologia. Essa reinterpretação ficou conhecida como teoria sintética da evolução ou teoria
neodarwinista.

De acordo com a teoria sintética da evolução, a evolução ocorre por intermédio de alguns factores
principais, tais como mutação, recombinação génica, deriva genética, migração e selecção natural.

Já dizia o geneticista e biólogo evolutivo ucraniano- Theodosius Dobzhansky (1900 – 1975): “nada em
biologia faz sentido a não ser sob a luz da evolução”. A frase tem relação ao fato de que a Teoria da
Evolução acabou por unificar todos os ramos da biologia: sem a evolução, os diversos ramos desta ciência
não teriam conexão.

Assim, vale lembrar que o ramo da biologia que se ocupa com o estudo do processo evolutivo dos seres
vivos é a Biologia Evolutiva.

Porém, é importante entender, antes, o que é o termo evolução. Por evolução se compreende um
processo, ao longo do tempo, em que ocorre a variação e adaptação de populações, podendo dar origem a
novas espécies a partir de uma já existente.

A questão científica da evolução teve seu princípio com Jean-Batiste Lamarck (1744-1829), que cunhou
a lei do uso e desuso e a lei da herança dos caracteres adquiridos. De maneira bem simplificada, para
Lamarck, as espécies apresentavam modificações em seus organismos por conta do uso frequente de um
determinado órgão. Como exemplo, o pescoço da girafa. Pela lei do uso e desuso, o pescoço da girafa era
grande, pois elas precisavam se alimentar das folhas das árvores e, por isso, esticavam o pescoço – o que
proporcionou o crescimento dele.

Outra lei proposta por Lamarck foi a herança dos caracteres adquiridos: qualquer mudança que um ser
vivo sofresse, seria passada para seus descendentes. Embora as teorias de Lamarck estivessem
equivocadas em vários aspectos, foi ele quem frisou um factor de grande relevância para a evolução: a
influência do meio na evolução das espécies.

O naturalista Charles Darwin (1809-1882), por sua vez, propôs a Teoria da Evolução, que tentou
explicar o que ocorria.

Para Darwin, a evolução ocorria por conta da luta pela sobrevivência, sendo que apenas os mais aptos
sobreviveriam e, assim, passariam suas características aos seus descendentes.

Além disso, o naturalista inglês propôs a ideia de que todos os organismos existentes compartilham um
ancestral comum (a questão da ancestralidade).

E foi só em 1940 que uma série de cientistas, utilizando a teoria de Darwin, reinterpretaram os dados
com conhecimentos de várias áreas da biologia, em especial, a genética moderna, surgindo a teoria
sintética da evolução.

1.3. Lista de importantes biólogos evolutivos:


Othenio Abel
Felix Anton Dohrn
Carl Gegenbaur
Ernst Haeckel
Willi Hennig
Bert Hölldobler
1.4. Contribuição da Biologia Evolutiva para a sociedade e para ciências básicas.
Explicar a unidade de vida por meio de hipótese, segundo a qual todas espécies
originaram de encestar comum
Explica a diversidade e as características, tanto adaptativas como não adaptativas do
organismo por meio de processos de alteração genético, influenciado por ambiente
Elabora a partir de princípios gerais explicações para diversas características do
organismo, desde seu traço molecular, bioquímico até seu comportamento e atributo
biológico
1.5. Surgimento da teoria evolutiva

A Teoria da Evolução descreve o desenvolvimento das espécies que habitavam ou habitam o


planeta Terra.

Assim, as espécies actuais descendem de outras espécies que sofreram modificações ao longo do
tempo e transmitiram novas características aos seus descendentes.

Charles Darwin, autor de "Origem das Espécies" (1859) é um dos grandes nomes sobre teorias
relacionadas ao evolucionismo. A sua teoria baseia-se na selecção natural das espécies e é aceita
até hoje.

Quando nos referimos à evolução das espécies, as teorias criadas baseiam-se em duas vertentes:

Criacionismo

As forças divinas são responsáveis pelo surgimento do planeta e de todas as espécies existentes.
Nesse caso, não houve nenhum processo evolutivo e as espécies são imutáveis. Essa teoria
relaciona-se com questões religiosas.

Teoria da Criação ou "Criacionismo" aponta para a origem do Universo e da vida através de


explicações mítico-religiosas, as quais não estariam sujeitas às evoluções ou transformações
ocorridas na evolução das espécies e sim de um Criador.

O criacionismo destaca-se como oposta à ciência evolutiva, sendo discutido por diversas
civilizações e gerando diversas hipóteses acerca da criação do mundo, sendo que cada religião o
abordou de diferentes maneiras.
Evolucionista

Propõe a evolução das espécies por meio da selecção natural conforme ocorrem as mudanças
ambientais.

1.6. Epistemologia Da Biologia Evolutiva


1.6.1. Métodos usados para o estudo da Biologia Evolutiva

A evolução biológica pode ser definida como as modificações nos organismos através do tempo.
Segundo essa teoria, todos os organismos apresentam um ancestral comum e todas as espécies
hoje existentes são resultados de contínuos processos de mudanças. Admite-se, portanto, que
todas as espécies não são fixas e estão em constante modificação.

A teoria de Lamarck baseava-se em dois pontos principais: a transmissão dos caracteres


adquiridos e a lei do uso e desuso. Segundo esse naturalista, estruturas utilizadas com frequência
desenvolvem-se e aquelas que não são utilizadas atrofiam-se. O pesquisador também afirmava
que aquelas características adquiridas durante a vida eram passadas para os descendentes. Esse
foi o ponto principal para a queda de sua hipótese.

Darwin, por sua vez, propôs uma teoria em que a base era a ancestralidade comum e a selecção
natural. Segundo Darwin, os organismos mais aptos a viver em um determinado ambiente
sobrevivem e, com isso, têm mais chances de reproduzir-se e transmitir suas características aos
seus descendentes. Sendo assim, o ambiente selecciona o mais adaptado.

1.6.2. Neodarwinismo ou Teoria Moderna da Evolução

Como a teoria de Darwin foi proposta quando os conhecimentos em Genética eram inexistentes,
muitos pontos ficaram sem explicação. O principal deles era como essas características eram
transmitidas. Após o entendimento de mecanismos genéticos, tais como recombinação génica e
mutação, a teoria de Darwin foi aperfeiçoada
Dentre as pioneiras e mais conhecidas ideias evolucionistas, destacaram-se as propostas por
Lamarck e Darwin. A teoria de Lamarck baseava-se em dois pontos principais: a transmissão dos
caracteres adquiridos e a lei do uso e desuso. Segundo esse naturalista, estruturas utilizadas com
frequência desenvolvem-se e aquelas que não são utilizadas atrofiam-se. O pesquisador também
afirmava que aquelas características adquiridas durante a vida eram passadas para os
descendentes. Esse foi o ponto principal para a queda de sua hipótese.

