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Rumo à AMAN

Como já foi dito, terminado o curso de sargento, apresentei-me pronto. Uma


enorme frustração quanto ao resultado do curso - CFS. O parente, que prometeu a
estadia em São Paulo, não mais existia; o resultado do colégio não era animador. Alguns
companheiros, sabendo da possibilidade de serem promovidos os melhores classificados,
muitos deixaram de estudar à noite, para só estudar o curso de sargento. A minha
competitividade era muito baixa. Terminou o ano em dezembro, num dia que não me
lembro, e não voltei mais ao colégio. Não haveria formatura com entregas de diplomas ou
algo parecido. Na época, a grande maioria era de estudantes trabalhadores. Os de
melhor classe social eram alguns sargentos que conosco faziam o curso científico.
Qualquer coisa que implicasse em dinheiro, a maioria estava fora do projeto. Como
comemoração de conclusão de curso fizemos, alguns poucos, e eu tenho foto, um
churrasco no Clube Campestre Ipê, isso com patrocínio de alguém e iniciativa não sei de
quem.
Nos primeiros dias de volta ao meu quartel fui dar ordem unida a recrutas, coisa
que fazia bem. Começava a haver conflito: o sargenteante me queria como burocrata e
eu preenchia uma vaga de burocrata. Mas o sargento da instrução me queria na
instrução, pois tinha pouca gente, afinal era uma companhia. Eu queria a ordem unida,
oamamento e a instrução.
Como já disse, alguém telefonou para o quartel pedindo que eu fosse até ao
colégio. Atendendo ao chamado, cheguei lá às sete horas da noite. Meu sexto sentido me
dizia que era coisa boa. A expectativa dava um frio na barriga e a curiosidade aumentava
à medida que eu caminhava. Próximo ao colégio, eu quase corria. Esperei chegar o
diretor, o Professor Pimentel. Para esse professor farei um texto à parte. Foi direto ao
assunto: – “quero lhe indicar para ir para a AMAN. Terá que me dar a resposta agora”.
Fiquei branco, gaguejei... Ele viu minha dificuldade e lascou: – “espero, por telefone, até
amanhã, às 10horas, a sua resposta. É que tem uma série de documentos a serem feitos
e o prazo está curto”.
Como ficava no caminho, passei em casa. Falei com meu pai e minha mãe. Valia a
pena arriscar. Se não desse certo, voltaria. Voltaria talvez para o quartel, coisa que não
estava muito claro e que no momento ninguém seria capaz de dar uma resposta. Fui ao
quartel e mal esperei dar oito horas da manhã e dei o pronto. Pediram que eu voltasse ao
colégio, o mais rápido que pudesse, para aprontar a papelada. Havia aspectos da escola
e do quartel. Pedi dinheiro emprestado e segui em ônibus. A mim, entregaram um livreto
onde estava escrito tudo. A abreviatura era ICAM (Instruções Para Concurso de
Admissão na Academia Militar). Muitos documentos o colégio já aprontava. A mim,
rapidamente, caberia providenciar uma certidão “de verbo ad verbum”, isto é, palavra
por palavra. Literalmente. Aplica-se às transcrições de escrituras e outros documentos,
segundo o dicionário. Parti para Terenos, mas antes fui ao quartel contar a novidade,
particularmente ao sargento Sergio. Não deu tempo para almoçar. Tinha um ônibus que
saía perto das onze horas. Fui ao cartório onde eu tinha sido registrado. Solicitei à
escrivã, pessoa amiga de meus pais. Quando disse que eu iria esperar, ela desesperou.
É que o documento não pode ter rasuras ou emendas. Mas, diante do meu desespero,
ela largou tudo e se concentrou na tarefa. Pediu que eu voltasse lá pela quatro da tarde.
