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PRÁTICAS EDUCACIONAIS PARA EDUCAÇÃO INFANTIL 0 A 3

DOCENTES: JENNIFER FEREZIN E TATIANE NAVEGA


PEDAGOGIA 2020.1

PRINCIPAIS TEÓRICOS DO DESENVOLVIMENTO HUMANO: WALLON,


PIAGET E VYGOTSKY

Daniela da Silva Blasins;


Diego O. Ovelar Batista;
Flávia Aline Back

Henri Paul Hyacinthe Wallon nasceu em 1879 na cidade de Paris e faleceu em 1962 no
mesmo lugar, já que viveu toda a sua vida ali, foi filósofo, médico, psicólogo e também político
francês, pois vinha de uma “família na qual se respirava a política, a justiça e a democracia”
(SILVA, p. 171, 2007).
Sua pesquisa fortemente baseou – se ao materialismo dialético, de marx, pois em sua
história de vida, além de ser um pesquisador do desenvolvimento humano era fortemente ligado
à política, isso contribuiu em sua metodologia de pesquisa. Em sua tese biológica – social,
elaborou sete estágios de desenvolvimento: Estágio impulsivo-emocional (0 a 1 ano), estágio
sensório-motor e projetivo (1 a 3 anos), estágio do personalismo (3 a 6/7 anos), estágio
categorial (7 a 11 anos), estágio da puberdade e adolescência (12 a 18 anos), estágio adulto e
estágio da velhice.
Jean William Fritz Piaget, nasceu na cidade de Neuchâtel na Suiça no ano de 1896 e
faleceu em Genebra no ano de 1880, é um teórico construtivista, Piaget criou sua própria tese
a epistemologia genética, onde “defende que o indivíduo passa por várias etapas de
desenvolvimento ao longo da sua vida” (ABREU et al, p. 361, 2010).
Em sua tese o teórico traz elementos como: equilibração, assimilação e acomodação
assim para entender os quatro estágios definidos, sendo eles: estágio sensório – motor (0 a 2
anos), estágio pré-operatório (2 a 7 anos), operatório concreto (7 a 11 anos) e operatório formal
(12 a vida adulta), tendo realizado parte da sua pesquisa observando o desenvolvimento dos
filhos.
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Lev Semyonovich Vygotsky, possui origem de família judia, nasceu em 1896 em Bielo,
na Rússia, faleceu em 1934, formou – se em direito pela Universidade de Moscou, também
estudou história e literatura. Vygotsky também influenciado pelo período histórico, adota os
pensamentos do marxismo, “influenciado por estas ideias Vygotsky se dizia marxista e
desenvolveu sua teoria sobre funções psicológicas superiores, e como a linguagem e o
pensamento estão fortemente conectados” (COELHO; PISONI, p. 146, 2012).
Vygotsky é um pesquisador Histórico-Social, em sua tese da ênfase nas relações do
indivíduo e no desenvolvimento da linguagem, e assim cria a zona de desenvolvimento
proximal (ZDP), que é o nível entre o desenvolvimento real e o desenvolvimento potencial.
A principal semelhança entre Wallon, Piaget e Vygotsky é que são teóricos cognitivista,
ou seja, eles dialogam-se quando dizem o sujeito se desenvolve através de resposta e adaptações
sucessivas ao meio, onde a interação é um processo dinâmico pelas trocas entre o sujeito e o
meio. Wallon (biológico – social) da ênfase nos aspectos da afetividade, motricidade e
inteligência, onde o desenvolvimento se dá de forma descontínua, marcado por rupturas e
retrocessos, onde há uma reformulação em cada estágio de desenvolvimento, assim não adição
ou reorganização dos estágios anteriores. Vygotsky (histórico – social) defende que o
funcionamento psicológico estrutura – se por meio das relações sociais entre indivíduo e mundo
exterior, mas essa relação está dentro de um contexto histórico e social específico, onde a
cultura tem papel fundamental no desenvolvimento. Para Piaget (epistemologia genética) o
desenvolvimento é por meio de um processo de sucessivas mudanças, onde o sujeito constrói e
reconstrói continuamente suas estruturas cognitivas, sendo que cada uma deriva que a precede,
ou seja, para ele a criança nasce apenas com uma potencialidade, o aprender, passando pelos
estágio sua cognição se torna cada vez mais elaborada. Enquanto Wallon e Piaget são
interacionista, Vygotsky é sociointeracionista, cada teórico emprega conceitos e etapas de
desenvolvimento diferentes, assim demonstrado no quadro abaixo:

WALLON PIAGET VYGOTSKY

Estágio Impulsivo - Estágio Sensório Motor (0 a Zona de desenvolvimento


Emocional (0 a 1 ano): 2 anos): Partindo de um proximal: é a distância
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aspectos motores e reflexo o bebê consegue intermediária entre a zona de


afetivos, marcado pelo distinguir esquemas de ação, desenvolvimento real e o
conhecimento do próprio ele começa a interagir com o desenvolvimento potencial,
corpo e suas meio em que vive, ela é a promotora das novas
sensibilidades. conhecimento do mundo aprendizagens.
através do corpo

Estágio Sensório Motor e Estágio Pré-Operatório (2 a Nível de desenvolvimento


Projetivo (1 a 03 anos): 7 anos): surge novas real: refere-se no que a
estágio marcado pela capacidades, a criança começa criança já sabe fazer sozinha,
cognição, conhecimento a explorar o ambiente onde ou seja, sem ajuda
do sobre meio, ações está inserido, começa a
desenvolvidas são: pegar, substituir objeto por uma
segurar, manusear, representação, explorando o
apontar, sentar, engatinhar, meio que está inserido, nessa
andar, também inicia -se o fase a criança é egocêntrica,
desenvolvimento da fala necessidade de centralização