Darwin, por sua vez, propôs uma teoria em que a base era a ancestralidade comum e a seleção
natural. Segundo Darwin, os organismos mais aptos a viver em um determinado ambiente
sobrevivem e, com isso, têm mais chances de reproduzir-se e transmitir suas características aos
seus descendentes. Sendo assim, o ambiente selecciona o mais adaptado.

Como a teoria de Darwin foi proposta quando os conhecimentos em Genética eram inexistentes,
muitos pontos ficaram sem explicação. O principal deles era como essas características eram
transmitidas. Após o entendimento de mecanismos genéticos, tais como recombinação gênica e
mutação, a teoria de Darwin foi aperfeiçoada e surgiu o Neodarwinismo ou Teoria Moderna da
Evolução.

Diante da importância de entender a Evolução e os mecanismos que atuam nesse processo,


separamos uma seção destinada exclusivamente a esse tema. Aqui você encontrará as principais
teorias evolutivas, conhecerá os fatores que confirmam a evolução, além das novidades e
avanços no conhecimento evolutivo.

O fixismo pode ser definido então como uma corrente de pensamento que propõe que as espécies
são imutáveis, sendo defendida inclusive por criacionistas e religiosos da época. São Tomás de
Aquino e Santo Agostinho incorporaram as ideias de Aristóteles em seus pensamentos dentro do
cristianismo, atribuindo a essa corrente argumentos bíblicos. Assim, através de interpretações
bíblicas acreditava-se que Deus havia criado toda a variedade de espécies existentes, desde as
mais simples até as mais complexas, sem que ocorresse nenhuma transformação ou mudança ao
longo das gerações. Os eventos de extinção de espécies eram explicados por eventos
catastróficos apesar de não serem bem aceitos pelos criacionistas, uma vez que não eram bem
explicados pela teoria de uma única criação divina.

O fixismo, tal como a palavra indica, considera que as espécies são fixas, permanecendo
imutáveis ao longo do tempo sem se modificarem (ver Evolucionismo). As hipóteses fixistas de
imutabilidade consideram que as espécies permanecem iguais desde o momento em que surgiram
até aos dias de hoje.

Na Antiga Grécia, alguns filósofos defendiam esta ideia de fixismo dos seres vivos, como Platão
(427-347 a.C.) e Aristóteles (384-322 a.C.). Aristóteles defendia que os seres vivos eram criados
a partir de matéria inanimada e que um “princípio activo” a transformava em matéria viva –
Teoria da Geração Espontânea. Em 1668, Francesco Redi, realizou uma experiência onde
colocou bocados de carne e de peixe crus em recipientes diferentes, uns cobertos com gaze para
que houvesse apenas circulação de ar e outros em frascos abertos. Ao fim de alguns dias as
amostras nos frascos abertos tinham larvas de mosca enquanto as cobertas com gaze não.
Embora refutasse a ideia de geração espontânea, esta ideia de que a matéria viva era gerada de
matéria inanimada perdurou até 1864 quando Pasteur (1822-1895) provou o contrário com a
descoberta do processo de pasteurização.

O criacionismo, referido na Bíblia, no Livro do Génesis, defende que os seres vivos foram
criados por uma entidade divina, num único acto de Criação e com as mesmas características dos
seres vivos actuais. A diversidade biológica é vista como uma evidência de que o Criador terá
planeado cada espécie com um determinado fim, sendo estas perfeitas e imutáveis.
Carl Linnaeus (1707-1778) foi um fixista convicto e um importante pilar nos estudos da
sistemática dos seres vivos.

Outra teoria fixista é o Catastrofismo preconizado por Georges Cuvier (1769-1832). Baseando-
se em dados paleontológicos de escavações na bacia sedimentar da região de Paris, terá
concluído que as diferenças no aspecto dos fósseis encontrados nos vários estratos rochosos e
dos seres vivos actuais poderiam ser explicadas por eventos de repovoamento dos locais com
novas espécies provenientes de outras áreas e de outros eventos de criação, após extinção dos
organismos causada por catástrofes naturais.

As ideias de Cuvier foram contestadas por Charles Lyell (1797-1875) que apresentou uma
explicação para as diferenças encontradas entre os estratos rochosos. O geólogo britânico
defendia que os processos erosivos actuais seriam os mesmos no passado, sendo esta a razão para
a ausência de fósseis em alguns estratos – lacunas estratigráficas.

Segundo Lyell os eventos geológicos são o resultado de processos naturais lentos e graduais.
Apesar desta visão do gradualismo nos acontecimentos geológicos, Lyell não aceitava o
gradualismo para as espécies.

No final do século XVIII o Fixismo englobando as ideias Criacionistas era aceite assumindo um
carácter dogmático. À medida que novas observações eram efectuadas os dados recolhidos na
natureza levaram à contestação da imutabilidade das espécies.

O Lamarckismo ou lamarquismo corresponde às ideias desenvolvidas pelo naturalista Jean-


Baptiste Lamarck sobre a evolução dos seres vivos.

Essas ideias foram fundamentais para o conhecimento da evolução. Porém, atualmente, não são
mais aceitas.
Lamarck baseou sua teoria em duas leis principais: a lei do uso e desuso e a lei da transmissão
dos caracteres adquiridos.

Lei do Uso e Desuso

A lei do uso e desuso é resultado da observação de Lamarck de que certos órgãos podem se
desenvolver mais se forem mais usados. Ao mesmo tempo, outros ficam atrofiados se não forem
usados.

Um exemplo clássico da lei do uso e desuso é sobre o pescoço das girafas. Elas teriam a
necessidade de alcançar folhas mais altas nas árvores. Para isso, esticavam mais o pescoço,
desenvolvendo a musculatura, levando ao seu aumento.

Lei da Transmissão dos Caracteres Adquiridos

Essa premissa complementa a primeira, do uso e desuso. Lamarck acreditava que as


características adquiridas eram transmitidas de geração em geração, tornando as espécies mais
adaptadas ao ambiente.

Por exemplo, as girafas que aumentavam o pescoço com a necessidade de buscar folhas cada vez
mais altas nas árvores, passavam essas características para os descendentes.

Assim, ao longo de sucessivas gerações, as girafas "pescoçudas" se tornavam mais adaptadas ao


ambiente.

