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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE

SÃO PAULO

CAMPUS CARAGUATATUBA

ANDRÉ DA SILVA MENDES, BRUNO CONTI, CARLOS ALBERTO, GABRIEL


BRECHI, GABRIEL MEDEIROS

DRENAGEM RESIDENCIAL - DIMENSIONAMENTO

CARAGUATATUBA - SP

2020
INTRODUÇÃO

A residência escolhida para o projeto se encontra no bairro dos Pinheiros em São


Paulo capital, na esquina com a Rua Massacá com a Bennet, com as seguintes
coordenadas: 23°33'14.15"S 46°42'45.84"O (imagem 01). Usando a ferramenta de
marcação de pontos e régua do software Google Earth pro, estima-se que o imóvel
possua 708,13 m². Pela dimensão, localização e presença de painéis solares, é bem
provável que seja de alto padrão.

Imagem 01: Foto do Google Earth Pro de 18/04/2019 (esquerda) e desenho utilizado para
dimensionamento do Software AutoCad (direita).

DIMENSIONAMENTO DE CALHAS DE ÁGUAS PLUVIAIS

Para esse cálculo foi utilizado o manual da Tigre para se obter a formulação, as
dimensões no Google Earth pro e o software AutoCad para os desenhos e croquis.
O primeiro passo consiste no cálculo das águas do telhado. São um total de 10
águas na residência principal e uma na edícula conforme na foto abaixo feira no
AutoCad utilizando como base as imagens de satélite do Google Earth (Imagem 2).
Imagem 02: Desenho de telhado feito no AutoCad 2021 versão estudante.

A área de contribuição pode ser dada pela fórmula abaixo (Equação 01):

h
Ac = ( a + 2) *b

onde:
Ac - área de contribuição (m²);
a - largura da água (plano do telhado) (m);
b - comprimento do telhado (m);
h - altura do telhado (m).
A tabela abaixo (Tabela 01) possui os dados de cada água, no qual a área de
contribuição foi calculada a partir da Equação 1. O valor da altura foi mantido como
constante em um valor de 1,2 m.
Em seguida é necessário calcular a quantidade de condutores (Nc), onde de acordo
com a tabela da Tigre AP 01 - Tabela de Escoamento, em São Paulo o valor da
área de telhado que um bocal retangular pode escoar é de 97,67 (Equação 02).

Ac
Nc = At

Onde:
Nc - número de condutores Ac: área de contribuição (m²);
Ac - área de contribuição (m²);
At - área de telhado (m²).

Por fim, é necessário encontrar a distância entre os condutores utilizando a fórmula


abaixo (Equação 03):

b
d= (N c−1)

Onde:
d - distância entre condutores (m);
b - comprimento total do plano do telhado (m);
Nc - Número de condutores.

Tabela 01 - Dimensionamento de Calhas de Águas Pluviais


Água Largura da Comprimento Área de Número de
água (m) do Telhado contribuição condutores
(m)

1 6,49 9,55 67,7 1

2 9,05 9,55 92,16 1

3 5,65 15,04 94 1

4 4,45 11,27 56,91 1

5 2,89 14,04 49 1

6 4,49 4,24 21,59 1

7 5,6 11 68,2 1

8 3,98 11,31 51,8 1

9 5,5 12,06 73,57 1

10 4,81 11,6 62,76 1

11 4 7 32,2 1

Todos esses valores são apenas aproximações, uma vez que foi utilizado imagens
de satélites e ferramentas de software em cima dessas imagens para se obter esses
valores. Como o valor de número de condutores é 1, não foi feito o cálculo de
distância entre condutores, já que existirá apenas um condutor por água.

INTENSIDADE DE CHUVA NA REGIÃO

Foi utilizado o software Plúvio 2.0, desenvolvido pela universidade Federal de


Viçosa, no qual é capaz de interpolar equações de chuva baseado em pontos
conhecidos, para a geração de uma equação de chuva mais precisa caso o local
não tenha uma equação formada, no caso essa equação não foi interpolada, ela foi
pega do ponto de dados da Ponte Pequena (Armênia) em São Paulo (Imagem 3).
Assim, foi utilizado esses dados na seguinte equação:
Imagem 03: dados do Plúvio 2.0.
Equação de curva IDF de Ponte Pequena (Equação 04):

k *T ra
i= (t+b)c

Onde:
i - Intensidade pluviométrico (mm/h);
Tr - Tempo de retorno (ano);
t - duração da chuva (min);
a, b, c e k - parâmetros locais.
Utilizando os dados do Plúvio, um período de retorno de 5 anos e uma duração de
chuva de 15 min, obtemos uma intensidade de chuva de 120,35 mm/h.

