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ENGENHARIA Douglas Roberto Zaions, M. Eng.

2020 – EM - III - 005

Z virtual
ENGENHARIA
ENGRENAGENS CILÍNDRICAS DE DENTES RETOS:
Mecanismo Geométrico de correção

Douglas Roberto Zaions


ZVIRTUAL ENGENHARIA – JOAÇABA - SANTA CATARINA
Treinamentos e consultorias técnicas

RESUMO 20o
p = 3,1416m

A correção de engrenagens pode ser aplicada para: (i) Cremalheira ferramenta


Para Compatibilizar distâncias entre centros de

1m
funcionamento e projeto; (ii) Evitar a interferência de

2,25m
fabricação; e (iii) Otimização do deslizamento específico. Linha de referência

1,25m
Neste e-book, apresenta-se o conteúdo para a definição da
correção de engrenagens ou como também é conhecido,
deslocamento de perfil.
Sx e = 1,5708m S = 1,5708m
Cremalheira ferramenta
INFORMAÇÕES DE CONTATO Sm Figura 1.1 – Cremalheira ferramenta com módulo normalizado 1 mm

A Figura 1.1 define os elementos geométricos da


cremalheira ferramenta normalizada.
A linha de referência ou reta média é aquela sobre a
qual a espessura do dente é igual ao vão. Ela serve de
referência para definir as demais dimensões.
Para engrenagens mecânicas em geral com
1  mo  20 e 20  DPo  1 , além das dimensões já
definidas tem-se que o ângulo de pressão normalizado é de
o = 20o e os raios de concordância iguais a r = 0,4 m.
A Figura 1.2 representa a usinagem de uma roda de
“z” dentes a partir da cremalheira ferramenta. Chama-se: (i)
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-Diâmetro primitivo de usinagem da roda; e (ii) -Linha
Fone: (49) 3522 – 2314
primitiva de usinagem da cremalheira, aos elementos que
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rolam sem deslizamento, um sobre o outro, durante a
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usinagem. Logo, o passo primitivo “p” da roda é igual ao
zaions-1819452
passo “p” da cremalheira.
douglas.zaions@gmail.com
Por outro lado, a linha de ação de usinagem é normal
zvirtualengenharia@gmail.com
ao perfil da cremalheira e tangente ao círculo de base da
roda usinada.
1 INTRODUÇÃO Isto significa que o diâmetro do círculo de base da
roda é igual ao diâmetro primitivo de usinagem multiplicado
A correção de engrenagens pode ser aplicada para: (i) pelo cosseno do ângulo de pressão “” da cremalheira.
Para Compatibilizar distâncias entre centros de
funcionamento e projeto; (ii) Evitar a interferência de
fabricação; e (iii) Otimização do deslizamento específico.
Para fins de entendimento da correção de
engrenagens, faz-se algumas definições baseadas nas figura
que seguem.

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O coeficiente de correção ou simplesmente correção é


Círculo de referência da
engrenagem o deslocamento do perfil dividido pelo módulo da
(primitiva) cremalheira ferramenta.
z.m.cos xm
z.m x=
m
Círculo de base Usa-se desta maneira x1 para designar a correção no
 pinhão e x2 para a roda.
Na Figura 1.3 vê-se uma roda dentada com correção
Linha de primitiva de positiva e na Figura 1.4 pode-se ver tanto a correção positiva
geração
 como a correção negativa. Observe-se que a correção
Reta de ação positiva torna o dente aguçado na ponta e a correção
O círculo rola sem p = .m
deslizamento negativa adelgaça o dente em sua raiz.
Cremalheira geratriz
Figura 1.2 - Usinagem de roda com “z” dentes a partir de cremalheira
ferramenta

