LICENCIATURA EM ECONOMIA
ECONOMIA DE
Serviços: Portos,
Transportes e
Comunicações
Períodos: Colonial (1498-1974), Transição e Pós- Independência (1974-2018)
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Maputo, 01 de Agosto de 2018
Portos e Transportes e Comunicações no Contexto da
Economia Nacional e Regional
2. O Periodo Colonial
Neste periodo, os dados mais relevantes que importa referir são:
- o desenvolvimento da indústria mineira na RSA, foi o maior
impulsionador do surgimento da primeira linha férrea
moçambicana, ligando Pretória na RSA e o Porto de Loureço
Marques. Essa ligação teve uma importância muito significativa
que foi simultaneamente comemorada em ambos os países no ano
de 1895;
- outra via que importa referir pela importância no contexto em
análise é a ligação ferroviária em 1899 entre a Colónia
Portuguesa e Salisbúria;
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NB: Os estudantes podem identificar outras ligações e focar nas
próximas aulas.
A Exploração Portuária
Anos Total (mil Loureço Beira (%) Nacala Restantes
toneladas) Marques (%) (%)
(%)
1968 16.189 74.5 21 2.5 2.0
1969 16.337 77.5 17.4 3.0 2.1
1970 17.395 78.6 16.2 3.0 2.2
1971 19.299 77.0 17.6 3.3 2.1
1972 15.661 77.9 16.6 2.9 2.6
AS Estradas Asfaltadas
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O Peso dos Serviços no PIB (à preços constantes de 1980,
em milhões de escudos)
Anos Total Serviços (%)
1970 30.751 13.059 42.5
1973 32.791 12.671 38.6
1975 25.837 9.141 35.4
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enormes e incalculáveis, considerando a institucionalização da
dependência em relação ao regime do apartheid;
prejuízos potenciais acumulados no transporte ferroviário e no
manuseamento portuário no periodo de 1974 à 1982, por quebra
de movimentos de carga de e para a África do Sul através do
Porto de Maputo, totalizaram 248 milhões de USD;
capacidade de manuseamento de carga não utilizada em 1983, no
Porto de Maputo correspondente à cerca de 9 milhões de
toneladas por ano. Esta é a dimensão da enorme dependência da
economia moçambicana criada pelo colonialismo relativamente à
RSA;
não é possível identificar com precisão os prejuízos por quebra
na produção por falta de escoamento em devido tempo, por não
realização das exportações e por receitas ferro-portuárias não
cobradas em consequência da destruição das infra-estruturas,
equipamentos e viaturas e de assassinato de dirigentes e
trabalhadores;
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O Transporte de Carga (em mil toneladas)
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4. Linha de Machipanda (Beira- Zimbábwè). Principais cargas:
milho, tabaco, granito, adubos e cobre (Zâmbia). Descida em 12%
no ano de 1994 e crescimento em 5% no ano de 1995;
5. Linha de Nacala (Nacala-Malawi). Principais cargas: tabaco,
combustível, trigo e óleo de palma. Crescimento de 47% entre
1994-1995. Esta linha serve também o mercado interno
(crescimento em 24% entre 1994-1995).
Os Portos Moçambicanos
1. Primários:
- Maputo;
- Beira;
- Nacala.
2. Secundários:
- Inhambane;
- Quelimane;
- Pemba.
3. Terciários:
- Xai-Xai;
- Maxixe;
- Búzi;
- Chinde;
- Macuse;
- Pebane;
- Angoche;
- Mocímboa da Praia;
- Etc.
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- portos e cabotagem;
- liberalização/ privatização dos transportes rodoviários;
- melhoramento do funcionamento das alfândegas;
- actualização de toda a legislação inerente e relevante
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- promoção da navegação interior e de cabotagem;
- estabelecimento da navegação de longo curso;
- apetrechamento dos pequenos portos de cabotagem ao
longo da costa;
- redimensionamento e alargamento da rede rodoviária de
transportes para assegurar a comunicação rápida entre os
novos centros de produção e terminais ferroviárias e
portuárias;
- desenvolvimento do transporte ferroviário de passageiros
para ligar as grandes cidades e a sua periferia.
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- reactivar e modernizar a rede metereológica nacional, com
vista a melhorar as previsões metereológicas e sua
utilização para fins agrícolas e na segurança da navegação
marítima e aérea.
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3. Corredor de Desenvolvimento de Nacala
- Desminagem da Linha Férrea Nampula- Entrelagos;
- Reabilitação de 77 Km do troço da Linha Férrea Cuamba-
Entrelagos;
- Construção do Sistema de Comunicações e Sinalização da
Área Nacala- Entrelagos de 533 Kms;
- Promoção de Obras de Arte.
