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Comentários à Constituição do Brasil, Promulgada em 05.10.1988, I, p. 278.
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Esses princípios constitucionais de ordem tributária, além de
nortear a atividade do Estado na sua função de tributar, também agem como
seu freio, impondo-lhe limite em relação aos contribuintes, a fim de outorgar à
vida social o necessário equilíbrio, uma vez que nas palavras de Bernardo
Ribeiro de Moraes2, o poder fiscal constitui a faculdade que o Estado possui
para criar tributos e exigi-los das pessoas que se encontram dentro do âmbito
de sua soberania territorial, para atender às necessidades públicas, sendo a
exteriorização da soberania territorial, que advém da soberania política do
Estado. Essa faculdade, tida pelo autor como ilimitada, há, porém de
subordinar-se aos princípios constitucionais, salientando-se o princípio da
legalidade3 que vincula a obrigação tributária à lei.
2
Compêndio de Direito Tributário, p. 119
3
Bernardo Ribeiro de Moraes, in ob. Cit. p. 123.
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- Art. 150: assegura ao contribuinte,...
- Art. 151: proíbe à União:.....
Para concluir, cabe destacar que a grandeza do princípio da
segurança jurídica, fundamento de todos os demais que dele decorrem, leva a
concluir com Geraldo Ataliba4 que “ o direito é por excelência, acima de tudo,
instrumento de segurança. Ele é que assegura aos governantes e aos
governados os recíprocos direitos e deveres, tornando viável a vida social.
Quanto mais segura uma sociedade, tanto mais civilizada. Seguras estão as
pessoas que têm certeza de que o direito é objetivamente um e que os
comportamentos do Estado ou dos demais cidadãos dele não discreparão”.
4
República e Constituição, p. 156-157.
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entre contribuintes que se encontre em situação equivalente, proibida qualquer
distinção em razão da ocupação profissional ou função por eles exercida,
independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou
direitos”.
E, ainda, como destaca Rui Barbosa no § 1° do art. 145, que
atribui ao princípio da isonomia a relatividade imperiosa em matéria tributária,
vinculando-o à capacidade contributiva: “Sempre que possível, os impostos
terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do
contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir
efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e
nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do
contribuinte”.
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A sujeição da matéria tributária à reserva absoluta da lei consta
regrada, positivamente, também no art. 97 do Código Tributário Nacional,
estabelecendo que somente a lei possa instituir tributos ou tratar de sua
extinção; majora-los ou reduzi-los; definir o fato gerador da obrigação tributária
principal; fixar a alíquota do tributo e da sua base de cálculo; cominar
penalidades para ações ou omissões contrárias a seus dispositivos ou para
outras infrações nela definidas; indicar hipóteses de exclusão; suspensão e
extinção de créditos tributários ou de dispensa ou redução de penalidades.
O princípio da constitucional da legalidade pode ser entendido
como mandamento constitucional de submissão da obrigatoriedade tributária à
lei. Essa idéia já evoca a noção de um controle eminentemente legislativo do
pretenso de obrigatoriedade tributária. No ordenamento jurídico brasileiro, a
iniciativa de lei que disponha sobre matéria tributária é sempre do Presidente
da República, do Governador de Estado ou Prefeito Municipal.
A Constituição Federal, em relação a determinadas imposições
tributárias, excepciona o regime comum, prevendo a figura da lei complementar
como veículo introdutório ou modificativo ( a lei complementar, em matéria
tributária, apresenta-se como um ato normativo complementar à Constituição,
cuja eficácia, implementa ou orienta, estabelecendo normas gerais, por sua vez
orientativa da estrutura de leis ordinárias futuras).
Nesse sentido, a previsão dos arts. 24, I, § 1° e 146 da
Constituição Federal, ou seja, a competência para estabelecer normas gerais
de direito tributário é da União e que tais normas devem ser veiculadas por lei
complementar (integrará necessariamente os ordenamentos jurídicos parciais
de todos os entes políticos). Assim, não será lei federal, mas lei nacional.
Exemplo: Código Tributário Nacional.
A criação de tributo não é atividade constitucional, ou seja, não
se tem na Constituição Federal a criação de tributos. O que se tem na CF é a
previsão das competências ordinárias, extraordinárias e residuais para a
instituição de tributos não-vinculados (impostos) atribuição de uma
competência genérica a cada um das pessoas políticas, para a imposição de
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tributos vinculados (taxas). E a criação das imposições tributárias se dá, frise-
se, eminentemente pela via ordinária.