Uma engrenagem apresenta dente normalizado se


pode ser gerada a partir da cremalheira ferramenta
normalizada.
Um dente normalizado é dito normal se durante a
usinagem a linha primitiva de usinagem (geração) da
cremalheira ferramenta se confunde com a linha de
referência desta. As características geométricas das
engrenagens normais são aquelas ilustradas na Erro! Fonte d
e referência não encontrada.. No dente normal é
importante salientar que a espessura do dente é igual ao vão
do dente sobre o diâmetro de referência (primitivo) da
engrenagem.
Um dente normalizado é dito corrigido se a linha
primitiva de usinagem da cremalheira ferramenta não se
confunde com a linha de referência.
Sobre a circunferência primitiva de usinagem, com
diâmetro de valor d = m  z tem-se para engrenagem com
dente corrigido que: (i) Espessura  vão; (ii) Espessura +
1m

vão = Passo =   m ; (iii) Adendo - ha = m  (1 + x ) ; (iv)


2,25m

Figura 1.4 - Diversos tipos de Correção a) Correção positiva x=+1,00 b)


Dedendo h f = m  (1,25 − x ) ; e (v) Altura do dente
Correção Positiva x = +0,50 c) Sem correção x= 0,00 d) Correção negativa
1,25m

x = -0,50

h = 2,25  m . Obs.: x representa i índice de correção. A expressão geral da espessura do dente da


Na Figura 1.3 temos uma roda de dentes corrigidos, cremalheira é:
uma vez que a linha primitiva de usinagem da cremalheira
 
não coincide com a linha de referência. S = mo   + 2  l  tan  o 
2 
onde, “l”, é considerado com seu valor algébrico
positivo ou negativo. A expressão geral da espessura dos
Linha de referência
x.m I dentes da roda é:
Linha de geração
(+) ha S 1,25.m s 
h S F = 2  rF   + Ev − Ev F 
hf   d 
h = 2,25  m S = m   + 2  x  tg 
h f = m  (1,25 − x ) 2  fazendo:
ha = m  (1 + x ) SF = Espessura do dente na circunferência de cabeça
d = zm x.(+)
2  rF = d R = diâmetro da circunferência de cabeça
Figura 1.3 - Usinagem de roda com dentes corrigidos por correção positiva
 
A correção se chama positiva se a linha de
s = mo   + 2  x  tan  o  = espessura do
2 
referência é exterior ao círculo primitivo de usinagem. A
dente sobre a circunferência primitiva de usinagem;
correção se chama negativa se a linha de referência corta
d = diâmetro primitivo de usinagem;
o círculo primitivo de usinagem.
 = ângulo de pressão no engrenamento de usinagem
O deslocamento do perfil “x.m” é a distância entre a
linha de referência e a linha primitiva de usinagem.

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F = ângulo de incidência do ponto da evolvente sobre a


circunferência de cabeça. Tabela 1.2 - Características de um dentado reto interno Corrigido

d F cos  o Designação Fórmula


Utilizando ainda a expressão: =
d cos F Diâmetro
(Primitivo)
de referência
d 2 = m  z2
podemos obter a espessura de dente na Diâmetro exterior
da 2 = (z − 2 + 2  x2 )  m
circunferência de cabeça SF.
Se a correção x do deslocamento do perfil for positiva
Espessura sobre o primitivo
 
S 2 = m   − 2  x2  tan  
e elevada, pode-se verificar um aguçamento da cabeça do 2 
ha 2 = (1 − x2 )  m
dente, conforme a Figura 1.4 ilustra. Adendo
A espessura da cabeça do dente não deve, para
engrenagens cementadas ser inferior a 0,4m . Para Dedendo
h f = (1,25 + x2 )  m
engrenagens comuns deve ser maior ou igual a 0,2m.
Os dentes aguçados são empregados quando se deseja
Altura do dente h = 2,25  m
rodas com reduzido número de dentes.
Se a correção for negativa e elevada, verifica-se para
2 TIPOS DE ENGRENAMENTOS
pequenos números de dentes o aparecimento do Na figura ao lado, podemos ver os três tipos de
adelgaçamento do pé do dente. Na Figura 1.4 temos perfis engrenamentos:
corrigidos e um perfil normal, onde se pode observar o que 1. Engrenamento Zero ou Normal (a);
foi afirmado. 2. Engrenamento V zero (c);
3. Engrenamento V (b);

1.1 CORREÇÃO DE ENGRENAGENS


CILÍNDRICAS DE DENTES RETOS
EXTERNOS
Na

Tabela 1.1, apresentamos as características


geométricas de um dentado reto exterior corrigido.