Os fósseis são restos ou vestígios de vida que ficaram preservados em rochas ou outros materiais
naturais, como gelo e âmbar, e possuem idade superior a onze mil anos. O termo fóssil vem do
latim fossilis e significa extraído da terra, em razão de serem encontrados principalmente em
rochas sedimentares.
Apesar do que muitos pensam, os fósseis não são apenas ossos de animais. Qualquer resto ou até
mesmo marcas de uma atividade de ser vivo são considerados como um fóssil. Denominamos de
restos quando partes de um ser vivo são preservadas e de vestígios as evidências da existência de
um organismo, como moldes, pegadas e até mesmo fezes (coprólitos). Os fósseis dos vestígios
são frequentemente denominados de icnofósseis.

Os fósseis são extremamente difíceis de serem formados e, por isso, não são fáceis de serem
encontrados. Para que um fóssil forme-se, uma série de eventos físicos, químicos e biológicos
deve ocorrer. Inicialmente é importante que o cadáver ou resto seja isolado do meio para que não
haja a acção de agentes decompositores e erosivos. Após esse momento, é necessário que ocorra
o soterramento rápido, no caso daqueles preservados em rochas sedimentares.

2. EVIDÊNCIAS

É difícil observar directamente como atua a evolução. No entanto, estudando os seres vivos,
observam-se fatos que apontam com clareza para o processo de evolução biológica.

Esses fatos são conhecidos como evidência de evolução e são divididos em seis grupos
principais.

2.1 EVIDÊNCIAS TAXONÔMICAS

Taxonomia é a classificação dos seres vivos a partir de suas características. Cada espécie de ser
vivo é reunida com outras parecidas em grupos. Por sua vez, esses grupos formam categorias de
maior tamanho; dessa forma, chega-se ao grupo denominado reino.
Esse tipo de classificação surgiu antes do desenvolvimento da Teoria da Evolução. No entanto, a
visão evolutiva explica que espécies semelhantes apresentam parentesco e originaram-se de
antepassados comuns. De fato, hoje em dia se fala de classificações evolutivas; o que reflecte a
taxonomia são as relações de parentesco entre todas as espécies de seres vivos.
Os seres vivos podem ser classificados em grupos ou táxons segundo suas semelhanças.

Nesta árvore da classificação dos mamíferos carnívoros, pode-se observar que as hienas, por
exemplo, estão mais aparentadas com os felinos do que com os lobos e as raposas.

2.2 EVIDÊNCIAS BIOGEOGRÁFICAS

A fauna e a flora de duas regiões são mais parecidas à medida que estão mais próximas. Essa
relação não teria por que ocorrer se cada espécie tivesse sido criada de forma isolada. Ao
contrário, explica-se que as espécies estão relacionadas: as espécies de zonas próximas são
parecidas e têm antepassados comuns. As faunas da América do Sul e da África são diferentes,
mas estão relacionadas.

Por exemplo, existem macacos nos dois continentes. Deve-se a isso o fato de que estes se
separaram há milhões de anos, mas as faunas atuais evoluíram desde então, a partir desses
antepassados comuns. Em contrapartida, a Austrália tem uma fauna radicalmente diferente:
separou-se muito antes; assim, os antepassados comuns com o sudeste da América e África são
muito distantes.

Nos arquipélagos afastados dos continentes é frequente encontrar espécies de animais próprias de
cada ilha, mas muito relacionadas entre si. Isso se deve ao fato de que tais ilhas foram
colonizadas por uma espécie inicial que ocupou todas as ilhas e em cada uma delas originou uma
espécie diferente. É o caso do macaco capuchino da América Central e o chimpanzé africano.

2.3. EVIDÊNCIAS PALEONTOLÓGICAS

Evidência paleontológica da evolução – Archaeopteryx. Ao estudar os fósseis, deve-se observar


que os seres vivos que habitaram a Terra modificaram-se e que algumas espécies foram
substituídas por outras.

É difícil encontrar uma cadeia de fósseis que explique perfeitamente o processo evolutivo que
leva até uma determinada espécie actual, pois o rregistro fóssil não é perfeito; mas existem
algumas séries contínuas que permitem seguir a evolução de alguma espécie.
Um exemplo clássico é o registro fóssil do cavalo, que permite seguir as alterações anatômicas
sofridas desde um animal do tamanho de um cão com quatro dedos em suas patas até o actual, de
grande estatura e com somente um dedo em cada pata.

Outras vezes, encontram-se fósseis de formas intermediárias entre dois grupos de seres vivos. O
Archaeopteryx é um réptil cujas penas são perfeitamente visíveis (característica das aves), mas
com dentes em seu bico (característica de répteis).

2.4.EVIDÊNCIAS EMBRIOLÓGICAS

Evidência embriológica da evolução - Frango e peixe teleósteo

Nas fases iniciais do desenvolvimento embrionário dos animais há muitas semelhanças, e mais
ainda quanto mais próximos são os animais em termos de parentesco evolutivo.

Por exemplo, todos os embriões de vertebrados possuem cauda e fendas branquiais nas primeiras
fases do desenvolvimento embrionário. A medida que o desenvolvimento avança, alguns animais
conserva essas estruturas, enquanto outros a perdem. Parece evidente que os embriões que
apresentam características similares têm um antepassado comum.

Veja na figura a comparação dos embriões de um peixe e de uma ave. Observa-se que as fendas
branquiais e os arcos aórticos são equivalentes.

2.5. EVIDENCIAS ANATÔMICAS

Evidências anatómicas da evolução

Os órgãos dos animais, em função de sua estrutura interna e de sua função, podem ser
homólogos ou análogos:

• Órgãos homólogos têm a mesma estrutura interna, ainda que sua forma externa e sua função
sejam diferentes. Por exemplo, a nadadeira de um golfinho, um braço humano e a asa de um
morcego têm a mesma origem e estrutura anatómica. As espécies com esses órgãos sofreram
evolução divergente.

?????

• Órgãos análogos possuem uma mesma função, mas suas estruturas internas são distintas; por
exemplo, a asa de um insecto e a asa de uma ave têm estruturas internas totalmente distintas, mas
com a mesma função, voar. Nesse caso, falamos de evolução convergente.

2.6. EVIDÊNCIAS BIOQUÍMICAS

Evidências bioquímicas da evolução, quanto mais parecida são os organismos, mais


coincidências existem entre as moléculas que os formam. As moléculas que costumam ser
estudadas são as proteínas e o DNA.

Baseando-se nelas, podem-se confeccionar árvores filogenéticas entre espécies. Essas árvores,
em geral, confirmam as classificações taxionómicas clássicas, além de apresentar surpresas.

