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A Lei n. 13.

874/2019, denominada Lei da Liberdade Econômica trouxe diversas alterações para o


ordenamento jurídico brasileiro, seja em matéria de Direito Civil (parte que envolve o Direito
Empresarial), em Direito Tributário, entre outras matérias, porém, o objeto de estudo do presente texto
será destacado com um ênfase no Direito do Trabalho.

A Lei da Liberdade Econômica está em vigor e trouxe alterações para a Consolidação das Leis do
Trabalho, como, por exemplo, a constituição de uma Carteira de Trabalho e Previdência Social Digital e
controle de jornada.

A Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) possui grande importância em nossa sociedade já que
possibilita o registro de todas as atividades remuneradas prestadas pelo trabalhador com vínculo
empregatício com determinada empresa ou pessoa. Logo, permite que haja a concepção e proteção de
diversos direitos trabalhistas e previdenciários.

No ramo do Direito do Trabalho a CTPS possibilita que o trabalhador possua uma segurança referente à
toda a relação de emprego, visto que terá direitos protegidos pela CLT. No mesmo sentido, no âmbito do
Direito Previdenciário a CTPS permite que o trabalhador demonstre o cômputo do tempo de
contribuição e carência para conquistar benefícios previdenciários devidos mediante o preenchimento
de requisitos específicos trazidos pela Lei n. 8.213/91 e regulamentados pelo Decreto n. 3.048/99.

De início, como primeira alteração associada à consolidação da CTPS Digital, nota-se que o Art. 14 da CLT
fora modificado e passou a compreender uma redação de que a Carteira de Trabalho será emitida pelo
Ministério da Economia (e não mais Ministério do Trabalho) por meio da Secretaria do Trabalho.

A CTPS, atualmente, será emitida preferencialmente pelo meio eletrônico, isso é, de forma digital, mas
devemos observar que não se trata de um meio exclusivo, ou seja, não houve a exclusão do meio físico,
esse poderá ser conquistado excepcionalmente desde que:

I – nas unidades descentralizadas do Ministério da Economia que forem habilitadas para emissão;

II – mediante convênio, por órgãos federais, estaduais e municipais da administração direta ou indireta;
III – mediante convênio com serviços notariais e de registro, sem custos para a administração, garantidas
as condições de segurança das informações.

Logo, via de regra, a Carteira de Trabalho será emitida de forma digital, entretanto, será possível sua
emissão de forma física mediante preenchimento de um dos requisitos acima.

Outro ponto importante é que a Lei da Liberdade Econômica possibilitou que a Carteira de Trabalho e
Previdência Social tenha como identificação única do empregado o número de inscrição no Cadastro de
Pessoas Físicas (CPF), ou seja, a CTPS não precisa de RG, título de eleitor, nem nenhum outro dado, mas
apenas do CPF.

Além disso, devemos observar que a Lei da Liberdade Econômica determinou que o empregador terá o
prazo de 5 (cinco) dias úteis para anotar na CTPS a data de admissão, a remuneração e as condições
especiais, se houver, sendo facultada a adoção de sistema manual, conforme instruções do Ministério da
Economia.

Por fim, o trabalhador deverá ter acesso às informações da sua CTPS no prazo de até 48 (quarenta e oito)
horas a partir de sua anotação.

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