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TEMAS LIVRES FREE THEMES


Portfólio reflexivo: uma proposta de ensino e aprendizagem
orientada por competências

Reflective portfolio: a proposal for teaching


and learning geared on competencies

Rosângela Minardi Mitre Cotta 1


Glauce Dias da Costa 1
Érica Toledo Mendonça 1

Abstract This article seeks to analyze the experi- Resumo O objetivo deste artigo é analisar a expe-
ence of collective construction of portfolios as a riência de construção coletiva de portfólios como
teaching-learning method in the discipline of método de ensino-aprendizagem na disciplina de
Health Policy, identifying the competencies devel- Políticas de Saúde, identificando as competências
oped by students. Qualitative research, whose col- desenvolvidas pelos estudantes. Pesquisa qualita-
lection and data processing were conducted by tiva, cuja coleta e tratamento dos dados se deram
means of documental and thematic analysis of 34 por meio da análise documental (34 portfólios) e
portfolios. The “Learning to be” and “Learning to temática, respectivamente. Consideraram-se as
live and work together” competencies were con- competências Aprender a ser e Aprender a convi-
sidered according to the proposals of the UNESCO ver e a trabalhar juntos, segundo as proposições do
report for Education. The training of critical-re- informe da Unesco para Educação. A formação de
flexive individuals, provided by the portfolio, was indivíduos críticos-reflexivos, proporcionada pelo
particularly observed when students reported the portfólio, foi especialmente verificada quando os
transformation of the negative views that they had estudantes relataram a transformação da visão
about the health care system – an inefficient and negativa que tinham sobre o sistema de saúde –
precarious policy – to a positive vision – policy uma política ineficiente e precária – para uma
which deals with the principles of equity, integri- visão positiva – uma política que tem como prin-
ty and universality. This process of critical trans- cípios a equidade, a integralidade e a universali-
formation is the result of the practice and use of dade. Esse processo de transformação crítica foi
communication skills, information management decorrente do exercício das habilidades de comu-
(search, selection, analysis and evaluation of in- nicação, gestão da informação (busca, seleção, aná-
formation), leadership, cooperation and human lises e avaliação das informações), liderança, coo-
relationships (teamwork, ethics and recognition peração e relações humanas (trabalho em equipe,
of diversity), and personal competencies (time ética e reconhecimento da diversidade), além de
management, responsibility and planning), namely competências pessoais (gestão do tempo, responsa-
1
important skills in the training of professionals bilidade e planejamento), habilidades estas impor-
Departamento de Nutrição
e Saúde, Universidade committed to the national health policy. tantes na formação de profissionais comprometi-
Federal de Viçosa. Av. Peter Key words Education, Competency, Public health dos com a política nacional de saúde.
Henry Rolfs s/n, Campus
Universitário. 36570-000
Palavras-chave Educação, Competência, Saúde
Viçosa MG. pública
rmmitre@ufv.br
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Cotta RMM et al.

