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A sociedade passa por profundas mudanças estruturais, devido aos efeitos da globalização econômica e
tecnológica das últimas décadas. Esse fato tem exigido que as organizações assumam novos papéis, os quais vão
além daqueles definidos pela ordem econômica. Neste contexto, a função das empresas sofre alterações, levando-as a
assumirem responsabilidades socioambientais que transcendem sua prática tradicional de gestão. Administrar, hoje,
exige que as organizações levem em conta a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos, a valorização do potencial
humano, o equilíbrio ecológico e a equidade social.
O desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem
comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. De acordo com Nascimento, Lemos e
Mello (2008): “Precisamos mudar nossa forma de pensar e agir no que se refere às questões socioambientais, muito
mais geradoras de oportunidades do que de custos. É possível conciliar sustentabilidade econômica com
sustentabilidade social e ambiental.
A gestão estratégica é, basicamente, uma maneira de se gerir uma organização que permita constantemente avaliar
em que ponto ela se encontra, aonde ela quer chegar e quais as melhores alternativas a serem trilhadas entre estes
dois pontos – que, diga-se de passagem, nunca permanecem estáticos. É uma forma de coordenar as ações da
empresa tal qual um exército planeja seus movimentos antes, durante e depois das batalhas, e daí vem o termo
“estratégia”.
Como uma bússola nas mãos da alta direção, a GES considera os requisitos sociais e ambientais frente às tendências
do seu mercado, às oportunidades e aos riscos atrelados às operações. Dentre outros aspectos, ela inclui a análise de
cenários, o desenvolvimento de planos de gestão (estratégias) e a tomada de decisão envolvendo critérios como:
Uma vez provado que não se pode mais prescindir da atenção institucional às esferas social e ambiental, é certa a
necessidade de se equacionar estrategicamente estes pilares, de forma a garantir a sustentabilidade reivindicada pelas
partes mutuamente influentes (Empresa X Sociedade X Meio Ambiente). Como elemento da Governança global, a
GES assegura maiores vantagens, como transparência, diferenciação e fidelização do mercado consumidor,
estimulando o crescimento harmônico com o meio ambiente e com a sociedade. Permite-se, deste modo, uma
satisfatória conciliação entre o investimento realizado no capital humano e ambiental e o respectivo retorno financeiro,
além da perenidade do negócio.
A quebra dos velhos paradigmas de gestão deve ser um desafio priorizado pelos dirigentes das organizações. O
posicionamento gerencial deve instigar a internalização dos investimentos em sustentabilidade, mitigando a
externalização dos seus potenciais passivos socioambientais. Recursos devem ser alocados para ações sociais e para
a melhoria do desempenho ambiental, não só como uma responsabilidade inseparável do negócio, mas principalmente
com o fim de compensar os lucros advindos dos ativos que são patrimônio da sociedade. Recomenda-se que na
absorção desses novos valores, o corpo diretor disponha de um “Conselho da Administração” ou de uma consultoria
especializada, que trará sugestões e perspectivas imparciais norteando a consolidação das soluções mais adequadas.
A alta administração deve atentar para alguns cuidados quando se decide pela mudança de postura, para não cair na
vala comum do modismo e da hipocrisia. Dentre esses cuidados, deve-se evitar os erros corriqueiros, dentre eles:
É também necessário compreender a importância desses investimentos no dimensionamento dos objetivos e metas
globais da organização. Por serem investimentos, é justo que se realizem os justos retornos sociais, ambientais e,
logicamente, econômicos – desvirtuando a ideia de que estes investimentos se realizem a fundo perdido. A inteligência
organizacional se prova quando a alocação de recursos, sistemática e contínua, traduz-se em incrementos ideais ao
tripé da sustentabilidade: economia (maiores lucros/produtividade), sociedade (pessoas felizes) e meio ambiente (uma
fonte crescente de recursos).
Por fim, a visão exploratória sem a compensação socioambiental na mesma proporção à sociedade deve ser extirpada
pela administração de vanguarda. Do contrário, é fato que a organização perecerá diante da irreversível pressão
mercadológica, legal, social e ambiental.