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GUIA DE ESTUDO

Direito Educacional

UNIDADE III
DIREITO EDUCACIONAL

UNIDADE III

Palavras do Professor

Olá aluno(a), tudo bom?

Seja bem-vindo(a), a mais um guia de estudo! Desta vez, teremos a oportunidade de estudar a terceira
unidade da nossa disciplina Direito Educacional!

De início, vamos lembrar que toda matéria que vimos até o presente momento, precisa ser revisada
sempre que possível! Ok? É que a compreensão da legislação e sua incorporação à prática pedagógica
são fundamentais para melhoria da qualidade da relação de ensino-aprendizagem.

A partir de agora, trataremos da nossa matéria num aspecto mais prático, na tentativa de inserir o
conteúdo visto nas nossas aulas, na perspectiva da atividade profissional desempenhada.

Vamos lembrar que nós, como profissionais da educação, temos a obrigação de realizarmos nossas
atividades laborais com compromisso, dedicação, ética e união. E, nessa perspectiva, é importante
lembrarmos que o Estado, composto por todos os seus entes federativos, sociedade e família deve estar
integrado na construção de um ensino de qualidade.

Nosso sucesso só depende do quanto investimos naquilo que acreditamos. Por isso, vamos arregaçar as
mangas e iniciar uma nova unidade!

Nesse momento, dividiremos nosso conteúdo em três capítulos:

1. No primeiro, estudaremos gestão educacional, destacando o modelo adotado por nossa legislação;

2. No segundo, passaremos à análise da gestão democrática na Constituição Federal de 1988 e na


Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN);

3. E por fim, analisaremos a temática relacionada à estrutura e funcionamento da educação, no


ensejo de compreendermos as matizes que integram a vida de uma instituição de ensino.

Para que possamos concluir esta unidade com a sensação de dever cumprido, peço que busque compreender
as diferenças entre administração e gestão, bem como os conceitos de gestão democrática participativa,
a forma como ela surgiu vinculada a um contexto histórico e as normas que lhes dão sustentabilidade:
Constituição Federal de 1988 e Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional (coluna vertebral da nossa
educação).

Ao final da unidade, temos a expectativa de ter alcançado o conhecimento necessário para passarmos ao
próximo momento, quando concluiremos as atividades desta disciplina.

Já sinto saudades de você, mas tenho certeza de que nos veremos em breve!

Vamos adiante!

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DA GESTÃO EDUCACIONAL
O que é preciso para que uma instituição de ensino funcione adequadamente?
Antes de começarmos um trabalho, o que fazemos? Nós nos organizamos! Dessa forma, quando se está
falando de educação, é importante pensarmos que é indispensável que se realize o planejamento, os
meios para sua execução, a forma de verificação dos resultados e como serão realizados os ajustes
necessários, tudo para alcançarmos as finalidades pretendidas inicialmente.
Nosso material, nesse sentido, começa fazendo uma diferenciação entre gestão e administração. Faço
questão, porém, de incluir, também, o conceito de gerência.
Apesar de os temas destacados serem parecidos, ambos possuem pontos de distinção que precisam ser
observados! É claro que a nossa pretensão não é nos aprofundarmos no debate técnico sobre quais os
aspectos que diferenciam os três conceitos, mas, apenas pontuar o que nos interessa para disciplina.
Vamos lá!
A ADMINISTRAÇÃO consiste em um conjunto de disciplinas voltadas para a “administração” de uma
empresa: matemática, juros, contabilidade, marketing, caixa e outros. O administrador é o profissional que
possui a visão genérica do negócio administrado. É aquele indivíduo que utiliza o máximo dos recursos da
empresa para, através do uso da racionalidade, alcançar uma dada finalidade.
Trazendo o conceito de administração para o cotidiano educacional, temos que, durante muitos anos, o
administrador escolar era personificado pela figura do diretor da escola, porque nele se concentravam as
atividades de planejamento, organização, direção, coordenação e controle da rotina escolar.
Dessa forma, o administrador na unidade de ensino era aquele que detinha o conhecimento do todo.
Por outro lado, o GERENTE é tratado como a pessoa responsável pelo acompanhamento específico de um
setor, sendo desnecessária a visão do macrossistema exigida do administrador.
Porém, atualmente, as duas funções citadas não esgotam a necessidade das atuais instituições de ensino.
É que os conceitos de administração clássica, diante das mudanças introduzidas na rotina acadêmica,
demandaram o acréscimo do gestor como figura de suma relevância para o ambiente escolar.
E quem o gestor?
O GESTOR é o profissional que detém o conhecimento do negócio, mas que ao executar suas tarefas,
agrega qualidade. Trata-se da utilização de recursos voltados para consecução de uma finalidade com a
otimização dos recursos aplicados.
Com essa mudança, a forma de exercer o poder também passou por mudanças. A autoridade que antes
era a pedra angular das relações pedagógicas cedeu espaço a alternativas.
Isso porque, como é sabido, o conceito de autoridade sempre foi relacionado ao de hierarquia, que
corresponde ao poder de mandar nos outros.

