Você está na página 1de 32

"contextcs

HISTORIA DAARTE ricos esPe


produtivc

FEMINISTA GIUEER, UMA


qos obleÌl
de ideios

sr Ì{ EALOGIA lMPEF,.t HII#_,.,. do poro


opressõo.
do qrÌe
<

f,

fundo his
superf ìcic
Devem desmonfe/or-se sisfemo ticomente os disposiiivos trodícíonaís sobre gê
poro construir umo vísão ampla do hístórío e Poro evocor o possodo enquontc
como um desenvolvìmenÌo pociente e contínuo'
por terrir
MICHEL FOUCAUtT,I977l dq AIDS.
N
os visõe
um celebrq-
O filosofo e historiodor froncês Michel Foucoult (1926'1984ildesenvolveu no inÌuìir
complexo o prótico de entender os hisÌórios
do modelo poro enriquecer e tornor mois nos/ nos
A do sober
do conhecìmento humono. Em A ordem dos coisos (19óó) e arqueologio
proìbìdc
identificor regros e podrões no.dis-
(19ó9), ele propôs um método orqueológico poro conheci
e oo longo de todo.o
curso"(boseodos no culturo europeio, delde o filosofio clóssico modos ,
p"ríojo moderno) como um meio de se disioncior do escritq dq histório fundomentqdo turos de
plenomente conscientes
em oções e expressões de suieitos individuois como ogenÌes poro es
Jor rignifi.odos e dq mudon.co históricq.2 Em trobolhos posteriores, como
Vigíor e
e insiiÌu
de
prrir(1erc1, Foucoult precisou oindo mois esse rociocínio, introduzindo o conceito ortìculo
de Foucoult buscovom esiobelecer
geneologio.3 Por meio desse método, os onólises (por ex
grondes
int"r.onã*õ"s geneológicos e desenvolvimentos no discurso centrodos nos ignorou
culturos de origem europeio-
mudonços cult-urois, políti.or e sociois ocorridos nos defeso
-ocideniql (ou, como ir"ro, chomor, "euro-omericonos"). Por meio de métodos com- se situo
por exemplo,
bìnodos de onólise orqueológico e geneológico, Foucoult estobeleceu, orÌìculc
(em seus três volumes
voliosos histórios dos ideios e-próticoi ossociãdos ò sexuolidode coniu n1
do Histório do sexuolidodel.a nesse (
Esse livros começo .or ,ro consideroçõo foucoultiono do importôncio polí- de Pro
informom o
tico urgente de troçormos os geneologios de discursos do possodo que gìos Pr
ou entender completomenÌe
fr"r"nL, mesmo díonte do im-possibiliáqde de conhecer proieÌo que se propõe.o
o possodo. Nõo seró demois enfotizor esse ponto em um como
e do
exploror os interseções, mos tombém os ontogonismos, do discurso feminisÌo peìo, r

discurso queeÉ em reloçõo òs orÌes visuqis. (Àqui, segundo o exemplo de


F.oucoulÌ,
curoto
ldiscurso" pode incluir Ìextos escritos, exposições, obros de
é importonte notor que os limi
exemplo' os
orÍe e oté mesmo estruturqs institucionois em contextos porticulores-por chi ne:
sõo enten-
espoços de umo exposiçõo podem conformor os modos como os obros dó, e
didos; porionÌo os espoços institucionois sõo, nesÌe coso, "discursivos", ou cro menos
culturr
relevonies pqro um rosÌreomento geneológico do discurso') em ml
crior
S" o propárito de quolquer teorio e prótico feministo efou queer é, no mínimo, e fem
umo conscìêncio sobre os modos peios quois o gênero e o sexuolidode
conformom
menÌe
o dìscurso e determinom estruturqs de poder sociol, culturol e econômico, tonÌo in-
é oné
dividuql quonto coletìvo, entõo podemos dizer que ombos-teorio e prótico-sõo sobre
sempre em
ìnerentemente "políticos". Por outro lodo, ombos devem ser entendidos
,,contexÌos,, porricutores (moÌerioìs
ou socioìs) e.':"ï:X:i,[:*".'"i*Ïtj''it.tï

;*ïïi:i.;i"íl{i:::*f ;":lïï:1'i,ï:íï::**:::ïÏ:r:Jlï1:
Ëã* 6 rrerueillffi:ïïïï
::ïËücontemporon""t','Ì:l'^:.,;
ï'eïlï::,TJilïïï':::
de ideios
r:
estruturos poro
geror
::;ili;i:" j::1iil.ï*ï[ïil',:':Ë:;:';ffi
^...o, J3a""",y11:",ï:"*"J:ï';'::
ooressõo' Mois esPe'
:"',ï,ffi -^i'ffi
ïïili*rÏii;ïfur:"ffi
:ïo:il.i, ;t."':ïli:ffiïTïï::i,:lì"';;; ," o,o, ou"," ï",.':'Ïffi
nõo roi concruido,
'"'"ï;m U i,llJ' "' il ità,i o d o sexu o
do de
- ul3Jïiï: Ãï'"ï I r
.l n'"qu c n'i o
o FoucourÌ
;:ïË';"ì;onìo' Poi' PróPrio exomìno detidomente
do AlDs' ' -^:-^ desso obrq' FoucoulÌ
volumesdessl"ã"t';;;!""oot
"nlrrmêS do mesmo sexo'
terceìro
No segundo e no
o,,e," s I,"",' *;" ":o'" ï"'ï:1:ï"
;
o s vi õ s a
s e

;. ìffi; ã" dã'o-"o'iolos


do'*?oo ïüïfïï:.:lJï :nl.,n*
oro:"r"ï' ü"ntifi'odo'on
e -::'
ï:', ;; ; * o
dod
xu
i s. "'
criminolizodot .
;ilil ; ; t " r :::, t,3 L*'":,'"ï : Ï, "ü
ho mo sse
o li
Y

] oì
;;1üJ; àu diretomente os teloções
I homossexuo'::"dïi"t;;;i *i3't1u1
a", "J.n.es de como
conhecimenr,
j','.::';il:'J'..i::[iïi:ilÌ:ïÏ''* j:ï1ï,!:lçi
i:j::$',::":n#J:lï:
porcresscrsp"""'-Jãuídosou'o"T',1ï;roJiïïï:'ï:"11i:ïïï*":mn:
1;: :: 3::
i "' a "'" l"'"ï
ïjtÍllr::f,:."n"jã,i.-"rtodunid"*e,
116i:''ïï;';
resPond-;r'"ir*.,n-o'
no êpoco'
aoa
"
o., u
:; i iti

e reorios em
ioor exemplot
I o..o u o* ï''ì' * o
p Io * íï i:':.:ï:ï
m esm
ïïffi ;
o pode"ìï d:f
':'j:-T,""
s;; "
ì n
menos ê impossivel
i-ereso do r"*ini'Ïã'
u",,a",
lï::".","rï:;'lJ'ï'il:;*ï'oono'*ois èomo o
se sìÌuqro m
"*,.1ì"ïu,ï, _11ï:::i:iï::Hjïï:"ì;:;":
to*.t -

=;;;'
:c n Iu
estrotégios efetivos Polo'
nto o''0 r."'* ['"' * o ]ï"]''l* ï* "'t''?"
t'ïff":'"üì::i e inter-reloçoï#il;;Ës'
:iÏJ
tronsformoções os estroté-
coso,"*Ï,nã"aï-úços'
;$ïï:::ï":ïi,iì;oi"'" .:,
^esse
""ï"
'=""":'."".,ili:**ï:;:ï.rujjx:
t'oi"tt do problemo ï::::'1:
u* oui'o' nesse voìum" "u"
sexuolidod""lrïllï,,ïi'"']lï;;
:l{*n:; proieÌos
de o;;"iuoìuo*
::,"o enrend";o;;u*, nossos ìnterrogo
c emboro vorios de ""t'1'""ì;:;;;ì:""t (Alpesh Potel de foÌo
, =* do conÌexto d" o orte reministo
queer
t :- ;,;ì;ï'-i;'"
; :;,
'']"-iï1":J';.';""1o'lodo'
&
I
;", ;;;;' do orÌe**9
-".o) Nosso experìêncio
I
"'':1:::;ï11:ï!-"1!iï:;;:::ïni-lf;"t::ï
.o*-'r,iod" ï;;;trìrônicos,
t''t::::ì""desos; um foco preciso
; ; ;; menor grou' nos onte o necessidode
d^:"::.1:":,:':tï"",
de
Ir e neozelonoesosi::,;;".ì;"odo dos orÌes visuois gt
Ir :* --'os vlsuolis oJstrolionos do compo ìnter-relocionc rnÍeliz-
:I-. -cmenÌo: :1fiï";ir.urro", is conrexÌos esÌõo,
I nesses
"ï;;'":it't"o d" onólise
discursos eloborodos
Ir = =-:rìsÌo'
#;"#;s r"o"o dìzer' ossim' 0"":ï;;;;,
;oïiljo, oqui. É
ïe--e sub-representodo^s:::'r':jr"rïr"fJt"'rttt ;r" surg
e quee,r domìnontes' que
sursirom
I
I := :-: -y ò ìocolizoçõo
- - cqc
dos discu
io'r.oto Lttd;:N;"; York' Angeles
Los

nc centros urbonos.rn'u'üì",
- sffr3'"do >s

- 241
e Toronto, e {combinondo-se produtivomente ou em tensõo com o culturo froncófono)
em Montreol. Tqlvez seio olgo porodoxol, portonto, dodo que nos encontromos no
McGill University, no ontigo centro do províncio froncófono de Quebec, que esso
histório privilegie fenômenos onglófonos, porticulormente no Reino Unido e nos Esto-
dos Unidos. Agimos desse modo porque esses forom os lugores determinontes poro
o desenvolvimento do otivismo, bem como dos discursos ocodêmicos, ocerco do orte
feministq e queer. Sem pretender negor o importôncio de outros locois de surgimento
e exponsõo (olguns dos quois desofiorom produtivomente os suposições desses dis-
cursos dominontes), fez-se necessório, em visto do nosso propósito de produzir umo
historiogrofio de ospectos-chove do reloçõo entre objetivos gueer e feministos e estro-
tégios no discurso do orte, o opçõo por enfocor os desenvolvimentos "centrois" em vez
dos "periféricos" (frequenÌemente inovodores e importontes).
Voltondo oo método de Foucoult, é com essos conexões em mente que ofe-
recemos o seguir umo descriçõo necessoriomente porciol e incomplelo, mos que
esperomos constituir umo norroÌivo geneológico envolvente dos desdobromentos inter-
-relocionodos-e òs vezes coincidentes-dos méÌodos, leorios e próticos feministos
e queer em reloçõo òs ortes visuois no contexto do culturo euro-omericono contempo-
rôneo. Como coeditores, temos duos perspectivos gerocionois muito diferentes lones
ó noscido em 19ó1; Silver, em 1983), o que esperomos dor umo obrongêncio histórico
fundomentol ò nosso geneologio. Enquonio Jones olconçou suo moioridqde intelectuol
com o consolidoçõo do teorio do cinemo e dos ortes visuois feministos no fim dos
qnos'1980 (que representovo, em suo moior porte, volores broncos, de closse médio
e heterossexuois), o trqbolho de Silver desenvolveu-se o portir do otivismo feminisÌo
gueer entre ortisÌos e Ìeóricos do suo geroçõo, os quois representom um leque mois
omplo de etnios, closses e podrões culturois.

HISTóRIAS CULTURAIS FEMINISTAS lQUEER ANTES DA AIDS


Emboro se pudessem exominor oqui muitos dos primeiros e importontes ontecedentes
no histório do orte e do discurso feministo gueer (desde a persono queer de Oscor
Wilde ['1854-1900], no fim do séculol9, e o obro de Mognus Hirschfeld [18ó8-1935],
no início do século 20 no Alemonho, poro redefinir o homossexuolidode e o tronse-
xuolidode como sexuqlmente qceitóveis,8 ò "novo mulher" no Fronço, no Reino Unido
e no Alemonho duronte e opós o Primeiro Guerro Mundiol, ôs obros performotivos
e visuois femlnistos queer de Romoine Brooks 11874-19701, do Boroness von Freytog
Loringhoven 11874-1924,e e de Cloude Cohun 11894-19541e Morcel Moore [1892-
-19727, nos onosl9l0 e seguintes), começoremos nosso histório no metode do século
20. Esse é o ponto em que o feminismo ossumiu umo novo urgêncio e formou umo
"segundo ondo", e em que o noçõo de queer começou o se omolgomqr, com bqse no
legodo dos produções literórios e ortísticos lésbicos do início do século 20 e em umo
florescente e codq vez mois visível cultuio urbono goy mosculino, porticulormente em
ceniros nos Estodos Unidos como Son Froncisco, Novo York e Los Angeles. (As culturos
bi erom porte desses dois desdobromentos, ò medido que personogens identificodos
de formo ombíguo entrovom e soíqm dos círculos de sociolizoçõo exclusivqmente de
goys e lésbicos.)ro
Logo que terminou o Segundo Guerro Mundiol, dos cinzqs do culturq progres-
sisÌo europeio começou q se desenvolver um método poro teorizor o identidode que

242
n irio influencior todos os modelos subsequentes de políticos de identidode, em domí-
I nios otivistos mos tombém culturois, dos qnosl950 oté o dócodo de'ì980. Em porticu-
I lor, o publicoçõo em froncês e inglês do livro de Simone de Beouvoir (,ì908-198ó) O
t segundo sexo 119491e o crítico pós-coloniol de Frontz Fonon (1925-19ó1) em seus livros
! do-dOcodo de l95O (como suos notóveis descrições de como ele hovio sido rociolizo-
3 do, sexuqlizqdo-ou "olterizodo"-pelo olhor inquisidor dos broncos em Pqris em
D Pele negro, móscqros broncos, originolmente publicodo em froncês em 1952), forom
F ocontecimentos épicos no desenvolvimenÌo dos teorios do identidode. Essos teorios
ü se desenvolverom em conjunÌo com os oções otivistos do movimento dos Direitos Civis
F e de outros que floresciom nos Estodos Unidos nos onoslg5O el9ó0, bem como dos
! movimentos i" no Europo no mesmo período. O méiodo de Beouvoir e de
"rqr"rdo
Fonon erq vogomente hegeliono, por seu vínculo com o modelo do diferenço como
ts intersubietividãde ontogoÃirto, .or bose numo visõo politizodo do "dioléÌico senhor-
! -ur.rouo)'de Hegel.ll Enquonto suos teorios sõo em gerol empregodos de modo dis-
r. tinto pelo feminiimo (Beouvoir) ou pelo teorio pós-coloniol e qntirrocistq {Fonon), tonto
I Beouvoir quonto Fonon demonstrom em momenÌos-chove um reconhecimento do relo-
gênero e
D çõo entre duolidodes opressivos relocionodos o roço, closse, sexuolidode,
I outros modos de identificoçõo.12
E Como fico bostonte clqro no obro de Fonon, que de foÌo inspirou olguns movi-
$ mentos onticoloniois, esses desenvolvimentos teóricos ondorom de mõos dodos com o
f retirodo, pelo Europo, do conÌrole político e militor direto de suqs colônios no Argélio
I (Fronço), ïndio u Poquistõo {Reino Unido), e de outros portes. Do mesmo modo, e isso
ü foi porticulormenÌe relevonte no coso dos Estodos Unidos, o Guerro Frio {genericomen-
T te doÌodo entre1947-91) morcou um período de tensões políticos constontes entre os
governos do Europo ocidenÌql e norte-omericonos e os poíses comunistos (o [chomo-
ão] bloco soviético e o [ex-] lugoslóvio). Nos Estodos Unidos, esse momento tombém
foi definido por umo generolizodo rendiçõo nõo openos oo copitolismo e oo consu-
mismo, mos tombém oos volores culturois ossociqdos o eles, levondo os intelectuois,
T porticulormente nos Esiodos Unidos, o ossumir posições em reloçõo ò percebido con-
f iormidqde sociol e oo potriotismo ocrítico do époco.l3 Nesse contexto, o implemento-
i, çõo nos Estodos Unidos de comitês qnticomunistos e conselhos de monitorqmento do
L
leoldode qo governo incluírom o House Commitiee of Un-Americqn Activities [Comitê
lnterno de AiVidodes Nõo Estodunidenses], o Senote lnternol Security Subcommittee
Permonent Subcommittee on
I [SubcomiÌê de Seguronço lnterno do Senodo], e o Senote
F investigotions [Subcomitê Permonente de lnvestigoções do Senodo]. O Comitê lnterno
de Atlvidodes Nõo Estodunidenses foi o mois proeminente deles, e ficou conhecido
por suos investigoções no indústrio do cinemo hollywoodiono e pelo formuloçõo do
pergunto: "Vocâ é oÌuqlmente ou ló foi olgumo vez membro do Portido Comunisto?"]4
Concomitonte q esse "perigo vermelho" nos Estodos Unidos, e ecoondo o seu
tom histérico, reotivo e po,ronoico, o "omeoço lovondo" referio-se ò perseguiçõo r-
'!r homossexuois num período em que q homossexuolidode ero oindo omplomente con-
siderodo umo doenço mentql. O orgumento comum ero que goys e lésbicos erom
vulneróveis ò chontogem e, portonto, rePÍesentovom um risco poro o seguronço/ se-
Ë gundo o convicçõo de que, onte o omeoçq de serem expostos pelos comunistos, os
homossexuois lhes forneceriom informoções (Joseph McCorthy (,ì908-.l952) controtou
o goy nõo ossumido Roy Cohn (1927-19861, e ombos forom responsóveis por demitir
homens goys de corgos do governo e qsseguror seu silêncio medionte o disseminoçõo

243
lo-
Supõe-se que o expressõo "omeoço
de rumores sobre suo homossexuolidode)'ls lovondo]' usodo em
/o-v31der lods fropozes
vondo" seio procede";;il;;;ts1ao
(189ó-19ó9)' guel n9 esperonço de ver o Portido
ì952 pelo senqdor Eu;,"; Dirksen pro-
u*".riiuo do Deportomento de Estodo,
Republicono reover o controle do orgõo escreveu
meteu expurgor os ",õ;"t l";ã"aã1, do seu mondqto'ró Lilliqn Fodermon
de orien-
tornou-se "nõo qPenqs um'o escolho
que/ nos onos 1950, ,ui "hoto""xuol" moneiro
socìol' emboro em gerol vivido de
toçõo sexuol, mos Ìombém de orientoçõo do urbonizoçõo'
encoberÌo".]7 Após o ;d;"d" G"erro Mundiql e com o incremenÌo
o de subculturos nos metrópoles
cqdo vez mois goys e lésbicos possorom forti.ipo|. goys e lésbicos'
primeìros ;."p"J de.liberto-cõo dos
estodunidenses, e formorom-se os (fundodo em
Socie'tf iSociedode MoÌtochinel
incluindo os orgoniroiáes Mqttoc'hine (fundodo em 1e5ó em son
te50 em Los Ansetes) :ïilil;;'ìÀiritot1rí.'os do Bilitisl
Hirschfeld'
;;;;;;t), opoLdo' no ouã teórico onterior de 20' como mencio-
Com reloçõo ò no virqdo do século lg poro o século
;;;t;
iniciois
jo esirotégio elusivo ou modo de
nqdo onteriormenÌe, tlnho iouido oriiculoções "dioleto homossexuol, um
J" dirfor.", um
ser_cornp_que serviu como umo estrotégio rqzões de sobre-
modo de se comunicor entre oqueles
'"nt"ndiiori emboro excluísse.(por
'norm.olìd-ode' nõo podio ser odmi-
vivêncio, tonio legol quonto psicológico) "q'"Ét'*i"
tido nesso .orunidoJ""-õil, oïndo
q* iorr" pro*iro".]8 Em.boro o Ìermo tenho se
com plexificodo no ao contem porôn:". n,tn":
::: :ï :.:l:ïï:*: ïilti::ï:
",uãifdo comp que nos é útil oqui é suo.relevoncto
ã uria,i.or, o elemento
de modo exogerojo"le ou' de ocordo
o qírio fronceso se camPer,que significo."posor ostensivo e extrovoson-
:J; ; óïà,.,Ë,-,.rr, òiriiárL,y,,(ãe ,m homem ou seus modos)
,i
e teotrol"'2o Esse ospecÌo esÌilístico
temente ofeminodo; estilo delibárqdomente "*og"|.odo 20 sobre
J.;;-**"n, d" d"r.rìfãu, liÌerórios do início do século
do comp rombém
e o conceito do dôndi do século
l? o
drog queensdo submundo doi .oro, noturnos
figuro descon."aont"'l'n1"";;t-"
fr.d;."ntJ no' estudos sobre o comp' Pode-se dizer
obertomente goys e nq persono
;;; ; ;rrp culminou nos cosos sexuois mois ou menos formuloçõo
do ,u.rlo 20. Como diz o célebre
exirovogonte d" or;;"ú'rJ", "" "'.ao
deSusonSonÌog(1933-2004):.Assimcomoodôndiénoséculolgosubstituiodooristo-
o comp é o resposto poro o
croto em termos d" ;lr;;,
,' comp éo dondismo moderno.
do culturq de mossos"'2l
problemo: .oto ,"''ut dãndi no ero ,,crio-
,,crioiivos,, tinhom o comPnesse período iniciol, os mulheres
Se os homens grupo
o;;;i;;-",ulh"r", lerbicos ou bissexuois ossociodos oo
Ìivos,,_rois.oro sediodo em Novq
de Bloomsbu,, i;;i;; ; ; núcleo literório rodicol de lésbicos
",
york (incluindo Morgorer Anderson eailõì11, que,
I com Jcne Heop [1883-19ó4]'
literório de von-
frndou e dirlgiu o suplemento
suo omonte, e EzroÈound [t aas ]9721, como Dluno Bornes
guordo Liftle Review,opoiondo escriÌoros lésbicos oi, bissexuois

i.otinhoneiro" ò "lodv"22-poro odotor


[1892-1982]"Bo'on""'vonFreytogLoringhoven)-tinhom.,umo,voriedodeestilospes-
soqis e modos d" ;;;;";;. .l'oti*-dï
e exploror, oinao qïJop"no, durdu
qu".ì" montiu'"rr"r dentro do seu círculo socìol
.oro Novo york ou Londres.23 Contudo, ossim como os
os
de opoiodor",
"n1t.,aãã", culturois e esÌéÌicos olternotivos'
homens queer desenvolverom moneiros e estilos
òs vezes omqvom homens Ìombém)
começorom o
mulheres que omovom mulheres {e que estobelecerqm qs
de viver e de representor-se criotivomente
esÌobelecer modos
explicitomenle queer nos metrópoles
do décodq
boses poro o ,urn*l"nro i".uirrro,
t Unidos e do Reino Unido'24
de l9ó0 por todo iãttuat't dos Estodos

