Artigo original
Gynecol Obstet Invest 2012; 74: 76–83
DOI: 10.1159 / 000337720
Nervo elétrico transcutâneo
A estimulação melhora a dor lombar
durante a gravidez
EA Keskin uma O. Onur b HL Keskin c II Gumus uma H. Kafali uma N. Turhan uma
Departamentos de uma Obstetrícia e Ginecologia, b Fisioterapia e Reabilitação, Universidade Fatih, Faculdade de
Medicina e c Departamento de Obstetrícia e Ginecologia, Hospital de Educação e Pesquisa Atatürk, Ancara, Turquia
Palavras-chave
Dor lombar, gravidez Estimulação elétrica nervosa
transcutânea Exercício Paracetamol
Abstrato
Fundo: Comparar a eficiência da estimulação elétrica nervosa
transcutânea (TENS) com os exercícios e paracetamol para o
tratamento da dor lombar (DL) relacionada à gravidez durante o
terceiro trimestre da gravidez.
Métodos: Este estudo prospectivo incluiu 79 indivíduos ( 6 32 semanas
de gestação) com escores de dor em escala visual analógica (VAS)
6 5. Os participantes foram divididos aleatoriamente em um grupo de
controle (n = 21) e três grupos de tratamento [exercício (n = 19);
acetaminofeno (n = 19); DEZ (n = 20)]. O VAS e o questionário de
incapacidade RolandMorris (RMDQ) foram preenchidos antes e 3
semanas após o tratamento para avaliar o impacto da dor nas
atividades diárias. Resultados: Durante o período do estudo, a
intensidade da dor aumentou em 57% dos participantes do grupo
controle, enquanto a dor diminuiu em 95% dos participantes do grupo
de exercícios e em todos os participantes dos grupos paracetamol e
TENS. Os valores de VAS e RMDQ pós-tratamento foram
significativamente menores nos grupos de tratamento (p! 0,001). As
pontuações VAS e RMDQ indicaram um grau significativamente maior
de alívio da dor no grupo TENS do que no exercício e acet
© 2012 S. Karger AG, Basel
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Recebido: 29 de agosto de 2011
Aceito após revisão: 29 de fevereiro de 2012
Publicado online: 21 de junho de 2012
grupos aminofeno (p! 0,001). Nenhum efeito adverso da aplicação de
TENS em mulheres grávidas foi observado durante o estudo. Conclusão:
TENS é uma modalidade de tratamento eficaz e segura para lombalgia
durante a gravidez. DEZENAS melhorou a dor lombar de forma mais
eficaz do que exercícios e paracetamol.
Copyright © 2012 S. Karger AG, Basel
Introdução
A dor lombar (LBP) é um problema comum para todas as
mulheres, mas um aumento da incidência está associado à
gravidez [1].
A prevalência de dor nas costas na gravidez é relatada em
aproximadamente 50% e aumenta com o avanço da gravidez em
até 75%, especialmente no último trimestre [2–5]. A dor nas costas
é grave em 25% das mulheres grávidas e incapacitante em outros
8% [4, 6]. Em um estudo, 61,8% das mulheres que sofreram de
lombalgia durante a gravidez afirmaram que a dor era pelo menos
moderadamente intensa; 9% afirmaram que foram
completamente incapacitados pela dor [7]. Essa forma de dor
pode resultar em morbidade grave, reduzindo a qualidade de vida
relacionada à saúde.
Em um terço das mulheres grávidas, a dor nas costas é um
problema grave que compromete a vida cotidiana normal [3, 4]. O
Dr. H. Levent Keskin
Birlik Mah. 450. Cad. 499. sok. 3/5 Cankaya TR
– 06610 Ancara (Turquia)
Tel. +90 505 357 43 59
E-mail hlkeskin@yahoo.com
a maioria das gestantes com lombalgia tem distúrbios do sono o sistema nervoso central. Quando os nervos aferentes são
(58%) secundários à dor. Mais da metade (57%) das mulheres estimulados, o caminho para outros estímulos dolorosos é
com lombalgia reclamaram que a lombalgia prejudicava suas fechado pela operação de um "portão" na medula espinhal que