Introdução Para Lima7, a concepção dialógica de compe-


tência trabalha com o desenvolvimento de capa-
No Brasil, o novo paradigma de ensino propos- cidades ou atributos (cognitivos, psicomotores e
to pelas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) afetivos) que, ao serem combinados, produzem
dos cursos da área de saúde se assenta no pres- diferentes maneiras de realizar, com sucesso, as
suposto de mudança do processo de ensino- ações essenciais e as características de uma deter-
aprendizagem, dando protagonismo aos estu- minada atividade. Trata-se, portanto, de uma
dantes. As DCN prevêem mudanças curriculares abordagem holística, que necessita ser construída
que orientem uma formação profissional segun- no diálogo entre, por exemplo, professor-estu-
do as diretrizes e os princípios do Sistema Único dante, estudante-estudante, estudante-usuário2,8.
de Saúde (SUS), considerando as necessidades Baseado nas proposições do informe da Or-
de saúde individuais e coletivas e reorientando o ganização das Nações Unidas para a Educação, a
modelo assistencial, de forma a valorizar a pro- Ciência e a Cultura (Unesco), realizado pela Co-
moção da saúde, salientando os seus determi- missão Internacional sobre Educação9, as com-
nantes sociais1-3. petências necessárias à formação profissional
Desde essa perspectiva, as DCN desafiam as delineiam-se em quatro linhas fundamentais:
formas cristalizadas tradicionais de ensino- Aprender a ser – o atuar com autonomia, juízo,
aprendizagem visando à formação de profissio- responsabilidade pessoal; Aprender a conhecer –
nais-cidadãos engajados na luta pela recupera- o assimilar conhecimentos científicos e culturais
ção da dimensão essencial do trabalho em saú- gerais e específicos, que se completarão e atuali-
de: a produção de cuidados em resposta às de- zarão ao longo de toda a vida; Aprender a fazer –
mandas sociais. Destarte, utilizar metodologias o adquirir procedimentos que ajudem a afrontar
ativas e inovadoras significa apostar em uma edu- as dificuldades que se apresentem na vida e na
cação que desenvolva processos críticos de ensi- profissão; Aprender a conviver e a trabalhar jun-
no-aprendizagem, que desperte a criatividade e tos – o compreender melhor os demais, o mun-
se baseie nela, que apresente as situações como do e suas inter-relações.
problemas a resolver; ou seja, uma formação que Uma educação centrada em competências se
se aproxime tanto quanto possível da vida real4. torna, desta forma, uma abordagem didática
Tal proposta requer uma renovação profun- orientada para a execução imediata de habilida-
da da docência universitária, com reformulação des, sendo um enfoque que contempla uma
de uma série de conceitos em que se baseia o en- aprendizagem necessária para que o estudante
sino superior “tradicional”, cujo ponto central atue de maneira ativa, responsável e criativa na
deixa de ser o ensino e passa a ser o processo de construção de seu projeto de vida, tanto pessoal
aprendizagem1-4. e social como profissional7.
Na prática isso significa preparar os estudan- Nessa perspectiva, o portfólio representa uma
tes para um aprendizado autônomo, definido ferramenta útil não só como instrumento de ava-
por Freire5 como um aprender que respeita a liação do desempenho, mas também como es-
curiosidade do educando, sua inquietude e lin- tratégia para estimular a aprendizagem centrada
guagem, incentivando a liberdade e a busca de nas competências – o aprender fazendo6,8,9. Tra-
identidade no processo de ensino-aprendizagem. ta-se de encarar a educação a partir de uma pers-
O aprendizado autônomo dá mais importância pectiva diferente – “se aprende o que se faz e o
ao domínio de ferramentas do ensino do que a que se faz se aprende. Esqueço o que ouço, lem-
mera acumulação de conteúdos, outorgando um bro o que vejo e aprendo o que faço”8.
novo papel aos materiais didáticos, que passam Nesse contexto, o portfólio coletivo surge en-
a ser recursos capazes de gerar conhecimentos tão como um método orientado especialmente à
significativos e que facilitam a inserção do estu- mudança de aptidões e atitudes, articulando os
dante no processo de aprendizagem6. âmbitos afetivos, emocionais e vivenciais dos su-
Esta mudança paradigmática – de conteúdo jeitos com aqueles relacionados aos conhecimen-
para aprendizagem, de processo para resultados tos, capacidades e habilidades, favorecendo a co-
– conduz à necessidade de implementação de es- operação e a interação social entre estudantes-
tratégias pedagógicas mais ativas e inovadoras. estudantes e professores-estudantes, vivendo e
Necessita-se, portanto, a utilização de novos ins- experimentando as dificuldades do trabalho em
trumentos pedagógicos que permitam alcançar equipe1,8. Constitui-se assim em uma ferramenta
competências importantes para o exercício aca- estratégica na promoção da competência do
dêmico e profissional. aprender a conviver e a trabalhar juntos, tão ne-
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cessária para o trabalho em equipes multiprofis- traem deles toda a análise, organizando-os e in-