No caso da espécie humana, comprovou-se que o animal com o qual possui mais semelhanças é
o chimpanzé. Isso não quer dizer que descendemos desse animal, mas, sim, que as pessoas e os
chimpanzés têm um antepassado comum.

Na figura está a árvore evolutiva de alguns vertebrados, elaborada a partir do estudo das
diferenças entre as proteínas dos organismos.

Segundo as teorias evolutivas, a vida surgiu no planeta e desde então espécies têm surgido,
desaparecido e mudado ao longo do tempo. Diversas evidências sustentam esse fato e a seguir
vamos conhecer cada uma delas.

2.7. EVIDÊNCIA FÓSSIL

Os fósseis são restos ou vestígios de organismos preservados que possuem mais de 10 mil anos e
fornecem importantes informações a respeito da vida nos tempos pretéritos e como era o
ambiente em determinada época. Ossos, marcas de dentes, pegadas e fezes petrificadas são
exemplos de fósseis.
Os fósseis são considerados evidências da evolução porque, por meio deles, é possível observar
as características de seres vivos que hoje não mais compõem a fauna e a flora do planeta.
Analisando o conjunto de organismos fósseis, é possível ver que o planeta em que vivemos hoje
é completamente diferente biologicamente do planeta de 65 milhões de anos atrás. Assim sendo,
eles comprovam que a vida surgiu e modificou-se através do tempo.

2.8. EVIDÊNCIAS ANATÔMICAS E FISIOLÓGICAS

Algumas espécies apresentam características anatómicas que muito se assemelham com aquelas
presentes em indivíduos de outras espécies. Apesar de muitas vezes essas estruturas não
apresentarem a mesma função, é possível inferir que, em algum momento, essas espécies
possuíram um ancestral comum.

Quando uma determinada espécie possui órgãos que se desenvolvem de maneira semelhante à de
outra, dizemos que elas possuem órgãos homólogos. Esses órgãos podem ou não apresentar a
mesma função. Como exemplo, podemos citar o braço de um ser humano e a asa de um
morcego.

Outras vezes, no entanto, os órgãos possuem a mesma função, mas pela análise da anatomia, é
possível verificar que a origem embrionária é diferente. Nesses casos, dizemos que os órgãos são
análogos e surgiram provavelmente como uma forma de adaptação a um determinado ambiente.
Como exemplo, podemos citar as asas das borboletas e dos pássaros.
2.9. EVIDÊNCIAS CELULARES E MOLECULARES

A análise das células e a bioquímica dos organismos têm revelado que existe muita semelhança
entre todos os seres vivos. Esse fato sugere que, em algum ponto da história evolutiva, tivemos
um ancestral comum.

Quando analisamos as células, é possível perceber que as espécies são bastante semelhantes entre
si. A semelhança também é grande entre o código genético, uma vez que o DNA e o RNA
possuem apenas quatro bases diferentes. Essas bases são as responsáveis pelas características de
todos os seres vivos existentes no planeta.

Percebe-se, portanto, que a teoria da evolução é sustentada por diversos pilares e cada dia é mais
evidente que os seres vivos sofrem mudanças através do tempo.

No mundo científico, as hipóteses são elaboradas como respostas para determinadas perguntas
acerca de um fenómeno específico. Quando uma hipótese é confirmada diversas vezes, por
experimentações e/ou um conjunto de evidências, ela tem grandes chances de se tornar uma
teoria.

3. ÓRGÃOS VESTIGIAIS

Os órgãos vestigiais – estruturas pouco desenvolvidas e sem função expressiva no organismo,


como o apêndice vermiforme e o cóccis - podem indicar que estes órgãos foram importantes em
nossos ancestrais remotos e, por deixarem de ser vantajosos ao longo da evolução, regrediram
durante tal processo. Estes órgãos podem, também, estar presentes em determinadas espécies e
ausentes em outras, mesmo ambas existindo em um mesmo período.

Uma última evidência, a evidência molecular, nos mostra a semelhança na estrutura molecular de
diversos organismos sendo que, quanto maior as semelhanças entre as sequências das bases
nitrogenadas dos ácidos nucleicos ou quanto maior a semelhança entre as proteínas destas
espécies, maior o parentesco e, portanto, a proximidade evolutiva entre as espécies.

Os órgãos vestigiais, que podem ser definidos como estruturas atrofiadas que possuem uma
função pouco expressiva, também são considerados uma evidência da evolução. Provavelmente,
esses órgãos eram importantes nos ancestrais de determinada espécie e, com a evolução, eles se
tornaram pouco funcionais e regrediram. Como exemplo de órgãos vestigiais, podemos citar o
apêndice nos humanos.

Comparando a embriologia de diversos vertebrados observa-se uma grande semelhança no


padrão de desenvolvimento inicial. À medida que o embrião se desenvolve, surgem
características individualizantes e as semelhanças diminuem. As semelhanças na anatomia são
consideradas como uma das evidências da evolução.

Evolução significa transformações, mudanças, ao contrário de fixismo, que significa existência


de espécies imutáveis. As mutações são a fonte primária da diversidade biológica. Os alelos
surgidos por mutações dominantes e que forem incompatíveis com a vida não chegam a passar
para a geração seguinte: são alelos letais, pois matam precocemente seus portadores.
Pontos importantes

a) Há uma grande variedade de seres vivos.

b) Transformação gradual das espécies podendo dar origem a outras espécies, com o passar de
milhares de gerações.

Um exemplo de evolução rápida no tempo ocorre com vírus da gripe que se multiplicam muito
rapidamente e podem apresentar novas formas em pouco tempo.

c) Os mais aptos sobrevivem e assim sendo, as espécies atuais são as que estão melhor
adaptadas ao meio onde vivem. Não é o indivíduo que se adapta, mas sim a espécie como um
todo!

d) As mudanças que as espécies sofrem por evolução as tornam quase sempre mais aptas a
sobreviver nos seus ambientes.

e) Semelhanças anatômicas sugerem parentesco. Um sapo e um cachorro possuem em comum


um plano básico de construção do organismo: são vertebrados (coluna vertebral, membros
anteriores e posteriores, crânio, etc.).

f) Homologia: dois órgãos são homólogos quando têm mesma origem embrionária, embora
possam ter funções diferentes. Nossos braços são homólogos das patas dianteiras de todos os
mamíferos e também das asas das aves, pois todos se iniciam de um mesmo broto, na ontogenia.

