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INSTITUTO DE SAÚDE AVICENA

CURSO DE ENFERMAGEM DE SAÚDE MATERNO INFANTIL

TURMA 20

TEMA: GRAVIDEZ E HIV SIDA

CADEIRA: PATOLOGIAS DURANTE A GRAVIDEZ

NAMPULA, JUNHO DE 2021


Instituto De Saúde Avicena

Estudantes do curso nível medio de técnico de ESMI turma 20

Cadeira de Patologias Durante a Gravidez, lecionada pelo:

Docente: Ricardina Afonso Jemusse

Obtivemos o tema Gravidez e HIV SIDA, e trouxemos


conhecimentos relacionados com o tema, e tivemos que tirar
alguns conteúdos em websites, onde falavam do tema acima
citado.

Comissão Organizadora (elementos do grupo)

Josina De Sousa

Joelma Hélder

Júlia Clemente Mário

Julieta Victor Juma

Londina Patreque Chongane

Nampula, junho de 2021


Índice
Introdução..........................................................................................................................................3
O VIH e a gravidez............................................................................................................................4
Medicamentos para o VIH.................................................................................................................4
Os medicamentos reduzem o risco de o bebé vir a contrair o VIH....................................................5
A escolha do momento propício e durante quanto tempo se tomam os medicamentos anti-VIH
dependem da situação pessoal...........................................................................................................5
Há diversos medicamentos anti-VIH que são seguros durante a gravidez.........................................5
Parto normal comparado com a cesariana..........................................................................................5
O que há a fazer quando se entra em trabalho de parto......................................................................6
Doenças oportunistas na gravidez HIV..............................................................................................6
1) A Infeção por clamídia..............................................................................................................6
2) A Gonorreia...............................................................................................................................6
3) A sífilis......................................................................................................................................6
4) A infeção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV)..........................................................7
5) O herpes genital.........................................................................................................................7
6) A infeção por vírus Zika............................................................................................................7
Quadro clinico...................................................................................................................................7
Diagnóstico Clinico Laboratorial do HIV..........................................................................................8
Fatores biológicos que causam resultados falso-positivos na pesquisa de anticorpos anti-HIV.........9
A transmissão vertical (da mãe para o seu filho)...............................................................................9
Princípios gerais da transmissão vertical.........................................................................................10
1) Carga viral elevada..................................................................................................................10
2) Práticas sexuais desprotegidas.................................................................................................10
3) O uso de drogas ilícitas............................................................................................................10
4) Presença de outras IST’s..........................................................................................................10
5) Fatores obstétricos...................................................................................................................10
6) Amamentação..........................................................................................................................11
Recomendações da Coordenação Nacional de DST e Aids do Ministério da Saúde........................11
Cuidados específicos no acompanhamento da gestante e do recém-nascido....................................15
Precauções Básicas..........................................................................................................................16
Cuidados específicos durante o parto...............................................................................................16
Conclusão........................................................................................................................................17
Referencias bibliográficas...............................................................................................................18
Introdução
A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA) foi reconhecida em 1981, nos EUA
(Estados Unidos da América), a partir da identificação do comprometimento do sistema
imune de indivíduos adultos com práticas, exclusivamente, homossexuais (masculinos) o que
levou à conclusão de que se tratava de uma nova doença.

Contudo, a identificação do agente etiológico, o vírus HIV, e o desenvolvimento de testes


para a deteção de anticorpos contra ele permitiram posteriormente a identificação dos
indivíduos portadores assintomáticos (VERONESI; FOCACCIA, 2006).

A SIDA é resultado da infeção pelo vírus chamado HIV (Vírus da Imunodeficiência


Humana), um tipo especial de vírus conhecido como retrovírus, com genoma RNA (ácido
ribonucleico), da família Retroviridae (retrovírus) e subfamília Lentiviridae. Pertence ao
grupo dos retrovírus citopéticos e não-oncogénicos, que necessitam, para multiplicar-se, de
uma enzima denominada transcriptase reversa, responsável pela transcrição do RNA viral
para uma cópia DNA (ácido desoxirribonucleico), que pode então integrar-se ao genoma do
hospedeiro (VERONESI; FOCACCIA, 2006).