sionais e transdisciplinares na área da saúde. terpretando-os segundo os objetivos da investi-
Além disso, o portfólio coletivo como méto- gação proposta, denominam-se análise docu-
do de aprendizagem ativo e inovador “se baseia mental13. Esta análise é representada por docu-
no protagonismo do estudante e do grupo; do mentos autênticos, denominados fontes primá-
primeiro como ser individual que pode aportar rias; no caso deste estudo, esse corpus consti-
muito a seu próprio processo de ensino-apren- tuiu-se pelos portfólios que possibilitaram a ob-
dizagem, e do segundo como espaço privilegiado servação de um processo de maturação dos gru-
de aprendizagens” promovendo assim a compe- pos por meio da ampliação de conceitos, conhe-
tência do aprender a ser. De igual maneira, como cimentos, comportamentos e práticas14,15.
metodologia ativa “se fundamenta nos proces- Assim, foram analisados um total de 34 por-
sos de intercâmbio (de conhecimentos, experiên- tfólios construídos por grupos, composto em
cias, vivências, sentimentos), de resolução cola- média por 6 estudantes, nos anos de 2008, 2009 e
borativa de problemas e de construção coletiva 2010, correspondendo a um total de 260 estudan-
de conhecimentos, que se propicia entre os sujei- tes. Os portfólios configuraram-se em metodo-
tos que compõem o grupo”8. logia de ensino, aprendizagem e avaliação utiliza-
O portfólio é um método que proporciona da na disciplina de Políticas de Saúde de forma
um processo ensino-aprendizagem ativo, cujo articulada para os cursos de graduação de Enfer-
enfoque metodológico se baseia na comunicação magem e Nutrição, em um contexto prático e teó-
dialógica entre os diferentes sujeitos; a intenção é rico, cujo propósito foi promover o aprendizado
que os estudantes desenvolvam além de conheci- sobre as políticas de saúde, destacando-se o SUS,
mentos, atitudes e habilidades. “É na ação, no enquanto política sanitária brasileira.
desempenho perante as situações da prática que Os portfólios foram datados cronologica-
o estudante pode utilizar conhecimentos e habili- mente (P2008, P2009, P2010) conforme o ano
dades resignificados por meio do conjunto de seus em que foram desenvolvidos, e numerados alea-
valores pessoais”7. O que se pretende é que “os toriamente (n. 1, n. 2, ..., n. 34) de forma a possi-
alunos cheguem a ser autônomos, o qual passa bilitar uma organização do acervo para poste-
necessariamente por fomentar-lhes a capacidade rior análise e apresentação dos dados. O foco de
de analisar, avaliar e emitir juízos”10, característi- análise nos portfólios foram as narrativas seleci-
cas próprias da competência aprender a ser. onadas a partir das avaliações e autoavaliações
Desde essa perspectiva, este estudo tem por contidas no teste, realizadas pelos docentes e pe-
objetivo analisar a construção de portfólios co- los estudantes, respectivamente, de forma des-
letivos na disciplina de Políticas de Saúde em uma critiva. Seguindo os preceitos da avaliação for-
universidade pública brasileira, identificando as mativa, o processo de avaliação dos portfólios
competências aprender a ser e aprender a convi- foi contínuo e longitudinal, sendo realizado men-
ver e a trabalhar juntos, desenvolvidas pelos es- salmente ao longo do semestre letivo, totalizan-
tudantes na construção deste método de ensino- do quatro avaliações semestrais. Todas as cons-
aprendizagem. truções, reflexões e documentos que compunham
Ressalta-se o papel do portfólio como indutor os 34 portfólios estudados fizeram parte das aná-
do trabalho em equipe, à potencialização do pen- lises realizadas neste estudo, sendo subdivididos
samento critico e reflexivo11,12, ao intercâmbio de em apartados, conforme descrito na Figura 1.
conhecimentos e experiências, constituindo-se em A análise e o tratamento dos dados se deram
pontos de partida para as reflexões individuais e por meio da análise temática, com recorte do tex-
coletivas dos discentes, aos desafios impostos à to em unidades comparáveis, sob a forma de ca-
implementação de uma política de saúde univer- tegorização. As categorias são classes que reú-
sal, equitativa e inclusiva, como pretende ser o SUS nem um grupo de elementos sob um título gené-
no Brasil, em um contexto adverso de iniquidades rico agrupados em razão das características co-
sociais regidos pela lógica de mercado. muns. A categorização tem por finalidade forne-
cer uma representação simplificada dos dados
brutos, que passam a dados organizados, e com-
Métodos porta duas etapas: o inventário, no qual os ele-
mentos são isolados; e a classificação, na qual os
Trata-se de pesquisa qualitativa, utilizando-se a elementos são repartidos, ou organizados16.
análise documental. Os estudos baseados em Inicialmente procedeu-se uma leitura flutuan-
documentos como material primordial que ex- te dos portfólios, para estabelecimento das cate-
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gorias presentes no corpus documental. Após o


