147
Palácio Ceia'Rua da Escola Politécnica'
1269-00l Lisboa - Portugal
www.univ-ab.Pt
e -mail : cvendas @univ-ab'Pt
1. Introdução
t5 Sumário
16 Objectivos da Unidade
ti Contexto e Justificação
18 Plano do Curso
19 Estrutura das Unidades de f,'orma$o
2a Plano deAvaliação
20 Recomendações para a Auto-aprendizagem
55 Leituras Complementares
59 Sumário
60 Objectivos da Unidade
6t Do Estado Circunscrito ao Estado Inserido na Economia
64 0 "eonsenso de WashingÍor'f': Expansão dos Mercados e Retracção
do Estado
79 A Administração Reguladora
94 Leituras Complementares
97 Sumário
98 Objectivos da Unidade
99 Administração Pública
99 Missões da Administração
5. OrganizaçãoAdministrativa
123 Sumário
124 Objectivos da Unidade
t25 Diagnóstico dos Problemas de Estrutura
r27 Organograma
t29 Departamentalizaçáo
130 Princípios Gerais de Organização
t34 Estruturas Thadicionais
r37 Estruturas Modernas
t39 Estruturas Contemporâneas
143 Serviços Partilhados
144 Teste Formativo
145 Respostas ao Teste Formativo
185 LeiturasComplementares
189 Sumário
190 Objectivos da Unidade
r9t A Tomada de Decisão
195 O Processo de Decisão
t96 Modelos de Decisão
2ot Decisão Individual e de Grupo
t
8. Gestão de Recursos Humanos
217 Sumário
2tB Objectivos da Unidade
219 A Gestão Estratégica de Recursos Humanos
222 Princípios Orientadores da Gestão de Recursos Humanos: Regime
Jurídico
224 Vínculos
228 Recrutamento e Selecção
229 Carreiras
231 Remunerações
234 Gestão e Avaliação do Desempenho
238 Mobilidade
239 Exercício de Cargos Dirigentes
242 Férias, Faltas e Licenças
249 Teste Formativo
249 Respostas ao Teste Formativo
9. Gestão Financeira
253 Sumário
254 Objectivos da Unidade
25s A Reforma da Administração Financeira do Estado
257 Funções e Regras do Orçamento
263 Elaboração,Aprovação, Execução e Fiscalização do Orçamento
266 Regime de Administração Financeira do Estado
270 O Plano Oficial de Contabilidade Pública
277 Teste X'ormativo
Objectivos da Unidade
15
Objectivos da Unidade
O curso inclui:
Í6
1.1 Contexto e Justificação
t]
r Fornecer o caminho pedagogicamente adequado ao formando,
integrado num sistema de ensino a distância , capaz de lhe permitir,
com mais facilidade, o acesso ao auto-estudo.
Unidade 1 - Introdução
18
Na Unidade 4, apresentam-se as diversas missões e estruturas da Admi-
nistração e a forma e peso que aS mesmas têm assumido ao longo da história.
Referem-se os diversos tipos de administraçáo, desde a administração
central passando pela indirectapaÍa terminar na administração autárquica.
Os problemas da desconcentração, descentralizaçáo e devolução de poderes
constituem um ponto crucial desta unidade.
t9
1
Teste formativo;
No f,nal do curso, terá lugar uma prova de avaliação somativa de que resultará
a classificação do formando.
1. Estudar o manual;
2. Elaborar um dossier com as actividades;
3. Responder aos testes formativos;
4. Fazer as leituras recomendadas;
5. consultar a universidade Aberta sempre que sinta necessidade.
20
2. L Administração Pública como Objecto de Estudo
SUMÁRIO
Objectivos da Unidade
2.1 Gestão
2.2 Administração
Teste Formativo
Respostas às Actividades
Leituras Complementares
23
Objectivos da Unidade
24
2.1 Gestão
Esta acção humana começa quando duas ou mais pessoas têm de produzir
algo em conjunto, e a imagem mais conhecida da gestão corresponde a um
conjunto de processos racionais que visam atingir obiectivos instrumentais,
atravé s da mobiliz aç ão de tecnolo gias oryglgtglglg§_efi ciente_s .
I
Mike Reed.7"/re Sociology of
Manage ment.New YoÍk letc.] :
O termo gerir tem origem na arte de manejar cavalos. Durante muitos anos
_qerir e administrar foram sinónimos e, ainda hoje, há cursos superiores. em
Portugal, com designações de gestão e administração.
25
2.1 Gestão
Esta acção humana começa quando duas ou mais pessoas têm de produzir
algo em conjunto, e a imagem mais conhecida da gestão corresponde a um
conjunto de_processos racionais que visam atingir objectivos instrumentais,
através da mobilização de tecnologias org4nglgiqnalq eflciente_sr. Mike Reed. The Sociology of
Manageme nt.New York [etc.] :
Harvester wheatsheaf, 1989.
A ideia de gestão que acabamos de apresentar, tanto se aplica à gestão do O autor desmonta nesta obra
sector empresarial privado como do público. esta imagem estereotipada da
gestão.
O termo gerir tem origem na arte de manejar cavalos. Durante muitos anos
gerir e administrar foram sinónimos e, ainda hoje, há cursos superiores, em
Portugal, com designações de gestão e administração.
25
assumam arlafJÍeza de empresas públicas, quer de sociedades comerciais,
integram-se numa designação comum de sector empresarial do Estado ou
'?Veja-se a Lei n.' 58/98 de 18 das Autarquias2.
de Agosto (Lei das Empresas
Municipais, Intermunicipais
e Regionais);Decreto-Lei n.o
Todavia, há, actualmente, quem defenda que as recentes tendências
408182, de 29 de Setembro nas organizações públicas conduziram a uma nova gestão pública
(Código das Sociedades
Comerci ais) ; Decreto-Lei
(public management), diferente da tradicional administração pública e
n; 260116, de 8 de Abril e da gestão empresarial. Isto é a posição nascida do "managerialismo", um
Decreto-Lei n.o 7 5-N17 ,de28
de Fevereiro (Lei das Empresas
movimento surgido na década de 80, nos países anglo-saxónicos e que
Públicas). admite que uma melhor gestão é a solução eflcaz para os males sociais e
económicos3.
I Vd. Christopher Pollit,
Managerialism and the Public
Services: Cuts or cultural Alguns autores4 advogam que esta gestão pública funde a administraçáo
change in the 1990s.2"d ed., pública tradicional com a orientação instrumental da gestão privada. Não é,
Oxford: Blackwell Publishers,
Ltd., 1993,p. 1. porém, esse o sentido que queremos dar aqui à expressão gestão pública5.
Em Portugal, Oliveira Rocha6 defende que gestão pública e administração
aV. J. Perry e K. Kraemer, pública são conceitos que se sobrepõem.
Public Management: Public
and Private Perspectives.
California: Mayfield,
1983. Citado por David
Farnham e Sylvia Horton, Oqueéagestão?
"Managing Private and Public
Organisations", in D. Farnham
e S. Horlon (ed..), Managing Será a gestão um processo racional de planeamento, organtzaçáo,comando,
the New Public Services.2'd
coordenação e controlo?
ed., London: MacMillan Press,
Lld,1996,p.25.
Mike ReedT analisôu o processo de gestão ao longo deste século, na tentativa
5 C. C. Hood, "Public de identif,car tal processo, e chegou à conclusão que há três perspectivas
management for All Season".
diferentes: técnica,política e crítica.Isto signiflca que, para o autor, a ideia
Public Administration, 69,
3-19; Vincent Ostrom, 7àe que os especialistas e os práticos têm de gestão náo é a mesma.
Intelectual Crisis in American
P ublic Administration. Naperspectiva técnica a gestão é um instrumento racionalmente concebido
Alabama: Alabama University
Press. 1971. pata a realízaçáo de objectivos instrumentais. Esta perspectiva faz uso da
teoria sistémica, e a sua estratégia de acção é a valoização da eficâcra
6Oliveira Rocha, Princípios
de Gestão Pública. Lisboa:
organizacional.
Presença, 1991.
Na perspectiva política, a gestão surge como um processo social de
7 Mike Reed, The Sociology negociação,paÍa regulação do conflito de grupos de interesse, num meio
of Management. New York
[etc.] : Harvester Wheatsheaf,
envolvente caracterizado por incertezas consideráveis acerca dos critérios
1989 . p. l-32. de avaliação do desempenho organizacional. Esta perspectiva rompe com
a racionalidade e a tendência determinista, implícita na perspectiva técnica
anterior.Agestão concentra-se nas transformações peÍmanentes do equilíbrio
de interesses e de poder que se gera no quadro dos órgãos de gestão, o que
pode gerar comportamentos não racionais dos actores envolvidos.
26
para difundir o quadro ideológico que permite obscurecer estas realidades
estruturais. Esta caracterizaçáo dos processos e das estruturas de gestão
encontra-se ligada à abordagem marxista das organrzações.
Modelo Estratégia
Temática
de explicação de acção
l.Perspectiva Instrumentos racionalmente Teoria sistémica Valorização da eflcácia
técnica concebidos p aru a realização da conflguração orga-
de objectivos instrumentai s nizacional
2.Perspectiva Processo social de negocla- Teoria da acção Aperfeiçoamento
política ção para regulação de con- das capacidades de
flitos de grupos de interesse negociação dos que
exercem funções de
gestão
3.Perspectiva Mecanismo de controlo des- Teoria marxista Evitar, aos prof,ssio-
críÍica tinado à extracção máxima nais de gestão, visões
de mais-valias distorcidas da reali-
dade social
Henry Mintzberg fez notar: "se perguntar a um gestor o que é que ele faz,
provavelmente responderá que planeia, organiza, coordena e controla. Em
seguida, observe o que ele de facto faz, e não flque surpreendido se não
8 Henry Mintzberg, "The
conseguir relacionar o que vê, com aquelas quatro palavras"8.
Manager's Job Folklore and
FacÍ". Harvrtrd Business
O autor conclui que o gestor desempeúa dez papéis integrados em três grupos Rev i ew. 53 :4 (197 5) 49 ; N ature
diferentes: relações interpessoais, informação, decisão. O papel interpessoal of Mana ger ial Wo r k. London:
Harper& Row, 1973.
diz respeito à representação formal, ligação entre colegas e liderança dos
subordinados. O papel relativo à informação integra a monitorizaçáo, a
disseminação e interlocutor para o exterior. O papel de decisor envolve o de e
Nature of Managerial Work.
London: Harper& Row, 1973.
empreendedor, que inicia a mudança, o de controlador da perturbação, de
p.56-57 .
responsável pela afectação de recursos e negociadore.
21
Normalmente as actividades de um bom gestor implicam:
- Controlo de custos;
- Motivação do pessoal;
-Aumento da eflciência;
ro
Christopher Pollitt, ob
- Actuação estratégica e pro-activa.r0
p.5.
Actividade 2.1
2.2 Administração
28
conduzir, servir e manejar. Segundo outros, derivaria de minister - o agente,
auxiliar, o intermediário na realizaçáo de um serviço.
Assim, administrar é uma actividade que, tal como gerir, se expressa através
da combinação de recursos, que dão entrada num processo de transformação,
e saem sob a forma de bem ou serviço, num contexto organizacional.
Vale a pena lembrar que o termo organizaçáo tem origem no grego organon,
que signif,ca instrumento, utensílio. Ora, é com este instrumento chamado
organizaçáo, que o "fazer coisas, prosseguindo um determinado objectivo",
se transforma em administração. É que nem toda a acção destinada a obter
um efeito é administrqçáo. Por isso, é compreensível que se encare a
administração como uma decorrência da teoria organizacional, como um
pÍocesso que tem lugar no âmbito da actividade organizacional.
29
com o futuro. É ele que deve traçar o rumo geral, definir a visão a missão,
e os objectivos globais da organizaçáo, condições para a sua sobrevivência
saudável por longo pÍazo.
Actividade 2.2
Em primeiro lugar, Idalberto Chiavenator3, que organizou a sua obra r3 Idalberto Chiavenato.
Introdução à Teoria Geral
intitulada "Introdução à Teoria Geral da Administraçáo" , do seguinte modo: da Administração. São Paulo
introdução à teoria geral da administração, primórdios da administração; [etc.]: McGraw Hill, 1980.
Em segundo lugar, David R. Hamptonla, que atribuiu à sua obra "Administração ra David R. Hampton,
Administração Contem-
Contempor àÍtea" a seguinte e strutura : elementos da or gantzação, motivação porânea,3." ed.. São Paulo
-srupos
e organizações informais, tecnologia; planeamento, organizaçáo, [etc.]: McGraw HiIl, 1992.
e investigação em gestão.
Actividade 2.3
31
actividades administrativas, destinadas à satisfação de necessidades colectivas.
A satisfação de necessidades colectivas pela administração pública confere-
the uma especiflcidade: dependência instrumental do poder político.
32
vas. L. Willcocks e J. Harrow procuraram, também, diferenciar os Serviços
'ere- públicos do sector privado, tal como podemos ver abaixo:
34
Será que Administração Pública Portuguesa mudou nos últimos vinte anos ?
a
Para suprir esta carência há quem lance mão do contributo de outras ciências
e reúna, num todo, os contributos para o conhecimento, a compreensão e
a erplicação do fenómeno administrativo. E, em nosso entender, o caso de
35
22 David H. Rosenbloom, Rosenbloonfz, para quem a teoria da administraçáo pública devg- integrqr
"Public Administration Theory
(assemble) três abordagenq 4|s1_r4!a-q .gg-stiop1?ria, política e legal -,-pa&
and the Separation ofPowers".
P ub li c Admini s tr ation Revi ew. que haja um efectivo corpo teórico.
43 (t983),2t9-227.
O seu objecto mantém-se como gestão dos assuntos públicos, pese embora
a sua evolução ao longo do tempo e entre países. Há relativo consenso
sobre quais as áreas científlcas que integram a ciência da Administração:
Direito Administrativo, Teoria e Comportamento Organrzacional, Teorias
da Administraçáo Pública, Gestão pública e Políticas Públicas, Missões ou
Funções do Estado, Economia Pública. Acresce que, actualmente, há um
crescente interesse pelas teorias da escolha pública e da decisão.
Actividade 2.5
origem
Os historiadores não estão de acordo sobre qual o autor que esteve na
2a João Caupers, A Adminis-
da transformação do cameralismo numa verdadeira ciência. Para Langrod, traçdo Peri;férica do Estado:
foi Sonnenfels e para Small terá sido Justi2a. Estudo de Ciência da admi-
nistr açdo. Lisboa: Ed. Notícias,
1994. p.21; Sousa Franco,
No século XIX, a divulgação do princípio da separação de poderes, e o êxito Manual de Fínanças Públicas
do Estado liberal,levaram a que a ciência do direito administrativo adquirisse e Direito Financeiro, Yol. l,
Lisboa,l974,p.216.
uma posição hegemónica nos estudos dedicados à administração pública.
Foi neste ambiente marcado pelo diÍeito administrativo que Lorenz Von
Stein, autor hoje aceite como fundador da moderna ciência da administração.
escreveu a Sua monumental obra "Verwaltungslehre ", publicada entre 1865
e 1884.
Von Stein defendeu, uma tendência dominante no seu tempo e que viria
ainda a persistir durante décadas, contra o caÍácter unitfuio da ciência da
administração.
26 Cfr. Wilson's Era: Para outros autores, o estudo de Woodrow Wilson26 sobre "The Study of
"Philosopby and Times in
Administration" e as suas lições sobre administração na Universidade de
Jack Rabin e James Bowman".
Politic s and Admini s trrtt io n. Johns Hopkins,colrespondem ao nascimento da disciplina da administração
Nova lorque: Marcel Dekker,
pública, naAmérica.
lnc.1984,p. 11-49.
38
ro
Do lado europeu há duas excepções: o francês Henri Fayol (1841-1925)30, e o Henri Fayol, Ádministration
Industrielle et Générate -
alemão Max Weber (1864-1920)31, gue ficou conhecido mundialmente apartir Prévoyance, Organisatíot,
da sua tradução para inglês, pela mão de um americano, Talcott Parsons. C ommande me nt, C o ordination,
Controle. Paris: Gatithier-
-Villars (1916), 1981.
Weber representa um papel de grande destaque no pensamento das ciências
sociais, desde a sociologia à economia, e na gestão salientou-se pela forma
como caracterrzou aS organizações de tipo burocrático. As suas ideias
encontram-se, porém, muito próximas das de F. W. Taylor 0856-1915)3'z. 3rMax Weber- Social and
Economic Organizations.
Ambos defendem um modelo organizacional mecanicista, marcado pela: 1 Londres: Free Press. 1947.
previsibilidade, racionalidade, controlo e impessoalidade.
e, nessa medida, numa óptica comum à da administração privada. Tendo AlfredA. Knopf, 1950.
Os anos cinquenta são marcados pela publicação de: "The Study of Public
Administration" , de Waldo, em 1955 , e "The Bureaucracy in Modern
Society" de Peter Blau, em 1956.
Howard McCurdy, num estudo feito com base nas vinte obras mais citadas
nos EUA, em dois períodos de transição, da década de sessenta para a de
setenta e desta paÍaade oitenta, conclui que, no primeiro período, houve um
forte abrandamento das temáticas da administração pública e, no segundo,
um fortíssimo incremento dos temas da Ciência da Administraçáo.
39
Na Europa, a Ciência daAdministração está ligada àmatriz do Estado nação,
daí o seu pendor mais jurídico. O seu renascimento teve lugar na década de
sessenta, como resultado da acçáo de dois franceses: Georges Langrod e
Roland Drago.
40
Actividade 2.6
Perspectiva Jurídica
4t
e diferente de outro tipo de organizaçáo. Nos países europeus é aelaque os
juristas se referem e a mesma é objecto de estudo nas escolas de direito dos
respectivos países.
42
Perspectiva de Gestão
43
I
Perspectiva Sociológica
Por outro lado, esta perspectiva dos estudos políticos levou ao abandono
progressivo da visão jurídica e formalista da administração, que a enceÍrava
nas tarefas da simples execução. Permitiu ainda perceber a sua implicação
no exercício do poder, e revelar a grande diflculdade dos políticos traçarem
fronteiras entre a esfera administrativa e a esfera política.