Enquanto isso, fui a casas de parentes. E aí se deu um contratempo para mim. É que as
“custas” para uma certidão normal é um preço e esta, especialíssima, era cinco vezes
mais. O dinheiro que tinha deu apenas para pagar o documento. E como voltar... Bom, de
qualquer forma, eu só voltaria pelo trem de passageiro que vinha de Corumbá e passava
lá pelas sete ou oito da noite. Apliquei o antigo processo de quando adolescente:
embarcar e vir diblando o chefe de trem, saltando de um vagão e entrando noutro mais
de trás. Meu medo era ser pego e obrigado a descer. Depois do trem, só a pé.
No outro dia estava no quartel. Para meus amigos foi uma festa. Todos me
falavam com um misto de orgulho e surpresa. O Sergio era o mais vibrante. Já tinha dado
conhecimento ao Tenente comandante da Companhia. Ele me chamou e com o Sergio
fomos conversar. Ele queria saber se realmente eu tinha obtido aqueles graus todos e se
eu realmente sabia para onde estava indo. Fiquei de mostrar minha caderneta a ele
depois do almoço, pois eu teria que ir entregar minha certidão “de verbo ad verbum” no
colégio.
A minha indicação foi muito engraçada. Quando o Diretor me chamou, disse: – “se
você aceitar, eu te indico. Mas você não foi o primeiro classificado. Você foi o terceiro
lugar. Acontece que eu quero te indicar como o primeiro lugar. Em primeiro lugar ficou
uma menina, portanto não poderá ir; em segundo lugar foi um menino, mas que tem só
um metro e cinqüenta e oito centímetros e para a Academia tem que ter um metro e
setenta. Então...”. Quase ri, pois o baixinho era muito meu amigo. Disse ao Diretor: – “é,
o amigo fica para o ano que vem. Até lá, terá tempo para crescer”. Os documentos foram
remetidos.
Uns dias depois, chegou um radiograma na Companhia dando conta de que eu
estava relacionado e precisaria ser submetido a exames físicos e a inspeção de saúde.
Embora eu tivesse ata de inspeção para a promoção a Sargento e dentro da validade,
teria que ser feita outra mais completa. Depois da primeira bateria de exame, algumas
providências teriam que ser tomadas. Isso implicou em eu ter que fazer uma madrugada
num posto de saúde (foi demolido e hoje é a “Praça das Araras”) para duas obturações
em dentes molares. E era com “louça ou cerâmica”, já não me lembro de que me disse o
dentista. Essa obturação durou até eu chegar a coronel. A dentista, que a retirou, ficou
admirada com o material, pois estava tão obsoleto que ela desconhecia seu uso. No
exame de sangue, também teve um fato pitoresco. Na etapa da Inspeção de Saúde,
foram incorporados mais quatro alunos que também estavam na mesma condição minha:
indicado por seus colégios. Um ex-aluno do NPOR – Campo Grande do 10º GCan – José
Benedito de Figueiredo, um de Aquidauana João Haroldo Pires Ortiz, outro de Três
Lagoas – Paulo Kazunori Komatsu, Higino Veiga Macedo, do Colégio Estadual Campo-
grandense, noturno, e outro do mesmo colégio (Aurélio), mas do diurno, era o total da
tropa. Um sargento novo fazia a coleta de sangue. Na minha vez, ele encheu a seringa
que era bem grossa, mais ou menos com uma polegada de diâmetro. Minhas veias eram
grossas e salientes, logo abaixo da pela, muito fácil de pegar. Quando ele atingiu a veia
até comentou: – “que veia boa...!” Pois, a criatura colocou parte do sangue em dois ou
três vidrinhos, com tampa de borracha e jogou, pela janela, esguichando a seringa toda,
na grama, o resto do meu sangue. Não gostei da brincadeira, mas ainda não podia e nem
queria falar nada. Como o mundo gira e rápido, quando eu tenente encontrei a figura no
Hospital de Porto Alegre. Aí, lembrei-lhe do acontecido. Ele quis negar, mas aí fui
incisivo. Dei-lhe um esculacho. Ao jovem de Três Lagoas foram pedidos exames
complementares para o coração. Havia suspeita de “sopro no coração”. Aí um gaiato
disse-lhe; - “se você for reprovado, poderá montar uma borracharia e com esse sopro
calibrar os pneus”... de mau gosto, mas para a idade e a tensão a que todos estavam
submetidos foi motivo para uma gargalhada enorme. Felizmente, era falso e ele seguiu
para a Academia.