atividades diárias e as impedia de realizar tarefas que lhes controla as transmissões para o cérebro. O mecanismo de ação da
causavam maiores dificuldades, como subir escadas (47%), TENS é baseado no fato de que uma estimulação nociva pode
correr (40%), trabalhos pesados (28%) , e participação em inibir a dor produzida por outra estimulação nociva. Quando
exercícios (30%). 10% de todas as mulheres grávidas com aplicada na parte inferior das costas, a unidade TENS emite
lombalgia foram forçadas a tirar uma folga do trabalho por impulsos elétricos que excitam os nervos aferentes e, assim,
causa dos sintomas de lombalgia [4]. inibe a transmissão de estímulos dolorosos decorrentes de
A etiologia da lombalgia relacionada à gravidez permanece a região [16].
obscura, mas acredita-se que surja de causas hormonais, Em segundo lugar, sugere-se que estímulos dolorosos resultem em
mecânicas e / ou circulatórias [1]. Esses fatores podem incluir mudanças químicas no cérebro e no líquido cefalorraquidiano
frouxidão ligamentar (afrouxamento dos ligamentos pélvicos) que medeiam a experiência da dor. Acredita-se que a TENS
causada por birrelaxina, apolipeptídeo produzido por hormônio complementa este processo químico [17, 18]. Teorias mais
pelo corpo lúteo, retenção de líquido no tecido conjuntivo ou recentes sugerem que os vários fatores que influenciam a
disfunção sacroilíaca. As mulheres grávidas podem adotar experiência da dor são provavelmente interativos [19, 20].
mudanças posturais para equilibrar a mudança de peso anterior, As indicações propostas de TENS são numerosas. Primar-
levando a um aumento da lordose lombar (um aumento na ily, TENS é usado para o alívio da dor para todos os tipos de dor
curvatura interna natural da parte inferior da coluna) e um musculoesquelética incluindo lombalgia de qualquer etiologia. A TENS tem
aumento ainda maior do estresse na parte inferior das costas. As sido cada vez mais usada com segurança, especialmente para o alívio da
alterações na densidade da massa óssea têm um papel etiológico dor durante o trabalho de parto e o parto [20-25].
na dor nas costas durante a gravidez, e os sintomas de dor estão Este estudo prospectivo explorou o uso de TENS como uma opção
associados a uma queda maior da DMO no calcâneo [1, 5, 8, 9]. alternativa de tratamento para lombalgia durante o terceiro tri
A prevenção e o tratamento dessa condição são fundamentais mester da gravidez. Comparamos a eficácia desse método
para as mulheres e a sociedade para melhorar a qualidade de de tratamento com os do exercício e do acetaminofeno.
vida, reduzir os gastos com saúde pública e aumentar a
produtividade [3, 10].
Embora o manejo conservador da lombalgia seja preferido durante a
gravidez por razões óbvias, os tratamentos disponíveis geralmente têm uma Materiais e métodos
baixa taxa de sucesso e consistem principalmente em ajustes de estilo de vida e
Este estudo prospectivo e randomizado foi conduzido em gestações com
repouso na cama [1]. Vários
tratamento farmacológico e não farmacológico, de 2008 a fevereiro de 2011, entre mulheres com complicações
Aucada ( 6 32 semanas de gestação) que se apresentaram no
incluindo estimulação elétrica nervosa transcutânea Unidade de Cuidado Pré-natal do Departamento de Obstetrícia e Ginástica (TENS), ou opções
de terapia alternativa estão disponíveis para recologia, Medicina do Corpo Docente, FatihUniversity para pré-natal de rotina
viva dor nas costas durante a gravidez [1, 8, 11-14]. Cuidado. Os participantes do estudo relataram LBP durante a antena de rotina