Em terceiro lugar há, ainda, o contributo dos juristas, que procuram romper
com a dogmática jurídica e se vão reapropriar do saber sociológico.
Estes três grupos têm como motor, como elemento fundamental, o desenvolvi-
mento enoÍne da sociologia das organizações que vai dar à ciência administra-
tiva, não só o corpo de referências teóricas, como as metodologias necessárias.
44
:t
EBn6EÉti-t-):i'Í4.Ér'rÊ.8ffir1$iHj.f;,.c:ã,-#r(Iú=...FúrlÉfãrÉ:,il4ki t+!fl9-!(.l§-Eg.-::ê9!#'+
Actividade 2.7
Desde o final dos anos 70 que se vem assistindo a uma mudança de foco:
da public administration paru a public management. Adrferenciação entre
elas deriva da procura e adopção de modelos de gestão alternativos aos
tradicionais, com origem no sector empresarial.
45
. a gestão é uma função ofganizactonal separada e distinta das
demais;
46
sector público; a boa gestão é uma solução efrcaz para uma vasta variedade
de problemas económicos e sociais; a gestão consiste num corpo distinto de
conhecimentos universalmente aplicáveisa5. as
E.Wilson, ob. cit,, p. 50.
do New
Para o movimento do reinventing goverment e para a terceira vta
Labour emlnglaterra o termo "pnvatízação" é Substituído por "concorrência"'
quer seja
Sustenta-se que o monopólio é sempre mau, quer seja público
para
privado.Assim,o que importa,então, éciatas regras de jogo (regulação)
que oS diversos actores públicos e privados possam actuar. A concorrência
entre serviços públicos e entre estes e os privados seria o elixir
paÍa a
mais
modernização da Administração e a solução para uma Administração
eflciente, eficaz,económica e éttca.
deve-se
Importa,porém, salientar que a expressão <<reinventinS Sovernmenf>>
a David osborne e aTed Gaebler, qu€, em lggz,publicaram
uma obra muito
divulgada mundialmente, intitulada'. Reinventing Government. - How
the
to
entrepreneurial spirit is transforming the public sector from schoolhouse
ae
David Osborne; Ted Gaebler, statehouse, city hall to the pentagonae .
48
soÍrecção ou remédio. Investem as suas energias na produção 4q rygn§es,
@hímente nas despesas.
Tendo Como cerne tais directrizes, os autores propõem ainda que oS mesmos
princípios sejam aplicados nos sectores sociais dos sistemas de saúde,
educação justiça. Nessa linha, sugerem uma reinvenção do ensino público
e
a c,m torno da ideia de reestruturaçáo da gestão escolar.
g
a Os autores advogam " [ . ..] maior escolha para os pais , um sistema de avaliação
,r focalizado nos resultados, no lugar do cumprimento de regras e regulamentos;
}S
&scenffali zaçáo da autoridade e da responsabilidade pelas decisões em favor
1S
daescola local; um sistema de pessoal que premeie, efectivamente, o sucesso
dos estudantes e faça com que o insucesso tenha consequências reais; além da
participação activa e sustentada dos pais e da comunidade empresarial"5l. 5r Osborne; Gaebler, ob. cit.,
p.343.
w
,. No seu livro, Osborne e Gaebler defendem a existência de dez princípios
para uma <<administração de tipo empresarial» que são:
la,
ru
ia
a
ris 1. Administração Catalisadora
BE
rcs
âm
d"
49
Todavia, o precursof desta proposta, na pfáLtica política, foi o antigo vice-
presidente dos Estados Unidos, Albert Gore, ao elabolar um relatório acerca
da administração pública norte-americana, onde propagou a necessária
reinvenção da mesma. O enfoque de governança empreendedora representou
o novo contrato Sobre o funcionamento dos Serviços públicos, uma nova
administraçáo eficaz,eflciente e capaz de dar fespostas aos pfoblemas "[...]
diz respeito à mudança da rotina burocrática para a obtenção de resultados
concretos, criando uma Administração Pública que funcione melhor e gaste
s'?
Albert Gore, Reinvençdo menos"s2,
da Administraçdo P ública.
Lisboa: Quetzal, 1996, P. 25. O Relatório de Albert Gore apresenta recomendações para mudanças com
base numa nova fllosof,a de gestão: "[...] na qual inspiram as cerca de
380 recomendações apresentadas, implicando a adopção de cerca de 1200
medidas concretas. O que Se pretende, confessamente, é uma reinvenção da
s3
AlbeÍ Gore, ob. cit., p. 9 Administração Pública"s3.
Uma política de terceira via deveria ter uma atitude positiva a respeito
da globalização mas, e isto é fundamental, na medida em que ela for um
fenómeno de âmbito mais alafgado do que o mercado global. Os sociais-
-democratas têm de combater o proteccionismo económico e cultural, têm
de lutar no teÍreno da extrema-direita, que encara a globahzaÇão como uma
ameaça à integridade nacional e aos valores tradicionais.
50
Uma política de terceira via deve manter a justiça social como preocupação
nuclear, embora levando em linha de conta que o leque de questões que
não cabem na velha dicotomia esquerda/direitaé mais amplo do que nunca.
Igualdade e liberdade individual podem tornar-se antagónicas, mas as
medidas de rgtahzação podem também alargat as perspectivas de liberdade
que se aplesentam aos indivíduos. Para os sociais-democratas liberdade
devia signiflcar autonomia de acção, o que por Suavez exige o envolvimento
da comunidade social mais alargada. Tendo abandonado o colectivismo,
a política de terceira via procura um novo tipo de relacionamento entre o
indivíduo e a comunidade, uma redeflnição de direitos e obrigações.
n
O segundo preceito da sociedade actual deveria ser que náohâ autoridade
) sem democracia.Adireita sempre viu os símbolos como meios privilegiados
a de justiflcar a autoridade, fosse a Nação, o Governo, aFamília ou outras
instituições. Numa sociedade em que attadiçáo e os costumes estão a perder
forças, o único caminho paÍa aestabilidade passa pela democfacta. O novo
e individualismo não coffói inevitavelmente a autoridade, mas exige que ela
e seja repensada numa base de participação activa.
a
S
Uma modernizaçáo sensível aos problemas ambientais não signif,ca "mais
e mais modernidade", mas tem consciência dos problemas e limitações dos
i-
processos de modernizaçáo.Está alerta paraanecessidade de restabelecer a
)
continuidade e melhorar a coesão social num mundo de mudanças erráticas,
o
em que as energias, por si próprias imprevisíveis, da inovação científ,ca e
tecnológica têm um papel importante.
o
Constituem valores da terceira via: igualdade; protecção dos desfavorecidos;
liberdade encarada como autonomia; não há direitos sem obrigações;
o
cosmopolitismo pluralista; conservadorismo fl losófl co.
,S
51
.I
56 Denhardt
Denh Janet; Denhardt Mais recentemente, Robert B. Denhardt e Janet Vinzant Denhardt56 têm
obert, The New Public
Robert
zruice: Ser-ving, not steering.
Seruice.
posto em causa esta dicotomia entre administração gestionária e burocrática
ondon: M. E. Sharpe,2003.
London epropõem que tal comparação se estabeleça com o que os autores chamam o
I
novo serviço público "New Public Service,"movimento apoiado na cidadania
democrática, na comunidade e sociedade civil e numa dimensão humanista
do sistema organizacional.
Assim, Robert B. Denhardt & Janet Vinzant Denhardt sugerem sete princípios
para o novo serviço público em que o papel mais importante do funcioniário
ou trabalhador da Administraçáo é ajudar a estabelecer paÍcerias entre a
administração e cidadãos e empresas, para a solução dos seus problemas,
mais do que controlar ou pilotar a sociedade.
I
I
Formativo
al de conflitos.
B. A gestão é um processo negocial, regulador
Lí
lÁL A gestão destina-se a extrair a mais-valia.
ls
o sentido etimológico dos termos administrar/ administração?
i
m
DA
às Actividades
to -Fode.
Temos entre outros casos, os CTT Correios de Portugal SA.
úa
uma sociedade anónima cujo capital pertence I00Vo ao Estado
fra
Português.
53
N.' 5: As ciências sociais tentam, articuladamente, explicar a relação entre
a conduta humana e as condições materiais e simbólicas que dela
resulta e por sua vez a deteruninam.
N.o 1: A.
54
I
I
rc Complementares
la
, João
2008 Teoria Organizacional: Estruturas e pessoas 6 .o edição .Lisboa:
ISCSP.
, Barry
la 1993 Public Management. SanFrancisco: Jossey-Bass.
la
:a
, João
ile
§e
1994 A Administração Periferica do Estado: estudo de ciência da
admini s tr aç ão . Lisboa: Notícias .
ila
bó
VALIER, Jacques
1994 Science Administrative,2." edição. Paris: PUF.
, Robert
t995 P ublic Administration, Zth. New York [etc.]: Harcourt Brace
College Publishers.
wd
Janet; DENHARDT Robert
de
I. 2003 The New Public Service: Serving,
la
I
Sharpe.
ler
C. C.
do
"Public Administration for All Seasons" . Public Administration,69,
,so 3-r9.
las
pla
, Oliveira
cia
l99l Princípios de Gestão Pública. Lisboa: Presença.
lte
[s"
'na
de,
Ç2,
hÍI
bs,
lca,
55
A Administração Reguladora e Prestadora de Serviços
SUMARTO
Objectivos da Unidade
Teste Formativo
Respostas ao Teste Formativo
Leituras Complementares
59
Objectivos da Unidade
60
3.1 Do Estado Circunscrito ao Estado Inserido na Economia
Este foi o modelo postulado e que vigorou no mundo ocidental até à I Guerra
Mundial. Em 1926, Keynes publica a sua célebre conferência intitulada
The End of Laissez Faire, apresentando a certidão de óbito deste tipo de
capitalismo.
6I
A intervenção do Estado na economia acentua-se, porém, com a crise iniciada
nos Estados Unidos, em 1929. Com esta crise, a maior parte dos países
passou afazer da economia uma questão fundamental de governo. Mas foi
particularmente nos anos trinta, que se multiplicaram as agências reg-uJadqras
nos EUA, como ferramentas do New Dealrcoseveltiano, bem como os ffices
r Joseph E.StigliÍz,Economics intervencionistas em França e os organismos reguladores em Portugal3.
of the Public Sec/or. Londres:
W.W. Noúon Company, 1988,
No nosso País, foi a Constituição de 1933 que, pela primeiravez,consagrou
1-22.
um princípio explícito de hetero-regulação do mercado. Todos os textos
constitucionais anteriores (constituiçáo de 1822,Carta Constitucional de 1826.
Constituição de 1838 e Constituição de 1911), obedeciam, genericamente,
em matéria económica, às características das constituições liberais.
AII Guerra Mundial acabou com os regimes autoritários, que tinham instituído
formas de capitalismo de direcção estatal camuflado, de corporativismo, mas
não restabeleceu o Estado Liberal, divorciado da economia. Pelo contrário,
em diversos países, a intervenção estatal assumiu grandes dimensões:
constituíram-se extensos sectores públicos empresariais e procedeu-se a
nacionalizaç õe s, nomeadamente em Franç a.
62
Desde a sua versão inicial, a Constituição de 1976 garuntia a existência, em
Poúugal, de um sistema económico complexo, assente na coexistência de
três sectores de actividade económica e de três tipos de iniciativa: pública,
privada e cooperativa.
63
reconhece a pluralidade de sectores de actividade económica e de formasÔ
iniciativa: privada, pública e cooperativa.
64
5. Câmbio de mercado: taxa de câmbio competitiva.
"p ç**gq
I
ia Eqla teoria p9g
shington e a sua fórmula de aplicação
lab-o-raisdesÍeguhmentad0§,
némiça- urternacional s- esÍahiklade
-. -
Jela*dç-iuflaçao'
da
acreditam qqe as,econoÍnias de mercado do mundo real Se aproximam-
concolrência perfeita e aqueles que não acreditam nisso'
que
Acresce que nem a Escola de chicago nem a Escola do MIT defendem
os resultados do mercado são equitativos, porque os resultados
reais dos
mercados dependem da distribuição inicial dos recursos. se essa
distribuição
não for equitativa, os actuais e futuros resultados também não o
serão' Os
nos
economistas de chicago parecem acreditar que a falta de equidade
que
resultados do mundo real é aceitável e, o que é ainda mais importante,
porque
as tentativas para emendar essa situação são demasiado dispendiosas,
a manipulação dos mercados provoca ineficiências económicas.
a geraf
Eles parecem estar convictos de que a intervenção do governo tende
o, ,.o, próprios fracassos, bastante dispendiosos, devido à incompetência
burocrática e à procura de rentabilidade fácil, mediante as quais os interesses
privados tentam orientar as políticas em seu próprio benefício.
66
la 1$er:ronomia heterodoxa engloba conceitos teóricos de base que são,
hedumentalmente, incompatíveis com a economia neoclássica em
q=*Ofuer das suas duas formas contemporâneas. Estes conceitos resultam
TS
iffiexplicações signif,cativamente diferentes do mundo teal, incluindo
)S
à §sar-rbuição dos rendimentos e os factores detertninantes da actividade
rf l=Enmlrrlica e do crescimento. Além disso, muitas vezes resultam na prescrição
]S ê d-Íerentes políticas.
ta
Afur,rna como o Estado tem encarado as falhas de mercado tem conduzido,
sde,. o Consenso de Washington à procura de alternativas que petmitam,
al
$U'rlrn lado evitar intervenções de consequências nefastas e, por outro,
1S
FÍírrnrover o eflciente desempenho das
funções fundamentais do Estado, ou
ia G$. rrr.:tualmente, assiste-se a uma discussão de natureza política tendo por
$gi<u:ma doutrina económica sobre as novas funções/missões/atribuições do
al
Bpr*o.Co- o peso crescente do Estado e o poder crescente dos Governos,
aarÉl.i:,ie das regras de decisão política e do modo como actuam os agentes
a 6
André Alves; José Moreira,
a E*i;o s torna- se essencial6.
O que é a Escolha PúbLica?.
Cascais: Principia, 2004.
rS,
e.
às
,ê5 A Compressão do Papel do Estado pelas Privatizações
)S
(s'ÊãDs oitenta vieram pO. .rn causa o Status cluo qtantoao papel do Estado,
ne
.@r sido palco de um movimento de redução desse papel na vida económica
CS
€srdatr.
io .À,axcepção de um menor Estado, ou seja, de um menor protagonismo
)s deste na actividade económica, apresenta tónicas diferenciadas entre
OS é::,,i1e versões minimalistas do tipo Estado mínimo, até versões mais
Ie ionistas, do tipo "intervir menos para intervir melhor"7
7
Joseph E. Stiglitz,Economics
of the Public Suclor. Londres:
Ie W. W. Norton CompanY, 1988,
e,.r,olução conhece uma assinalável aceletaçáo, em especial desde a t-22.
do Muro de Berlim e do impulso decisivo da globahzação económica
'ar
ârs mercados. Representa, também, com a revolução tecnológica e
:ia lcacional, a entrada de um novo paradigma de organrzação económica
CS . marcado pela agressividade competitiva à escala planetárra.
67
reviver das doutrinas neolibelais da Escola de Chicago e pelas concl
saídas do Consenso de Washington, em 1989'
Razões de vária ordem têm sido aduzidas para explicar o movimento redutor
do papel do Estado empresário.
68
Esta nova fllosofia administrativa tem-se expressado, como vimos, através
OáÀAmmlstração Pública de tipo Empresarial "New Public Management",
da Reinvênçao da Governação "Reinventing Government" ,das abordagens
e André A. Alves: José M.
da Escolha Públicae e do Novo Serviço Púb1ico10.
Moreira, O que é a Escolha
Para Peters e Waterman, o modelo burocrático, característico das organizações P úb lica. Cascais: Princípia,
2004.
públicas, é gerador de ineflciências e disfunções, razáo por que se deverá
adoptar modelos e técnicas de gestão empresarial. As administrações públicas 10 Janet Denhardt; Robert
69
O sector empresarial do Estado é constituído por empresas públi:.'
sociedades de capitais públicos, e sociedades de economia mista control;Lj::
O Estado pode, ainda, deter participações minoritárias em sociedac.'
comerciais Privadas.
Por último, importa salientar que existe um grande debate académico, teóric" '
político e económico na área do bem-estar e das flnanças públicas, acel'=
das velhas e novas funções do Estado. Na prática é aqui que se focaliza ':
essencial da questão, pol exemplo, acerca do sector público podel ou nãir
ter um peso superior a357o do Produto Interno Bruto (PIB) de um país. \ú
última década Portugal aplicava cerca de 507o do PIB no sector público
Todavia, há países como a Suécia com um peso superior. Por isso, há queni
Se inteffogue se deveremos centfar a questão apenas no peso da despesa
pública face ao PIB ou na relação entre este rácio e a qualidade de sen.içt.'
público prestada ao cidadão pela Administração.
70
d) Abertura, à iniciativa privada, de sectores anteriormente explorados
pelo sector público em regime de monopólio.
Parceria pública privada que por sua vez assume diversas formas. Uma das
-e)
mais conhec idas é o Proiect firutnce. OPrcjectfinance inclui três aspectos:
decisão de investimento, envolvendo um activo; decisão organizacional,
envolvendo a formação de uma empresa independente; e decisão de
financiamento, envolvendo o tipo de dívida e garantias relacionadas'
D
Historicamente, o Sector privado tem utilizado o proiectfinance para financiar
gojectos industriais. Mais recentemente, outra área em que este mecanismo
a Em Se mostrado promissor é a de infra-estrutuÍa,na qual identiflcam-se
r, parcerias público-privadas para o f,nanciamento de instalações de transporte,
,S
estações geradoras de energia, sistemas de comunicaçáo e outros projectos.
rs Eses projectos de infra-estrutura, tais como pontes ou certas redes de auto-esfrada,
e portos e aeroportos são altos e de longa maturação, exigindo financiamentos
a mrbém de longo prazo,além de um ambiente económico estável'
n
-{ presença do sector privado está aumentando em várias áreas de infra-
<strutura pública, sendo de grande proeminência na de transportes. A
;e pÍestação de serviços, que envolva receita de taxas dos utentes, tem sido
)S újecto de flnanciamento por parte do sector privado. Os acordos entre os
i&-tores público e privado podem assumir diversas formas, diferindo entre si
na forma pela qual responsabilidades, riscos e retornos são compartilhados.
hpofta salientaÍ que nos termos dos contratos existentes, por Iegra num prazo mais
grt menos alargado, a propriedade da infra-estrutura reverte a favor do Estado.