Visite a Página
Para melhor compreensão do conceito de autoridade, acesse o link.

Tal conceito, contudo, perdeu espaço no ambiente das atividades educacionais para o conceito de
participação, dando lugar à gestão participativa. Vejamos, de forma ilustrativa, como o conceito pode ser
representado:
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Na gestão “participativa”, portanto, o que temos é a participação integrada dos envolvidos nos processos,
o que, no caso do ambiente educacional, inclui direção, coordenação professores, alunos, família,
comunidade do entorno e outros.
Quais as modalidades de gestão existentes?
Pode-se dizer que existem dois modelos de gestão: um de cogestão e outro de autogestão. Mas o que
diferencia as duas modalidades de gestão?
Na cogestão, continua existindo a modalidade do administrador, porém, com autoridade limitada. Aqui,
temos uma forma avançada de participação administrativa, em que haverá codecisão em determinadas
matérias.
Por outro lado, quando se fala de autogestão, as decisões são tomadas de forma descentralizada, a partir
da integração dos envolvidos na execução das atividades.
No particular do universo escolar, é preciso, ainda, segregar a autogestão pedagógica, que se refere à
dinâmica do trabalho pedagógico, da gestão autogestão institucional, relacionada ao estabelecimento de
ensino.

Leitura complementar
Para melhor compreensão da temática, eu sugiro que você leia o artigo, contido no
link.

Veja o vídeo!
Qual é a proposta de Paulo Freire para a administração escolar? Vamos responder a esse
questionamento, assistindo este vídeo sobre os princípios gerais da administração
escolar, na visão do teórico. O vídeo tem a duração de 18 minutos e 26 segundos.

Guarde essa ideia!


Na escola pública brasileira, prevalece o modelo de cogestão, em que diretor assume a
posição de administrador. Já vimos à concepção gerencial do modelo de escola pública
adotada no Brasil, agora, vamos ver como funciona a organização da estrutura escolar.

De início, precisamos destacar que a estrutura organizacional das escolas pode estar previsto em leis
municipais ou no regimento da própria instituição.
A estrutura administrativa formal das escolas é formada pelos elementos que se sujeitam a administração:
1. Corpo discente (alunos), o qual, em razão da idade dos alunos, define a escola como sendo de educação
infantil, ensino fundamental e médio;
2. Programação (plano didático + plano pedagógico);
3. Documentação e registro (documentos necessários à organização da escola);
4. Pessoal escolar (corpo administrativo, técnico e de serviços, docentes);
5. Recursos materiais (recursos didáticos e materiais de consumo).

Já vimos como a escola formalmente se organiza e como ela é gerenciada. Vamos passar, então, a estudar
os papéis que podem ser desempenhados pelo DIRETOR ESCOLAR.

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Fonte: http://sereduc.com/hfxbqw
§ Diretor gestor: O diretor gestor é o elo entre a rede, os professores e a comunidade. Para ser
um bom diretor gestor, é necessário que o profissional que exerce essa atividade tenha boas
habilidades, sabendo escutar, analisar propostas e tomar decisões voltadas para finalidade da
instituição de ensino. O gestor deve ter uma visão global da instituição e, ao mesmo tempo,
focada nos alunos.

Leituras complementares
Vamos ler os artigos que seguem em que se exploram um pouco das competências
do diretor gestor. “O papel do diretor” fala sobre a importância deste profissional no
ambiente de ensino, clique aqui e leia na íntegra. O outro artigo se chama “Quando o
diretor se torna um gestor” e nos trás a verdadeira missão de um profissional de liderança
em uma escola. Ambos os textos são muito importantes para o seu conhecimento.