Tabela 1.1 - Características de um dentado reto exterior Corrigido

Designação Fórmula
Diâmetro de referência(Primitivo) d = m z
Diâmetro de cabeça
d a = (z + 2 + 2  x )  m
Espessura sobre o primitivo
 
s = m   + 2  x  tan 
2 
Adendo
ha = (1 + x )  m
Figura 2.1 – Tipos de Engrenamentos
Dedendo
h f = (1,25 − x )  m
Fonte: Niemann (1977)
Altura do dente h = 2,25  m

2.1 ENGRENAMENTO ZERO OU NORMAL


1.2 CORREÇÃO DE ENGRENAGENS Consideramos uma roda e um pinhão usinados com
CILÍNDRICAS DE DENTES RETOS uma mesma cremalheira ferramenta com módulo mo e
INTERNOS ângulo de pressão . Consideremos ainda que durante a
usinagem a linha primitiva de usinagem da cremalheira
Na Tabela 1.2 apresenta-se as características
coincidiu com a linha de referência. Desta maneira teremos
geométricas de um dentado reto interno. Para a roda,
usinado uma roda e um pinhão normais.
usaremos a mesma convenção de sinal da correção x.
Nos itens anteriores, já estudamos as características
do dentado normal. Tem-se para a distância entre centros
normal as seguintes relações(Tabela 2.1)

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Tabela 2.1 - distância entre centros normal para engrenagens com dentes Onde substituindo pelo ângulo de pressão de
externos e internos
usinagem, temos o valor procurado para z1. Abaixo na Tabela
Dentes Dentes 2.3 temos alguns valores:
externos Internos Tabela 2.3 - Número mínimo de dentes Z1
Engrenagens
d 2 + d1 d 2 − d1
cilíndricas de dentes a= a=  15o 15,50 200 250 30o
retos 2 2 Z1 30 22 17 11 8

Para o recobrimento obtivemos as expressões, onde o A vantagem de usinar engrenagens com ferramenta
sinal superior se refere as engrenagens externas e o inferior Fellows é que se consegue rodas com menor número de
as internas. dentes, sem adelgaçamento do pé do dente. Compare-se por
exemplo, para o=20o, obtemos o mínimo de 17 dentes com