IS
7l
VII, no comércio na Europa. Em 1299,a Coroa Britânica negociou um
século
empréstimo junto a Frescobaldi, um dos principais bancos de investimento
italianos da época, para desenvolver minas de prata. Contratualmente, o
credor controlaria as minas e retiraria o minério na quantidade que quisesse,
durante um ano, assumindo o custo da operação.
Fica claro que, em muitas situações, o Estado não abandona o seu papel
de f,nanciador, de planeador e mesmo de tutor. Do que atrás referimos
pode-se concluir que, em alguns casos, não se trata tanto de transferência
da propriedade ou da gestão públicas, mas apenas de formas de abertura à
A
concorrôncia. E uma forma de ampliar o papel da actividade privada ao lado
da pública ou, apenas, de um artifício legal para permitir maior flexibilidade
à gestão, retirando-a do espartilho das normas do direito administrativo, da
disciplina orçamental e do modelo rígido da função pública.
IJ
il
Actividade 3.1
75
empresarial
Em Portugal, as formas jurídico-institucionais da actividade
aos de outros países da
do Estado só em parte mostram traços semelhantes
figuras de concessão de bens
Europa ocidental. Recorreu-se, inicialmente, às
","ruiçorpúblicos(porexemplo,doscaminhosdeferroedostelefonese
fabrico de material
telégraios) e à administração directa (imprensa nacional,
de tornar mais flexível o regime
de g-uena). O reconhecimento da necessidade
conduziu, igualmente, o
de determinados serviços públicos económicos
personalidade jurídica e
Estado português a atribuir a muitos organismos
autonomia administrativa e financeira. Mas só no
final dos anos 60 se assiste'
em empresas, bem
em Portugal, à transformação de alguns desses serviços
como à criação ex novo de outras empresas públicas'
distinta da maioria
Ainda que em obediência a uma filosof,a de organização
Novo>> favoreceu, também,
dos regimes ocidentais da pós-guerra, o <<Estado
de colaboração próxima entre as economias
pública e privada'
oma
"xpe.iência maioritária, no capital de
Isso traduziu-se na participiçáopública, por vezes
empresasprivadas,particularmentenolançamentodeempreendimentosem
de energia'
sectores básicos, como a siderurgia e a produção
76
De um modo geral, esses serviços foram sendo transformados em serviços
personalizados (ou estabelecimentos de carácter industrial e comercial),
dotados de autonomias administrativa e flnanceira. O recurso ao serviço
personalizado foi pensado como um meio de evitar os perigos da estatização
(politização e burocratizaçáo) das actividades económicas do Estado, o que
se tornava especialmente premente no caso das actividades industriais e
de prestação de serviços ao público. Beneficiando de orçamento e gestão
autónomos, esses serviços podiam, assim, escapar à rtgtdez das regras
orçamentais e da contabilidade pública e adquirir, desse modo, condições
de uma maior eflciência.
77
Só em l976veioa ser criado um regime específlco para as empresas públicas,
r3 Decreto-lei n.' 260176, de instituindo-se um verdadeiro sector empresarial do Estadot3.
8 de Abril (iei de bases das
empresas públicas). o sector empresarial do Estado, hoje, integra as emplesas públicas, isto é, as
Sociedades constituídas nos terÍnos da lei comercial, nas quais o Estado
ou
outras entidades públicas estaduais possam exercer, isolada ou conjuntamente,
de forma directa ou indirecta, üma influência dominante em virtude de
dos
alguma das seguintes circunstâncias: a) Detenção da maioria do capital ou
direitos de voto; b) Direito de designar ou de destituir a maioria dos membros
dos órgãos de administtaçáo ou de fiscalização; c) as pessoas colectivas
de
78
de municípios e áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto, respectivamente,
possam exercer, de forma directa ou indirecta, uma influência dominante
em virtude de alguma das seguintes circunstâncias: a) Detenção da maioria
do capital ou dos direitos de voto; b) Direito de designar ou destituir a
maioria dos membros do ôrgão de administração ou de f,scalização. São
também empresas municipais, intermunicipais e metropolitanas, as entidades
com natureza empresarial reguladas. Os municípios, as associações de
municípios e as iíreas metropolitanas de Lisboa e do Porto podem constituir
pessoas colectivas de direito público, com natureza empresarial, designadas
«entidades empresariais locais>>16. 16
Lei n." 53-F12OO6,de29 de
Dezembro (Apro a o regime
juídico do sector empresarial
local, revogando a Lei n."
58/98, de 18 de Agosto).
Actividade 3.2
Em certo sentido, hoje exige-se que o Estado converta parte dos recursos
nomeadamente humanos que dedicava, tradicionalmente, à produção tangível
de bens públicos em novas competências destinadas a satisfazeÍ as novas
atribuições da regulação.
79
Í
80
o Isto não signif,ca que no desenvolvimento e aplicação do texto constitucional
ra não tenham variado, ou possam variar, as actividades regulamentadas ou os
'o instrumentos utilizados pafa esse efeito. Tal acontece, por exemplo, quando
)S o Estado concede maior importância à protecção da concorrência do que
11 à regulamentação dos preços. E, também, quando prefere a negociação à
lo imposição, como meio de vincular os agentes económicos a determinados
comportamentos. Neste aspecto, a ordem jurídica portuguesa vem reflectindo
tendências globais para a desregulação de certas actividades e a regulação
r- de outras.
)S
1a Muitos autores chamam a atenção para o papel que a substituição da
ES intervenção pública pela privada desempenha como forma de modernizar a
er -\dministração Pública.
,CS
81
génese religiosa, e acabando nas associações de socolros mútuos, de
sindical.
82
-í1
at  primeira compreende as que visam restringir a liberdade de
iniciativa económica, em qualquer das Suas componentes: acesso,
organização, ou exercício da actividade económica. Esta forma de
regulação corresponde à tradicionalmente designada pol poli!,ica
económica. Ela exprime-Se, tipicamente, em medidas de catâçtet
prevent_ivo e rgp,res úvo.
83
As principais áreas de regulação económica variaram ao longo do século
XX por razões que se prendem com o desenvolvimento tecnológico, com
os fenómenos da internacionalizaçáo e globalização da economia e, mais
recentemente, com as políticas desreguladoras e de privatização. Assim,
enquanto áreas tradicionais de regulação, como a f,xação de preços , perderam
importância, emergiram outras, como o controlo da qualidade, do ambiente
ou do consumo.
Concorrência e preços;
Ambiente;
Electricidade;
,, ' Comunicações;
. Informação.
84
I
85
exclusivo benefício, inventando formas de condicionar ou mesmo eli
concoffência, sendo que os mercados tornam-se draconianos e exclu:i1L1A
26 Marcello CaeÍalo. ManuaL Em Portugal, e em particular na expressão de Marcello Caetano26, "o servico
de Direito Administr at iv o. v o1.
IL Lisboa, p. 1068.
público é o modo de actuar da autoridade pública a flm de facultar, por modc
regular e contínuo, a quantos deles careçam, os meios idóneos pafa satisfação
de uma necessidade colectiva individualmente sentida".
86
por serviço público'
A grande questão, hoje, é saber o que se deve entender
prestador para um
Isto, num contexto de passagem do Estado produtor e
Estado regulador e mais selectivo no desempenho
da função prestadora
I (entendida como prestação directa de serviços públicos)'
)
I Háquereconhecerqueestapassagemforçadaportodoestemovimento
de aflrmação
t crítióo referido abriu, em todos os quadrantes, novos espaços
à iniciativa privada. Por si ou em articulação com
capital público, mesmo
do Estado.
nos sectores tradicionalmente tidos como exclusivos
não flcaram imunes
Neste quadro, o conceito e a função de serviço público
,"rrr rá plano nacional, nem no plano europeu' O que foi posto
em causa
do serviço
foi, fundamentalmente, a fórmula organizacional de prestação
público.Hoje,játnáosedefendequeestetenhadeseridentificadocoma
\ Administração Pública.
'e
da validade de serviços
IS caminha-se, assim, no sentido do reconhecimento
individualmente
públicos para efeitos de satisfação de necessidades colectivas,
público e a titularidade
sentidas e do abandono da antiga ligação entre serviço
privado'
:o
administrativa.É,muitas vezes, a fuga para o direito
lo
das concepções
Ío Além disso, não parece ter sentido a fecusa da generalizaçáo
,,Estado mínimo", no domínio das prestações de serviço público' Do
de
nos model0s
mesmo modo, náo faz muito sentido o entrincheiramento
de empresas
clássicos de reserva, em benefício de serviços administrativos,
1e
va
públicas ou de capitais cem por cento públicos'
lo
público estão
co os pressupostos do modelo europeu continental de serviço
ral tambémaevoluir,comvistaàadaptaçãodosprincípiosedosmodelos
Ía organizacionais às regras de acrescida concorrência'
co regras de solidariedlde 9
Neste quadro, o serviço públicofundamenta-se em
ais
de igualdade de tratamento,".on.t tizaçáode
direitos sociais dos cidadfuis'
Assim, o serviço público lóàaliza-se na encruzilhada do funcionamento do
coesão e equidade'
VO, mercado, com a realização de finalidades de solidariedade,
por sa-t-is-'f-eitas -apçnas-
)ito De tal fbrma que estas f,nalidades não se têm totalmente
Joseph E. Stiglitz- Ecortorttrcs
com o exclusivo jogo das forças de mercado2T'
'??
fundamentais dos
de serviçàs públicos ligado-s à satisfação de direitos
na Lei Fundamental
Jão cidadãos. As formas de Jcançar as f,nalidades previstas
'ace
encontram-seabertasàcooperaçãocomosectorprivado,desdeque
3ais salvaguardadoum..conteúdomínimo,,deserviçopúblico.
)ços
da vinculação orgânica
Este conteúdo é, cada vez menos , def,nido em função
pelas regras de acesso e
ao Estado. Ao invés, é cadavez mais caracterrzado
8l
I
Assim, há uma situação de serviço público sempre que seja fornecido um bem
ou um serviço a toda a população, abaixo do preço de custo. Esta necessidade
'?S
Stiglilz, Ec onomic s
Joseph E. ocorre devido, em especial, às externalidades2s.
Public Seclor. Londres:
o;f the
W.W. Norton & Companw,
t988.214-235.
A ideia de externalidade corresp-q4L(e à situação em que q- ac_ç,{q !e um
agãnte ecõnómico tem impacto no bem-estar de outros, "e 9ug.!gl -r.rup--aç,ta
não é medido por uma transacção de mercado, sendo portanto ignorado,pelo
agente decisor. Esta relação entre agentes económicos é, assim, externa ao
mercado. Se o Estado não intervir no sentido de compensar esta externalidade,
o agente não investirá.
88
dos correios, As obrigações daí decorrentes destinam-Se a assegurar, por
toda a parte, o acesso de todos a prestações de qualidade e por um preço
ÍazoáNel.
Actividade 3.3
s
tsterpreeÉg
n Por isso, a primeira aproximação ao que hoje deve ser entendido por interesse
). nacional decorre do articulado da CRP, em cuja hierarquia intrínseca avulta
rs desde logo a Secção de abertura, intitulada "princípios fundamentais." Ng§te
a1tflguram-oçoucgitojxÍers§§9-:oaçiooal . Numa
@ c
;e
Assembleia da República.
)u
89
Num segundo nível da análise, aparece igualmente nos programas dos
diferentes Governos, e também nas designadas Grandes Opções do Plano'
Em níveis complementares da análise, oS programas dos partidos da
oposição , e, em particular os discursos programáticos dos respectivos líderes ,
incluem também elementos que permitem contribuições subsidiárias para
a compreensão do interesse nacional num determinado momento.
Assim sendo, nas últimas décadas , existem alguns objectivos que claramente I
ambicioso que o de
Quanto ao conceito de "interesse público" é menos
interesse nacional, pese embora a possibilidade de ser invocado de forma
mais
que
alargadae extensiva. No fundo, o interesse público consagra situações
se podem sistematizar na seguinte taxonomia: a) realidades expressamente
previstas na lei, como conf,gurando objectivos , critérios , factores , ou quaisquer
90
outros elementos, ditos de "interesse público"; b) a acção do Governo e de
outros órgãos de soberania, dentro da margem de discricionariedade prevista
no Estado de Direito, Constitucional e Democrático; c) a acçáo de entidades
diversas, de nattreza institucional, inseridas na acepção lata do Estado, no
exercício de atribuições que a CRP ou a lei ordinária lhes confiou; d) acção
de outras entidades, eventualmente privadas , a quem a lei conflou o exercício
de atribuições de serviço público.
9l
A sua existência decorre de imperativos de cidadania em socieda;=.
democráticas . De facto, não existindo legitimidade para que haja cidadãos :.
primeira e segunda classe, o Estado tem obrigação de assegurar a provisão ;<
um determinado "stock" de bens colectivos a todos os cidadãos, tais con:,-
saneamento básico; distribuição de ágtae de energia; comunicações poSte.:
e telefónicas; cuidados básicos de saúde. Os exemplos mais soflsticados têr
a ver com o acesso a determinados bens culturais, de que o serviço público de
rádio e de televisão coÍresponde à situação mais facilmente identiflcável.
Como se sabe, os auxílios de Estado são proibidos pelo artigo 87.'do Tr4[ado
de Roma. Todavia, esta proibição pode ser derrogada ou excepcionada, mas
sempre na base de normas específlcas também previstas no mesmo Tratado.
O não cumprimento destas normas tem pesadas sanções, a menor das quais
será seguramente a obrigatoriedade que impende sobre o Estado no sentido
de recuperar o montante f,nanceiro que foi indevidamente concedido. Desde
a existência da Comunidade Europeia, estas questões têm sido intensamente
controvertidas e objecto de frequentes reclamações de empresas concorrentes
que se sentem lesadas. Para que um incumbente, por exemplo os Corteios de
Portugal, possam pelo "serviço universal" (assegurar a comunicação postal
em áreas não rentáveis) que prestam ao País, receber um contrapartida do
Estado flnanceira ou outra é necessário que f,que provado que tal se deve a
título de "montante compensatório" e não como "auxílio do Estado".
Actividade 3.4
92
Teste Formativo
1.b)Estado liberal.
l. Aumento daefi.cácia, a melhoria da qualidade, a redução dos impostos,
a diminuição do sector público e o melhor atendimento do cliente.
93
Leituras Complementares
KRUGMAN, Paul
2001 The Conscience of a Liberal. London: Penguin Books.
RODRIGUES, Lopes
2001 Políticas Públicas de Concorrência.Lisboa: ISCSP.
SAVAS, E. S.
2000 Privatization and Public Partnershrps. Chatam, NJ: Chatan House.
STIGLITZ, Joseph
1988 Economics of the Public Sector. London: W. W. Norton &
Company.
VITAL MOREIRA
1997 Auto-Regulaçõo Profissional e a Administração Pública. Coimbra:
Almedina.
94
4. Missões e Estruturas da Administração
SUMARIO
Objectivos da Unidade
Teste Formativo
Respostas ao Teste Formativo
Leituras Complementares
Objectivos da Unidade
98
4.1 Administração Pública
Com efeito, uns são criados e geridos pelo Estado, outros entregues a institutos
e estabelecimentos públicos, e outros, ainda, são assumidos e administrados
pelas autarquias locais, no âmbito da sua átrea geogtáfica.
99
objectivos mudam e ajustam-se, assim como as estratégias e as políticas. As
missões raramente mudam e nunca de forma radical. Para que isso suceda
era necessária a refundação da entidade organizacional.
No flnal dos anos noventa do século XX, já não era pedido à administração
não é pedido que fornecesse mais serviços a administrados mais numerosos,
mas que distribuísse serviços de natureza diferente e de qualidade superior.
Ora, para isso eram necessiários meios f,nanceiros e técnicos mais elevados,
e recursos mais poderosos.
r00
--
Regulação das relações entre a sociedade e o exterior (defesa e
ne gociações estrangeiras) ;
101
3. o Missões propriamente políticas:
. funcionamento das instituições políticas (eleições,
assembleias);
. relações com instituições religiosas;
. informação da opinião para f,ns políticos.
b) Missões Económicas
c) Missões Sociais
t02
3.o Aorganização dos lazeres e actividades culturais destinadas aos
adultos, incluindo a informaçáo de catâcter não político;
Actividade 4.1
Estado
Entre as diversas dimensões que o termo possui, destacamos três que nos
parecem mais signif,cativas:
103
. dimensão internacional: Estado soberano, titular de direitos e deveres
ao nível internacional;
t04
:
Governo
Primeiro Ministro;
Vice s-Primeiro-Ministro ;
Ministros;
Secretários de Estado;
Subsecretários de Estado.
105
Actividade 4.2
dos cidadãos. Por outro lado, tem também a ver com a necessidade, impostal
pela CRP, da Administraçáo Pública dever ser estruturada de modo a evitar
a burocracia, e a aproximar os serviços das populações.
106
signiflca, em resumo, que:
t07
Os órgãos locais do Estado são instalados em diversos pontos do territórit-r
nacional e, à frente deles, o Estado coloca alguém para chefial e tomar
decisões. São os casos do delegado de saúde, do chefe da repartição de
f,nanças, etc.
Isto signif,ca que estes órgãos podem tomar decisões em nome do Estado,
pertencem a este e não às autarquias (mesmo que funcionem no mesmo
edifício), e só podem decidir dentro de uma delimitada zona geográLfrca'
108
mnstituídas por via ascendente, tendo origem nas populações, e não por via
&scendente, como ocoÍre com a criação dos institutos públicos.
. comunidade de pessoas;
Actividade 4.3
109
Em nosso entender, a verdadeira delegaçáo há de ter, sempre, impacto na
capacidade de decisão e implicar sempre a transferência do poder para
decidir.
Nos termos da lei 2rca (Artigo 9), os membros do Governo podem delegar
nos titulares dos cargos de direcção superior de 1.o grau a competência para
emitir instruções referentes a matérias relativas às atribuições genéricas
dos respectivos serviços e organismos. Os titulares dos cargos de direcção
superior de 1.o grau podem delegar em todos os níveis de pessoal dirigente
as competências próprias e subdelegar as competências que neles tenham
sido delegadas.