A estimulação elétrica, incluindo a TENS, controla o cuidado da dor ou foi encaminhada de outro centro devido a isso de
forma não invasiva e não farmacológica, e tem uma queixa ampla. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética local
da Universidade, e todas as mulheres participantes forneceram informadas
gama de aplicações clínicas. A unidade TENS emite baixo consentimento antes de ser incluída no estudo.
impulsos elétricos de tensão que variam em frequência e Nenhum participante tinha história de lombalgia ou patologia lombar antes de

tensão. Acredita-se que esses impulsos elétricos estimulem a gravidez. Participantes com histórico de doenças relacionadas às vias
nervosas da medula espinhal, bloqueando as estruturas ósseas ou discos intervertebrais lombares e aqueles com transmissão de dor.
Embora o mecanismo preciso da dor causada por fatores não musculoesqueléticos (por exemplo, trato urinário,
infecção, complicação obstétrica) foram excluídas do estudo.
este tratamento não é bem compreendido, várias teorias Avaliações da escala visual analógica (VAS) de linha de base foram realizadas
foram propostas para explicar seu efeito analgésico. A para avaliar a intensidade da dor em uma escala intermitente de 0 ('sem dor') a

primeira é a 'teoria do controle do portão' da dor [15]. Após a 10 ('pior dor imaginável'). Participantes com pontuações VAS 6 5 realizaram
consulta no Ambulatório de Fisioterapia. Todos os participantes completaram os
descrição da 'teoria do controle do portão' da dor em 1965 por
24 itensRoland-MorrisDisabilityQuestionnaires (RMDQ) antes do tratamento para
Melzac e Wall, o TENS se tornou o mais comum e importante avaliar o impacto
forma de eletroanalgesia. De acordo com esta teoria, o de LBP nas atividades diárias [26]. A pontuação mínima era 0, e o
a transmissão da dor é inibida pela estimulação da pontuação máxima foi de 24.
grandes fibras nervosas aferentes que transportam impulsos para

TENS para dor lombar durante a Gynecol Obstet Invest 2012; 74: 76–83 77
gravidez

Exercício (n = 22)
Três semanas
Abandono (n = 2) Trabalho de
parto prematuro (n = 1)
Analisado (n = 19)
Figura 1. Fluxograma do estudo. GW = semanas de gestação.
Os exames físicos foram realizados por um especialista em
medicina física e reabilitação experiente. Os métodos de exame clínico
descritos por Albert et al. [27] foram usados para discriminar a dor
lombar e nas articulações pélvicas relacionadas à gravidez de outras
condições dolorosas. A região pélvica foi avaliada por dois grupos
principais de testes, testes topográficos / de palpação para observar
anomalias no alinhamento pélvico e testes de provocação de dor. A
amplitude de movimento das vértebras lombares foi medida e a dor
nessa região foi avaliada verbalmente. Exames neurológicos
detalhados das extremidades inferiores foram realizados para excluir