§ Diretor Educador: O ideal é que o diretor seja antes de tudo um educador e não apenas um
administrador. Tanto assim o é, que em regra, o diretor é um profissional que já exerceu, em
algum momento, atividade de docência. O diretor educador deve organizar a dinâmica da escola
para alcançar os objetivos pedagógicos pretendidos.
§ Diretor autoridade: Autoridade não se confunde com autoritarismo. Por isso, a autoridade do
diretor, necessária ao desempenho de suas funções, não deslegitima o modelo participativo
de gestão. O papel do diretor enquanto autoridade é verificada, quando o mesmo representa a
instituição de ensino, assinando documentos ou em eventos formais; quando toma decisões ou
quando representa a entidade civil ou criminalmente.

Veja o vídeo!
Para ilustrar de forma bastante elucidativa os papéis que um bom diretor deve exercer,
eu sugiro que assista este vídeo e, ao final, faça uma reflexão sobre a sua prática
pedagógica. O vídeo tem a duração de 5 minutos e 42 segundos.

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O PRINCÍPIO DA GESTÃO DEMOCRÁTICA NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL E NA LEI
DE DIRETRIZES E BASE DA EDUCAÇÃO NACIONAL (LDBEN)
Vamos começar esse segundo momento dessa unidade assistindo a animação que segue. Nela, podemos
ver a educação sendo operacionalizado sem amparo democrático, modelo que devemos buscar refutar em
nosso cotidiano.

Veja o vídeo!
Já pensou uma escola onde as coisas acontecem como neste vídeo de 3 minutos?
Assista e retorne a leitura deste guia.

E ai, gostou do vídeo? Espero que sim, porque ele reflete exatamente a realidade de muitas das instituições
de ensino que temos no Brasil. Vamos em frente!
Você já parou para pensar que com a mudança do regime político autoritário para democracia, mudou
também a forma de fazer educação?
No caso do término do regime militar e início do período democrático, tal alteração nos permite observar
como o foco do modelo educacional foi modificado a partir dos dispositivos normativos que regem as
relações de ensino-aprendizagem.
É que, se durante o regime militar, as liberdades individuais eram restritas, no regime democrático, os
cidadãos demandaram do poder político a consolidação de direitos fundamentais que precisaram ser
reduzidos a termo no texto constitucional. Tratava-se de uma forma de imprimir segurança às novas
práticas educacionais.
A mudança atingiu quase todos os campos da convivência social, inclusive, a educação que passou a
ser proposta, pelo menos na seara normativa, com ares democráticos. É que, se antes, a escola era
um espaço voltado para uma elite branca, letrada e economicamente favorecida, agora, era necessário
colocar na ordem do dia a universalização do acesso à escola.
A imagem abaixo é ilustrativa e mostra o papel do professor nos anos em que durou o regime militar no
Brasil:

Fonte: http://sereduc.com/kGFWb6

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Nesse sentido, a CF-88 mudou o enfoque da prática pedagógica, colocando a sociedade enquanto
elemento colaborador da relação pedagógica e não apenas como público alvo. Assim, a comunidade
passou a colaborar na consolidação de uma relação de ensino aprendizagem diferenciada.
Observe o que nos fala o legislador nos artigos 205 e 206 da CF-88.
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com
a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício
da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;
III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e
privadas de ensino;
IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
V - valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de
carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes
públicas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
VII - garantia de padrão de qualidade;
VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos
termos de lei federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53, de 2006)
Parágrafo único. A lei disporá sobre as categorias de trabalhadores considerados profissionais da educação
básica e sobre a fixação de prazo para a elaboração ou adequação de seus planos de carreira, no âmbito
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 53,
de 2006)
Mas como funciona, na prática, essa gestão democrática?
A convivência entre os sujeitos pode ser autoritária ou democrática. A convivência democrática é realizada
nas instituições de ensino mediante a participação da comunidade.
A gestão democrática não se limita aos conselhos escolares que veremos mais adiante. Apesar de eles
serem importantes, podemos dizer que eles, sozinhos, não definem esse modelo de gestão. No caso, é
necessário que haja, além do exposto, um respeito recíproco entre a subjetividade do professor e aluno,
baseado numa perspectiva crítica, em que a escola é vista como um espaço de construção da sociedade
a partir dos sujeitos sociais envolvido na relação de ensino-aprendizagem.
É preciso, inclusive, nesse contexto, que o docente aceite, inclusive, a recusa do aluno em participar do
processo pedagógico.
Ademais, é preciso que haja incentivo à participação de toda comunidade (professores, comunidade,
funcionários). Essa participação não precisa ser institucionalizada, mas é necessário que haja espaços de
diálogo consolidados.
A imagem a seguir reflete bem como deve se dar a integração dos atos envolvidos no processo pedagógico.