R=
1
p  cos
 r 2
a1 
− rb21  ra22 − rb22  a  sen
a cremalheira ferramenta e de apenas 13 dentes se for
usinado com ferramenta Fellows de 16 dentes.
Como desvantagens, um pinhão gerado por
Ferramenta Fellows só pode engrenar com outro de mesmo
O número mínimo de dentes sem adelgaçamento do ou menor número de dentes, a fim de evitar interferência.
pé do dente pode ser obtido a partir da expressão geral do Um pinhão gerado por cremalheira pode engrenar com
limite de interferência ou adelgaçamento já visto: qualquer número de dentes sem haver problemas de
interferência.
(r1  sen )2 − ha22
r2 = Equação 2.1 Com ângulo de pressão de 30o, podemos obter um
2  ha 2 − 2  r1  sen 2 pinhão de 7 dentes com ferramenta Fellows de 17 dentes e
um pinhão de 8 dentes com cremalheira ferramenta, sem
Uma vez que para o engrenamento normal temos: haver adelgaçamento do pé do dente.
mo  Z 1 mo  Z 2
r1 = r2 =
2 2 2.2 ENGRENAMENTO V0 (VÊ-ZERO)
ha 2 = mo  = o Ao engrenamento obtido com um pinhão com
desta maneira, a cada z1 obtemos um valor de z2 para correção x1 e uma roda com correção x2, e que trabalhem de
que não haja interferência. A Tabela 2.2 relaciona alguns tal maneira que as circunferências primitivas de
valores. funcionamento sejam as de usinagem, denomina-se
engrenamento V0.
Tabela 2.2 – Relação do número de dentes sem interferência de fabricação O ângulo de pressão de funcionamento corresponde
então ao ângulo de pressão  da cremalheira ferramenta.
Z1 Sobre os círculos primitivos de usinagem os dentados
Z2 tem o mesmo passo:
Chamando-se:
15o 21 22 23 24 25 26 27 28
22 27 34 44 58 80 117 195
S1 - espessura primitiva dos dentes do pinhão
20o 13 14 15 16 17 18 S2 - espessura primitiva dos dentes da roda
16 26 50 101 1310  e1 - vão primitivo dos dentes do pinhão
e2 - vão primitivo dos dentes da roda.
Desta maneira, se usinarmos um pinhão de 13 dentes Sabendo-se que o passo vale   mo tem-se que:
com uma engrenagem ferramenta Fellows de 16 dentes, não
po =   mo = (e1 + S1 ) = (e2 + S 2 ) Equação 2.4
haverá adelgaçamento do pé do dente do pinhão. Se o pinhão
for engrenado com uma roda com número de dentes maior
do que o da engrenagem ferramenta haverá interferência.
Tem-se que: Sendo:
z  sen  − 4
2 2
S1 = e2 e S2 = e1 Equação 2.5
z2  1
Equação 2.2
4 − 2  z1  sen 2 Substituindo a Equação 2.4 em Equação
2.5 obtém-se
A partir desta expressão podemos determinar o
número mínimo de dentes z1 para engrenar com a
cremalheira sem haver interferência. Neste caso limite po =   mo = s1 + s 2 Equação 2.6
temos Z2= , logo.
que é a condição fundamental para que a distância
4 − 2  Z1  sen 2 = 0 entre centros de funcionamento aw coincida com a normal a.
2 Sendo x1 - correção do pinhão
z1 = Equação 2.3
x2 - correção da roda
sen 2
temos pela

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Tabela 1.1. Metade direita: Posição de serviço do engrenamento, após


    aproximação e rebaixamento da cabeça do dente pelo valor
S1 = m   + 2  x1  tan   e S 2 = m   + 2  x2  tan  km
2  2 
Equação 2.7 2.3.1 Engrenagens cilíndricas de dentes retos
externos (a  aw)
Substituindo-se a Veremos que em certos casos somos obrigados a
abandonar a distância entre centros normal a. Podemos
Equação 2.7 em Equação 2.6 teremos:
assim ser conduzidos a adotar s coeficientes de correção x 1
   
