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TRABALHO FINAL

Aluno: Mariana Mendonça de Oliveira

Disciplina: Física 2

1. Torque sobre uma espira de corrente

Iremos discorrer sobre o estudo de uma única espira transportando corrente imersa
num campo magnético. A figura 1 mostra um motor elétrico simples, formado por uma
única espira transportando corrente imersa em um campo magnético B. As duas forças F
e -F produzem um torque sobre a espira, tendendo a girá-la em torno do seu eixo central.

Figura 1

Considere agora a espira retangular (figura 2) de lados a e b, transportando uma


corrente i que atravessa um campo magnético B. Suponha que a espira seja colocada de
modo que seus lados mais compridos, 1 e 3, estejam perpendiculares à direção do campo,
mas os seus lados mais curtos não estejam. Fios de ligação que permitam a corrente entrar
e sair são necessários, mas por simplicidade não são mostrados. Para definirmos a
orientação da espira no campo magnético, usamos o vetor normal n, que é perpendicular
ao plano da espira.

Figura 2

Na figura 3, o vetor normal da espira é mostrado fazendo um ângulo θ com a direção do


campo magnético. Queremos determinar a força resultante e o torque resultante que atuam
sobre a espira nesta orientação. A força resultante sobre a espira é a soma vetorial das forças
que agem sobre os seus quatro lados.

Figura 3

Para o lado 2, o vetor L aponta na direção da corrente e possui intensidade b. O ângulo


entre L e B para o lado 2 é igual a 90º - θ.

𝐹2 = 𝑖 ∗ 𝑏 ∗ 𝐵 ∗ sen(90° − 𝜃) = 𝑖 ∗ 𝑏 ∗ 𝐵 ∗ 𝑐𝑜𝑠𝜃

F4 possui a mesma intensidade de F2 mas em sentido contrário. Assim F2 e F4 se


cancelam. Sua força resultante é nula, e como a sua linha de ação comum passa pelo centro da
espira, seu torque também é nulo.
Nos lados 1 e 3 a situação é diferente. L é perpendicular a B, então as forças F1 e F3
possuem a mesma intensidade iaB. Como estas duas forças possuem mesma direção, mas
sentidos opostos, elas não tendem a mover a espira nem para cima nem para baixo, pois estas
forças não compartilham a mesma linha de ação, logo elas produzem um torque resultante,
portanto, o torque associado a essas forças não é zero.

O torque tende a girar a espira de modo a alinhar o seu vetor normal n com a direção
do campo magnético B. Esse torque possui um braço de alavanca igual (b/2)*sinθ, em torno do
eixo central da espira. A intensidade do torque devido à F1 e F2.

𝑏 𝑏
𝜏 ′ = (𝑖 ∗ 𝑎 ∗ 𝐵 ∗ ∗ 𝑠𝑒𝑛𝜃) + (𝑖 ∗ 𝑎 ∗ 𝐵 ∗ ∗ 𝑠𝑒𝑛𝜃) = 𝑖 ∗ 𝑎 ∗ 𝐵 ∗ 𝑏 ∗ 𝑠𝑒𝑛𝜃
2 2

Suponha que seja substituída agora a única espira de corrente por uma bobina de N
espiras - bobina plana. O torque total sobre a bobina é:

𝜏 = 𝑁 ∗ 𝜏 ′ = 𝑁 ∗ 𝑖 ∗ 𝑎 ∗ 𝐵 ∗ 𝑠𝑒𝑛𝜃 = (𝑁 ∗ 𝑖 ∗ 𝐴) ∗ 𝐵 ∗ 𝑠𝑒𝑛𝜃

A = a*b é a área delimitada pela bobina.

Uma bobina plana transportando corrente colocada em um campo magnético tenderá


a girar de modo que n tenha a mesma direção do campo. Em um motor a corrente é invertida
quando n começa a se alinhar com o campo, de modo que um torque continue a girar a bobina.
Essa inversão automática da corrente é feita através de um comutador que conecta
eletricamente a bobina girante com os contatos estacionários nos fios que fornecem a corrente
a partir de alguma fonte.

Figura 4
1.1) Momento de Dipolo Magnético

Uma bobina que transporta corrente pode ser descrita pelo vetor momento de
dipolo magnético µ. A direção de µ é a mesma do vetor normal ao plano da bobina:

𝜇 = 𝑁 ∗ 𝑖 ∗ 𝐴;

𝜏 = 𝜇 ∗ 𝐵 ∗ 𝑠𝑒𝑛𝜃;

⃗⃗ .
𝜏⃗ = 𝜇⃗ ∗ 𝐵

Na presença de um campo magnético, um dipolo magnético possui uma energia


potencial magnética que depende da orientação do momento dipolar em relação ao campo.