110
A delegação de poderes foi concebida como um instrumento da descon-
centração administrativa. A delegação de poderes, nos termos do Código do
ProcedimentoAdministrativo (CPA), é o acto pelo qual um órgão (legalmente
habilitado para o efeito) permite que outro órgão ou agente pratique actos
administrativos sobre a mesma matéria.
No caso da delegação interna não há, propriamente, uma delegação, mas antes
uma repartição de tarefas e competências internas no âmbito dos serviços
de um órgãos administrativo. Esta situação não tem, por isso, relevância no
ordenamento jurídico geral, e corresponde a um poder normal dos titulares
de órgãos administrativos.
Actividade 4.4
tt2
4.8 Desconcentração, Descentralizaçáo e Devolução de Poderes
Desconcentração
à Ciência da Administraçdo.
çó píbtlco táo .ottnuaui a células administrativas Li sboa: Europa-América,
amente das autoridades governamentais, no que 1978.,p.156.
O grau de concentração do Estado não tem nada a ver com a relação que
o Estado possa ter com as restantes pessoas colectivas públicas. É que
a concentração/desconcentração é um fenómeno de organrzação interna
da pessoa colectiva pública - dimensão intra -, e não de relação externa
- dimensão inter. O problema da rclaçáo entre o Estado e as diversas
pessoas colectivàs pú6li-ca§ íuni probiemà de desôentralizaç.áo,e não de
desconcentraç4g.
Assim, para este autor que Segue, no essencial, o critério de Marcelo CaeÍano"a
concentração de competência", ou a "administração concentrada", é o sistema
em que o superiorhierárquico mais elevado é o único órgão competente para
tomar decisões, ficando os subalternos limitados às tarefas de preparação e
execução dessas decisões. Por seu turno, a "desconcentração de competência"
113
ou a "administração desconcentrada" é o sistema em que o poder decisório se
reparte entle o Superior e um ou vários órgãos subalternos, oS quais todavia,
5
Freitas do Amarai. Curso de peÍÍnanecem, em fe}fa, sujeitos à direcção e supervisão"5.
Dire it o Adminis tr ativ o, v ol.
I. Coimbra: Almedina, 1993,
pp 657-658.
Há vários níveis, graus e formas de desconcentração.
e se tornam independentes;
relativa: quando é menos intensa e não foi tão longe como a primeira
e por isso os órgãos subalternos criados mantêm uma relação de
subordinação ao superior.
6
I oão Catpes, A Admini s tr aç ão Perante tais dúvidas João Caupers6 questiona:
P eriférica do E stado. Lrsboa.
Notícias, 1994,p.230. "trata-se de um fenómeno denaixezaadministrativa ou de natureza
política? Ou haverá duas descenffalizações,uma do domínio do direito
constitucional, outra do domínio do direito administrativo?;
tt4
a descentralizaráo exige a difusão do poder ou contenta-se com a
distribuição do trabalho? ;
as privatizações e as concessões enquadram-se no fenómeno da
descentralizaçáo ou esta apenas existe realmente quando opera a
favor de entes de natrrezapública?".
Arepartição dos interesses , entre locais e gerais. é prá\a seguida por muitos
7
AtoresT. Os interesses locais, que o Estado se obriga a regleitar, e os interesses Charles Debabasch, Science
Administrative, 4." ed.. Paris,
gerais, cuja prossecução the cumpre. 1985,p.220.
115
1), a ideia à
lubjacenle {e1c9_q{a1i-4ação
ao aos cidadãos, e o envolvimento destes
p!9 tleq diz-ern respeito. Désiâ iõ1Aa, ela
ap arec9 indis s ociavelmente li g4d-a à democracia p-artiçip4li-ya.
Assim:
ução de Poderes
tt7
A devolução do ponto de vista Administrativo é a transferência de
responsabilidades da Administração Central do Estado pata departamentos
regionais, também conhecida por administração periférica do Estado' São
exemplo destamodalidade de devolução as cinco Comissões de Coordenação
e Desenvolvimento Regional (CCDR) e os diversos institutos públicos com
autonomia administrativa e flnanceira com competência territorial tais como
as Administrações Regionais de Saúde.
Teste Formativo
Leituras Complementares
CAUPERS, João
1994 AAdministraçõo Periferica do Estado. Lisboa: Notícias.
GOURNAY, Bernard
L978 Introdução à Ciêhcia Administrativa.Lisboa:Europa-América.
119
5. OrganizaçáoAdministrativa
SUMARIO
Objectivos da Unidade
5.2 Organograma
5.3 Departamentalização
Teste Formativo
Respostas ao Teste Formativo
Leituras Complementares
t23
Objectivos da Unidade
r24
5.1 Diagnóstico dos Problemas de Estrutura
t25
Relativamente às políticas, interessa identif,car os seus autores e as suas
linhas mestras; e se os objectivos estão alinhados com as políticas.
t26
Quanto à informação, merece ter em conta: se o pessoal sabe, sempre, o
que querem os chefes; se os chefes conhecem os desejos e dif,culdades dos
colaboradores; se a informação emanada dos dirigentes resulta estimulante
para uma colaboração positiva; se o pessoal é informado, de modo suficiente,
sobre o andamento da organização; se é avaliado o grau de satisfação dos
colaboradores e do público e se os motivos desfavoráveis são objecto de
estudo; se se utilizam convenientemente os instrumentos de comunicação
para o efeito; se há quem retenha a informação no todo ou em parte; se se
luta contra o secretismo desnecessário, defendendo a prestação de contas.
Por último, no que toca a reuniões, importa indagar se: o sistema de reuniões
é reconhecido pelos responsáveis como um meio eficaz para favorecer a
colaboração de todos; os motivos de reunião são anunciados, dando-se a
conhecer previamente o tema; os horários são afixados de acordo com as
disponibilidades dos participantes; começam à hora indicada e dentro do
horário normal de trabalho, de modo a não perturbarem a vida particular dos
participantes; dão bom resultado.
5.2 Organograma
por
Para representar uma estrutura organizacional utiliza-se o gráfico designado
organograma que é a representação abreviada da estrutura da organização.
Existem vários tipos de organogramas, alguns simples, outros complexos.
t27
I
de interdependência entre órgãos; os níveis administrativos que compõem a
organizaçáo; a via hierárquica.
a) Hierárquica
b) Funcional
c)Coordenacãolll
d) Assessoria ou staff
t28
Ligações de cooperação - são as ligações entre o mesmo nÍvel hlerâfqulco,
mas de departamentos diferentes. Geralmente, só são usadas quando é
necessário constituir grupos de trabalho com vista ao desenvolvimento de
um determinado projecto.
Actividade 5.1
5.3 Departamentalização
Um roteiro de regras de acção, que pode ser seguido na departamentahzaçáo,
é o de Lyndall F. Urwick.
São os seguintes os princípios apresentados por Urwick2: a) Objectivo: a '?L. Urwick, The Elements
of Administratian. London:
estrutura precisa de ser a expressão de uma organizaçáo como um todo; b) Pitman, 1943.
Especialização: cada membro de uma otganizaçáo deve dedicar-se a uma
só função importante; c) Coordenação: a flnalidade de toda a otganizaçáo é
conseguir coordenar e assegurar a unidade de esforços; d) Autoridade: deve
haver uma linha de autoridade clara e definida, partindo de cima para baixo;
e) Responsabilidade: um superior tem absoluta responsabilidade pelos actos
dos seus subordinados; f) Correspondência: para cada responsabilidade deve
haver um grau correspondente de autoridade, para dat instruções que sejam
obedecidas; g) Deflnição: os deveres de cada função (não pessoa) englobando
atribuições, autoridade (capacidade formal de decisão) e relações, devem ser
divulgados, por escrito, para serem do conhecimento de todos; h) Alcance do
r29
controle: a amplitude de supervisão adequada raramente deve abarcar mais
de 5 a 6 pessoas; i) Equilíbrio: as diversas unidades daorganrzação devem
ser equilibradas; j) Continuidade: o crescimento e o desenvolvimento da
organizaçáo devem ser, perÍnanentemente, examinados .
Á""a g"og, átfrca é a reunião, numa única estrutura, sob uma únicadirecção,
de todos os órgãos, actividades e pessoas que trabalham em determinada
área geográtfica. Isto sem levar em conta o serviço que prestam ou a técnica
que usam.
130
A estrutura de uma organrzaçáo deve harmonizar a actividade humana, de
forma a favorecer a realizaçáo, o mais económica e eficaz possível, dos
objectivos, por intermédio dos seus diferentes órgãos e dentro dos prazos
a Bernard Gournay, Introdu-
estabelecidosa.
ção à Ciência Administrativa.
Lisboa: Europa-América,
Ela deve, pois, contribuir para: simplif,car o trabalho de gestão; facilitar 1978.120-13'1.
o contributo de todos e assegurar a transmissão, úprda e precisa, das
informações necessárias; a formação pessoal e, uma Vez que o crescimento
de uma organizaçáo está, em larga medida, condicionado pela sua capacidade
de resposta às necessidades dos cidadãos, é necessário que sejam assegurados
meios aos dirigentes e aos trabalhadores.Isto, para despertar a sua criatividade
e iniciativa, o estabelecer de relações de trabalho eflcazes e encorajar o desejo
de aperfeiçoamento de conhecimentos; um ambiente propício à inovação
e ao favorecimento de um nível óptimo de descenttahzaçáo, delegação e
responsabihzaçáo.
Adeflnição de uma estrutura deve partir dos responsáveis, aos quais deverá ser
prestada assessoria por técnicos especializados, uma vez que a atribuição de
funções terâdeter em conta os gestores existentes.Amissão destes técnicos é
a de ajudar, clariflcando e orientando através do diálogo, os pontos duvidosos
ou que contrariem os princípios.
São dez os princípios a que uma estrutura orgânica deve obedecer para
alcançar a eficácia.
Os objectivos têm um papel tão importante que devem ser conhecidos por
todas as pessoas daorganização. Devem ainda ter em conta os factores que
podem ter repercussões notáveis; ser enunciados separadamente; ser tão
precisos quanto possível.
Um objectivo ideal deve ser uma orientaçáo pata a acçáo; ser capaz de
sugerir vários tipos de acçáo; ter em conta os factores internos e exterlos
(legislação, competição, etc.); ser conciliável com as políticas e objectivos
mais gerais, a níveis superiores e inferiores; ser claro; ser enunciado em
termos de resultados finais e não de actividades; ser quantiflcado; determinar
o tempo de concretizaçáo.
131
I
falta de vontade política para aprender com o effo; resistência em abandonar
5
Peter Drucker, "The Deadly programas e acções reconhecidas como erradass.
Sins in Public Administration"-
P ub lic Admi ni s tr ation Re v iew,
Vol.40, n." 2, Mar-Apr., 1980,
um regra de algibeira para saber se uma otganrzaçáo varoÍízao processo de
pp 103-106. flxação e avaliação dos objectivos é conhecer a percentagem de: funcionários
I e trabalhadores que conhecem os seus objectivos; de técnicos superiores que
I
ocupam uma hora por mês a discutir e compatibilizar objectivos; de dirigentes
i ligam objectivos ao orçamento; de dirigentes que ligam os incentivos aos
objectivos.
7
Consultar a Lei n." 412004.de
15 de Janeiro que estabelece Deve separar-se ainda o trabalho de gestão, do de apoio do trabalho e de
os pnncípios e normas a que
deve obedecer a orgalizaçáo
execução operacienal. O trabalho de gestão engloba (por ordem decrescente
da Administração directa do de importância):'previsão (estado actual, evolução); fins a atingirem
Estado.
(políticas e objectiVos); organização dos meios (programas, orçamentos);
responsabilidade (delegação, coordenação e informação) ; chefl a (selecção,
aperfeiçoamento, motivação) ; controlo I av ahaçáo (acção correctiva) ;
execução.
132
5.' Princípio da especialização: O trabalho de cada pessoa deve, tanto
quanto possível, limitar-se a uma única tarefa; para ser aplicado, naprática,
a indivíduos, pequenos órgãos ou pequenas organizações. Este princípio
é também apresentado de outro modo (complementar): "se uma pessoa é
responsabilizadapor mais de uma tarefa, elas devem ser semelhantes".
r33
a) Adequar a estrutura à missão, garantindo a justa proporção entre a estrutuÍa
operativa e a estrutura de apoio; b) Assegurar um equilíbrio adequado
entre serviços centrais e periféricos, visando a prestação de um serviço de
qualidade; c) Agregar as funções homogéneas do ministério por serviços
preferencialmente de média ou grande dimensão, com competências bem
def,nidas, de acordo com o princípio da segregação de funções, com vista à
responsabilidade pelos resultados; d) Assegurar a existência de circuitos de
I
informação e comunicação simples e coerentes, tendencialmente agregando
num mesmo sistema centralizado a informação de úllizaçáo comum, tanto
no seio de cada ministério como no âmbito da prossecução de finalidades
interministeriais; e) Garantir que o desempenho das funções comuns seja
atribuído a serviços já existentes em cada ministério, não determinando a
criação de novos servigos; f) Reduzir o número de níveis hierárquicos de
decisão ao mínimo indispensável à adequada prossecução dos objectivos do
serviço; g) Privilegiar, face à emergência de novas afribuições , a reestruturação
dos serviços existentes em prejuízo da criação de novos.
t
As funções de suporte ou apoio são as que se traduzem nas actividades
complementares às missõesoperacionais, mas que possibilitam a sua execução
com ef,cácia e eflciência. Estas podem ser funções de apoio à governação
(actividades centradas na estratégia, planeamento e controlo de gestão) ou
funções de suporte à gestão de recursos, com actividades centradas na gestão
eficiente dos recursos complementares, mas necessários à realizaçáo das
missões operacionais. Por norna, estas funções devem ser concentradas e, se
possível, organizadas de acordo com uma fllosof,a de serviços partilhados.
5.5 EstruturasTradicionais
O grupo de estruturas simples, envolvendo o modelo linear, o Stafflhnha, a
solução funcional, e a colegial, pode também ser designado por estruturas
tradicionais.
134
Cada um destes tipos de estrutura apresenta vantagens e desvantagens em
relação aos demais, pelo que se justiflca a sua descrição.
Estrutura Funcional
Este tipo de estrutura concretiza-se por: possuir uma direcção única; yalonzar
a especializaçáo; aplicar a divisão do trabalho às tarefas de execução e de
supervisão.
135
Estrutura Staff/Linha
Estrutura Colegial
136
5.6 EstruturasModernas
A lei n.o 4 de 2004 estabelece que a orgamzaçáo interna dos serviços
executivos e de controlo e flscalizaçáo deve ser adequada às respectivas
atribuições, obedecendo aos seguintes modelos: a) Estrutura hierarqlurzada1,
b) Estrutura matricial.
Estipula ainda a Lei que sempre que seja adoptado um modelo estrutural
misto, o diploma de criação do serviço distinguirá as áreas de actividade por
cada modelo adoptado. Quando seja exclusivamente adoptada a estrutura
hierarquizada, e desde que se justiflque, com vista a aumentar a flexibilidade
e eflcácia na gestão, podem ser criadas, por despacho do respectivo dirigente
máximo, equipas de projecto temporárias e com objectivos especif,cados.
t3'7
baseada na especializaçáo, mas em nível de função principal; objectiro
permanente, exigindo uma envolvente estável; longo pÍazo, dado que mais
voltada para a produção repetitiva em grandes quantidades.
Estrutura divisional
138
.j:'i e:,. :-: :,_-.i;.i,:1r-.. :- :...-.::,_,.:il
5.7 EstruturasContemporâneas
Sob esta designação vamos analisar dois modelos emergentes de estruturas:
Projecto e Matricial.
t39
As estruturas de missão têm uma duração temporal limitada e objectivos
contratualizados e dependem do apoio logístico da secretaria-geralou de outro
serviço executivo. A resolução do Conselho de Ministros deve estabelecer,
obrigatoriamente: a) A designação da estrutura de missão; b) A identiflcação
da missão; c) Os termos e a duração do mandato, com a deflnição clara
dos objectivos a alcançaIem; d) O estatuto do responsável e dos elementos
que a compõem; e) O número de elementos que deve integrar a estrutura
e respectivas funções; f) Os encargos orçamentais e respectivo cabimento
orçamental.
140
Desvantagens: não é bem aceite pela organizaçáo permanente, devido ao seu
carácter temporário; os meios são duplicados, porque para cada projecto existe
uma subestrutura funcional; os recursos, consequentemente, são utilizados
com menor eflciência; insegurança no emprego, quando do término do
projecto, de carâctq temporário; ao se afastar para o projecto, às vezes, o
profissional pode perder o seu lugar na estrutura permanente.
Estrutura Matricial
De facto, a adopção da estrutura matricia|1 permite à organização as condições ll João Bilhim, Teoria Orga-
nizacional. Lisboa: ISCSP,
de flexibilidade e de funcionalidade adequadas para atender às mudanças na 2008.
envolvente. A estrutura matricial é uma solução mista em que se combina a
estrutura com base em função com a estrutura divisional ou de projectos.
t4t
chamados "canais competentes"; o conhecimento especializado pode estar
disponível para todos os projectos, em base igual; assim, o conhecimento e a
experiência podem ser transferidos de um projecto para outro; autrhzação de
mão-de-obra pode ser flexível, porque mantém uma reserva de especialistas
nas estruturas peÍnanentes (funcional e de serviços).
Funcionamento em rede
Actividade 5.2
t42
J.ô Dervrçosrartunaoos
o Governo, com estainiciativa, acredita que será este um passo essencial para
a reforma, a modernização e a rucionalizagão da actividade administrativa
e da gestão dos recursos públicos, esperando que, a pÍazo,os resultados da
actividade da GeRAP possam vir a evidenciar volumes signif,cativos de
poupança anual, contribuindo para a necessrária consolidação das contas
públicas.
