Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
RESUMO
O presente artigo trata sobre a prática pastoral à luz das Sagradas Escrituras. O
mesmo tem como objetivo fazer pensar sobre no que consiste a filosofia do ministério
pastoral visto que muitos pastores da nossa geração se distanciaram do padrão
bíblico. O alvo abrangente deste artigo é o de: recobrar, reafirmar e restaurar o
tradicional modelo bíblico em relação ao pastorado. Ou seja, reafirmar as prioridades
do ministério pastoral fundamentado nas Sagradas Escrituras despertando tanto
pastores experientes bem como os jovens que almejam o episcopado, mas também
os que já estão no início de seu ministério. Nesse sentido, pretendeu-se expor a
historicidade do ministério pastoral e os fundamentos bíblicos sobre em que consiste
o ministério pastoral ainda que brevemente. A metodologia utilizada foi de natureza
bibliográfica utilizando-se principalmente das Sagradas Escrituras que de fato é a
fonte primaria do ministério pastoral. Nessa perspectiva, o referencial teórico forneceu
elementos coerentes para o confronto da prática, permitindo o alcance do objetivo
proposto. Posto isso, conclui-se que o ministério pastoral tem extrema importância,
contudo, o mesmo deve estar baseado nas Sagradas Escrituras, pois entende-se que
ser pastor é um chamado divino inigualável, concedido a homens eleitos por Deus
para suprir as necessidades espirituais do povo.
INTRODUÇÃO
1
Graduando do Curso Superior Livre em Teologia do Centro de Formação Teológica – Ceforte Polo
Guarulhos/SP.
2
Bacharel em Teologia pela UniCesumar – Maringá/PR. Pastor da IMW em Sorocaba.
2
irresponsável trazendo a ideia que todos são iguais em suas ações. Sabe-se que há
pastores sérios que, segundo Peterson, “[...] são homens que estão insatisfeitos
apenas com conselhos de seus contemporâneos em relação ao que fazer, e que estes
anseiam e acreditam na base bíblica para integra do trabalho pastoral” (PETERSON,
2003, p. 17.).
Para tal o artigo fará menção breve do ministério pastoral segundo a narrativa
bíblica, pois a prioridade será destacar o caráter do pastor, bem como sua chamada
e se de alguma maneira o seu ministério está baseado no modelo pastoral de Jesus
Cristo.
1 O PASTOR
Contudo dentre todos os usos dos termos é importante observar que na Bíblia
Sagrada o termo pastor também é usado metaforicamente para designar líderes, e
para o próprio Deus. Segundo Sathler: “Ser pastor em Israel implicava em ater-se
fielmente ao chamamento a missão do povo”. (SATHLER, 2010, p. 28).
3
Segundo Bosetti “A Bíblia tem uma visão dinâmica de Deus como pastor que
vai adiante do seu rebanho. ‘Ele sabe como ser pastor: é pastor no pleno sentido da
palavra, porque sabe sê-lo em qualquer eventualidade”. Dito isso, o importante na
cultura bíblica não é o uso formal de um título, mas o destaque de um comportamento”
(BOSETTI, 1986, p. 16). Além do mais ter o nome de pastor é uma coisa e exercer o
pastorado é outra totalmente diferente. Contudo para tal comportamento é necessário
conhecer o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, só então aquele que vai exercer o
ministério pastoral entenderá que:
A vista disso, olhando muitas vezes para a prática cristã na vida de alguns
líderes proeminentes no cenário brasileiro, percebe-se certo distanciamento daquilo
que é o padrão bíblico para um pastor e aquilo que se vê na prática eclesiástica. E,
em um contexto de mercantilização da fé onde se “vendem” promessas, respostas e
milagres, o desafio do pastor é recusar-se a dar aquilo que a maioria das pessoas
acredita ser sua obrigação dar.
Por certo, quando mencionado, o nome pastor este deveria ser sinônimo de
cuidado, logo ser pastor para sociedade significa cuidar, zelar, abrir mão de regalias
e tudo em favor do povo. Com certeza está deveria ser a visão da sociedade em
relação aos pastores, uma visão baseada nos padrões bíblicos. Entretanto tal
suposição não mais é possível, pois um dos motivos é a rápida transformação da
cultura, onde os valores que noutra hora eram permanentes e inegociáveis hoje estão
sendo readequados ou até mesmo instintos.