244
e- 'e-
NoconÌextobrl;ônlcciemquec'rlsic:occlrie)e'c-'-l'-'zÊ''s:-'-'e
voriodos de expìoror o se''uolloo:E
*etoaos
com os esÌudos a".rftrìo "o,Jáf1, e dq histórlo co
visuois se desenvolverqm o po'ti' do Ìeorio do cìnemo
loçõo òs ortes oo surgìmento
orte feministor, o po"ilJo' ono''ì920' lsso oionÌ"t"u O"j*lT::te
deculturosqueercodovezmqisobertqsnoscidodeseuro-omericqnos:qdissimuloçõo queer ìncipientes'
,,qrmôrioí, forçodor"Ju p"rioao, qnteriores, com subietividodes
e os e de expres-
de dis;;r;s lìgoios oo eroÌìsmo'
derqm lugor ò 199ó' lrit Rogoff
""plo'aïi;;;";livre'
queer.r, ";;;ìn-* Ë seguintes' Em
sões e próticos monrïestomente desenvolveu umq
:Â-io'tniod"''" sig'ot""' no quol
oublicou Gossip "' sobre correiros e
ï"o,.io p,.ouocodorq
';;;;;;
J;i"';';";àr i" uoú'rr,oticã no invesÌigoçõo
Goldsmiths'
jo.fo"oao'" ot"it g'tì' tot"go ãe Rogoff nq
obros de mulheres "":;; do culturo
r""drlr, J"r"nuolu",u suo teorio pqrq umo-compreensõo
universidode a" de 2oo5 Between You ond Me:
York
ortísricq mosculino n;;;N*o y- "|Ï ';;;tldt o vqlor do [o-
iÂììwtr,ú-, tita'u.os.26 Butt exqmino
eueer Disclosures ," iÀ" N"* homossexuoìs de vórios qrÌistos goys ou
Jo, uidor
foco nq reolizoçõo a"'"-ï.ra*.o o"ll^Io'nol tle28-leBZ)'
bissexuois conhecidos, incluindo
*':tl'.":il iiniã-ãôozf' no cidode
nou",.íïour.h"nb",g (içzs-zõoa), que estovom Ìrqbolhondo
Josper Johns e esse estudo o entendi-
rã.ito ZO (éj;;ã";""tol poro
de Novo york em,"àïïa. os idenÌificoções
do orie |."ionh"."t plenomente
menÌo de Ou", .o*o-o1-r-ú.rl,rro, ortístìco mois omplo persis-
d"""'ï't;t; ; h;tu'io do'o't" u o meio
homossexuoi' No mundo do orte' tombém'
rem em ignoror ,;o;ì;,;;sse conhecim""ìo ota hole). o lìnhq
",
hovio umq dìvisõo Ji,"" ;;'il;; ;-n",r.n""f",nl lll.t'on'punhom
l;h'; qbsÌrotos eo
qrÌistos expressionìstos
ríspido, Ìempestuoso dos
enÌre o mqsculinidqde trobolhos experlmentois
de Jonothqn"J'-foit' de seus
"silêncio queer",nos polovros e provocodoros' mois ou menos
ìntermeios, e o obrq ! p"rrono" mois outoconfionÌes
"s*'ir.,
e Andv worhol'22 (Esso
oberromenre or""r'd""ï;,*ï",
."r. r".r t.tn:z-ìlall
por exemplo'
divisõo ero bem morcodo
e foi oo *""", '"tonh"tido;
';;ì;;io."nt"
JohnseRouschenbergproposiiolm"nt"..*ontinhomdisiônciodeWorhol,pois,comoo
"muito.efemìnodo"')28
ú"rn.f d"tlËtou""l" erq
Ëõ
ComoBuÌt.o*"nto,,,,nqsduqsdécqdosdeortenorte-omerìcqnoqueprecede-
ütli' os debqtes sobre sexuqlidode'
ì9ó9
rom o rebeliõo de SÌonewoll lem ";i;;;;; hobiiuqlmente desconsiderodos como
,e
porriculorm".," ,.üï"'ï"r*oir"*rolidod"' foro dos circuìtos de
,,menores,,, ..i,ã,"."r, ã" ãr'u'dod"'.loruni.otiuo, siÌuodos
modos o público
conÌribuìu poro trozer
pensomento críÌico e de trocos
t::-"::i:^:"";;;";';;ì'tÌ orte queer'
um proieto .no,, orpú Ju ,".rp"roçõo do históriq do
essos discussões, e poro
Essepro|eïofoìtombéminicìqdo,eirotodocuidodosomenÌe,porhisÌoriodoresdoorte,
incluindo,
jono*tot
toi, notoJJtunt"' D K"t;' ;t" P":T::,3."^i:::j;:j;iltïü:
qrtistos goys mosculrnos
i'rtãt'.t sobre obros de orte e Do mesmo modo'
suo otençõo
"*"ndidos
'f"*i;;;;';"i' ;;
oo t'obolh" ô;""úorÌin (leì2-2004)orÌe poro exploror
ü;.""f"", ïe.aos de críiico de
Dovid Gersy, ,",r':":;'.;;";;, coletivomenie' essos re-
o formolismo ;;;,;l';"1; ;, reloçõo oos esÌudos Ìrons.3o
ocultos-com
"" suos, con:1Ï-em seroi
vìsões históric"'
';tï;';;;;";;"u"ált*."n
qssexuolìdodesnõonormotivospresentesnoorÌenorte-omericqnodopós-guerro;ooïozer
sexuolìdqdes' de ouiro
foto de,que dor oÌençõo : "t::t
isso, elos o*inotonioìt;;;d
modovelodqs,desqfiooimpolpóvel,emboroìmplicitomenÌemosculino,esïruturoçõohete-
rossexuolqueontespredominovon3,pl'o,decríÌicoedehìstoriodoorÌe,toiscomoo
1

;;;;;ì;;"' g'""nu"'g'ì o no e seu s desdobro menÌos'3


245
Os onoslgó0, evidentemente, sõo em gerol visios em retrospectivo como domi-
nodos pelo oscensõo dos movimentos em defeso dos direiÌos (especiolmente nos EsÌo-
dos Unidos), emboro, como observodo ocimo, textos e otivismos onteriores-incluindo
oqueles do período pré-Segundo Guerro Mundiol e, nos onos 1950, o movimenÌo dos
Direitos Civis, o fundoçõo do Sociedode Mqttqchine e Filhos do Bilitis, o feminismo de
Beouvoir, e q teorio pós-coloniol nq obro de Fonon e de outros-tenhom preporodo
o lerreno poro visões rodicolizodos e personificoções de identidodes nõo normotivos
de todos os tipos. Emboro esso perspectivo dos qnos l9óO como o período iniciol dos
políticos de identìdode rodicois nõo seio inieiromente inverídico, elo é no entonÌo
bostonte simplisto, ocultondo conexões com desenvolvimentos onteriores imporÌontes
esboçodos brevemenie oqui. O que "reolmente" mudou nos onosl9ó0 forom os otitu-
des em reloçõo ò diferenço e os esÌrotégios poro teorizor e evidenciqr vórios modos
de "olteridode". Quonto òs políticos feministos e queer, contribuírom nesse compo
ocontecimentos-chove como o rópido oberÌuro de ideios sobre sexuolidode e os Po-
péis do mulher, groçqs ò publicoçõo dos relotórios de Kinsey sobre sexuolidode nos
onos l940-50 e o lonçomento público do pílulo onticoncepcionol, por volto de l9ó0,
olóm dos formqs de otivismo, que se tornorom cqdo vez mois ogressivos e públicos.s2
Relqcionodos o esses desdobromentos ocorrerom omplos mudonços nos concepções
de orte, ofqstondo-se dq ideio de orte como obieio esiótico, produzido por um tipo
porÌiculor de suieito (usuolmente heterossexuql, bronco, mosculino, de closse médio,
euro-omericqno), em direçõo o umo compreensõo do qrte como um processo que
poderio envolver todos os Ìipos de corpos e modos de ogenciomento.

coAuzÕEs, coArEscÊNclAs E uMlrAçóEs:


o FrNAr DOS ANOS t9óO E OS ANOS 1970
No Íim dos onos l9ó0, eclodirom os movimentos de libertoçõo de goys e lésbicos. A So-
ciedode Mottqchine reolizou suos primeiros mqnifestoções e piqueies em defeso dos
direitos homossexuois. O movimento homófilo derivou do Sociedode Moitochine como
um discurso que promovio o expres5õo oberto do ìdentidode goy, emboro o ter-
mo "homófilo" fosse depois qbondonodo e substituído por umo novo terminologio
nos qnos 1970 e seguintes.33 De lqdo o lodo nos EsÌodos Unidos no fim dos onos
l9ó0, o women's liberotion {ou women's lib) [libertoçõo dos mulheres], o movimento
Block Power [Poder negro], e o movimento Chicono mqrcorom o desenvolvimento de
obordogens teóricos e otivisios codo vez mois sofisticodos ocerco do reivindicoçõo
de direitos poro os mulheres, os ofro-qmericonos e os chiconos. Essos monifestoções
ocontecerom em porolelo e se inierseccionorom com os explosivos movimenlos dq
Novo Esquerdo e pelos direitos dos iovens nos Estqdos Unidos e Europo no fim dos
onos 19ó0, os quois incluírom, mois notovelmente, o Moio de ó8 nq Fronço, umo ondq
mossivo de protestos estudontis que quose conseguiu derrubor o governo codo vez
mois conservodor de De Goulle e que se rqdicolizoú entre os professores, incluindo
ocodêmicos como Foucoult.
Nesse período, o promesso de revoluçõo sexuol ió hovio se deteriorodo poro
muitos mulheres, ò medido que começovom o perceber que o pílulo onticoncepcionol
nõo os libertovo dos qtitudes misóginos provenientes oté mesmo de dentro dos diver-
sos movimentos em defeso dos direitos (por exemplo, Stokely Cormichoel (1941-,ì998),
líder do Student Nonviolent Coordinoting Committee (SNCC) [Comitê de coordenoçõo

246
estudontil nõo violenio], um movimento rodicol de direitos dos negros, em1964 declo-
rou publicomente que "o único posiçõo poro os mulheres no SNCC é de bruços").34
A segundo ondo do movimento feministo euro-omericono-inspirodo em O segundo
,""o du Beouvoir e em outros literoturos, como o reloto pormenorizodo de Betiy Frie-
don (ì921-200ó), emlgó3, sobre o experiêncio opressivo de mulheres dos subúrbios
norte-omericonos (broncos, de closse médio), A místico feminíno-explodiu no fim do
décodo de l9ó0 com protestos de ruo, literoturo rodicol e o fundoçõo de instiiuições
olternotivos-que, no mundo do orte, tomorom o formo de escolos ou progromos de
orte, golerios e oficinos culturois.3s No Reino Unido, um corpo sofisticodo de onólises
e próticos visuois feministos se desenvolveu em torno do obro de importonies teóricos
psiconolíticos como iuliet Mitchell {cuio Psychoonolysis ond Feminísrn, de 1974, lornou-
-se um clóssico) e ortistos, cineostos e teóricos do visuolidode como Mory Kelly (ortisto
norte-omericono que viveu em Londres no décodo de1970 e início dos onos19B0),
Louro Mulvey (cineosto e escriÌoro, culo ortigo de1975, "Prlzer visuol e cinemo norro-
tivo" foi funjomentol poro o teorio visuol feministo nos décodos seguintes), e Griseldo
Pollock, que obriu cominho com o produçõo de umq rigoroso revisõo feministo, mor-
xisto e psiconolítico do histório do orte.
A versõo do movimento de libertoçõo goy de fins dos onos l9ó0, dominodo
pelos preocupoções de homens goys urbonos, broncos e de closse médio, olinhovo-
-se mois com os estroiégios rodicois dos movimenios women's lib e Block Power que
com o ontigo moviment,c homófilo ou com o feminismo (o women's lib e o feminismo,
como muitos-tois como qs feministos lésbicos negros, incluindo o Combohee River
Collective [Coletivo do Rio Combohee] inclusive no époco, que elos
-solientorqm,broncos, de closse médio e em
próprios erqm dominodos por inieresses de mulheres
suo moiorio heterossexuois).3ó As histórios dos movimentos rodicois de goys e lésbicos
propõem umo norroiivo de origem boseodo no rebeliõo de Stonewoll, em 19ó9, os mo-
y'illoge, como
nifestoções violenios que ocorrerom no boirro novoiorquino Greenwich
reoçõo ò invosõo policiol do bor goy Stonewoll lnn (muito emboro outros incursões
semelhontes tivessem ocorrido nos Estodos Unidos nos onos onteriores, incluindo o
otoque oo Block Cot lnn em Los Angeles, em19671.37 As noites de conflitos enire os
frequentodores goys do Sionewoll e o polício levqrom ò mobilizoçõo de grupos oÌi-
vistos, que concentrqrom seus esforços em osseguror espoços seguros poro indivíduos
LGBT-principolmente oqueles que nõo podiom possqr despercebidos: pessoos que
visivelmente nõo se ojustovom o um gênero, numo époco em que os leis referentes oo
trovestismo (e o exigêncio de que, cqso houvesse umo botido policiol num bor goy, os
fregueses deveriom estor usondo roupos opropriodos oo seu gênero e estor donçondo
.oà p"rroo, do gênero oposto) estovom sendo lentqmente revogodos'
A rebeliõo de SÌonewoll é omplomenÌe considerodo como o primeiro exemplo
de luto dos goys contro instituições e qiitudes opressivos e homofóbicos, com preocu-
poções em Ãloçõo oo espoço sociol-desde o ocesso o ele oté o que se podio fozer
dentro dele-, os quois se tornorcim um ospecto centrol do oiivismo queer. O sociólogo
Alon Seors ofirmou que depois de Stonewoll, o busco pelo espoço público se tornou
um foco primordiol do libertoçõo goy:

O movimento iniciol de libertoçõo goy pós-stonewoll gerou umo político intensomente


erotizodo e indecente. A político de libertoçõo sexuol goy que emergiu representou
um tipo de uÌopio sexuol, que delineou o erótico como um comPo de libertoçõo. Essos
polílicos erom uiópicos no medido em que identificovom os espoços de próticos sexuois bi n<

como terrenos de liberdode, nos quois os reloções opressivos do mundo coiidiono, e lrmil
porticulormente diurno, erom superodos. O movimento de libertoçõo goy combinou no(
demondos pelo direito ò privocidode, removendo o Estodo de nossos quortos e nossos 'Bqi
vidos sexuois, com o direito o reÌiror o sexo de trós dos portos fechodos e Ìrozê-lo poro no(
espoços definidos como públicos e portonto ossexuois. Políticos licensiosos, em sumo, déc
buscovom retiror o próprio sexuolidode do ormório.38
ofe
As revisões históricos, é interessonte notor, mostrqm os conflitos de Sionewoll como ein
sendo omplomente liderodos por tronsexuois e drog queens (olguns negros), contro- reo
dizendo os leituros convencionois desse período iniciol do movimento de libertoçõo ìde,
goy, que o mostrom como dominodo principolmente por broncos do sexo mosculino.
Reconhecer, portonto, o popelde figuros como Sylvio Rivero (1951-2002j, umq mulher I her
lotino-omericono lronsgênero que porticipou dos monifestoções, torno os norrotivqs ferr
dominontes mois complexos. Ao mesmo iempo, deve-se notor que nõo ero incomum do<
poro pessoos como Rivero serem colocodos no linho de frente de monifestoções pos- otj
sivelmente perigosos, e depois serem deslocodos poro trós, de modo que lideronços ocr
com oporêncio mois hétero pudessem ossumir o foce público do movimento, numo êr
époco em que o legitimidode equivolio ò ossimiloçõo.3e orc
Algumos dessos discrepôncios nos cômputos históricos tombém otuom em mo-
dos frequentes de identificor diferentes pontos de origem poro os movimentos de l^ +,

libertoçõo dos goys e dos lésbicos, considerondo que o libertoçõo goy se boseio
nos confliios de SÌonewoll, e o libertoçõo lésbico é visto como boseodo em gronde hor
I l.
porte no segundo ondo feminino do finol dos onos'19ó0. Em reloçõo òs comunidodes orl
morginolizodos que se formorom em torno do movimento iniciol de libe*oçõo gay que cc
estovo gonhondo forço no mesmo époco, os mulheres continuorom o ser relegodos me
metoforicomente oo segundo plono. Contudo, historicomente folondo, os mulheres n ist

{incluindo, nos Estodos Unidos, o poeto Audre Lorde [1934-1992], o teórico culturql
Glorio Anzoldúo [1942-2004], os lésbicos negrqs do Combohee River Collective, e o cei
otivisto rodicol e escritoro Shulomith Firestone 11945-201211tiverom popel centrol no
desenvolvimento dos primeiros versões do otivismo e do teorio visuol queer-levondo ^^L
:Ji

o próÌico queer a ossumir preocupoções feministos, oo posso que tornovo o feminis-


mo "queerizodo", munido de consciêncio de closse e tombém onti-rocistq. Do mesmo se'
modo, olguns homens, porticulormente no contexto londrino (entre eles, os teóricos do rc)
cinemo Peter Wollen e Stephen Heoth, e o ortisio Victor Burgin) forom essenciois poro ex(
o construçõo de umo prótico e teorio visuol feministos (emboro nesses cosos nõo por- À-
ticulormente queerl. Esses nós fundomentois de intersecçõo nõo devem ser esquecidos
no tendêncio o esboçor histórios seporodos de codo movimento por direiios.
Ademois, o feminismo e o Ìeorio queer-como pressupõe este texto-têm co- ve!
nhecimentos cruciois o comportilhor entre si. Assim como o termo "queer" pode ser sic
visto como olgo que opresento um desqfio cruciol oos lopsos ocosionois do feminismo Cc
em direçõo ò certezo, problemotizondo, como Amelio Jones escreveu "o ideio de que co
podemos conhecer o que vemos", tombém o feminismo pode ser visto como demondon- ro
do do queer que exomine suo tendêncio ocosionol òs obstroções (nos quois o identifi-
coçõo sexuol é tao fluido que nõo sobemos exotomente como elo funciono no mundo
ou como se relociono com os coolizões que devem necessoriomente ser formodqs
poro produzir mudonço sociol) e seus próprios deslizes poro os estruturos normolivos,