143
Para garantir que cumpre a sua missão, a unidade de serviços partilhados
USP recomenda-se que passe por três níveis de exame: auto-avaliaçáo: a
(USP) analisa a sua própria acttaçáo face aos níveis de serviço a que se
compromete e pÍomove planos globais pararesolver as disfunções detectadas;
demonstração: a USP evidencia as vantagens das suas soluções, serviços e
tecnologias ,face acasos concretos e promove planos específicos para resolver
as disfunções detectadas; revisão independente: a USP é avaliada
pela sua
capacidade de resposta às necessidades dos clientes, incluindo o grau de
cumprimento dos níveis de serviço contratados'
Teste Formativo
em conta no
1. Quais são, segundo Peter Drucker, as variáveis a ter
diagnóstico da estrutur a organizacional?
4. Que ninguém deve reportar a mais que um chefe. Que toda a pessoa deve
saber a quem reporta, e o chefe deve quais as pessoas que estão na sua
dependência.
Leituras Complementares
BILHIM, João
2008 Teoria Organizacional.Lisboa: ISCSP.
CAUPERS, João
1994 AAdministração Periférica do Estado. Lisboa: Notícias.
t45
GOURNAY, Bernard
1978 Introduçdo à Ciência Administrativa.Lisboa:Europa-América.
MINTZBERG, Henry
1995 Estrutura e Dinômica das OrganiTações. Lisboa: Dom Quixote'
WALDO, Dwight
1996 Problemas e Aspectos da Administração Pública. São Paulo:
Pioneira.
r46
6. Planeamento e Avaliação na Administração
SUMARIO
Objectivos da Unidade
Teste Formativo
Leituras Complementares
t49
Objectivos da Unidade
150
6.1 Itinerário Teórico do Planeamento
151
O plano que o general de Gaulle, antigo Presidente da França, considerava
uma "ardente obrigação", tornou-Se na agitação inútil das torres de marflm
analíticas denunciadas poI Peters e Waterman, na obra In Search of
2
Peters e Wateman,In Search Excellence2.
of Exc e llenc e . Londres : Hatper
& Row, Publishers, 1982.
Para que Serve f,xar-Se, de maneira voluntariosa, objectivos estratégicos e
comprometer os meios coffespondentes Se, cadayez com mais frequência,
forem modiflcados devido à turbulência da envolvente e das políticas? A
técnrca dos planos deslizantes não chega para dar uma resposta satisfatória
a este dilema.
Está fora de causa repetir o tipo de planeamento que vingou aÍé ao início dos
anos setenta, particularmente nas décadas de 50 e 60. Apesar das limitações
que todos reconhecem hoje ao planeamento, os administradores continuam
a defendê-lo, devido sobretudo ao facto do Estado e das administrações
necessitarem de: coordenar as suas actividades; assegurar que o futuro é
tomado em consideraçáo; serem racionais; controlar.
153
I
t54
A sua acção não deve esgotar-se na perspectiva do !'observador atento",
pretendendo-se uma actuação mais pró-activa que influencie de forma
consciente e determinante as diversas decisões e intervenções em presença,
com vista a uma evolução pennanente e optimizada dos níveis de eflciência,
qualidade, eficáciado serviço público prestado pelo sector. Foi preconizada
a criação, em cada Ministério, de uma estrutura específlca para este efeito,
Cumprindo, entre outras, as seguintes atribuições: Dar apoio técnico em
matérta de definição e estruturaçáo das políticas, prioridades e objectivos
do Ministério; Proceder à elaboração dos instrumentos de planeamento,
benchmarking e análise da envolvente;Apoiar tecnicamente o Governo na
elaboração de instrumentos de previsão orçamental, em articulação com
os instrumentos de planeamento; Garantir a articulação das prioridades
estratégicas em função do programa do Governo; Assegurar a coerência
das prioridades políticas com os instrumentos de planeamento, orçamento e
reporte; Deflnir os factores críticos de sucesso e os momentos de avaliação
do desenvolvimento (execução) das políticas; Deflnir, no plano técnico,
objectivos e indicadores estratégicos que indexem e objectivem os resultados
pretendidos com as políticas ministeriais; Estimular e apoiar a definição
de indicadores chave de performance (métricas) por parte dos diversos
organismos/unidades internas, alinhados com os objectivos estratégicos
do Ministério; Acompanhar em permanência o desenvolvimento das
políticas/programas, mediante a úílizaçáo desses indicadores ; Promover a
identif,cação de riscos e desenvolver estratégias de gestão de riscos (planos
de contingência); Possuirumavisão global e peflnanente sobre a actividade e
desempenho dos organismos, ponderando recuÍSos consumidos e resultados
alcançados; Garantir uma comunicação adequada entre o membro do
Governo, os dirigentes, oS funcionários, os cidadãos em getal, formatando
a informação em função dos públicos alvo, nas áreas das suas atribuições;
Elaborar e divulgar guiões sobre o processo de planeamento, programação
financeira e reporte; Contribuir para a elaboração de documentos estratégicos
(Grandes Opções do Plano; Relatório do O.E., etc.); Contribuir para a
concepção e execução da política legislativa do Ministério.
r55
do mercado, que levam a que este introduza desvios, dada a sua miopia em
termo de visão do futuro e a necessidade de uma eficiência dinâmica,ligada
ao curto pÍazo.
Assim, desde que os planos sejam mais valorizados pelo processo do que
pelo produto, aceita-se que estes possuam funções de: racionalizaçáo da
actuação da gestão e administração; informação, relacionada com a recolha e
tratamento de grande massa de dados; comunicação e concertação estratégica
com os agentes económicos e sociais, com a introdução das "grandes
questões" nas suas actuações; análise dinâmica (relacionada com o estudo
da situação e tendências de curto prazo); quantificação da estratégia e do
desenho estratégico;programação do curto e médio pÍazo;programação de
longo prazo,com vista a integrar esta perspectiva na acção governativa (por
exemplo, as políticas de longo prazo de I&D);articulação de instrumentos
-
planos regionais, locais e sectoriais -, destinada a evitar acções contraditórias
e desarticuladas; assessoria técnica, a quem tem a obrigação de gerir e definir
a estratégia; instrumentos de controlo.
;6
Regional (MAOTDR), dotado de autonomia administrativa que tem a seu
cargo o planeamento central.
trajectórias
O DPP prossegue as seguintes atribuições: a) Preparar cenários e
relativos à estratégia de desenvolvimento regional, integrando políticas
sectoriais e espaciais, cooperando com os departamentos da Presidôncia
do Conselho de Ministros, do Ministério das Finanças e da Administração
Pública e do Ministério da Economia e Inovação e acompanhar o
desenvolvimento económico, territorial e ambiental de Portugal sob a
óptica integradora do desenvolvimento sustentável; b) Elaborar estudos e
análises prospectivas sobre os factores de desenvolvimento, prosperidade e
inovação de regiões, metrópoles e cidades em Portugal e no estrangeiro, com
o objectivo de identif,car orientações de política pública e elaborar estudos
e análises técnicas que apoiem a monitorização e coordenação estratégica
dos instrumentos de programação que enquadram a utrhzaçáo dos fundos
comunitários em Portugal, de forma a assegurar a melhor utilização desses
instrumentos ao serviço dos objectivos de desenvolvimento nacional; c)
Consolidar e desenvolver competências nas áreas das metodologias de
prospectiva e cenarização, com especial enfoque no território e na articulação
económico-ambiental, bem como em outras áreas de análise económica
e social; d) Organizar acções de formação nas áreas da sua competência
dirigidas a entidades públicas que delas possam beneflciar; e) Participar, de
acordo com a solicitação da tutela, no processo de def,nição do enquadramento
política de investimento público, e integrar o planeamento de
e da estratégia da
investimentos associado a programas sectoriais e verlicais que os concretizem;
f) Proceder ao acompanhamento sistemático das prioridades estratégicas do
MAOTDR, veriflcando a coerência destas com os respectivos instrumentos
de planeamento e com o orçamento; g) Assegurar o desenvolvimento dos
sistemas de avaliação dos serviços no âmbito do MAOTDR, coordenar e
controlar a sua aplicação.
t57
6.3 PlaneamentoRegional
158
As CCDR têm como objectivo geral, executar as políticas de ambiente, de
ordenamento do território e cidades e desenvolvimento regional nas áreas de
circunscrição territorial de nívelII da Nomenclatura das Unidades Territoriais
para Fins Estatísticos (NUTS) do continente, estabelecida pelo Decreto-lei
n." 46189,promovendo igualmente a coordenação dos serviços desconcentrados
de âmbito regional e ainda prestar apoio técnico às autarquias locais e suas
associações (art. 2." n.' 1).
159
As CCDR, na esteira das anteriores CCR, estão encarregadas de dar co{po
aos Planos Regionais. os conteúdos do PDR 1986-1989, PDR 1989-
-1994 e do PDR 1994-1999, correspondem à deflnição de estratégias de
desenvolvimento económico e social. Para além disso, existe uma cuidadosa
programação financeira e uma deflnição do enquadramento institucional de
execução e acompanhamento dos planos.
161
Os planos municipais têm a natureza jwídicade regulamento administrativo.
Este carácter regulamentar tem sido objecto de polémica, dado a sua natureza
unilateral a favor daAdministração e devido ao seu pendor imperativo e não
7 Associação Portuguesa de indicativo, que não permite uma necessária flexibilidadeT.
Direito do Urbanismo, A
Execuçdo dos Planos Directo-
res Municipais. Coimbra:
A elaboração dos planos municipais compete às Câmaras municipais; a
Almedina, 1998 aprovação compete às Assembleias Municipais; a ratiflcação ao Governo.
Actividade 6.1
162
L-
6.5 Planeamento Organizacional ou de Actividades
163
. Como devemos uttltzar as nossas forças e os nossos recursos?
t64
Os objectivos da organizaçáo orientam os planos principais que deflnem os
objectivos dos maiores departamentos. Estes, por Seu lado, controlam os
objectivos dos departamentos subordinados.
O quinto passo é avaliar estas últimas alternativas, tarefa que pode ser muito
complexa, se for grande o número de cursos de acção alternativos e de
variáveis e limitações envolvidas.
165
Processo de Planeamento
FASE 2
Conduzir Desenvolver
Diagnóstico "Mission
da Envolvente statements"
FASE 6
Determinar Desenvolvimento
Capacidades do Plano de
Organizacionais Acção
166
anos. Cinco ou seis anos SeIão despendidos na concepção, engenharia e
desenvolvimento, enquanto os festantes São necessários parua produção e
vendas e para recuperar custos e obter lucros razoáYets.
Tem, assim, pouco sentido, como por vezes se estabelece entre nós, atribuir
ao planeamento de curto prazo, o período de um ano, ao de médio pÍazo
quaffo anos, e ao de longo prazo, um período que pode ir de quatro aos
vinte anos.
A flexibilidade dos planos pode permitir que o seu peíodo seja mais curto,
o que não ocorreria com planos rígidos.
t61
Mas a flexibilidade só é possível dentro de certos limites. A introdução
da flexibilidade nos planos pode ser dispendiosa, arriscando-nos a que os
benefícios não cubram os custos. É o caso de uma oÍganizaçáo pretender
alterar uma fábrica, originalmente estabelecida para flm específlco, de modo
a que possa servir para outros flns, por se vir a reconhecer que o programa
inicial não tem êxito. Em ta1 situação, tudo depende dos custos, face aos
riscos a evitar.
Há também casos em que a flexibilidade não pode ser praticada. Por exemplo,
no caso de uma máquina para fabricar ou embalar um determinado produto
e que não serve para outros propósitos.
168
L
Vejamos os elementos que se af,guram cruciais, numa deflnição como a que
acabamos de avançar:
Em termos práticos, prever não é mais do que formular qual o futuro que
viria a ter lugar se todas as tendências de evolução detectadas no presente,
e com base em acontecimentos passados, se mantivessem durante o tempo
considerado. Pelo contrário, planear é tentar alterar esse futuro previsível,
com base em actuações conducentes a evitar que o futuro real não seja o
previsível mas sim o desejável.
169
envolvente, como a própria organizaçáo e mesmo os seus objectivos. Assim,
produzir planos náo é a f,nalidade do planeamento, mas sim o seu produto,
num dado momento do tempo. É aflnal, se quisermos, um corte sincrónico
13
João Bilhim, "Estrategas e no processo de planeamentol3.
Planeadores na Administração
Pública", in Estratégia e
O planeamento estratégico é, pois, um processo através do qual a orgafiizaçáo ,
Planeamento na Gestd.o e
Administração P ública. e nesta o subsistema institucional, se monitoriza constantemente a si e à
Lisboa: ISCSP, 1995, 197-
a1a
envolvente a flm de, tendo presente os objectivos traduzidos num estado
futuro desejável, equacionar as acções tendentes a facilitar a transição do
presente para esse futuro.
Planeamento interactivo
110
ao processo de pensar o seu futuro na organizaçáo, ou seja, elaborar o seu
processo de planeamento estratégico.
tlt
Do ponto de vista reactivo - o objectivo será recuperar o teffeno perdido,
desertif,cado, de forma a voltar ao tempo em que era:utllizánel em termos
agrícolas. Amudança detectada, considerada indesejável,é afalta de chuva'
pãlo que a solução proposta seria irrigar azonaanteriormente agrícola, a flm
de reconstituí-la com base na inversão da causa agoru ausente - a água'
Princípios operacionais
172
e válidos dentro daorganrzação. Os pressupostos são diferentes das
previsões. Por exemplo, nós temos na viatura um pneu suplente por
partirmos do princípio de que podemos ter um furo, não o fazemos
por prever ter um furo.
t73
Vamos analisar cada uma destas cinco fases com maior pormenor'
t74
Dentro desta fase, devemos destacar três actividades distintas, embora
sequenciais: idealização; desenho dos sistemas de gestão; desenho da
organrzaçáo.
t75
O propósito nesta fase é relevar a diferença entre o futuro desejável e o futuro
previsto, ou seja entre o idealized design e a projecção de referência.
Implementação e Controlo
r76
Estas cinco fases do planeamento interactivo normalmente interagem. Elas
podem ocorrer em simultâneo. As fases, que acima indicámos, são aquelas
pelas quais normalmente é iniciado, podendo haver excepções. Numa
perspectiva de planeamento contínuo, nenhuma delas estará algtma vez
acabada. É uma acçáo para continuar e renovadamente ser implementada.
tt7
de Avaliação do Desempenho (SIADAP). O SIADAP
articula-se com o
Sistema de planeamento de cada ministério, constituindo
um instrumento
plurianuais
de avaliação do cumprimento dos objectivos estratégicos
de actividades'
determinados superiorÍnente e dos objectivos anuais e planos
pelos serviços'
baseado em indicadores de medida dos resultados a obter
estratégia
Compete ao serviço com atribuigões em matériade planeamento,
dos indicadores
e avaliação, em cada ministério: a) Apoiar a identiflcação
dos parâmetros
de desempenho e os mecanismos de operacionalizaçáo
de guiões de
de avaliação; b) Apoiar os serviços, designadamente através
c) Validar
orientação e de instrumentos de divulgação de boas práticas;
os indicadores de desempenho e os mecanismos de operacionahzaçáo;
de desempenho
d) Monitorizar os sistemas de informação e de indicadores
dos dados;
e, em especial, os QUAR quanto à f,abilidade e integridade
e) Promove r a crraçáode indicadores de resultado e de
impacte ao nível dos
de modo a
programas e pro3ectos desenvolvidos por um ou mais serviços
t6
Consultar a Lei 66-8/07, de viabilizar comparações nacionais e internacionaisl6'
28 de Dezembro.
178
crtícado cidadão/cliente. Isto leva também a que os administradores públicos
tendam, progressivamente, a transformar-se em grandes consumidores e
utilizadores de modelos de avaliação'8. 18
WILLIAM III, Frank P. (er
al.), "Barriers to Effective
Performance Revielv: The
A combinação do interesse público, da pressão política e do aumento Seduction of Raw Data".
da capacidade técnica, em especial a que é oferecida pelos sistemas de P ublic Administration Rev iew,
Vol. 54, n.' 6 (Nov./Dez ,
informação, permitiu, nos anos sessenta, a emergência do conceito de t994),531 -542
responsabilidade pública. Em consequência, surgiu também a necessidade de
se proceder à avaliação da Administração Pública. Pois só a monitorização
da performance permite fornecer informação periódica sobre os resultados
re
e impactos dos serviços públicosle. GARU, Henry; KENT,
Dickey, "Implementing
Performance Monitoring: A
Esta preocupação, que se verifica a nível internacional e em especial nos Research and Development
EUA, pela mensuração da eflciência e eficácia da Administração e das Approach". Public Admi-
nistration Review, Vol. 53,
Políticas Públicas, começa em 1960, com as discussões sobre os célebres n.' 3 (Maio/Junho, 1993),
PPB S (plannin g - pro gr amming -budgetin g sy st ems)20 e, em especial, graças 203-212.
à acção de McNamara.
'?o
BILHIM, João, "Estrategas e
Planeadores na Administração
Nos anos setenta, diversos elementos do PPBS foram introduzidos em Pública", in Vários, Estratégia
viários países europeus. Nesta década, a perspectiva dominante na teoria da e Planeamento na Gestão
e Administraçã.o Pública.
economia política ia no sentido de reforçar o papel dos governos, alargar o Lisboa: ISCSP, 1995,p 191-
sector público e, consequentemente, o emprego público. -210.
r19
{--
Há sete erros muito frequentes na avaliaçáo: Ser pouco exigente nos níveis
de resultados: datas fáceis de serem cumpridas; Objectivos departamentais
que fomentam conflitos: Uns aumentam as vendas outros sofrem o aumento
do risco; Não avaliar a partir do ponto de vista do cidadão;Avaliar o mais
i
fácil, mas não o necessário; Objectivos com efeitos paralisantes: não pensar
I
I
nas consequências; Encontrar desculpa fâc1l; náo aprender com o eÍTo.
Modelos de Avaliação
r80
t
são desenvolvidos. Esta avaliação está no processo e não no resultado flnal,
e é a mais corrente e usada pelos serviços de auditoria e de inspecçáo.É a
preocupação com a legalidade que se torna determinante. O importante não
étanto,nem sobretudo, o que se faz,mas o modo como se faz.