Poucos dias após o exame médico, fomos para o exame físico. Foi no quartel do
10º GCan (hoje da 9ª RM), no campo de futebol, pela manhã. Constava de corrida de 800
metros, num determinado tempo; saltar em altura mais que um metro e trinta; levantar e
transportar um saco de areia de trinta quilos; saltar quatro metros em distância; lança
peso com a mão direita e depois com a mão esquerda, que somados, tinha que atingir
um índice, lá estabelecido; e também subir por uma corda de meia polegada na altura de
quatro metros. O presidente da comissão era capitão, o novo Comandante da
Companhia da PE (Polícia do Exército), diferente de quando fiz o curso de Cabo. Alguém
lhe disse que eu era atleta e ele me pegou como monitor. O fato é que o exame físico, a
mim, foi covardia. Muito fácil. Um lance pitoresco, mas que eu guardei como exemplo, foi
o da subida na corda. O capitão disse: – “eu farei a demonstração. Depois dela, espero
que ninguém reprove”. Daí, se sentou no chão com farda, coturno, capacete, cinto e
pistola no coldre e subiu em “L”, como se sentado ainda estivesse, até à marca dos
quatro metros. Subiu e desceu. A imagem gravou no cérebro. Como Cadete, treinei.
Como tenente, fiz isso várias vezes. No exame físico, o rapaz do meu colégio diurno não
passou. Não cumpriu a corrida, na qual eu era um guia, pois tinha o passo aferido (desde
a corrida do facho), não subiu na corda e parece que não atingiu o índice do salto em
distância. E também parecia não muito motivado para ir.
Quando voltei ao quartel, fui falar com o Tenente. Mostrei minha caderneta escolar.
Ele me perguntou mais uma vez se eu tinha idéia do era a Academia Militar. Respondi
apenas que sabia ser lá a formação dos oficiais. Aí ele quase me derruba; – “você sabe
que poderá ser um general”? “Tudo dependerá do seu desempenho escolar, de sua
dedicação ao serviço”. Lembrei-me do general comandante da região, do major instrutor
e olhei o Tenente de baixo em cima. Ele me olhou com paternalismo e continuou: - “daqui
a quatro anos poderemos ser oficiais juntos”. Bom, ele me relatou tudo o que lhe vinha à
cabeça: falou do “retão”, da “casa do laranjeira”, das aulas, da solidão, da pressão, dos
intermináveis exercícios no terreno, dos desgastes físicos e cansaço desses exercícios,
das desistências, dos fracassos, enfim, falou até da comida. Disse como eu tinha que
estudar, onde estudar. Foram muitas informações num repente. De momento parecia que
nada ficaria guardado. Mas, quando lá cheguei, a primeira lembrança foi do retão. Entre o
portão monumental até primeiro pavilhão tem uma reta de uns oitocentos metros com um
gramado muito grande de um lado e de outro (o Campo de Parada). Mas, à medida que,
lá, os dias foram passando, eu ia me lembrando das recomendações do Tenente. E o
interessante que ele passou a me tratar como a um cadete. Ao pronunciar meu nome eu
sentia que a tonalidade tinha algum grau de fraternidade.
Eu estava quase maluco. Não sabia o que fazer. Era tanta solicitação, tanto corre-
corre, tanto papel, tanta assinatura... Eu não tinha como me concentrar em nada. Em
casa, pedi à minha irmã que passasse minha calça da farda de passeio. Ela disse que só
passaria alguma farda quando fosse de sargento, pois cabo não era gente. Voltei e lhe
disse: - “vai passar é uma de tenente e não vai demorar muito”. Em casa ninguém tinha a
dimensão do que eu iria ser. É como dizem hoje os jovens: “não tinha caído a ficha do
que estava acontecendo.”