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- Prosseguir as acções para adoptar a rede rádio- ajudas à
navegação aérea e de comunicações;
- Ampliar e modernizar a rede de serviços de correios nas
áreas rurais, com prioridade para as sedes de distritos e
postos administrativos, e envidar esforços para
racionalizar a utilização de mão-de-obra e elevar a sua
formação académico- profissional.
Transportes e Comunicações
A melhoria e aumento da circulação de pessoas e
bens, a expansão dos serviços de comunicações e a
modernização do sistema de previsões
meteorológicas, constituem um conjunto de factores
essenciais, que impulsionam o crescimento
económico e favorecem o desenvolvimento
harmonioso do território nacional. o Programa do
Governo tem como objectivos para este sector os
seguintes:
• Melhoria gradual da fiabilidade, segurança,
comodidade e expansão dos serviços de transporte
prestados à população nas áreas urbanas e rurais;
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• Melhoria da acessibilidade do cidadão comum aos
serviços;
• Promover a melhoria dos serviços na área de
cabotagem e desenvolvimento da competitividade dos
portos moçambicanos;
• Participação mais eficiente do empresariado
nacional no controlo, operação e investimento nos
subsectores;
• Desenvolvimento rápido do sector, através da
actualização da legislação, adaptando-a às
mudanças/exigências que ocorrem e tomando-a mais
abrangente e dinâmica;
Para que esses objectivos sejam atingidos serão
priorizadas as seguintes acções:
Transporte Rodoviário
Revisão da legislação e Regulamento de
Transporte em Automóveis;
Implantação de terminais rodoviários nos
principais corredores de transporte, com
prioridade as cidades de Maputo, Beira,
Nampula e Tete;
Reorganização do sistema de fiscalização do
transporte rodoviário, visando o combate ao
exercício ilegal desta actividade;
Incentivar a expansão da rede de transporte de
carga para as zonas rurais, com vista a apoiar
os camponeses na comercialização de
excedentes agrícolas;
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Redefinição da politica de assistência técnica ao
parque automóvel;
Monitorar a implementação dos acordos
bilaterais e multilaterais sobre a gestão de
transporte rodoviário.
Transporte Ferroviário
• Melhorar as condições de segurança no transporte
ferroviário de pessoas e carga;
• Continuar a concessão de portos e linhas-férreas
de Nacala, Ressano - Garcia, Goba e Limpopo;
• Melhorar a qualidade do serviço de transporte de
pessoas e bens.
Aviação Civil
Melhorar as condições de segurança a
navegação aérea;
Consolidar a liberalização do mercada de
transporte aéreo;
Concessionar o Aeroporto Internacional de
Maputo;
Concluir o estudo de viabilidade para a
concessão do Aeroporto de Nacala;
incentivar a melhoria da qualidade na prestação
de serviços;
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Levantamentos hidrográficos nos portos de
Maputo, Beira, Inhambane, Quelimane e
Mocímboa da Praia;
Levantamentos hidrográficos no Lago Niassa;
Produção do roteiro da Zona Sul de Moçambique
e Lago Niassa;
Estudo de circulação geral na Baia de Maputo e
de Sofala;
Estuda de distribuição de poluentes dentro da
Baia de Maputo;
Aquisição de embarcações para as travessias.
Segurança Rodoviária
Operacionalização do seguro obrigatório;
•Promover a melhoria da segurança rodoviária,
através do estabelecimento de sistemas de
informação, do reforço de mecanistas de
cantarole e fiscalização periódica ao estado dos
veículos, da melhoria da sinalização nas vias
públicas e formação do respectivo pessoal e do
cumprimento da disciplina rodoviária;
Harmonização de normas e procedimentos no
âmbito da SADC.
Comunicações
Elaboração da Política das Telecomunicações;
Elaboração da Política e Desenvolvimento da
Estratégia sobre a Acesso Universal;
Elaboração da Política do Sector Postal;
Elaboração da Lei do Serviço Postal;
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Desenvolvimento da Estratégia para a
Reestruturação do Sector Postal e das
Telecomunicações.
Meteorologia
• Melhorar a qualidade das previsões de tempo
através da introdução de modelos numéricos;
• Melhorar o sistema de comunicação de informação
meteorológica para a pública, através da divulgação
de previsões de tempo pela televisão, Internet,
áudio-texto, e jamais num formato mais
compreensível.