pacientes com irritação do nervo lombar. O diagnóstico diferencial foi
concluído sem o uso de técnicas de imagem.
Um total de 88 mulheres grávidas sem patologia, exceto para
mobilidade articular, foram diagnosticadas com lombalgia relacionada à
gravidez e concordaram em participar deste estudo. Após consentimento
informado, cada paciente foi randomizado para um de quatro grupos
(controle, exercício, acetaminofeno, TENS; n = 22 cada) por sorteio de
envelopes opacos e lacrados, preparados por um autor (HLK), contendo os
nomes dos grupos, a partir de um caixa. Os envelopes foram abertos por
outro autor (EAK), que desconhecia o conteúdo dos envelopes, no momento
da inclusão no tratamento.
78 Gynecol Obstet Invest 2012; 74: 76–83
Mulheres grávidas que sofrem de lombalgia ( ≥32 GW)
(n = 123)
Excluído (n = 35)
• História de lombalgia ou patologia lombar antes da
gravidez (n = 15)
• Detectou uma patologia lombar durante o exame
físico (n = 1)
• Razões não musculoesqueléticas (n = 12)
• Recusou participar (n = 7)
Diagnosticado com lombalgia relacionada à gravidez
Randomizado (n = 88)
Paracetamol (n = 22) DEZ (n = 22) Controle (n = 22)
Abandono (n = 2) Parto Não conformidade (n = 1)
Perdido para acompanhamento (n = 1)
prematuro (n = 1) Pré-eclâmpsia (n = 1)
Analisado (n = 19) Analisado (n = 20) Analisado (n = 21)
As gestantes do grupo de exercícios receberam um programa de
exercícios em casa de um fisioterapeuta como modalidade de tratamento.
Esse programa consistia em exercícios de inclinação pélvica, alongamento
dos músculos das extremidades inferiores, exercícios de postura e
contrações abdominais isométricas leves. Os pacientes foram instruídos a
repetir cada exercício 10 vezes por sessão e a completar o programa duas
vezes ao dia durante 3 semanas.
Os pacientes do grupo paracetamol receberam prescrição de um comprimido de
500 mg de paracetamol duas vezes ao dia por 3 semanas.
A TENS foi administrada a pacientes no terceiro grupo de tratamento
usando uma unidade portátil de TENS de canal duplo (Intelect TENS; Chatta-
noogaMedical Supply Inc., Taiwan). Quatro 5 cm 2 eletrodos de superfície
foram colocados na região lombar dolorida de cada paciente. Nosso
protocolo utilizou ondas contínuas de estimulação com frequência de 120
Hz e duração de 100 s. A intensidade foi ajustada para produzir uma
sensação de formigamento aproximadamente 2–3 vezes acima do limiar
sensorial. Os pacientes receberam um total de seis sessões de terapia com
TENS (duas vezes por semana) durante 3 semanas. Após 3 semanas, os
dados de 79 participantes (exercício: n = 19; paracetamol: n = 19; TENS: n =
20; controle: n = 21) que completaram o estudo foram analisados. Nove
casos foram excluídos da análise por vários motivos. Cinco pacientes
Keskin / Onur / Keskin / Gumus / Kafali /
Turhan
 Tabela 1. Estatísticas descritivas em cada grupo

