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DESCONSIDERAÇÃO PERSONALIDADE JURÍDICA

Verificada a utilização da PJ de maneira ABUSIVA, pressupõe-se como possível que a mesma venha a ser DES-
CONSIDERADA.

Nesse caso, poderá o Juiz, a requerimento da parte ou do Ministério Público, determinar que os efeitos das rela-
ções de obrigações assumidas sejam estendidos aos bens particulares dos sócios e/ou administradores envolvi-
dos nos atos abusivamente praticados.

Art. 50, CC:

Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio da finalidade ou pela confusão patrimonial,
pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que
os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos adminis-
tradores ou sócios da pessoa jurídica.

DPJ - Subteorias:

JURISPRUDÊNCIA RELACIONADA

(...) 1. A desconsideração da personalidade jurídica, à luz da teoria maior acolhida em nosso ordenamento jurídi-
co e encartada no art. 50 do Código Civil de 2002, reclama a ocorrência de abuso da personificação jurídica em
virtude de excesso de mandato, a demonstração do desvio de finalidade (ato intencional dos sócios em fraudar
terceiros com o uso abusivo da personalidade jurídica) ou a demonstração de confusão patrimonial (caracterizada
pela inexistência, no campo dos fatos, de separação patrimonial entre o patrimônio da pessoa jurídica e dos só-
cios ou, ainda, dos haveres de diversas pessoas jurídicas) (...).
Dje 18/10/13 - AgRg no AREsp 159889 / SP

JURISPRUDÊNCIA RELACIONADA

(...) A teoria da desconsideração da personalidade jurídica (disregard of legal entity doctrine) incorporada ao nosso
ordenamento jurídico tem por escopo alcançar o patrimônio dos sócios-administradores que se utilizam da auto-
nomia patrimonial da pessoa jurídica para fins ilícitos, abusivos ou fraudulentos, nos termos do que dispõe o art.

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50 do CC: comprovação do abuso da personalidade jurídica, mediante desvio de finalidade ou de confusão patri-
monial, em detrimento do interesse da própria sociedade e/ou com prejuízos a terceiros. Precedentes.
3. A mera demonstração de insolvência da pessoa jurídica ou de dissolução irregular da empresa sem a devida
baixa na junta comercial, por si sós, não ensejam a desconsideração da personalidade jurídica. Precedentes (...).
Dje 19/05/2015 - AgRg no AREsp 550419 / RS

DPJ – Previsão legal:

REMISSÃO:

Anotar como remissão do art. 50, CC:

• Art. 28, CDC;


• Art. 34, Lei 12.529/11;
• Art. 4º, Lei 9.605/98;
• Art. 135, CTN;
• Art. 2º, CLT;
• Súmula 435, STJ.

DPJ – Espécies:

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Pressupostos para Desconsideração (RG):

ABUSO da personalidade jurídica, caracterizado pelo:

1. Desvio de finalidade, ou pela


2. Confusão patrimonial.

OBS.: A desconsideração é momentânea.

SOCIEDADES EMPRESÁRIAS

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SOCIEDADE LIMITADA

1. Norma Aplicada
2. Ato Constitutivo
3. Nome Empresarial

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4. Divisão de capital social
5. Responsabilidade dos sócios
6. Híbrida

Norma Aplicada: Arts. 1.052 a 1.087, CC

Aplica-se subsidiariamente as Sociedades Limitadas as normas das Sociedades Simples (arts. 997 a 1.038, CC),
podendo ainda ocorrer a aplicação subsidiária da Lei das S/A (Lei 6.404/76), conforme art. 1.053, p.ú., CC. Toda-
via, para que seja possível a aplicação subsidiária da Lei das S/A em relação a LTDA, será preciso que o contrato
social desta mencione, expressamente, essa opção.

Ato Constitutivo:

É um contrato social.

Nome Empresarial:

Pode ser expresso a partir de FIRMA ou DENOMINAÇÃO.

Divisão do Capital Social:

É dividido em COTAS.

Responsabilidade dos Sócios:

Todos os sócios respondem de forma LIMITADA ao valor de suas respectivas cotas, sem embargo, haverá SOLI-
DARIEDADE entre eles pela INTEGRALIZAÇÃO DO CAPITAL SOCIAL.

Híbrida:

Pode assumir tanto a forma de SOCIEDADE DE PESSOAS, quanto a forma de SOCIEDADE DE CAPITAL.

Deliberação dos Sócios:

Dependem da deliberação dos sócios, além de outras matérias indicadas na lei ou no contrato (exemplos):

 Modificação de contrato social;


 Destituição de administradores.

QUÓRUM MÍNIMO PARA AS DELIBERAÇÕES DOS SÓCIOS (art. 1.076, I, CC):

As deliberações para a modificação do contrato social ou para a incorporação, fusão e a dissolução ou a cessação
do estado de liquidação, serão tomadas pelos votos correspondentes a, NO MÍNIMO, ¾ do capital social.