Objetivos:

 Dar a conhecer as complicações que podem ocorrer numa gestante com HIV;
 Como evitar a transmissão vertical de HIV (mãe e feto);
 Conhecer alguns dos fatores biológicos que causam resultados falso-positivos na
pesquisa de anticorpos anti-HIV no organismo.

O trabalho está estruturado da seguinte maneira:

 Capa/contracapa;
 Índice;
 Introdução;
 Desenvolvimento/conteúdo;
 Conclusão e suas respetivas referencias bibliográficas.

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O VIH e a gravidez
O que é o VIH?

VIH significa vírus da imunodeficiência humana, um vírus que infecta determinadas células
do sistema imunitário. Com o tempo, este vai ficando debilitado, deixando o indivíduo em
risco de contrair outras infeções graves.

Uma mulher infetada com o VIH (seropositiva) poderá transmitir a infeção ao bebé durante a
gravidez, durante o parto ou através da amamentação. Algumas mulheres só têm
conhecimento de que são portadoras do VIH quando estão grávidas e fazem exames.

Se for portadora do VIH e estiver grávida, ou está a pensar em engravidar, esta página explica
como poderá reduzir o risco de vir a transmitir o VIH ao bebé.

O bebé tem menos probabilidades de contrair o VIH se a mãe tomar boas precauções antes,
durante e após o nascimento

Se for seropositiva, deverá consultar um médico especialista em VIH. Isto é muito


importante, sobretudo se estiver grávida ou está a pensar em engravidar. O especialista fará o
seguinte:

 recomenda a combinação de medicamentos que for melhor e mais segura


 monitoriza o número de vírus no sangue (carga viral) durante a gravidez, certificando-
se assim de que os medicamentos estão a produzir efeito

Durante a gravidez, deverá também consultar um obstetra, ou seja, um médico especializado


no tratamento de mulheres durante a gravidez, trabalho de parto, parto e durante as primeiras
semanas após o nascimento.

O médico de família ou a clínica onde a grávida foi diagnosticada poderá encaminhá-la para
um obstetra ou especialista em VIH.

Medicamentos para o VIH


Apesar de não existir cura para o VIH, há muitos medicamentos que poderão ajudar a manter
a futura mãe saudável. De um modo geral, os medicamentos ajudam a controlar a carga viral.
Se esta se mantiver baixa, ajudará a proteger o bebé do VIH.

O que há a fazer se a mulher tomou medicamentos contra o VIH antes de engravidar

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É muito importante que a futura mãe se mantenha saudável por causa da saúde do bebé,
embora não seja seguro tomar alguns medicamentos durante a gravidez. Se já toma
medicamentos contra o VIH e pretende engravidar, ou descobriu que está grávida, informe o
médico especialista em VIH, o qual poderá recomendar quais os melhores medicamentos a
tomar.

Os medicamentos reduzem o risco de o bebé vir a contrair o VIH


Os medicamentos anti-VIH tomados durante a gravidez reduzem o risco de a futura mãe vir a
transmitir o vírus ao bebé. Estudos efetuados têm revelado que, se a futura mãe tomar
medicamentos enquanto estiver grávida e a sua carga viral se mantiver baixa até ao momento
do parto, o risco de transmissão do VIH ao bebé também é muito baixo. O médico
especialista e o obstetra tratarão de controlar a carga viral durante a gravidez da mulher,
certificando-se de que os medicamentos estão a fazer efeito para que o bebé não venha a ficar
infetado.

A escolha do momento propício e durante quanto tempo se tomam os medicamentos


anti-VIH dependem da situação pessoal

O médico especialista exporá à futura mãe qual o melhor momento para tomar os
medicamentos anti-VIH.

 Se precisa de tomar medicamentos por questões de saúde pessoal, continuará a tomá-


los depois do bebé nascer.
 Há mulheres que poderão ainda não precisar de medicamentos devido à fase em que
se encontra a infeção pelo VIH. Se não precisar de tomar medicamentos anti-VIH,
deverá começar a tomá-los após o terceiro mês de gravidez e somente até o bebé
nascer. Fale com o médico especialista sobre quando deve deixar de tomar os
medicamentos.

