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Nova Friburgo
2020
CARLOS NEI DA CONCEIÇÃO BESSA
Nova Friburgo
2020
BESSA, Carlos Nei da Conceição. O Kickboxing na comunidade: possibilidades de
introdução de lutas e artes marciais e sua contribuição no desenvolvimento social dos
adolecentes . 2020 17 folhas. Projeto de Ensino (Graduação em Educação Física) – Centro de
Ciências Exatas e Tecnologia. Universidade Norte do Paraná, Cidade, 2020
RESUMO
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................................6
1.1 TEMA DO PROJETO........................................................................................................8
1.2 JUSTIFICATIVA.............................................................................................................8
1.3 O PROJETO SE DESTINA.............................................................................................10
1.4 PROBLEMATIZAÇÃO...................................................................................................10
1.5 OBJETIVOS......................................................................................................................10
1.6 REVISÃO DE LITERATURA......................................................................................11
1. Desporto de Combate.........................................................................................................13
1.7 DESENVOLVIMENTO (METODOLOGIA)..............................................................15
1.8 TEMPO PARA A REALIZAÇÃO DO PROJETO - CRONOGRAMA...................15
1.9 CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................................................16
2. REFERÊNCIAS..............................................................................................................17
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1 INTRODUÇÃO
O seguinte projeto tem por objetivo incluir no processo de formação dos adolescentes
das comunidades a prática do Kickboxing, modalidade criada nos EUA na década de 1970.
Ao mesmo tempo, a elaboração deste projeto destinará parte da sua discussão à prática
docente, carente, no Brasil, de capacitação e introdução à outras práticas esportivas que não o
Voleibol e o futebol – esportes mais populares nas comunidades brasileiras atualmente – e
que estão entre as dez modalidades esportivas mais praticadas no país, segundo Batista:
De acordo com a pesquisa do Ministério do Esporte realizada em
2013, os dez esportes mais praticados no Brasil são, em ordem:
futebol; caminhada e corrida; voleibol; academia e musculação;
natação; futsal; musculação; ciclismo; handebol; e basquetebol.
(Batista, 2013)
Ao mesmo tempo, será apresentada uma breve introdução ao esporte, à sua história e
popularidade pelo mundo. A apresentação de suas sete modalidades, características principais,
competições, regras de cada modalidade, principais ícones do esporte e etc.
Parte da discussão será em torno da diferenciação entre arte marcial e briga, formação
do caráter do adolescente , comportamento e sua problematização no contexto comunidade na
construção de um ambiente de disciplina, diminuição da violência, cooperação e superação
das limitações e o convívio pacífico entre os adolescentes .
Dessa forma, faz-se necessário aos professores de Educação Física,
saber e ensinar a diferença entre lutas e brigas para seus alunos,
independente da modalidade. Enquanto a primeira trata-se de uma
prática esportiva ou alternativa de atividade física com regras
determinadas, a segunda é vista como uma forma de provocar
confusões, desrespeito ao próximo, gerando violência excessiva.
(Mazini Filho, 2014)
alto rendimento. Além de questionar se o esporte de alto rendimento em si tem relação direta
com a saúde ou ao comprometimento dela.
A escolha do tema reside na problemática que é a introdução de lutas nas comunidades
Existe certo preconceito, talvez, mas mesmo um receio com a introdução das artes marciais
no dito contexto pois há a idealização de uma possível difusão da violência, da agressão. Mas
nos diz Filho que:
Todavia deixamos claro que não é a modalidade que é responsável
pela violência e sim o fator social que anda muito conturbado dentro
das famílias e dentro da própria sociedade, de uma maneira geral.
