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As doenças causadas pelo fumo

quinta-feira, 8 de novembro de 2007 às 9:21h


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Todos já conhecem os efeitos deletérios do cigarro no corpo, basta ler as mensagens do


ministério da saúde na embalagem, mas a boca também é palco de alterações nocivas
que, por vezes, pode ser alvo de doenças graves. Daremos neste artigo um enfoque
odontológico, visando aspectos clínicos das patologias que acometem desde lábios até
estruturas intrabucais, como a língua, manchas nos dentes, mucosas alteradas
(gengivais/bucais), palato (céu da boca), orofaringe (garganta), bem como proporciona
mau hálito. As alterações descritas são pertinentes aos fumantes ativos, os que
efetivamente fumam. Já os passivos, irão desenvolver seqüelas em outras regiões do
corpo, uma vez que não colocam o cigarro na cavidade bucal, mas compartilham a fumaça
tóxica exalada pelos pulmões dos tabagistas. Estudos indicaram a presença de nicotina
em fios de cabelos de recém nascidos, sendo a mãe fumante, o que comprova que os
produtos tóxicos são transmitidos para seus filhos. Outras substâncias foram encontradas
nos fetos de mães não fumantes, mas com pais tabagistas. A composição do cigarro é
complexa e são encontradas mais de 4725 substâncias, das quais 70 a 100 são
comprovadamente cancerígenas. As principais são: tabaco, alcatrão, monóxido de
carbono (CO) e a nicotina. Esta última é responsável pela dependência química, levando o
fumante a uma sensação de bem-estar e tranqüilidade. Dentre os ingredientes adicionados
ao cigarro, a amônia foi encontrada. O intuito era de potencializar o efeito da nicotina, cuja
quantidade não pode ultrapassar o limite estipulado pela entidade fiscal. As companhias
de cigarro sempre vão investir em formas de burlar a fiscalização para conseguir o objetivo
almejado, viciar jovens para tê-los como clientes até a morte.

Na década de 70 havia mais homens do que mulheres fumantes, cerca de 60% contra
40% -respectivamente. O perfil da sociedade mudou, hoje o sexo feminino compete em
cargos que antes eram de domínio masculino, portanto hoje a porcentagem de tabagistas
femininas está se equiparando aos homens.

As razões pelas quais as pessoas começam a fumar são inúmeras, entre as principais
encontram-se: diminuição da ansiedade/tensão; perda de peso, pelo fato de passar maior
parte do tempo fumando e substituindo a comida pelo fumo; integração e aceitação na
sociedade, na roda de “amigos” –que hoje iniciam com 10 a 15 anos de idade; ostentação
da personalidade “adulta” e independência; dentre várias.

A combustão da ponta do cigarro gera um aumento da temperatura –por volta de 800ºC a


1200ºC, transformando-a em brasa. Este calor é conduzido para o interior do tubo de
papel através da fumaça aspirada. Ao entrar na cavidade bucal, ocorre elevação da
temperatura na região, promovendo dano às células do tecido em questão. O nosso corpo
tenta se proteger produzindo uma “barreira/escudo” com o objetivo de afastar o agente
agressor dos tecidos afetados, essa defesa se dá pela formação de uma placa
esbranquiçada no local. A essa placa denomina-se de hiperceratose (foto) caso a injúria
persista, as células podem sofrer alterações no seu interior potencializando o
aparecimento de tumores benignos ou malignos.

O uso do fumo, a longo prazo, provoca diminuição ou perda temporária das papilas
linguais, dificultando a sensação do paladar. Para compensar a falta do gosto das
refeições o fumante passa a utilizar uma quantidade excessiva de sal, propiciando o
aumento da pressão arterial.

A mucosa jugal (porção interna da bochecha) também pode desenvolver a hiperceratose,


mas se o indivíduo suspender o vício, a placa pode regredir.

