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Atividade 7 – Guilherme Alarcon Comelli - 11201810875

PONTO DE ESTUDO: Londrina – estação meteorológica do INMET de código


83766

a) Correlação entre a precipitação mensal padronizada e o Índice


Multivariado ENSO (MEI), para período concomitante, com defasagem de
0 a 12 meses:

Gráfico de correlação entre precipitação mensal


padronizada e MEI (2002-2013)
0,5
0,4
0,3
0,2
Correção (R)

0,1
0
-0,1
-0,2
-0,3
-0,4
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Defasagem temporal (em meses)

Gráfico 1: Correlação de Pearson entre o MEI e a precipitação mensal padronizada nos anos de
2002 a 2013 na cidade de Londrina, PR, com defasagem temporal de 1 a 12 meses.

Neste item “a”, foi calculado o CC (coeficiente de correlação) entre os dados de


precipitação mensal padronizados (para remover o ciclo sazonal e ficar na mesma escala
da outra variável) e os valores do MEI (Índice Multivariado ENOS) para cada mês do
intervalo de tempo equivalente ao período de 2002 a 2013. Este cálculo foi realizado por
meio da função CORREL das planilhas Excel e plotado posteriormente no formato do
gráfico 1.
Ao analisar o resultado obtido, existe uma clara oscilação do R de Pearson
conforme os meses de defasagem temporal. Essa correlação cruzada entre os valores
utilizados se apresenta de forma positiva e decrescente no período de defasagem do mês
de janeiro, chegando a um valor negativo em fevereiro. Após isso, o “R” passa a ser
crescente, porém ainda com uma correlação negativa até março. Do mês de março até
maio a correlação é positiva, o que indica que as duas séries se relacionam positivamente
em seus valores e ambas se influenciam. Depois desse pico no mês 5, a correlação oscila
novamente até o mês 12, com picos nos meses de julho, setembro e novembro, e com
vales nos meses de junho, agosto, outubro e dezembro.
Como o MEI utiliza de variáveis de pressão, componentes meridional e zonal do
vento, temperatura da superfície do mar, temperatura do ar e cobertura de nuvens para
sua análise estatística multivariada e obtenção dos valores baixados no site Physical
Sciences Laboratory, é evidente que haverá semelhanças entre seus dados e a precipitação
de Londrina, pois a chuva é resultado de diversos fatores e condições climáticas de mesma
origem do cálculo do MEI. Os meses de maior correlação indicam essa semelhança
apontada, onde os fenômenos de El Niño/La Niña influenciam diretamente na
precipitação mensal e anual de um local.

b) Casos de eventos extremos de precipitação (acima do quantil de 85% ou


abaixo do quantil de 15%) em anos de El Niño ou La Niña:

Tabela 1: Valores dos quantis para a precipitação total anual de Londrina (dados no
período de 1958-2018) nos anos de eventos extremos de precipitação e os eventos climáticos
equivalentes.

A tabela acima expressa ainda mais essa correlação relativa existente entre
precipitação e os eventos climáticos, a qual foi discutida no item “a”. Desta vez, os dados
de precipitação utilizados foram de precipitação total anual e foram selecionados os anos
que apresentavam eventos com ordem quantílica inferior a 15% (muito seco), em cor
bege, ou superior a 85% (muita chuva), em cor azul.
Os eventos El Niño e La Niña possuem impacto na temperatura e na
movimentação de massas de ar quentes e frias no globo terrestre, determinando e
regulando relativamente as temporadas de chuva anuais existentes. A presença do El Niño
de forma moderada ou forte normalmente representa um ano de temperaturas elevadas e
bastante chuva, ao contrário do La Niña, o qual define os episódios frios, de chuvas
reduzidas e temperaturas mais baixas.
A última coluna da direita da tabela possui os eventos climáticos equivalentes a
cada um desses anos de extremos climatológicos. É importante ressaltar que os anos com
ambos os eventos na verdade possuem trimestres mistos, com períodos de MEI positivo
(El Niño) e negativo (La Niña). Logo, os anos de 2006, 1983, 2016 e 2009 são mais
imprecisos para análise e não é possível tirar conclusões diretas neste texto.
Dito isso, é possível observar em alguns outros casos mais evidentes, como em
1984 e 2015, o efeito de cada um dos eventos. Em 1984, La Niña foi predominante e
esperava-se que a quantidade precipitação fosse menor, o que é exatamente o que
acontece se observar os resultados de precipitação total anual, com ordem quantílica de
aproximadamente 5,7%, representando um ano atípico de muita seca.
Em 2015, evento mais recente de extremos acima de 85% de ordem quantílica, o
El Niño foi muito forte e ocasionou chuvas em abundância no Sul do Brasil (onde
Londrina se encontra), o que pode ser demonstrado pelo altíssimo valor de chuvas
apresentado, com 2434 mm de chuva no ano (o maior de todo o período).
Por fim, esse padrão dos eventos climatológicos de cada ano é expresso
visualmente pelo gráfico 2 de MEI (abaixo), o qual é global, porém muito próximo da
realidade climatológica de Londrina. Para evidenciar o que foi relatado previamente, é
possível encontrar os valores negativos de MEI em 1984 a 1985 e os positivos de 2015 a
2016, representando o evento de La Niña moderado e El Niño muito forte
respectivamente.

Gráfico 2: Índice Multivariado ENOS versão 2 global no período de 1979 a 2021.

Após a análise completa dos resultados do item “a” e “b”, conclui-se que a
precipitação mensal/anual de Londrina é impactada pelo evento climatológico específico
de cada ano e que há correlação matemática variavelmente positiva entre alguns dos
valores de chuva e de MEI v.2 coletados.

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