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UNIVERSIDADE FEDERL DO PIAUÍ

CAMPUS MINISTRO PETRÔNIO PORTELA


CENTRO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO – CCE
LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

ANA CAROLINA DE SOUSA SILVA DE OLIVEIRA

A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA INFANTIL NA FORMAÇÃO DE CRIANÇAS


LEITORAS

TERESINA
2021
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO…………………………………….............................................................7

2. METODOLOGIA.................................................................................................................8

2.1. NATUREZA DA PESQUISA.............................................................................................8

2.2. DELINEAMENTO DA PESQUISA...................................................................................8

2.3. PROCEDIMENTOS............................................................................................................9

2.4. ORGANIZAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS......................................................................9

3. A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA INFANTIL NA FORMAÇÃO DE

CRIANÇAS LEITORAS........................................................................................................10

4. LITERATURA INFANTIL: BREVE ANÁLISE HISTÓRICA.....................................12

4.1. A ORIGEM DA LITERATURA INFANTIL....................................................................12

4.2. A ORIGEM DA LITERATURA INFANTIL NO BRASIL..............................................15

5. O CONCEITO DE LITERATURA INFANTIL..............................................................18

5.1. A LITERATURA INFANTIL PARA ALÉM DOS PARADIDÁTICOS.........................18

5.2. LITERATURA INFANTIL: OS DESAFIOS DE UM ENSINO ESCOLARIZADO.......20

6. ESCOLA E LITERATURA: INCONTÁVEIS POSSIBILIDADES NA EDUCAÇÃO

INFANTIL...............................................................................................................................23

6.1. PROJETO A.......................................................................................................................23

6.2. PROJETO B.......................................................................................................................25

7. LITERATURA INFANTIL NA PRÁTICA: RESULTADOS E

DISCURSÕES.........................................................................................................................26

7.1. O PROFESSOR E SUAS CONCEPÇÕES DE LITERATURA INFANTIL....................28

7.2. A LITERATURA INFANTIL NO ÂMBITO ESCOLAR................................................30

CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................................32

REFERÊNCIAS......................................................................................................................33
1. INTRODUÇÃO

Quando falamos de Literatura Infantil é provável que a nossa mente formule a figura
de um livro, contendo histórias curtas, com páginas bem coloridas, cheias de gravuras e com
personagens nada convencionais. De modo geral, a Literatura Infantil é conceituada por
muitos teóricos como produções textuais destinadas as crianças, no entanto, há estudos que
ampliam esse conceito, incluindo o teatro, o folclore, a música, as histórias em quadrinhos, os
relados de seus avós, entre outros.
Nessa concepção, a escola precisa propor atividades que estimulem as crianças a
desenvolverem o encanto pelos livros, através das incontáveis possibilidades que a Literatura
Infantil concede no âmbito das letras, tendo em vista, que muitas vezes o primeiro contato das
crianças com esse universo é na escola, e caso a instituição de ensino não esteja apta a
apresenta-la de forma criativa não desenvolveram o prazer pela leitura.
Jesualdo (1993, p.38) afirma que “as crianças leem naturalmente aquilo que gostam,
porque existe algo em comum entre seu gosto e a obra que leem”. De fato, as práticas
literárias na escola devem considerar as preferências das crianças, o seu imaginário, o seu
contexto social e familiar, elas leem o que gostam, por essa razão, a escolha dos livros infantis
não podem ser somente de caráter educativo, mas que despertem o prazer pela leitura através
dos seus sentidos da criança (visão, audição, tato, paladar e o olfato).
A Base Nacional Comum Curricular define que a aprendizagem e o desenvolvimento
da criança acontecem pelas interações e brincadeiras, e especificamente no campo corpo,
gestos e movimentos destaca-se que a criança aprende explorando o mundo pelos seus
sentidos.

Com o corpo (por meio dos sentidos, gestos, movimentos impulsivos ou


intencionais, coordenados ou espontâneos), as crianças, desde cedo, exploram o
mundo, o espaço e os objetos do seu entorno, estabelecem relações, expressam-se,
brincam e produzem conhecimentos sobre si, sobre o outro, sobre o universo social e
cultural, tornando-se, progressivamente, conscientes dessa corporeidade (BRASIL,
2018, p. 40).