No palato existem glândulas salivares pequenas, passíveis de sofrerem inflamação, o que


pode levar à formação de uma região avermelhada com área esbranquiçada ao redor.
Esta lesão recebe o nome de estomatite nicotínica , pois a fumaça provoca irritação no
tecido atrapalhando a secreção salivar. Se o paciente abolir o tabagismo esta alteração é
passível de regressão.

A lesão mais temida decorrente do uso do tabaco é o câncer bucal. Como todos sabemos
o câncer é uma doença grave que, se diagnosticada e tratada a tempo, existe a cura
efetiva. Como descrito anteriormente, as células são expostas a traumas durante longo
período, o que pode acarretar em alterações irreversíveis no código genético responsável
pela multiplicação celular –DNA. Devido ao comprometimento a proliferação das células
torna-se caótica, proporcionando tumores malignos. O tipo de câncer que mais acomete a
boca é o carcinoma espinocelular (CEC). Se esta enfermidade não for tratada pode
provocar metástase, que é a disseminação das células cancerosas para outros órgãos ou
regiões. Por isso é que periodicamente devemos realizar o auto-exame frente a um
espelho, para ficarmos atentos a qualquer modificação nas estruturas da boca. A
manifestação clássica e freqüente que o CEC se apresenta é através de úlcera que não se
cicatriza no máximo em 15 dias, indolor,䀠com base endurecida, com bordas
elevadas e rígidas. (foto). A localização geralmente ocorre no lábio e língua, mas pode
acometer qualquer região que esteja sofrendo injúrias. É comum ouvirmos relatos de
pessoas que nunca fumaram e desenvolveram esse tipo de câncer, ou indivíduos que
fumam e nunca tiveram câncer. Esse fato é explicado pela pré-disposição genética do
paciente, entre outras condições. Tem câncer quem pode e não quem quer...

Além das patologias citadas, há também doenças gengivais e periodontais, as quais


sofrem alterações inflamatórias dos tecidos e perda de estruturas de suporte dental, como
o osso alveolar. A nicotina integra-se com a placa bacteriana (biofilme) tornando-a mais
danosa para a mucosa gengival.

O fumo compete com a vitamina C, como conseqüência, há eliminação desta,


prejudicando a cicatrização em cirurgias bucais e inibe o sistema imunológico.

Se tivermos que explicar a uma criança, por exemplo, seu filho (a) de 5 anos, o que é o
cigarro e para que serve, iremos passar por idiotas, pois a resposta se aproximaria desta:

"O cigarro é um tubo de papel, recheado com uma planta com componentes tóxicos e
viciantes, onde na sua extremidade ateia-se fogo com a finalidade de inalarmos a fumaça,
rica em componentes nocivos -que são amenizados pelo filtro, para aspira-la para o
interior do nosso corpo causando uma sensação de bem-estar..."

Com certeza, para a criança, é a resposta mais insensata que já ouviu e ouvirá. Pois seus
pais pagam para serem “envenenados”? E o fumo é tão prejudicial que não o aconselham
aos seus filhos...

Encontram-se várias formas de deixar o vício, suas indicações variam de acordo com cada
indivíduo. Um método usual é a eliminação gradativa de unidades de cigarro por dia. Desta
forma cria-se uma tolerância frente à ausência da nicotina, para atenuar ou eliminar a crise
de abstinência. Outras formas se dão por suplementos de nicotina, como os adesivos,
tabletes, chicletes, medicamentos, etc. Estes com acompanhamento médico. O importante
é reconhecer que existe o vício e buscar ajuda em entidades beneficentes ou profissionais
especializados.

Se pensarmos o que representa o gasto do produto durante anos, acompanhado do


isqueiro ou fósforo, os impostos que o governo impõe para a venda do maço, que se
aproxima de 70% a mais do valor do produto, perda da saúde e envolvimento de
familiares, faço a seguinte pergunta: vale a pena fumar?