Há diversos medicamentos anti-VIH que são seguros durante a gravidez


É seguro tomar determinados medicamentos contra o VIH durante a gravidez. Tais
medicamentos poderão ser a zidovudina (AZT), a lamivudina (3TC) e a lovinapir/ritonavir
(Kaletra). No passado, utilizaram-se outros medicamentos e, cada vez mais, estão a utilizar-se
medicamentos mais recentes. Alguns medicamentos não são absolutamente nada seguros na
gravidez. O médico especialista poderá recomendar quais os medicamentos melhores e mais
seguros para a futura mãe.

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Parto normal comparado com a cesariana
Se a carga viral for superior a 1.000 por ocasião do nascimento do bebé, então a cesariana
reduzirá o risco de transmissão do VIH ao bebé. Uma carga viral elevada pode acontecer
pelas razões seguintes:

 se os medicamentos não suprimem completamente o vírus


 se a futura mãe começou a tomar os medicamentos quando a gravidez já estava
avançada
 se a futura mãe não toma os medicamentos com regularidade

Se a carga viral for inferior a 1.000, a cesariana não será o processo mais seguro para o bebé,
além de ser também menos seguro para a mãe do que um parto normal (ou vaginal). Por este
motivo, se a carga viral estiver baixa quando a grávida está em trabalho de parto, então
deverá ser possível ter um parto normal.

Para saber qual o melhor tipo de parto para si, fale com o médico especialista em VIH ou o
obstetra.

O que há a fazer quando se entra em trabalho de parto


Continue a tomar os medicamentos, mesmo quando começar o trabalho de parto. Dirija-se ao
hospital logo que suspeitar que está em trabalho de parto. Deverá ser-lhe administrado por via
intravenosa um dos medicamentos que está a tomar (AZT), o qual será mais benéfico para si
se for tomado no período de duas a quatro horas antes do nascimento do bebé.

O que deverá aguardar quando o bebé nascer


Após o nascimento do bebé, começará a tomar AZT nas primeiras 24 horas de vida. Será
necessário dar este medicamento ao bebé quatro vezes por dia durante as primeiras seis
semanas de vida, o que poderá reduzir o risco de infeção pelo VIH.
Também será necessário que o bebé faça uma análise ao sangue para deteção do VIH. Não
amamente o bebé, dado que a amamentação constitui uma das formas de transmissão do VIH
ao bebé. O alimento mais seguro a dar ao bebé é o leite formulado.
Doenças oportunistas na gravidez HIV
1) A Infeção por clamídia
Pode causar parto pré-termo e a rutura prematura das membranas. Ela também pode causar
inflamação dos olhos (conjuntivite) no recém-nascido.

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2) A Gonorreia
Pode também causar conjuntivite no recém-nascido.

3) A sífilis
Pode ser transmitida da mãe para o feto através da placenta. A sífilis no feto pode causar
vários defeitos congênitos e causar problemas no recém-nascido. Exames são feitos
rotineiramente em gestantes quanto à presença de sífilis no início da gestação. Geralmente, o
tratamento da sífilis durante a gestação cura tanto a mãe como o feto.

4) A infeção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV)


É transmitida ao feto em aproximadamente 25% a 30% das gestações se a gestante infetada
não for tratada. Os especialistas recomendam que a mulher com a infeção do HIV tome
medicamentos antirretrovirais durante a gestação. Se a mulher tomar uma combinação de
medicamentos antirretrovirais, o risco de transmitir o HIV para o feto pode ser reduzido para
1%. No caso de algumas mulheres infetadas pelo HIV, o parto por cesariana, planejado com
antecedência, pode reduzir ainda mais o risco de transmissão do HIV para o bebê. A gestação
não parece acelerar a progressão da infeção pelo HIV em mulheres.