⃗⃗
𝑈(𝜃) = −𝜇⃗ ∗ 𝐵

O conhecimento do efeito magnético da corrente elétrica possibilitou a construção de


aparelhos medidores que utilizassem ponteiros. A figura 5 mostra o arranjo básico de um
medidor desse tipo: um eletroímã (bobina móvel), fixado a um eixo que pode girar. O ponteiro
é preso a este eixo, e um ímã permanente é colocado próximo ao eletroímã, fixo à carcaça.
Quando uma corrente elétrica é estabelecida no fio que forma o eletroímã, este criará na região
um outro campo magnético, havendo uma superposição desse campo com o campo criado pelo
ímã na região. A força magnética de interação entre o ímã permanente e o eletroímã moverá
este último por estar fixado ao eixo móvel, deslocando consigo o ponteiro. Como a intensidade
da força magnética depende da corrente elétrica, o ponteiro gira mais quanto maior for a
corrente. Ao girar, o eletroímã comprime uma mola de formato espiral; assim, o ponteiro
estabiliza-se quando as forças magnética e elástica se equilibram. Esse conjunto, funcionando
dessa maneira, é denominado galvanômetro. Outro aparelho medidor construído com base
nesses conceitos, é o amperímetro.

Figura 5
2. Lei de Biot-Savart

A figura 6 mostra um fio de forma arbitrária percorrido por uma corrente i.


⃗⃗ em um ponto próximo P. Para
Estamos interessados em calcular o campo magnético 𝐵
isso, dividimos mentalmente o fio em elementos infinitesimais ds e definimos para cada
elemento um vetor comprimento ⃗⃗⃗⃗⃗
ds cujo módulo é ds e cuja direção é a direção da
corrente no elemento ds.

Figura 6

⃗⃗⃗⃗⃗ e calcular o campo 𝑑𝐵


Podemos definir um elemento de corrente como i𝑑𝑠 ⃗⃗
produzido no ponto P por um elemento de corrente típico. Os experimentos mostram que
os campos magnéticos, como os campos elétricos, podem ser somados para determinar o
⃗⃗ no ponto P somando, por
campo total. Assim, podemos calcular o campo total 𝐵
⃗⃗ de todos os elementos de corrente. Entretanto, esse
integração, as contribuições 𝑑𝐵
processo é um pouco mais complicado que no caso do campo elétrico por causa de uma
diferença: enquanto o elemento de carga dq que produz o campo elétrico é uma grandeza
escalar, o elemento de corrente i𝑑𝑆⃗ responsável pelo campo magnético é o produto de
uma grandeza escalar por uma grandeza vetorial e, portanto, é uma grandeza vetorial.

O módulo do campo dB produzido no ponto P por um elemento de corrente i𝑑𝑆⃗ é


dado por:

𝜇0 𝑖 ∗ 𝑑𝑆 ∗ 𝑠𝑒𝑛𝜃
𝑑𝐵 = ∗
4𝜋 𝑟²

𝜃 é o ângulo entre as direções de 𝑑𝑆⃗ e 𝑟⃗ e 𝜇0 é a constante de permeabilidade no


vácuo (µ0 = 4π × 10−7 T·m/A).
⃗⃗ é a do produto vetorial 𝑑𝑆⃗ X 𝑟⃗.
A direção de 𝑑𝐵

Assim, frequentemente, se enuncia esta lei decompondo C em “elementos de


corrente” i dS e dizendo que o campo num ponto P devido a um tal elemento é:

𝜇0 𝑖 ∗ 𝑑𝑆 𝑥 𝑟⃗
𝑑𝐵 = = ∗
4𝜋 𝑟²

Entretanto, é importante lembrar que uma corrente estacionária sempre está


associada a um circuito fechado, e não há justificativa para decompô-la em “elementos
de corrente”, exceto como etapa auxiliar no cálculo: obtém-se o resultado correto
integrando dF ao longo de todo o circuito fechado C percorrido pela corrente.

A forma correta da lei, obtida através de processos de integração da superfície C


é:

𝜇0 ∗ 𝑖 𝑑𝑆 x 𝑟⃗
𝐵= ∮ (𝑙𝑒𝑖 𝑑𝑒 𝐵𝑖𝑜𝑡 − 𝑆𝑎𝑣𝑎𝑟𝑡)
4𝜋 𝐶 𝑟 2

Essa é a lei de Biot – Savart, que se dá o campo magnético devido a uma


distribuição de corrente estacionária de intensidade i, no circuito C, sob a forma de uma
integral de linha ao longo do circuito.