Neste caso, as medidas mais relevantes são tomadas do lado dos inputs,
na afectaçáo de recursos e nas cargas de trabalho. Neste contexto, é ítrl
distinguir eficiência e eficácia2z. A eflciência é o rácio entre output e input, 'z2 BILHIM, Joáo, Teoria
Or ganizac ional. Lisboa:
sendo geralmente feito um rácio por unidade de input (por exemplo, o custo ISCSP, 1996.
por metro quadrado de pavimentação de uma determinada área pública).
r81
DUNN, Wi'lliam, Public
'?7
quantif,cando o total de custos e efeitos2T. Os custos são, habitualmente,
Policy Analysis. Englewood medidos em termos monetários, mas os efeitos são medidos em unidades
Cliffs, NJ: Prentice Ha11,
1981 . de outro tipo.
A avaliação dos impactos das políticas públicas pode ser dividida em métodos
de avaliação ad hoc e estruturados:
a) Avaliação ad hoc
182
Apesar do baixo custo e do uso fácil, as análises ad hoc não oferecem
grandes taxas de precisão. No entanto, são úteis em virtude de permitirem,
rapidamente, obter ideias sobre as consequências do lançamento de uma
determinada política.
b) AvaliaçãoEstruturada
Ao nível micro, os estudos têm por base a observação de indivíduos que serão ,
ou foram, afectados por determinadas medidas de política, com recurso ao
método do inquérito (questionário e/ou entrevista). A informação é obtida
pela inquirição feita, directamente, sobre as questões tratadas nas medidas
de política.
Ao nível macIo, os estudos não são totalmente separados dos anteriores. Por
vezes são a agregação das conclusões de estudos efectuados ao nível micro,
claramente menos demorados que os anteriores, e mais baratos.
183
de dados, recoÍre-se, hoje, muito aos estudos de simulação. Estes podem
ser utilizados numa cadeia causal de impactos estruturados, mesmo quando
alguns coeflcientes não foram criados com base sólida, mas com fundamento
3'z GIAOUTZI, Maria; na estimativa32.
NIJKAMP, PeÍer. Decision
Suport Methods for Regional
Sustainable Planning.
Aldershot, U. K.: Avebury,
t993.
Actividade 6.2
Teste Formativo
Leituras Complementares
BRYSON, John M.
1988 Strategic Planning for Public and Nonprofit Organizations. San
Francis: Jossey-bass.
VÁRIoS
t984 O Planeamento Económico em Portugal. Lisboa: Sá da Costa.
185
7. Decisão e Políticas Públicas
SUMARIO
Objectivos da Unidade
Teste Formativo
Respostas às Actividades
Leituras Complementares
189
Objectivos da Unidade
I
I
190
7.t ATomada de Decisão
Acresce que na área das políticas públicas há uma forte tradição que tende a
identiflcar o processo político com as actividades de resolução de problemas
r Walter Lasswell, Á Pre-
ou de opção entre alternativas que se colocam aos políticos1.
-View of Policy Sclences. NY:
American Elsevier. 1971 .
Herberl Simon2, no seu clássico trabalho sobre a decisão de gestão, identiflca 1951.
feita por Consenso. Para outros, é uma escolha que não provoca reacções
desfavoráveis aos que são afectados por ela. Para outros, ainda, é a escolha
que oferece as melhores garantias de cumprimento do objectivo'
t9t
Actualmente, dá-se maior enfoque ao processo de tomada de decisão do que
à decisão em si mesma. É importante salientar que a decisão é um meio para
atingir um f,m, e não um flm em si mesma. O flm é, naturalmente, o resultado
da escolha, ou seja, a obtenção do objectivo que esteve na base do processo
de tomada de decisão. Paru a compreensão interdisciplinar do processo de
tomada de decisão, as ciências sociais - sociologia, psicologia e antropologia
-, são tão importantes como a matemática e a estatística.
Há vários tipos de decisão.
3 Herbert Simon, opas cil., Para Herbert Simon3, as decisões podem ser programadas e não
p.4-6.
programadas.
a Andre Delbecp, "The a) Delbecqa: Decisão rotineira; decisão criativa e decisão negociada.
Management of Decision-
making Within the Firm".
Academy of Management
b) Mintzbergs: decisão empreendedora; decisão adaptativa e decisão
J o ur nal D ecember 1961, 329 - planeada.
-339.
5
c) Thompson6: decisão computacional; decisão de juízo; decisão de
Henry MintzbeÍg, "Strategy-
-Making in Three Modes". compromisso e decisão inspiracional.
C aliJo ria Manag e me nt Review,
Winter, 1973,44-53. Todavia, todas estas tipologias podem ser reduzidas a dois tipos básicos:
rotineiras, repetitiva, cerlas e precisas; não rotineiras, não repetitivas, incertas
6 James Thompson, Orga-
nizations in Action. New York: e imprecisas.
McGrow-Hill, 1961 , 134-
l
-135
I
I
|+
t92
7 E. Frank Harrtson,
HarrisonT apresenta o seguinte esquema, baseado nestes dois tipos básicos: The
Managerial De c ision- Making
Process, 5ü edition. Boston:
Decisão Tipo I Decisão Tipo II Houghton Mifflin Company,
Não Rotineira t999,21.
Rotineira
Classiflcação quanto a Programáveis, rotineiras, gené- Não programáveis, únicas,
ricas e computacionais. criativas e inovadoras.
Processual, previsível, relação Nova, não estruturada, com-
segura entre causa,/efeito, repe- plexa, relação incerta entre
titiva; ocorre no quadro da causa/efeito: não repelitiva;
Estrutura tecnologia existente; canais de canais de informação não
informação bem deflnidos; há defl nidos ; informação incom-
critérios deflnidos de decisão. pleta; desconhecimento dos
critérios de decisão.
Apoia-se em regÍas e prrncí- Apoia-se em juízos pes-
pios; resposta conhecida e pré- soais, opções, intenções
-fabricada, processo uniforme ; e criatividade; processo
Estratégia técnicas computacionais ; méto- individualizado; técnjcas
dos aceites para lidar com pra- humanistas para resolver
zos de produção, afectação de problemas; uso de regras de
trabalhadores, estimação de algibeira.
custos.
t93
topo da pirâmide. A gestão intermédia supervisiona a tomada de decisão do
nível operacional e prepara a decisão estratégica, de tipo II, que deverá ser
tomada pelos escalões rnais altos da hierarquia.
Actividade 7.1
t94
I .2 O Processo de Decisão
t95
Actividade 7.2
Descreva uma decisão de tipo II, em cada uma das seis etapas do seu
processo.
t96
a) os modelos não são mutuamente exclusivos e partilham, mais ou
menos, elementos uns dos outros;
a) Modelo Racional
O modelo racional assume que toda a variável que não possa ser atribuída
um valor numérico, deve ser posta de lado ou tratada como uma constante.
Opera em sistema fechado e tem como pressuposto o conceito clássico do
" homo economicu,s" , ou o homem racional da moderna estatística e da teoria
t97
Este modelo está mais preocupado com a consistêncialógica do processo
de decisão do que com o próprio conteúdo da decisão. Por isso, não possui
os requisitos para ser aplicado às decisões de tipo II, que são estratégicas,
inovadoras e não repetitivas. Estas decisões procuram ser "suflcientemente
boas", e não tentam ser "óptimas".
b) ModeloOrganizacional
198
Informação: As organizações tendem a lançar mão das segundas
e terceiras alternativas, quando o feedback obtido indica que as
primeiras não estão a atingir o objectivo almejado.
c) Modelo Político
A escolha f,nal não é ínrca, muito menos é a "decisão certa", pois é apenas
a decisão "aceitâvel". Desenvolve-se uma cadeia de meios e flns; o que hoje
é um meio, amanhã poderá Ser um flm. Consequentemente, a decisão tende
a aliviar o presente, a melhorar mais as condições e as imperfeições actuais,
do que a resolver o problema de fundoe.
199
I
d) Modelo de Processo
mudanças rápidas;
I
. As suas políticas e procedimentos são guias de acção, meios e não
fins, enquanto para o organizacional são quase sempre tão importantes
como os próprios flns.
200
Ecléctico, o modelo de processo não deixa de utilizar algumas das técnicas
do modelo racional, que realça o papel das disciplinas quantitativas, reduz a
rncerteza da decisão e coqpa\a e avalia alternativas. Por vezes, pode também
lançar mão das técnicas de nêgociação e compromisso, características do
modelo político, para tornar mais aceitável uma escolha por um grupo de
pressão.
Actividade 7.3
' Hâ,por flm, quem pense, que muitos indivíduos encontram-se mais
Applied Psychology, Vol. 52,
inclinados aacertar riscos como membros de um grupo do que como n.'3. 1968
decisores individuaist3.
r3 Stoner, "Risky in a
Group Decision". Journal
O processo de tomada de decisão acontece graças à acção de indivíduos, of Experimental Social
que actuam sozinhos ou em grupo, para chegar a uma escolha que satisfaça Psychology. Yol. 4 pp. 442-
-459,1968.
o cumprimento dos objectivos. Forças psicológicas estão presentes e
condicionam o comportamento do decisor durante todo o processo de tomada
de decisão e influenciam-no, quer a nível do consciente, quer mesmo a nível
do inconsciente.
201
O perf,l da sua personalidade;
202
t;::l'_j'!r': i---ia,
. Pode ser superior à decisão individual, embora, nem sempre possa ser
demonstrado, e particularmente quando esteja em causa a participação
de todos na implementação.
e
Um elemento que melhora'a aceitação dos superiores como seus
representantes;
203
Actividade 7.4
Resta perguntar em que medida aavahaçáo de que aqui falamos, apoiada nas
teorias das diversas ciências sociais, é diferente de uma avaliação feita por um
jornalista. Quanto a nóS, a resposta encontra-se no uso do método científico.
Na verdade, tanto o camponêS como o meteorologista fazem previsões sobre
o tempo, e o camponês pode acertar mais do que o meteorologista. Todavia,
ambas as previsões, embora baseadas ambas em evidências empíricas - voo
das aves e fenómenos meteorológicos são diferentes, por terem por base
-,
o senso comum e a ciência.
O que parece ser crítico para todos os métodos de avaliação que sejam
adoptados é a resposta às seguintes questões:
Método Incremental
(,
Já muito importância do método incremental no processo
se escreveu sobre a
de tomada de decisão sobre a afectação de recursos na administração pública
e, ao longo dos tempos, os decisores têm depositado nele muita conflança.
De acordo com este método, as decisões são tomadas sobre o volume marginal
de mudança que possa ocoÍTer de uma ano para o outro e os interesses
instalados, em anos anteriores, não são postos em causa. Em linha de conta
15 CAIDEN, N., "Public
toma-se, apenas, o aspecto marginal de mudança que ocoÍre todos os anos.
Budgeting Amidst
Uncertainty and Instability",
Caidents observou que, historicamente, este tipo de afectação de recursos in SHAFRITZ, J. M.; HYDE
funcionou muito bem, dado que a ênfase colocada no ajustamento marginal A. C. (ed.), Classics of Public
Admini s tr ation. Pacif, c Grove,
anual era um bom guia paÍa a acção no futuro imediato. CA: Brooks/Cole. 485-496.
205
Na prática, este método apenas possibilitava a escolha entre alternativas na
parte marginal que dizia respeito ao novo ano. No essencial, o passado estava,
automaticamente, aprovado para o ano seguinte.
A principal crítica que se faz a este método reside no facto de não ser sensível
às mudanças da envoivente, num tempo marcado por profundas mudanças
na forma de relacionamento entre os cidadãos e a administração.
Neste contexto, o amanhã tende a ser encarado como diferente do hoje, pelo
que o passado - mesmo que tenha sido brilhante -, poucas garantias pode
dar relativamente ao futuro. A orientação pelo passado lembra a imagem do
condutor de uma viatura que se orienta pelo espelho retrovisor. Para que the
serve essa informação se não tomar em linha de conta o que se está a passar
à sua frente?
Método Conceptual
206
O aspecto mais importante deste método está no facto de forçar a análise
do papel que o governo ou a autarquia deve desempenhar, não dando
como adquirido o que foi feito no passado. O passado é posto em causa,
e confrontado com o que deve ser feito, tendo em conta o propósito da
administração, conjugado com o princípio da maximização da utilidade.
Método do Desempenho
b) Haja acordo quanto aos resultados a alcançar por tal sistema e haja
incentivos capazes de basear todos os comportamentos organizacionais
nos objectivos e nos resultados;
207
Em nosso entender, são dez os principais princípios conceptuais a ter em
conta na avaliação efi.caz do desempenho:
208
A chave para uma boa utilização deste modelo passa pelo envolvimento dos
principais actores no próprio processo, a comunicação social e a opinião
do público. Passa, ainda, pela implementação de um sistema de controlo e
revisão dos objectivos, associado a outro, de colheita sistemática de dados,
aliado a um bom sistema de resolução de conflitos.
209
1.6 O Princípio da Decisão
Todavia, nos terrnos do n.o 2 do mesmo aftigo e Código, não existe o dever
de decisão quando, há menos de dois anos contados da data da apresentação
do requerimento, o órgão competente tenha praticado um acto administrativo
Sobre o mesmo pedido fortnulado pelo mesmo particular, com oS ÍleSÍÍIos
fundamentos.
1 .1 Políticas Públicas
2t0
técnicas e processos de gestão de programas públicos; as determinantes
políticas, em que explica o processo de formação de uma política pública,
nomeadamente, estimando custos e benefícios envolvidos na adopção de
programas para a solução de problemas públicos em alternativa; avaliação
ex ante e ex post dos impactos de tais políticas em termos de eflciência(rácro
meios/resultados), de eficácia (objectivos alcançados), qualidade (grau de
satisfação dos cidadãos); natureza democrática, isto é grau de envolvimento
activo dos cidadãos em todas as fases do processo22. 22 Paui Sabatier. "Political
Science and Public Policy".
Political Science & Politics,
Esta área tem aS suas raízes nos EUA, tendo-se expandido nos anos sessenta June, 1991, 143-146.
do século passado com os programas sociais dedicado àwar on Poverty da
Administração Johnson. Estes programas exigiram um signiflcativo esforço de
intervenção social do Estado, esforço, aliás , iniciado , pese embora tenuemente,
nos anos vinte desse mesmo século. Este signiflcativo intervencionismo do
Estado traduziu-se na expansão das missões e atribuições governamentais
em matéria económica e social.
2t1
Teste Forrnativo
2t2
5. Princípios a adoptarem na medição do desempenho:
Respostas às Actividades
2t3
Leituras Complementares
ALLISON, Graham T.
l97l Essence of Decision: Explain the Cuban Missile Crisis. Boston:
Little, Brown and Company,I97I.
HARRISON, E. Frank
1999 The Managerial Decision-Making Process, 5th edition. Boston:
Houghton Mifflin Company, 1999.
NIGRO, Lloyd G.
1984 Decision Making in the Public Sector. New York: Marcel Dekker,
inc..1984.
2t4
Gestão de Recursos Humanos
SUMÁRTO
Objectivos da Unidade
8.3 Vínculos
8.5 Carreiras
8.6 Remunerações
8.8 Mobilidade
Teste Formativo
Leituras Complementares
2t7
Objectivos da Unidade
2t8
8.1 A Gestão Estratégica de Recursos Humanos
Para uma organizaçáo pública dar este salto estratégico, os seus gestores têm
de mudar de paradigma. Por exemplo, ao nível operacional, têm de evoluir
da sua função tradicional, de fazedores mecanicistas de primeira linha, para
se tornarem empreendedores e inovadores; os dirigentes intermédios têm de
passar de controladores administrativos a treinadores do desenvolvimento
das suas equipas de trabalho; os dirigentes máximos terão de ser menos
arquitectos da estratégia da organrzaçáo e mais construtores da instituição.
219
necessários à função de gestor de topo, são mais amplamente deflnidos e
demoram mais tempo a desenvolver.
220
e integrar tarefas. Este processo é a chave pala o desenvolvimento da
criatividade, perspicácia e iniciativa.
227
O estilo paternalista tem a ver com os propósitos de proteger e promover o
bem-estar dos funcionários. As práticas estandardizadas de emprego ligam-
-se à uniformrzaçáo, não tendo em conta que há diferenças de performance,
e prendem-se com o facto de o modelo não admitir excepções, as quais são
avaliadas em termos de precedente grave. A colectivizaçáo prende-se com o
tipo de relações industriais, ou seja o tipo de relação entre os funcionários e
os sindicatos e entre estes últimos e a administração.
Actividade 8.1
222
Quanto às carreiras havia no total havia lllg com conteúdos funcionais
sobrepostos e pouco discriminados repartindo-se por 653 do regime geral,
119 do regime e dos corpos especiais e 401por categorias isoladas.
223
As principais medidas de política foram: aproximação ao regime laboral
comum, com respeito pelas especif,cidades da Administração Pública;
sujeição ao mesmo regime, em domínios fundamentais, da relação de emprego
público, independentemente do tipo de vínculo; gestão de RH relacionada
com a gestão por objectivos dos serviços e com os postos de trabalho
necessários para as suas actividades; manutenção de perspectiva de carreira
para os trabalhadores; reforço dos poderes de gestão dos dirigentes, dos
mecanismos de responsabilização, de fundamentação dos actos de gestão e
da sua transparência; predominância da avaliação do mérito na evolução nas
carreiras; reforço das condições de mobilidade; controlo da evolução anual
das despesas com o pessoal da AP; revisão do regime de protecção social,
numa perspectiva de convergência, incluindo a protecção no desemprego
nas vinculações não def,nitivas.
8.3 Vínculos
com o novo tipo de vinculação, a gestão dos recursos humanos deixou de
se basear em "quadros de pessoal" para se apoiar em "mapas de pessoal', de
acítahzação anual, com identiflcação dos postos de trabalho necessários.
Acresce ainda que a execução das actividades passou a estar condicionada
pelas atribuições, objectivos (anuais e plurianuais) e recursos flnanceiros do
organismo.
11 I
No orçamento de cada Serviço é flxado: o montante destinado a encargos com
o pessoal em funções; o montante destinado ao preenchimento de novos postos
de trabalho; o montante destinado a mudanças de posições remuneratórias
dos trabalhadores do serviço; o montante destinado à atribuição de prémios
de desempenho dos trabalhadores do Serviço.