248
Essos
binórios de gênero, em gerol inquestionodos, dos quoìs ofirmom esquivor-se'4o
limitoções *ituo, forom ãbordoio, textos sobre o feminismo lésbico, por exemplo,
,,,o enroio de1994 de Amy T.
"r
Goodloe "Lesbion Feminism ond Queer Theory: Another
'BoÌtle of the Sexes'?"
[Feminismo lésbico e teoriq queer'. outro "guerro dos sexos"?],
no quol elo convocq oieminismo lésbico-umo subcoÌegorio-chove
do feminismo dq
crítico entre o teorio feminisÌo e q
décodo de'1920-poro confrontor o desconexõo
úorio qr"".. À discussõo sobre o tendêncio do teorio queer à obstroçõo, Goodloe
qnosl980
oferece o orgumento do Ìeórico feministo Arlene Stein de que, no fim dos
"equilibror os
e início dos 1990, o compo enÌõo emergente do teorio queerfolhou em
o
r""'r persisientes diferenços esÌruturois entre homens e mulheres em reloçõo estilo,
"
ideologio e ocesso q recursos".4l
"No
.ornpo do históriq do orÌe, debotes ocerco do legitimidode do orie de mu-
lheres ou do oit" lésbico como cotegorios de onólise hó muito frequentom
o discurso
tois debotes girom em torno do utili-
feministo, bem como o teorio e o otivismo queerì
dode do essenciqlismo-que postulo diferenços "essenciois" no modo como mulheres
queer; em
ou lésbicos experimentom o mundo-e do seporotismo. Do ponto de visto
que nõo
porticulor, o iieio de orte lésbico é questionodq por evocor um seporotismo
Nos
i roi, considerodo produtivo poro um otivismo político queer mois omplo.a2grupo
orgumentos seporotisÌos, orÌisios lésbicos sõo considerodqs diferenciodos do
rã1, orplo de mulheres ortistos, umq seporoçõo que Ìem sido otribuído o diversos
pessoos do
fotores, incluindo o conflito de opiniões ocerco do deseio e do escolho de
ter relocionomentos com
sexo feminino identificqdos como heterossexuois de viver e
o credi-
ior""r e, por outro lodo, o ideio de que o visibilidode lésbico enfroquecerio
dedicodo
úitiJoau e o opelo do feminismo. A historiodorq do orie Jennie Klein tem se
q disÌinÌo do qrte lésbico, que, como elo ofirmo, esteve em gronde
o obordor hìstório
medido ousente dos regisÌros oficiois {inclusive dos mois oceitos histórios do orte femi-
de protico de qrte "lésbico".
nisÌos), groços o essqs ì"r"ruo, peronte o definiçõo umq
Coro el-lo observo, "críticos e ortistos influenciodos pelos doutrinos dos teóricos gueer
descortorom gronde porÌe dos obrqs de orÌe produzidos, nos onosl970, sob umo
perspectivo fÃinitto iétbi.o. lsso resultou em que Pouco se conhece ou se escreveu
sobre esses trobolhos pioneiros".43
Os discursos do orte feministo, contudo, sempre forom enriquecidos pelo pre-
políticos
senço de mulheres queer, ossim como o feminismo em gerol se beneficiou dos
lésbicos rodicois e de pontos de visto ontirrocistos, como é evidenciodo em nossos
ciÌo-
exemplos de importontes feminisÌos rodicois dos onos 19ZO (de Lorde o Anzoldúo)
dos onteriormente. Por exemplo, os gruPos iniciois de orÌe lésbico tois como o Lesbion

Art Project {LAP) [Proieto de Arte Lésbico], fundodo em1977 o poriir do orgonizoçõo
womon's aritai.g [Edifício dos mulheres] por Arlene Roven ('Ì944-2OOó) e Ïerry wol-
verÌon, têm recebìdà pouco ênfose nos histórios dq orte feministo {e, vole solienÌor,
têm

sido completomente ìgnorodo, nos histórios predominontes do orte contemporôneo)'


tonto
Como escreveu Klein, ìntegrontes do LAP "engoiorom-se em umo reloçõo otuonÌe
com o feminismo lésbico (como elos o eniendiom no finol dos onos 1970) como com

normqs heterossexuqis no mundo do orte e no comunidode feministo dq orte, dos


quois porticipqvom pqro osseguror suos identidodes como lésbicos, feministos, so- e
bretudo ortistos".44
As integrontes do LAP estovom interessodos em entender o que deverio ser
umo qrte lésbico, e em1977 Roven e suo porceiro, o hisÌoriodoro do orte RuÌh lskin,
publicorom o ortígo "Through the Peephole: Lesbion Sensibility in Art" poro obordor
esso questõo. Roven e lskin, nesse momento, estovom respondendo o umo corrente
do discurso do orie feministo predominonie em Los Angeles, crisiolizodo nq influen-
.l9Z3
te série de conferênciqs e no ortigo de "Femole lmogery", de Judy Chicogo e
Miriom Schopiro (1923-2015)-nos quois os duos ortistos e professoros fizerom o
célebre ofirmoçõo de que os mulheres tendiom o fozer orte com imogens centroli-
zodos, ecoondo nosso "núcleo centrol, um lugor secreto que pode ser penetrodo".4s
seguindo os pegodos do ortigo de Chicogo e Schopiro, Roven e lskin observorom que
os orÌistqs feministos nesso époco voliovom-se poro o orte obsÌroto pelo que elo ofe-
recio ò ideio de umo estético singulormente feminino. Aproximondo-se do discussõo
do ortigo onterior, Rqven considerou que o orte lésbicq corregovo umo "sensibilidode
posiiivo identificodo com o mulher".4ó Mois recentemente, Hormony Hommond, umo
importonte oriisto lésbico e historiodoro do orte lésbico, ofirmou que o sensibilidode
lésbico nos onos l9Z0 se enconlrorio nos quolidodes esiéiicqs e tóieis do obieto em si;
poro Hommond, esso sensibilidode ero definido por umo copocidode do ortisio poro
trobolhor "no limior enÌre o formo obstroto e o conteúdo politico".aT
Klein escreve sobre o defeso de umo "similoridqde lésbico", e introduz o coroc-
terizoçõo, feíto por Jenni Sorkin, de "lesbionismo élico-muiheres que defendem o
mudonço sociol, criom obros otivistos e odvogom cousqs sociois por meio dqs ortes vi-
suois e performóticos"./8 Tois estrotégios influencíorqm o trobolho do LAP e produzirom
inÌeroçóes enire grupos de pessoos criotivqs com obietivos políticos similores. A ìdeio
de umo sensibilidode lésbicq comportilhodo porecio evidente nos onosì920, mos ero
oindo vogo em suo orticuloçõo, o que tolvez resultosse, como defende Morgo Hobbs
Thompson, do foto de "tentor responder pelo diversidode dos experiêncios e perspec-
tivos de lósbicos individuois, e pelo relutôncio em permitir que a experiêncio lésbicq
fosse reduzido o preferêncios e otividodes sexuois".4e Tensões surgirom no discurso do
orte feministq lésbico dos onos 1970-BO em iorno de ideios sobre comunidode, feminis-
mo culturol, e experiêncio comportilhodo como meio de formqr umo coolizoçõo poro
luior por direiÌos lésbicos. Em reloçõo o esses últimos, o ímpeÌo de definir umo expe-
riêncio lésbico comportilhodo nq verdqde cqusou umo dìssoluçõo, pois os pontos de
debote com frequêncio incluíorn políticos sexuqis diferenles, e os políticos do deseio co-
muns ò époco-os quois enfoÌizovom o oberturo o experiêncios sexuois em lugor do
leoldode e do monogomio-em gerol controdiziom os princípios do feminismo lésbico.
Outros lensões existiom em discursos sobre o orte feministo lésbico. A ideio
de umo "hierorquio do opressõo" em reloçõo o diferenies mulheres {por exemplo, os
identificodos como hétero versus os lésbicos) foi constoiodo e desboncou Lorde no
início dos onos l9B0:

Nõo pode hover hierorquios de opressõo [em reloçõo o...] sexismo (o crenço no supe-
rioridode inerente de um sexo sobre todos os outros e portonto em seu direiio ò supre-
mocio) e heterossexismo (o crenço no superioridode inerente de um podrõo de modo ..

de omor sobre todos os outros e portonio em seu direito ò supremocio). Ambos provêm
do mesmo fonte que o rocismo-o crenço no superioridode inerenÌe de umo roço sobre
todos os outros e portonÌo em seu dìreito ò supremocio.50

Nõo hó dúvidq, entretonto, que os iniciotivos feminisiqs mois influentes no uni-


verso do qrte norte-omericono e briiônico dos onosl97o ofé, pelo menos, meodos dos

250
onos 1990 erom cloromente dominodos pelos preocupoções dqs mulheres identifico-
dos como heterossexuois, broncos e de clqsse médio, em gerol residentes em óreqs
urbonos. Esso situoçõo refletiq os relotivos posições de poder-omplomente diferen-
ies, poro mulheres clossificodos de modo diverso-nos opressões generolizodos do
,iriero potriorcol: mulheres broncos, de closse médio, que nõo se declorovom lésbicos
iinhom mois chonce de obier insÌruçõo e de goronÌir umo voz pÚblico ou ter ocesso
ò formoçõo ortístico que os mulheres pobres, negros ou mulheres obertomente queer'
Ao mesmo iempo, é importonte notor que, mesmo nesso.s comunidodes reloti-
vomente normqtivos
je ortistos e teóricos feministos, muitqs Ìinhom consciêncio dqs
preocupoções lésbicos, e em olguns cosos erom explicitomente inclinodqs o obroçor
qr"rtões, bem como criticqr o rocismo e o clossismo inerentes oo potriorcodo'
"rro,
Em Londres, por exemplo, Mory Kelly, com Koy Hunt e Morgoret Horrison, produziu
umo instoloçào boseodq em umq obiongente pesquiso sociológico sobre divisões de
closse e gênero em próticos de trobolho no Grõ-Bretonho do pós-guerro, intitulodq
Women ãnd Work: ih" Diririo, of Lobour in IndusÍry t973-75 [Mulheres e trqbolho: o
divisõo do trobqlho no indúsÌrio 1973-751. Mulheres nõo brqncos,sr incluindo imporÌon-
ies ortistos negrqs e de origem lotino-omericqnq como (em Los Angeles e Novo York)
fo-
Bettye Soor, Jidy Bo.o, SÃgo Nengudi, Lorroine O'Grody e Howordeno Pindell,
rom incluídos em exposiçõesL, em olguns cosos, odmiiidos por feministos brqncos em

insÌiÌuições olternotivos como Women's Building's2 No que se refere òs culturos queer,


o pr"r"nço de Roven no coroçõo dos orgonizoções de orte feminisios de Los Angeles
nos onos 1970-o Womon's Building-comprovo o
qcolhimenÌo, oo menos provisório,
de queslões lésbicos pelo corrente dominonte do movimento, ossim como ocorreu
com o inclusõo de exposições de "orte lésbico". Houve tombém iniciotivos curotoriois
lésbicos, tois como o "Lesbion Week" [Semono lésbico] eml973, que opresentou
performonces, filmes e diólogos no Womonspoce, em Los Angeles, e o épico de Wol-
verion e Tyogo, del9B0, Greot Americon Lesbiqn Art Show {GALHS, que brotou dos
brqsqs dos iniciotivos do LAP). Deve-se mencionor oindo o publiccçõo de
"r,i"ni,ont",
edições especiois de revistos de orte feministo como Heresies (Novo York) e Chrysolis
(Los Angeles) sobre qrte lésbico e tópicos relqcionodos.s3 No entonto, pode-se dizer
qru inicioÌivos comprovom mois o morginolizoçõo dos ossuntos gueer em relo-
"rrã,
çõo oo discurso dominqnte do orÌe feministo que sua compleÌo e inÌegrodo
inclusõo:
elos ossinolom o necessidode de estobelecer odendos "especiois" oos discursos exis-
tentes (como no conceito de "ediçõo especial sobre orte lésbico"), mois que o ÌoÌol
incorporoçõo de umo compreensõo do gênero como olgo sempreió conectodo com
o orienioçõo sexuol.

-GIUEERIZANDO- O FEMINISMO, FEMINIZANDO O QUEER:


TEORIA DA PERFORMANCE E A CRISE DA AIDS NOS ANOsI98O-9O
Todos os eventos descritos onteriormente (e mois) fornecem um pono de fundo poro
os estrotégios em rópido mudonço e os reoções suscitodos pelo crise do AIDS, que
oflorou em iorno delgBO com porticulor forço nos Estodos Unidos. Eml990, o crise
hovio provocodo o explosivo surgimenÌo clo queer no oiivismo e no teorio, um iermo
que ciiculoro em discursos sobre o sexuolidode gcy mosculino desde o fim do século
ì9, mos que ogorq se Ìornovo o sinol de umo novo urgêncio e de políticos rodicois no
oiivismo goy.
-or q crise ds AIDS, o otivismo goy começou o procurqr re-sensibilizor
o público poro o situoçõo dos queers que esiovom morrendo em decorrênciq do
AIDS-um público dominodo pelo retórico e políÌico homofóbicos do governo Reogon
(1911-2004).sa Em1990, o formoçõo do Queer Notion, um grupo qtivisto quee[ em
Novo York (com outros divisões formodos em outros portes do poís e no Conodó) soli-
dificou o lendêncio de ofostor-se do reÌórico oindq binório dq homossexuolidode-ou
goy/lósbico-, em direçõo oo gueer: fundqmentol poro esso mudonço foi o odmis-
iõo doqueles identificodos sexuolmente como mulheres, homens, e "outros modos",ss
dentro do proleto queer. O suieito sexuol nõo ero mois homo- ou hetero-, nõo mois
simplesmenie goy ou lésbico. Nq morcho do Orgulho Goy del990 em Novo York, o
grupo oindo noscenÌe distribuiu um texto roivoso e eloquente em um folheto, que em
porte dizio:

As,/os queers estõo sob cerco. As/os gueers estõo sofrendo oloques em todos os fren-
tes... Queerl
Ah, temos reolmente que usor esso polovro? É um lronstorno. Codo pessoo goy tem
suo visõo do termo. Poro olguns, significo estronho e excêntrico e um tonto mÌsterioso...
Eporo outros "queer" invoco oquelos memórios horríveis de sofrimenÌo odolescente...
Nõo podíomos usor simplesmente "goy"?... Bem, sìm, "goy" é sensocionol. Tem seu lu-
gor. Mos quondo muitos goys e lésbicos ocordomos de monhõ, nos sentimos indignodos
e desgostosos, nõo goys. Entõo escolhemos nos chomor gueer. Usor "queer" é um modo
de lembrormos como somos percebidos pelo resto do mundo...
Queer, oo contrório de GAY nõo lnecessoriomente] significo MASCULINO.
E quondo dito o outros goys e lésbicos é um modo de sugerir que Ìemos de cerror filei-
ros, e esquecer {tempororiomenle) nossos diferenços individuois, porque enfrentomos
um inimigo comum, mois insidioso. Sim, QUEER pode ser umo polovro rude, mos é
iombém umo ormo ordiloso e irônico que podemos roubor dos mõos dos homófobos e
usor contro eles.5ó

Duronte q primeiro décodo do crise do AIDS, dezenos de milhores de homens


goys, sobretudo em óreos urbqnqs, bem como grupos identificqdos como iendo olto
risco de controir o HIV (o vírus responsóvel pelo AIDS), incluindo o que foi referido
depreciotivomente como o "Clube dos 4 Hs" (homossexuois, hemofílicos, usuórios de
heroíno e hoitionos, ontes de se sober como o vírus estovo se espolhondo tombém
entre os heterossexuois), podecerom e morrerom. O horror e o urgêncio desso crise
conferirom um coróter ocirrodo, mqs lombém meloncólico, ò político e ò teorio queer.
Discursos de luto, umo preocupoçõo com o temporolìdode e o troumo, e estrotégios
otivistos iniensificodos derivorom do crise do AIDS, ofetqndo tonto o otivismo explici-
tomente queer quonto o otivismo e o ieorio feministos.
Exotomente no mesmo momenio em que o queer estovo sendo definido por
otivistqs de ruo, umo Ìeorio feministo intencionqlmente queer surgiu com efervescêncio,
sogocidode e vigor no obro de estudiosos norte-qmericonos como, mois notovelmen-
te, o teórico literório Eve Kosofsky Sedgwick (1950-2009), o filósofo Judith Butler e o
teórico de cinemo e literoÌuro ïereso de Lquretis. Esso último, como é consensuolmente
'ì990
reconhecido, inventou o termo "teorio queer" em poro umo conferênciq que elo
orgonizou no Universidode do Colifórnio, Sonto Cruz.sT Esso novo verÌente rodicol do
teorio feministo queer inspirou-se no teorio feministo fronceso, no modelo de onólise
do discurso de Foucoult, nos estudos culturqis briiônicos, no psiconólise, no morxismo e

252
nq filosofio pós-estruturolisto, ossim como, obviomente, no político queer e no otivismo
feminino. Em porolelo q esses ocodêmicos, um grupo de filósofos e Ìeóricos culturois
feministos do Austrólio, como Elizobeth Grosz, Rosi Broidotti, Rosolyn Diprose, Moiro
Gotens e Genevieve Lloyd estobelecerom umo prótico rodicol de fozer releituros de obros
produzidos por filósofos ocidentois do sexo mosculino, tois como Espinoso (1632-16771
e Deleuze (ig25-1995]1, no perspectivo de umo político feminisÌo. Esse trobolho Ìem
influído de modo menos direto nq Ìeorio visuol feministo queer, mos nõo é menos
imporÌonie em suo omplioçõo de rigorosos modelos poro orÌiculor umo ieorio femi-
nisto contrório oo essenciolismo, e que, ossim como o teorio queer norte-omericono,
insiste no fluidez do identificoçõo.s8 A confluênciq do otivismo queer e dessos formos
revigorodos de teorio feministo-cloromenÌe queer em seus inÌeresses e reivindico-
çõei-expuserom o heÌeronormotividode dos feminismos onteriores. Se hovio existido
umo seporoçõo enÌre o histório do orte feministo e o teorio gueer (menor que, deve-se
destocor, entre o histório do orte feminisio e o histório do orte sensível òs preocu-
poções goys/lésbicos), esse foi um divisor cloro, com o primeiro otendendo mois o
quesÌões de modos instiÌucionois e discursivos de sexismo e exclusõo, e portonto-
por necessidode-portindo de cotegorios como "mulheres ortistos", e o Último mois
orientodo poro teorios que odmiÌiom sexuolidodes mutóveis-mesmo que produzi-
dos discursivomente-que controriovom esso cotegorizoçõo. lsso nõo significo, de
modo olgum, querer eliminor os interconexões e o opoio mútuo enÌre integrontes
dos movimentos e qrticulodores dos teorios, mos indicor tendêncios gerois nos onos
'1990.
Essos tendêncios levorom, produtivomente, oo crescente questìonomento do es-
treitezo dos preocupoções feministos-por otivistos e Ìeóricos queer, Pot feministos
nõo broncos como Glorio Anzoldúo e bell hooks bem como por ortistos, outores do
compo do orte e curodores interessodos em outros modos de identificoçõo tois como
roço, etnio e closse.
As duos olos emergentes do que se tornorio umo teorio culturol fem risto queer
nos onos 2OO0 começorom q se unir no fim dos onosl990: umo ieorio e um otivismo
queer tingidos com meloncolio e dedicodos o obordor o troumo dq crise do AIDS; e
umo iunçõo de preocupoções gueere feministos nos estudos culturqis (nõo-ou oindo
nõo-no histório do orte). Muitos exemplos desso novq teorio culturol feministo queer
poderiom ser citodos, de Dísidentíficqfions: Queers of Color and the Performonce
of Politics (1999), deJosé Esrebon MuÃoz (1967-2013), o sex obiects: Art ond the
Dioleclic of Desire (2OOó), de lennifer Doyle, possondo pelo livro Feeling Bockward:
Loss ond the Politics of Queer History (2OO7l, de Heother Love.5e Nesse último, Love
escreve que "[um] porodoxo centrol de quolquer crítico tronsformodoro é que seus
sonhos poro o futuro se fundom sobre umq histório de sofrimento, estigmo, e vio-
lêncio".óo Esso fundoçõo, pode-se dizer, monteve-se por muiio tempo como o forço
propulsoro do queer conforme ele veio o ser odotodo como cotegorio identitório nos
onos199O, em umo reoproprioçõo rodicol de um termo ontes corregodo de conoto-
ções depreciotivos. Como observo Love,

quondo o termo queerloi odotodo no fim dos onosì980, ele foi escolhido porque evo-
aovo umo longo histório de insultos e obusos-ero possível ouvir nele o dor... A ênfose
dosestudos queernoiniúriotornouoscríticosnessecompomoisinclinodosoinvestigor
os ospectos mois sombrios do represenÌoçõo e do experiêncio queere o dedicor-se oos
efeìtos sociois, psíquicos e corporois do homofobio.ól
r,-r . Tos, os comunidodes politicomente qtivistos de goys e lésbicos
-n;r,:t-t*-se no fim dos onoslgBO e início dos onos199O poro responder nõo
:EËr-,,:r : :rr:i'reiro e devqstodoro décodo do crise do AIDS mos tombém òs suos in-
xma.::ies:om formos difundidos de homofobio. No contexto dos Esiodos Unidos, o
*::l; :c governo Reogon em foce do epidemio mostrou o profundidode do ignorôn-
queere incitou o formoçõo
::. ss nostilidode socìol " político onÌe os sexuolidodes
:,Ê --ìo novo Queer Notion [Noçõo Queer], empreslondo o nome do grupo otivisto, ^
l^c