Diante disso, Lopes avaliou a situação como sendo “Uma crise de integridade
teológica e moral na classe pastoral” (LOPES, 2008, p.12). Consequentemente nota-
se que aqueles que deveriam ser exemplos do rebanho estão sendo pedras de
tropeço, certamente o oposto do que apóstolo Paulo diz para Timóteo: “seja um
exemplo para os fiéis na palavra, no procedimento, no amor, na fé e na pureza”. (1Tm
4.12). Por isso, fica claro que, quando pronunciada a palavra “pastor”, esta não gera
mais credibilidade. Lopes comprova este descrédito trazendo o relato de uma
pesquisa feita no brasil que aponta que: “os políticos, a polícia e os pastores são as
três classes, mas desacreditadas no Brasil” (2008. p. 12).
Contudo, o cenário é bem diferente, e isso tem gerado uma certa insatisfação
da sociedade hodierna em relação aos pastores, pois além de estarem distantes do
padrão bíblico, estes se aproveitam de sua autoridade para benefício próprio.
Ou seja, ao invés de serem servos, são senhores, sendo assim estão como
ministros apenas pelos benefícios que o cargo traz. Desta forma, boa parte da
sociedade contemporânea experimenta um desgaste em relação aos pastores. É claro
que não abrange a todos, pois existem pastores que exercem a vocação por amor
correspondendo a verdadeira chamada pastoral.
Medita estas coisas, ocupa-te nelas, para que o teu aproveitamento seja
manifesto a todos. Tem cuidado de ti mesmo e da sã doutrina; persevera
nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos
que te ouvem” (1Tm 4.15-16).
3 O PADRÃO DIVINO
Jesus tinha paciência com as ovelhas, pastoreava cada uma delas de acordo
com suas necessidades. Pastoreava com amor, e sempre resistiu aos erros da época,
6
Jesus era muito diferente dos pastores da época pois estes eram considerados
como mercenários: “O mercenário foge, porque é mercenário e não tem cuidado com
as ovelhas” (Jo10:13). Nos tempos de Jesus, um mercenário era um pastor
profissional que era contratado para cuidar do rebanho na medida em que o rebanho
crescia. Contudo estes tinham um objetivo, um motivo lícito, que era trabalhar por um
salário.
A partir disso compreende-se que a missão de Cristo como Pastor era; “dar a
sua vida em favor de outras” (cf. Mc 10.45) e não servir a sua própria vontade, mas a
vontade do pai, pois Ele disse: “Porque desci do céu, não para fazer a minha própria
vontade; e, sim, a vontade daquele que me enviou” (Jo 6:38). Em outras palavras
Jesus viveu a sua missão cumprindo a vontade do Pai e servindo a todos de forma
intensa deixando assim um legado a ser seguido por todos aqueles que almejam o
episcopado. Sendo assim falar sobre o ministério de Jesus é descobrir que nunca
houve ou haverá um líder como ele, portanto todos os líderes cristãos são desafiados
a seguir o exemplo de Cristo. Entretanto segundo (Wilkes 1999, p. 34) “Tudo começa
ao nos tornarmos servos do líder servo”. Pois “O mundo quer saber como é o líder-
servo segundo o modelo e os ensinamentos de Jesus” (Wilkes 1999, p. 39).
Nesse sentido o que Jesus estava ensinando é que os pastores são servos,
ministros e o significado da palavra grega traduzida para o português como “ministro”
é servo ou assistente (cf.1Co 3.5). Em 1 Coríntios 4.01 está escrito: “Assim, pois,
importa que os homens nos considerem como ministros de Cristo e despenseiros dos
mistérios de Deus”. Nesta passagem o apóstolo Paulo usa o termo grego “hupéretas”,
para a palavra ministros, que se refere a um subordinado ou empregado e não patrão.
Segundo o Dicionário Vine:
E qual foi a minha intenção em tomar sobre mim este ofício e ministério? Qual
foi ela, em cuidar desta paróquia, quer como Ministro ou Cura? Ela foi sempre,
e é agora, total e somente para glorificar a Deus, e salvar almas? Meus olhos
têm sido puros nisto, desde o princípio? Eu nunca tive, ou tenho agora,
alguma mistura em minha intenção; alguma liga de metal desprezível? Eu
tive, ou tenho, nenhum pensamento de ganho mundano; “lucro imundo”,
como o Apóstolo o denomina? Eu, a princípio, tive, ou tenho agora, nenhum
objetivo secular? Nenhum olho para honra ou cargo honorífico? Para a renda
abundante; ou, pelo menos, meios suficientes para subsistência? Um meio
de vida prazeroso e confortável? (WESLEY, 1756).