Numa quarta feira, na época não se tinha expediente as quarta feira, à tarde, para
atendimento de coisas particulares, fui comprar o enxoval. Tudo estava no ICAM. Por
falta de oportunidade e talvez pelas condições familiares, eu tinha e tenho uma timidez
elevada e, na época, quase mórbida. Para algumas coisas eu ia, vinha e tentava várias
vezes, espichando o evento ao máximo, adiando de minuto a minuto, até chegar o limite
do adiamento. Eu até brigava comigo mesmo, mas não conseguia. Hoje, seria caso de
terapia. Tinha uma enorme vergonha de perguntar quanto custava, se era de boa ou má
qualidade. Era uma sensação de que eu estava incomodando a todos. E quanto mais o
vendedor me assediava mais aflito eu ficava. Até hoje, prefiro a loja aonde ninguém vem
me oferecer nada. Se insistir, vou embora. Era um esforço como se tivesse um elefante
sobre os ombros.
Fui a uma loja de turco que tinha na, hoje, Candido Mariano, mas na época era
Avenida Y-Juca-Pirama. Eu nunca tinha comprado nada de roupa. Não tinha a mínima
idéia das coisas porque muita delas eu não as tinham ou nunca as tinham usado. E,
incrível, no rol estava até aquela calçadeira de sapato, que geralmente é feita de chifre de
boi. Tenho a certeza que o turco me engambelou. Mas, o rapaz que atendia me ajudava
muito me dizendo de como usaria cada coisa daquela. Por exemplo: pijama curto e
pijama comprido de flanela. Na Academia eu aprendi, no mês de junho, para que servia o
pijama comprido de flanela. Eu não sabia a diferença entre tecido, malha, tecido de
algodão, poliester, naylon (muito na moda na época); se roupa de algodão ou de malha
tinha diferença, se era mais caro ou mais barato. Felizmente, não era roupa de sair ou
coisa parecida. O rol tinha muito de miudeza, lenço, toalhas, pijamas, meias, cuecas,
saboneteiras, cortador de unha, escova de limpar unhas e mais os de higiene pessoal.
Depois de tudo separado, como levar? Não deu outra, comprar uma mala. Mala enorme.
Até chegar em casa, subindo a ladeira da Vila Planalto, paguei meus pecados. Eu
poderia ter pedido ajuda à minha mãe, mas coitada, mal tinha tempo para cuidar dos
outros irmãos que trabalhavam, estudavam e do pai que trabalhava como carpinteiro.
A compra do enxoval foi um sufoco para meu pai. De onde tirar dinheiro para
comprar tudo aquilo. Foi até a um amigo e pediu emprestado. Quando pagar, ninguém
sabia. Eu sabia que teria um salário, um pouco maior que o de recruta, mas abaixo do de
cabo engajado. Se desse certo ficar, em quatro anos eu achei que poderia pagar o
empréstimo, economizando um pouco por mês.
Estava preparado para a viagem. Na companhia eu não fazia mais nada. Ficava
por conta dos sustos. O tenente passou à minha disposição um jipe. De vez em quando
vinha alguém: – “Higino, tem ir... não sei onde... pegar...; Higino tem ir ao QG falar com o
Major, Coronel, Sargento, sobre... Higino....”.
Um dia que eu não sei quando, lá na Companhia, chegou o mais esperado. A
notícia de quando partiríamos e como partiríamos. O Aspirante do NPOR, eu cabo e dois
civis. Resolveram salomonicamente que, todos, iríamos de trem. Campo Grande a Bauru,
pela Noroeste do Brasil; de Bauru a São Paulo pela Sorocabana e de São Paulo a
Resende pela Estrada de Ferro Central do Brasil. Avisaram o horário e que as
requisições estavam com o Aspirante. Como ele já havia completado o curso, estava á
paisana, isto é, era oficial da reserva. Eu, fardado. Essa foi uma coisa que me orientaram
mal, tanto no uso da farda como no uso de roupa civil em Resende. Era um “achismo”
danado. Cada pessoa queria demonstrar conhecimento e ser importante, frente ao futuro
Cadete, o que me atrapalhava. Eu já era inseguro por natureza, entrava em parafuso.