:-penhodo no oçõo político rodicol. Nesso conjunturo, o histório do orte queer-isto


é oroticos qrtisticos visuois produzidos segundo umo posiçõo teórico e umo político
queer outoconscientes (em lugor do conceito onÌecedente, de enfocor os ortes vi-
suois produzidos por pessoos identificodos como goy ou lésbicos por historiodores
do orte) esú enroizodo em preocupoções explicitomente otivistqs. A orte
-tombém
queerteve suos origens em obros gróficos produzidos no fim dos onosl980 e início
ios l99O poro comÉoter representoções deturpodos do mídio duronte o crise do AIDS
e como um opelo oo governo e ò oçõo sociol feito por coletivos otivistos de orte como
Gron Fury-q olo "oitístico" do ACT UP (AIDS Coqlition to Unleosh Power) [Coolizõo
do AIDS poro desotrelor o poder] grupos como Group Moteriol, Testing the Limits,
-e
dos oções mois influentes, o chomodo ò mobilizoçõo do cortoz
e DIVA TV.ó2 Umo
violento e icônico S/IENCE = DEATH [silêncio = morte] tomovo empréstimo dqs tóticqs
midioticos de oçõo direto do otivismo feministo e do movimento dos Direitos Civis,
bem como dos estrotégiqs ortísticos de vonguordo dos qrtistos feministos do décodo
del980, incluindo Borboro Kruger eJenny Holzer, que se voliom dos ortes gróficos e
de oproprioções de imogens do culturo populor poro questionor os próticos comuns
dq mídio e os representoções perniciosos de pessoos vivendo com AIDS.ó3 O otivismo
culturol no conlexto criodo pelo crise do AIDS nos grondes centros urbonos por todo
o Américo do Norte produziu umo orte gueer que ero explícito e obviomente políti-
co, omplomente difundido e publicomente ocessivel: inspirondo-se em estrotégios do
obro de ortistos feministos como Kruger e Holzer, Gron Fury e outros ortistos e grupos
otivistos usorom instrumentos do mídio e os esÌruturqs do cidqde, tois como outdoors
e sinois de LED, poro gonhor visibilidode.ó4 Essos inter-reloções sugerem umo rede de
potenciois olionços eÀtre ortisÌos, críticos de orte, curodores e historiodores dqs ortes
ieministos e queer. A veterono oÌivisto e cronisto dq AIDS Soroh Schulmon ofirmo que
foì o odvento do AIDS que reduziu o disÌôncio entre feministqs, lésbicos, e homens
goys, culminondo em umo identidode coletivo gueer mois omplo, mois político e mois
rodicol, quondo escreve: :€1

Os homens tornorom-se omeoçodos e vulneróveis. Eles precisovom uns dos outros e


dos mulheres poro interceder junto oo governo, ò mídio, ò ìndústrio formocêutico e òs
componhios de seguros. Precisovom interferir em todos essos orenos de relocionomento
sociol. Precisovom do experiêncio político dos mulheres que hoviom porticipodo dos
movimentos feminisfos e lésbicos iniciois, dos onólises do poder efetuodos pelos mulhe-
res, e de seu comprometimento emocionol com eles. Precisovom do oÍostomenio dos
mulheres em reloçõo oo Estodo. A medido que se tornorom mois frocos, os homens
se permitirom o reconhecer os verdodeiros modos em que os mulheres erom fortes,
reconhecendo porticulormente nosso experiêncio em orgonizoçõo político, duromente
olconçodo. Possou o hover mois espoço poro nós, mulheres, sermos reconhecidos por
nosso iusto volor, poro ocupor o espoço sociol que merecíomos ocuPor, oindo que o

254
-:zãc;osseoíoiodequeosircmenses:3vcÍ3esc'c'e:e-c3!ss-::-:ì:se'-e
deniro io ccrt.-n ccce cree'
ì ie'er'3: os mulheres goys obtiverom molot iguoico e
homens estovom sendo omeoçodos'
-:or oceiioçõo socìol e outonomio porque os
:e'idos e mortos.óó

GuonÌoqoenvolvimenÌodosfeminisioslésbicosnosonosinicioisdooÌivismo
t'n:T::-O:
:: :,:)S, o oiivisto t"tinirto Átber Holliboughemescreveu"'[p]oro
reloçõo oos homens goys que:"":lï
cedo
: :enildode goy comportilhodo que sentimos olgumos d91ós foi, o crescimento dro-
-:. chomou o otençõo for-o o "pìdutio' poro e dos oÌoques verbois
-:- co !o devostodo, nJ, o.orrêncios cotidiono, io hornofobio
:-iísìcosqosgqysqueocorrioPorcousqdosrepresentoçõesdisÌorcidosdoA|DS
:.mo umo doenço gaY".ó7
que c teorio que os precedeu' forom
De foto, tolvez mois poderosos politicomente
qs observou Eve Sedgwick em 1991'
:s polítìcos locois do o,iui'to gueet quois' como
do feminismo:
erom sem dúvido inspirodos pelo oÌuoçõo combotivq

goy e em reloçõo ò AIDS nos dios de hoie


As contribuições dos lésbicos oo otìvismo
sõorobustos,nõoopesorde,mospo,..ou,odo,lìçõesdeinÌervençõodofeminismo.As
perspectivosfeministossobreosquestõesreferentesòmedic|noeoosserviçosdesoÚde,
òdesobediên.io.iull,eòspolíticosdeclosseederoço,bemcomodosexuolidode,têm
sidofundomentoisnoestímuloòsrecentesondosdeotìvismoonteoAlDS.oqueesse moìs
envolvidos nele pode incluir um conlunto
otivismo troz como retorno òs lésbicos
plurolìzododeideiossobrecontornosdegêneroedeidenÌificoçõosexuo|.ó8

por meio do trobolho de esÌudiosos como sedgwick, Butler, e


De Louretis, o
deporúmenÌos de humonidodes nos
teorio queer emergiu nos onos 1990 em vórios com mudon-
Reino Unido' em consonônciq
universidodes nos Estodos Unidos e no
çqs no teorio feminirio u
.o* um redirecionomenÌo, em comunidodes politicomente
incitodo por políticos de identidode,
rodicois e morginoliz;;;;;r; " ofáo potiti.q
identidode fixos e convencionqis ou defi-
os quois buscovom a"t.".lirtl, noções de
do gênero e dq sexuolidode, Butler'
nidos de formo estreiÌo. Entrondo nos ÌerriÌórios
q,i""," opropriorom-se do trqbolho
sedgwick, De Lorr"tir-u ,rtr", teóricos feministqs do
sociol-construtivisto de FoucoulÌ sobre o
sexuolidode e o fundirom com elementos
q
de closses, e teorio do performonce'
psiconólise, ,ro ot"nçao morxistq ò crítico gênero e
empregondo .oniunrào po'o. desestobilizor os estudos vigentes de
"rro
sexuolidode.PoroosformuloçõesdeButlereSedgwick'foifundomentolonoçõode
em Horvord
,,performotivo,,, desenvolvido iniclolmenÌe notconfe"rêncios dos onos'ì950
pelo brirônico filosofio linguísricol r fru.s]r.n
(1911-19ó0), e publico-
" "rp".,otir;;* õo Things With Words'óe Butler, que hovio
dos postumom"nt" ur'ìgó2 como How To fronce-
escrito suo dissertoçàà pr'-"trã iiu. sobre o recãpçõo de Hegel no filosofio
"
o obro i" Beouvoir), compôs seu ìnfluente orÌigo
de 1988 "Performotive
so (incluindo
Acts ond Gender ConstiÌuÌion" em torno do
ideio ousÌiniono de- performotividode'
noçao Á identificoçõo'de gênero e de sexo' Conforme escreveu em
oplicondo
"rro
seu conhecido comentório:

ogêneronõoé,deformoolgumo,umoidentidodeestóvelouumlugordeogencìomen-
constituído
to do quol vórios oïos pro."dã.; em vez disso, é umo identidode tenuomenle
no tempo-umo identidode inslourodo por meio de umo repeticoo estilizodo de otos.
Além disso, o gênero é instituído por meio do estilizoçõo do corpo e, portonto, deve ser
entendido como o formo prosoico segundo o quol os gesios, movimentos e interpreto-
ções corporois de vórios tìpos constituem o ilusõo de um eu com gênero permonente.z0

Butler solidificou umo noçõo de gênero feministo queer como performotivo e


portonto fluido e indeterminóvel, emboro, com suo formoçõo em filosofio hegeliono,
nõo surpreende que em seu modelo o gênero oindo seio reloiivomente binório. Assim,
foi Sedgwick quem trotou o noçõo de performotividqde como definidorq de umo po-
lítico feminislo queer expliciiomente contrório oo binorismo. Em lendencies, de 1993,
Sedgwick discorreu contro os binorismos dos modelos onleriores de políticos de iden-
tidode, os quois incluíom muitqs formos de feminismo:

O cólculo bÌnório que estou descrevendo oqui boseio-se no noçõo de que os sexos
mosculino e Íeminino sõo seus respectivos "opostos", mos quero regislror um veemente
protesto contro esse tipo de senso comum. Nõo importo sob quol construçõo culturol,
mulheres e homens sõo mois porecidos entre si do que giz é porecido com queiio, que
o rociocínio se porece com uvos possos, que em cimo é como emboixo, ou do que 1 é
semelhonte o O. Os oiribuios biológicos, psicológìcos, e cognìtivos do homem se sobre-
põem oos dos mulheres muito mois do que dÌferem deles.zl

Sedgwick é cloro oo qrticulqr umo ieorio femìníslo que insiste no gênero como
olgo performolivo, queer e nuncq totqlmente determinóvel:

Esso é umo dos coisos òs quoiso'queer' pode se referìr: o omplo molho de possibilidodes,
locunos, sobreposições, dìssonôncios e ressonôncios, lopsos e excessos de signìfÌcodo,

que os elementos constituintes do gênero ou do sexuolidode de quolquer pessoo nõo se
prestom (ou nõo podem prestor-se) o expressor-se de formo rígido e unitôrio".72

Ao portir do gênero como olgo performoiivo, esso novo e rodicol "terceiro ondo"
teórico, que ero estruturol e "simultqneomente" queer e feminisio, respondeu de for-
mo crítico e criotivo òs obordogens essenciqlistos sobre sexo, gênero e sexuqlidode
que hoviom predominodo no segundo ondo do feminismo. Entreionto, é importonte
desiocor oqui que esso segundq ondo (com o que provovelmente concordoriom essqs
próprios teóricos feministos queer) hovio tendido ò estobilidqde e oos essenciolismos
por umo boo rqzõo. Esperomos sugerir neste volume que o terceiro ondo do feminis-
mo, mois produtivo, nõo diz respeito q "motor q mõe" (tompouco o motor os "pois,,
de teorios onteriores orticulodos por pensodores homens, goys ou heterossexuois) por
meio dq produçõo de versões supersimplificodqs de supostos "erros" possodos, como
esses. ldeolmente, enfoÌizomos oqui que o terceiro ondo de feminismo-que é, "por
definiçõo", um feminismo queer, tronsnocionol e ontirrocisto, crítico oo sistemo de
closses-deve estor voltodo o honror o necessidode onterior de formor coolizões vio
essenciqlismos provisórios, por exemplo, o ideio de "mulher" em gerol, enquonto teo-
rizo sobre o necessidode de umo compreensõo novo, nõo binório e oberto de como
nos identificomos em reloçõo oo nosso gênero e nossq sexuolidode.
A gênese do ieorio queer-que, como mostrom os cosos de Butler e sedgwick,
originou-se em porte dq ou como teorio feministo-oiudou o identificor o que poderio

256
'os
ser considerod(
io-
7a
rï,"ü*ï;1;Jï ï::ïtï
:i i_,ï:.: J:, ï1;: i j: j;fi eo consciêncio
ro, e de,
sêne n e. u . s

a;;,iiï jïï:ïj'',:ï,,1Jffno au e,'r",-;;;il"; sueer se


",ro'ço,
e com o hovio' iJo o'ti" lodo nos o rtes "l;';1; ; ;"-'f'- :i'ï'"ü:l:lffinm
por exempro, os t,qborh_os "1:i:
n, (te40-1ee3)' nos
J"
onos 1e7o'e0,"
èü" éff;tr I:::,:::i:t#l;j:r:iïlïïtrft;
por cindy shermon "", J""
no período rntô-eo
,r"g"r, Ë;;;;;;, de sênero produzidos
ì, crqmqr peros
ry".po.reciom onórises butrerionqs

i:i.""ï1ï*;*n:tjÍ:Í:ïïf:À '0," a" s".inï,&,.'",. suo vez, ,ornou.se


Ì-

ffi 5 :ff ,i,lï': "' l" T r"ff il ï:ï"','iJï,"ï, j,,ï io'' "..
l*'.iü,"" " -., Ë"' "'.,,
umo posiçõo ,,omi-
de ex_olunos ,"rrro_orsím
como os trobolhos, ",
h.i""r"rËurr:exÍremqmente
José Mufroz e Jennifer influentes,
Muitos-.;:'tr a,o)1!.|o'""'"Errr
orrtotopesquisodores e teóricos feministqs
rao diuersos
t 9'*iÍo' fundqmentois,
o sociolon': u.o onkopologio,-Jlo,.oror-se de compos
indogo, oJ
.,,:Ë ;;;rd"iï:j
";;:;:
:::ï:;::
rombém o

se "
define hoie como reorio
visuol à, iid;H*ln*::'';ï*ì.
a" ,;;
À.ir,o.,o
#;#;r"er. por :
,ï/:' : 1; j:: :l ;; ; j :ï Í1i{íojn,,,."*o . .* ;,; ;;.;nl x i, a"xerplo.
5
o
c,u n, * b u,.,

o il ; ;,ï
ho
poï' a, j"" #; ,lï i 5;J:il: o
s co ee co m
,t i.:l,"ng a
i
a n
", " " :,J
po ro r o; ; ;.rïrl,:'.ï
rdo c
rormqs mois reconh".iao,,
;X *' *:t' 1 fuïfu,:' f::':ï ï: i ï id ::
Ìoni Morrison Roce-ing
J.iË;;jilj:ï":j":::j:.lenshow,
como porte do livro
em umo dos suos

Thomos, ond the


',
Justìce,Ër:";;1; PoweT Fs,sovs on
editodo ;;';;;";.;
èonsrruction of sociol Anin niìì, ááí"Ïil
e cloromente r"!,1,n
interli
;;;; ;::::!;J:ï:ï'r1ï: o'porítico'o;u',"b'-
sões do senodo
por fo'"'
""; ; ;;;; ff{ïd^:.#"ï j,ï
n'rr r"' i'i";;",'::T''"do b,.on.o'l
"::1i';ol
;;;.::
Th o m o s,
que Thomos, no
Ï:" :::ï j,,il""ï:ï ::"_;.afoi3 el'." " ;ï", " co rÍe c
: ce r o re n
éooco porriculormenre irônic.,
a" .ïïï,Jr.oro
Emprego, e "rJi,.,
un.orr"godo, de ";;;;;
oportunia"a"r',nr"ï
"ro portonÍ", a" ï.,1lmissõo

j,ijis;
l:['ËÍ:::ï::,!"9ï""iJ',ï"r:;;:""'"'"**:ï::ï;:ï;n:ï;,'"',:
q ue feto m
o lhere, l"^9::t'-t:
l"'m.en te oq elo'
o r". i.n à"o: ; Lï
u

co po rtilh od',
m
mu

J";"J;,1:ï:;"'
An ito iït p"'t'uo'
" ;lïïff :'fl::ffi ,:H?
H

Ao
mesmo
do,eorJ;ilï*;;,:1r*ïï:lï:ïiii_i
tem
j""Hrn jn:::*.,:ïlr:
rescenres nos onos
2000, rombé;;f;;.";;,
modulor-üiïrì.r[, o rendênciq
f ;
jfïïï
j:ry,'1"Ë"n.li"ï'o:den,idodesdï
dos

^,^.'i:lï:$ï*:iUli';fl
Muõoz, sinrerizo o,"nriúÍJoaï;.ï.j'lïïïI,:n?t' O livro Desìdentificonrrr,
começqrqm o or,,.rio,t'bilidode com o quol":t:1:r:l il""'ïl;il
a"ïu
um modelo mois no curruro visuol
lireróríos;;Ë;#,J moti
cedentesil;#.;,:ruh::,ï:íffi":-:Fï:ff n':J,ï:ï1,::":Hi
estereóÍipos culturois
ÍreieironJo poro dur-iduntifi.or*J
;;J;lorginolizodos jI
Íe' ospectos desses
estereótipos). Nos ìncorporondo,,r"ton"oli.;;;;
onos nors recentes, ;l::tt
os possibilidodes
;;;;;
incluindo
p"r olguns.teàricos queer'
escr;Ìodqhìstórìoepqrooformuloçõodeumunìversoqueeromoliorom-sepormeiode
:cordogens ..iii.;rPi;i;.riiru*ira" "aïì"J", HeoÌher Love' proprìo
o
Lee Edetmsn, Eli;:L;;;;;;.;l,J''hï;:ï;ï.iú"l.,tJ*,'u
au "futurismo reprodutivo"'
"drog Ìronsitó-
c"'h";;"ï;';;;icl; il'tutoçá"' "orquivos queer"'
M,.rãoz,
" "uÌopio do pegoçõo"' e
po"odi't'i
.ic", "tempo quu"i"liun'i'-'"
,#;
.especÌivomente,sugeremnõoopenosumoexponsõoeUmoreorticuloçõorqdicoisdqs
*'oïï; ; ì d .ÏË
; ;:
:i il :"# :
ffi ffi i :ï l:
^ os
sr o
",r ì
o,
"
"'.
pesq-uiso
"{ ^ï';ï.f.
,"*;", p"'to*owiaode' 1H:ï;: il:ïil:t:'.ï;,'"^t" "* Poro
reloçõo oo
nos'onos 20ì0, possou " ":p-ï-1]Ïïï;;;;";;;; estudos do ofeto sueer'
;;,
o orquivo pode
q,-,e proporcionor os ntt
ofirmou que os/os queers
esse fim, Ann Cvetkovici'r

formodos
;, orquivos de goys e lésbìcos forom
[...1tìveromquelutorPoropreservorsuoshisiórios'Emfocedoomissõoìnstìtucionol,oo
,*',;;;;,
lodo de hisÌórios opogodos"
pormeìodeesforçosdo'p""oo""o,"t*ffCriodos'emtornodosexuolidodeedo
ìntimidodee,PorÌonto,d"fo,.o,ï"o,."l.,a"a"ede.invìsibìlidodequesõotonÌo deìxom. troços
e lésbìcos frequentemente
quonïo ìmposÌos, oposìçoo os
escolhidos ", "rì,,ì*r"f"ys instiiucìonolizodo ou em
i..r*".4çõo
ousêncio aá
efêmeros e usuois. No
históriosoficiois,omemório,"to,.*UmÍecursohìstóricovolìoso,ecoleçõesefêmeros
epessooisdeobietoscolocom.seoolododosdocumeniosdoculiurodomìnonteporo
zB
ot"'"t"" t Ja-ol llt"'notiuo' de con heci mento

e o conheci-
SeosorquivosseÌornomconÌeirosporqqescqvo-cõodehisÌoriosfeminìstos
entre hi,sÌoriqs perdidos
gUeer, os podem fot.n"..|.ï''"^;;f"." mois polêmicos poro
"*po,içõe, i"r, o, ;;; n"'ol os lugores
menro públic"lï.r" ";
"^poriçã"ï rodicois'
ítfut"t feminisÌos queer
o orticuloçõo'a"
I.
:1,
:i.
GIUEER: ,rÈ

EXIBINDO A ARTE FEMINISTA


A5 PRÁTICAS CURATORIAIS'
ll
E
oS CONFLITO5 CULTU;A.; i
t:

s' d e rIo s ro d o s em

:::': fi': Ï:ï


iir

Yl o s E sto d o s U n id o
::n:li.'
;tl
n n o
"* :,'^'"' ? trozido ò luz lìi

lÍn "l'
ll
ò AlDs ']1t;1tco
porte pelos onsiedodes '"ioçao ";""i;;;;;i'úr" h
F
rl

cristõos' e,em gerol mirorom


F
oelocrise,ofetoudesproporcionolmenteosortistqsqueereoquelescu|oÌrobolho &

ero vìsio como umq .fi;;i;


oos volores estqdunidenses
público' o Notionol
H

qu" to|.noul;"";;, obro, alrpr"ì""ir ò vìsitoçõo ffi


exposições À;;;ti lNrn')'foi um olvo fundomentol'
r&.