Segundo o especialista, o fumo mais cedo ou mais tarde danificará os dentes,


prejudicando não só a saúde bucal, mas outros órgãos do corpo, podendo levar
o fumante à morte

Invariavelmente a nicotina impregna e escurece os dentes, compromete a


estética, facilita a aderência de bactérias nos mesmos e, como conseqüência,
causa o mau hálito, o aparecimento de gengivites, além de cárie e perda
precoce dos dentes. Este último dado é bastante preocupante, uma vez que no
Brasil 20% da população adulta perde os dentes prematuramente. E a perda de
um único dente compromete não apenas a estética como também a
mastigação e a digestão. Como se isso não bastasse, fica muito mais caro a
qualquer paciente reparar que prevenir.

Doenças bucais e o cigarro

Independente da quantidade de cigarros tragados, quem fuma está sujeito a


uma série de doenças. Para Ricardo Vieira Garcia, periodontista e assistente-
doutor do Curso de Especialização em Implantodontia da Universidade de
Guarulhos (UNG), o fumo é considerado fator de risco para o desenvolvimento
de doenças periodontais. “Para citar um exemplo, a ação das substâncias
tóxicas da fumaça promove vaso constrição periférica gengival, inibe as
respostas celulares e pode causar necrose do tecido local”.

Outros problemas periodontais são o massacramento ou, em casos mais


graves, ausência dos sinais clínicos de sangramento e rubor gengival. A
progressão e severidade da doença em fumantes. São observadas, ainda,
perdas ósseas alveolares, aumento da profundidade de sondagem, mobilidade
dentária e doenças periodontais necrossantes.

Além dos problemas gengivais e periodontais já enfocados, o fumo é um fator


de predisposição para outras doenças consideradas cancerígenas, como
leucoplasia (placa branca aderida na mucosa bucal) e a eritroplasia (mancha
avermelhada indolor na mucosa bucal), que aumentam as chances de
aparecimento do câncer bucal.
Para Francisco Pacca, mestre e doutor em Diagnóstico Bucal pela
Universidade de São Paulo (USP), o grande risco do hábito de fumar é o
aparecimento do câncer de boca. “A fumaça do cigarro contém mais de 4700
substâncias tóxicas, sendo 60 delas comprovadamente cancerígenas. Existem
trabalhos científicos que descrevem que os fumantes têm de 15 a 150 vezes
mais chance de aparecimento de câncer bucal”, informa.

No Brasil os dados são alarmantes. Para se ter uma idéia, segundo o Instituto
Nacional do Câncer (INCA), o câncer de boca está entre os dez tipos de
cânceres mais freqüentes na população brasileira, e nos últimos vinte anos, a
doença aumentou 35% no país.

Aproximadamente 10% de todos os cânceres estão na boca. E mais: 85% dos


casos diagnosticados se encontram em fase avançada. De cada dez casos de
câncer bucal, nove estão relacionados ao fumo ou ao álcool. Quando pessoa
fuma e bebe as possibilidades de contrair câncer aumentam 141 vezes.

HALITOSE (MAU HÁLITO)

O que é halitose?
Halitose significa "mau hálito", um problema que muitas pessoas enfrentam
eventualmente. Calcula-se que aproximadamente 40% da população sofre ou sofrerá de
halitose crônica em alguma época de sua vida. Muitas são as causas deste mal,
incluindo:

• Higiene bucal inadequada (falta de escovação adequada e falta do uso do fio


dental);
• Gengivite
• Ingestão de certos alimentos como, por exemplo, alho ou cebola;
• Tabaco e produtos alcoólicos;
• Boca seca (causada por certos medicamentos, por distúrbios e por menor
produção de saliva durante o sono);
• Doenças sistêmicas tais como câncer, diabetes, problemas com o fígado e rins