Estágio Personalismo (3 Estágio Operatório Nível de desenvolvimento


aos 6 anos): destaca - se a Concreto (7 a 11 anos): potencial: refere -se as
afetividade, nessa etapa o entende o mundo através do atividades que as crianças
sujeito se auto diferencia pensamento lógico sobre conseguem fazer, mas com
dos outros, coisas concretas, superação do ajuda e mediação de
desenvolvimento da egocentrismo, linguagem terceiros.
subjetividade ampliada, aparecimentos de
noções de substâncias, peso e
volume, busca de identidade

Estágio Categorial (06 a Estágio Operatório Formal Estruturas Naturais: são as


11 anos): destaca - se a (12 – adulto): o sujeito é estruturas primitivas, os
cognição, compreensão do capaz de pensar logicamente, fatores biológicos.
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meio por meio dos formular hipóteses e buscar


pensamentos, o indivíduo soluções sem a observação da
também se auto realidade, passa a entender a
compreende melhor linguagem figurada, relaciona
conceitos, reflete a sociedade
e quer transformá-la

Estágio Puberdade e Equilibração: Todo Linguagem: Ocupa papel


adolescência (11 a 18 organismo necessita viver em central no desenvolvimento,
anos): destaca - se a equilíbrio com o meio, possibilita intercâmbio,
cognição, compreensão do quando é criado situações através dela o sujeito
meio por meio dos novas, desafiadoras e consegue abstrair e
pensamentos, o indivíduo conflitantes no organismo, generalizar o pensamento, no
também se auto causa desequilíbrio, assim o primeiro momento a criança
compreende melhor organismo recorre a recursos usa a fala para socialização e
em busca de equilíbrio, esses comunicação, posteriormente
recursos é o processo de usará como função de
interação entre a assimilação e pensamento e adaptação
a acomodação social.

Estágio Adulto: Destaca - Assimilação: é a procura de Faz de conta: ajuda a separar


se a afetividade e a significados, sem modificação objeto de significado, assim a
cognição, das estruturas a partir de criança é capaz de simbolizar
desenvolvimento de uma experiências anteriores para na realidade ausente, nessa
consciência moral, compreender um novo brincadeira a criança já é
reconhecer e assumir conflito e desequilíbrio capaz de assumir um papel
valores social na brincadeira, estágio
sucede a imitação
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Estágio Velhice:: Destaca Acomodação: quando o Imitação: Reconstrução


- se a afetividade e a organismo tenta restabelecer o daquilo que é observado nos
cognição, marcado equilíbrio com o meio a partir outros
também pela perda de da transformação das
capacidades biológicas e estruturas mentais
sociais

Inteligência: depende das Linguagem: Tem origem na


experiências oferecidas do função simbólica, no final do
meio e o grau de estágio sensório motor,
apropriação do sujeito dependência da aprendizagem
no estágio pré operatório.

Inteligência: vai se
aprimorando na medida que a
criança estabelece contato
com o mundo,
experimentando ativamente
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REFERÊNCIAS:

ABREU, Luiz Carlos de et al. A epistemologia genética de Piaget e o construtivismo. Revista


Bras. Cresc. e Desenv Hum. v. 20, n. 2, p. 361-366, 2010. Disponível em: <
http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rbcdh/v20n2/18.pdf> Acesso em: 24 de Abr. de 2020.

CASTORINA, José A.; CARRETERO, Mario. A equilibração dos sistemas cognitivos. In


Desenvolvimento Cognitivo e Educação: Os inícios do conhecimento [Recurso Eletrônico]. V.
1. Porto Alegre: Penso, 2014. p. 32 – 36.

COELHO, Luana; PISONI, Silene. Vygotsky: sua teoria e a influência na educação. Revista e-
Ped, v. 2, n. 1, p. 144-152, 2012. Disponível em: < http://facos.edu.br/publicacoes/revistas/e-
ped/agosto_2012/pdf/vygotsky_-_sua_teoria_e_a_influencia_na_educacao.pdf> Acesso em:
24 de Abri. de 2020.

CORTINAZ, Tiago. Principais teorias do desenvolvimento humano. In: LIMA, Carolina


Costa Nunes. Desenvolvimento Infantil [Recurso Eletrônico]. 1 ed. Porto Alegre: SAGAH,
2018. P. 39 – 49;

FELIPE, Jane. O Desenvolvimento Infantil na Perspectiva Sociointeracionista: Piaget,


Vygotsky, Wallon. In: CRAIDY, Carmem Maria; KAERCHER, Gladis Elise P. da Silva (org.).
Educação infantil: pra que te quero? [Recurso Eletrônico] 1. Ed. Porto Alegre: Artmed, 2001.
p. 27 – 32.

SALLA, Fernanda. O conceito de afetividade de Henri Wallon. 2011. Disponível em:


<https://novaescola.org.br/conteudo/264/0-conceito-de-afetividade-de-henri-wallon> Acesso
em: 24 de Abr. de 2020.
SILVA, Dener Luiz. Do gesto ao símbolo: a teoria de Henri Wallon sobre a formação
simbólica. Educar em revista, Editora , Curitiba, n. 30, 2007, p. 145-163. Disponivel em:
<http://www.scielo.br/pdf/er/n30/a10n30.pdf> Acessom em: 24 de Abr. de 2020.

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