É indispensável destacar nessas reflexões iniciais um dos grandes desafios


relacionados a leitura na atualidade, a falta de referência, hoje os adultos estão sempre
ocupados com seus smartfones e com suas rotinas de trabalho, e quando possuem um poder
aquisitivo de compra, logo entregam tecnologias aos cuidados das crianças, proporcionado um
ambiente com maiores distrações. O livro já não é mais tão atrativo.
O interesse pela temática Literatura Infantil nasceu em uma disciplina do 4º período do
curso de Pedagogia da Universidade Federal do Piauí - UFPI ministrada pela profa. Ma.
Wilma Avelino de Carvalho no ano de 2019 em Teresina-PI, a partir das reflexões propostas
pela professora percebi a importância da Literatura Infantil para a formação de crianças
leitoras e das inúmeras possibilidades de seu uso nesse contexto de ensino que vão além do
livro de histórias infantis, mas que despertam o prazer pelos livros e pela leitura.
Atrelado a isso, participei de alguns programas de iniciação à docência ofertados pela
capes como bolsista: PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência) e RP
(Residência Pedagógica), na qual possibilitaram experiências na Educação Infantil de alguns
escolas públicas de Teresina, verifiquei o pouco conhecimento dos professores sobre o
conceito de Literatura Infantil que resumia-se apenas aos livros educativos de histórias
infantis, e isso advém do fato da formação de Pedagogia exigida a eles só possua uma
disciplina destinada a esse assunto, algo que deveria ser estudado de uma forma mais ampla
pela importância da Literatura Infantil na formação de leitores e pela sua constante frequência
nos planos de aulas.
Em consequência dessa falta de conhecimento as práticas pedagógicas de Literatura
Infantil são alusivos apenas a leitura de livros infantis na sala de aula ou no pátio da escola,
muitas vezes sem a escolha adequada do livro para a faixa etária da turma, observa-se também
dificuldades na entonação de voz na hora da leitura que não despertam o imaginário das
crianças, não existe um cuidado na preparação do ambiente para o momento da leitura, a
repetição excessiva dos mesmos livros e das mesmas histórias infantis tornam-se cansativos, e
em algumas instituições de ensino não podemos tocar nos livros, inclusive as crianças, porque
são novos e devem ficar guardados no armário, esses problemas resultam em desinteresse das
crianças em relação a leitura, distanciando-as dos livros.
Então, após essas reflexões originou-se a seguinte questão norteadora: Como a
Literatura Infantil colabora para a formação de leitores na Educação Infantil?
Em resposta a essa indagação temos como objetivo geral compreender como a
Literatura Infantil colabora na formação de crianças leitoras nessa etapa de ensino, nesse
sentido, os objetivos específicos dividem-se em dois, o primeiro é reconhecer a Literatura
Infantil além dos paradidáticos, o segundo é investigar e analisar as práticas pedagógicas
desenvolvidas na Educação Infantil com foco na formação de leitores.
O presente estudo preocupou-se também em investigar alguns projetos literários
destinados ao público infantil, pois são importantes ferramentas na formação de crianças
leitoras, especialmente em comunidades carentes, onde o acesso ao livro acontece de forma
precária, os idealizadores desses projetos costumam trabalhar com gêneros literários de forma
criativa, através de músicas, de danças, de poesias, do teatro e etc.
E apesar do pouco incentivo que recebem por parte das autoridades governamentais
conseguem transformar a vidas de inúmeras crianças pelo acesso aos livros.
2. METODOLOGIA
A metodologia corresponde aos métodos utilizados para o alcance dos objetivos
propostos no estudo, desse modo, muitas vezes é denominada como um caminho ou um
trajeto para ser seguido, sobre tudo, conduz a pesquisa para o campo cientifico por meio
de técnicas já comprovadas. Assim, esse trabalho torna-se um conhecimento embasando
na ciência que traz reflexões sobre as práticas literárias na Educação infantil.

Gil (2008, p.27) ao se referir a metodologia afirma: “Pode-se definir método como
caminho para se chegar a determinado fim. E método científico como o conjunto de
procedimentos intelectuais e técnicos adotados para se atingir o conhecimento”.

Minayo ao se referir a metodologia diz: “A metodologia inclui as concepções


teóricas de abordagem, o conjunto de técnicas que possibilitam a construção da realidade
e o sopro divino do potencial criativo do investigador”. (MINAYO, 1994, P.16)

Sendo assim, a metodologia é de imprescindível importância tanto para o


pesquisador quanto para a comunidade leitora, pois de princípio norteiam as ações do
investigador para a obtenção dos resultados, além do mais, possibilita ao leitor a
compreensão de todo o trajeto da pesquisa, contribuindo para sua melhor análise sobre o
tema que propôs a ler.