5) O herpes genital
Pode ser transmitido ao bebê durante um parto normal. Bebês que foram infetados com o
herpes podem apresentar uma infeção cerebral potencialmente fatal, denominada encefalite
herpética. Uma infeção por herpes em bebês também pode danificar outros órgãos internos e
causar feridas na pele e na boca, danos cerebrais permanentes ou mesmo a morte. Se a mulher
apresentar feridas de herpes na região genital no final da gestação ou se a primeira vez que o
herpes surge for no final da gestação, geralmente ela é aconselhada a fazer um parto por
cesariana, para que o vírus não seja transmitido ao bebê. Caso a mulher não tenha as feridas e
o herpes tiver aparecido mais cedo, o risco de transmissão é muito baixo, o que permite a
realização do parto normal.

6) A infeção por vírus Zika


Em uma gestante pode fazer com que o bebê tenha uma cabeça pequena (microcefalia). A
cabeça é pequena porque ela não se desenvolve normalmente. A infeção por vírus Zika
também pode causar anomalias oculares no bebê. O vírus Zika é disseminado por mosquitos,
mas também pode ser disseminado por relações sexuais, por transfusões de sangue e de uma
gestante para seu bebê antes ou durante o nascimento.

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Quadro clinico
 Os sintomas variam de nenhum a muito graves (SIDA);
 Os linfonodos podem inchar;
 A infeção pode afetar muitos órgãos tais como fígado, baço, coração, rins, cérebro e
medula espinhal;
 Os sintomas podem incluir diarreia recorrente, pouco ganho de peso, infeções
bacterianas invasivas e infeções virais.

Diagnóstico Clinico Laboratorial do HIV


Ter o HIV não é a mesma coisa que ter a aids. Há muitos seropositivos que vivem anos sem
apresentar sintomas e sem desenvolver a doença. Mas, podem transmitir o vírus a outros
pelas relações sexuais desprotegidas, pelo compartilhamento seringas contaminadas ou de
mãe para filho durante a gravidez e a amamentação. Por isso, é sempre importante fazer o
teste e se proteger em todas as situações.

A aids é o estágio mais avançado da doença que ataca o sistema imunológico. A Síndrome da
Imunodeficiência Adquirida, como também é chamada, é causada pelo HIV. Como esse vírus
ataca as células de defesa do nosso corpo, o organismo fica mais vulnerável a diversas
doenças, de um simples resfriado a infeções mais graves como tuberculose ou câncer. O
próprio tratamento dessas doenças fica prejudicado.

Hoje em dia, é possível ser seropositivo e viver com qualidade de vida. Basta tomar os
medicamentos indicados e seguir corretamente as recomendações médicas.

Saber do contágio pelo HIV precocemente aumenta a expectativa de vida do seropositivo.


Quem busca tratamento especializado no tempo certo e segue as recomendações do médico
ganha em qualidade de vida.

Além disso, as mães seropositivas têm 99% de chance de terem filhos sem o HIV se seguirem
o tratamento recomendado durante o pré-natal, parto e pós-parto. Por isso, faça os exames
obrigatórios do pré-natal! Esta indicação também é importante se você passou por uma
situação de risco, como ter feito sexo desprotegido ou compartilhado seringas.

O diagnóstico da infeção pelo HIV é feito a partir da coleta de sangue.

A infeção pelo HIV pode ser detetada com, pelo menos, 30 dias a contar da situação de risco.
Isso porque o exame busca por anticorpos contra o HIV no sangue. Esse período (da infeção
até a produção de anticorpos) é chamado de janela imunológica.

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Os exames disponíveis para diagnosticar a infeção pelo HIV buscam anticorpos anti-HIV nas
amostras de sangue. Apesar de sua eficácia, podem apresentar resultados falso-positivos em
alguns casos. Por isso, é importante o paciente se submeter a um novo teste.

Fatores biológicos que causam resultados falso-positivos na pesquisa de anticorpos anti-


HIV
Inúmeros fatores biológicos podem apresentar resultados falso-positivos para os testes que
pesquisam anti-HIV, incluindo os testes Elisa e western blot, dentre outros.