Quanto à sua prática: ‘Junto ao descrente, diz Deus, porque tu pregas minhas
leis?’. O que é um ministro de Cristo, um pastor de almas, exceto se ele for
todo dedicado a Deus? Exceto se ele se abstém, com o extremo cuidado e
diligência, de toda palavra e obra má; de toda aparência do mal; sim, da
maioria das coisas inocentes, por meio das quais alguém ficaria ofendido ou
se tornaria fraco? Ele não é chamado, acima de outros, ser um exemplo para
o rebanho, em seu caráter privado assim como público? Um exemplo de
todos os temperamentos santos e divinos preenchendo o coração, de
maneira a brilhar através dele? Consequentemente, toda sua vida, se ele
caminha de modo digno de seu chamado, não é um trabalho incessante de
8
O foco principal não é aquilo que falamos, mas a maneira como vivemos.
Desta maneira devemos ter uma natureza que convide outros a ver a
bondade de Cristo e ser uma natureza que atraia e incite outros a descobrir
o que significa ser perdoado e livre para viver com paixão e alegria”
(HYBELS,2015, p. 65).
E por fim o próprio Jesus ensina que o servo deve estar disposto a oferecer sua
pronta ajuda aos outros perguntando: “que queres que eu te faça”? (cf. Mc 10.51)
independentemente de quem ele seja ou cargo que ocupe. Desta maneira para ser
um pastor segundo o coração de Deus é preciso ter conhecimento dos ensinamentos
de Jesus e do seu estilo de vida quando aqui na terra, só então aqueles que almejam
o episcopado entenderam que o rebanho deve ser pastoreado por amor e não com
9
segundas intenções. Desta forma encerra-se está seção através das palavras do
apóstolo Pedro que diz:
Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, não por força, mas
espontaneamente segundo a vontade de Deus; nem por torpe ganância, mas
de boa vontade; nem como dominadores sobre os que vos foram confiados,
mas servindo de exemplo ao rebanho (1 Pd. 5:2-3).
4 QUALIFICAÇÕES DO PASTOR
O agir pastoral, portanto, implica tanto na atenção para com as pessoas quanto
na sua inquietação e ocupação em relação a exercer o ministério pastoral fiel, ao ponto
de que todos se sintam afetivamente cuidados. Trata-se do ministério mais destacado
nas Escrituras, tento como maior exemplo o Senhor Jesus (Jo 10.11; Hb 13.20; 1 Pe
2.25; 5.4). Contudo o ministério pastoral é muito amplo, de forma que, enquanto pastor
estará também sob o seu governo a supervisão de reuniões assembleias e atividades
administrativas da igreja (1 Co 14.40; 1 Tm 5.17), conquanto compreende que os
aspectos que serão listados soa os mais importantes enquanto o mesmo exerce o
chamado:
O pastor tem uma atenção plena de compaixão para cada pessoa, uma
contemplação que o desapegue da terra mais que todos os outros: pelas
entranhas de sua bondade paternal, ele carregará sobre si as enfermidades
dos outros, pela altura de sua contemplação, ele se elevará acima de si
mesmo, aspirando aos bens invisíveis” (MAGNO, 2010, p.71).
10
Ensina também:
[...] que os pastores se apresentem diante dos fiéis de tal forma que estes
não se envergonhem de a eles confiar os próprios segredos. Assim, quando
são atacados pelas ondas da tentação, como crianças poderão se refugiar no
coração do seu pastor como no colo de uma mãe (MAGNO, 2010, p.74).
1. Irrepreensível
Do grego anepileptos, que significa “não apreendido, que não pode ser
repreendido, não censurável, irrepreensível”. Não fala de ser perfeito, mas de
alguém que não anda no erro e, então, não merece ser corrigido (fl 2.15).
Aponta para o exemplo que se deve dar, seguindo o padrão ensinado por
Cristo (Jo 13.15) e também pelos apóstolos (2 Ts 3.9). (SUBIRÁ, 2019)
11
“Esta qualidade deve ser destacada pois o restante da lista é uma análise
detalhada de cada componente dessa característica, pois estão intimamente ligadas
ao caractere do pastor” (MACARTHUR JR, 1998, p. 110). O mesmo autor também
ensina que:
Irrepreensível não se refere a uma perfeição impecável, pois, neste caso,
nenhum ser humano estaria qualificado para o oficio, mas a um padrão
elevado e maduro que implica em um exemplo coerente. É exigência de Deus
que seu despenseiro viva de maneira santa, de tal forma que sua pregação
nunca seja contraditória ao seu estilo de vida, que suas faltas nunca tragam
vergonha ao ministério e sua conduta não mine a confiança do rebanho no
ministério de Deus (MACARTHUR JR, 1998, p. 110).