Em resumo, vimos que quando um condutor elétrico é atravessado por uma


corrente elétrica, aparecerá espontaneamente um campo magnético em sua volta. Uma
característica deste campo magnético é ser constituído por linhas de força que são
circulares de forma que podemos colocar bússolas em diferentes pontos da extremidade
do campo e o Norte de cada uma delas estará voltado sempre para a direção tangencial
das linhas do campo. Este efeito foi descoberto por Hans Christian Oersted, que percebeu
através de experiências que uma agulha magnética posicionada paralelamente a um
condutor elétrico sofreria deflexão significativa em relação a sua posição original.
Podemos saber o valor do campo magnético gerado em diferentes pontos através da Lei
de Biot-Savart.

Hans Christian Oersted publicou os seus resultados, mas limitou-se a uma análise
qualitativa do fenômeno. Após a publicação, outros cientistas foram incentivados a
pesquisar sobre o assunto e então dois físicos franceses Jean-Baptiste Biot e Félix Savart
foram capazes de deduzir uma lei que descrevia matematicamente o campo magnético
que era gerado, lei essa que passou por vários estudos e modificações e quando foi
finalizada, passou a ser conhecida por Lei de Biot-Savart.

Vamos usar a lei de Biot- Savart para mostrar que o módulo do campo magnético
a uma distância perpendicular R de um fio retilíneo longo (infinito) percorrido por uma
corrente i é dado por:

𝜇0 ∗ 𝑖
𝐵=
2𝜋𝑅

O módulo do campo B depende apenas da corrente e da distância perpendicular R


entre o ponto e o fio. Podemos dizer que a intensidade do campo magnético é diretamente
proporcional à corrente elétrica que passa pelo condutor e inversamente proporcional à
distância entre o ponto de referência e o centro do fio.

Existe uma regra da mão direita para determinar a orientação do campo magnético
produzido por um elemento de corrente. Para aplicarmos a regra da mão direita devemos
apontar o dedo polegar na direção do condutor, para onde a corrente elétrica estiver
correndo, e em seguida fechamos a nossa mão. A direção e também o sentido em que os
dedos se fecharem apontam também a direção e o sentido do campo magnético.

3. Lei de Ampère
Com base nos estudos de Oersted, o físico André Marie Ampère desenvolveu uma
lei sobre a interação magnética entre dois fios transportando correntes paralelas.

Figura 7
Como div B = 0, as linhas de força magnéticas são necessariamente fechadas
(possivelmente no infinito). Um exemplo são as linhas de forças circulares em torno de
um fio retilíneo com corrente como na figura 7. Logo, a circulação de B ao longo de uma
linha de força fechada é necessariamente ≠ 0 (positiva ou negativa conforme a orientação
que se dê ao elemento de linha dl). Para uma curva fechada C qualquer orientada (mesma
orientação da figura 8), a circulação (que pode ser chamada de força magnetomotriz) é:

∮ 𝐁 ∗ 𝒅𝒍 > 𝟎
𝐶

Resulta das experiências de Ampère que essa circulação é proporcional à


intensidade de corrente i que atravessa a curva C (isto vale para corrente estacionárias).

∮𝐁 ∗ 𝒅𝒍 = 𝒌 ∗ 𝒊
𝐶
𝑁
[B] = 𝑚
𝐶∗
𝑠

𝐶
[i] = 𝑠
𝑁 𝑁
[k] ➔ 𝐶 2
= 𝐴²
( )
𝑠

Assim no [SI], a lei de Ampère para correntes estacionárias é:

∮𝐁 ∗ 𝒅𝒍 = 𝝁𝟎 ∗ 𝒊
𝐶
𝑁
Onde, 𝝁𝟎 é a constante de permeabilidade no vácuo e vale 4π ∗ 10−7 𝐴²

Na lei de Ampère, C é uma curva arbitrária e i a corrente total que a atravessa. Em


particular, se a curva C é inteiramente externa a região onde existem correntes, i = 0 no
2º membro.

