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Ericson Pereira
Corridas de velocidade
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
As provas de velocidade chamam a atenção em competições de atletismo
por, normalmente, intitularem o seu vencedor como “o atleta mais rápido
do mundo”. Elas estão presentes nos jogos olímpicos desde a Antiguidade,
quando eram denominadas stadium e os atletas corriam uma distância de
aproximadamente 200 metros. A provas de velocidade são mais curtas, e
detalhes fazem a diferença entre quem vence ou perde uma prova. Por
isso, a largada, a técnica de corrida e a chegada são etapas importantes
para atingir o máximo desempenho.
As provas de 100 metros rasos masculinos fazem parte do programa
olímpico desde 1896; já os 200 metros rasos masculinos foram incorpo-
rados em 1900. As mulheres começaram a correr as provas de velocidade
em 1928, com as provas de 100 metros rasos, depois, em 1948, os 200
metros rasos e, em 1964, os 400 metros rasos.
Neste capítulo, você vai estudar sobre as provas de velocidade e suas
características, identificando as formas de saída, os equipamentos, as
técnicas e a fisiologia envolvida nas provas. Você também vai analisar as
formas de treinamento e aprendizagem dessas corridas.
2 Corridas de velocidade
Provas de velocidade
As provas de velocidade no atletismo, segundo Fernandes (2003), estão
divididas em provas de velocidade pura, que são as provas de 100 e 200
metros rasos, e de velocidade prolongada, que é a prova de 400 metros
rasos, sendo realizadas tanto por homens quanto por mulheres. Nas provas
de velocidade pura, não há um arranque no fi nal da prova; o objetivo é
atingir a velocidade máxima o mais rápido possível e sustentá-la até o fi m
da corrida. Essa tarefa não é fácil, tendo em vista que, com o passar do
tempo, o organismo sofre depleção, e as reservas energéticas e a quantidade
de fibras musculares envolvidas no trabalho vão diminuindo, ocasionando
a perda da velocidade.
Quanto à classificação das provas de velocidade, as provas podem ser:
Homens
Tempo Velocidade
Prova Atleta Ano
(segundos) média
Wayde
400 metros rasos 43”03 33,47 km/h 2016
Van Niekerk
(Continua)
Corridas de velocidade 3
(Continuação)
Mulheres
Tempo Velocidade
Prova Atleta Ano
(segundos) média
Florence
100 metros rasos 10”49 34,32 km/h 1988
Griffith-Joyner
Florence
200 metros rasos 21”34 33,74 km/h 1988
Griffith-Joyner
O link abaixo apresenta um pouco da história de Jesse Owens, um atleta negro que de-
fendeu, além de seu país, a igualdade entre as raças, em um período de segregação racial.
https://qrgo.page.link/mkdte
Largadas e chegadas
Na prova de 100 metros rasos, os atletas largam alinhados lado a lado,
pois estão em uma reta. Já nas provas de 200 e 400 metros rasos, como as
largadas ocorrem em curva, para compensar a diferença entre quem corre
na raia interna e quem corre na raia externa, é utilizada a saída escalonada.
Portanto, quem larga na raia externa fica posicionado alguns metros à frente
de quem larga nas raias internas. Além disso, normalmente, nas partidas dos
200 e 400 metros rasos, o bloco é posicionado tangente à linha da trajetória,
um pouco mais próximo à linha externa da raia; assim, os primeiros passos
são dados em linha reta.
Em todas essas provas, os atletas utilizam o bloco de partida para a
largada (Figura 1a), sendo realizada obrigatoriamente a largada do tipo baixa.
Durante a prova, normalmente os atletas usam uma sapatilha específica
para corridas (Figura 1b), que contém pregos no solado, o que fornece uma
maior aderência, proporcionando um tracionamento melhor junto à pista.
6 Corridas de velocidade
Figura 1. (a) Bloco de partida utilizado para as largadas e (b) sapatilha para corridas em
pista de atletismo.
Fonte: (a) Mezzotint/Shutterstock.com; (b) Vaclav Volrab/Shutterstock.com.
Para que o atleta tenha uma boa largada, além do treinamento técnico do
movimento da saída, também é necessário desenvolver uma boa velocidade
de reação, que é a capacidade do atleta em responder o mais rápido possível
a um estímulo externo. Para o treinamento dessa velocidade de reação, são
utilizados os canais sensoriais da visão, da audição e do tato. Assim, normal-
mente, no momento de uma saída, o atleta responde aos estímulos auditivo,
quando escuta o tiro de partida, e visual, quando, com sua visão periférica,
percebe a movimentação dos demais competidores ao seu lado.
Corridas de velocidade 7
Figura 2. Posição após a largada, com um impulso forte no bloco, estendendo bem as
articulações e coordenando o movimento de braços e pernas.
Fonte: MinDof/Shutterstock.com.
Figura 3. Descrição das fases da corrida. Nos momentos 1 e 3 ocorre a fase de apoio, e, no
momento 2, a fase de voo. No momento 1, ocorre a impulsão com a perna direita, enquanto
a perna esquerda realiza o balanceio anterior. No momento 3, podemos identificar a fase de
aterrissagem com a perna direita e a fase de recuperação com a perna esquerda.
Fonte: Adaptada de Michal Sanca/Shutterstock.com.
Segundo Weineck (1999), pode-se encontrar alguns tipos de velocidade pura, como:
Velocidade de reação — capacidade de resposta a um estímulo no menor tempo
possível; por exemplo, iniciar uma corrida após um apito.
Velocidade de ação — capacidade de realizar movimentos únicos ou acíclicos; por
exemplo, um salto, o impulso no bloco de partida, na largada da corrida, ou um
chute, em esportes de combate.
12 Corridas de velocidade
Figura 4. Treino de resistência de velocidade com o uso do trenó com carga. Normalmente,
sugere-se o uso de 5 a 8% do peso corporal como carga.
Fonte: WoodysPhotos/Shutterstock.com.
Leituras recomendadas
MATTHIESEN, S. Q. Atletismo se aprende na escola. 2. ed. Jundiaí: Fontoura, 2009.
MATTHIESEN, S. Q. Fundamentos de educação física no ensino superior atletismo: teoria
e prática. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.