 Artrite reumatoide;
 Doenças autoimunes, como lúpus eritematoso sistêmico, doenças do tecido conectivo
e esclerodermia;
 Colangites esclerosante primária;
 Terapia com interferon em pacientes hemodialisados;
 Síndrome de Stevens-Johnson;
 Anticorpo anti-microssomal;
 Anticorpos HLA (classe I e II);
 Infeção viral aguda;
 Aquisição passiva de anticorpos anti-HIV (de mãe para filho);
 Neoplasias malignas;
 Outros retrovisores;
 Múltiplas transfusões de sangue;
 Anticorpos anti músculo liso.

A transmissão vertical (da mãe para o seu filho)


É a principal via de infeção pelo HIV na população infantil. Em nosso País, essa forma de
transmissão tem sido responsável por cerca de 90% dos casos notificados de aids em menores
de 13 anos.

Estima-se que 15 a 30% das crianças nascidas de mães seropositivas para o HIV adquirem o
vírus na gestação, durante o trabalho de parto ou parto, ou por meio da amamentação.

Há evidências de que a maioria dos casos de transmissão vertical do HIV ocorre mais
tardiamente na gestação, durante o trabalho de parto e no parto propriamente dito. Em 1994,
os resultados do Protocolo 076 do AIDS Clinical Trial Group (ACTG) comprovaram que o
uso do AZT pela mulher durante a gestação, trabalho de parto e parto, e pelo recém-nascido,
pode reduzir a transmissão vertical do HIV cerca de 70%. Em 1998, um estudo realizado na

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Tailândia demonstrou que o uso de um regime de tratamento de curta duração de AZT oral,
iniciado na 36ª semana de gestação e mantido durante o trabalho de parto, sem a
administração de AZT para o recém-nascido, e com substituição do aleitamento materno, foi
capaz de reduzir, aproximadamente, 50% a taxa de transmissão. Esse estudo demonstrou que
o uso do AZT, mesmo durante um curto período de tempo, leva à diminuição do risco de a
mãe transmitir o HIV para o seu filho.

Princípios gerais da transmissão vertical


Embora os fatores de risco relacionados à transmissão vertical do HIV sejam complexos,
pode-se destacar:

1) Carga viral elevada


A carga viral elevada (quantidade de HIV no sangue) é o principal fator de risco associado à
transmissão vertical do HIV. As medicações antirretrovirais são capazes de reduzir a
quantidade de HIV no sangue.

2) Práticas sexuais desprotegidas


Aumentam o risco de reinfeção pelo próprio HIV (acarretando aumento na carga viral), além
da exposição a variantes resistentes do vírus e da aquisição de outras IST’s. Para evitar a
reinfeção da gestante, as parcerias sexuais devem ser testadas e, caso o resultado seja
positivo, tratada

3) O uso de drogas ilícitas


Ocasiona danos na placenta, o que aumenta, consequentemente, o risco de passagem do HIV
e a transmissão do vírus da mãe para o filho. Em gestantes que utilizam drogas ilícitas, a
terapia antirretroviral (TARV), deve ser iniciada o mais precocemente possível.

4) Presença de outras IST’s


Aumentam o risco de transmissão vertical do HIV. A sífilis, por exemplo, pode acarretar
danos na placenta, o que aumenta o risco de transmissão intraútero do HIV.

5) Fatores obstétricos
A transmissão do HIV por via intra-útero é maior no 3º trimestre da gestação. Desta forma,
toda gestante deve estar em tratamento nesse período.

A realização de procedimentos invasivos durante a gestação, tais como amniocentese e


cordocentese podem acarretar maior risco de transmissão vertical, devido à lesão placentária.

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Durante o trabalho de parto, a contração do útero leva ao maior contato do feto com o sangue
da mãe. Desta forma, a maior duração do trabalho de parto está associada a um maior risco de
transmissão vertical do HIV.

6) Amamentação
A transmissão do HIV também pode ocorrer durante a amamentação, por meio do leite
materno.

Desta forma, a mãe que possui o vírus não deve amamentar a criança.