agrupamento das categorias, foram identifica-
Individualmente cada aluno
descreveu sobre sua das competências adquiridas pelos estudantes no
inscrição história no mundo processo de construção do portfólio baseado nas
- “quem sou eu, de onde eu proposições do informe da Unesco9, o qual aloca
vim e para onde eu vou”;
Minha Coletivamente os membros o conceito de competência quando concretiza os
trajetória do grupo escreveram sobre a objetivos do sistema educativo em quatro linhas
(memórias) percepção que tinham sobre fundamentais (Figura 2).
seus colegas - “quem sou eu
na visão do outro” O conceito de competência ocupa, no pre-
(características pessoais, sente estudo, uma posição central abrangendo
afetos, qualidades, quatro pilares: “saber e compreender” (dimen-
habilidades...).
são cognitiva de uma determinada área de co-
nhecimento acadêmico, a capacidade de saber e
compreender – no caso desta disciplina, o co-
nhecimento se refere à política e à saúde em geral,
e ao SUS, em especifico); “saber como agir” (di-
Trabalhos, resenhas, sínteses,
mensão/habilidades psicomotor e atitudinal –
resumos, relatos de práticas,
Aprendendo situações problemas, enfim, “saber como ser” (dimensão atitudinal, valores
com o grupo todas as atividades relacionados à posição e ao enfrentamento dian-
orientadas na disciplina e
te da vida frente a determinadas circunstâncias
realizadas em grupo.
do contexto social, da realidade e das inter-rela-
ções)17,18; “saber conviver e trabalhar juntos” (ati-
tudes que favoreçam o agir em projetos comuns,
integração entre os indivíduos, desenvolvimento
Espaço onde o grupo é livre da compreensão mútua e paz)10. “Associado ao
para ser criativo. Uso de conceito de competência está o de resultados da
Espaço de charges, poemas, músicas,
fotos, desenhos..., aprendizagem que reporta ao que um estudante
criatividade
pesquisados na mídia escrita e deve saber, compreender e/ou ser capaz de fazer
eletrônica, e/ou criados pelo no final de um período de aprendizagem, que
grupo; sempre acompanhado
de reflexões críticas. pode ser uma unidade, um módulo, uma disci-
plina, um ano ou um ciclo de formação”8.
Este estudo é parte de um projeto de inova-
Figura 1. Apartados – Subdivisões propostas para a ção em docência universitária, desenvolvido no
estruturação dos Portfólios. PRODUS – Programa de Inovação em Docência