Ao controle Exercício Paracetamol DEZ p

(n = 21) (n = 19) (n = 19) (n = 20)

Anos de idade uma 29,2 8 4,0 30,7 8 4,3 29,7 8 4,2 29,1 8 5.0 0,626
Gravida b 2 (1) 1 (2) 1 (1) 1 (1) 0,768
Paridade b 1 (1) 0 (2) 0 (1) 0 (1) 0,771
GW no início do tratamento b 32,0 (1,0) 32,0 (1,0) 32,0 (1,0) 32,0 (1,0) 0,938
Ganho de peso, kg b 14 (5) 11 (3) 12 (4) 12 (4) 0,069
GW na entrega b 38,7 (1,4) 38,7 (1,4) 38,3 (2,9) 39,1 (1,9) 0,859
Peso ao nascer, g uma 3.455 8 391 3.253 8 303 3.244 8 313 3.262 8 320 0,141
Modo de entrega 0,936
Vaginal 12 10 9 11
Cesárea 9 9 10 9

GW = semanas de gestação.
uma Mau 8 SD.
b Mediana (intervalo interquartil).

com períodos de estudo inferiores a 3 semanas foram excluídos. Um deles
abandonou o método TENS por causa da sensação de desconforto. No
grupo do paracetamol, uma das mulheres parou de tomar os comprimidos
por causa da ansiedade de causar danos ao feto, e outra mulher por causa
da intolerância gástrica. No grupo de exercícios, duas mulheres desistiram
dos exercícios por preguiça. A taxa de adesão para todos os métodos de
tratamento foi superior a 90% (fig. 1).
Idade dos indivíduos, número de gravidez e paridade, semana
gestacional no início dos tratamentos e no parto, ganho de peso
durante a gravidez, tipo de parto e peso ao nascer foram comparados
entre os grupos. A intensidade da dor e incapacidade foram
reavaliadas pelos participantes após 3 semanas de tratamento usando
os instrumentos VAS e RMDQ. As diferenças entre os escores de VAS e
RMDQ pré e pós-tratamento foram comparadas dentro e entre os
grupos.
Análise estatística
Antes da realização do estudo, um número mínimo de 16
pacientes por grupo foi determinado para atender aos seguintes
requisitos estatísticos: erro tipo 1 () = 0,05, erro tipo 2 () =
0,10, poder = 90% e tamanho do efeito (f) = 25% de diferença nas
proporções dentro e entre os grupos de pacientes com diminuição da
intensidade da dor durante o período de estudo. O software G * Power
v3.0.10 (Universidade de Kiel, Alemanha) foi usado para o cálculo do
tamanho da amostra. Como esperávamos problemas associados à adesão
do paciente e complicações na gravidez durante o período de
acompanhamento de 3 semanas, incluímos 22 pacientes em cada grupo
para permitir uma taxa de exclusão de 25%.
A distribuição normal das variáveis foi avaliada pelo teste de
Shapiro-Wilk. Nenhuma variável, exceto idade e peso ao nascer, teve
distribuição normal (p ̂ 0,05). Os valores descritivos das variáveis
distribuídas normalmente foram indicados como média 8 DP, e valores das
variáveis que não se distribuíram normalmente como mediana (intervalo
interquartil - IQR). Como as pontuações VAS e RMDQ não foram distribuídas
normalmente, testes não paramétricos foram usados para comparações.
O teste de Kruskal-Wallis foi usado para comparar inde-
valores de amostra pendentes entre os grupos. Para múltiplas comparações
entre os grupos, o teste de Mann-Whitney foi usado com correções post-hoc. O
teste de Wilcoxon foi usado para comparar os valores relacionados dentro dos
grupos. Os resultados são apresentados como valores medianos (IQR).
O pacote de software estatístico SPSS (v11.5; SPSS, Inc., Chicago, Illinois,
EUA) foi usado para realizar as análises estatísticas. A significância
estatística foi estabelecida em p ̂ 0,05. Para comparações post-hoc usando o
teste de Mann-Whitney, os valores de p foram calculados como p / número
de grupos comparados.
Resultados
A média de idade da amostra total foi de 29,7 8 4,4 anos,
a semana gestacional mediana no momento do tratamento em-
conjunto foi de 32,0 (1,0) semanas, e o ganho de peso médio
desde o momento da gravidez até a inscrição no estudo foi
12,0 (4,0) kg. A média da semana gestacional no parto foi
38,9 (1,6) semanas, e o peso médio ao nascer foi 3.307 8
341 g. A taxa de parto vaginal foi de 53,2% (n = 42/79). Idade,
semana gestacional no início do tratamento, gravidade,
paridade, ganho de peso (kg), semana gestacional no parto,
tipo de parto e peso ao nascer foram semelhantes entre
grupos (p 1 0,05; tabela 1). A taxa de primigesta par-
ticipantes (54,4%; n = 43) foi semelhante entre os grupos (p =
0,667). Nenhum efeito adverso da aplicação da TENS em
mulheres grávidas foi observado durante o estudo.
As pontuações VAS pré-tratamento medianas diferiram signifi-
entre os grupos (p = 0,004; teste de Kruskal-Wallis). Essas
pontuações foram significativamente maiores no grupo TENS
do que no controle (p = 0,002; post-hoc Mann-Whitney

TENS para dor lombar durante a Gynecol Obstet Invest 2012; 74: 76–83 79
gravidez
Mesa 2. Comparação das pontuações VAS e RMDQ pré e pós-tratamento dentro e entre os grupos

Ao controle Exercício Paracetamol DEZ p ( 2) um

(n = 21) (n = 19) (n = 19) (n = 20)