Endowment for the a't' irunao f"titl1l^d;; Wildmon' do


ìR
ìü

com o qlvoroço oficiol to'""'onao


em 1989 l"u"l."ndo õ;J;-;
'Donold em
ao Fomílio Estodunidensel
Ar"|.i.oi-r;ìü Ã;r;.i"ti." ü;;:;iao
o finonciomento'
conservodoro
coletivo d" p"'"
i"ill']orq
i;;;;"';
serrqno e
Tupelo, Missouri,
''n";i;; ';q
,,fonotlrrï."i'.r'uã.", referindo-se em poriiculor Andres
pelo NEA, d" o coletivq de im-
Áiss Chrísr [Urine emïr'U.i.;'Pouco-opós e Alfonse DAmoto
suo foÌogrofto d"fç# H"itt (192,Ì-2008)
senqdorer;;;;r;J.; Ünidos l"rr"
umo corto qo
orensq, os 3ó senqdores ossì1orom
denunciqrom o obro ;:";;;;* Dick Armey^"Iu: enviou
umo cqrto
suo ìndignoçõo O'"guido'
d"p;:?
NÉA expressondo otençõo poro o retrospectivo
oo NEA visondo chomor o
d"úil;
ossìnqdo porl0z o momenÌo perfei-
Robert Mapplefhorp", íi" p"rt"rf MomentË;ü;;; *;fl"tho,"pà'
no Corcoron Gollery of Art' em Woshington'
to], o ser inougurodo em iulho. de 198,9
mois expliciÌomente sexuolizodqs de
As obieções nõo erom dirigidos òs imogens produzidos
(enquonÌo Mopplethorpe ero bronco)
homens, o moiorio dos quois negros crionço bronco
Rosie' de umo
pelo orÌisto, *o, o rtJÌo'og'iio de,1976
intitulodo
Gollery onunciou que
cuios genitoi, r* iunho delggg, o corcoron
"rtouonrl "irtã. oto que foi exÌremomente criticodo' em
irio concelor o exposiçõo de Mopplethorpe' do lodo
qrte e otivistos queer, que.protestorom
especiol por otivistos io,rndo do
de foro do museu, 0,"Ë;";;;;;lr"
r".r.'.a" slides dos fotos de Mopplethorpe' The
perfect Momentfoi enïao exibido no ConÌemporory. Art
Center (CAC) de CincinnoÌi'

potrocinodopo'"'p'u,oslocois.EmborooCACÌenhqofixodosinoisdeodvertêncio
de olgumos dos fotogrofios, o exposiçõo
ter-
sobre o noÌurezo ,".r;;;;;explícito
Nou" tetbrà de um gronde iúri do
minou sendo fechodo no diq do inougrroraol
no dio dq oberturo e decidirom que
sete
condodo de Homilton visìÌou o exposìçõo Dennis Borrie com
o CAC e o diretor
dos fotogrofios erqm obscenos, incriminondo
"p'otouur o obscenidode e o uso ilegol de
duos ocusoções de tont'ouunçao' Por
ò nudez"'8o
umo crionço em moteriol relocionodo
Outros i*ott'oa"' p"lo Nin que forom censurqdos ou concelodos
"^po,içaJ' *;r;r;i; Nqn Goldin úfn"rr"r, Agoinst our vonishíng [Tes-
nesso époco tn.lriror"J spoce
temunhos: conÌro ;";úrecimento], orqonizodo no New York's Artists otivisto
".r;;
em tee' po.o ho*"nïË"Jffio, f"rãtaoï potl:^llDS Goldin pediu oo
que,contribuísse com um en-
e qrtisto rodicol queer"Dovid woinorowicz fivÈueez) Americq:
soio poro o cotólogo]nã qr"r ele
publicou pelo primeiro vez."Postcords from
experiêncio como umo pessoo
i:;;y: ir;,.,.' Hell,,. lesse texto, ele reloio suo próprio responder
pobr"r, e'os fqlhqs do governo em
vivendo com AIDS,.'"i"'t. iã'o'Js no,
do exposiçõo pelo NEA foi "lj:9:*j:"
odequodomente ò crise'8r O finonciomenÌo
Mois ou menos no mesmo epo-
vogodo, groços ò inclusõo do ensoio de Woinorowicz'
co,o"NEA4",vmgrupodequoÌroortistosperformóticos'todososquclrsproduziom
Finley. John, Fleck' Holly Hughes' e
obros explicitor"nt" qJu er efoufeministos_lKoren
pelo NEA concelodos pelo diretor do instituiçõo,
Tim Miller_tiverom ,Jo, ,uuu"nções
JohnFrohnmoyer,depoisqueoCongressooprovovo'"decencyclouse"[clóusulodo
consideror nõo openos o mérito ortís-
decêncio], qr" a"t"rl.inoul qu" o Nin,d"u"rio
e respeito pelos.diversos crenços do
tico, mos tombém "ü;;r g'ã.i, d" decêncio de Los
movido um processo.no tribunol federol
público estoduniden-s;'1;;p"ót ter sido de que os
(sob o orgumento
Angeles poro i*prgn"o; .'.;;"1"*"nto
aor subvenções
e,nõo boseodos no mériÌo
por rozões políticos
finonciomento, noui'o, ,úo '"uogodo, Ame-
ser restobelecidos com o opoio do
do trobolho dos ortisÌos), elos terminorom-por
foi por fim forçodo o demitir-se.
ricon civir Liberries ü;ü;. e Frohnmoyer
Aseporoçõo"nt'"'oidentificoçõesdesexoegêneroe,ospolíticosossociodos
(no coso do femi-
o elos, com bose .."*"rt essenciqlìsús de 'gêriero" biológico
nismo) ou
",
no opçõo pelo obieto do mesmo su*o
(io coso de gronde porte dos discur-
definio o
noqueles considerodos mois rodicois) ió
sos LGBTQ|,83 mesmo implicitomente décodo de 1980'
o
orte feministo e os proticos curoÌoriois gueer mois influentes desde
,l984 Sexuolity
Emboro o de Dífference: On Represen tot,iln o,nd [Diferenço:
""poriçdo e sexuqlidqd"], .orn .uroiorio de Kote Linker e Jone weinstock
sobre representoçõã
york, ienho se tornodo umo pedro fundomenÌol
poro o New Museum of Art em Nouo
femini.stos,pós-esÌruturolisÌos do orte
e
poro o que veio ,"' .r.''"r"Jo de obordogens
" publicodos no cotólogo reforçovom
do teorio visuol feminisÌos, o mosÌro " os eisoios
q estreiio demogrofio representodo por esses discursos (morcodo por interesses he-
terossexuois, broncos, de closse médio e onglófonos). Ao mesmo tempo, o rigor dos
orgumentos teóricos nos ensoios do cotólogo escritos por Linker, Weinstock, e outros,
como Croig Owens (1950-1990) eJocqueline Rose, boseodos no psiconólise, no mor-
xismo, e no teorio do cinemo, cristolizorom novos modos de entender o gênero e o
sexuolidode como construídos dentro e otrovés do representoçõo. Comã porte do
legodo dos inovoções no teorio visuol feministo, com o predominôncio do trotolho cri-
terioso e incisivo de feministos britônicos como Mulvey, Kelly, e Pollock, e dqs obros de
orte de Kolly e dos feministos residentes em Novo York como Kruger, Holzer, e Shermon,
o cotólogo de Dífferences olconçou enorme influêncio nq décoão de históriq do orte
feministo que sucedeu q esse debqte. Nodo sobre Diflbrences, porém, é porticulormente
gueer. Desse modo, o mostro e seu cotólogo ilustrom o estreito foco dos discursos do
orte feministo noquelo époco.
Entretonto, nesse período, duos exposições grcndiosos obordondo q sexuo-
lidode (e nõo o gênero em si) tronsformorom os porômeiros segundo os quois os
próticos visuois podiom ser considerodos gueer {ou, do mesmo modo, goys, lésbicos
'Presence
ou feministos). Essos exposições- Extended Sensíbílitíes: Homossexuál in
ContempororyArÍ [Sensibilidodes ompliodos: o presenço homossexuol nq orte contem-
porôneo], orgonizodo por Don comeron em 1982 no New Museum, Novo york, e /n
o D.ifferenf Light lEn umo luz diferente], orgonizodo por Lowrence Rinder e Noylond
Bloke em 1995 no Berkeley Art Museum, Universidqde do Colifórnio-inovorom os
moneiros de opresentor obros identificodos como queer sem reduzir o conceito ò
orte produzido por pessoos ossim identificodos pelo foto de monterem reloções com
pessoos do mesmo sexo. As moslros desvinculorqm o queer dos hipóteses qindo fre-
quenÌemenie essenciolistos sobre o que consfituío o orte goy, lésbico ou mesmo gueer.
O historiodor dq orte Robert Atkins destoco essos duos mostros como exemplos
roros de curodoriq queerem museus nos EsÍodos Unidos.sa Atkins elogio o reiei.cõo
por Comeron, e Rinder e Bloke dos ospectos mois redutores do estilo de político de
identidode dos onos 1920, omplomente boseqdo no estobelecimento de cotegorios de
identidode oglutinodoros, e o oçõo desses curodores como um modo de p"nior robr"
o orte gueerboseodo, em vez disso, no estéiico-como observo Rinder. q ênfose foi
"mois nos poéticos que nos polêmicos".8s Atkins propõe umo visõo de político de iden-
tidqde como potenciolmente formodoro de gueios, mos tombém se opõe o exposições
gueerque se omiÌem em representor q histório do orte queere os ortistos queer-or-
tistos que lidom com ou retrotom explicitomente conteúdos quee4 preocupoções que
configurom o significodo cotegórico de queer como umo plotoformo conceiiuol. No
entonto, oo mesmo tempo, Atkins se mosiro intrigodo com o decisõo de Rinder e Bloke
de incluir o obro de ortistos feministos definidos como heterossexuois, iois como Judy
Chicogo, Corolee Schneemonn, e Ree Morton (ig36-1g771no exposiçõo de Berkeley,
qbondonondo ossim um orgumento de que orie queer é feito necessoriomente
por ortis-
tos identificodos como optonies por pessoos do mesmo sexó em seus relocionomentos
e reverberondo o orgumento onterior de Cqmeron , em Extended Sensibilitie.s, de que
"ossumir que o conteúdo goy nõo pode estor presente sem umq indicoçõo forie
e cloro
de-.que o pessoo envolvido foz sexo com pessoos do mesmo gênero é subestimor tonio
o flexibilidode do ideiq de conteúdo como o imoginoçõo gojr,,.ao
Bloke explicou o popel cruciol do otivismo queer em inspiror e tornor possível
o proieto ln q Different Líght. Em seu ensoio curotoriol no cotólogo, ele qfirmo que "o

26ô
experiêncio de obrìr um iugor o identidode gueer nos ruos [no contexto do otivismo do
AIDS] forneceu o modelo poro fozer o mesmo no contexio do golerio".sz No entonto,
ele observo que, devido em porie ò tendêncio enire os insÌituições de orte poro reduzir
os trobolhos queera "dimensões que se pudessem digerir", gronde porte desso obro
otivistq permanece ousente do "memório visuol do mundo do orte", como se exisÌisse
em umq histório do orte porolelo, emboro ossociodo.Bs Esso morginolizoçõo é oindo
polpóvel, opesor do popel desbrovodor dessos exposições citodos. Por exemplo, em
2O'lO, em resposto ò ogiioçõo por portedo Christion FomilyAssociotion {que nõo hovio
visto o trobolho), o Notionol Portroit Gollery de Woshington removeu o vÍdeo curto-
-metrogem de Woinorowicz A Fire in My BellyltJn incêndio no minhq borrigo], feito
em l98Zem memóriq do omonte folecido do ortisto, Peter Hulor (1934'19871, do inovo-
doro exposiçõo de orte de Jonothon D. Kotz e Dovid C. Word, integrodo por ortistos
gqys e lésbicos, Hide/Seek: Difference ond Desire in Americon Porlroifure [Esconder/
procuror: diferenço e deseio no retroto norte-omericono]. Esse incidente recente, umo
reoçõo boseodq num booto relocionodo o um breve momento no filme em que o orÌisto
mostro um crucifixo (descortodo em meio o umo festo de ruo mexicono) sendo coberÌo
por formigos, sugere que, como ofirmou o crítico de orie do WoshingÍon Posf Bloke
Gopnik, que nós oindo estomosr qo menos nos Estodos Unidos, suieitos o otoques
políticos "qo universo gqy e o imogens dele", boseodos em umo fusõo de ideios sobre
sexuolidode goy e sentimentos onti-cristõos.8e
Os onos l99O ossistirom o vórios exposições fundomentois de orte feministo.
No início dos onosì990, umo série de mostrqs intitulodos Bod Girls [Gorotos molvq-
dos] lidorom com o morkeling, no culturo populor, de um empoderomenÌo de mulheres
"molcomporÌodos".eo Em 199ó, duos grondes exposições importontes derom destoque
o temqs e qrte feminisÌos: /nside the Visíble: An Ellipticol Traverse in, of, ond from the
Feminíne [Dentro do visível: umo exploroçõo elíptico do orte do século 20 denÌro do,
com bose no, e o portir do femininol, umo exposiçõo lírico que propunho umo novo
teorio sobre modos de imoginor "o feminino" em reloçõo ò orte produzido por mulhe-
res oo longo do século 20, com curodorio de Cotherine de Zegher, poro o lnstituÌe of
Contemporory Art Boston; e Sexuo/ Politics: Judy Chicogo's Dínner Party in Feminisl Arf
History [Político sexuol: o popel de Dinner Portyde Judy Chicogo no histório do orte
feministo], orgonizodo por Amelio Jones no UCLA/Hommer Museum em 199ó e dedi-
codo o exploror os debotes discursivos em torno do instoloçõo polêmico e em gronde
escqlo de Judy Chicogo The Dinner Party lO bonquete] lleZl'Zg\.ct
Entre meqdos e fim dos onos 2010, um renovodo inÌeresse pelo orÌe feministo
resultou em um número relotivomente gronde de exposições no contexio euro-omericono
sobre q qrte feministo hisiórico ou contemporôneo. Enquonto olgumos dos mostros, tois
como G/obolFemìnisms [Feminismos globois] (com curodorio de Mouro Reilly e Lindo
Nochlin, e que se originou no Brooklyn Art Museum em 2OO7l, obordovom feminismos
tronsnocionois e o multiculturolìsmo no prófico ortístico feministo contemporôneo, outros,
mois noÌqvelmente o ponorômico histórico Wock! Art ond the Femínisl Revolution [Wockl
A orie e o revoluçõo feminisio] (mostrodo iniciolmente no Museum of Contemporo,y
ArÌ, em Los Angeles, em 2OO7 e orgonizodo por Connie Butler), estovom mois voltodos
ôs principois reolizoções dq orÌe feministo desde os onoslgZO. Em nenhumo dessos
mostros, os queslões queer ou lésbicos forom posios em primeiro plono. A esse respeito,
vqle destocor os reolizoções de nosso coloborodoro, ïirzo True Lotimer, que trobolhou
de formo independente e com importontes colegos curodoros e historiodoros do orte
feministos, tois como Whitney Chodwick, em livros e exposições sobre hisióriq
do orte
feministo, e como membro do coleiivo curqtoriol que orgonizo onuolmente
o Nqtionol
Queer Arts Festivql no SomArts Gollery, em Son Froncisco.e2 O ospecto mois importonte
em reloçõo ò retomodo do interesse pelo orie feministo do início dos onos 2O0O
foi
o exponsõo de seu olconce-qs exposições disseminorom-se pelo Europo Ocidentol
e
Orientol, e mesmo poro olém desse território, documentqndo históriqs pouco conhecidos
oté entõo, de próiicos rqdicois feministos e queer que hoviom ocorrido em poíses
como
o Polônio, o ontigo lugoslóvio, e o Esponho; ver, por exempro, Love qnd Democrocy:
Reflexíons on lhe Homossexuo/ Queslion ín Polond
[Amor e democrociq: reflexões sobie
o quesÌõo homossexuol no Polônio], concebido por Powel Leszkowicz poro instituições
em Poznon e Gdonsk, Polônìo, 2005-0ó;e3 Gender Bottle: The tmpoct of Feminism
in
the Art of the t970s [Botolho de.gênero: o impocio do feminìsmo no orte dos
onos 19ZO],
orgonizodo por Juon Vìcente Aliogo no Centro de Arie Contemporôneo do Golício
em
Sontiogo de Compostelo, Esponho, 2OO7; e Gender Check: Femíninity ond
Mosculinity
in lhe Arl of Eastern Europe [Checogem de gênero; feminilidode e mosculinidqde no
orte
do Europo orientol], reolizodo por Boiono peiic no Museum of Modern Art, vieno,
em
2009-10, os quois concentrorom-se no "gênero nq orie e no histório sociol
do Eriopo
orientol e Meridionol", como observou peiic em umo entrevisto desse período.ea
De gronde interesse oqui, nos duos primeiros exposições, é o foÌo de que
Leszkowicz e Aliogo-historiodores do orte e curodores que despontovom
ò époco,
devoÌqdos òs políticos queer e orienÍodos pelo feminismo-forom copqzes
de trozer
oo primeiro plono os histórios e estéiicqs inter-relocionqdos dqs próticos queer
e femi-
nistos nessos culturos, Polônio e Esponho, elos próprios morginolizodos
nos histórios
dq orte em vogo, dominodos pelos interesses ongrófono, d"o, Estodos unidos
e do
Grõ-Bretonho. A exposiçõo de Leszkowicz,.or ã cotórogo que o ocomponho
(em
cooutoriq com seu porceiro Tomqsz Kitlinski), Love ond Democrocy
[Amor e democro-
cio], opesor de necessoriomente essenciolisio no intuito obrir esfoço poro q
culturo
goy e lésbico em umo Polônio pós-bloco-soviéfico, crescentementu .onr"ruodoro,
ho-
mofóbico e ontifeministo, odotou umo obordqgem feminisia e queerpqro
esso curodo-
rio que, porticulormente nesse contexto, é tonio politicomente uigente
guonto coroioso.
De modo similor, Gender.Bottle dos gêneros], ie Aliogo, incluío tro-
[Botolho
bolhos de ortisÍos homens e mulheres; ãssim como tn o Diffìrent Light,
o mostro nõo
se centrovo em irobolhos Íeitos por "mulheres" ou "homens,,, ,.no,
próticos de orte
inspirodos pelo feminisms-"ss1'1'1 o que serio impossível eniender"Ã
o presenÌe,,, como
observo lucidomente Aliogo-e que obordom o sexuolidode,
explorondo suo mutobili-
dode e quesiionondo todos os coregorios de gênero.es por fim, q'mostro
Gender Bottle
foi tonio político (opontondo questáes-choveio feminismo e'o impocto
que o crítico
feminisÌq exerceu sobre o mulheres e homens, bem como
sobre ortistos identificqdos
como tronsgêneros) como históricq (despertondo oo menos
o consciêncio do corrente
dominonie do orte poro obros do Europo centrql menos conhecidos
e que hoviom
precedido, ou ocorrido porolelomenre, oos trqbolhos entõb legiiimodo,
p"io n.'"r.oão
e, como tol, trobolhos feministos moínsÍreom, de Borboro Krrg"",
e cindy shermon).eó
Assim como os duos exposições no Europo continentollvórios
mostros menores
oo longo dos Estodos Unidos e Reino Unido, mqs com porÌiculor
forço no Colifórnio,
tqmbém povimentorom um novo cqminho em umo curodorio
explicitomente feministo
queer: por exemplo, o contundente Aqui No Hoy virgenes:
dr"". Lotino vìsibility
[Aqui nõo hó virgens: visibilidode queer loiino-omericãno], orgonizodo por Jennifer
!9flu " Roquel Gutierrez poro o Los Angeles Goy ond Lesbiqn Center Gollery, o mostro
Shored Women [Mulheres comportilhodos] ressoltondo reloções feministos gueer na
Los Angeles conÌemporory Exhibitions, ombos no primovero de 2007,
e os exposições
feministos gueerorgonizodos por Lotimer, mencionodqs onteriormente. Nesse coso,
om-
bos os mostrqs forom produzidqs em resposto o olgumos dos exclusões percebidos no
exposiçõo wock!, reqlizodo no mois estobelecido Museum of contemporory Art que,
como foi observodo, opresentou um ponoromo omplo de orie feministo mois ou menos
hegemônico {moioritoriomente identificodo como heterossexuol, bronco e de closse
médio) do contexto euro-omericono. Nesse sentido, pode-se consideror que os estroté-
gios curotoriois e de histório dq orte feministos queer surgirom dos frusiroções com o
normotividode do discurso hegemônico do orte, bem comã dos tendêncios dominodos
pelo mosculino em olgumos dos teorios e curodorios queer.
Em que lugor isso tudo nos deixo em reloçõo ò histório do orie feministo queer?