APRENDER A

S S S S

SER CONHECER FAZER CONVIVER E A


TRABALHAR JUNTOS

S S S S

O atuar com O assimilar conhecimentos O adquirir procedimentos O compreender


autonomia, juízo, científicos e culturais gerais e que ajudem a afrontar as melhor aos demais,
responsabilidade específicos, que se dificuldades que se o mundo e suas
pessoal. completarão e atualização ao apresentem na vida e na inter-relações.
longo de toda a vida. profissão.

Figura 2. Linhas fundamentais da educação centrada em competências.

Fonte: Adaptado de Lizarraga17.


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Universitária da UFV e financiado pela Capes, Pela análise dos portfólios percebeu-se que os
Edital AUX- PE- Pró-Ensino na Saúde 2034/2010. estudantes, ao descreverem sobre sua inscrição
Foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa histórica no mundo resgataram vivências, expe-
protocolo 091/2010, em consonância com o dis- riências e projetos de vida inscritos no passado e
posto na Resolução 196/9619 do Conselho Nacio- presente. Construir um relato que versasse sobre
nal de Saúde do Brasil. o “quem sou eu, de onde eu vim e para onde vou”,
motivou nos estudantes diversos sentimentos e
abriu a possibilidade para, por exemplo, o resga-
Resultados te e a reflexão sobre os acontecimentos e as pes-
soas que participaram da construção de suas his-
Conforme se demonstra na Figura 3, a análise tórias de vida, e que muitas vezes estavam escon-
dos portfólios possibilitou a identificação das didas no passado – relembraram a infância, as
competências exercitadas pelos estudantes. Neste histórias familiares, as alegrias, as tristezas, as per-
estudo, optou-se por trabalhar com as compe- das e as conquistas; a reflexão sobre suas escolhas
tências aprender a ser e aprender a conviver e a no presente e suas relações com a opção de ser
trabalhar juntos, entendendo-se o portfólio como um profissional da saúde, a busca pela indepen-
ferramenta facilitadora da aquisição destas com- dência ao deixarem o seio familiar e as experiênci-
petências, ao fomentar nos estudantes a possibi- as vividas morando fora de casa; e o pensar sobre
lidade do exercício de vivências pessoais e relacio- as expectativas e incertezas que o futuro reserva-
nais, facilitando a descoberta de potencialidades va, tanto no âmbito da disciplina de Políticas de
para a prática profissional no campo da saúde. Saúde, quanto nas aspirações, sonhos e ilusões
Aprender a ser: Quem sou eu, de onde eu vim, sobre a formação profissional, e o ideal de profis-
para onde eu vou? sional que aspiravam ser.
Neste estudo o aprender a ser (Figura 1) foi O que se percebeu foi que estas narrativas
representado pelas atividades desenvolvidas no foram vivenciadas com tanta intensidade que os
apartado – minha trajetória (memórias), con- alunos relataram o quanto foi difícil falar (escre-
forme demonstrado na Figura 2, no qual a lógi- ver) sobre si próprio, mas quando esta etapa foi
ca da proposta de reflexão sobre o ‘ser/estar no superada eles escreveram suas memórias, o que
mundo’, no âmbito do ambiente universitário, os transformou e os ajudou a se conhecerem e
centrou-se no investimento em uma escola refle- compreenderem melhor as pessoas e as circuns-
xiva frequentada por pessoas que pensam, sen- tâncias que fazem parte das suas histórias de vida.
tem, agem, interagem e colaboram entre si, en- As reflexões provocaram nos estudantes algo
fim, que exercitam o conviver e o trabalhar em parecido a uma catarse, decorrente de um inten-
conjunto20,21. so exercício de introspecção/reflexão e (re)visitas

