Você está na página 1de 39

BAIRRO

GRAÇA
CADERNO
"Fisicamente, habitamos um espaço, mas,
sentimentalmente, somos habitados por
uma memória."
José Saramago
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

1 - HISTÓRIA
2 - LINHA DO TEMPO
3 - ASPECTOS GEOGRÁFICOS
3.1 - PRINCIPAIS REFERÊNCIAS
3.2 - DIVERSIDADE PRODUTIVA
3.3 - TRAMA VERDE E AZUL
3.4 - PEDAÇOS E MANCHAS
3.5 - PÓRTICOS E TRAJETOS
4 - VISIBILIDADES E INVISIBILIDADES

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
INTRODUÇÃO

Este caderno tem como objetivo apresentar o Bairro Graça e


identificar suas características físicas, sociais e ambientais.

As representações e descrições do bairro, baseiam-se nas


vivências, estudos cartográficos e técnicos, bem como, relatos
de seus moradores.

Sua construção foi feita durante o desenvolvimento da


disciplina de Projeto I, sob orientação da professora Rachel de
Castro Almeida.
1 - HISTÓRIA
HISTÓRIA

O Bairro Graça surgiu por volta de 1960, quando a expansão urbana


começou a alcançar os limites das fazendas nos tempos do Curral Del
Rei.

As fazendas foram loteadas e seus terrenos vendidos a quem tivesse


condições de adquiri-los.

O nome do bairro foi dado em homenagem a noiva do antigo dono do


terreno, sr. Jaime de Matos.

Em 1963 a utilização do bonde já começava a entrar em declínio e o


sistema viário que girava em torno da rua Jacuí/estrada para Santa
Luzia teve seu eixo alterado. A construção do túnel da Lagoinha e
da Avenida Cristiano Machado, acelerou ainda mais a ocupação da
área.
HISTÓRIA

Conforme relato do Sr. Joaquim, pintor, 65 anos, no ano de 1960


a região era só mato. Existia a rua Jacuí que permitia o acesso à
região central e ao bairro Gorduras. "...trabalhei muitos anos
pintando o Colégio Batista Mineiro. Para chegar ao bairro
Floresta eu ia caminhando, passando pela estrada de
chão, entrando por outros caminhos. Tudo era feito a pé.
Andávamos muito. Não existia outra forma de chegar..."
HISTÓRIA
A rua Jacuí, hoje, principal
eixo comercial contribuiu para
facilitar a vida da população,
permitindo a ligação da
Região Nordeste da cidade à
area Central.
Nas décadas de 30, 40 e 50,
foi o eixo viário, onde o antigo
bonde facilitava o acesso dos
trabalhadores às indústrias
têxteis dos bairros
cachoeirinha e Renascença.
Parte desses trabalhadores e
seus filhos hoje são residentes
no bairro Graça.
Foto: rua Jacui, em 1930.

Foto: https://www.facebook.com/BairroRenascenca/photos/1404
38679437766
HISTÓRIA
A avenida Cristiano
Machado, após a decada de
70, interligou o bairro à região
central e ainda, facilitou a
urbanização, dando maior
fluidez aos transportes
de carga e criando manchas
comerciais e de serviços em
sua marginal.
Foto à direita, Avenida
Cristiano Machado em 1973,
à esquerda da foto, bairro
Graça e à direita, bairro
Sagrada Família. Hoje neste
local existe o viaduto de
acesso ao Túnel da Lagoinha.

Foto:https://classicalbuses.blogspot.com/2020/06/belo-
horizonte-av -cristiano-machado-1973.html
HISTÓRIA
Muito se conserva no bairro do
clima interiorano. Podemos
comprovar pelo modo como as
pessoas se relacionam e
dinâmica do bairro.
Sr. João, feirante, 60 anos, relata
conhecer o bairro a 53 anos.
"... aprendi a profissão com meu
pai. Já fazem 53 anos que, todo
domingo, ergo minha barraca.
Desde pequeno ajudava meu pai
neste mesmo local. O bairro se
desenvolveu, mas muitos clientes
antigos, fazem questão de, todo
domingo, vir até a minha barraca
e abastecerem suas casas. Isso
pra mim é gratificante."
Foto : Barraca de frutas do sr. João.
Arquiv o pessoal
HISTÓRIA
A Feira localiza-se na
rua Itapagipe, entre as ruas
Macaé e Jurema.