s1 + s 2 = mo   + 2  x1  tan  o  + mo   + 2  x 2  tan  o  =   mo para o pinhão e x2 para a roda tais que sua soma sejam
2  2 
diferente de zero. (a  aw).
Simplificando teremos:
Isto geralmente acontece quando temos várias
2  x1  tan o + 2  x2  tan o = 0 engrenagens no mesmo eixo, como no caso de redutores, e
Logo: caixas de câmbio, ou estamos em presença de uma
x1 = − x2 substituição de um par de engrenagens por outro de diferente
Equação 2.8 x1 + x2 = 0 ou relação de transmissão em um mecanismo.
x2 = − x1 Outra razão de se adotar x1 e x2 é melhorar as
características das engrenagens, como será abordado na
2.2.1 Engrenagens de dentes retos externos aplicação da correção.
Assim, como foi visto as engrenagens cilíndricas de Pelo formulário já visto, se: x1 + x2  0
dentes retos externos apresentam:
x1 + x2 =   mo Temos necessariamente que S1w + S 2 w    mo
e a distância entre centros de funcionamento aw é
x1 = − x 2 obrigatoriamente maior que a distância entre centros
x1 + x2 = 0 ou
x 2 = − x1 normal a.
2.2.2 Engrenagens de dentes retos internos Se: x1 + x2  0
A distância entre centros normal é: Temos necessariamente que S1w + S 2 w    mo
 z − z1  e a distância entre centros de funcionamento aw é
a = m 2 
 2  obrigatoriamente menor que a distância entre centros
normal a.
Deve-se ter: S1 + S 2 =   m Façamos a usinagem do pinhão e da roda com
Usando as
coeficientes de correção x1 e x2, tais que x1 + x2  0 , e o
Tabela 1.1 e Tabela 1.2, uma vez que a roda é interna engrenamento de tal maneira que não haja folga no flanco.
e o pinhão é externo: As características do pinhão e da roda, para
  engrenagens cilíndricas de dentes retos externos de acordo
S1 = m   + 2  x1  tan   com a Tabela 2.4
2 
  Tabela 2.4 - Características de um dentado reto exterior corrigido
e S 2 = mo   − 2  x 2  tan  o 
2  Designação Fórmula
Chega-se então a seguinte conclusão: Pinhão Roda

x1 = x2 ou x1 − x2 = 0
Diâmetro
Primitivo
d1 = m  z1 d 2 = m  z2
Diâmetro d a1 = (z1 + 2 + 2  x1 )  m d a 2 = (z 2 + 2 + 2  x2 )  m
exterior
2.3 ENGRENAMENTO V (VÊ) Espessura  
S1 = m   + 2  x1  tan    
S 2 = m   + 2  x 2  tan  
primitiva 2 
de 2 
usinagem

e1 = m   − 2  x1  tan   e = m    − 2  x  tan  
Vão  
primitivo
2  2 2
2

de
Usinagem
Adendo ha1 = (1 + x1 )  m ha 2 = (1 + x2 )  m
Dedendo h f 1 = (1,25 − x1 )  m h f 2 = (1,25 − x 2 )  m
Figura 2.2 - Engrenamento de Evolvente com perfil deslocado
No cálculo do recobrimento e interferência devem ser
Metade esquerda : Fabricação do pinhão e da roda com o considerados os valores da Tabela 2.4, ou equivalente para a
mesmo perfil de referência de 20o com um deslocamento correção “V” e usados elementos de funcionamento.
x1m para o pinhão e x2m para a roda.

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Ao ser feito o engrenamento, afastamos as rodas (ou S 


aproximamos) até uma distância entre centros a w na qual S 2 w = d 2 w   2 + Ev o − Ev w  Equação 2.16
não há folga nos dentes.  d2 
d 1w + d 2 w
Teremos então: aw =
2
Substituindo a Equação 2.15 e Equação 2.16 na
d 2w
sendo: = i = relação de transmissão Equação 2.11 obtemos:
d 1w d d
p w = S1w + S 2 w = 1w  S1 + 2 w  S 2 + (d1w + d 2 w )  (Ev − Ev w )
Podemos escrever: d1 d2
d b1 = d 1  cos  o = d 1w  cos  
Equação 2.17
e d b1 = d1  cos o = d1w  cos 
Introduzindo a Equação 2.12 e
respectivamente para a usinagem e funcionamento,
Equação 2.13 na Equação 2.17 obtém-se:
donde:
mw mw m
d 2 w d 1w cos p =  s1 + w  s 2 + mw  (z1 + z 2 )  (Ev − Ev w )
= = m m m
d2 d1 cos w Introduzindo os valores de S1 e S2 da Tabela 2.4,
A fim de satisfazermos a condição de que não deve simplificando e substituindo p por   m .
haver folga no flanco, devemos ter:
S1w = e2 w S 2 w = e1w Equação 2.9 0 = 2  x1  tan + 2  x2  tan + (z1 + z 2 )  (Ev − Ev w )