Essas gestantes são orientadas a suspender a amamentação e fazer uso de medicamentos


inibidores da lactação, substituindo o leite materno por leite artificial ou humano processado
em bancos de leite.

No Brasil, a gestante tem o direito de receber fórmula láctea infantil, pelo menos até o seu
filho completar 6 meses de idade.

Recomendações da Coordenação Nacional de DST e Aids do Ministério da Saúde


 Oferecer o teste anti-HIV a toda gestante, com aconselhamento pré e pós-teste,
independentemente da situação de risco da mulher para a infeção pelo HIV. O teste
deve ser voluntário e confidencial.
 Oferecer o AZT oral a toda gestante infetada pelo HIV, independentemente do nível
de CD4, carga viral ou estado clínico da gestante, devendo o tratamento ser iniciado
em qualquer momento, a partir da 14ª semana de gestação até o parto.
 Oferecer o AZT injetável à parturiente desde o início do trabalho de parto até o
clampeamento do cordão umbilical, que deve ser realizado o mais rápido possível,
após a expulsão da criança. Mesmo as mulheres que não receberam AZT oral durante
a gestação, devem receber AZT injetável durante o trabalho de parto e o parto.
 O AZT deve fazer parte dos esquemas terapêuticos antirretrovirais combinados
(conforme as recomendações do documento de consenso sobre terapia antirretroviral
para adultos e adolescentes infetados pelo HIV, publicado pelo Ministério da Saúde).
A inclusão do AZT no esquema terapêutico adotado para a gestante portadora do HIV
é recomendada porque, até o presente momento, não existem dados na literatura
científica sobre a eficácia e segurança de outro antirretroviral que não o AZT, na
redução da transmissão do HIV da mãe para o feto. A única exceção ao uso completo
do regime de AZT, durante a gravidez, aplica-se às gestantes que estejam fazendo
uso, com sucesso, de esquemas terapêuticos que incluam a estavudina (d4T). Nesse

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caso, deve-se manter o esquema terapêutico com o d4T e administrar o AZT
intravenoso durante o trabalho de parto e o parto e a solução oral de AZT para o
recém-nato.

 No momento do diagnóstico da gravidez, todas as mulheres que se encontrarem em


uso de terapia antirretroviral combinada, deverão, a princípio, ter seus esquemas de
tratamentos mantidos. Todavia, essas pacientes deverão ser informadas sobre os
potenciais de riscos e benefícios da manutenção, modificação ou suspensão do
tratamento, no tocante à evolução da sua própria doença; e os potenciais efeitos
adversos sobre a criança. A conduta deverá ser tomada caso a caso, com a
participação do clínico, do obstetra e da própria gestante. Optando-se pela interrupção
do tratamento, todas as drogas deverão ser, simultaneamente, suspensas, e reiniciadas
após a 14ª semana de gestação, para evitar o desenvolvimento de resistência.
 Oferecer o AZT à criança, na sua forma de solução oral. Essa terapia deve-se iniciar
nas primeiras 8 horas após o nascimento, e mantida até a 6ª semana de vida. Até o
momento, não há comprovação de eficácia do medicamento, quando o tratamento é
iniciado 48 horas após o nascimento.
 Os filhos de gestantes infetadas pelo HIV devem receber AZT solução oral, mesmo
que as suas mães não tenham recebido AZT durante a gestação e parto.
 As mulheres infetadas pelo HIV devem ser aconselhadas sobre o risco de transmissão
do vírus da aids durante a amamentação, e devem ser orientadas quanto à supressão
da lactação e ao uso de substitutos do leite materno. Recomendam-se o leite de bancos
de leite credenciados pelo Ministério da Saúde (quando disponível) e o leite artificial.

Observação:

Estudos recentes demonstraram que o parto cesáreo contribui para a redução da transmissão
vertical somente quando realizado de forma eletiva (estando as membranas íntegras, e antes
que o trabalho de parto tenha iniciado). Entretanto, não há dados suficientes sobre morbi-
mortalidade materna associada ao parto cesáreo em mulheres portadoras do HIV, que
permitam, neste momento, recomendar esse procedimento como rotina.