SER

- Minha trajetória
- Memórias/reflexões

CONHECER APRENDER A FAZER

- Atividades orientadas - Atividades orientadas


- Buscas/pesquisas - Espaços de criatividade

CONVIVER
- Trabalho em equipe
- Pactos/negociações
- Exercício da alteridade,
compaixão e resiliência

Figura 3. Competências exercitadas pelos estudantes na construção dos Portfólios


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Cotta RMM et al.

a tempos e lugares “esquecidos”. O que possibili- [...] após cursar a disciplina Políticas de Saúde,
tou o exercício da metacognição, na medida em transformações visíveis são observadas em minha
que os estudantes refletiam sobre si, sobre o ou- vida [...] hoje sou diferente, mais crítica, reflexiva
tro e sobre a realidade, possibilitando a compre- [...] (P 2010, n. 10).
ensão do seu papel social e consequentemente do [...] Na disciplina adquirimos não só um co-
seu papel enquanto cidadão e futuro profissio- nhecimento teórico para a profissão, mas para a
nal da saúde. O estudante é incentivado a “sair vida, o que nos possibilitou uma visão mais ampla
do óbvio” (aceitação passiva do que a mídia apre- [...] (P2008, n.9).
senta), passando a utilizar dos subsídios teóri- [...] o que aprendi com o portfólio e com a dis-
cos – artigos, resenhas, e sínteses das pesquisas ciplina Políticas de Saúde é que tudo na vida é um
sobre a política de saúde que realizava, revendo processo em construção [...] (P 2010, n. 11).
suas posições frente ao mundo. Os achados deste trabalho apontam para o
Por outro lado, o exercício do grupo se reu- fato de que a construção dos portfólios potenci-
nir e escrever sobre as impressões/percepções que alizou nos acadêmicos as habilidades de comu-
tinha dos colegas – “quem é você pelo meu olhar?”, nicação – capacidade de escuta e de explanação
ofereceu para quem escreveu sobre o outro, a das ideias, possibilitando o exercício das compe-
oportunidade de prestar atenção às pequenas tências de avaliar, analisar e emitir juízo – apren-
coisas que caracterizaram o ser e estar no mun- der a ser.
do do colega, e a partir daí rever conceitos e pré- Assim, a formação do indivíduo crítico-re-
conceitos, transformando-se. E para quem es- flexivo, proporcionada pelo portfólio, foi especi-
cuta/lê sobre “quem sou eu no olhar do outro”, almente verificada quando os estudantes relata-
foi apontado pelos estudantes como uma expe- ram a transformação da visão negativa que ti-
riência que ao mesmo tempo em que incomoda- nham sobre o SUS antes da disciplina – uma
va e gerava tensão, surgiu como uma oportuni- política ineficiente e precária – uma política po-
dade de rever posturas e atuações que se tem na bre para os pobres, para uma visão positiva que
vida, sendo igualmente transformadora. foi sendo construída ao longo do curso – uma
Os trechos abaixo extraídos dos portfólios política que tem como princípios a equidade, a
ilustram o exposto: integralidade e a universalidade, conforme se ilus-
[...] hoje sou mais madura e responsável [...] tra na Figura 4.
aprendi a conviver com as divergências [...] foi Esse processo de transformação crítica dos
muito importante e interessante contar sobre mi- estudantes foi decorrente do exercício das habili-
nhas vivências, meus medos e sonhos e poder re- dades de comunicação, gestão da informação
lembrar tudo que passei e todos os desejos que rea- (busca, seleção, análises e avaliação das informa-
lizei [...] falar de mim é uma oportunidade de re- ções procedentes de diferentes fontes), liderança,
pensar minhas atitudes e condutas como forma de cooperação e relações humanas (trabalho em
melhorar o futuro [...] (P2010, n. 6). equipe, ética e reconhecimento da diversidade),
[...] O que o portfólio me fez aprender? [...]
aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a
conviver [...] é mais do que todos os outros apren-
dizados... ajudou-me a começar a ver a importân-
cia que tem o aprender a ser [...] (P2008, n 8).
[...] adquirimos autoconfiança e desenvolve-
mos habilidades necessárias para trabalharmos em
grupo [...] o grupo me proporcionou a chance de
me conhecer melhor, de descobrir meus pontos fra-
cos e melhorá-los a cada dia [...] essa convivência
fez de mim uma pessoa melhor [...] (P2010, n. 5).
Assim, os depoimentos presentes nos por-
tfólios apresentam relatos sobre o crescimento e
as transformações pessoais a partir dos contex-
tos sociais e das inter-relações vivenciadas pelo
Figura 4. Representação gráfica dos estudantes
trabalho em grupo.
sobre os aspectos negativos e positivos relativos à
[...] Hoje, após 4 meses de curso percebo que implantação/implementação do SUS.
cresci. Aprendi a ouvir, expor minhas opiniões [...]
(P2010, n. 3). Fonte: Portfólio, 2010, no1.
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além de competências pessoais (gestão do tempo, coletiva de um trabalho, aliado a uma profunda
responsabilidade e planejamento), tudo isso com mudança na visão sobre o processo saúde-doen-
motivação, habilidades essas muito importantes ça do SUS e a postura como estudante.
na formação de um profissional de saúde com- A construção coletiva, dinâmica e participa-
prometido com os preceitos do SUS8,10,22. tiva dos portfólios propiciou aos estudantes o
Neste estudo, analisou-se também a compe- exercício da competência aprender a conviver e a
tência Aprender a conviver e a trabalhar juntos, trabalhar juntos, sendo percebida como impor-
presente na construção de todos os apartados do tante exercício para o trabalho em equipe.
portfólio, no qual se verificou a possibilidade de [...] A construção do portfólio me acrescentou
convivência e trabalho em equipe, proporcionan- uma maior experiência para trabalhar em grupo,
do uma maior aproximação e cumplicidade do pois percebi que o empenho e a colaboração de to-
grupo, o exercício de paciência, alteridade, solida- dos foram importantes (P2009, n. 6).
riedade, respeito e a escuta mais qualificada, ha- [...] a estrutura menos formal (do portfólio)
bilidades importantes para o exercício da cidada- suscitou nosso espírito criativo e nos permitiu de-
nia, questão primordial para a implementação de senvolver esse lado pouco valorizado no mundo
políticas públicas equitativas e universais. acadêmico [...] para mim a mais importante con-
O trabalho em equipe realizou-se através das tribuição do portfólio foi no âmbito pessoal. Sem-
atividades desenvolvidas ao longo da construção pre fui muito individualista, tive poucas amizades
do portfólio e durante todo o semestre, ora em e extremamente perfeccionista [...] o trabalho em
sala de aula, ora em ambientes extraclasses. A equipe me fez ser um ser humano melhor, me mos-
análise dos portfólios evidenciou o desenvolvi- trou que juntos somos sempre mais e aquilo que
mento gradativo da construção coletiva das ativi- falta em mim sobra no outro [...] (P 2008, n.8).
dades – pouco a pouco e a cada avaliação dos Saber valorizar a diferença e confiar na capa-
portfólios pelo docente (4 avaliações ao longo do cidade do outro ajudaram os estudantes a com-
semestre), no qual os estudantes iam se transfor- preenderem melhor os colegas, nas suas comple-
mando, passavam de uma postura mais indivi- xidades. O outro demarca aqui papel primordial
dualista para uma atitude mais coletiva e de tra- no convívio e nas relações que pressupõem alte-
balho em equipe (Figura 5). Quanto mais a disci- ridade e resiliência, virtudes essenciais para o tra-
plina se desenvolvia, mais o sentimento de grupa- balho em equipe. Sendo este uma estratégia do
lidade ia se sedimentando nas equipes. No apren- SUS para a transformação do atual modelo de
der fazendo, os alunos construíram uma história assistência à saúde (curativista, biomédico, cen-
diferente, passando de uma simples divisão de trado no hospital), para um modelo cuja ênfase
tarefas e atividades individuais para a construção é a Atenção Primária à Saúde (destaque à pro-
moção da saúde e prevenção de agravos e enfer-
midades, com foco na família, comunidade e tra-
balho multiprofissional e interdisciplinar), sali-
enta-se a possibilidade do exercício destas dimen-
sões ao longo do processo de construção do por-
tfólio ao permitir a troca de informações, o con-
vívio, o diálogo e o exercício de pactuações.
[...] O portfólio nos permitiu resgatar valores
como união, respeito, cooperação, participação,
envolvimento e comprometimento [...] o desafio é
saber valorizar a diferença e tornar os inevitáveis
conflitos em impulsionadores do crescimento e da
produtividade [...] (P 2008, n. 9).
[...] Trabalhei minha paciência e minha tole-
rância. Devido ao fato de não ser capaz de fazer
tudo sozinha tive que aprender a confiar na capa-
cidade dos outros também (P. 2008, n.8).
Figura 5. Representação gráfica dos estudantes [...] O portfólio é uma obra de arte da vida. Ou
acerca das mudanças de percepções e conceitos,
melhor, das vidas. Vidas que se encontram, que se
oportunizados pelo trabalho em grupo durante a
construção dos portfólios.
tocam, que se amam ou se odeiam, mas sempre se
permutam, produzindo uma nova forma de viver
Fonte: Portfólio, 2010, no 1. o mundo (P2010, n. 11).
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Cotta RMM et al.