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EXEMPLO

OAB 2ª Fase – XII Exame OAB - PEÇA

Pedro Régis, Bernardino Batista, José de Moura e Caldas Brandão são os únicos sócios da sociedade Laticínios
Zabelê LTDA EPP. O primeiro sócio é titular de 70% (setenta por cento) do capital e os demais sócios possuem
10% (dez por cento) cada (...) Em 26/03/2012, Caldas Brandão ficou vencido na deliberação dos sócios, tomada
em assembleia, que aprovou a ampliação do objeto social para incluir a atividade de beneficiamento e comerciali-
zação de milho. Profundamente insatisfeito com os novos rumos que a sociedade iria tomar e com os efeitos da
deliberação, o sócio dissidente manifestou aos demais sócios por escrito, em 15/04/2012, sua pretensão de reti-
rar-se da sociedade, em caráter irrevogável, caso a decisão não fosse revertida. Os sócios afirmaram que não
mudariam a decisão, e que não caberia outra alternativa a Caldas Brandão senão conformar-se com o ocorrido,
em face do princípio majoritário das deliberações sociais (...)

Trecho da correção:

VÍDEO DISPONIBILIZADO AOS NOSSOS ALUNOS NA ANTEVÉSPERA DA PROVA:

http://www.franciscopenante.com.br/oab/173/o-prof-penante-antecipa-novamente-a-prova-assistam-parte-da-aula-
postada-aos-seus-alunos-na-antevesp

QUÓRUM MÍNIMO PARA AS DELIBERAÇÕES DOS SÓCIOS (art. 1.076, II, CC):

As deliberações para a designação de administradores (quando feita em ato separado); para a destituição de ad-
ministradores; sobre o modo de sua remuneração, quando não estabelecido no contrato; e sobre o pedido de re-
cuperação judicial, serão tomadas pelos votos correspondentes a MAIS DA METADE DO CAPITAL SOCIAL.

Obs.: art. 1.063, §1º CC.

QUÓRUM MÍNIMO PARA AS DELIBERAÇÕES DOS SÓCIOS (art. 1.076, III, CC):

Para os demais casos previstos na lei ou contrato, se este não exigir quórum mais elevado, as deliberações serão
tomadas pela maioria de votos dos presentes.

ATENÇÃO:

Ressalvado o disposto pelos arts. 1.061 e 1.063, §1º, CC, conforme ensina o art. 1.076, caput, CC.

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Art. 1.061. A designação de administradores não sócios dependerá da aprovação da unanimidade dos sócios,
enquanto capital não estiver integralizado, e de dois terços, no mínimo, após a integralização.

Art. 1.063. (...).

§1º Tratando-se de sócio nomeado administrador no contrato, sua destituição somente se opera pela aprovação
de titulares de quotas correspondentes, no mínimo, a dois terços do capital social, salvo disposição contratual
diversa.

OBSERVAÇÃO:

As deliberações das sociedades LTDA compostas por MAIS de 10 sócios, deverão ocorrer, OBRIGATORIAMEN-
TE, através de assembleia (art. 1.072, §1º, CC).

Deliberações de acordo com a Lei e contrato (art. 1.072, §5º, CC)

Vinculam a TODOS os sócios, ainda que AUSENTES ou DISSIDENTES.

É o chamado “PRINCÍPIO MAJORITÁRIO DAS DELIBERAÇÕES SOCIAIS”.

Deliberações que não estejam de acordo com a lei e o contrato (art. 1.080, CC)

Tornam ILIMITADA a responsabilidade daqueles que expressamente a tenham aprovado.

Capital Social (art. 1.055, CC)

É dividido em cotas IGUAIS ou DESIGUAIS, devendo todos os sócios contribuir para sua formação com bens,
dinheiro ou crédito.

Pela exata estimação dos bens conferidos ao capital social, respondem SOLIDARIAMENTE todos os sócios, ATÉ
O PRAZO DE CINCO ANOS, da data do registro da sociedade.

Possibilidade de AUMENTO ou REDUÇÃO do capital social:

• ATENÇÃO: Princípio da intangibilidade do capital social.

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• O capital social pode ser objeto de aumento ou redução, conforme arts. 1.081 – 1.084, CC.

AUMENTO do capital social (art. 1.081, CC)

• POSSIBILIDADE: Possível se totalmente integralizado.


• DIREITO DE PREFERÊNCIA: Até 30 dias após a deliberação para o aumento (art. 1.076, I, CC), terão os sócios
PREFERÊNCIA para participar daquele, na exata proporção de suas quotas.

REDUÇÃO do capital social (art. 1.082 e 1.031, CC)

Hipóteses:

1. Havendo perda irreparável (após a sua integralização);


2. Se excessivo em relação ao seu objeto;
3. No caso de retirada de um dos sócios, salvo se os demais sócios suprirem o valor das cotas daquele que se
retirou.

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