2.1. NATUREZA DA PESQUISA

A abordagem metodológica desenvolvida nesse trabalho é de caráter qualitativa,


tendo em vista, que o tema Literatura Infantil compreende ao campo das ciências sociais,
e essa não pode ser compreendido com dados matemáticos, todavia, seu estudo é através
de dados que são perceptíveis ao pesquisador, porém, não são palpável e nem
numericamente calculáveis.
De acordo, com Minayo (1994, p. 21) a pesquisa qualitativa: “[...] responde a
questões muito particulares. Ela se preocupa, nas ciências sociais, com um nível de
realidade que não pode ser quantificado”.
Minayo (1994, p. 22) afirma também que: “A abordagem qualitativa aprofunda-se
no mundo dos significados perceptível das ações e relações humanas, um lado não
perceptível e não captável em equações, médias e estáticas”.
Portanto, o objetivo dessa pesquisa não é trazer dados estatísticos sobre as práticas
literárias na Educação Infantil, desse modo, preocupa-se em permitir discussões sobre a
importância da Literatura na formação de crianças leitoras.

2.2. DELINEAMENTO DA PESQUISA

Esse trabalho configura-se em uma pesquisa de campo realizada em uma escola


pública de Teresina, como também no estudo de alguns projetos relacionados a Literatura
Infantil, optou-se por esse método pela necessidade de compreender o objeto de estudo em
seu caráter genuíno, ou seja, para além das pesquisas bibliográficas.

Neto (1994, p. 61) entende como pesquisa de campo a seguinte afirmação: “A


compreensão desse espaço não se resolve apenas por meio de um domínio técnico. É
preciso que tenhamos uma base teórica para podermos olhar os dados dentro de um
quadro de referências que nos permite ir além do que simplesmente nos está sendo
mostrado.”

Em ciências sociais, tendo como referência a pesquisa qualitativa, o trabalho de


campo se apresenta como uma possibilidade de conseguirmos não só uma
aproximação com aquilo de desejamos conhecer e estudar, mas também de criar um
conhecimento, partindo da realidade presente no campo. (NETO, 1994, p.51)

Dessa forma, a pesquisa de campo tem a finalidade de investigar juntamente com a


pesquisa bibliográfica os fenômenos sociais partindo da sua realidade, permitindo a
construção de conhecimentos que cabem a sua utilização na prática, retirando-se
meramente dos campos teóricos. E por fim, a pesquisa de campo proporciona dados que
só podem ser verificados pelo pesquisador na proximidade com o objeto de estudo, um
exemplo disso é a entrevista, que oferece dados que as literaturas bibliografias por si só
não proporcionariam.

2.3. PROCEDIMENTOS

Foram utilizados dois instrumentos de coleta de dados, a observação não-


participante e as entrevistas semiestruturadas. O primeiro, corresponde a observação do
objeto de estudo sem praticar nenhuma ação sobre ele, com isso, esse procedimento
alinha-se com os objetivos dessa pesquisa, na qual procurar entender como ocorrem as
práticas literárias na Educação Infantil, portanto, não podem ocorrer interferências, caso
contrário, os dados reais podem sofrer modificações.
Na observação não-participante, o observador toma contato com a comunidade,
com o grupo ou realidade estudada, mas sem integra-se a ela: permanece de fora
(MARCONI & LAKATOS, 2002, P. 90).
O segundo instrumento de coleta de dados foram as entrevistas semiestruturadas
com os professores de uma escola pública de Teresina.

Em geral, as entrevistas podem ser estruturadas e não-estruturadas, correspondendo


ao fato de serem mais ou menos dirigidas. Assim, torna-se possível trabalhar com a
entrevista aberta ou não-estruturada, onde o informante aborda livremente o tema
proposto; bem como com as estruturadas que pressupõem perguntas previamente
formuladas. Há formas, no entanto, que articulam essas duas modalidades,
caracterizando-se como entrevistas semi-estruturadas (NETO, 1994, p. 58).

Assim, as entrevistas semiestruturas permitem a formulação de perguntas


anteriores as entrevistas, entretanto, permitem também que outras questões advenham no
momento da entrevista, tendo em conta, que as respostas dos entrevistados trarão novos
elementos que possivelmente não foram pensados pelo entrevistador, pois permeiam os
campos das experiências, sendo assim, envolvem inúmeros fatores que podem abranger
até mesmo a formação do professor como a classe social dos seus alunos, logo, questões
previamente formuladas não conseguiram assegurar que todos esses fatores sejam
apresentados, sem antes ouvir o professor.