Admite-se que as nadadeiras pares dos peixes tenham dado origem aos membros dos anfíbios e
estes aos dos répteis, que, por sua vez, originaram os dos mamíferos e das aves. Sendo assim,
pode-se dizer que os órgãos homólogos se originaram, ao longo da filogenia, de um mesmo
órgão ancestral.

g) A razão da homologia seria que os diferentes organismos teriam uma origem evolutiva
comum.
h) Analogia: dois órgãos são análogos quando têm origem embrionária diferente, porém
executam a mesma função. Exemplos: asas de aves e asas de insectos; patas dos gafanhotos e
pererecas; sistema traqueal dos insectos, brânquias dos animais aquáticos e pulmões dos
vertebrados terrestres.

i) Órgãos vestigiais: nas espécies actuais não apresentam funções vitais - são estruturas
atrofiadas, sem função evidente no organismo -, mas são homólogos (mesma origem
embrionária) com órgãos funcionais em outras espécies, o que sugere o parentesco evolutivo
entre as espécies.

j) O apêndice vermiforme no intestino do homem tem em outros mamíferos maior


desenvolvimento e exerce funções importantes na digestão da celulose; nele vivem
microrganismos que atuam na digestão desse polissacarídeo. Tudo indica que os mamíferos
actuais, carnívoros e herbívoros, tiveram ancestrais comuns, cuja alimentação deveria ser
baseada em alimentos vegetais, ricos em celulose. No decorrer da evolução, cecos e apêndices
deixaram de ser vantajosos para alguns grupos de organismos, nos quais se encontram
reduzidos, como vestígios de sua origem.

k) As carúnculas nos cantos dos olhos do homem correspondem à membrana nictitante em


répteis que evoluíram para aves ou para mamíferos.

l) Embriologia: - comparações mostram que quanto mais precoce é a fase embrionária, mais
parecidos são os embriões de grupos diferentes. Os embriões apresentam ainda, num certo
período de seu desenvolvimento, certas estruturas que não aparecem no adulto.

Por exemplo, embriões de vertebrados (peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos) apresentam
muitas semelhanças, como notocorda, fendas faríngeas, cauda etc. Essa semelhança pode ser
explicada se considerarmos que durante o processo embrionário é esboçado o plano estrutural
básico do corpo, que todos eles herdaram de um ancestral comum.
m) Ontogenia é o estudo do desenvolvimento do organismo desde o embrião (e da larva, quando
existe) até sua forma adulta e filogenia é a sequência das espécies que se sucederam até
produzir a espécie que estamos considerando. Haeckel dizia que o embrião humano passa por
fases sucessivas que lembram seus ancestrais adultos. O zigoto recapitula o ancestral
unicelular, a gástrula lembra uma hidra de água doce adulta, a fase com sulcos faringianos
repete a fase das fendas branquiais dos peixes, e assim por diante.

5. EVOLUÇÃO NA PERSPECTIVA MICRO


6. O processo evolutivo envolve dois mecanismos de especiação: a anagênese e a
cladogênese.

Anagênese (ana = para cima; gênesis = origem): representa a progressiva evolução de caracteres
que surgem ou se modificam, alterando a frequência genética de uma população. Portanto, uma
inovação orgânica, favorável ou desfavorável, seleccionada e adaptada ao ambiente. Geralmente
se estabelecem por eventos relacionados à mutação e permutação em cromossomos homólogos.

Cladogênese (clado = ramo): compreende a ramificação filogenética, ocasionando a ruptura na


coesão de uma população, que em função de contínuas transformações anatómicas e funcionais,
em resposta às condições ambientais, resultam na dicotomia (separação, neste caso em grupos)
da população, estabelecendo diferenças capazes de originar clados não compatíveis.

7. Factores de Evolução (Rep. sexuada, Mutação, Diploidia/ Vigor híbrido, Migração,


Deriva genética, Selecção natural)

A variabilidade genética é a diversidade de alelos (formas alternativas de um mesmo gene)


presentes nos indivíduos de uma espécie, o que lhes confere diferenças morfológicas e
fisiológicas. A variabilidade genética permite que os indivíduos respondam de diferentes
maneiras às mudanças que ocorrem no ambiente.
Alguns factores influenciam na variabilidade genética, como a mutação, o fluxo gênico, a
reprodução sexuada e a deriva genética. Entre eles, a mutação é o principal factor gerador de
variabilidade, permitindo o surgimento de novas combinações dentro do conjunto de genes da
população.

6.1Variabilidade genética e selecção natural

Diversas mudanças podem ocorrer nos mais diferentes ambientes, por exemplo, mudanças
climáticas, disponibilidade de alimento e surgimento de doenças, sendo que, muitas vezes, as
mudanças ocorrem de forma imprevisível. Elas influenciam as populações que habitam aquele
local, e a variabilidade genética dentro delas será de extrema importância para a sobrevivência
das espécies.

Indivíduos que apresentam alelos que lhes conferem características, que os permitem sobreviver
a essas mudanças e deixar descendentes, terão maior sucesso sobre os que não os apresentam.
Quando um alelo determina o surgimento de uma característica que confere uma vantagem ao
indivíduo, ele tende a permanecer dentro da espécie, sendo transmitido assim aos descendentes.

Já alelos que não interferem, não conferindo assim vantagem ou desvantagem, têm a sua
ocorrência oscilando nas diferentes gerações, um mecanismo chamado de deriva genética.

Alelos que conferem alguma desvantagem tendem a desaparecer. Assim, quanto maior a
variabilidade genética dentro de uma espécie, maiores são as chances dela apresentar indivíduos
que consigam sobreviver às mudanças que ocorrem no ambiente, garantindo assim a evolução da
espécie.

6.2 Factores responsáveis pela variabilidade genética

.6.2.1 Mutação: é a principal fonte para o surgimento de variabilidade genética. As mutações


ocorrem ao acaso e permitem o surgimento de novos alelos nos indivíduos. O surgimento de
novos alelos ocorre devido à inserção, troca ou até mesmo deleção de algum nucleotídeo do
DNA, alterando assim a sequência de bases do DNA, o que acarretará em alterações na proteína
que seria codificada e, consequentemente, em alterações no fenótipo daquele indivíduo.

Muitas vezes as mutações são relacionadas a algo ruim, no entanto, é importante destacar que
elas podem ser as responsáveis também pelo surgimento de características que conferem
vantagens aos indivíduos, garantindo assim a sua sobrevivência mediante alterações no meio
onde vivem. Leia mais sobre esse processo acessando

6.2.2 Fluxo génico: é a movimentação de genes de uma população para a outra. Essa
movimentação acaba por inserir um novo gene ou reintroduzir um gene em uma população,
aumentando sua variabilidade genética.