Por outro lado, a lei 12-Al08 adaptou para o vínculo de contratação o regime
laboral comum, salvaguardada a especiflcidade da Administração Pública;
foi adaptado o Estatuto do Pessoal Dirigente; impôs-se a publicitação das
contratações por tempo indeterminado; mantiveram-se as causas de cessação
do vínculo contratual consagradas na lei, mas introduziu-se um regime
de mobilidade especial para possível reafectação do trabalhador a outro
serviço.
225
venham a causar. Salienta-se que esta rcgra é comum, tanto a este regime
como ao Código do Trabalho e ao Código Civil.
O contrato está sujeito à forma escrita e dele deve constar a assinatura das
partes. Do contrato devem constar, pelo menos, as seguintes indicações:
a) Nome ou denominação e domicílio ou sede dos contraentes;b) Modalidade
de contrato e respectivo prazo ou duração previsível, quando aplicável;
c) Actividade contratada, caneira, categoria e remuneração do trabalhador;
d) Local e período normal de trabalho, especif,cando os casos em que é deflnido
em termos médios; e) Data do início da actividade;0 Data de celebração do
6
Consultar a Lei n.o 5912008. contrato; g) Identif,caçáo daentidade que autorizou a contratação6.
de 11 de Setembro que aprovou
o Regime do Contrato de
Trabalho em Funções Públicas
O período experimental corresponde ao tempo inicial de execução do
(arti,go 72). contrato e destina -se a comprovar se o trabalhador possui as competências
exigidas pelo posto de trabalho que vai ocupar. A duração do período
experimental pode ser reduzida por insftumento de regulamentação colectiva
de trabalho. O período experimental não pode ser excluído por instrumento
de regulamentação colectiva de trabalho. São nulas as disposições do contrato
ou de instrumento de regulamentação colectiva de trabalho que estabeleçam
qualquer pagamento de indemnizaçáo em caso de denúncia do contrato
durante o peíodo experimental.
8.3.2 Nomeação
226
t
As actividades relativas ao exercício de poderes de soberania e autoridade
(nomeação) apresentam três características inovatórias: eliminado o conceito
de funcionário público; passa a ser restrita ao núcleo duro da Função Pública
227
Esta regra geral apenas pode ser derrogada em situações excepcionais:
a) quando se mostrar impossível; b) ou quando se veriflcar inconveniência
na contratação de pessoas colectivas. Esta excepcionalidade é reforçada pela
obrigatoriedade de sujeição aattoizaçáoprévra a conceder através de acto
discricionário do membro do Governo fesponsável pela área das Finanças.
228
da remuneração do contratado que permite negociação do escalão retributivo,
que tem por base uma fundada expectativa quanto ao nível qualitativo da
prestação laboral, que deve ter como referência as posições remuneratórias
ocupadas pelo pessoal no activo.
8.5 Carreiras
229
As vantageus e regalias específicas deste estatuto face à lei geral do trabalho
tinham em vista compensar um eventual acréscimo de deveres e restrições (e,
nalguns casos, um nível remuneratório mais baixo), equivalente ao chamado
modelo de carreira.
Por isso, os países da OCDE estão, cada vez mais, a adoptar modelos
diferentes na gestão dos recursos humanos das duas administrações públicas
As estratégias reformadoras têm se norteado pelos seguintes eixos: Redução
da dimensão do Estado e das Administrações Públicas; Introdução de novos
modelos de orçamentação, gestão e controle orientados para objectivos e
resultados; Modiflcação da natureza, das modalidades e das condições do
emprego na Adminis traçáo Pública.
230
de forrnação específ,co de duração não inferior a seis meses ou a aquisição
de certo gralu académico ou de certo título prof,ssional.
8.6 Remunerações
23l
Tendo em consideração as verbas orçamentais destinadas a suportar o tipo
de encargos previstos, o dirigente máximo do órgão ou serviço decide se, e
em que medida, este se propõe suportar encargos decorrentes de alterações
do posicionamento rgmuneratório na categoria dos trabalhadores do órgão ou
serviço. Esta decisão, fundamentadamente, deve f,xar: o montante máximo,
com aS desagregações necessárias, dos encargos a suportar pelo Serviço; o
universo das carreiras e categorias onde as alterações de posicionamento
remuneratório podem ter lugar.
Nos termos dos artigos 46." e 47.o, quem preenche os universos definidos:
Os trabalhadores do Serviço (onde quer que exerçam funções) que tenham
obtido nas últimas avaliações do desempenho (referentes às funções exercidas
durante o posicionamento remuneratório em que se encontram); duas menções
máximas consecutivas; três menções imediatamente inferiores às máximas
consecutivas, ou cinco menções imediatamente inferiores às supra referidas ,
desde que consubstanciem desempenho positivo, consecutivas. IJma vez
determinados os trabalhadores em cada um dos universos def,nidos, são
ordenados, dentro de cada universo, por ordem decrescente de classif,cação
quantitativa obtida na última avaliação de desempenho'
232
(tendo como limite a posição remuneratória máxima para a qual tenham
alterado o seu posicionamento os trabalhadores que, no memo universo, Se
encontrem ordenados superiormente). Estas alterações são particularmente
fundamentadas e tornadas públicas com o teor integral da respectiva
fundamentação e do Parecer do Conselho Coordenador daAvaliação.
233
a posição máxima perto do flm da sua vida profissional; A mudança de
posição remuneratória opera-se, em regra, para a posição imediatamente
superior, dependendo daverificação de requisitos de tempo e de classiflcaçáo
de serviço; elimina-se a nafiJÍeza automática e pennanente de quaisquer
suplementos; em matéria de suplementos segue-se um princípio de limitação,
de modo a que apenas existam quando os trabalhadores, em certos postos de
trabalho, tenham condições mais exigentes que outros de idêntica carreira ou
categoria; os suplementos constituirão, em regra, montantes determinados
e não percentagens da remuneração base; os suplementos são sempre
referenciados a um concreto posto de trabalho, e não apenas à titularidade
da carreira, categoria ou área funcional; aos trabalhadores com melhor
desempenho pode ser atribuído um prémio pecuniário, de prestação única,
caso exista disponibilidade orçamental para o efeito; prevê-se a possibilidade
de sistemas específicos de recompensa pelo desempenho: em carreiras
especiais e em função do resultado de equlpas.
234
comunicados, e a monitorização (feedback) ao longo do ano e de forma
periódica foi realizada, até uma simples folha de papel A4 é instrumento
suflciente para recolher e materializar a avaliação flnal.
235
A avaliação do desempenho refere-se a um processo de identiflcação, medida
E
João Bilhim. Gestão Estra e gestão do nível de realtzação dos membros de uma dada organtzaçáo8. A
tégica de Recursos Humanos
Lisboa: ISCSP,2007.
avaliação do desempenho remonta ao início do século XX. Tentava-se que
a avaliação do desempenho, tal como os testes psicológicos, exprimisse
af,rmações exactas aceÍca do desempenho dos indivíduos. Nos anos oitenta,
inicia-se um modelo de avaliação diferente, que até hoje corre em paralelo.
Procura-se analisar os processos cognitivos dos avaliadores com o objectivo
de identiflcar as regras que seguem na elaboração dos seus julgamentos.
236
t
I
deixando espaço para três como ponto médio. Há vantagens e desvantagens
em todas elas. O importante é a decisão, tendo em linha de conta o tipo de
cultura organizacional e de trabalhador em presença.
Para que participação funcione, tem de haver tempo suflciente para participar
a
231
o trabalho em equipa; Identiflcar necessidades de formação; Fomentar a
mobilidade; Promover a comunicação; Fortalecer a liderança; Melhoria da
gestão pública; Consolidar práticas de avaliação; Identiflcar necessidades
de formação; Promover a motivação; Distinguir serviços e pessoas;
Melhorar a arquitectura de processos; Melhorar a informação, promovendo
a transparência;Apoiar o processo de decisão estratégica.
Por último, importa salientar que se os objectivos foram mal fixados será
impossível que este momento da avaliação coÍra bem. Investir a montante
na flxação dos objectivos é poupar ajusante na avaliação: que resultados são
expectáveis? Foram atingidos os resultados pretendidos? Quais as razões
dos desvios? Estas são questões fundamentais para que o SIADAP não se
transforme num ritual burocrático de gestão.
8.8 Mobilidade
238
L
de destino, no caso da requisição, e pelo serviço de origem, no caso do
destacamento. A requisição e o destacamento fazem-Se para a categoria e
carreira que o funcionário ou agente já detém. Arequisição pode ainda fazer-se
pafaacategoria imediatamente superior da mesma carreira ou para categoria
de carreira diferente desde que o funcionário ou agente preencha, em ambos
os casos, os requisitos legais para o respectivo provimento'
239
pela respectiva lei-quadro. A aplicação deste regime nas Regiões Autónomas
dos Açores e da Madeira não prejudica a publicação de diploma legislativo
regional que o adapte às especiflcidades orgânicas do pessoal dirigente
da respectiva administraçáo regional, sendo igualmente aplicada, com as
necessárias adaptações, à administração local. Todavia, não é aplicável aos
cargos dirigentes próprios das Forças Armadas e das forças de segurança.
Os titulares dos cargos dirigentes devem promover uma gestão orientada para
resultados, de acordo comos objectivos anuais aatingu,deflnindo os recursos
a úllizar e os programas a desenvolver, aplicando de forma sistemática
mecanismos de controlo e avaliação dos resultados. A actuação dos titulares
de cargos dirigentes deve ser orientada por critérios de qualid ade , eficâcia e
eflciência, simpliflcação de procedimentos, cooperação, comunicaçáo eficaz
e aproximação ao cidadão. Na sua actuação, o pessoal dirigente deve liderar,
motivar e empenhar os seus funcionários para o esforço conjunto de melhorar
e assegurar o bom desempenho e imagem do serviço. Os titulares dos cargos
dirigentes devem adoptar uma política de formação que contribua para a
valorizaçáo proflssional dos funcionários e para o reforço da ef,ciência no
exercício das competências dos serviços no quadro das suas atribuições.
240
O exercício da função dirigente está dependente da posse de perfil, experiência
e conhecimentos adequados para o desempenho do respectivo cargo, bem
como da formação proflssional específlca. A permanente actualização no
domínio das técnicas de gestão e desenvolvimento das competências do
pessoal dirigente é garantida através do sistema de formação prof,ssional.
O exercício de funções dirigentes de nível intermédio implica o prévio
aproveitamento em curso específlco para alta direcção em Administração
Pública.
241
essencialmente asseguradas por pessoal integrado nas caffeiras técnicas é
alargada a pessoal destas cÍrffeiras, ainda que não possuidores de licenciatura.
Quando as leis orgânicas expressamente o prevejam. o recrutamento para os
cargos de direcção intermédia pode também ser feito de entre funcionários
integrados em carreiras específ,cas dos respectivos serviços ou organismos,
ainda que não possuidores de curso superior.
Férias
242
O direito férias adquire-se com a constituição da relação juídica de emprego
a
público, vence-Se no dia 1 de Janeiro de cada ano e reporta-Se, em regra, ao
serviço prestado no ano civil anterior (n.os 3 e 5 do artrgo 2.").
As únicas faltas que descontam nas férias são as previstas nos artigos 66.'
e 67." do Decreto-Lei n.o 100199 (faltas por conta das férias) e as faltas
injustiflcadas. Já as licenças têm repercussão nas férias nos termos previstos
a propósito de cada um dos tipos de licença (ver artigos J4.o e seguintes
deste diploma).
Faltas
243
Agosto (Lei da greve), alterada pela Lei n3 30192, de 20 de outubro, e
considera-se justif,cada, embora dê sempre lugar a perda das remunerações
correspondentes aos períodos de ausência.
245
k) Lei
Para assistência a familiares (art.o 54.o, com a redacção dada pela
n." ll7l99 e diplomas reguladores da maternidade e paternidade);
r) Por conta do período de férias (artigos 66." e 61 .") - 2 dias por mês,
até ao máximo de 13 dias por ano, podendo ser utilizadas em períodos
de meios dias e sendo dada aos interessados a opção de relevar essas
faltas no período de férias do próprio ano ou no do ano seguinte;
obrigam aparticipação ao superior hieriárquico da intenção de faltar
na véspera ou, se tal não for possível, no próprio dia, podendo aquele
recusar a attorrzação, fundamentando a sua decisão com base no
interesse do serviço:
246
ü*
l
s) Com perda de vencimento (artigo 68.) - foram concebidas como
uma situação excepcional que carece de autorização do respectivo
dirigente, a conceder em termos idênticos à prevista para as faltas
por conta do período de férias; não podem ultrapassar um dia por
mês e seis dias em cada ano civil e descontam para todos os efeitos
legais;
Licenças
247
superior a um ano, determina abertura de vaga, suspensão do vínculo
com a Administração, perda total da remuneração e desconto na
antiguidade para efeitos de carreira, aposentação e sobrevivência,
embora seja possível manter a contagem de tempo para os dois
últimos efeitos, desde que tal seja requerido, mediante o pagamento
das respectivas quotas; os reflexos nas férias são os regulados no
artigo 81.'; o regresso ao serviço só é possível após um ano e está
sujeito aos condicionalismos flxados nos artigos 82." e 83.o;
Actividade 8.2
248
Teste Formativo
249
Leituras Complementares
BILHIM, João
2007 Gestão Estratégica de Recursos Humanos. Lisboa: ISCP.
ROCHA, Oliveira
1997 Gestão de Recursos Humanos: Presença.
250
Gestão Financeira
SUMARIO
Objectivos da Unidade
Teste Formativo
Leituras Complementares
Objectivos da Unidade
254
9.1 A Reforma da Administração Financeira do Estado
Todavia, é pela Lei n.o 8/90, de 20 de Fevereiro e pela Lei n.o 6191, de 20
de Fevereiro, que são estabelecidas as bases da reforma da administração
f,nanceira do estado, seguidas do Decreto-Lei n.o 755192, de 28 de Julho, e
antecedidas pela revisão das bases contidas nos novos artigos 108." a 110."
da CRP.
255
Este diplomarefere, ainda, que o regime flnanceiro dos serviços e organismos
com autonomia administrativa constitui o modelo tipo. É suposto este novo
modelo permitir uma deflnição mais rigorosa do âmbito da gestão corrente, e
dos princípios de organizaçáo interna que o adequam à estrutura do orçamento
por programas.
No aumento da racionalidade:
economlca;
f, nanceira/te s ouraria;
da decisão.
. centralizaçáo da Informação.
256
serviços nas áreas de Administraçáo Financeira - SIC, Recursos Humanos
- SGRH e Patrimonial - SGP.
A Reforma das Finanças Públicas Portuguesas, lançada, nos anos noventa,
obrigou a uma reforma da gestão f,nanceira orçamental que teve como
objectivos a alcançar:
a unidade orçamental;
a unidade de tesouraria;
257
Por isso, o Estado tem de elaborar uma previsão de receitas e despesas para
um período de tempo considerado, na qual exprime, sinteticamente, a forma
como vai obter e gastar os seus rendimentos durante um ano, e de def,nir a
política financeira a seguir durante esse ano.
O orçamento pode ser definido como uma previsão, em regra anual, das
despesas areahzar pelo Estado e dos processos de as cobrir, que incorpora
a autoÀzação, concedida à administração, para realizar despesas e cobrar
receitas, e limita os poderes flnanceiros da administração em cada ano.
258
Através da previsão destas, fica-se a saber quanto o Estado se propõe
despender com a organizaçáo e funcionamento de cada um dos serviços e
como, atravép da previsão das receitas, se flca a conhecer o contributo de
cada um dos qrejos de f,nanciamento.
Regra da Anualidade
Regra da Unidade
259
Por outro lado, o orçamento expõe o plano flnanceiro. Assim, um único
documento (por isso se chama unidade) integra todas as receitas e despesas
da administração central, incluindo as de todos os organismos que não tenham
natureza,forma e designação de empresa pública, designados por serviços e
fundos autónomos, bem como o orçamento da Segurança Social (n.o 1, art.o
3.o, da Lei n.o 6197, de 20 de Fevereiro).
A Regra da Especificação
260
líquido). Todavia, o orçamento líquido não permite a f,xação das despesas.
É que, se as receitas forem compensadas pelas despesas e as despesas pelas
receitas, não se estabelecerá o montante das despesas.
Regra da Universalidade
261
Por exemplo: previram-se despesas de 100 mil contos com o novo serviço; se
o imposto render 100 mil contos ou mais, as suas despesas poderão reahzar-
-se integralmente; mas, se o imposto só render 80 mil contos, o serviço não
poderá gastar mais do que essa importância.
Regra do Equilíbrio
262
As Extraordinárias, poÍ sua vez, náo se repetem em todos os períodos,
oferecendo por isso uma utilidade duradoura. Haveria equilíbrio em cada
ano , Se a geraçáo existente pagasse aS despesas (cuj a utilidade a cada ano se
limita), e Se as gerações que se sucedem aos longos dos anos pagassem aS
despesas, cuja utilidade durante esses anos, se mantivesse.
Desde 1977 (Ler n." 64177 , de 26 de Agosto), até aos anos noventa, vigorou
o equilíbrio do orçamento corrente. Se as receitas correntes igualarem as
despesas colrentes, há equilíbrio.
Elaboração
263
o montante de empréstimos a conceder, e de outras operações activas
areahzar pelo Estado, incluindo os fundos e serviços autónomos e,
pela Segurança Social, desde que não sejam de dívida flutuante;
São, ainda, exigidos, nos termos do art.o 72.",da Lei n.o 619I,de20 de
Fevereiro, a apresentação de doze mapas orçamentais, entre os quais se
destacam: os de receitas e despesas do Estado, o orçamento da Segurança
Social, as Finanças locais e os Programas de Investimento e Despesas de
Desenvolvimento da Administração Central (PIDDAC) -, e de 16 anexos
justifi cativos da política orçamental.
Aprovação
. extinção de impostos;
Execução
Convém salientar que nenhuma receita pode ser cobrada, se não tiver sido
objecto de inscrição orçamental. Nenhuma despesa pode ser efectuada
sem que, além de ser legal, se encontre suficientemente discriminada no
Orçamento do Estado, tenha cabimento no correspondente crédito orçamental
e obedeça ao princípio da utilização dos duodécimos (com excepção para
264
as matérias autorizadas por lei). Acresce, ainda, a necessidade das despesas
terem de satisfazer os requisitos da sua economia, eficiência e ef,cácia.