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Fonte: http://fastsolucoes.com.br/blog/wp-content/uploads/2009/05/solvingpuzzle.jpg

Veja o vídeo!
Vamos ver o que nos diz o professor Vitor Paro sobre a temática neste vídeo com
duração de 8 minutos e 42 segundos.

Leitura complementar
Para finalizarmos o estudo do tema, vamos ler um artigo sobre a experiência da gestão
democrática participativa nas escolas no Recife e de que forma os docentes contribuem
para disseminação da cultura participativa.
Vejamos uma imagem que representa a integração entre os diversos atores no processo de gestão
democrática participativa:

Fonte: http://sereduc.com/QqEjuJ
No modelo de gestão democrática participativa, é imperativo que sejam realizadas avaliações diagnósticas
sobre a gestão e o trabalho pedagógico. As avaliações das subjetividades são importantes para o sucesso
da relação de ensino e aprendizagem.

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ESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DA EDUCAÇÃO
Passamos, então, ao estudo da estrutura e funcionamento da educação. Para quem já trabalhou ou
trabalha em escola, certamente, esse tópico não trará dificuldades. Porém, o importante, neste momento,
é que consigamos fazer uma reflexão crítica sobre o que está posto, no ensejo de superar as nossas
dificuldades cotidianas.

Sistema educacional brasileiro


De início, cumprem observar que para caracterização de um sistema educacional fazem-se necessários,
pelo menos três requisitos:
1. Conhecimento da realidade e das dificuldades de cada região (realidade econômica);
2. Análise da realidade da estrutura e dos recursos disponíveis (tecnologias, formação docente);
3. Conhecimento teórico sobre educação (Visão do Professor Saviani).
A terminologia “sistema” de ensino tem relação com a concepção de educação adotada no nosso país.
De acordo com nossa constituição e com a nossa atual Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional,
a educação no país funciona como uma descentralização articulada, em que se precisam considerar
aspectos diversificados.
Nesse sistema cada unidade da federação assume um papel, de modo que essa articulação se volta para
a finalidade da realização dos objetivos da atividade pedagógica. Atualmente, o encargo da verificação
da sincronia dessas atividades está sob a tutela da Secretaria de Articulação com os Sistemas de Ensino
(Sase), cujo objetivo é o de construir consensos e acordos em torno da temática.
Essa secretaria surgiu em 2011, sendo resultado da demandada da sociedade por uma educação planejada,
com metas e desafios pautados, conforme se depreendem da leitura do art. 13 da Lei que estabelece as
diretrizes do Plano Nacional de Educação:
Art. 13 O poder público deverá instituir, em lei específica, contados 2 (dois) anos da publicação
desta Lei, o Sistema Nacional de Educação, responsável pela articulação entre os sistemas
de ensino, em regime de colaboração, para efetivação das diretrizes, metas e estratégias do
Plano Nacional de Educação.
A ideia dessa secretaria é de servir de suporte aos estados, municípios e DF na consolidação do plano
nacional de educação, a partir de um apoio técnico que varia, desde o esclarecimento de dúvidas acerca
dos planos de educação até, por exemplo, questões que digam respeito às políticas de valorização dos
profissionais de educação.

Visite a Página
Nesse sentido, pode-se destacar a atuação da secretaria na implantação da Lei
11.738/08, a qual regulamenta o piso nacional dos professores. Observe a íntegra do
texto de lei referido através deste link.
Como está atualmente organizado o Sase?
As informações relacionadas ao tema podem ser acessadas através do link abaixo. Nele, você pode tirar
dúvidas e conhecer um pouco mais sobre de trabalho dessa secretaria, bem como, se atualizar acerca das
últimas novidades técnicas e normativas.

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Visite as Páginas
Visite o site do Ministério da Educação e saiba o que é a Secretaria de Articulação
com os Sistemas de Ensino. Em seguida veja como foi a síntese do julgamento da
constitucionalidade da Lei Suprascitada no Supremo Tribunal Federal (ADI 4167), clique
aqui.