Discussão Salienta-se que o ato de trabalhar com o ou-


tro, relacionado ao “Aprender a conviver junto”,
Os achados do presente estudo demonstram que foi potencializado durante toda a construção dos
o portfólio foi percebido pelos estudantes como portfólios, proporcionando o desenvolvimento
um instrumento relevante na aquisição de com- das competências de comunicação, liderança,
petências e de descobertas sobre si próprio, so- tomada de decisões, além de atitudes de resiliên-
bre o outro, e sobre a realidade social e de saúde cia, compaixão, alteridade, pactuações, e exercí-
do mundo onde habitam, estimulando assim o cio contínuo do compromisso ético, humanísti-
desenvolvimento por meio da interpretação e co e social com o trabalho e com a equipe num
reinterpretação do cotidiano vivido de forma crí- processo de construção de soluções coletivas e
tica e reflexiva, o que vai ao encontro dos estudos democráticas para os problemas apresentados1,2.
desenvolvidos por Cotta et al.1,4 e Noguero8. A construção dos portfólios ao longo do se-
De acordo com Noguero8, as instituições for- mestre letivo estimulou também a discussão e a
madoras não têm privilegiado em seus proces- argumentação pelos grupos de trabalho sobre
sos educativos o desenvolvimento dos eixos questões referentes às políticas de saúde com ên-
“Aprender a ser” e “Aprender a conviver e a tra- fase no SUS, incentivando o exercício do traba-
balhar juntos”, focando seus processos de ensi- lho em equipe. Os estudantes, em seus depoi-
no-aprendizagem essencialmente nos aspectos mentos, destacaram a importância de que o tra-
técnicos, o “Aprender a fazer”. É neste contexto balho em equipe se inicie no âmbito universitá-
que se insere o portfólio reflexivo da forma como rio, propiciando o aprimoramento das relações
foi evidenciado no presente estudo, na medida interpessoais e a valorização da comunicação23.
em que além dos conteúdos trabalhados na dis- Destarte, investir na formação por meio de
ciplina, priorizou também o desenvolvimento portfólios reflexivos significa uma aposta em uma
integral do ser humano, preparando-o não só nova epistemologia ligada à práxis, onde a ação é
para o mundo do trabalho, mas também para a ao mesmo tempo condição e garantia da apren-
vida, contribuindo para a formação de indivídu- dizagem. Nesta proposta, o estudante passa de
os em todas as suas dimensões. uma postura dependente, receptiva, passiva, in-
Nessa perspectiva, a educação para o traba- dividual e pouco comprometida, para uma ati-
lho na saúde, voltada à problematização da rea- tude autônoma, participativa, de equipe, com-
lidade e ao perfil profissional consoante às DCN prometida e implicada com o seu processo de
– formar egressos críticos, reflexivos, humanis- ensino, aprendizagem e avaliação.
tas, éticos, com formação generalista, capazes de Há que se ressaltar, todavia, que no contexto
conhecerem e intervirem sobre os problemas/si- da disciplina de Políticas de Saúde, o portfólio apre-
tuações de saúde-doença2 requer a aquisição de sentou-se como um método a serviço dos objeti-
algumas competências desenvolvidas/adquiridas vos de aprendizagem, e não um fim em si mesmo.
durante a graduação. De forma complementar, A ideia de educação por meio de portfólios repre-
as competências relativas ao “Aprender a ser”, di- sentou um cenário de aprendizagem em que o alu-
zem respeito ao desenvolvimento integral da pes- no, mediante a criatividade, foi o agente de sua
soa (espírito e corpo, inteligência, sensibilidade, própria aprendizagem, o que vai ao encontro dos
sentido estético, responsabilidade pessoal e espi- estudos de Noguero8. A verdadeira aprendizagem
ritualidade, formulação do pensamento critico, deve compreender mudanças construtivas, com
seus juízos de valor), elementos nucleares para a transformações em nível formativo, cognitivo, ati-
inserção no mundo como profissional-cidadão, tudinal e referentes a habilidades e destrezas, o que
o que foi evidenciado no processo de construção foi identificado pelos estudantes no processo de
dos portfólios coletivos21. construção dos portfólios reflexivos.
Os portfólios coletivos, portanto, constitu- Durante o semestre letivo, o papel dos estu-
em-se em estratégias privilegiadas de ensino e dantes foi se transformando gradativamente. Fo-
aprendizagem, já que estimulam o exercício do ram se empoderando, percebendo-se capazes de
pensamento crítico, a autonomia e o compro- estruturar, construir e desconstruir hipóteses de
metimento com o trabalho em equipe, criando a trabalho, selecionando as informações e refletindo
cultura de aprendizado ao longo da vida. Os alu- criticamente sobre os fatos, as teorias e os valores
nos se convencem de que necessitam ir em busca nelas presentes de forma implícita ou explícita.
do saber, e assim conquistam uma postura mais Neste estudo, os portfólios constituíram-se
ativa diante de sua formação acadêmica20. em um método de aprendizagem dinâmico defi-
1855