(Mazini Filho, 2014)
1.2 JUSTIFICATIVA
A escolha do tema lutas e por isso a opção pelo Kickboxing é que, em primeiro lugar,
é um tema de onde existe um domínio e um trabalho já desenvolvido em estágios, atividades e
em carreira profissional. Em segundo lugar, essa escolha passa pela percepção de que nas
comunidades brasileiras a maioria dos esportes praticados através de projetos , como os
dados descritos acima em outro item, são o Futsal, o Voleibol e o Basquete. No entanto, as
lutas são opções viáveis e ainda que não existam (em comunidades) condições estruturais
plenas, é possível desenvolver a prática dessas modalidades. Existe uma demanda, pois nem
todos os adolescentes realizam essas práticas descritas acima, ou será necessário também
desenvolver outras aptidões, outros conhecimentos. A ideia consiste, portanto, em ampliar o
leque de possibilidades e não se furtar de tentar outras práticas, alternativas ao que já está
consolidado nos projetos trabalhos em comunidades
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A autora Suel Luz (2014), apresenta alguns aspectos importantes para compreender a
necessidade de uma “pedagogia da cultura corporal”. Muito mais do que desenvolver a
prática, é envolver-se a ela, compreendê-la e discuti-la. O esporte diz muito sobre a sociedade
em que vivemos, afinal o Brasil é “o país do futebol”. O esporte é um tentáculo da cultura
formadora de um país. Mas esse discurso está congelado, ao menos nas práticas de sala de
aula. As atividades se resumem a apenas jogar, sem quaisquer discussões críticas acerca dos
conhecimentos teóricos do esporte. E então, introduzir outras práticas, além de diversificar o
que se pratica nas escolas, é interessante também levar para o espaço escolar o conhecimento
teórico dessa nova modalidade, apresentar seu contexto de criação, sua história, seu alcance e
assim desenvolvê-la tornar esse “objeto novo” uma alternativa, uma nova perspectiva, uma
outra visão de mundo. E concomitantemente, contribuindo para o desenvolvimento do escopo
teórico-metodológico .Não é um movimento para o adolescente , apenas, mas sim para o
profissional, para a comunidade que abrigará esta nova alternativa ao que já está posto
comumente.
Outro aspecto abordado neste projeto está em torno do que aponta Hugo Nunes
(2013): a falta de conhecimento e vivência de parte dos profissionais em Educação Física e
também a preocupação com o recrudescimento da violência no ambiente social . Outrossim, é
necessário, segundo o autor, diferenciar o que é luta do que é arte marcial. Semanticamente
são duas coisas evidentemente diferentes, mas há o equívoco de deixar de conceituar esses
termos. A própria palavra “luta” tem pelo menos duas dimensões polissêmicas. Por exemplo,
“luta de classes”, luta dos sem-terra; expressam uma dimensão genérica da palavra. Ao passo
que “arte” remete a algo lúdico, plástico, subjetivo por vezes. E “marcial” remete ao deus
greco-romano Marte, deus da guerra, do conflito. Somente neste interim, está deflagrada uma
discussão filosófica muito pertinente, pois todas as artes marciais possuem alguma filosofia
que as caracterizam, que conduzem a forma de agir de seus praticantes; uma discussão
antropológica ao mesmo tempo. Eis um momento propício para a promoção da
interdisciplinaridade no ambiente escolar.
Do mesmo modo é uma discussão que, segundo o autor, deflagra uma condição de
“risco” por parte dos professores que se lançam a possibilitar esse conhecimento aos alunos,
em detrimento do que já vem comumente sendo praticado, como Voleibol, Basquete e Futsal;
ou até mesmo corrida, atletismo. Ao passo que esse projeto se consolidar, haverá caminho
para a consolidação, talvez, da disseminação que contribuirá para uma formação plena do
profissional de Educação Física que não se furtar em levar esportes que não estão no “cânone”
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da educação brasileira. Sobretudo nas escolas periféricas, onde o acesso a diversos conteúdos
é bastante limitada e limitante.
1.4 PROBLEMATIZAÇÃO
1.5 OBJETIVOS
O objetivo do projeto é elaborar e desenvolver com os adolescentes o conhecimento e a
prática do Kickboxing. Refletir seu contexto de criação, o que reflete para a cultura norte-
americana e quais os caminhos que essa modalidade percorreu até chegar ao Brasil e sua
penetração na nossa sociedade. Reconhecer os grandes atletas da modalidade, os principais
eventos e qual impacto sócio-econômico.
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futuro oportunizem a outros indivíduos, sendo eles professores ou não, outras perspectivas.
No Brasil, o esporte é um meio de ascensão social também. Quando não econômica, a
capacidade de influência na vida de outros indivíduos é evidente, ainda mais em locais onde
estão escancaradas as desigualdades.
Para Dos Santos, quando este autor se utiliza do exemplo da prática do Judô,
a arte marcial contribui para um desenvolvimento moral dos alunos praticantes. Estimulando a
cooperação, propõe desafios físicos e mentais. Como acertar um golpe, como defender-se de
outro, como se posicionar para aplica-los, como proteger-se de lesões. Tudo isso, para o autor,
é parte do desenvolvimento intelectual, diante da prática, que faz com que o aluno que está
em desenvolvimento tem de pensar no ato da atividade.