Aliás, amadureci muito. Sofria, muito mais ainda, com todas as desorientações e
confusões, idas e vindas erradas. Como eu era praça, só poderia viajar fardado. No
momento estava saindo um novo regulamento de fardamento – RUE (Regulamento de
Uniforme do Exército). Então, para cabos e soldados, a farda de passeio deixou de ser a
túnica de brim para ser uma jaqueta, igual à dos sargentos e oficiais, mas de sarja ou
coisa parecida com tergal, e igual à a calça. Mandei confeccionar uma, super a jato. O
modelo, ninguém tinha muito certeza qual era. Ficou por conta da perícia e autodidatismo
do alfaiate. Não deu outra: na Academia, os Cadetes de Intendência me encheram a
paciência por estar fora do modelo do regulamento. Aí eu disse que alguém deu o modelo
ao alfaiate. Ficou por conta da “incompetência do Serviço Regional de Intendência”,
órgão que hoje não existe mais. E também perturbaram pelo modelo do sapato preto que
tinha uma emenda no couro que separa o bico do corpo do sapato. Eu comprei como “o
mais indicado”, aí pelo “regulamento do turco” que me enganou. Mas não era tanta
diferença assim na jaqueta. Apenas um botão na lateral que permitia ajustar a jaqueta,
mais ou menos, na cintura.
Ninguém me disse sobre o uso de roupa civil em Resende. É que, em Campo
Grande era terminantemente proibido cabo e soldado usar roupa civil. Tanto que fui
dormir no xadrez por duas vezes. Gato escaldado... E não levei nenhuma roupa civil para
a Academia. E, assim, não poderia sair à paisana como os demais. É que lá tem um local
onde os Cadetes trocam de roupa - tiram a farda e colocam a roupa civil - conhecida
como “Casa do Laranjeira”. Laranjeira é o Cadete que não tem parente perto e fica os
finais de semana e até férias em Resende. Até o Tenente passou batido. Talvez a ele
fosse tão óbvio que isso passou despercebido. E o pior é que eu só tinha uma farda: uma
túnica, uma calça, um sapato... Durante o dia eu ficava com farda de instrução ou de
pijama. Para sair ou fazer os testes psicotécnicos era com a farda de passeio. O jeito era
lavar, pendurar durante a noite para vestir, meio úmida mesmo, no outro dia para o café.
Na época, se recebia o pagamento em dinheiro e em envelope na unidade. O
equivalente ao tesoureiro de um batalhão, na Companhia, chama-se, no jargão da
caserna, de Furriel. O meu pagamento ficou assim combinado: o furriel mandaria uma
guia de remessa com meu dinheiro para a tesouraria da Academia. Isso iria, lógico, pelo
correio, de trem como eu fui. Receberia uns quinze dias após, mas receberia. Se tivesse
sido desligado, o dinheiro seria remetido de volta. Recebi meu salário, o primeiro salário
como cabo engajado e fui a Cidade comprar roupa civil. Comprei uma roupa ruim p´ra
burro, pois o dinheiro não dava. O vendedor perguntou se eu era Cadete, respondi que
não. Ele me olhava com um ar de pouco caso, quase de desprezo, depois da escolha de
roupa que fiz. Escolhi a calça de brim parecida com o “jeans” de hoje (imitação de uma
confecção da moda, na época, chamada TOPECA) e uma camisa de manga comprida,
amarela. Á noite, inaugurei o traje, a casa do laranjeira e a pizza.
Mas, voltando o filme, embarcamos no trem em Campo Grande, os quatro
candidatos. Pelas minhas alterações é 26 de janeiro de 1968; hora era mais ou menos
sete da noite.
Nenhum familiar meu iria à estação: fui de jipe e, em jipe militar, civis não viajam –

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