Figura 8
Aplicando a lei de Ampère no interior da distribuição de corrente, a uma superfície
S limitada pelo contorno C, teremos:

̂ ∗ 𝒅𝒔
∫ 𝒋∗𝒏
𝑺

E pelo teorema rotacional:

̂ ∗ 𝒅𝑺
∮ 𝐁 ∗ 𝒅𝒍 = ∫ 𝒓𝒐𝒕𝑩 ∗ 𝒏
𝐶 𝑺

Onde a convenção sobre a orientação da normal 𝑛̂ é a mesma nos dois casos. Logo,

̂ ∗ 𝒅𝑺 = 𝝁𝟎 ∫ 𝒋 ∗ 𝒏
∮ 𝐫𝐨𝐭𝐁 ∗ 𝒏 ̂ ∗ 𝒅𝑺
𝐶 𝑺

O que tem de valer qualquer que seja o S, somente se rot B = 𝜇0 * j. Essa restrição
a correntes estacionárias está embutida na forma local da lei de Ampére. Com efeito, para
qualquer vetor vale a identidade.

𝑑𝑖𝑣 𝑟𝑜𝑡 𝐵 = ∇ ∗ (∇ x v) = 0

Logo,

𝑟𝑜𝑡 𝐵 = 𝜇0 ∗ 𝑗 → 𝑑𝑖𝑣(𝑟𝑜𝑡 𝐵) = 0 = 𝜇0 ∗ 𝑑𝑖𝑣 𝑗

Com div j = 0, é a condição para que a distribuição de correntes seja estacionária.

A lei de Ampère é útil para o cálculo de B quando e se somente quando a


distribuição de correntes é especialmente simétrica, ou seja, é preciso que a direção e
sentido de B possam ser obtidos como consequência da simetria, e que a magnitude |B|
também esteja simetricamente distribuída, permitindo assim o cálculo da força
magnetomotriz.

4. Indução eletromagnética
O uso em larga escala da energia elétrica, que revolucionou toda a sociedade
industrial, tornou-se possível graças à descoberta, por Faraday, do fenômeno da
indução eletromagnética.
Consideremos uma única espira C de fio, imersa num campo magnético B e orientada
como mostra a figura 9.

Figura 9
O fluxo de B através da espira é:
Φ
̂ 𝒅𝑺
𝒄 = ∫𝒔 𝑩∗𝒅𝑺 = ∫𝒔 𝑩∗𝒏∗

Onde S é qualquer superfície de contorno C, orientada (a orientação de 𝑛̂ corresponde


à de C). O fato de que Φ só depende de C, e não de S, decorre de ser ∮ 𝐵 ∗ 𝑑𝑆 = 0

para qualquer superfície fechada ∑.


Seja R a resistência da espira C. A lei de Faraday quando Φ𝑐 varia com o
tempo, corrente i induzida em C é dada por:
1 𝑑Φ𝑐
𝑖=− ∗
𝑅 𝑑𝑡
A existência dessa corrente está associada a uma força eletromotriz, dada por:
𝑑Φ𝑐
𝜀 =𝑅∗𝑖 =−
𝑑𝑡
A variação de Φ𝑐 com o tempo pode ser devida ao movimento de C através
de um campo B constante, ou à variação de B com o tempo, o circuito permanecendo
fixo.
Situação 1: Circuito C móvel num campo B fixo
O movimento de um fio com velocidade v num campo B fixo, os elétrons
livres, transportados com essa velocidade, ficam sujeitos à força de Lorentz:
𝐹 = −𝑒 ∗ 𝑣 𝑥 𝐵
Podemos associar um campo elétrico equivalente 𝐸 (𝑒) a essa força, pois não
é de origem eletrostática:
𝐹 = −𝑒 ∗ 𝐸 (𝑒) , onde 𝐸 (𝑒) = 𝑣 𝑥 𝐵
A força eletromotriz ao longo do circuito C é:
𝜀 = ∮𝑐 𝐸 (𝑒) ∗ 𝑑𝑙 = ∮𝑐 𝑑𝑙 ∗ (𝑣 𝑥 𝐵)
Considerando duas posições sucessivas de C, nos instantes t e t + dt, durante
o intervalo de tempo ocorre um deslocamento vdt em cada ponto de C.
O produto vetorial dl x vdt = 𝑛̂𝑖 ∗ 𝑑𝑆 = 𝑑𝑆𝑖 , representa o elemento de área
orientado (𝑛̂𝑖 = normal externa) da superfície lateral 𝑆𝑖 do cilindro gerado pelo
deslocamento de C.