Ciência & Saúde Coletiva, 18(6):1847-1856, 2013


nido em função de um objetivo que foi bem deli- Desta forma, o portfólio apresentou-se como
neado, que integrou um processo de descrição- um método capaz de levar os estudantes a coleci-
narração-reflexão-(meta) relativo às experiênci- onar suas opiniões, dúvidas, dificuldades, reações
as práticas e às teorias que o sustentaram; os aos conteúdos e aos textos estudados e às técnicas
estudantes recorreram a fontes múltiplas de evi- de ensino, sentimentos e situações vividas nas re-
dências (relatos, fotografias, observações, instru- lações interpessoais, oferecendo subsídios para a
mentos de pesquisa, textos de apoio, autorrefle- avaliação do estudante, do educador, dos conteú-
xões, charges, poemas, músicas...); constituin- dos e das metodologias de ensino-aprendizagem.
do-se portanto em um documento autêntico Caracterizou-se, portanto, como um instrumen-
(existiu uma ligação direta entre os fatos experi- to de avaliação formativa, por promover uma
enciais e os seus relatos, tidas como parte da evi- aprendizagem pautada no feedback professor-es-
dência); permitiu o acompanhamento do cresci- tudante e estudante-estudante, por desenvolver
mento e a mudança no conhecimento dos estu- competências respeitando o ensino em diferentes
dantes ao longo do tempo; representou uma contextos, focando em resultados centrados no
construção única, uma criação singular dos dis- processo, e não na forma pontual,classificatória e
centes que apresentaram sínteses pessoais e cole- quantitativa utilizada nas avaliações tradicionais,
tivas de compreensão integrada e integradora das apresentando-se como facilitador da reconstru-
dimensões teóricas e práticas do conhecimento, ção e re-elaboração, por parte dos estudantes, de
do ensino, da aprendizagem, dos contextos e dos seu processo de aprendizagem.
valores acadêmicos. Podendo-se inferir, portan-
to, que os portfólios aqui analisados revelaram-
se transformadores e transformantes22.
Os portfólios mostraram-se, portanto, es-
tratégicos para o exercício das competências
“Aprender a ser” e “Aprender a conviver e a tra-
balhar juntos”, investindo na formação de futu-
ros profissionais de saúde comprometidos com
a cidadania, a responsabilidade e a justiça social,
dimensões estas preconizadas pela política de
saúde brasileira – o SUS.

Considerações finais Colaboradores

Em educação o portfólio apresenta várias possi- RMM Cotta, GD Costa e ET Mendonça partici-
bilidades, tendo como principal fator de apren- param igualmente de todas as etapas de elabora-
dizagem a construção pelo próprio estudante ou ção do artigo.
grupo de estudantes.
Na disciplina de Políticas de saúde o portfólio
constituiu-se em um conjunto de trabalhos no Agradecimentos
qual os estudantes retrataram suas histórias de
vida, seus progressos e realizações, destacando a O presente trabalho foi realizado com o apoio
participação destes na seleção e julgamento dos da CAPES (Edital: AUX-PE-PRO-ENSINO-
conteúdos procurados, o que promoveu uma re- SAÚDE 2034/2010 – Processo No.23038.009788/
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1856
Cotta RMM et al.

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