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Esquema posológico do AZT para o período pré-natal

Indicação Gestantes portadoras de HIV a partir da 14ª semana de gestação até o parto
Administração Via oral
Apresentação Cápsula de 100mg
Dosagens e modo de usar 100mg 5x/dia ou 200mg 3x/dia ou 300mg 2x/dia

Esquema posológico do AZT para parturientes

Indicação Parturientes portadoras do HIV


Administração Infusão intravenosa
Apresentação Frasco ampola de 200mg (10mg/ml)
Dosagens e modo de Iniciar a infusão, em acesso venoso individualizado, com 2mg/kg na
usar primeira hora, seguindo infusão contínua com 1mg/kg/hora até o
clampeamento do cordão umbilical; diluir em soro glicosado a 5% e
gotejar conforme tabela. A concentração não deve exceder 4mg/ml.

Posologia alternativa do AZT para parturientes


Indicação Parturientes portadoras de HIV em situações de não disponibilidade do
AZT injetável no momento do parto
Administração Via oral
Apresentação Cápsula de 100mg
Dosagens e modo de 300mg no começo do trabalho de parto e, a partir de então, 300mg a cada
usar 3 horas até o clampeamento do cordão umbilical

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Preparação do AZT para infusão intravenosa (em 100ml de solução glicosada 05%)

Ataque (2 mg/kg) correr na primeira Manutenção (1 mg/kg) correr a cada


hora hora
Peso AZT Gotejamento AZT Gotejamento
40kg 08ml 36 gts/min 04ml 35 gts/min

50kg 10ml 37 gts/min 05ml 35 gts/min

60kg 12ml 37 gts/min 06ml 35 gts/min

70kg 14ml 38 gts/min 07ml 36 gts/min

80kg 16ml 39 gts/min 08ml 36 gts/min

90kg 18ml 39 gts/min 09ml 36 gts/min

Esquema posológico do AZT para crianças

Indicação Crianças nascidas de mães portadoras de HIV


Administração Via oral
Apresentação Solução oral de 10mg/ml

Dosagens e modo de Durante as primeiras 6 semanas de vida, administrar AZT, iniciando nas
usar primeiras 8 horas de vida, na dose de 2mg/kg/dose VO de 6/6h

Posologia alternativa do AZT para crianças


Excecionalmente, quando a criança não tiver condições de receber o medicamento por via oral, deve
ser utilizado o AZT injetável, na dose de 1,5mg/kg IV de 6/6h.
A dose de AZT apropriada para crianças prematuras abaixo de 34 semanas de gestação ainda não
está definida. Entretanto, o protocolo 331 do Pediatric AIDS Clinical Trial Group (PACTG), em
andamento, está utilizando as seguintes doses: 1,5mg/kg, VO ou IV, a cada 12 horas nas primeiras
duas semanas e 2mg/kg a cada 8 horas por mais 4 semanas. Nas crianças acima de 34 semanas a
farmacocinética do medicamento é semelhante a das crianças a termo.

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Cuidados específicos no acompanhamento da gestante e do recém-nascido
 Estabelecer, durante o pré-natal, o acompanhamento concomitante da gestante com
infeciologista ou clínico experiente no manejo de pacientes infetados pelo HIV;
 Estabelecer, durante o pré-natal, o diagnóstico precoce, e instituir tratamento de todas
as patologias intercorrentes (outras DST, tuberculose, reativação da toxoplasmose,
infeções vaginais e cervicais) que possam aumentar o risco de rotura prematura das
membranas, parto prematuro e infeção placentária;
 Submeter a gestante à contagem de linfócitos CD4 e medida da carga viral, para
melhor avaliação do esquema antirretroviral e da necessidade de quimioprofilaxias
para infeções oportunistas. Essa medida deverá ser feita, sempre que possível, antes
de iniciar o uso do AZT;
 Acompanhar a gestante com hemograma e transaminases, no início do tratamento
com AZT; e a seguir, de mês em mês. Frente à ocorrência de efeitos adversos,
reavaliar a conduta;
 Orientar a mulher, na alta do puerpério, quanto à importância do seu
acompanhamento clínico e da criança. O acompanhamento clínico da mulher deve
incluir: retorno para avaliação clínico-obstétrica no 8º e no 40º dia pós-parto;
encaminhamento para serviço de infetologia para seguimento clínico do estado de
infeção pelo HIV; e reavaliação da necessidade de manutenção ou não da terapia
antirretroviral; e encaminhamento a um serviço de planeamento familiar;
 Orientar a mulher quanto ao preparo dos substitutos do leite;
 Orientar a mulher quanto ao uso de preservativos em todas as relações sexuais;
 Acompanhar a criança com hemograma completo, no início do tratamento com AZT e
após a 6ª semana de vida para deteção de efeitos adversos;
 Assegurar o acompanhamento da criança pelo pediatra. A partir da 6ª semana, é
recomendada a profilaxia de Pneumocysts carinii com sulfametoxazol (SMX) +
trimetoprima (TMP) na dosagem de 750mg de SMX/m2 /dia, divididos em 2 doses
diárias, 3 vezes por semana, em dias consecutivos.