como:
(z1 + z 2 )  (Ev w − Ev )
x1 + x 2 = Equação 2.18
e1w + S1w = e2 w + S 2 w = p1w = p2 w = pw Equação 2.10
2  tan 
que é a expressão geral do engrenamento “V” para
engrenagens cilíndricas de dentes retos externos. No caso
substituindo a Equação 2.9 em Equação 2.10 geral, a partir de x1 e x2 (correções necessárias, conforme
obtemos: serão vistas mais adiante), z1 e z2 (relação de transmissão) e
S 1w + S 2 w = p w o ângulo de pressão da ferramenta  determina-se o ângulo
Equação 2.11
de pressão de funcionamento w e pela expressão obtém-se
a distância entre centros de funcionamento aw.
sendo: p =   mo e pw =   mw
cos 
logo: a = a Equação 2.19
cos 
mw
pw = p  Equação 2.12
m 2.3.2 Engrenagens cilíndricas de dentes retos
internos (a  aw)

d = mo  Z d w = mw  z Para as engrenagens cilíndricas com dentes retos


internos podemos escrever:
logo:
d 2 w − d 1w d 2w
dw m aw = =i Equação 2.20
= Equação 2.13 2 d 1w
d m
A fim de satisfazermos a condição de não haver folga
no flanco do dente devemos ter:
Podemos obter S1w e S2w a partir da expressão geral: S1w = e2 w S 2 w = e1w Equação 2.21
S 
s F = 2  rF   E + Ev E − Ev F  Equação 2.14
como:
 dE 
e1w + S1w = e2 w + S 2 w = pw Equação 2.22
Substituindo pelos elementos de funcionamento e
usinagem logo:
S  S 1w + S 2 w = p w Equação 2.23
S1a = d1a   1 + Ev − Ev w  Equação 2.15
 d1  Podemos ainda escrever da mesma maneira para as
engrenagens cilíndricas de dentes retos. Sendo:

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mw h f 1 = m  (1,25 − x1 )
pw = p  Equação 2.24 Equação 3.4
m ha 2 = m  (1 + x 2 )

Substituindo as Equação 3.4 e


Equação 3.3 e Equação 3.2 em Equação
d w mw
= Equação 2.25 3.1, obtém-se:
d m j f = r1w − r1 + h f 1 − r2 − ha 2 + r2 w
j f = r2 w + r1w − (r2 + r1 ) + h f 1 − ha 2
S  j f = a w − a + m  (1,25 − x1 − 1 − x 2 )
S1w = d1w   1 + Ev − Ev w  Equação 2.26
 d1  j f = a w − a + 0,25  m − (x1 − x 2 )  mo

A fim de satisfazermos a condição de folga no fundo (


S  Equação 3.1):
S 2w = d 2 w   2 − Ev o + Ev w  Equação 2.27
 d2 
j f = a w − a + 0,25  m − ( x1 − x 2 )  m  0,25  m
   
S1 = m   + 2  x1  tan   e S 2 = m   + 2  x 2  tan  
2  2  aw − a  (x1 + x2 )  m Equação 3.5