SEXUATIDADES EM MOVIMENTO, PENSAMENTOS


E^/t D|REçÃO A UMA CONCTUSÃO
Ao seguir esso geneologio oié o seu momento presente (o grosso modo,
ioneiro de
2014, com esie livro o cqminho do grófico)-em certo sentido umo impossibilidode,

que nõo podemos ver com clorezo os podrões discursivos do momento em que vive-
mos-queremos terminor ossinolondo o incursõo volótil e produtivo do discurso e do
político irons tonlo no discurso feministo e queer bem como no entendimento culturol
mois omplo do subietividode sexuol. Quorenfo e cinco onos otrós, com o explosõo do
movimenÌo de orte feministo, ninguém imoginorio que filmes longo-meÌrogem sobre
tronsgêneros ou com personogens de identificoçõo sexuol indistinto L inclusiuã séries
de
televisõo/internet (filmes olternoÌivos como Poris is Burning
[Poris estó queimondo], de
1990, The Crying Gome [Troídos pelo deseio], de1992 nàyt Don,t cry [Meninos nõo
chorom], de1999, olém do série do Amozon Transparent " [Tronsprreniej,àe 2ola-15) e
discussões sobre cosomentos entre pessoos do mesmo sexo seriom comuns ou estoriqm
nos circuitos comerciois, e que poderiom oÌé mesmo gonhor prêmios (Ironsporenl
rece-
beu o prêmio Golden Globes de melhor série de televisõo em de zóts1.
ioneiro
Esses personogens se orÌiculovom com ospecios onteriores de teorios rodicois de
gênero, que permitiom que feminismos complexos e nõo binórios surgissem por meio
do exploroçõo de figuros como o ciborgue ("cyborg Monifesto,,
[Monìfesto iiborgue],
de Donno Horowoy, em 1991), o nômode diospórico (Nomodic sublects
[suieitoi nd-
modes], de Rosi Broidotti, em19941, os suieiios deleuzionos nos obros feministos de
Elizqbeth Grosz {iois como Spoce, Time, qnd perversíon
[Espoço, tempo e perversõo],
de ì995), ou o suieito Ìronsnqcionol queer feministo interespécies
lTerroìist Assemblogei:
Homonotíonqlism ín Queer límes [Montogens terroristos: o homonocionolismo
i"r-
pos queer], de Jospir Puor, em 2007, olêm do livro coeditodo com
Julie
"r
Livingstone
Interspecies, de 20,lì).ez Em combinoçõo com os subietividodes fluidomente
perfãrmoti-
vos de gênero gueer de Sedgwick, essqs teorios e modelos olternotivos de
cuiturq visuo,
relocionodos o sexuolidodes indeterminodos se encqixovom com os represenioções
e os
experiêncios codo vez mois ilimitodos de gônero e subietividode sexuol porribilitodo,
por técnicos médicos (hormonois e cirúrgicos) no fim do século 20 e início do
século 21.
Geroções mois iovens, olconçondo o moioridode nos onoslggo e 2000, viven-
ciorom um mundo no quol o televisõo inciuío goys, résbicos ou mesmo personogens
ombiguomenle queer; qs escolqs públicos contom com grupos de opoio e clubes
LGBTQI; e jovens e crionços (em olguns cosos fqvorecidos) têm o oportunidode de se
remodelor por meio de hormônios e cirurgios poro obter idenÌidodes de gênero olter-
notivos-emboro nem sempre em formos nõo trqdicionois ou nõo binóriqs. ConÌudo,
enquonto olguns discursos e próticos tronsexuqis tendem o reforçor conceiÌos essencio-
listqs e binórios de gênero (ou seio, oqueles que se referem ò ideio de que os pessoos
noscem essenciqlmente-se nõo onoÌomicomente-mqsculinos ou femininqs e essqs
técnicos sõo necessórios poro odequor o se/f oo gênero/sexo "noturol" do pessoo), o
que ocorre é que codo vez mqis o gênero e o sexuolidqde se locolizom num complexo
e ompliodo contínuo, e mois frequentemente em nenhumq dqs extremidodes binórios.
Sendo ossim, o significodo de folor sobre umo coolizõo de mulheres, como o discurso
feministo se propôs o fozer duronte muilo tempo, nõo porece mois olgo Ìõo evidente
ou mesmo necessoriomente deseióvel.
No enionto, diríomos que os ferromenios, o rigor, o indignoçõo e o ostúciq do
ieorio visuol feministq sõo qindo mois que necessórios poro o compreensõo de como
o culturo visuol otuo poro produzir eixos de comportomenÌo e oporêncios sexuois que
qfetom o todos nós. Além disso, convidqmos diversos outores importontes tendo em
visto o inclusõo de um leque de vozes gerocionois, no intuiÌo de "desqfior" q tendên-
cio do feminismo de ossumir que sobemos o significodo de dizermos "mulheres", "o
feminino", ou, do mesmo modo, "o olhor mosculino". Ao pensormos nos modos de
negocior estruturos de identificoçõo no registro visuol, o queer é necessório oo feminis-
mo ossim como os métodos e estrotégios rigorosos do feminismo sõo necessórios (em
nosso opiniõo) ò teorio queer, que de ouiro modo pode tender o obstroções extremos
ou mesmo o retornos dissimulqdos oo binqrismo potriorcol.
A globolizoçõo e os rópidos ovqnços no conhecimento sobre roço e etnici- a:

dode-que, nos melhores cosos, sõo desvinculodos dos corqcterísÌicos corporois


"essenciois" ou "genéticos" e visÌos como performotivos e construídos-sõo qcompo-
nhodos por entrincheiromentos devosiodores e reÌornos s conceitos fundomentolisÌos,
frequeniemente expressos por meio do religiõo, de suieitos "odequodos" (em reloçõo
o gênero, etnicidqde, nocionqlidqde etc.). Todovio, o situoçõo corrente, opegodo
como é òs complexos geneologios onteriores do feminismo e do teorio e próÌico queer,
propicio espoço poro teóricos culturois como Judith 'Jock" HolbersÌom, cuios exploro-
ções de modos de personificoçõo e outoexpressõo por meio de exemplos do culturo
visuol em obros como Femole Masculinify (,ì988) e ln o Queer Tíme qnd P/oce {2005)
rodicqlizorom o onólise visuol feministo bem como o teorio queer, e Beotriz Precio-
do, teórico feministo queer rodicol-nem cloromente mosculino nem feminino-que
otroiu gronde otençõo oos usos políticos proporcionodos pelo reveloçõo de ofetos e
do outobiogrofio poro umo hisiório rigorosomente pesquisodo do "iecnossexuqlidode"
(os tecnologios médicos que estõo olterondo e tronsformondo ideniidqdes sexuois
hormonois e qnotômicos), em obros como lesÍo Junkíe: Sex, Drugs, ond Biopolitics in
lhe Pharmocopornogrophic Ero (20131.e8 Ao prover umo breve histôrio dos visões euro-
-omericonos-olém de umq pesquiso-sobre q sexuolidode no século 20, Preciodo
entõo posso q desmontor o "controle fórmoco-pornogrófico do subietividode", criticon-
do diretomente o modo pelo quol q ciêncio médico conspiro com q culturo do consu-
mo porq promover um novo e de úllimo modo "corpo outopornogrófico", como o lugor
de "meticuloso gerenciomento governomentql e industriol".ee A oprofundodo pesquiso
do outoro (que inclui o próprio sujeiçõo de Preciodo o trotomentos hormonois) expõe

26Á
l(


u'"ï,,
;tóric.osïi'ïi"3ï:n
i: n' :;;,ffi::,,ï de rormoções de idenridodes
sexu q is
), e reoricos-;r;; pessool, porém
,o4or,,oo-lo;;#i: ;;;;;;:;;J,:T"'Íe exominor criricomenre em rermos his.
t-
'soroso
modos á, ãir"r"nro
sexuol e outros
5

e diórosos férieis e obronsenres


;
3,orLï;:ff:;::::;J;;:ilïllios
bém ofereçom o
ro m
desre voru.

:,:#
I

m es m o o berruro.
zono em que orores.rodicqis õ#" Ë,.1.?" oï,:f ,; ;ru:fl* m;
d" rro J";;il;;ïser
"Jr,"a"a" rerorivomenÍe oo
dv s,",
g
*.-ï"ï:Lïhf, :,ffj i:ïï1"" ï:';*t' " -,ã "
bio.odisïs ;.;;;,r,::::::ü;;,,,,;;::H,"J:::it';;;f"*rores e r.,i"ãà,"iã.
son
"m es rres.hockers d e

textos que podem ser


vistos como escrito', po," ,,restr"r-áo.ku.r,,lum compêndio de

ï3i :ïi ffiiï,:ïï ;;lt * ",'nt"", i " *ï ;,.ïï : ffi : ì"ï:,:ï


o"
frïü:ï:
oindo oprim i;- "?:;;il,,,r
[", il ", ;::,ffi *j: jJ:::"^ l:t"lto l_o,.o q, "r,"o'" o,' #;.ï;ï :
a
"" ;J
a r
Jl::*: :#;: '
rï::ï.",,,ï: t ïïï::ff ï:r,ï
somos "
hockers' ï, "ï a"rror
'"' i:'-';l;:;:ï""ï;ffitan.io n*"ïr*,", de pensomenro
i::ï ::ï .1ï:ï:ïl :: n |; tfï*'
p i ro to s
- o ri ;
","1
;;ï" d o m in o r o,, b, t to.
oto de perspicócío-J generosidode
feministeo'^:
j':bt' os códigos. lsso, em r;;;;
p re d e c e s s o ro s,
o q ue ã
Ii u
becos sem sqído e imutobíridode;';r;;;"s L: l,.;;il'" :ï lffi"J;: ]iïí. ï.,"ï :,.:r"l,,"ff

dessqs reorios onr"riorur.

J11es é professoro do
ll":1" Roski school of Arr
ond D
u do p",ro.,-on;,:J:,'"''9: do universitv oÍ souÍhern
f;ilil ;#*';:.ï:r1;.ïit:
Reo,izou, 2,rye,,.,,Çiìoïi1',
.Corirornio. curodoro,

Erin sirver e
",,0,g,ï",p.,:,:1.';;:ll!fi:::ii,ìi!ifrïi:"Ëlõïïi:1.'il,s::l"q
tr,. c"i,,iu'i,ë;;i:;;:.':;'iir#'fi:ïJ:i'.i:
pro,",.o.o_o.,,r,ïïïll"'1"!::::rn,,"
deportomento de I no ,o,,0
oe columbio ço"6,,11*Xï
'ritish ìì.g';'ìigãrt'ttu'lt do orle' orre e teorio visuol no universidode
.revista C;ntirrlod.oï.?Á "'*irl'
do
f,:.ll
H srór os ao rotos,oÌã
no-üÌ;:ffiil9:?:;1i,r:,J* [,,,,iï;:: êï:;;u;':: ;::n*;;ìi:ï1ï
FONTE: JONES,
Amelio; SÍ[VEl
unido' Mon.h","; ui;r'r1'j;"ji,giìl ?,':ty,:;;'"j'",;i::Ã:.Ë;ffrH:' historíes Monchesrer,
Reino

I FoucAurl Michej. ,,Nier

Il:':,r", r., io'iuõ*,' Ë"ïf i:[:i ïn*:;;


:
5 JONES, Amelio; SltVER,

ll 9 Unido:
9 9 ee r fe
i n,i
Erin (orgs.). Otherwise

l;: zu: íl i :í,",1,


n u t o rt m i n iss,";";: ü;;:#ir".,
hi

lï,i,"1 -,, ;::[


york:
Keino Monchester
rlovo yìnloge,l994: " /raontiue ã
I

re;;'àï:"J,"'"'"ersitv
Press, 20Ìó
I
",,,
z;l i I:á : ; 1r,o:: :'!â:J
..0.
',
t f ,""r,J.n[l"
jruïÍl;i:,:::ï''.o"
íú; (:íí íg ":'
"!
7-u.i1r' 7n,,"
troduzi-lo por,,queerizod"o,,
umo vez qr" ur" jãã-ojl,_o't,o.n"ologirro,
,";
ffj:ï:#i*ijii,!t:;:: t:;".;,1 :,#:! 0,::,,
Michel. ihe Ãisrcry of Sexuotìú, j
;
" desso formo
".ìr"r;""ïri'lpromenre
estudos ocodêmilïoi.:";l: lGBTel
empreqodo
e, tombèm nos

Z lsso é p.rt;.rr"ìr"rïJ'E genero lN do TÌ


Í-.foi.lrn,
I trod u cti o n (1 976).
n v.. An suo orgumenfoçõo vívido se com,poro
Tr odu cã o Rob rt
po e H rley. tomenre
poiírico
York : nrh eon, rõ'r r,, ïi i"de
u N ovo em enrievisros ;;; " ""-^q,Y^:l-dt
;;.";,"r:'prtcr
"ï os visões a" ,.n
qro,, expressou
"oïrllf. queer, com o
",,"iu" 5l'.l't"'to'
['ililï*ï,#{+:lí$.i'mf ffi
;. orticuloçôo a" ,ãt.à.ì
de obros onr"riorur.
ìlr.ïïompreensõo
h isrórico

sobre direiros i,"r.,,"ïiJ,i'#?Bi,Ë;lïï


iln:;*
LE BITOUX, Jeon. "lntervìew: 'The Goy Science"'. O grupo foi indiciodo por desocoto por recusor-se
Troduçõo de Nicoloe Moror e Doniel W o testemunhor.
,ì5.
Smith. Crificol Inquíry, n.37 (primovero de 201i), Ver VON HOFFMAN, Nicholos. "Ïhe Snorìing
pp.385-403. Deoth of Roy M. Cohn". LIFE Magozíne, mqr. 1988,
g. Hirschfeld, médico olemõo e figuro-chove oo. 50-51 .
no desenvolvimento do compo do sexologio ii. wltrrte Lo, Stephen J. The Culture of the Cold
(concentrodo no Alemcnho, nesse período), fundou Wor Boliimore, MD: Johns Hopkins Unìversìty
o lnstìtute Íor the Scìence of Sexuolity em Berlim Press,199ó, p.44.
{1919-33, fechodo pelos nozisÌos) e orgonizou os
1Z FADERMAN, Lillion "The Love Thot Dore Not
"Congresses for Sexuol Reform", que tiverom lugor Speok lts Nome". ln: Odd Girls ond Twílíght Lovers:
nos onos Ì920 e ìnício dos onos 1930 em vórios A History of Lesbìon Life in Twenfíeth-Cenfury
cìdodes europeios. Ameríco (1992). Novo York: Columbio University
9. Como o Ìítulo foz porte do nome ortístico desso Press, 20ì2, p. ì52
escrìtoro, opleì por nõo troduzir "Boroness" como 18. CLETO, Fobio (org.). "lntroduction: Queering
"Boroneso". [N.do T.] the Comp". ln: Comp: Queer Aesthetìcs ond the
10. Sobre esses debotes hìsiórìcos, ver KATZ, Performing Subiect. Ann Arbor: University of
Jonothon D.; WARD, Dovid. Híde/Seek: Difference Mìchigon Press, ì999, p.9.
ond Desìre ín Americon Portroilure. Woshington, 19. BRIEN, Alon. "Comper's Guide". New Sfofesmon,
D.C,: Smithsonìon Books, 20]0. n.7 3, 23.6.19 67, pp. 873'74.
1 I . Ver BEAUVOIR, Simone de. le deuxiême sexe.
20. Oxford English Díctìonory, verbete "comp"
Porìs: Gollimord, 1949; The Second Sex. Troduçõo Disponível em: <http://www.oxforddictionories.com/
de H. M. Porshley. Novo York: Alfred A. KnopÍ, 1952; us/definition/omerìcon-english/comp>. Acesso em:
FANON, Fronlz. Peou noire masques b/oncs. Poris; 4.1o.2014.
Editions de Seuil, 1952; FANON, Fronï2. B/ock Skin, 21. SONTAG, Suson. "Notes on Comp" (19ó4).
Whíte Masks. Troduçõo de Chorles Lom Morkmonn. Reimpresso em Agoinsf lnterprelotion ond Other
Novo York: Grove Weidenfeld, l9óZ JoNES, Amelio Essoys. Novo York: Doubledoy, 1990, p.288.
discute detolhodomente o impocto desses dois textos 22. No ìnglês, "from butch to femme". [N do T.]
e o oscensõo dos polítìcos de identìdode em "Art os 23. Sobre o contexto briÌônico e o mutobilìdode
o Binory Proposition; ldenïity os o Binory Proposition", sexuol rodicol entre os inlegrontes do grupo de
copítulo 2. ln: Seeing Dífferently: A History ond Bloomsbury, ver REED, Christopher. "Moking History:
Theory of tdentíficotton ond the Vrsuo/ Arfs. Novo On the Bloomsbury Group's Construction of Aesthetic
York/Lond res: Routled ge, 2012, pp. 17-62. Jones ond Sexuol ldentity". Journol of Homosexuolity,
observo que os fìlósofos e ieóricos culturois Íronceses n.27, v.1-2,1994, pp. 189-224. Sobre o cenórìo
tiverom qcesso òs ideios de Hegel em gronde porte novoiorquino, ver JONES, Amel'ta. Irrolionol
por meio dos oulos ministrodos em Poris em 1930 Modernísm: A Neurosthenic History oí New York
pelo filósofo froncês, noscido no Rússio, Alexondre Dodo. Combridge, MA: MIT Press, 2OO4 Sobre Poris,
Koiève; os culos forom compilodos por Koiève ver CHADWICK, Whitney Chodwick; LATIMËR, Tirzo
como lntroducfion lo the Reodíng of Hegel: Lectures True. Ihe Modern Womon Revisited: Poris Belween
on the Phenomenology of Spirít (1933-39; publìcodo the Wors. New Brunswick, NJ: Rutgers Unìversìty
originolmenïe em froncês em1947, em compiloçõo Press, 2003.
orgonizodo por Roymond Queneou), orgonìzoçõo 24.Yer o obro de Louro Doon sobre os culturos
de Allon Bloom, troduçõo de Jomes Nìchols (lthoco, ìósbìcos no Reìno Unido, porticuìormente: DOAN,
NY: Cornell University Press, ì9ó9). Louro. "Topsy-ïurvydom: Gender lnversion,
12. VeTJONES, Amelio. "Art os o Binory Proposition" Sopphìsm, ond the Greot Wor". GIQ: A Journol of
Op. cif. Deve-se notoÍ que os escritos de Fonon Goy ond lesbion Studies, n.12, v.4, 2006, pp.517'
mostrom momentos de homofobio e misoginio, e os -42; sobre o grupo de editoros lésbicos rodicois em
de Beouvoir, sinoìs cloros de privìlégìo de closse, Novo York que opoiorom os incursões poétìcos e
rociois e étnicos. Aindo ossim, é notóvel o foto de performótìcos do Boroness von Freytog Lorìnghoven,
que ombos Íorom, de moneiros diferentes, copozes ver JONES, Amelio. Op. cit.,2004.
de reconhecer o complexidode dos modos de 25. ROGOFF, lrit. "Gossip os Testimony: A Postmodern
opressõo boseodos em identiÍicoções-numo époco Signoture". In: POLLOCK, Grìseldo (org.) Generotions
em que poucos estovom dispostos oté mesmo oid Geogrophíes ín fhe Vísuol Arts: A Femínisf Reoder.
o reconhecer defeitos bósìcos nos sistemos euro- Novo York/Londres: Routledge, 1996, pp.75-8ô
-omericonos de "democrocio". 2ó. BUTï, Govin. BeÍween You and Me Queer
Ì3. Ver os livros clóssicos do período, como WHYTE, Dísclosures in Íhe New York Art World, 1948'19ó3.
Willìom H. Orgonizatìon Mon. Novo York: Simon Durhom, NC: Duke University Press, 2005.
ond Schuster, 195ó; e RIESMAN, Dovid; GLAZER, 27.Yer KATZ,Jonothon. "John Coge's Queer Silence
Nolhon; DENNEY, Reuel. Ihe Lonely Crowd l\eSO). or How to Avoid Moking MoÌters Worse". GlQ, n 5,
New Hoven: Yole University Press, 200ì. v.2,1999, pp. 231 -5 1 .