Figura 10
As superfícies das bases 𝑆𝑡 , 𝑆𝑡+𝑑𝑡 e 𝑆𝑙 , formam um cilindro fechado, então
temos, desenvolvendo cálculos a equação final seguinte da lei da indução:
𝑑𝛷𝑐
∮𝑐 𝐸 (𝑒) ∗ 𝑑𝑙 = 𝜀 = −
𝑑𝑡
Situação 2: Circuito C fixo e B variável
Se o circuito C permanece fixo e é B que varia com o tempo, não há mais
força de Lorentz sobre os elétrons, mas a experiência mostra que o resultado
permanece válido:
𝑑 𝑑 𝑑𝐵
𝜀=− Φ𝑐 = − ∫ 𝐵 ∗ 𝑑𝑆 = − ∫ ∗ 𝑑𝑆
𝑑𝑡 𝑑𝑡 𝑆 𝑆 𝑑𝑡

O último membro é resultado do fato de C ser fixo e somente B variar.


Neste caso, não havendo mais força de Lorentz, a força eletromotriz
corresponde a um campo elétrico E, que deixou de ser eletrostático devido a variação
com o tempo e adquire uma circulação ≠ 0 ao longo de uma curva C fechada:
𝑑𝐵
𝜀 = ∮𝑐 𝐸 ∗ 𝑑𝑙 = − ∫ ∗ 𝑑𝑆
𝑆 𝑑𝑡
Temos, também, o teorema rotacional:

∮𝑐 𝐸 ∗ 𝑑𝑙 = ∫ 𝑟𝑜𝑡 𝐸 ∗ 𝑑𝑆
𝑆

Como o resultado vale para qualquer que seja o circuito C, temos que:
𝑑𝐵
𝑟𝑜𝑡 𝐸 = − (𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎 𝑑𝑖𝑓𝑒𝑟𝑒𝑛𝑐𝑖𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝑙𝑒𝑖 𝑑𝑒 𝑖𝑛𝑑𝑢çã𝑜)
𝑑𝑡
Interpretando esse resultado, temos que um campo magnético variável com
um tempo produz um campo elétrico não mais eletroestático.
Tais conhecimentos sobre esses comportamentos distintos descritos acima
contribuiu para a formular a teoria da relatividade restrita onde usou-se o exemplo
da ação recíproca entre um imã um condutor onde descrevia tais comportamentos. O
fenômeno só depende, neste caso, do movimento relativo entre o condutor e o imã,
mas descrição usual estabelece uma distinção marcante entre os dois casos, conforme
um ou outro destes corpos se mova. Se o imã se move e o condutor está em repouso,
surge na vizinhança do imã um campo elétrico com uma energia definida, que produz
uma corrente no condutor. Mas, se o imã estiver parado e o condutor em movimento,
não aparece um campo elétrico na vizinhança do imã. Entretanto, no condutor,
aparece uma força eletromotriz, a qual produz (supondo que o movimento relativo é
o mesmo em ambos os casos) correntes elétricas idênticas às que aparecem no caso
anterior.
5. Corrente de Focault
Se uma espira condutora é solta em queda livre sobre um imã permanente, a corrente
i induzida criará um dipolo magnético que tenderá a ser repelido pelo imã,
produzindo uma força F de freiamento da espira (figura 11), análoga a uma força de
atrito viscoso.

Figura 11
Na figura 12, temos um pêndulo metálico suspenso de um ponto P que ao oscilar
penetra em uma região com um campo magnético, perpendicular ao papel e dirigido para
baixo.

Figura 12

Podemos observar que em (a) serão induzidas no disco metálico correntes que
tendem a se opor à variação do fluxo através dele. Essas correntes, denominadas correntes
do Foucault, equivalem a uma força de atrito viscoso tendente a freiar o disco, como se
ele estivesse penetrando um fluído viscoso (como o mel).

É possível diminuir esse efeito cortando uma série de fendas no disco do pêndulo,
com vemos em (b). Assim, reduzimos muito o fluxo nas partes metálicas, e ao mesmo
tempo obrigamos cada corrente a percorrer um caminho mais longo, aumentando a
resistência e, consequentemente, diminuindo a intensidade das correntes de Foucault
induzidas.

Existem vários tipos de equipamentos elétricos com partes móveis, as correntes


de Foucault constituem um fator de perda de potência, assim procura-se minimizá-las
com artifícios análogos aos da introdução das fendas, como o citado acima. Nesses casos,
é frequente a utilização de materiais laminados ou formados por pequenas placas isoladas
entre si, a fim de diminuir a dissipação de energia.

Uma curiosidade é que o nome dado a estas correntes é em homenagem ao físico


e astrônomo francês Jean Bernard Léon Foucault, que foi quem primeiro mostrou a
existência delas.

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