Substituindo os diversos valores na Equação 2.23 que é a condição de não haver rebaixamento na altura
teremos: do dente. Caso contrário devemos reduzir os adendos de um
valor “k.m”. Assim devemos ter:
(z 2 − z1 )  (Ev w − Ev )
x 2 − x1 = Equação 2.28
j f = 0,25  mo = h f 1w − (ha 2 w − k  mo ) Equação 3.6
2  tan 
Substituindo os valores da Equação 3.3
Equação 3.4 em Equação 3.6, tem-se:
3 REBAIXAMENTO DA ALTURA DO
DENTE PARA ENGRENAGENS aw − a − mo  (x1 + x2 − k ) = 0
CILÍNDRICAS DE DENTES RETOS Logo:
EXTERNOS aw − a
k = x1 + x 2 − Equação 3.7
m
Para o engrenamento Vê determinamos a distância
entre centros de funcionamento aw e devemos verificar se que exprime o valor do coeficiente de rebaixamento da
permanecem com uma folga no fundo. altura do dente. Desta maneira a roda que sofrer um
rebaixamento “km” terá seu diâmetro externo diminuído,
j f = 0,25  mo Equação 3.1 devendo ser considerado na verificação do recobrimento e
interferência.
Caso não aconteça, devemos rebaixar os dentes para Não é necessário o rebaixamento nas rodas
manter a folga do fundo jf, e isto deve ser considerado na internas.
verificação do recobrimento e interferência. Para as
engrenagens cilíndricas de dentes retos externos tem-se que
a folga de fundo é expressa por: 4 EMPREGO DA CORREÇÃO PARA
EVITAR A INTERFERÊNCIA
j f = h f 1 w − ha 2 w Equação 3.2
Para o limite de interferência entre o pinhão de z1
dentes e a roda de z2 dentes, com ângulo de pressão de
A altura do adendo e dedendo de funcionamento são:
usinagem , já vimos que podemos usar a
Equação 2.1 do item anterior com algumas substituições,
ha 2 w = ra 2 − r2 w = r2 + ha 2 − r2 w tendo-se:
h f 1w = r1w − r f 1 = r1w − (r1 − h f 1 )
Equação 3.3

z12  sen 2 + 2  z1  z 2 − 4  (z 2 + 1) = 0
sendo: Resolvendo a equação e usando apenas a raiz
positiva:

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Deslocamento

z +1
z1 = − z 2 + z12 + 4  2 2 Equação 4.1
x
+0,5
sen  x1 Pinhão
x2 Roda
+0,4

Com ângulo de pressão de 20o, teremos no limite de +0,3


10
5,0
interferência teórico engrenamento de uma roda de 50 4,0
3,0
dentes com um pinhão de 15, por exemplo. (Valor exato +0,2 2,5
2,0

Dente
15,15). i 1,5
1,4
Se engrenarmos com o referido pinhão de 15 dentes
+0,1

s
1,3
1,2
uma roda com mais de 50 dentes, haverá interferência. 1,5 1,4 1,3 1,2 1,1 1,1
Z1
+0,0
A fim de suprirmos a interferência, temos de optar 10 15 20 25 30 35 1,1
1,2
40 45

entre 3 métodos:
2,0 1,3
2,5
-0,1 1,4
1,5
1. Aumento do ângulo de pressão de usinagem; 3,0
i Z1 + Z2 = 60 2,0
i
2. Uso de dentes rebaixados -0,2
2,5
3,0
3. Uso de dentes corrigidos Z1 + Z2 < 60 4,0
5,0
Os dois primeiros métodos implicam no abaixamento -0,3
10

do recobrimento e não são portanto de emprego prático. A


solução racional é o emprego de dentes corrigidos.
O valor do coeficiente de correção pode ser expresso Z1 + Z2 > 60
por: -0,5

z´− z Figura 5.1 – Ábaco para determinação da correção.


x= Equação 4.2 Fonte: adaptado de Henriot (1968)