ì4. A pergunto foi feìto porl. Pornell Thomos, chefe 28. CRESAB Kelly M. Pop Tríckster Fool: Worhol
do House Committee on Un-Americon ActiviÌies, oo Performs Noivefe. Urbono: Universìty oÍ lllinois Press,
Hollywood Ten, grupo de dez roteiristos e dìretores 2004, p.73.
de Hollywood que, em 1947, torom intimqdos o 29. BUTT, Govin. Belween You ond Me. Op.cit , p.3.
testemunhor sobre ocusoções de que os comunistos 30. Ver, por exemplo, KATZ, Jonothon D. "The Art
estovom se infiltrondo no ìndústrio cinemoÌogrófìco. of Code: Josper Johns ond Robert Rouschenberg".
In: CHADWICK, Whitney; COURTIVRON, lsobelle orte, teorio e critico femìnistos erom locolizodos
(orgs.). Srgnificont Others: Creotìvìty ond lntìmote princìpolmente em culturos onglófonos. O Conodó,
PorÍnership. Novo York: Thomes & Hudson, 199ó, o Austrólio e o Novo Zelôndio tombém contovom
pp.189-207; KATZ, ionothon. 'Agnes Mortin ond com instituições Íeministos em meodos do dêcodo
the Sexuolìty of Abstroction". COOKË, Lynne; KELLY, de 1970-tois como, por exemplo, Lo Centrole/
Koren {orgs.). Agnes Martin. Dio Art Foundotion/ Powerhouse Gollery em Montreol {fundodo em ì924
Yole University Press, 2012. Cotólogo do exposiçõo; como umo instituiçõo mois ou menos heterossexuol,
GETSY, Dovid J. "Copocity". In: "Postposttronsexuol: bronco, ÍeminisÌo fosse bilíngue, froncês/
Key Concepts for o Twenty-First Century Tronsgender -emboro com o tempo
inglês, elo se metomorfoseou em um
Studies", número especiol de ISQ: Transgender espoço olternotivo rodicol que opoiovo o hobolho
Studíes Quarterly, n. Ì, v. ì-2, 2O14, pp.47-49; GEISY, feministo LGBTAI de todos os tipos). Ver tombém
Dovid.J. "Queer Formolisms: Jennifer Doyle ond o tese de PhD de SILVER, Erin. "Sites Unseen ond
Dovid Getsy in Conversotion". Art Journol. n.72, v. A, Scenes Unsighted: Histories of Feminist ond Queer
2014, pp.s8-71. Altern otive Art Spoces, ca. 197 O-2O12". Mccill
31. ïol como, suposfomente, o discurso do orte University, iun. 20ì3.
ossociodo ò revislo sediodo em Novo York October, 3ó. Ver, por exemplo 'A Block FemÌnist Stotement"
que se negou o dor otençõo òs políticos de ll97a), do Combohee River Collective, no quol
identificoçõo ou identidode no compo de oçõo do observom: "Umo questõo de gronde interesse poro
crítico de orte, do próiico ortístico ou do histório nós e o quol começomos o obordor publicomente
do orte. ê o rocismo no movimento dos mulheres broncos.
,ì943
32. Os relotórios Kinsey forom publicodos em Como feministos negros, somos conslonte e
lSexuol Behovior ín the Humon Mole) e 1953 (Sexuol dolorosomente conscientizodos do pouco esÍorço
Behovior ín the Humon Femolel. que os mulheres broncos têm Íeito poro entender
33. O termo "homophile" Ihomófilo] foi usodo oo e comboier seu rocismo, o que Íequeri enlre outros
longo dos onos l950-ó0, sendo odotodo em nomes coisos, que elos tenhom umo compreensõo nõo
de orgonizoções como o University of Toronto tõo superficiol de roço, cor e do histório e culturo
Homophile Associotion, formodo em'ì9ó9, cuio negros". Disponível em The Femìníst eZine: <hfip://
primeiro presidente foi Chorles C. Hill, por muito www.feministezine.com/femìnist/modern/Blqck-
tempo curodor de orte conodense no NoÌionol -Feminist-Stotement.html>. Acesso em: 1 5.8.2O1 A.
Gollery of Conodo. Ver KEMICK, April. "Heritoge O Combohee River Collective Íoi um grupo feminisio
Ploque Honours Ontorio's First Goy ond Lesbion lésbico rodicol de mulheres negros residentes em
Rights Group". U of T [Uníversíty of Toronto] News Bosion; é importonte destocor que poro elos nõo
(3.11.201Ì). Disponível em: <http://www. news. openos o roço, mos tombém o orientoçõo sexuol,
utoronto.co/heritoge-ploque-honours-oniorios-firsi- deverio ser decisivomente considerodo como porte
-goy-ond-lesbìon-rights- group>. Acesso em: 3.8.20i4. de quolquer político feministo.
34. De ocordo com olgumos mulheres que o 32. Poro um ponoromo gerol dos conflitos
conhecerom, ele opoiovo os mulheres e esse envolvendo o Block Cot e umo u.scussõo sobre por
comentórìo hovio sido umo brincodeirc; ver MILLER, que rozõo eles nõo olovoncorom um movimento
Mike. "Kwome Ture (Stokely Cormichoel): Memories" como ocorreu com o Stonewoll, ver Stelchmon,
(1999). DisponÍvel em: <http://www.crmvet.org/ Josh. "BeÍore Stonewoll: The Block Cot Riots of Los
mem/stokelyì.htm>. Acesso em: 22.7.20i4. Nõo Angeles", blogue Equolity Calìfornío {publicoçõo
obstonte, isso gerou resislêncìo por porte dos de 28.0 6.20121. Disponível em: < http://eqco blog.
mulheres-o moiorio delos negros, mos tombém org / 2o12 / 06 / 2q/bef ore-sronewol l-the-block-cot-
de oulros ìdentiÍicoções étnicos-que, nõo Íosse riots-of-los-ongeles>. Acesso em: 21.7.2014.
por isso, gosloriom de opoior o SNCC. 38. SEARS, Alon. "Queer Anti-Copitolism: Whot's
35. Ver FRIEDAN, Betty. Ihe Femínìne MysÍique. Novo LeÍt of Lesbion ond Goy Lìberoiion?". Scíence &
York: W.W. Norton, i9ó3. lnstituições importontes Society, n.69, v. ì,2005, p.9ó.
fundodos por ortìstos, curodoros e críticos de orie 39. Ver o copítulo de PHtLLtPS, Loyli; OLUGBALA,
feministos nesse período incluem oquelos que se Shomori. "Sylvio Rivero: Fightìng in her Heels:
origìnorom do Feminist Art Progrom in Southern Stonewoll, Civil Rights, ond Liberotìon". ln: GI|SSON,
ColiÍornio (fundodo em1970 porJudy Chicogo Suson M. {org.). IÁe Humon Trodìtíon ín the Cìvìl
e seus olunos no Colifornio Stote University, Fresno, Rights MovemenÍ. Lonhom, MD: Rowmon & Littlefìeld,
e depois tronsferido poro o Colìfornio lnstitute of 200ó, pp.309-34.
the Arts, poro ser codìrigido por Miriom Schopiro 40. JONES, Amelio. Copítulo 5: "Queer Feminisi
em19711, tois como Womon's Buildìng (Los Angeles), Durotionolity: Tìme ond Moteriolity os o Meons of
que obrigou vórios instituições de orte feminisiàs; Resisting Spotiol Obiectificotion". In: JONES, Amelio.
e o A.l.R. Gollery em Novo York {fundodo em Seei ng D ifferently. O p. cit., p. )74.
1972). Poro umo breve histório dos ocontecimentos 41. GOODLOE, Amy T. "Lesbion-Feminism ond Queer
no Reino Unido, verJONES, Amelio. 'An 'Other' Theory: Another'Bcttle of the Sexes'?" llesbìon.org,
History: Femìnist Art in Britoin Since l9ZO". ln: ì994), relonçodo em 2O1A no website de Goodloe
ADLER, Phoebe. Contemporary Art ìn the lJníted e d Ìspon ível em: <htt p: / / omygood loe.co m/po pers/
Kngdom. Londres: Block Dog Press,2013, pp. lZó- lesbio nJem in ism-o nd-q ueer-theory-o nother-boitle-oI
.85. Esse ogrupomento de iniciotivos de orte Jhe-sexes>. Acesso em: 11.9.2A1a);e STEIN, Arlene.
feministo em Londres, Novo York e Los Angeles "Sisters ond Queers: The Decentering of Lesbion
é provo de que os Íormos inslitucionoiízodos de Feminism". Socio/ist Review, n.22, v. 1,1992, p.50.
42. O seporotismo ero extremo em olgumos dos negros, osiótìcos e chiconos erom considerqdos
olos do iemìnismo e do feminismo lésbico Por inúequodos em institituiÇões como Women's
guitaino, ver os observoções de Sengo Nengudì
exemolo, sequndo Joseph Howkins, dìretor do oNE
em umã entrevìsto com Amelìo Jones em outubro
Archives oni Foundotion do UniversiÌy of Souïhern
de 2009. que Ìeve um trecho publìcodo em Jones,
Colifornio (onde Amelio Jones ensìno oÌuolmente),
oté ser odquirido pelo University of Colifornio, Los Amelio. "Lost Bodies: Eorly 1970s Los Angeles
Anoeles {UCLA), oi June Mozer Lesbion Archives PerÍormonce Art in Art History". ln: PHELAN, Peggy
Ang"lel proibiom os homens (ou oqueles íoro.ì. live Art ín LA: Performonce in Soufhern
"m"Los ò oiiio, nio. I 970 - I I 3 N ovo York/Lond res: Routled ge,
idenÌifìcodos como tol) de visitorem ou usorem o
1

2012, pp.126-27.
orquivo. A conexõo com umo gronde universidode
53. Ver'o entrevìsto de Amelìo Jones com
obviomente tornou tois exclusões impossiveis e
Terrv Wolverton poro "Lost Bodìeí', 12 5 2010, cuio
o orquivo Mozer foi Íorçodo o mudor suos regros'
De umo converso com Jones e Howkìns, em outubro Ìronscriçõo integrol se encontro no Los Angeles
de 2014.
Contemporory Exhìbìtìons {LACE) e o ìmportonte
AS. fLetN, Jennie. "The Lesbion ArÌ Proiect" Journol
histório de Wolverton, Ierry. lnsurgenl Muse: LiÍe :É I

of Lesbion Sfudies, n. 14, v.2-3,2010, p.238' ond Arl ot lhe Womon's Buildìng Son Froncisco:
City LiohÌs Publishing, 2002. Tonto Heresíes 11977-92],
44. Ibid., pp.24t'42 Ver Ìombém WOLVERTON,
Terry. "Leibion Art Proiect". Heresies, n 7, v 2'3,1979' como thrysoiis 11977'81) incluírom ortigos e
oo. l4-19. conteúdo relocionodo ò "orte lésbico"'
ai. nnvfx, Arlene; lSKlN, Ruth. "Through the 54. Ver SHILTS, Rondy. And rhe Bond Ployed On'
Peephole: Lesbion Sensìbility in Art" Chrysolis, Novo York: SÌ Mortìn's Press, 1982 no quoì o
ìornolìsÌo Shilts crìtico o modo como Reogon
e
n.4',1977, pp. 19-31. Ver Ìombém CHICAGO, Judy;
suo odministroçòo forom negligentes e com ìsso
SCHAPIRO, Mìriom. "Femole lmogery" Womonspace
Amelio crìorom os boses poro o movimento nocionol de
Journol, n.11,1973, republicodo em JONES,
{oro.ì. Èeminism ond VísuolCuhure Reoder' Novo luto contro o AIDS, como declorou o otivisÌo do
movimento, do compo do soÚde, Dovìd R Foir,
Ìor.lklLondr""r, Routled ge, 2003, pp. 53 -5ó, :it".çõ:
no p.53. Chicogo e Schopiro estovom codlrigindo o- opud SaPATKIN, Don. "AIDS: The Truth obouÌ Potìent
Prooromo de Aite Feminiito no Colifornìo lnstìtute of ìlero". Phitodelphìa Inquirer, ó.5.2013 Disponível em.:
the-Arts em 1971-72 e iombém proferirom umo série
.http://**w thestor.com/news/w otld / 2o1 3 / o 5 / o 6 /
de conferêncios nos Estodos Unìdos sobre o temo do oidi the-truth-obout-potìent-zero.html> .Acesso
t t.ç.2õtZ. õonÌrovertidomente, como delineio
imogétìco feminino, reunìndo suos reflexões nesso "r,
esse ortigo, Shilts (pressionodo por seu editor),
versõo publìcodo.
Arlene. ln: Arlene; lSKlN, Ruth'
RAVEN, tombém-promoveu o teorio do "pociente zero"
4ó. RAVEN,
"Through the Peephoìe: Lesbion Sensibility in Art"' do AIDS ique oponÌovo o comissório de bordo
Oo.cif.. o.22. .onod"ns" e solteiro como o responsóvel por.
4Z HAúMOND, Hormony. Lesbion Arl in Americo: A dissemìnor o AIDS no Américo do Norte, rotulondo-
-o, numo ìinguogem rocisto, como "o versõo
Contemoororv History Novo York: Rizzolì, 2000, p 9ó
48. SoiKIN, jennì, opud KLrtN, Jennie "The
ou"beqreni" dã 'Morio Tifoìde"') como um modo
je odquirir publicidode poro o seu Iivro'
Ghost of Desire: the Lesbìon Art Proiect ond the
Womon's Buildìng". ln: LINTON, Meg; MABERRY, 55 No inqiês, oÍherwise-de outro modo, de ouÌro
Sue; PULSINELLI, E-lizobeth {orgs.). Doin'it ln Public:
lodo, cosõ conÌrório, foro ìsso. [N do r']
Feminísm ond Art ot the Womon's Buildíng Los 5ó. "Queers Reod This: A leoflet dìstributed ot pride
Anoeles: Otis College of Art ond Design, 20ì1, p 132 morch in NY", pubìicodo ononimomente por Queers,
49."THOMPSON, Múgo Hobbs "'Lesbions ore
em iunho de ì990. Disponível como um monifesto
not Women': Femininè ond lesbion Sensibiìities in em: <http://www.qrd org/ qrd/misc/text/queers'
Hormony Hommond's Loìe-1 gZOs Sculpture"' Journol reod.this>. Acesso em: 27'7.2014.
of Lesbian Sfudies, n. \2, v.4,2008, pp.441-44' 57. De Louretis publìcou enlõo um número especiol ,
50. LORDE, Audre. "There ìs no Hìerorchy of do revìsto Dìffe,rences: A Journal of Feninist Cullurol
Oppressions". Bulletín: Homophobìa ond,Educotíon, Studies sobre o temo do conferêncio; ver DE LAURETIS
n.' 4, v. 3-4, 1 983. Disponível em: <http://www.
1
Tereso. "Queer Theory: Lesbion ond Goy Sexuolities"
poges.d rexel.ed u /'icise oz / CoR/H iero rchy pdf >' Differences: A Journoi of Feminist Culturol Studíes,
Acesso em: 4.10.2014. n.3. v.2.1991, pp.3-Ì8. Outros textos fundomentoìs
5ì. No originol "of color", expressôo de origem ,Ào srobwrir,'Eve Kosofsky Befween Men: Englísh
rocisto (osiim como o versôo "de cor", em português), Literoture and Mole HomosociolDesire Novo York:
que foi reopropriodo em movimentos sociois e Columbio Universìiy Press, ì98ó, e Epìstemology
esludos ocodêmicos nos poíses onglófonos como of the Cìoset. Berkeley: University of Colifornio . .