6.2.3. Reprodução sexuada: uma das vantagens da reprodução sexuada é o fato de que para ela
ocorrer é a necessária a participação de dois gametas, um masculino e um feminino. O processo
de produção dos gametas já permite o aumento da variabilidade genética, devido à recombinação
gênica, na qual ocorre a quebra dos cromossomos e a troca de partes entre as cromátides
homólogas. Além disso, na fecundação, a união do gameta masculino e do feminino gerará um
indivíduo que herdará uma nova combinação de genes.

6.2.4. Deriva genética: assim como a mutação, ela ocorre de forma aleatória. A deriva genética
gera variações aleatórias nas frequências de alelos entre as gerações, podendo um alelo fixar-se
ou até mesmo desaparecer com o passar das gerações, principalmente em populações pequenas.
A deriva genética, diferentemente dos demais factores, atua diminuindo a variabilidade genética
da espécie.

Podemos definir a selecção natural como o processo em que o indivíduo mais apto a viver em
determinado meio sobrevive, reproduz-se e passa suas características aos seus descendentes.
Esse processo é um importante mecanismo de evolução, uma vez que essa selecção faz com que
características sejam mantidas e aumenta a frequência delas, podendo levar até mesmo ao
surgimento de uma nova espécie.
7. Diferentes formas selecção natural, (Selecção direccional, estabilizadora ou
disruptiva).

7.1. Selecção direccional

A selecção direccional é o tipo de selecção natural em que um fenótipo extremo é favorecido e


tem sua frequência aumentada na população. É o tipo de selecção que provoca mudanças mais
rapidamente que as outras, sendo o tipo mais usado nas selecções artificiais.

Um exemplo de selecção direccional pode ser observado em salmões que vivem no noroeste do
Pacífico. Eles têm apresentado uma redução em seu tamanho nos últimos anos por causa do
aumento da pesca com rede na região. Esse tipo de pesca acaba seleccionando indivíduos
maiores, o que fez com que os menores apresentassem vantagem sobre os outros, uma vez que
não eram capturados. Com o tempo, observou-se uma redução no tamanho médio desses peixes.

a. Selecção estabilizadora

A selecção estabilizadora é o tipo mais comum de selecção natural nas populações actuais. Como
o nome sugere, ela selecciona os organismos com fenótipo intermediário. Isso quer dizer que
indivíduos muito fora da média (extremos) são eliminados.

Um exemplo de selecção estabilizadora ocorre em algumas regiões africanas, onde se observa a


presença de um alelo recessivo (s) que determina a anemia falciforme, uma doença relativamente
grave. Apesar de grave, muitas pessoas apresentam o gene, entretanto, em heterozigose (Ss). A
permanência desse gene é importante porque confere protecção contra a malária, uma doença
comum em certas regiões africanas. Nesse caso, portanto, a selecção natural privilegiou a
permanência do gene em heterozigose, diminuindo a frequência do gene em homozigose (SS e
ss)
7.3.Seleção disruptiva

A selecção disruptiva é aquela em que os extremos são favorecidos e os organismos


intermediários são eliminados. Um exemplo desse tipo de selecção pode ser observado em
alguns tentilhões africanos que são adaptados a comer sementes.

Eles variam em tamanho (grandes, médios e pequenos), mas as formas intermediárias são pouco
observadas. Isso ocorre porque existem sementes que variam em dureza. Os tentilhões maiores
conseguem alimentar-se de sementes duras, e os menores alimentam-se de sementes macias.

7.4 Factores de selecção (Morfológicos, Fisiológicos e Comportamentais),

As adaptações que os diversos organismos vivos possuem são um aspecto central no estudo da
biologia. Todas as características que adequam os seus possuidores a algo, geralmente, são ditas
adaptativas e permitem que os seres vivos desenvolvam uma certa harmonia com o ambiente,
ajustando-se, assim, para a sua sobrevivência num determinado local.

7.4.1Adaptações ditas fisiológicas

As "adaptações" que um indivíduo sofre durante seu período de vida e que estão associadas ao
funcionamento do organismo, em resposta as variáveis do ambiente - como, por exemplo, o
desenvolvimento de maior capacidade pulmonar em pessoas que se mudam para regiões
montanhosas onde há menos oxigénio –; como essas características não são transmitidas à
descendência, chamam-se mais propriamente aclimatizações (em situações naturais, ou
aclimatações, em situações de laboratório), nas quais ocorre um ajuste fenotípico do organismo
vivo ao seu ambiente. A habilidade para aclimatizar é uma adaptação, mas não a aclimatização
em si.

7.4.2Adaptações Anatômicas

Asa dos insectos: adaptações anatômicas param o voo.

Adaptações anatômicas são aquelas que garantem diferentes estruturas morfológicas aos seres
vivos (como asas para o voo, nadadeiras para a locomoção na água, dentes caninos
desenvolvidos para predação, etc.) responsáveis pela adequação e distribuição desses indivíduos
em vários ambientes distintos. Por exemplo, os peixes e as baleias são animais adaptados ao
meio aquático, pois possuem estruturas corporais, isto é, adaptações anatómicas, que os
permitem viver nesse ambiente. Da mesma forma, diferenças na dentição e no restante do
sistema digestório de carnívoros e herbívoros são adaptações morfológicas (anatómicas) a esses
hábitos alimentares.

7.4.3Adaptações Comportamentais

Ursos em período de hibernação.

Como o próprio nome sugere, as adaptações comportamentais são as que se relacionam com o
comportamento dos seres vivos, seja para escapar de situações desfavoráveis como o frio ou a
seca, seja para garantir maior sucesso reprodutivo, seja para garantir fonte de alimento, seja para
protecção contra predadores, dentre outros factores.

Para ilustrar, a hibernação é uma forma de adaptação comportamental ao frio do inverno, período
normalmente marcado pela baixa disponibilidade de alimento, tornando a actividade reprodutiva,
por exemplo, inviável - visto que essa requer gasto energético. Assim, determinados animais
hibernam para sobreviverem a esse período desfavorável.

7.5 Exemplos da acção da selecção natural (Coloração oculta, coloração de aviso e


mimetismo)

7.5.1Posematismo ou coloração de advertência

É uma característica adaptativa que permite que os predadores reconheçam a presa como
impalatáveis ou tóxicas.

Muitos animais são admirados por suas cores chamativas e singulares. A coloração que tanto nos
encanta esconde uma variedade de funções importantes para a sobrevivência desses seres vivos.

7.5 2Coloração

As cores relacionam-se com a camuflagem, mimetismo, atracção de parceiros e funcionam até


mesmo como advertência.