3. Temperante
4. Sóbrio
Do grego sophron, significa “de mente sã, equilibrado, que freia os próprios
desejos e impulsos, autocontrolado, moderado”. Fala de autocontrole – não
só quanto à bebida, mas também com relação a cada aspecto da vida
espiritual, emocional e física (2 Tm 4.5). A NVI traduziu o termo como
“sensato” (SUBIRÁ, 2019).
Noutras palavras, ser sóbrio é ser controlado, ter o autodomínio mesmo que
tudo a sua volta não esteja bem. Portanto, ser sóbrio é possuir objetivos claros, para
que não incorra que o ministro tome decisões de modo precipitado, mas sendo
cauteloso em todos os passos tornado sua própria vida equilibrada. Podendo desta
forma ser modelo para o rebanho.
5. Modesto
Nesse sentido ser modesto e ter uma mente sóbria de forma que o seu estilo
de vida seja equilibrado e de acordo com a palavra de Deus. (MacArthur jr, 2001.
p.129) comenta que “Um líder espiritual não deve viver uma vida caótica, mas, sim,
de forma ordenada, desde que seu trabalho envolva boa administração, supervisão,
organização e prioridades bem estabelecidas”.
6. Hospitaleiro
Esta é uma qualidade a ser observada no ministro, e deve ser cumprida sem
nenhuma murmuração. O bispo deve ser hospitaleiro, ou seja, receber bem as
pessoas. “Todo pastor deveria ser amante da hospitalidade” (Champlin, 2014. p. 401).
Segundo Subirá:
Quando o apóstolo Paulo diz ao ministro para não ser “dado ao vinho”, ele
estava instruindo-o para que ele próprio pudesse distinguir entre o uso e o abuso do
mesmo visto que na época de Paulo o uso moderado do vinho era permitido para fins
medicinais (Tm 5.23). Contudo a total abstinência é o ideal para o ministro do
evangelho, desta forma, os ministros evitarão tentações, suspeitas e críticas.
9. Não violento
O ministro não deve “dar golpes”, ou ser “espancador”. Ou seja, ele não deve
resolver os problemas usando força e violência (2Tm 2.24). Ao que tudo indica e que
Paulo faz esta advertência pelo que os falsos mestres usavam desse artifício contra
cristãos e incrédulos e que alguns ministros estavam aderindo a esta prática. Da
mesma forma o ministro não deve ser agressivo em palavras.
10. Cordato
MacArthur Jr (2001 p. 129) comenta que “um líder gentil tem a habilidade de
lembrar do bem e esquecer do mal. Não mantém um registro dos males que as
pessoas cometem contra ele”. (cf. 1 Co 13.5). Ou seja, o ministro deve ser dotado de
espirito tolerante. Desta forma se assemelhará a seu senhor (cf Fp 4.5).
Um dos pontos mais sensíveis. Em geral Paulo faz esta advertência porque já
naquela época os falsos bispos olhavam o ministério como fonte de lucro (6.5).
Atualmente, não é diferente muitos líderes usam o ministério como oportunidade de
estabilidade e bom salário. Este vem, a igreja e as ovelhas do rebanho como fonte de
renda. Sendo assim, acabam se tornando amantes do dinheiro e dos benefícios e não
do chamado em si. Nesse caso acaba se tornando um empresário eclesiástico, desta
forma causando vergonha.
[…] criando os filhos com disciplina, com todo o respeito (pois, se alguém não
sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus?)”. A família
do líder deve ser referência e modelo ao rebanho. A principal razão de Deus
ter eliminado a casa de Eli do exercício do sacerdócio foi justamente a
desestrutura familiar (1 Sm 3.12-14).
Desta forma fica claro que quando Paulo diz não neófito está dizendo que não
seja imaturo quantos as coisas espiritais. A Bíblia não estipula tempo para maturidade,
visto que o padrão de maturidade depende de cada um e o local que está inserido. No
entanto, aquele que almeja o episcopado deve ter maturidade suficiente para assumir
a responsabilidade de liderar a o rebanho em questão. Também Paulo não está
desqualificando os jovens para o ministério, pois o próprio Timóteo era um jovem
ministro e não deveria ser desprezado por causa disto (1 Tm 4.12). A restrição de
Paulo é em relação a imaturidade e não a idade em si.
[...] a fim de não cair no opróbio e no laço do diabo”. A vida cristã deve primeiro
ganhar o respeito dos que o conhecem no dia a dia, para depois servir de
referência à igreja, caso contrário você será envergonhado e preso pelo
inimigo. (SUBIRÁ, 2019)
Contudo alguém poderá até discordar ou até perseguir o ministro (Jo 15.18-20),
entretanto, tudo na sua vida deve testemunhar o evangelho (Cl 4.5-6).