Veja o vídeo!
Assista este vídeo com pouco mais de 15min que mostra a síntese do julgamento
da constitucionalidade da Lei supracitada no Supremo Tribunal Federal (ADI 4167).
Não deixe de assistir! Ele muito impotrtante para ilustrar a defesa dos interesses
da categoria docente! Mais uma vez, foi o judiciário e seu ativismo que, pelo menos
na teoria, assegurou o direito ao mínimo existencial aos professores brasileiros da
educação básica.

Fonte: http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/bancoImagemSco/bancoImagemSco_AP_178018.jpg

Diante do exposto, nos questionamos se temos, verdadeiramente, um sistema de ensino, já que a estrutura
institucional já existe e está atuante?

Ora, se formos analisar a questão prática, veremos que faltam muitas rotas a serem percorridas para
consolidarmos o sistema de ensino estabelecido na legislação vigente.

Porém, inegável que, de alguma forma, nossa educação formal (e digo isso, porque a educação não se
concretiza apenas nas escolas) possui certo grau de unidade que se verifica a partir do fato de o ensino ser
realizado através da língua nacional, de as instituições de ensino estar localizadas em território nacional,
de as instituições de ensino estar reguladas por uma legislação comum e outros.

Assim, em que pese nossas deficiências, precisamos reconhecer que estamos alicerçando, aos poucos,
o sistema de educação brasileiro, mas que ainda não se consolidou. No caso, o Brasil tem construído
uma estrutura educacional (normas, leis, atos normativos), mas não um sistema, já que falta: intenção,
unidade (existe muita divergência qualitativa), coerência interna e externa.

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Fonte: http://3.bp.blogspot.com/-8wHyzhgdbZE/T5NjuTKvvpI/AAAAAAAAAfE/zlKeLAX_XY4/s1600/
evolucao+educacao.jpg

O sistema educacional brasileiro será regido pelos princípios insculpidos no art. 3º da LDB, cujo excerto
segue:
Art. 3º O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:

I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber;

III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas;

IV - respeito à liberdade e apreço à tolerância;

V - coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;

VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;

VII - valorização do profissional da educação escolar;

VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de
ensino;

IX - garantia de padrão de qualidade;

X - valorização da experiência extra-escolar;

XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais;

XII - consideração com a diversidade étnico-racial.  (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)

Pela análise da literalidade do texto legal, o que vemos é que, apesar de ainda não termos um sistema
educacional consolidado pelos motivos já expostos acima, existe abertura normativo para o respeito
à diversidade e liberdade, o que nos permite, no caso concreto, concluir que se está diante de uma
legislação bastante avançada e de cunho eminentemente democrático.

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Estrutura administrativa da educação brasileira

A estrutura administrativa da educação brasileira é formada em nível federal pelo Ministério de Educação
e pelo Conselho Nacional de Educação.
IMPORTANTE!
O INPE, como já vimos noutro momento, não integra essa estrutura.
Na perspectiva estadual, temos os conselhos estaduais de educação, as secretarias de educação de
estado e as delegacias regionais de educação. Vejamos o que diz o art. 10 da LDBEN:
Art. 10. Os Estados incumbir-se-ão de:

I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos seus sistemas de ensino;

II - definir, com os Municípios, formas de colaboração na oferta do ensino fundamental, as quais


devem assegurar a distribuição proporcional das responsabilidades, de acordo com a população a
ser atendida e os recursos financeiros disponíveis em cada uma dessas esferas do Poder Público;

III - elaborar e executar políticas e planos educacionais, em consonância com as diretrizes e planos
nacionais de educação, integrando e coordenando as suas ações e as dos seus Municípios;

IV - autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar, respectivamente, os cursos das


instituições de educação superior e os estabelecimentos do seu sistema de ensino;

V - baixar normas complementares para o seu sistema de ensino;

VI - assegurar o ensino fundamental e oferecer, com prioridade, o ensino médio a todos que o
demandarem, respeitado o disposto no art. 38 desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 12.061, de 2009)

VII - assumir o transporte escolar dos alunos da rede estadual.  (Incluído pela Lei nº 10.709, de
31.7.2003)

Parágrafo único. Ao Distrito Federal aplicar-se-ão as competências referentes aos Estados e aos
Municípios.