Animais que apresentam coloração de advertência, característica denominada de aposematismo,


caracterizam-se por possuir cor vistosa facilmente observada por outros seres. Diferentemente da
maioria das presas, as espécies aposemáticas não querem se esconder e sim serem avistadas por
seus predadores.

As espécies que apresentam coloração de advertência, geralmente são impalatáveis, ou seja, não
possuem um gosto que atrai o predador. Algumas vezes, além do gosto desagradável, esses
animais são capazes de produzir substâncias tóxicas que podem causar mal-estar, vômitos e até a
morte do predador.

A borboleta-monarca (Danaus plexippus) é um exemplo clássico de espécie aposemática. Ainda


na fase larval, essa espécie de borboleta acumula substâncias de gosto desagradável provenientes
das plantas que come. Quando cresce, o gosto ruim permanece em seu corpo a e a coloração de
suas asas avisa o predador a respeito de sua impalatabilidade.

Outro exemplo de espécies aposemáticas são as rãs do género Phyllobates, que possuem toxinas
em sua pele tão fortes que são capazes de matar diversos homens caso entre em contacto com a
corrente sanguínea. A substância presente em seu corpo é tão letal que é usada por índios para
envenenar suas flechas. Assim como as borboletas-monarcas, essas rãs apresentam cor forte que
indicam o perigo.

Os predadores muitas vezes não entendem o que a coloração significa, compreendendo os sinais
de alerta apenas após alguns contactos desagradáveis. Outras espécies de predadores, no entanto,
apresentam conhecimento inato sobre as colorações, evitando desde o nascimento entrar em
contacto com esses seres.

7.5 3Camuflagem

Essa táctica de sobrevivência possibilita que o organismo não seja visualizado. Um exemplo
bastante categórico que poderíamos citar é o do urso polar ou o guepardo endêmico das savanas
africanas. Em ambos os casos, sua coloração é confundida com a cor predominante do ambiente
possibilitando que ambos os predadores tenham vantagem na caça. Isso se deve ao facto da presa
ter dificuldade em visualizar a aproximação do predador criando, assim, melhores condições de
caça
7.5 4Mimetismo

Essa é uma adaptação evolutiva, na qual a aparência de um animal converge para a aparência de
outro, ou seja, imitando “outra espécie” que será um modelo. Existem quatro tipos de
mimetismo: Batesiano, Mülleriano, Peckhamiano, Wasmanniano.

O conceito mimetismo Batesiano foi elaborado pelo naturalista Inglês Henry Bates. Em uma
viagem pela Amazônia ele percebeu que uma série de espécies de insectos “abandoaram” seu
padrão críptico similar de espécies evolutivamente mais próximas e passaram a desenvolver uma
coloração mais chamativa, similar à de espécies evolutivamente mais distantes, que geralmente
eram impalatáveis ou perigosas.

Mas quais seriam as pressões evolutivas que transformaram a aparência dessas espécies para um
padrão de forma e coloração mais chamativos? Bates, percebeu que essas espécies ao
“adoptarem” uma coloração similar de organismos impalatáveis ou perigosos desenvolviam
maiores possibilidades de sobrevivência, já que eventuais predadores a confundiam com a
espécie perigosa. Na prática, todas as mutações ocorridas que transformaram a aparência desse
animal para ser mais similar a espécie perigosa foram mantidas pela selecção natural.

8. Especiação

-Factores de Especiação

A especiação é o processo de divisão de uma espécie ancestral em duas espécies descendentes,


isoladas reprodutivamente uma da outra.

Em síntese, especiação é o processo de formação de novas espécies de seres vivos.

O isolamento reprodutivo é o factor determinante para a origem de uma nova espécie.


Lembre-se, o conceito de espécie refere-se a um grupo de populações que cruzam e estão
reprodutivamente isolados de indivíduos de outras espécies.

A especiação e a actual diversidade dos seres vivos, de acordo com sua adaptação ao ambiente e
capacidade de transmitir as características para os descendentes, pode ser explicada pela
Selecção Natural.

8.1 Tipos de Especiação

8.1.1 Especiação Alopátrica

Baseia-se na formação de novas espécies em populações geograficamente isoladas.

Com o isolamento geográfico entre duas populações, os cruzamentos entre seus membros
deixam de ocorrer. Assim, o fluxo génio é interrompido, de modo que alguma característica nova
em uma das populações não seja compartilhada com a outra. Com o passar do tempo, a tendência
é que a adaptação particular de cada uma conduza a um isolamento reprodutivo.

O isolamento geográfico entre populações de uma espécie pode ocorrer por eventos de dispersão.

Por isso, existem dois tipos principais de especiação alopátrica, baseados na forma de isolamento
geográfico

8.1.2 Especiação Vicariante

Ocorre quando uma população ancestral é distribuída em duas ou mais áreas e surge uma
barreira efectiva entre as subpopulações isoladas.

Denomina-se efeito vicariante, o processo que divide a área geográfica de uma população, em
partes descontínuas, devido a formação de uma barreira física. Exemplo: surgimento de
cordilheiras.

Essa barreira física impede a dispersão dos indivíduos e impossibilita o cruzamento entre eles.
Com a falta de fluxo gênico entre duas populações, as mesmas tendem a ficar cada vez mais
diferentes. Com o tempo, o resultado é a especiação.
8.1.3 Especiação Peripátrica

Peripátrica (do grego peri, ao redor, em torno).

Também chamada de “Efeito Fundador”.

Ocorre quando, através da dispersão, se forma uma colónia periférica a partir da população
original e, após várias gerações, surge o isolamento reprodutivo.

Neste tipo de especiação, os indivíduos se dispersam através de uma barreira preexistente e se


estabelecem em uma área ainda não habitada. A população que se dispersa pode sofrer mutações,
que a diferenciam da população ancestral.

8.1.4 Especiação Parapátrica

Ocorre sem que haja um isolamento geográfico. As populações da mesma espécie estão em uma
área única, com diferentes habitats adjacentes.

Entretanto, mesmo que não exista uma barreira física para o fluxo génico, a população não cruza
aleatoriamente.

Em geral, ocorre quando a espécie espalha-se por uma grande área, com ambientes
diversificados.

Os indivíduos são distribuídos por uma ou mais áreas adjacentes com diferentes nichos e
pressões selectivas. Essa situação leva cada população a sua adaptação local e consequentemente
a se tornarem novas espécies.

8.1.4 Especiação Simpátrica

A especiação simpátrica (syn, semelhante, juntos; patriae, local de nascimento) não envolve o
isolamento geográfico.