2.4. ORGANIZAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS

A análise dos dados é fundamentada no método hermenêutico-dialético com bases


nos estudados de Minayo (2014) na obra O desafio do conhecimento - pesquisa
qualitativa em saúde, embora seu uso tenha sido projetado para pesquisas relacionadas a
saúde, suas contribuições vão além disso, essa técnica mostra-se eficaz nas pesquisas das
áreas das ciências sociais.
O método hermenêutico-dialético é estruturado através das concepções da
hermenêutica e dialética dadas por Habemas e Gadamer na década de 60.
Minayo afirma em sua obra:

A partir dos anos 1960, o diálogo estabelecido por Habermas e Gadamer (1987) a
respeito da Hermenêutica e da Dialética veio beneficiar as discussões sobre métodos
em Ciências Sociais, uma vez que que esses dois autores buscaram forma de
objetivar a práxis de produção de conhecimento. (MINAYO, 2014, p. 342)
A autora explica que a junção da hermenêutica com a dialética contribuem de
forma significativa com as pesquisas de cunho social, pois enquanto a primeira preocupa-
se com a compreensão dos textos e dos discursos, a segunda propõe a análise crítica deles.
Minayo (2014, p. 343) declara nesse sentido que: “O casamento das duas abordagens é
fecundo na condução do processo, ao mesmo tempo compreensivo e crítico de estudo da
realidade social.”
A análise de dados então, é proposta da seguinte forma por Minayo: 1. ordenação
de dados; 2. classificação de dados; 3. análise final dos dados.
A ordenação de dados é a organização dos dados levantados na pesquisa.

Essa etapa inclui: (a) transcrição de fitas-cassete; (b) releitura do material; (c)
organização dos relatos em determinada ordem, o que já supõe um início de
classificação; (d) organização dos dados de observação, também em determinada
ordem, de acordo com a proposta analítica. Essa fase dá ao investigador um mapa
horizontal de suas descobertas no campo. (MINAYO, 2014, p. 356)

Sendo assim, houve a transcrição das falas dos entrevistados que abordaram os
pontos fundamentais para as reflexões sobre as práticas literárias na Educação Infantil. As
gravações foram consentidas por todos os professores.
A classificação de dados é o processo de separar as informações obtidas na
pesquisa por meio de categorias temas, vamos a um exemplo, entrevistamos 3 professores,
e fizemos a seguinte pergunta: Qual o recurso você mais utiliza nas aulas de Literatura
Infantil, a categoria tema dessa pergunta será Recursos Literários, as respostas foram as
seguintes: o entrevistado 1 respondeu que utiliza-se mais dos livros infantis, o segundo
afirma que utiliza-se mais das músicas, e o terceiro relata que sempre usa de histórias
infantis por meio dos livros, sendo assim, podemos refletir que as práticas literárias
naquela escola fundamenta-se em uma concepção tradicionalista, na qual o livro é o visto
como principal recurso para o uso da Literatura na Educação Infantil.
Minayo (2014, p. 358) sobre a classificação de dados: “No processo classificatório,
o pesquisador separa temas, categorias ou unidades de sentido, colocando as partes
semelhantes juntas, buscando perceber as conexões entre elas, e guardando-as em códigos
ou gavetas”.
E por fim, a análise final consiste em elencar as realidades encontradas no campo
relacionando-os aos teóricos que abordaram o assunto.
Nessa fase, Minayo (2014, p. 359) aborda o termo relatório final que corresponde
a uma síntese sobre as análises dos fenômenos estudados: “O relatório final de uma
pesquisa deve configurar-se como uma síntese, na qual o objeto de estudo reveste,
impregna e entranha todo o texto”.
Em suma, são as respostas das indagações que deram origem ao trabalho.
REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018.

BRASIL. Ministério da Educação. Secretária de Educação Básica. Diretrizes curriculares


nacionais para a educação infantil / Secretaria de Educação Básica. Brasília, 2010.

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisas. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2002.

JESUALDO. A literatura infantil. Tradução de: James Amado. 9. ed. São Paulo: Cultrix,
1993.

MARCONI, M. A; LAKATOS, E. M. Técnicas de pesquisa: planejamento e execução de


pesquisas, amostragens e técnicas de pesquisas, elaboração e interpretação de dados. 5.ed. São
Paulo: Atlas, 2002.

MINAYO, Maria Cecília de Souza (Org). Pesquisa social: teoria, método e criatividade.
Petrópolis, RJ: Vozes, 1994.

MINAYO, Maria Cecília de Souza. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em


saúde. 4.ed. São Paulo: HUCITEC-ABRASCO, 2014.

NETO, Otávio Cruz. O trabalho de campo como descoberta e criação. in: MINAYO (org).
Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Petrópolis, RJ: Vozes, 1994.

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