Transportes e Comunicações
Os Transportes e as Comunicações constituem um
factor determinante da coesão social e territorial, e
da competitividade económica do País. Em função da
crescente globalização da economia e da
consequente reorganização e relocalização dos
sistemas produtivos, assiste-se, hoje, a uma
crescente exigência de mobilidade por parte das
sociedades e a uma procura, cada vez mais
importante, de serviços integrados de logística e
transporte.
O Governo continuará a direcionar os seus esforços
na reconstrução e construção de infra-estruturas de
Transportes e Comunicações, bem como em serviços
de transportes que impulsionem a economia no País.
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Objectivos estratégicos: i.Desenvolver sistemas de
transportes interligados e/ou combinados seguros
que sejam suficientemente competitivos, atractivos e
sustentáveis para facilitar o investimento;
ii.Promover o desenvolvimento dos sectores postal e
de telecomunicações, visando o acesso universal,
num ambiente competitivo, com qualidade aceite
pelos cidadãos; iii. Fortalecer a existência de uma
competição sã entre os operadores de transporte
aéreo e ampliar as possibilidades de escolha aos
consumidores; iv. Catalisar o desenvolvimento
económico do País, e estimular a integração regional
económica através da criação de condições de
acessibilidade ao mar dos Países do Interior.
Acções prioritárias:
Transporte Rodoviário:
1. Expandir e aperfeiçoar os Centros de Exame
de condução automóvel, para melhorar a
qualidade dos motoristas;
2. Promover condições para inspecção e
manutenção de viaturas;
3. Promover a melhoria da sinalização das
estradas;
4. Melhorar e implementar o código de estradas;
5. Intensificar a eficácia na fiscalização do tráfego
nas vias públicas;
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6. Introduzir o sistema de rotas concessionadas
para o transporte público de passageiros
urbanos e inter-urbanos, de forma a reduzir a
insuficiência de transporte e o tempo de espera
nas paragens;
7. Massificar o uso de meios alternativos de
transporte, com destaque para a bicicleta,
motorizada, e veículos de tração animal;
8. Promover um sistema apropriado de transporte
rural;
9. Estabelecer bases de sustentabilidade dos
Transportes Públicos Urbanos;
10. Incentivar a criação das Empresas Municipais
de Transporte Público Urbano;
11. Conceber e implementar o sistema integrado
de bilhetes e inter modalidade;
12. Reforçar a rede de transportes urbanos;
13. Promover a construção de terminais
rodoviários e inter modais urbanos, inter
Provínciais e internacionais de passageiros e
carga.
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nacionais, através de serviços antecipados e
eficientes de dragagem, balizagem e outros afins;
(3) Construir Terminais de Carvão no Porto da Beira
e Nacala, bem como a reabilitação das linhas de Sena
e Nacala;
(4) Garantir a regulação da recepção e do
escoamento do carvão a ser transportado pela via-
férrea;
(5) Elaborar o Plano Espacial e definir o traçado da
Linha-férrea Norte-Sul, realizar a concertação social
e ambiental e definir as fases da sua construção, bem
como definir os mecanismos do seu financiamento;
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(5) Conceber e implementar uma política nacional
portuária que introduza um novo modelo de gestão
portuária que traga maior competitividade e que seja
suficientemente atractiva para os armadores e
empresas de navegação.
Transporte Aéreo
(1) Conceber e criar condições para a construção de
terminais aeroportuários com características
internacionais em Tete, Nacala e Pemba;
(2) Criar condições para facilitar os operadores
nacionais a utilizarem aeronaves com matrícula
nacional;
(3) Completar a liberalização do espaço aéreo;
(4) Definir e implementar as regras de concorrência
dos operadores nacionais;
(5) Expandir os destinos e origens dos passageiros
aéreos;
(6) Alargar a prestação do Serviço de Controlo de
Tráfego Aéreo a todas as rotas aéreas nacionais,
introduzindo sistemas de navegação aérea
dependentes de satélite (ADS-B) e estender a
cobertura das comunicações aeronáuticas até ao
espaço aéreo superior;
(7) Construir o aeroporto de Nacala;
(8) Promover a construção e reabilitação dos
aeródromos da Ponta do Ouro, Inhambane e
Vilankulo;
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(9) Criar condições para a construção do aeroporto
de Xai-Xai;
(10) Estudar a possibilidade de estabelecer o
Aeroporto Internacional de Maputo fora da cidade
capital, para posterior implementação.