A majoração de imposições tributárias, como regra, deve dar-se
através de lei ordinária. Entretanto, a Constituição Federal excepciona o IPI, II,
IE e IOF, por possuírem finalidades extrafiscais sensíveis, sujeitam-se a uma
legalidade diferenciada, podendo as alíquotas ser alteradas por decreto do
Presidente da República.
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Em matéria tributária, o princípio da irretroatividade foi repetido
no art. 150, III, alínea “a”, pela Constituição Federal. “Sem prejuízo de outras
garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios: III – cobrar tributos: a) em relação a fatos
geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído
ou aumentado”.
Como ensina Roque Antonio Carrazza5 “ a regra geral, pois, é o
sentido de que as leis tributárias, como, de resto, todas as leis, devem sempre
dispor para o futuro. Não lhes é dado abarcar o passado, ou seja, alcançar
acontecimentos pretéritos. Tal garantia confere estabilidade e segurança às
relações jurídicas entre Fisco e contribuinte”.
À luz do exposto, cumpre identificar o alcance das regras
contidas no art. 106 do Código Tributário Nacional – CTN, que determina a
aplicabilidade da lei a ato ou fato pretérito naqueles casos.
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Curso de Direito Constitucional Tributário, p. 193
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sem prévia autorização orçamentária anual. Este princípio existiu no Brasil até
durante a vigência da Constituição de 1946, após deixou de existir, cedendo
passo ao princípio da anterioridade.
O princípio da anterioridade exige, evidentemente, que a lei que
cria ou aumenta um tributo só venha a incidir sobre fatos ocorridos no exercício
subseqüente ao de sua entrada em vigor.
Este princípio é o corolário lógico do princípio da segurança
jurídica, como dizia Roque Antonio Carrazza6. Visa evitar surpresas para o
contribuinte, com a instituição ou a majoração de tributos, no curso do exercício
financeiro.
Graças a este princípio, os destinatários da lei tributária (Fisco e
contribuintes), conhecendo-a, podem preparar-se para bem cumpri-la.
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Curso de Direito Constitucional Tributário,p. 111
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Assim o tributo alcançado pela exceção ao princípio da
anterioridade pode ser exigido a partir da entrada em vigor da lei que o criou ou
aumentou, a dizer, no mesmo exercício financeiro.
Por último, vale ressaltar que as contribuições sociais que
financiarão a seguridade social ( art. 195, I, II e III, da CF) não foram postas ao
largo do princípio da anterioridade. Na verdade, é deve seguir a um princípio de
anterioridade especial, já que “só poderão ser exigidas depois de decorridos
noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou
modificado ( art. 195, § 6°, da CF).
As contribuições às quais aludem o art. 149 e seu parágrafo
único da Constituição Federal também deverão obedecer ao princípio da
anterioridade.
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suas fronteiras, a fim de ensejar ao administrado o respeito aos direitos
constitucionais que lhe foram assegurados.
”
1.8 – OUTROS PRINCÍPIOS CONTITUCIONAIS
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1.8.4 – PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE
PÚBLICO SOBRE O PRIVADO E DA INDISPONIBILIDADE DOS INTERESSE
PÚBLICOS
Importantíssimo aos ramos do direito público, com reflexos
especiais sobre o Direito Administrativo e ao Direito Tributário.
Ele proclama a superioridade do interesse da coletividade,
firmando a prevalência dele sobre o do particular, como condição, até mesmo,
da sobrevivência e asseguramento deste último.
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Os Princípios da Legalidade e da Tipicidade da Tributação, p. 72 e s.
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1.9.2 – PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DE TRIBUTO COM
EFEITO DE CONFISCO
Contido no art. 150, IV, da Constituição Federal, consiste na
vedação à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios de utilizar
o tributo com efeito de confisco.
Como o reflexo da exigência tributária é o patrimônio, tanto que
a definição da espécie contida no art. 3° do CTN é expressa, a lei que instituir
tributo deve afastar-se do efeito de confisco segundo os princípios
constitucionais que protegem a propriedade, garantida pelo inciso XXII do art.
5°.
Sendo assim, o princípio que proíbe a atividade tributária com
efeitos de confisco tem por objetivo a harmonia entre o direito de propriedade e
o poder de tributar. Será eivado de inconstitucionalidade, portanto, o tributo que
“retirar parte substancial da propriedade ou a totalidade da renda do
contribuinte”.
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Roque Antônio Carrazza, Curso de Dieito Constitucional Tributário, p. 163
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