Pontuação VAS
Antes do tratamento 6 (1) 7 (1) 6 (1) 7 (1) 0,004 (13,099)
Depois do tratamento 7 (1) 6 (1) 5 (2) 4 (1)
Diferença 1 (1) - 1 (1) - 1 (1) - 4 (1) <0,001 (66,162)
p (Z) b 0,003 (2,952) <0,001 (3,804) <0,001 (3,946) <0,001 (4,005)
Pontuação RMDQ
Antes do tratamento 14 (1) 15 (4) 14 (3) 15 (5) 0,051 (7,749)
Depois do tratamento 15 (3) 13 (3) 12 (3) 7 (2)
Diferença 1 (2) - 2 (3) - 3 (2) - 8,5 (5) <0,001 (60,544)
p (Z) b 0,002 (3,031) <0,001 (3,641) <0,001 (3,847) <0,001 (3,928)

uma Teste de Kruskal-Wallis.

b Teste de Wilcoxon.

teste) e paracetamol (p = 0,009) grupos, mas não diferiu

100
significativamente entre os outros grupos (p 1 0,0125; n=1

mesa 2).
Proporção de pacientes (%)

80 n=8
Os valores médios de RMDQ pré-tratamento foram semelhantes em Diminuiu
60
todos os grupos (p = 0,051; teste de Kruskal-Wallis; tabela 2). Inalterado
n = 18 n = 19 n = 20
Aumentou
40
Comparação de escores de VAS e RMDQ pré e n = 12
20
pós-tratamento dentro dos grupos
n=1
Ao final do período de estudo, a intensidade da dor 0
o

aumentou em 57% e permaneceu inalterada em 38% dos

le

ci

EZ
ro

cí
nt

ol

D
er
co

m
Ex

participantes do grupo controle, enquanto diminuiu em 95%

Ao

ta
ce
ra

dos pacientes do grupo de exercício e em todos os pacientes

Pa

do acet. - grupos aminofeno e TENS (fig. 2).

Os escores de VAS e RMDQ pós-tratamento foram
significativamente maiores do que os escores de pré-tratamento no
grupo de controle [VAS = 7 (1) vs. 6 (1), p = 0,003; RMDQ = 15 (3) vs. 14
(1), p = 0,002; Teste de Wilcoxon]. No entanto, os grupos de tratamento
(exercício, paracetamol e TENS) mostraram melhora significativa em
ambos os escores após o tratamento. As pontuações VAS e RMDQ
pós-tratamento foram significativamente mais baixas do que as
pontuações pré-tratamento em todos os grupos de tratamento (p!
0,001; tabela 2, figs. 3 e 4).
Comparação das diferenças nas pontuações de VAS e
RMDQ pré e pós-tratamento entre os grupos
As diferenças nas pontuações pré e pós-tratamento entre os grupos
indicaram o alívio da dor alcançado pelos métodos de tratamento. As
diferenças nos escores VAS e RMDQ pré e pós-tratamento foram
significativas entre os três grupos de tratamento (VAS; p! 0,001; RMDQ, p!
0,001; teste de Kruskal-Wallis). Esta diferença foi causada por notavelmente
alto
Figura 2. Mudança na intensidade da dor ao longo do tempo no controle e tratamento
grupos mentais durante o período de estudo.
mais pontuações no grupo TENS do que nos outros dois grupos de tratamento (p!
0,001 para ambas as comparações; teste post-hoc de Mann-Whitney). No entanto,
as diferenças nas pontuações
entre os grupos exercício e paracetamol não foram
significativas (VAS, p = 0,694; RMDQ, p = 0,506; tabela 2).
Discussão
A prevalência relatada de lombalgia relacionada à gravidez tem
variou entre os estudos. Essa diferença depende do tipo de
estudo realizado, dos critérios diagnósticos utilizados e da
precisão dos métodos utilizados para caracterizar a dor.