Atacando o problema da falta de conhecimento e aptidão de parte dos
profissionais de Educação Física no que tange a elaboração e ensino das artes marciais, Dos
Santos propõe que os ensinamentos das técnicas sejam feitos a partir de uma adaptação das
técnicas a práticas lúdicas. E acredita-se que mesmo o profissional em Educação Física seja
um especialista em lutas, é necessário elaborar os conteúdos dessa forma.
O comportamento é outro conceito que deve ser visto neste projeto. Pois
segundo Dos Santos:
Tais sessões de aulas pautadas na arte marcial trouxeram resultados
positivos em relação à melhora do comportamento de bullying, como o aumento do espírito
defensor entre os colegas, aumento da capacidade de raciocinar tanto durante a prática quanto
durante o estudo das outras áreas de conhecimento na escola e foi verificado o aumento da
empatia com as vítimas da prática do bullying. (Dos Santos apud Twemlow, 2008)
Não é raro as artes marciais pregarem postura e respeito para com seus pares. No
Kickboxing não é diferente. A princípio, tido como esporte de combate, é imprescindível
mudar esse quadro no trabalho escolar. Sendo uma arte que fundada na década 1970 com a
ressignificação de técnicas de várias outras artes marciais, como Karatê, Boxe e Taekwondo,
o Kickboxing fez um apanhado de suas filosofias. Não há registro documental ainda sobre
uma filosofia própria do esporte, mas este projeto visa contribuir para a formulação de uma
filosofia educacional dessa prática. Estabelecer alguns objetivos comportamentais e de
aumento do rendimento escolar, será possível alcançar o objetivo de formular uma filosofia
propriamente educacional desse esporte. O cumprimento antes e após os embates e os
treinamentos, o respeito para com o professor são um ritual comum desse esporte, assim como
existe em outras artes marciais. Seguem algumas definições, da diferenciação entre esporte de
combate, desporto marcial e jogo de combate.
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1. Desporto de Combate
2. Desporto Marcial
É uma modalidade que possui algumas remanescentes da filosofia mística característica das
artes marciais, de desenvolvimento do praticante, porém o objetivo principal é a competição,
é vencer o seu adversário. O praticante passa por todo tipo de treinamento a fim de se preparar
física e psicologicamente para subjugar o oponente utilizando as técnicas de combate de uma
determinada arte marcial, com a ressalva de buscar sempre a vitória mais justa e honesta
possível. Exemplos: Karatê competitivo, Judô competitivo.
3. Jogo de Combate
5. Artes Marciais
1
A História do Kickboxing. Federação de Kickboxing do Estado do Rio de Janeiro, São Gonçalo. Acesso em
10/05/2019. Disponível em <http://www.fkberj.com.br/historia.php?id=1>
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prática dos movimentos. Desenvolver circuitos para exercícios de força e resistência para
possibilitar um maior rendimento dos alunos na execução dos movimentos. No de correr dos
anos , promover competições . Saber se houve um aumento do desempenho desses
adolescentes, e se houve uma diminuição da agressividade dos mesmos com maior tendência
a esse comportamento.
2. REFERÊNCIAS
DOS SANTOS, Lucas Baêta Leal. Benefícios das artes marciais nas aulas de Educação
Física Infantil. Artigo de Revisão. Faculdade de Ciências da Educação e Saúde – FACES –
Curso de Licenciatura em Educação Física. Brasília-DF, JUNHO/2013.
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FILHO, Mazini Lúcio Mauro; SIMÕES, Michel Resende; VENTURINI, Gabriela Resende de
Oliveira; SAVÓIA, Rafael Pedroza; AIDAR, Felipe José; COSTA, Saulo Paula. O ensino de
lutas nas aulas de Educação Física Escolar. In: Revista do departamento de Educação
Física e Saúde e do Mestrado em Promoção da Saúde da Universidade de Santa Cruz do Sul /
Unisc. Ano 15 – vol.14 -número 4 – Outubro/Dezembro 2014. Disponível em:
http://online.unisc.br/seer/index.php/cinergis. Acesso em: 09 mai. 2019.
LUZ, Suel. Artes Marciais na escola: um olhar diferente para Educação Física escolar na
perspectiva do Currículo Cultural. E. E. Caetano de Campos. São Paulo, 2013.
SANTOS, Lara Lavyne Silva Santos; VEIGA, Igor Nascimento; JÚNIOR, Adenilson Targino
de Araújo. Projeto de arte marcial na escola: um relato de experiência sobre a produção
de sinais em LIBRAS para o Jiu-Jitsu. II Congresso CINTEDI, Educação Inclusiva. II
Jornada Chilena Brasileira de Educação Inclusiva. Campina Grande, 16 a 18 nov. 2016.