Nos municípios, temos os conselhos municipais de educação e as secretarias municipais. Veja no art. 11
da LDBEN:
Art. 11. Os Municípios incumbir-se-ão de:

I - organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos seus sistemas de ensino,
integrando-os às políticas e planos educacionais da União e dos Estados;

II - exercer ação redistributiva em relação às suas escolas;

III - baixar normas complementares para o seu sistema de ensino;

IV - autorizar, credenciar e supervisionar os estabelecimentos do seu sistema de ensino;

V - oferecer a educação infantil em creches e pré-escolas, e, com prioridade, o ensino fundamental,


permitida a atuação em outros níveis de ensino somente quando estiverem atendidas plenamente
as necessidades de sua área de competência e com recursos acima dos percentuais mínimos
vinculados pela Constituição Federal à manutenção e desenvolvimento do ensino;

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VI - assumir o transporte escolar dos alunos da rede municipal. (Incluído pela Lei nº 10.709, de
31.7.2003)

Parágrafo único. Os Municípios poderão optar, ainda, por se integrar ao sistema estadual de ensino
ou compor com ele um sistema único de educação básica.
Nesses órgãos, temos uma comunicação, a qual precisa estar alinhada para que o Brasil passe a ter um
sistema educacional de ensino.
Vamos ver um quadro explicativo sobre o funcionamento do sistema educacional brasileiro, em que se
delimita função de cada órgão:

 
Fonte: http://portal.mec.gov.br/images/stories/conteudos/estrutura-organizacional-mec-2015.png

Leitura complementar
Sugiro que sejam lidos os artigos 16, 17, 18 e 9º, da Lei de Diretrizes e Base da Educação
Nacional, em que verificamos a estrutura do sistema federal, estadual e municipal de
educação. Acesse o link.
Vejamos as principais funções dos órgãos federal, estadual e municipal no sistema nacional de educação:
No âmbito Federal, destacamos que ao lado do MEC está o conselho Nacional de Educação que exerce
função deliberativa e consultiva, auxiliando o Ministro da educação na tomada de decisões. Trata-se de
órgão formado por 24 pessoas indicadas pela sociedade civil e nomeadas pelo Presidente da República.
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Para saber mais
Para mais informações sobre o órgão, acesse o link.

Destacamos que o referido conselho organiza-se em duas câmaras, sendo uma voltada para educação
básica e outra para educação superior.

importante!

Com relação aos demais órgãos envolvidos na sistematização da estrutura da educação nacional, no
âmbito federal, sugerem a leitura do nosso livro texto (páginas 80/82).
No Conselho da escola – estrutura relevante para a consolidação da gestão democrática – são eleitos
membros da própria comunidade escolar no primeiro mês do ano letivo para integrar a estrutura da
administração escola, cuja presidência será exercida pela direção.
O conjunto acima exposto tem atuação:
a) Deliberativa;
b) Consultiva;
c) Fiscal (fiscalizar);
d) Mobilizadora;
e) Pedagógica.

Mas como é a estrutura da composição dos Conselhos das Escolas?


ü 40% são docentes;
ü 5% são especialistas em educação, salvo a direção;
ü 25% de pais de alunos;
ü 5% de funcionários da escola;
ü 25% de alunos.

Fonte: http://www.mossertaozinho.seed.pr.gov.br/redeescola/escolas/21/1580/164/arquivos/Image/
conselho.jpg

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Palavra Final

Bom, chegamos ao fim de mais uma caminhada e acredito que já estejamos preparados para dar nosso
último passo rumo ao sucesso!
Este não é o momento de deixar o cansaço lhe vencer!
Nesta terceira unidade, nós estudamos o ambiente administrativo das instituições de ensino e as propostas
para o gerenciamento dos mesmos. Vimos que o modelo de gestão proposto pela nossa legislação é o
modelo de gestão democrática e participativa, em que o tripé das nossas relações pedagógicas é formado
pela família, sociedade e escola.
Falta muito pouco para concluirmos nossa disciplina. Por isso, sugiro que você revisite sempre os guias de
estudo, leia o livro texto, os artigos complementares sugeridos, assista aos vídeos indicados e frequentes,
com assiduidade, nosso ambiente virtual de aprendizagem, porque se continuar nesse ritmo, certamente,
terá sucesso na sua empreitada!
Na nossa próxima (e última) unidade, vamos realizar uma crítica sobre a existência, ou não, de um sistema
educacional no Brasil, e ver também que existem muitas normas versando sobre a matéria, mas que nos
falta intenção, unidade, coerência interna e externa.
Vamos em frente, porque ainda temos muito que aprendermos juntos!
Até logo!

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