80 Gynecol Obstet Invest 2012; 74: 76–83 Keskin / Onur / Keskin / Gumus / Kafali /
Turhan
 Ao controle
Antes do tratamento
Depois do tratamento
Exercício
Paracetamol
DEZ
0 2 4 6 8 0
Pontuação VAS (mediana)
Fig. 3. Escores VAS pré e pós-tratamento medianos (0–10) para intensidade
da dor nos grupos de controle e tratamento.
Alguns pesquisadores distinguiram a dor pélvica da dor nas costas
durante a gravidez [8, 28]. O diagnóstico de lombalgia na gravidez
é geralmente baseado em sintomas, porque poucos testes
diagnósticos estão disponíveis que não correm o risco de
prejudicar o feto. A avaliação dessa condição é difícil porque a dor
é subjetiva e geralmente resulta de uma combinação de
problemas [1].
O presente estudo utilizou os testes descritos por Albert et al.
[27] para distinguir dor nas costas de dor pélvica e outras
síndromes causais. Exames físicos foram realizados para distinguir
a dor pélvica posterior da dor lombar. O teste de provocação da
dor pélvica posterior (administrado enquanto o paciente estava
em uma perna) e o teste de Fabere de Patrick foram usados para
eliciar a dor pélvica. Ambos os testes manipularam as pernas dos
pacientes para colocar pressão nas articulações pélvicas. A
palpação dos tecidos moles nas regiões sacroilíaca, sínfise púbica
e glútea distinguia a dor pélvica da sensibilidade nas costas acima
da cintura. Estudos têm demonstrado a eficácia de ambos os
métodos no diagnóstico da dor pélvica posterior, embora os
testes de provocação de dor sejam considerados mais confiáveis
do que os testes de topografia / palpação [27].
Uma avaliação completa da dor é fundamental para
selecionar as ferramentas mais adequadas para controlar a
dor existente e evitar que ela piore. A avaliação precisa e
registrada da dor é importante para monitorar os resultados
de qualquer intervenção sugerida e para avaliar as mudanças
ao longo do tempo. O VAS é um método eficaz para
compreender o valor objetivo e o significado subjetivo da dor.
Por esse motivo, escolhemos esse método para avaliar a
intensidade da dor em nosso estudo.
TENS para dor lombar durante a
gravidez
Ao controle Antes do tratamento
Depois do tratamento
Exercício
Paracetamol
DEZ
5 10 15 20
Pontuação RMDQ (mediana)
Fig. 4. Pontuações médias de RMDQ pré e pós-tratamento (0–24) para
incapacidade nas atividades diárias em grupos de controle e de tratamento.
A maioria das mulheres considera dor nas costas e desconforto como sendo
uma fase normal da gravidez e não procuram tratamento de um
profissional de saúde. Apenas 32% das mulheres com sintomas de
lombalgia relataram esses sintomas a seus prestadores de cuidados
pré-natais [4]. Mulheres que avaliam sua dor como mais elevada em
uma EAV têm maior probabilidade de consultar um médico. Do
mulheres que procuram um médico, 70% são tratadas, e
maioria das mulheres tratadas relatou ter recebido mais de
um tipo de tratamento [29]. No entanto, Wang et al. relataram
que 75% dos prestadores de pré-natal não recomendaram
nenhum tratamento para controlar os sintomas. A maioria das
sugestões dadas por 25% dos prestadores de cuidados
pré-natais que fizeram recomendações de manejo foram
alongamentos / exercícios (10,4%), repouso frequente (9,8%) e
combinações de outras terapias de vários tratamentos
complementares e alopáticos [4].
Dados sobre a eficácia do paracetamol e TENS
são limitados, embora vários estudos tenham examinado
métodos alternativos, como programas de exercícios e
acupuntura, para o tratamento da lombalgia relacionada à
gravidez [13, 20].
Programas de exercícios específicos para gravidez e fisioterapia
a terapia adicionada ao cuidado pré-natal usual parece reduzir a dor nas costas
ou na pelve. Mulheres grávidas que participaram de um programa de exercícios
de fortalecimento relataram que a intensidade da dor nas costas diminuiu
significativamente. Inclinações pélvicas, puxões de joelho, elevações de perna
esticada, enrolamento, elevações laterais de perna estendida e exercícios de
Kegel têm se mostrado mais eficazes [30]. A boa postura também é obrigatória