DIMENSIONAMENTO DE CALHAS DE PISO

De acordo com o manual da Tigre, para se obter o dimensionamento do sistema de


coleta da água pluvial devemos calcular a vazão total da área da residência, feita da
seguinte fórmula (Equação 05):

(i*S)
Q= 3600
Onde:
Q - vazão total (litros/segundo);
i - Índice pluviométrico (mm/hora);
S - área da superfície a ser drenada.
Como foi dito anteriormente, utilizando o Google Earth Pro, a área do terreno é
aproximadamente de 710 m² . Assim, utilizando esse valor de área na Equação 05 e
o índice pluviométrico da Equação 04, se obtém uma vazão de 23,73 litros por
segundo.
Em seguida, foi utilizado a tabela de tubos de drenagem para diferentes
declividades da Tigre (Imagem 04).

Imagem 04: Tabela de Tubos de Drenagem para Diferentes Declividades. Fonte: Manual da Tigre.

Assim é possível determinar o número de tubos de saídas da seguinte forma


(Equação 06):
Q
N= Qtubo

Onde:
Número de tubos de saída;
Q - vazão total (l/s);
Qtubo - vazão do tubo.

Como não é possível visitar o terreno, foi adotado a declividade de 0,5% com
diâmetro de tubo PVC de 100 mm (Vazão de 2,76 l/s). Assim, utilizando a vazão de
tubo adotada e a vazão total da Equação 05, temos um número de tubos de saída
de 8,6. Arredondando, temos 9 saídas (Imagem 07).
Imagem 07: Esquema de tubulação em linhas paralelas dentro do terreno desenhado através do
AutoCad.

As nove saídas foram espaçadas em linhas paralelas com uma distância de 7m


umas das outras, na qual há três cabeceiras e 6 bocais. É necessário calcular a
vazão de cada trecho entre as saídas (Equação 07), porém nesse caso será feito
apenas uma vez, visto que a distância dos trechos é a mesma em toda a tubulação:

Q
Qtrecho = N
Onde:
Qtrecho - vazão do trecho;
Q - vazão total (Equação 05);
N - número de saídas para tubos de drenagem da (Equação 6).
Assim, para uma vazão de 23,73 l/s e 9 saídas, se obtém uma vazão de trecho de
2,63 l/s. Para averiguar se o valor obtido está de acordo com a capacidade de vazão
das calhas disponíveis no mercado, é necessário comparar com a tabela “AP 05 -
Vazão das calhas com declividade zero* X comprimento” do manual da tigre
(Imagem 08):

Imagem 08: relação entre vazão das calhas com comprimento entre as saídas. Fonte: Manual da
Tigre.
Assim, verifica-se que a menor calha, a calha de piso normal DN 130, é adequada
para a instalação visto que a vazão necessária em todos os trechos (2,63 l/s) é
menor que a encontrada no valor mais próximo do utilizado no cálculo (3,55 l/s).
Ainda sobre a calha, é necessário verificar se a mesma possui as conexões
necessárias (imagem 09):
Imagem 08: Conexões para ligação de calhas aos tubos de drenagem. Fonte: Manual da Tigre.

É possível observar que as conexões requisitadas estão presentes na coluna da


calha normal 130, que seriam o bocal para saída de piso normal com saída lateral e
a cabeceira para calha de piso normal com saída opcional de DN saída 100 mm.
Por fim, é necessário averiguar se a capacidade de vazão das grelhas é suficiente
de acordo com o uso adotado. Para isso, é necessário calcular o número de grelhas
(Equação 08) e capacidade de vazão das grelhas do trecho (Equação 09).

L trecho
Ng = 0,5
Qtg = Qgrelha * N g

Onde:
Ng - Número de grelhas por trecho;
Ltrecho - comprimento do trecho em metros (as calhas já são fornecidas no
comprimento padrão de 0,5 m);
Qtg - capacidade de Vazão das Grelhas do trecho (em L/s);
Qgrelha - vazão de cada Grelha (em L/s);
Com o trecho de 7m adotado temos 14 grelhas por trecho. Para se obter a vazão da
grelha devemos olhar a tabela de capacidade de cargas de trabalho e vazão das
grelhas da tigre (Imagem 09):

Imagem 09: Capacidade de carga de trabalho e vazão das grelhas. Fonte: Manual da Tigre.
Como é possível observar, para a grelha utilizada (normal com DN 130), temos
vazão de 2 l/s. Voltando a fórmula, com esse valor temos a vazão de grelha igual a
28 l/s por trecho. Esse valor é menor do que o encontrado no cálculo de vazão por
trecho (Equação 07 - 2,63 l/s), portanto é adequado.

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