Ao lado da feira abrem-se bares,


farmácias, floricultura e outros
serviços.

A feira serve de pedaço para os


feirantes, é serve de local para
um pedaço, composto por
pessoas idosas que reunem-se
socialmente.

A rua compõe uma centralidade


e é o eixo viário para linhas de
ônibus que acessam a rua Jacuí.

Foto : Arquiv o pessoal


HISTÓRIA
A história do Santuário
Arquidiocesano São Judas
Tadeu teve início com
um pequeno palanque coberto
de sapé, no qual, aos domingos,
celebrava-se a Eucaristia para
os fiéis. Em seguida, construiu-
se em 1954 uma humilde
capela dedicada a São Judas
Tadeu, fruto do trabalho dos
Vicentinos.

Fotos: https://santuariosaojudastadeu.arquidiocesebh.org.br
/santuario/historia
HISTÓRIA

O santuário foi construído com


a ajuda dos fiéis e da
comunidade.
Hoje a Igreja de São Judas
Tadeu é referência no Bairro.
Todo dia 28 de cada mês, inúm
eros fiéis,de todas as partes da
cidade edo Brasil, comparece
m para suas missas.

Fotos: https://santuariosaojudastadeu.arquidiocese
bh.org.br/santuario/historia
2 - LINHA DO TEMPO
3 - ASPECTOS
GEOGRÁFICOS
3.1 - PRINCIPAIS
REFERÊNCIAS
3.2 - DIVERSIDADE
PRODUTIVA
3.3 -TRAMA
VERDE E AZUL
3.4 - PEDAÇOS E
MANCHAS
3.5 - PÓRTICOS E
TRAJETOS
4 - VISIBILIDADES E
INVISIBILIDADES
VISIBILIDADES E
INVISIBILIDADES
O bairro Graça pode ser percebido de uma maneira bem interessante.
Sua construção a partir de um território de Fazenda e seu histórico de
ocupação promoveram características de cidade do interior.

O bairro ainda possui uma arquitetura bem peculiar dos anos 60,70 e
80, com árvores bem antigas. Isto demonstra como seus habitantes
ainda lutam em promover sua identidade.

Ainda existem ruas com calçamentos, residências que reformaram e


mantiveram suas fachadas, jardins e pomares, praças e parques que
conservam a vegetação original.

O bairro sofre com reflexos promovidos pelo mercado imobiliário, que


cada vez mais modifica sua identidade local.
VISIBILIDADES E
INVISIBILIDADES

A construção à esquerda
mostra a fragmentação do espaço
urbano. O abandono, o desamparo
do imóvel, desarticulam o território
gerando reflexos negativos para seus
moradores.

Arte urbana compõe cenário.

Foto: Arquiv o Pessoal


Prédio interditado há mais de 10 anos, em v irtude da falência da construtora
responsáv el pela obra.
VISIBILIDADES E
INVISIBILIDADES

A busca dos moradores desta rua em


preservar a identidade do bairro,
produziu um belo espaço paisagístico.
O espaço para travessia de carros foi
diminuído e manteve-se o espaço
verde, gerando uma área de convívio
para crianças e idosos.

Foto: Arquiv o Pessoal


VISIBILIDADES E
INVISIBILIDADES
A feira de rua, fenômeno sócio - cultural,
é patrimônio do bairro Graça.
A feira do bairro Graça, tem quase a
idade do bairro, ou seja, mais de 50 anos.
O termo “feira”, deriva do latim “feria”
e significa, dia santo, feriado, dia de
descanso.
Historicamente, os comerciantes,
preocupados em vender o excedente da
produção, se reuniam próximo das Igrejas
aos domingos para comercializar seus
produtos, já que eram os locais
que apresentavam o maior fluxo de
pessoas.
A Feira da rua Itapagipe resiste
bravamente. todos os domingos,
de 07:00h às 13:00h.
Foto: Arquiv o Pessoal
VISIBILIDADES E
INVISIBILIDADES

Antiga casa pertencente à fabrica do


café Rozaminas, situada à rua
Jacuí, mantém-se erguida,
sobrevivendo e apossando-se do
espaço que deveria ser destinado à
passagem de carros.
Quem faz a travessia da rua,passando
por lado da casa, muitas vezes nem a
percebe, mas é fruto da história do
bairro e participante de sua memória.