5.1 DISTÂNCIA ENTRE CENTROS NÃO
onde z´ exprime o número de dentes obtidos pela IMPOSTA
Equação 2.3 do item anterior.
Para ângulo de Pressão de usinagem de 20o, teremos:
Problemas sobre emprego da correção para evitar a a) z1 + z2  60 Engrenamento “VO”
interferência z2
1 - Seja, um engrenamento entre um pinhão de 11 A partir do i= e z1 podemos ler o valor da
dentes e uma roda de 23 dentes, com ângulo de pressão igual z1
a 20o. Qual devem ser as correções limites para evitar a correção necessária da seguinte maneira usando o Ábaco
interferência de fabricação? ilustrado na Figura 5.1
2 - Seja, um engrenamento entre um pinhão de 8 e Entra-se com o valor de z1 na reta graduada
uma roda de 16 dentes, com ângulo de pressão igual a 20 o. z2
Qual devem ser as correções limites para evitar a horizontal que contém o segmento OB com i= .
z1
interferência de fabricação?
Determina-se então x1 se for feita a projeção da interseção
sobre o eixo das correções x, colocado a esquerda.
5 CRITÉRIO DE CORREÇÃO DE Aplicação
Se z1 = 20 e z2 = 60 teremos i = 3
HENRIOT Usando-se o ábaco 1 teremos para a interseção de z 1
“Equilíbrio do máximo deslizamento específico sobre e i o ponto correspondente x1=0,31.
o pinhão e a roda e do fator de engripamento (H , Vg) nos Sendo correção VO teremos x2= -x1 = -0,31.
pontos extremos de contato”.
Este método, desenvolvido por G. Henriot pode ser b) z1 + z2  60 Engrenamento “V”
dividido no que diz respeito de haver ou não distância entre Teremos neste caso o valor de x1 dado pela curva AB,
centros imposta. a partir de z1.
O valor de x2 é obtido na interseção com a curva
z2
correspondente i= no interior do triângulo ABA´.
z1
Aplicação:
Se z1 = 20 e z2 = 24, teremos i= 1,2 e,
z1 + z2  60
O valor de x1 = 0,23.

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Para o valor de x2, teremos a interseção da curva i com com x2 = 0,32 - 0,32 = 0 (escolhido)
z1 e teremos então o valor de x2=0,17.
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
5.2 DISTÂNCIA ENTRE CENTROS
HALL, Allen S., HOLOWENKO, Alfred R., LAUGHLIN, Herman
IMPOSTA
G. – Elementos Orgânicos de Máquinas - Schaum's Outline
Se a distância entre centros é imposta, já vimos Series. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico S. A. 1961. 588p.
quando do estudo do engrenamento V que somos obrigados
a respeitar uma relação x1 + x2 dada pela Equação 2.18 e JUVINALL, Robert C. - Fundamentals of Machine
Equação 2.19 do item anterior Component Design - John Wiley & Sons – New New York
A partir do conhecimento do somatório x1 + x2 a ser
usado devemos escolher um valor de x1 e outro para x2 . NORTON, Robert L. – Projeto de Máquinas. São Paulo - SP:
A escolha de x1 e x2 pode ser feita segundo a Artmed Editora S.A., 2004. 931 p.
recomendação da ISO, com:
z −z z i −1 1 SHIGLEY Joseph E., MISCHKE Charles R., BUDYNAS Richard
x1 =   2 1 +  x  1 ou x1 =   + x
z2 + z1 z2 + z1 i +1 i +1 G. – Projeto de Engenharia Mecânica. Porto Alegre:
Com Bookman, 2005. 960 p.
z2
x = x 1 + x2 e i=
z1
SHIGLEY, Joseph E. - Elementos de Máquinas 1 - Livros
Técnicos e Científicos Editora S.A. - São Paulo - SP, 1981.
O valor de  para engrenagens redutoras será
compreendido entre 0,5 e 0,75, se aproximando do valor SHIGLEY, Joseph E. - Elementos de Máquinas 1. São Paulo
0,75 a medida que o número de dentes diminui. – SP: Livros Técnicos e Científicos Editora S.A. -, 1984.
Aplicação:
Para z1 = 20 e z2 = 40 e  x = 0,32 teremos
:
com  = 0,75
40 − 20 20
x1 = 0,75  + 0,32  = 0,36
40 + 20 40 + 20
x 2 = 0,32 − 0,36 = −0,04
com  = 0,50
40 − 20 20
x1 = 0,50  + 0,32  = 0,27
40 + 20 40 + 20
x 2 = 0,32 − 0,27 = +0,05
0,36 + 0,27
Valor médio de x1 = = 0,32 (valor
2
escolhido)

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