para o alívio da dor relacionada à gravidez. Os exercícios, especialmente as
inclinações pélvicas durante a segunda metade da gravidez, diminuem a dor
Gynecol Obstet Invest 2012; 74: 76–83 81
dramaticamente [30]. Suputtitada et al. [31] descobriram que mulheres
que participaram de um programa de exercícios que incluía
inclinações pélvicas sentadas relataram melhor alívio da dor (medido
usando VAS) após 8 semanas de exercício.
Em um estudo comparando mulheres grávidas inscritas em
um programa de exercícios com aquelas que não estavam, uma
diminuição nas mudanças posturais e na intensidade da dor foi
demonstrada no grupo de exercícios [32]. O programa usado
nesses estudos foi projetado para abordar a força central,
flexibilidade e resistência muscular, particularmente a força
abdominal. Em nosso estudo, as mulheres do grupo de exercícios
realizaram exercícios de inclinação pélvica e postura, alongamento
dos músculos das extremidades inferiores e contrações
abdominais isométricas leves por 3 semanas. Foi relatado alívio
significativo da lombalgia após essas terapias com exercícios.
Nossa segunda modalidade de tratamento usou acetaminofeno.
Este tratamento é um medicamento sem receita aceitável para aliviar a
dor durante a gravidez, enquanto a aspirina e o ibuprofeno não o são
[1]. O paracetamol pode ser usado para o alívio de todas as dores nas
costas, independentemente da gravidez [13]. Com um regime de 500
mg duas vezes ao dia, encontramos uma diminuição significativa nos
escores de VAS e RMDQ ao final do tratamento.
Nossa terceira modalidade de tratamento usou TENS. Este
tratamento tem sido usado para aliviar a dor aguda e crônica em
uma variedade de configurações e para uma variedade de
condições, incluindo dismenorréia, dor de parto e dor nas costas
na gravidez [13, 20]. Descobrimos que a aplicação de TENS reduziu
a dor lombar durante o terceiro trimestre da gravidez de forma
mais eficaz do que exercícios e paracetamol.
Nenhum efeito adverso da aplicação da TENS foi relatado em mães
ou recém-nascidos [20, 21]. A TENS realizada nas costas foi comparada
com grupos de controle e várias modalidades durante a dor do parto,
e não houve
diferença significativa entre a TENS e outros grupos no
número de mulheres submetidas a cesariana ou parto
vaginal assistido [22, 23, 25]. Chao et al. [24] tem
relataram que, embora a TENS usada durante a dor do parto não
aumentar a taxa de cesárea, tendeu a aumentar
significativamente o parto assistido (RR: 4,50).
Nenhuma diferença significativa foi encontrada no coração fetal
taxa de traçados e resultados neonatais (sofrimento fetal, escores
de Apgar e pH do cordão umbilical) entre o grupo TENS e outros
grupos que usaram diferentes formas de controle da dor durante
o trabalho de parto [21, 23, 24].
Kvorning et al. [13] usaram TENS em um pequeno grupo
(6 pacientes) no final da gravidez para aliviar a dor lombar, e eles não
relataram qualquer efeito adverso da TENS em mulheres grávidas
pt e prognóstico da gravidez nessas pacientes. Na nossa
estudo, nenhum efeito adverso da TENS em mulheres
grávidas ou resultados da gravidez foi detectado. O modo de
entrega não foi diferente dos outros grupos de tratamento ou
controle.
Em conclusão, a lombalgia é um problema comum durante a gravidez
Nancy. Os tratamentos estabelecidos podem ser inadequados
para o alívio dos sintomas. Portanto, melhores tratamentos são
necessário. Embora qualquer um dos tratamentos testados neste
O estudo pode aliviar a dor lombar na gravidez, preferimos a
administração de TENS como a modalidade de tratamento mais eficaz,
fácil de aplicar e segura para esse distúrbio. Embora este estudo tenha
sido realizado após cálculo do tamanho mínimo da amostra
estatisticamente, o número de casos pode ser visto como pequeno.
Por este motivo, antes que os resultados do nosso estudo pudessem
ser generalizado, estudos adicionais com mais amostras, por
haps apenas comparando a TENS com o controle, são necessários
para comprovar a eficácia da TENS no alívio da dor nas costas
durante a gravidez.

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