Fiscalização
. clateza
. exactidão;
. simplicidade.
265
9.4 Regime de Administração Financeira do Estado
266
Convém salientar que o decreto-lei de execução orçamental deve fixar, em
cada ano, os critérios do regime duodecimal'
267
Os serviços e organismos solicitam, mensalmente, à Direcção-Geral da
Contabilidade Pública, a libertação de créditos, por um montante que tenha
em consideraçáo o plano de tesouraria. Estes pedidos, quando referentes a
despesas com investimentos do Plano, serão efectuados com autonomia,
relativamente aos restantes.
Dentfo dos primeiros cinco dias úteis de cada mês, os serviços e organismos
fornecem os seguintes elementos justifl cativos :
a descrição, por
rubricas orçamentais, dos pagamentos previstos para
o mês, relativos a compromissos já assumidos e a assumir;
Quanto à competên cia para autorizar despesas , ela é atribuída aos dirigentes
dos serviços e organismos, na medida dos poderes de gestão corrente que
detiverem, e consoante a sua natureza e valor.
268
t
9.4.2 Regime excepcional - autonomia administrativa e financeira
269
. o plano de actividades;
/ o o orçamento de tesouraria;
. a demonstração de resultados;
. o balanço previsional.
. balanço analítrco1'
270
um instrumento indispensável para dotar o Estado de um sistema de contas
adequado às necessidades de uma Administração Pública moderna.
Além disso, há aruzáo imposta pelo artigo 104."-C, do Tratado que instituiu
a União Europeia: "Os Estados membros devem evitar déf,ces excessivos".
A própria Comissão acompanha a evolução da situação orçamental e do
montante da dívida pública nos Estados membros, a flm de identiflcar desvios
importantes.
271
. A obtenção expedita dos elementos indispensáveis ao cálculo dos
/ agtegados relevantes da contabilidade nacional, particularmente dos
que respeitam às contas nacionais das administrações públicas. Estes
elementos são bastante importantes para a aferição do cumprimento dos
compromissos assumidos no quadro do Tratado da União Europeia.
. balanço;
. demonstração de resultados;
. mapas de execução orçamental;
a Sobre o POC veja-se: O balanço apresenta uma estrutura semelhante à do POCa, ao indicar a
Jacques Margerir,, A Gestão
correspondência dos seus elementos com as contas do Plano, e as quantias do
orÇamental: como torná-la
um utensílio de gesrâo. Lisboa: exercício anterior, tendo em vista contribuir para a melhoria da informação
Prisma. 1991.
contabilística divulgada.
segurntes mapas:
272
controlo orçamental - despesa;
. caracterizaçáo da entidade;
Uma vez que, na lógica do POCP, se pretende manter uma distinção clara
entre a contabilização das operações orçamentais (com efeitos unicamente
internos à entidade), e a das operações subsequentes ao reconhecimento de
um direito ou obrigação (com efeitos na esfera patrimonial de terceiros),
273
i. ::r:'§.1. r];t!'l':.;::"a-rti t
. a aprovação do orçamento;
. os cabimentos;
. os compromissos;
274
No lado das receitas ,dadaanabttezadas operações orçamentais, o movimento
contabilístico é mais simples. Na classe 0 registam-se, apenas, os movimentos
correspondentes à aprovação do orçamento, registo das previsões iniciais,
das modif,cações introduzidas, revisões de previsões (reforços e anulações),
créditos especiais e previsões corrigidas. A liquidação e o recebimento são
registados noutras classes do POCP.
275
o requeiram, podem ser criadas subentidades contabilísticas, desde
que esteja devidamente assegu/ada a coordenação com o sistema
central. ,/
b) Princípio da continuidade - Considera-se que a entidade opera
continuamente, com duração ilimitada.
Actividade 9.1
276
Teste Formativo
271
5. São os serviços que, além de gozarem de autonomia administrativa,
dispõe de receitas próprias, o que thes permite autotrzat, com eSSaS
receitas, os pagamentos das despesas previstas no seu orçamento'
Leituras Complementares
FRANCO, Sousa
lgsTDireitoFinanceiroeFinançasPúblicas.Lisboa:Vega.
CUNHA, Silva
s/d DireitoEconómico.Porto:UniversidadeLivre'
LOCHARD, Jean
Compreender a Contabilidade GeraL Lisboa: Prisma'
10. A Reforma Administratiya e a Qualidade
em Serviços Públicos
SUMÁRIO
Objectivos da Unidade
Teste Formativo
Leituras Complementares
281
Objectivos da Unidade
282
10.1 A Modernizaçáo e as Reformas Administrativas
283
o princípio da aproximação dos serviços às populações; o princípio da
participação dos interessados na gestão daAdministraçáo Pública; o princípio
da descentralizaçáo; o princípio da desconcentração.
284
2 Guy Peters, The Future of
Neste grupo, encontra-se Guy Peters2 que na obtaThe Future of Governing
Gotterníng. Lawrence, KS:
descreve e examina quatfo modelos alternativos que, em seu entender, Univqsity Press of Kansas,
-'----
emergem das muitas refomas actualmente em curso. Esses modelos são tggO.
dos PPBS, aos Orçamentos de Base Zerc (budget bas e Zero -BBZ), da Gestão
por Objectivos (management by objectives - MBO), à cultura organizacional,
até à gestão pela qualidade total (total quality management - TQM).
286
vista racionahzat, sistematizar e inovar, num único diploma, as normas de
âmbito geral aplicáveis à Administração Pública. Foi a forma de facilitar o
acesso às mesmas, por palte dos destinatários, e de torná-las mais conhecidas
e transparentes aos cidadãos, clientes dos serviços públicos.
As reformas , na prime ira década do século XXI, lidam com uma forte tensão
entre duas racionalidades: a jurídica de matriz europeia continental e a da
ge stão por objectivo s ou técnrc a de mattiz an glo- s axónic a.
5
A diferenciação erlrÍe public
administration e a public
Atributos Jurídica Gestão/técnica management tem a veÍ com
a busca de modelos de gestão
Legitimidade Lei, norma, regulamento Efl ciência, efrcâcia, qualidade inspirados no sector privado
alternativos aos tradicionais
Primazia Meios Fins públicos.
287
Esta mudança de foco insere-se na f,losof,a do managerialism, ou seJa, na
crença de que a gestão constitui a solução para os vários problemas que
assolam aS olganizações e aS sociedades. Por managerialismentende-Se, em
geral, um conjunto de crenç a6 e prátrcas, que tem como centro uma postura
de princípio, raramente testada, de que uma melhor gestão será a solução
7 Christopher Pollitt, ob cit eficazpara um amplo campo de males económicas e sociaisT.
p. 1.
Acresce que, após II Guerra Mundial, a gestão não é apenas gestão de negócios
a
288
empreendimento é externo: umutente/cliente satisfeito (doente curado, aluno
instruído). Dentro do empreendimento apenas existem custosS. 8 Peter
Drucker, O essencial
de Drucker: uma selecção
das melhores teorias do pai
Importa reter que este processo de substituição de um paradigma jurídico da gestão. Lisboa: Actual
tradicional de administraçáo pública por outro de tipo gestionário, como Editora. 2008.
Actividade 10.1
289
haja maior e melhor serviço prestado aos cidadãos, isto é, cumprimento dos
objectivos def,nidos.
290
t
terão um efeito de curto ptazo na actividade da organizaçáo,mas cujo efeito
sobre o comportamento na organizaçáo é de extrema importância.
291
Amudança profunda, ou seja, a mudança do próprio sistema, exige uma nova
maneira de pensar e de se comportar na organizaçáo.É mais ambiciosa na
sua finalidade, descontínua em relação ao passado e geralmente irreversível.
A mudança profunda rompe com os padrões de acção e envolve um assumir
de riscos e uma certa perda de controlo.
Para Kurt Lewin, o processo de mudança passa por três fases seguintes:
Descongelamento - alteração do estado presente de equilíbrio, responsável
pela sustentação dos actuais comportamentos e atitudes. Este processo deve
tomar em atenção as ameaças que a mudança poderá suscitar, e a necessidade
de motivar os que integram o novo processo. Mudança - desenvolvimento
de novas respostas, com base em nova informação. Recongelamento -
estabilização da mudança pela introdução de novas respostas.
292
Até ao f,nal da Segunda Guerra Mundial, a tecnologia evoluía lentamente,
e a noção de qualidade resumia-se à preocupação com as características
físicas do produto, com a sua conformidade final às especiflcações técnicas
do protótipo industrial.
Até ao final dos anos cinquenta do Século XX, a procura era superior à
oferta, e a produção era orientada para uma sociedade monopolista. Havia um
alheamento total relativamente às necessidades do mercado e um fraco rigor
na deflnição dos processos. Era fácil o escoamento da produção, o mercado
era aberto e não havia preocupação com a colocação dos produtos.
293
Nos anos oitenta do século passado, surgiu um novo desafio, e a Coreia do
Sul, Hong Kong e Singapura, imitando a tecnologia ocidental, conseguiram
colocar no mercado produtos de boa qualidade, a baixos custos de produção.
A procura, nos anos oitenta, foi inferior à oferta, o mercado estava saturado,
a concorrência era feroz, e surgiu a necessidade de fidelizar os clientes.
A qualidade tornou-se, assim, a principal exigência dos clientes.
I
Este facto obrigou à renovação do conceito de qualidade, a introduzir o
cliente na def,nição da qualidade, e a abandonar a perspectiva focahzada
no produto. Uma organrzaçáo que consiga identiflcar as necessidades de
um segmento de mercado e satisfazê-las, poderá funcionar, durante algum
tempo, como fornecedor exclusivo, praticar preços elevados e obter alta
rentabilidade.
I É por isso que faz sentido dizer que a qualidade total, nos anos noventa, foi
i
essencial para a sobrevivência das organrzações e para a sua continuação
tl
no jogo. Entrou-se numa fase em que o cliente passou para primeiro lugar e
manda naorganização, prevalecendo os seus gostos nas características dos
produtos que a organização the oferece. Esta nova fllosofla pressupõe que
todos são, simultaneamente, clientes e fornecedores, internos e externos, que
todos são clientes de todos.
294
Evolução do conceito de qualidade
295
a participação e o envolvimento de todos os colaboradores, pelo
que requer a implementação de grupos de trabalho. Deste modo,
é colocada grande ênfase na socialização dos colaboradores, e a
gestão de recursos humanos tem um papel crítico no sucesso desta
característica;
296
Na negociação dos objectivos é fundamental que um Sistema
se esclareça que
da Qualidade, estabelecido segundo as norÍnas indicadas, é uma forma da
organizaçáo garantir a qualidade dos seus produtos e estabelecer,junto dos
seus clientes, a conf,ança na reprodutibilidade da qualidade negociada ou da
qualidade de um modelo certif,cado. Deverá, também, constituir um meio
de diminuição dos custos de exploração, e estabelecer uma aproximação aos
seus clientes.
297
Após a escolha do modelo, é importante dar início ao processo de formação/
sensibilização de modo a permitfu a uniformidade no entendimento de
conceitos chave na éffea da Qualidade. Assim, é importante infornar sobre:
298
gestão que passa pela forma como a oÍgantzação constrói a sua imagem de
qualidade. Toda a vez que um cidadão volta a usar um determinado serviço
público é uma oportunidade de pôr à prova tal imageml2' 12 C. Gronroos, "Service
management: a management
focus for service competition",
A qualidade de um serviço depende da correspondência entre expectativas in C.H. Lovelock (ed.),
e realidades, ou seja, entÍe o que o cidadão deseja e o que a organrzaçáo Mana ging s erv ic e s Marke tin g :
marketing operations, and
pública the oferece. A ausência de qualidade, pelo contrário, é o resultado da human resotrces (pp. 9-16).
falta de tal correspondência entre expectativas do cidadão e o desempenho Englewood Cliffs, NJ:
Prentice-Hal. I 992.
da organrzação. Quando não existe tal correspondência importa encetar
processos de mudança ou de reforma da Administraçáo.
Importa, entretanto, salientar que, no sector privado, entre 657o a 85% dos
clientes, que mudam paÍa a concorrência, aflrmam que estavam satisfeitos.
Isto signiflca que uma organizaçáo não se pode deixar adormecer à sombra
tépida da satisfação dos clientes. Tem de ultrapassar essa zona própria da
indiferença, atingir o seu afecto, e converter os clientes em fiéis apóstolos.
299
Há cinco fontes de falta de correspondência ou diferenciais (gap) entre as
expectativas do cliente e o serviço proporciona o, que são geradoras de
r3 A. Parasuraman, et al., ob ausência de qualidadel3. Tais diferenciais ou descontinuidades são:
cit.
a) Entre as expectativas do consumidor e as percepções da gestão. As
percepções dos gestores raramente estão de acordo com as expectativas
dos clientes. O problemadafaltade qualidade tem origem neste hiato.
I
uma organizaçáo para evitar estas descontinuidades (gap) tem de adoptar
uma postura sistémica e gerir as variáveis determinantes da qualidade, tais
como: acesso, comunicação, competência, cortesia, credibilidade, f,delidade,
capacidade de resposta, segurança. Todos elementos muito tangíveis que
exigem uma compreensão/conhecimento dos seus clientes.
Actividade 10.2
i
l 300
F
L
10.6 A Qualidade nos Serviços Públicos
serviços públicos.
Acresce que não foi fácil deslocar o conceito de qualidade nascido no seio das
fábricas para o centro das organizações de serviços. O sector dos serviços tem
adquirido uma importância crescente no quadro das economias desenvolvidas.
Aliás, em termos de emprego, é o sector terciário o que emprega a maior taxa
da população activa e a tendência é no sentido do seu crescimento.
301
produção finaldo serviço. Por flm, com a simultaneidade quer dizer-se que,
por norma, um serviço é produzido e consumido em simultâneo, tal como
acontece com um concerto musical.
E acrescenta mais adiante "A Administração Pública não pode flcar imune
a esta forma de gestão, umavez que está sujeita às mesmas pressões e aos
mesmos constrangimentos que as organizações, o que a obriga a reconverter
mótodos de gestão e funcionamento, sistemas de organízaçáo e principalmente
de legitimação, tendo em vista a melhoria da qualidade dos serviços prestados
aos cidadãos e à acção governativa".
302
Por isso, hoje se impõe a personalização do serviço que acarreta um conjunto
de benefícios, designadamente: maior rapidez na resposta; resolução
atempada dos utentes insatisfeitos; maior envolvimento e implicação dos
trabalhadores na qualidade do serviço; melhor atendimento, surgimento de
mais ideias inovadoras; maior fldelização dos utentes. Importa, no entanto,
salientar que este aumento da qualidade pode exigir investimentos maiores
em selecção e formação dos funcionárros.
303
método CommonAssessment Framework (CAF), desenvolvido após a cimeiÍa
de Lisboa de 2000.
re
João Bilhim, "A Construção
. Excelência: ter ptazer em dar ao cliente mais do que ele espera.
da Função Qualidade nos
Tribunais Portugueses: uma Um serviço de qualidade é aquele que se revela capaz de satisfazer as
abordagem à luz da teoria
institucional". Scientia Jurí- expectativas dos cidadãos, entendendo-se por satisfação a confirmação
díca, Julho/Setembro, Tomo por parte do cidadãolutente das suas expectativas acerca do serviço que a
LVII, n." 315,2008, pp. 509-
-5t7. Administração the prestare.
304
10.1 O Modelo de Auto-avaliação da EFQM
305
I
A etapa seguinte consiste em realizar a auto-avaliação, elaborar o plano de
acçáoe, se necessário, consolidar os resultados dos diferentes sectores. Deve-
-se, ainda, avaliar as áreas a abordar, estabelecer prioridades e objectivos e
comunicar o plano de acção e a orientação estratégica.
Meios Resultados
s00 500
Como se pode observar, cada um dos critérios (ou variáveis), possui uma
determinada pontuação, num total de 1000 pontos, sendo 500 para os meios
e 500 para os resultados.
308
Abordagem da gestão como um sistema: identiflcar, compreender
e gerir processos inter-relacionados como um sistema, contribui
para que a organização atinja os seus objectivos com eficácia e
eflçiência.
actividades e resultados com base em evidências. Foi construída com base onde se encontÍa o modelo da
CAF - http://www.caf .d gaeP.
no Modelo de Excelência da EFQM (Fundação Europeia pata a Gestão da gov.pt/
Qualidade) e no modelo da Universidade Alemã de Ciências Administrativas
(Speyer). Trata-se deummodelo adequado às especif,cidades dos organismos
públicos. A sua utilização constitui o ponto de partida para Melhoria Contínua
da organizaçáo.
l
309
organizacionais utilizados pelas organrzações públicas e privadas na Europa,
procurando-se uniformizar tm instrumento que seja comum a todas.
310
A evolução da CAF: 2000 ; 2002; 2006.Principais alterações introduzidas com
a CAF 2006: Integração da inovação e modernização (objectlo da Estratégia
de Lisboa) nos diversos critérios do modelo; 2 formas de pontuar, mudança
da escala (0 a 100), focahzaçáo no ciclo PDCA; Linhas de orientação para
aplicação da CAF mais detalhadas; Orientações para desenvolver bench
learning com a CAF.
RESTILTADOS
I
! Húêámeflo ê fu$[ados
Btrdega qisntsdosp*a os
i OdàdãóúOimt6
,
I tuedtad6 do
LjdfiÉnqã
Deempêúo
I Chwà
t- "- l
i
;",;""",; l,**o**.o*
i
,
I I
APRENDIZAGEM E INOVAÇAO
Actividade 103
Teste Formativo
3rl
4. Para que servem as Normas da série NP EN ISO 9000?
3t2
(
Leituras Complementares
BANK, John /
1992 Gestão da Qualidade Total.Lisboa: CETOP.
CAIDEN, Gerald
l99l Administrative Reform Comes of Age. Berlin:Wlater de Gruyter'
DRUCKER, Peter
2008 O essencial de Drucker: um selecção das melhores teorias do pai da
gestão. Lisboa: Actual Editora.
1980 "The Deadly Sins in Public Administration". Public Administration
Review,Vol.40, n.o 2, Mar-Apr., pp. 103-106.
t
It JURAN, J. M.
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