Comunicações
(1) Desenvolver um quadro regulatório, mecanismos
e acções efectivas para a promoção da concorrência;
(2) Expandir e ampliar a qualidade da rede de
telefonia móvel a nível dos Distritos e tirar melhor
proveito das facilidades dos meios de comunicação
para as actividades produtivas;
(3) Cobrir os restantes 34 Distritos com serviços de
Voz, Dados e Internet;
(4) Iniciar a expansão de cobertura pela telefonia fixa
e móvel em pelo menos 50% dos Postos
Administrativos existentes;
(5) Criar mecanismos de protecção dos direitos do
consumidor promovendo a qualidade de serviços;
(6) Reabilitar e expandir a rede postal urbana e rural;
(7) Diversificar e modernizar os serviços e produtos
do Correio num ambiente de convergência
tecnológica;
(8) Introduzir o sistema de endereçamento nacional.
Meteorologia
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(1) Criar uma base de dados de variáveis climáticas,
para monitorar as mudanças climáticas;
(2) Criar um centro de investigação aplicada de
geociências ambientais e gestão de risco;
(3) Criar condições para o acesso da informação
meteorológica em tempo real, para melhorar a
prevenção dos desastres naturais, a planificação
agrícola e para facilitar a navegação aérea e
marítima;
(4) Melhorar a cobertura espacial da rede de
observação meteorológica até ao nível do Distrito.
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Neste sentido, ao longo do Quinquénio, a acção do
Governo incidirá sobre cinco Prioridades,
designadamente:
a) Consolidar a Unidade Nacional, a Paz e a
Soberania;
b) Desenvolver o Capital Humano e Social;
c) Promover o Emprego, a Produtividade e a
Competitividade;
d) Desenvolver Infra-estruturas Económicas e
Sociais; e
e) Assegurar a Gestão Sustentável e Transparente
dos Recursos Naturais e do Ambiente.
OBJECTIVOS ESTRATÉGICOS
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Para garantir o desenvolvimento do Capital Humano e Social
o Governo estabelece os seguintes objectivos estratégicos:
(i) Promover um Sistema Educativo inclusivo, eficaz e
eficiente que garanta a aquisição das competências
requeridas ao nível de conhecimentos, habilidades, gestão e
atitudes que respondam às necessidades de desenvolvimento
humano;
(ii) Expandir o acesso e melhorar a qualidade dos serviços de
saúde, reduzir a mortalidade materna, a morbi-mortalidade
por desnutrição crónica, malária, tuberculose, HIV, doenças
não transmissíveis e doenças preveníveis;
(iii) Aumentar a provisão e acesso aos serviços de
abastecimento de água, de saneamento, transportes,
comunicações e habitação;
(iv) Promover a participação da juventude nas actividades
sócio-culturais, desportivas e económicas como mecanismo
para massificar a prática regular da actividade física e
desportiva e melhorar a qualidade de vida, saúde e bem-
estar da população; e
(v) Promover a igualdade e equidade de género nas diversas
esferas do desenvolvimento económico, social, político e
cultural, assegurar a protecção e desenvolvimento integral da
criança e garantir a assistência social aos combatentes e às
pessoas em situação de pobreza e de vulnerabilidade.
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Para o alcance deste objectivo serão desenvolvidas as
seguintes acções prioritárias:
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destaque para Lichinga, Sanga e Marrupa (Niassa),
Montepuez (Cabo Delgado), Monapo, Cidade de Nampula,
Nametil (Nampula), Mocuba e Gurué (Zambézia), Chitima,
Moatize e Doa (Tete), Espungabera e Macossa (Manica),
Búzi, Cheringoma, Marínguè, Chemba e Nhamatanda (Sofala),
Govuro, Massinga, Mabote, Zavala e Homoine (Inhambane) e
Namaacha (Maputo Província);
k) Promover os serviços de Transportes Públicos Urbanos ;
l) Alargar a prestação do Serviço de Controlo de Tráfego
Aéreo a todas as rotas aéreas nacionais;
m) Promover a revitalização dos serviços de cabotagem
marítima;
n) Efectuar o planeamento e implantação de talhões infra-
estruturados nas cidades, vilas e zonas rurais;
o) Fomentar e desenvolver parcerias público-privadas para a
construção de habitação e empreendimentos juvenis e
desportivos; e
p) Promover a auto-construção de habitação através da
atribuição de talhões infraestruturados, concepção e
distribuição de projectos-tipo de habitação, com enfoque nas
zonas rurais e assistência técnica sobre o uso de novas
tecnologias e de materiais de construção mais baratos e
localmente disponíveis.
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