Foto: Arquiv o Pessoal


VISIBILIDADES E
INVISIBILIDADES
O Graça também abriga o
Parque Municipal Orlando de
Carvalho Silveira, principal opção
de lazer ao ar livre do bairro.
Implantado em 1996, o parque,
também conhecido como Morro
do Bolo, conta, em seus mais de
26 mil metros quadrados, com
brinquedos, academia a céu
aberto e mirante
Além disso, contribui com o micro
Foto: clima e bem estar dos
https://i.lugarcerto.com.br/jWT5oUVFSsrJ9j6wK3SnS4L
baSM=/smart/imgsapp.estadodeminas.lugarcerto.c moradores.
om.br/app/noticia_128576568202/2016/02/13/49236/
20160213154811555717u.jpeg
VISIBILIDADES E
INVISIBILIDADES
A Vila Militar promove uma sensação
de "segurança" para quem mora
bem próximo a ela.
Conforme relato da moradora
Rosângela Reis, dona de casa, 55
anos, a Vila Militar, além de manter a
" segurança e ordem é otima pra
região pois inibe a ação de
assaltantes..."
A Vila ainda, mantém visível as
Foto:
tonalidades das cores do Exercito
https://estadodeminas.lugarcerto.com.br/app/noticia/noticias/20
16/02/13/interna_noticias,49236/em-constante-valorizacao-bairro-
brasileiro em suas fachadas,
da-graca-desperta-atencao-do-mercado.shtml promovendo a repetição das cores
em outras casas do bairro, mesmo
que distantes.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Romullo Baratto. "A rua que cada um vê" 12 Mai 2014. ArchDaily Brasil. Acessado 30 Jul 2020.
<https://www.archdaily.com.br/br/601577/a-rua-que-cada-um-ve> ISSN 0719-8906GEHL, Jan; SVARRE,
Brigitte. A vida na cidade: como estudar. São Paulo: Perspectiva, 2018.

AGIER, Michel. Situações elementares da vida urbana. In: Agier, Michel. Antropologia da Cidade:
Lugares, Situações, Movimentos. Tradução de Graça Índias Cordeiro. São Paulo, Editora Terceiro Nome,
2011 [2009], p.89-100.

MMNANI, José Guilherme. Rua, símbolo e suporte da experiência urbana. Disponível em


http://nau.fflch.usp.br/sites/nau.fflch.usp.br/files/upload/paginas/rua_simbolo%20e%20suporte%20da%20
experiencia%20-%20magnani.pdf

URIARTE, Urpi Montoya. Olhar a Cidade. Ponto Urbe [Online], 13 | 2013. Disponível em
http://pontourbe.revues.org/774 acesso em 24 Julho 2017.

GEHL, Jan; SVARRE, Brigitte. A vida na cidade: como estudar. São Paulo: Perspectiva, 2018.
HERTZBERGER, Herman. Domínio Público. In: HERTZBERGER, Herman. Lições de Arquitetura. São
Paulo: Martins Fontes, 1999, p.12-91.

GEHL, Jan. Cidades para pessoas. 2. ed. São Paulo, SP: Perspectiva, 2013. KARSSENBERG, Hans et.
al (ed). A cidade ao nível dos olhos: lições para os plinths. Porto Alegre: EdiPUCRS, 2015
Caderno construído por Marcelo Anderson Calado, aluno do 1º
período do curso de Arquitetura e Urbanismo da PUC – Minas.

Disciplina : Projeto I

Orientação: Profª Rachel de Castro Almeida

Foto de capa:
https://facebook.com/FotosAntigasDeBeloHorizonte/photos/a.152062584931851/326833207454787/?type=3&t
heater

Você também pode gostar