Precauções Básicas
As Precauções Básicas são medidas de prevenção que devem ser adotadas com qualquer
paciente, independentemente do diagnóstico definido ou presumido de doenças infeciosas; na
manipulação de sangue, secreções, excreções, mucosas ou pele não-íntegra. Estas medidas
incluem a utilização de Equipamentos de Proteção Individual-EPI (luvas, máscara, óculos de

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proteção, capotes e aventais) com a finalidade de reduzir a exposição da pele e das mucosas
do profissional de saúde ao sangue ou fluidos corpóreos de qualquer paciente. Os
profissionais de saúde devem tomar outros cuidados especiais, para se prevenirem contra
acidentes com materiais pérfuro-cortantes (para mais informações, consulte o Manual de
Condutas em Exposição Ocupacional a Material Biológico: hepatite e HIV do Ministério da
Saúde).

Cuidados específicos durante o parto


 Preferir sempre seringas de plástico (isto se aplica durante a episiotomia, quando esta
não puder ser evitada);
 Preferir sempre o uso de tesouras, ao invés de bisturi;
 Nunca utilizar lâmina de bisturi desmontada (fora do cabo);
 Preferir fios de sutura agulhados;
 Evitar agulhas retas de sutura, pelo seu maior risco de acidente percutâneo;
 Utilizar sempre pinças auxiliares nas suturas, evitando manipulação dos tecidos com
os dedos durante a sutura da episiotomia (quando esta for necessária), durante o
fechamento por planos na operação cesariana e outros procedimentos;
 Evitar sutura por dois cirurgiões simultaneamente, no mesmo campo cirúrgico;
 A passagem de materiais pérfuro-cortantes (bisturi, porta-agulhas com agulhas etc.)
do auxiliar para o cirurgião deve ser através de cubas, após aviso verbal;
 Adotar cuidados especiais na manipulação da placenta e do cordão umbilical, pois o
risco de exposição é muito grande;
 Adotar os EPI (luvas, capotes, avental, máscara e gorro) nos cuidados imediatos do
recém-nascido, devido a possibilidade de exposição a sangue e líquido amniótico.

Conclusão
É consenso entre os autores que as gestantes sororeagentes para o HIV são jovens, possui
baixa escolaridade e descobre o diagnóstico para o HIV no pré-natal ou no momento do
trabalho de parto. A realização do acompanhamento pré-natal foi observada, porém de forma
inadequada, cuja média foi de duas consultas durante a gestação, pois procuraram os serviços
de saúde tardiamente. Os resultados apontados nos artigos incluídos nesta revisão integrativa,
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concluem que a infeção por HIV na gestação continua sendo relevante fator de morbidade
entre as grávidas, com elevado risco para transmissão vertical entre as que não receberam a
TARV durante o pré-natal ou não a realizaram durante o momento do trabalho de parto e
parto. Portanto, os autores recomendam que todas as gestantes sejam alvo das ações de
diagnóstico e prevenção da transmissão vertical para o HIV, independente do seu risco para a
infeção da doença.

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