Ocorre quando duas populações da mesma espécie vivem em uma mesma área, mas não há
cruzamento entre as mesmas, o que leva a diferenças que resultam na especiação.
Neste tipo de especiação, é uma barreira biológica que impede o intercruzamento.

Na natureza, a especiação simpátrica pode ser observada e explicada através de dois


mecanismos: a selecção disruptiva e as alterações cromossómicas.

O modo mais comum é por poliploidia (mutação), que representa um aumento no número de
cromossomas. Esse mecanismo ocorre mais em plantas, do que em animais.

Novas espécies podem surgir, de modo abrupto, em consequência de mutações cromossómicas.

8.2 Factores de Especiação

A especiação pode ser provocada pelas alterações genéticas;

Mudança de Comportamento (etológico) - O comportamento de um dos sexos não é


compreendida pelo outro sexo, por exemplo no momento da corte;

Habitat - Duas populações ocupam a mesma região, mas tem habitats diferentes. Estas duas
populações estão isoladas e não trocarão genes entre si;

Inadequação Anatómica (morfológica) - Todo o indivíduo e/ou seus órgãos reprodutivos se


alteram a ponto de não se adequarem fisicamente à ocorrência do ato sexual;

Mudanças no ciclo reprodutivo- Ciclos reprodutivos não se ajustam, impedindo o sucesso da


reprodução.

9.Tipos de Evolução

9.1 Evolução convergente ou convergência evolutiva

É o nome dado ao fenómeno evolutivo por meio do qual uma característica semelhante surge
independentemente em duas espécies não relacionadas, ou seja, que não possuem um
ancestral comum directo de quem poderiam herdar tal característica. Características
semelhantes resultantes de convergência evolutiva são chamadas de análogas ou de
homoplasias (do grego, “moldado da mesma maneira”). Este processo é muito comum e pode
ser explicado por meio da selecção natural, já que pressões selectivas semelhantes tendem a
favorecer adaptações similares. São inúmeros os exemplos de características análogas
encontradas na natureza.
Como exemplo de convergência evolutiva podemos citar as asas dos morcegos e das aves.
Apesar de desempenharem a mesma função (o voo) as asas destes animais possuem origens
evolutivas distintas. Mamíferos, répteis e aves possuem um ancestral comum que viveu há
alguns milhões de anos, mas este ancestral não podia voar, portanto pode-se concluir que esta
característica teria surgido nos morcegos e nas aves de forma independente.

Por outro lado, se examinarmos com mais detalhes sua estrutura óssea, podemos notar que a
asa do morcego é muito mais similar à mão humana, por exemplo, que à asa de uma ave.
Embora desempenhem funções diferentes, a mão humana e a asa de um morcego possuem
estrutura óssea equivalente, porém com adaptações ao seu modo de vida.

Morcegos, por exemplo, têm membranas interdigitais que os possibilitam voar, mas que não
são encontradas nos seres humanos. Estas características, que possuem funções diferentes,
mas uma mesma origem evolutiva – morcegos e seres humanos descendem de um ancestral
comum mais recente que aquele compartilhado com as aves – são chamadas de homólogas.
Um fato curioso sobre este assunto é que as asas das aves e dos morcegos, enquanto
membros que possibilitam o voo, são consideradas análogas. Mas se pensarmos nelas como
membros superiores, elas são consideradas homólogas, já que esta característica está presente
no ancestral comum a eles.
9.2 Evolução divergente ou divergência evolutiva

Ocorre quando duas ou mais características biológicas têm uma origem evolutiva comum,
divergindo porém ao longo da sua história evolutiva. Isto também é conhecido como
adaptação ou evolução adaptativa. Estes caracteres podem ser estruturas visíveis de
diferentes espécies ou entidades moleculares, como genes ou um ciclo bioquímico. Este é um
tipo de relação que é observada na biologia evolutiva.

Populações da mesma espécie, por migração ou outro evento, acabam ocupar habitats com
condições diferentes. Ao longo de gerações, as diferentes pressões ambientais fazem com que
a selecção natural actue de maneira diferente nos dois grupos, levando a divergência das
funções de órgãos, estruturas, genes

9.3 Evolução Paralela

Certa forma de evolução foi acrescentada na história, através de isolamentos entre indivíduos
de um grupo. Um exemplo de evolução paralela se apresenta nos mamíferos, em que se
diferem entre placentários e marsupiais, sendo que geralmente, alguns pares de animais tais
como: Canis (Placentário) e Thylacinus (marsupial), Felis (placentário) e Dasyurus
(marsupial), Glaucomys (placentário) e Petaurus (marsupial), Marmota (placentário) e
Vombatus (marsupial), Myrmecophaga (placentário) e Myrmecabius (marsupial), Talpa
(placentário) e Notoryctes (marsupial), apresentam similaridades tanto na aparência quanto
em hábitos. Ao contrário da evolução convergente, a evolução paralela ocorre conforme uma
mesma linhagem ancestral evolui.

9.4 Co-evolução

É o nome dado ao processo pelo qual duas ou mais espécies evoluem simultaneamente em
resposta às pressões selectivas exercidas pela outra. Este processo pode explicar por que algumas
espécies são coadaptadas, isto é, adaptadas mutuamente, como ocorre em insectos polinizadores
e flores.

Coadaptações podem surgir através de outros processos que não a co-evolução. Duas linhagens
podem evoluir de forma independente e se tornarem pré-adaptadas antes que estabeleçam uma
relação. Dessa forma, coadaptações isoladamente não são suficientes para assegurar que houve
co-evolução. Para garantir que este processo ocorreu seria preciso demonstrar que os ancestrais
das formas coadaptadas evoluíram juntos, o que é bastante complexo de fazer na prática. Outras
evidências que podem ajudar a sustentar a ocorrência de co-evolução podem advir de
comparações com espécies relacionadas.

9.4 1 Tipos de Co-evolução

9.4.1.1Co-evolução Específica: duas espécies evoluem, uma respondendo à outra. Exemplo,


relação predador/presa.

9.4.1.2Co-evolução Difusa . Grupos de espécies pertencentes à mesma guilda geram pressões


selectivas (recíprocas) sobre grupos de espécies de outra (s).
9.4.1.3 Co-evolução Tipo "Escape e Irradiação. Uma espécie de presa pode desenvolver uma
defesa que a protege da maioria dos predadores. A divergência da presa não é necessariamente
acompanhada pela divergência dos predadores. Os predadores podem evoluir associações com
presas distintas e adaptar-se em épocas subsequentes à diversificação das presas".

Fim do Primeiro Bloco

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