Press, ì991; olém de áurLrn, ludlth Gender Trouble:


Íormo de positivoçõo. ReÍere-se tonto o pessoos .

de origens ofriconos, como osìóticos, ìotino- Feminísm ond the Subversíon of ldentity Novo York/
-omeriãonos e indigenos. A troduçõo como "nõo Londres: Routledge, ì989
broncos" é oproxìmodo, umo vez que no contexto 58. Ver em portiãuìor GROSZ, Elizobeth -Spoce,
trotodo oqui tem-se preferido usor o expressõo Time, Perveìsíon: Essoys on the Polìtics of Bodies'
"of color" em vez do tombém existente "nonwhìïe"' Novo York/Londres: RouÌledge,1995, no quol
elo fornece estruturos teóricos muito úteis poro o
[N. do r.]
!2. Sobt" esso discussõo, e o folo de que os teorìo visuol feminisÌo, explorondo os vicissitudes
tentotivos de incluir olguns trobolhos de ortistos do corpo generifìcodo como "produzido

2ó8
psiquicomenfe, sociolmente, sexuolmente e por que exislio ontes do formocõo do Gron Fury, bem
meio do representoçõo", p. 104. Ver tombém o como do ACT UP. Assim como escreveu Avrom
trobolho Íemìnisto oustroliono extremomenle Finkelstein, um dos seis integrontes desse coletivo
ímportonte, sobre performonce e o corpo no orte, ìniciol de luto contro o AIDS: "Sìlence = Deoth
de MARSH, Anne. Body and Self: Performonce Art in foì concebìdo por seis individuos que se sentÌom
Auslroli o I 9ó9- I 992. Melbourne: Oxford Unìversitv sozinhos, mos erguerom suos vozes ossim mesmo,
Press, ì993; e MCDONALD, Helen. Frotic Ambiguì'ties: e descobrirom que estovom rodeodos por umo
The Femole Nude in ArÍ. Novo York/Londres: comunidode. O Gron Fury surgiu desso comunidode
Routledge, 2001. Agrodeço o Morsho Meskìmmon e foì consogrodo como poÍto-voz por umo estruÌuro
por levontor esso importonte discussõo sobre os institucìonol óvìdo por dor vìsibilidode o esso
feminìsmos oustrolionos, e o Louro Costognini por questõo. Pode ser útìl òs geroções fuiuros sober
fontes cdicionois. que, emboro os reoções comunitórios tenhom forço
59. MUNOZ, José. Dísidentifícotíons: Queers of excepcionol, o poder tombém reside nos indìvíduos"
Color and the Performonce of Polifícs. Minneopolis: Ver FINKELSTEIN, Avrom. "AIDS 2.0". POZ,10.L2O13.
University of Minnesoto Press, Ì999; DOYI-E, Jennifer. Disponível em: < http://ww w. poz.com / o rtic les/
Sex Oblects: Art ond the Díolectícs of Desíre. ovro m_f in kelstei n _267 6_233 5 5.shtm l>. Acesso em :
Minneopolis: University of Minnesoto Press, 200ó; 24.2.2013.
LOVE, Heother. Feelíng Bockword: Loss ond the ó4. Assim como ocoÍreu com o leorio gueer,
Politics of Queer Htstory. Combridge, MA: Horvord o otivismo do AIDS {ìmpulsionodo por queers)
University Press, 2002 E importonte notor que foi dominodo por modelos com bose nos
Muõoz e Doyle Íorom olunos de Sedgwick no Duke Estodos Unidos, o que nõo surpreênde, dodo
University e seu trobolho monióm o sutilezo e o o concentroçõo do síndrome em cidodes norte-
ìntensidode de Sedgwick em seu enirosomento -omericonos com omplos populoções de homens
de polítìcos femìnistos e queer. Esse irobolho de goys. Todovio, ouÌros lugores obrigorom grupos
Sedgwick e seus olunos formou umo vertente otivistos importontes. No Conodó, o grupo AIDS
codo vez mois forte e identificóvel no teorio gueer, ACTION NOW! foi Íundodo em Toronto em fevereiro
porte do quol é feministo. Tem hovido TUmores no de 1988 e, como seus pores do ACT UP nos Estodos
esirongeìro sobre umo "mófìo do Duke", que eslorio Unidos, centrou seus esforços iniciois em obter
dominondo o leorio gueer e o teorio feministo queert ocesso o troiomento experimentol e em fozer-se
conslituídos nõo openos pelo trobolho de Sedgwick ouvidos ocerco dos podrões de ossistêncio médico.
e seus olunos, mos lombém pelo obro de outros Emboro o grupo esteio oiivo desde o fim dos onos
outores que publicom sob orientoçõo do editor 1980, houve um ressurgimento recente groços ò
Ken Wìssoker, no Duke University Press, umo série energio de umo geroçõo moìs iovem de otivistos
vibronte de livros sobre teorio queer-no verdode, contro o AIDS e o desenvolvimento de um proieto
esso Írose evidencìo o que observomos ontes como dedicodo oo otivismo por meio dos ortes plósticos
o predomínio de umo veriente porticulor do teorio e dos ortes gróficos, o POSTERVIRUS, iniciodo em
gueer, sediodo nos Estodos Unidos, nesses discursos. 20ì'1. Orgonizodo por Alex Mc-lellond e Jessico
ó0. IOVE, Heother. Feeling Bockword. Op.cit., p.1. Lynn Whitbreod, o grupo encomendou novos
Ver tombém os influentes Iivros de CRlMp, Douglos cortozes em gronde escolo o ortistos locois que
sobre o crise do AIDS em reloçõo òs ortes visúis, vìnhom tendo seus trobolhos lombe-lombe colodos
incluindo A|DS: Cultural Analysís/Culturol Actìvìsm. em cidodes do Conodó e dos Estodos Unidos. Ver
Combrìdge, MA: MIT Press, Ì988; AIDS Demo o website do AIDS ACTTON NOWI: <http:,/www.
Grophics. Seottle: Boy Press, 1990; e Meloncholía oidsoctionnow.org/> e o tumblr do POSTERVIRUS:
ond Morolism: Essoys on A|DS ond Queer Polìtícs. <http:// postervirus.tumblr.com>. Ambos ocessodos
Ccmbridge, MA: Mlï Press, 200y'; os texios de em: lÌ.9.2014.
BORDOWIIZ, Gregg, reunidos em The AIDS Crisís ó5. ícone culturol, o personogem Rosie the Rivetel
ls Ridìculous ond Other Wrìtìngs, t98ó-2003. represento os mulheres estodunidenses que irobolhorom
Combridge, MA: MlÌ Press, 200ó; e o livro de pEARL, em Íóbricos e esioleiros duronle o Segundo Gueno
rÍ Monico sobre AIDS, luto e representoçõo literório, Mundiol, produzìndo ormos e muniçõo, tomondo poro
â AIDS Líteroture ond Goy ldenÍiÍy: A Literoture of Loss.
]l si o lugor de trobolho hìstoricomente ocupodo poi
s Novo York/Londres: Routledge, 2012. homens. [N.do E.]
ó1. LOVE, Heother. Feeling Bockword. Op.cit., p.2. óó. SCHULMAN, Soroh. Ihe Gentrificotìon of the Mind:
$ ó2. O coletivo DIVA TV (Domned lnterferìng Video Wttness fo o Lost GeneroÍìon Berkeley: University of
Activists [Videootivìstos molditos e inirometidos]), um Colifornio Press, 2012, p. 57.
1

grupo de ofinidode ligodo oo ACT Up e dedicoão óZ HOILIBAUGH, Amber. "Lesbion Leodershìp ond
o produzir videodocumentórios, foi fun{odo em Lesbion Deniol in the AIDS Epidemic: Brovery ond
1989. Ele registrovo eventos públicos incluìndo Feor in the Construction oÍ o Lesbion Geogrophy of
protestos, oções e monifestoções, funerois polítìcos Risk". In: BLASIUS, Mork Blosìus; pHELAN, 5hon". W"
e conÍerêncios sobre AIDS orgonizodos pelo ACT Are.Everywhere: A Hístorìcol Sourcebook of Goy ond
UP. Moìs informoções sobre DIVA TV podem ser Lesbìon Polìtícs. Novo York: RouÌledge, 1997, p.ô7O.
encontrodos no website do ACT UP NY: <http://www. ó8. SEDGWICK, Eve Kosofsky. Epistemology of the
octupny.org/divotv/index.html>. Acesso em 11.9.201 4. Closet. Op. cít., pp. 38-39.
ó3. Emboro o cortoz S/IENCE = DEATH tenho sido ó9. AUSTIN, J. L. Urmson, J. O.; SBtSA, Morino (orgs.).
ossociodo oo coletivo Gron Fury, ele no verdode How To Do Thíngs Wìth Words 11962). Ccmbridgó,
foi produzido pelo proieto The Silence = Deoth, MA: Horvord University Press, ì925.

269
zo. BUTLER,.Judith. "PerÍormotive Acts ond Gender 82. Esso clóusulo é citodo e discutidq em HONAN,
Constitution: An Essoy in Phenomenology ond Williom. 'Aris Council Relects Decency Rules for
FeminìsÌ Theory". TheaÍre Journol, n. 40, v. 4, 1988, Advisers". New York Times, 15.12.1990. Disponível
pp.519-31 (519). Esse moteriol é oindo mois em: <http://www.nyÌimes.coml1990/ 12 / 5 /oüs/ 1

conhecido em suo versõo revìsodo e pubìicodo orts-council-reiects-decency-rules-for-odvisers.html>.


como o livro de BUTLER, Judith. Gender Trouble. Acesso em: 12.9.2014.
Op.cít. 83. Lésbicos, goys, bissexuois, tronsexuois, gueers
Zl. SEDGWICK, Eve KosoÍsky. Tendencíes. Durhom, e intersexuois. [N. do T.]
NC: Duke University Press, ì993, p.7, noto 6. 84. Ver ATKINS, Robert. "Goodbye Lesbion/Goy
72. lbid., p.8. Hìstory, Hello 'Queer Sensibìlìty': Meditoting on
73. Poro umo omplo onólise desse tipo de trobolho, Curotoriol Proctice". Art Journol, n.55, v.4,1996,
ver JONES, Amelio. Se/f /mo ge: Technology, pp. 80-85. Disponivel em: <http://www.robertotkins.
Representatìon, ond the Contemporory Subiect. net/beto/shift/queering/goodbye.htm|>. Acesso em:
Novo York/Londres: Routìedge, 200ó. 12.9.2014.
74. D}YLE, Jennifer. Hold lt Agoinst Me: Dífficulty ond 85. RINDER, Lowrence. "An lntroduction to In
Emotion ín Contemporory Arf. Durhom, NC: Duke o Different Light".ln: BI-AKE, Noylond; RINDER,

University Press, 2013. Lowrence; SCHOLDER, Amy (orgs.). ln o Dífferent


75. Ver CRENSHAW, Kimberlé. "Whose SÌory ìs lt Lìght: Visuol Culture, Sexuol Identífy, Queer Practìce.
Anywoy? Feminist ond Antirocist Appropriotions Son Froncisco: Cìty Lights Books,'1995, p. 1.
of Anito Hì11". ìn: MORISSON, Toni (org.). Roce-íng 8ó. CAMERON, Don. Exfended Sensibi/ities:
Justíce, Ên-Gendering Power: Essoys on Anìta Hill, Homosexuol Presence in Contemporory Arf. Novo
Clorence Thomos, ond the Constructíon of Sociol York: New Museum, 1982, p.9.
Reo/ity. Novo York: Pontheon, 1 992, pp. 402- 40. 8Z BLAKE, Noylond. "CuroÌing ln o DifÍerent Light".
76.Yer o website deJudith'lock" Holberstom: ln: BLAKE, Noylond; RINDER, Lowrence; SCHOLDER,
<http://www.egomego.com/i udìth/home. htm>. Amy {orgs.}. ln o DìfferenÍ Lìght. Op.cít., pp.24-25.
Acesso em: 15.8.2014. 88. Ibìd., pp.2ô-27. A exposìçõo de 2012, This
27. EDELMAN, Lee. No Future; QueerTheory ond Wìll Hove Been: Art, Love & Polìtícs ín the 1980s,
the Death Dríve. Durhom, NC: Duke Unìversity com curodorìo de Heìen Molesworth no Museum
Press, 2004; FREEMAN, Elizobeth. Time Binds: of Contemporory ArÌ em Chìcogo, sugere que
Queer Temporalìfies, Queer Hístories. Durhom, NC: hìstoriodores e curodores estõo codo vez mois
Duke University Press, 20ì0; Holberstom, Judith dirigindo suo otençõo oos trobolhos de orte dos
,ì980,
")ock". In o Queer Time ond Ploce: Tronsgender onos os quoìs, no opinìõo de Moìesworth,
Bodìes, Subculturol Lìves. Novo York: NYU Press, devem necessoriomente incluir o ìnfluêncio do
2005; LOVE, Heother. Feeling Bockword. Op.cìt.; pensomento feminìsÌo e do crise do AIDS no
Muõoz, José. Cruísíng Utopìa: The Then ond There produçõo culturol; ver Molesworth, Helen. Ihis Wil/
of Queer Fufurify. Novo York: NYU Press, 2009; Hove Been: Art, Love & Politícs in the 1980s. Chicogo/
LORD, Cotherìne. "Medium: lnk on Poper". ln: New Hoven, Cï: Museum of Contemporory Art
Cruising fhe Archive: Queer Art ond Cuhure ín Los Chicogo/Yole Universìty Press, 20ì2. Este é um
Angeles, 1945-1980. Los Angeles: ONE Notìonol projeÌo histórico incipiente e certomente mois
Goy & Lesbion Archives, 2012, pp.78-81 (O ortigo trobolhos sobre o ossunto estõo por vir; entretonto,
"Medium" de Lord reflete sobre umo exposiçõo deve-se notor que o exposiçõo de Amelio Jones
orgonizodo por elo e intitulodo To Whom lt Moy Sexuol Polítícs: Judy Chìcogo's Dínner Porty ín
Concern; o mostro de Lord estovo ligodo ò série Feminist Art Hìstory, de 199ó, Ìentou preporor o
de exposições chomodo Cruísìng lhe Archive, terreno poro repensor os "políticos sexuois" dos
co-orgonizodo por Dovid Frontz e Mio Locks no onos l9Z0 e 1980 em reloçõo oo Íeminìsmo-oindo
ONE Notionol Goy & Lesbion Archives, University of que com pouco otençõo dedicodo d crise do
Southern Colifornio. AIDS ou òs conexões entre o feminismo e o teorio
78. CVETKOVICH, Ann. An Archíve of Feelíngs: gueer; ver.JONES, Amelio (org.). Sexuo/ Politics:
Troumo, Sexuolìty, and Lesbíon Public Cultures. Judy Chìcogo's Dìnner Porty in Femínist Art Híslory.
Durhom, NC: Duke Universìty Press, 2003, p.8. Berkeley: University of Colìfornio Press, 199ó.
79. Para umo histório dcs guerros culturois em 89. GOPNIK, Bloke. "Notionol Portroit Gollery bows
reìoçõo oo mundo do orte, veí KATZ, D. "'The to censors, withdrows Woinorowicz video on goy
Senotors were Revolted': Homophobio ond the love". ïhe Woshíngton Post, 30.11.2010. Disponível
Culture Wors". ln: JONES, Amelio (org.). Componíon em: <http: / /www. woshingtonpost.com/wp-dyn/
to Contemporory Art sínce 1945. Oxtord Blockwell, conrent / oüicle/2o1o/ 1 / 30 / AR2ol ol I 300ó91 l.html>.
1

2006, pp.231-48. Acessq em: 2.1.2011.


80. DUBIN, Steve. Aresting lnoges: lmpolític Art ond 90. Essos incluírom o exposiçõo Bod Gírls, de 1993,
lJncivíl Actions. Londres/Novo York: Routledge, 1992, copotrocìnodo pelo lnstitute of Conlemporory
p.185. Borrie e o museu forom bem-sucedìdos em Art, de Londres, e pelo Conïemporory Arts Centre,
opelor mois torde no mesmo ono (1990) e ocusoçôo de Glosgow; e o exposiçõo Bod Gìrls no New
foì revogodo. Museum of Contemporory Art, em New York, e suo
81. WOJNAROWICZ, Dovid. "Postcords Írom exposiçõo "irmõ", com o mesmo ÌíÌulo, no Wight Art
Americo: X-Roys from Hell". ln: GOtDlN, Non {org.). Gollery, UCLA, em 1994.
Witnesses: Against Our Vonishìng. Novo York: 9,ì. Ver de ZEGHER, CoÌherine {org.). lnsíde Íhe
Artists Spoce, 1989, pp. ó-1 I . Visíble: An Ellipticol Troverse of Twentìeth Century Arf

270
- :::-::-:- .-2:=- ^ -e 3:: - -*: :::,:-: '\:':':-. l:--:: --.:-:-. --::: --
^..:^ ^^ -^----:- :-; : i I : z:::'- i:: --: -: -
--
--
:: -': -; : -
:3eg- rcce :: S: -.Etro""-- a- (:-" . 3e;ic: Jp :.: :-:; Joso.. :e'-:-s- l:s:-: c::,..
em 1994-95; e IONES. Amelìo (org.). Sexuol PoÌífìcs. Hamonat'íonoltsm in Queer limes. Durhom, lCl D,<e
Op.cìt. University Press, 20OZ; e PUAR, losbir; t VINGSTCN,
92. Exemplos incluem suo orgonizocõo do Julie. inferspecles. Durhom, NC: Duke Unìversrly
'l
exposiçõo Beco mi ng/lJ nbeco ming Monoch rome: Press, 201 .
Hormony Hqmmond. RedLine CenÌer for 98. HALBERSTAM, Judìth "Jock". Femole Masculinìty.
ConÌemporory Arï, Denver, 20ì4; e seu livro Women Durhom, NC: Duke Universìty Press, 1998;
Together/Women Aport: Portraíts of Lesbíon Poris. Holberstom, Judith '!ock". In o Queer Tìme ond
New Brunswick, NJ: Rutgers University Press, 2005 Place. Op.cíf.; e PRECIADO, Beotriz. ÏesloJunkíe: Sex,
93. A primeíro porte do exposiçõo ocorreu em moio Drugs, ond Bíopolítícs ín the Phormqcopornogrophíc
de 2005 como pqrte do Poznon Ari Fqir, reolizodo Ero. Novo York: The Femìnist Press, 2013.
no Kulczyk Foundotion Gollerìes; o segundo, moìor, 99. PRECIADO, Beolriz. Testo Junkie. Op.cif., pp.38,
teve porte do exposìçõo no Center of Contemporory 39, 41.
Art "Loznio" em Gdonsk, em junho de 200ó. Ver l0O. No inglês, ofÉerwise (ver nofo 55).
LESZKOWICZ, Powel. "The Queer Story of Polish 101 . /bid., p. 395.

Ari ond Su biectivily" . Art Ma rgi n s: Co nfe m po ro ry


Centrol and Eost Europeon Vísual Culf ure,10.4.200ó.
Disponível em: <http://www.ortmorgìns.com/index.
php/feotured-orticles/ì ó3-the-queerstory- oÍ-polish-
-ort-ond-subiectivity>. Acesso em: Zll.20l0.
94. Ver "Bojono Peii on Gender ond Feminìsm in
Eostern Europeon Arl", enirevìsto com Hedvig Turoi
{Budopeste}. AüMorgìns: Contemporory Centrol ond
Ea st Europeon Ví suaI Culture, I 8.12.2009. Dìsponível
e m : < http ://www. o rtm o rg i n s. co m/i n d ex. p h p,/
interviews/540-boiono-pejìc-gender-feminism-eostern-
-europe- on-ort-interview>. Acesso em: 211.20ì0.
95. Aliogo comentou sobre o mostro: "Esse proieto
procuro exominor os contribuìções do feminismo, no
decorrer do décodo de1970, que forom trozìdos ò
lono e servirom como plotoformo poro lonçor umo
série de obordogens, sem os quoìs serio impossível
entender o pÍesente. Sem negor o coróter pioneiro
de muitos dos propostos que brotorom nos Estodos
Unidos, Ilre Gender Bottle dó um posso olém. Elo
obordo o problemótico dos polítìcos iguolitórios
que surgirom em poíses como o Fronço, o Esponho
(duronte os onos de ditoduro e de tronsiçõo poro
o democrocio), G'õ-Bretonho, Austrio, incluindo
oìgumos figuros individuoìs do mundo Ìodo,.
especiolmãnte do Américo Lotìno, Áfrico e Ásio"
Ver o press releose do mostro em: <http://www.
u ndo. nei/it/mostro/s8 83ó>. Acesso em: \2.9.201 4.

9ó. Outros exposições ìnternocionois e significotivos


de orte Íemìnisto nos onos 2O1O incluírom o Bìenol
de Venezo de 2005, com curodorio de Morío
de Corrol e Roso Mortínez, de forte inclìnoçõo
feminisio; o exposiçõo de orte feministo no Migros
Museum em Zurique em 2OOó, Tíme for Actíon
/Ihere's No Option), curodo por Heike Munder; o
ombicioso Kiss Kiss Bong Bong: 45 Yeors of Art and
Feminísm no Museo de Bellos Artes de Bilboo {2002},
com curodorio de Xobier Arokistoin; e Off-Center I

I
Femininìtìes: Regords from Serbío ond Montenegro,
orgonìzodo porJovono Stokic no RoberÌ Else Gollery,
Colifornio Store UnìveÍsity, Socromenfo, em 20Q7.
9Z HARAWAY, Donno. "A Cyborg Monifesto:
Science, Technology, ond Sociolist-Feminism in
the Lote TwenÌieth Century". ln: Simíons,'Cyborgs
ond Women: The Reìnvention of Nofure. Novo
York: Routledge, ì991, pp. ì49-81; BRAIDOTTI, Rosi.
Nomodic Subfects: Embodíment ond Sexuol
Dífference in Conlemporory Feminist Theory 11994).

271

Você também pode gostar