O TABACO É INIMIGO DA BOCA - Se você é fumante, arme-se até os dentes


para ler essa notícia e tratar de largar o vício do tabaco. No quesito saúde bucal, os
efeitos do cigarro vão de mau hálito à precoce perda dos dentes. Segundo uma pesquisa
feita durante 12 anos na Johns Hopkins University (EUA), quem fuma pode ficar
desdentado antes da hora, especialmente se o viciado for do sexo feminino. Segundo o
estudo, as mulheres fumantes têm 67% mais chances de perder seus dentes do que as
não-fumantes. Cortar de vez o cigarro ou diminuir seu consumo pode retardar o
processo.
Outro estudo feito pela mesma universidade, com 155 homens e mulheres, mostrou que
os fumantes têm o dobro de chances de desenvolver doenças do periodonto (conjunto
que sustenta os dentes) em relação aos não-fumantes. A saúde bucal dos fumantes é
mais frágil porque o tabaco diminui a resposta imunológica a bactérias. O monóxido de
carbono presente na fumaça que é ingerida pelo fumante reduz a concentração de
oxigênio e inibe a movimentação de glóbulos brancos, reduzindo sua capacidade de
destruir bactérias.
Outros elementos químicos presentes na fumaça do cigarro podem diminuir ainda mais
a resistência dos tecidos do periodonto. Esses elementos são absorvidos pelas raízes dos
dentes. Um em cada três fumantes que participaram dessa pesquisa tinham a superfície
das gengivas escurecida, por pigmentação com melanina.
A falta de anticorpos também pode contribuir para que o fumante desenvolva halitose
(mau hálito). Como se não bastasse, outros estudos também estão sendo feitos para
demonstrar os danos causados pelo cigarro ao esmalte dos dentes, fazendo com que eles
também, além das gengivas, fiquem escuros". (Folha de São Paulo - Folhateen -
16/08/1999)

Tabagismo e problemas bucais


Além dos problemas respiratórios, mais conhecidos, os fumantes também podem
apresentar alterações na boca. Uma pesquisa realizada pelo departamento de
odontologia da UnB (Universidade de Brasília) mostra que 47% dos dependentes de
tabaco que procuraram a clínica de odontologia da instituição de setembro de 2006 a
julho de 2007 sofriam de alguma enfermidade bucal.
Entre os problemas diagnosticados, os mais freqüentes foram doença periodontal (da
gengiva) e lesão que pode evoluir para um câncer, de acordo com Eliete Neves,
coordenadora da pesquisa .
O estudo também mostra que há relação entre o nível de dependência e as doenças
bucais. Entre os fumantes moderados, 59% apresentaram problemas na boca. Neves diz
que 90% dos pacientes com câncer de boca tratados na clínica são fumantes.
Tabagistas devem buscar ajuda assim que perceberem alguma alteração na boca. Neves
lembra que largar o vício, mesmo depois de bastante tempo fumando, também diminui
riscos, pois as lesões podem regredir.
Cigarro e doenças bucais

Cigarro e doenças bucais. Os danos do cigarro ao organismo são de conhecimento de


todos, mas, muita gente não sabe que o cigarro promove e acelera o desenvolvimento
de doenças bucais, principalmente por diminuir a capacidade de defesa do indivíduo
nessa região.
O cigarro possui uma substância derivada da nicotina, denominada cotinina, que
diminui a vascularização e o aporte sangüíneo à gengiva, ao osso que circunda os
dentes e à mucosa oral. Dessa forma, as células de defesa, que seriam levadas pelo
sangue à região infectada por bactérias orais, não conseguem alcançar seu objetivo.

O resultado é a instalação silenciosa de uma doença periodontal (ao redor dos dentes),
sem sintomas exagerados, mas que progride rapidamente até a perda do dente.
O protocolo de tratamento é semelhante nos individuos não fumantes, embora tenha
duas principais particularidades: a primeira é que os cirurgiões-dentistas, darão início a
uma campanha de apoio ao abandono do hábito e do vício; a segunda é que o paciente
deve estar ciente de que a cicatrização em fumantes também é afetada pela falta de
vascularização, gerando um atraso de duas a três semanas para o reparo completo de
qualquer ferida cirúrgica intra-oral

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