Sendo assim, “seja, porém, o vosso falar: sim, sim; não, não; porque o que
passa disto é procedência maligna” (Mt 5.37).
De certa forma há outros qualitativos tão importantes quanto estes, mas estes
em questão estão ligados diretamente ao comportamento do pastor. Ou seja, ao seu
caráter. Deve-se atentar também para o recado de Paulo a Tito em relação a isso.
Segundo MacArthur Jr (1998, p. 101) :
Em Tito 1, Paulo oferece uma boa oportunidade para discutir os traços do
caráter necessário àquele que detenha o ofício de pastor em uma igreja local.
Ele deve ser um homem da mais elevada moral em sua conduta sexual,
incluindo um relacionamento sadio com a esposa. Em segundo lugar,
também deve ser alguém que tenha provado suas capacidades de liderança
na própria família. Deve ser bem-sucedido no ministério junto aos filhos, tanto
no aspecto geral como no espiritual. Em terceiro lugar, deve demonstrar
nobreza em sua atitude e conduta, livre de caprichos, irritabilidade,
embriaguez, agressividade e amor pela torpe ganância. Deve ter qualidades
positivas de hospitalidade, amor pelo bem, sensibilidade, justiça, pureza e
autocontrole.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante de tudo o que foi exposto, é muito importante destacar que o artigo em
seu conteúdo não teve a intenção de decidir por esta ou aquela prática pastoral. Pois
não seria está a proposta. O mesmo teve como objetivo salientar que a prática pastoral
precisa aproximar-se mais dos padrões bíblicos ou o pastor comprometerá a inteireza
de seu ministério.
O que o artigo está sugerindo é que o pastor não deixe de se apresentar como
obreiro aprovado, pois desta forma será exemplo para o rebanho. Ou que este pelas
ocupações exteriores, deixe enfraquecer a chama do chamado de Deus em sua vida
fazendo de seu ministério um fardo e, em detrimento a isso se afaste do padrão
bíblico.
17
Sendo assim, ele critica aqueles pastores que se dedicam demais aos afazeres
do mundo com interesses que podem prejudicar o zelo pastoral. Os pastores deverão
prestar contas a Deus do exercício do seu ministério, afinal, eles têm responsabilidade
sobre o rebanho.
Não se contentem em apenas estar num estado de graça, mas cuidem para
que suas virtudes sejam mantidas vigorosa e vividamente em prática, e que
vocês preguem para si mesmos os sermões que estudam, antes de pregarem
a outros... Quando suas mentes estão num estado santo e celestial, seu povo
certamente irá tomar parte dos frutos que surgirem... O, irmãos, cuidem,
portanto, de seus próprios corações; afastem-se da lascívia e das paixões,
assim como das inclinações mundanas; mantenham uma vida de fé, amor e
zelo; familiarizem-se com Deus. Se não observar diariamente o seu coração,
se não reprimir a própria corrupção, a fim de andar com Deus — se você não
fizer disto um trabalho constante em sua vida, tudo dará errado, e você
matará de fome os seus ouvintes; ou, se você possui um falso fervor, não
espere que uma bênção vinda lá do alto resolva a situação. Mas acima de
todas as coisas, esteja sempre em oração e meditação. Então, você
conseguirá o fogo celestial que queimará os seus sacrifícios.
REFERÊNCIAS
HYBELS, Bill et al. Chamado para liderar. São Paulo: Planeta, 2015.
KEMP, JAIME. Pastores em perigo / Jaime Kemp. São Paulo: Hagnos, 2006.
LOPES, Hernandes Dias. De pastor a pastor: princípios para ser um pastor segundo
o coração de Deus. São Paulo: Hagnos, 2008.
MAGNO, Gregório. Regra pastoral. Coleção Patrística. São Paulo: Paulus, 2010.
19
AGRADECIMENTOS
A Deus pelo dom da vida pois Ele me retirou do lamaçal do pecado, das trevas
e me recebeu como filho amado. Louvo a Ele pelo chamado que arde em mim. Pois
todos que conhecem a minha história sabe que estar servindo a Deus é um grande
privilégio do qual não abro mão. Obrigado Senhor.
A todos os professores e amigos que me auxiliaram de alguma forma. Em
especial a minha esposa Damaris que sempre me apoia em todos as minhas decisões.
À professora Kelly que não desistiu de mim e sempre me incentivou a continuar
e a fazer tudo como e excelência.
Ao Pr. Flávio Coelho, meu orientador que me auxiliou nas questões teológicas.
Ao Fernando, meu colega de seminário, pois ao longo destes anos se tornou
um grande amigo e também ao Luís Cláudio que foi quem sempre esteve disponível
a me auxiliar.