Você está na página 1de 19

MEMÓRIA DA IMIGRAÇÃO

EM CATAGUASES
Seminário promovido por:
Secretaria Municipal de Educação

Secretaria Municipal de Cultura e Turismo


Departamento Municipal de Patrimônio Histórico e
Artístico de Cataguases - Divisão de Educação Patrimonial

Apresentação: Joana Capella e Nilza Cantoni


15 de abril de 2011
“A memória, na qual cresce a história, que por sua vez a alimenta,
procura salvar o passado para servir ao presente e ao futuro.
Devemos trabalhar de forma que a memória coletiva sirva
para a libertação e não para a servidão dos homens”.
LE GOFF(2003)

r i a

e
d eM
re s
g a
Lu

Memória coletiva:
o que “ficou do passado no vivido dos grupos,
Capela de São João Batista
ou o que
Colônia os grupos
Agrícola fazem do passado”.
Major Vieira
NORA, Pierre (1993)
“A habilidade do historiador lhe permite utilizar, para fabricar o seu
mel, na falta das flores [...] tudo o que, pertencendo ao homem, depende
do homem, serve o homem,
exprime o homem, demonstra a presença, a atividade, os gostos
e as maneiras de ser do homem”. LE GOFF (2003)

“o que sobrevive não é o conjunto daquilo que existiu no passado,


mas uma escolha efetuada quer pelas forças que operam no
desenvolvimento temporal do mundo e da humanidade,
quer pelos que se dedicam à ciência do passado e do tempo
que passa, os historiadores”. LE GOFF (2003)
Durante o processo de pesquisa, o estudioso separa as fontes
e as organiza de determinada forma,
executando o que Michel de Certeau denominou
“produção de documentos”. CERTEAU (2006)

O passado pode ser observado através


de monumentos e documentos. LE GOFF (2003)

Barra do rio Novo


“A história mudou sua posição acerca do documento:
ela considera como sua tarefa primordial,
não interpretá-lo, não determinar se diz a verdade
nem qual é seu valor expressivo,
mas sim trabalhá-lo no interior e elaborá-lo;
ela o organiza, recorta, distribui, ordena e
reparte em níveis, estabelece séries,
distingue o que é pertinente do que não é,
identifica elementos, define unidades,
descreve relações”. FOUCAULT (1997)

“textos ou documentos [...] não falam


senão quando sabemos interrogá-los”
BLOCH (2001)
“O documento não é inócuo. É, antes de mais nada,
o resultado de uma montagem, consciente ou inconsciente,
da história, da época, da sociedade que o produziu,
mas também das épocas sucessivas durante
as quais continuou a viver, talvez esquecido,
durante as quais contiuou a ser manipulado,
ainda que pelo silêncio”. LE GOFF (2003)

“Quando os antropólogos sociais lidam com relações


de parentesco, na realidade eles estão tratando de
relações de um tipo muito diferente, isto é,
de relações sociais, que podem ser relações de
autoridade e subordinação, de troca econômica,
de cooperação doméstica, de ritual ou cerimonial”.
BEATIE (1980)
8 – Pai de 4
4 – Pai de 2
9 – Mãe de 4
2 – Pai de 1
10 – Pai de 5
5 – Mãe de 2
11 – Mãe de 5
1 – Pessoa Inicial
12 – Pai de 6
6 – Pai de 3
13 – Mãe de 6
3 – Mãe de 1
14 – Pai de 7
7 – Mãe de 3
TEMPO E ESPAÇO

“uma exclusão é sempre necessária


ao estabelecimento de um rigor”
CERTEAU (2006)

DIVULGAÇÃO

“um exercício de comunicação


presume a existência de um público”
ECO (2005)
População da Colônia:
- o colono, dono do lote, sua esposa, filhos e, em alguns casos, seus pai
- o agregado, morador e trabalhador no lote, parente ou não do colono;
- o administrador da Colônia, funcionário público;
- a professora, também funcionária pública.
As fazendas Floresta e Boa
Vista podem ter pertencido à
antiga
fazenda Bom Sucesso. Sua
área total era de 900 alqueires
que se estendiam da barra do
rio Novo, pelo Pomba abaixo,
até a barra do rio Pardo.
A principal atividade econômica na Fazenda
Boa Vista era o plantio e o beneficiamento do café.
Nesta propriedade
s t a, , viveu a família de
l o r e r ra s
d a F e t e
zen es d t es
a i r o
A F alque m 26 l
3 0 7 i da e
com i divid
fo
Os colonos plantavam, também,
cana de açúcar para produzir
açúcar, rapadura e cachaça.

Santo Bianchi
A construção da casa do colono
deveria obedecer ao padrão definido
Para todas as Colônias mineiras,
em tijolos, assoalhada e dotada de
instalações sanitárias de acordo
com o plano da
Diretoria de Higiene e Profilaxia.
Compunha-se de dois quartos, sala,
cozinha e varanda nos fundos.
Casa do Lote 23
POPULAÇÃO DA COLÔNIA
Ano Habitantes
1912 83
1913 109
1914 461
1915 518
1917 529
1918 532
1919 632
1920 1109
BEDENDO BERTULLI BIANCHI BOGONI
BOLOGNINI BONETTI
CALER PEREZ CARLI CAUSIN COMELLO
COLETTA COLUMBARINI CORNE
DONATI
FERLINI FERNANDES FERRARESE FIORIO
FRASCAROLI FULLI
GRAZIOLI GERALDO GRINALDI GUALANDI GUAZZI
GUELI GUERCIO
KEB-KAB LOVO LUCHESE (LUCHESI)
MAFROTA MAGALA MARMORE MARQUESINE
MASSOLA MAZIERO MENDI MESCHITTA
MIGAGNOLI MOZZOLIN
PERNUMIAN PELLICONE PICOLLO
PICCULI POSSENTI
RAVAGLIA REGAZZI RODRIGUES
ROMAGNOLI ROSSINRUGGERI
SALVARO SANTILI SANCHES SANGUIN
SECATTO STIEVANO
TONETTI VENTURELLI VENTURINI WENZEL
ZAN ZANELLA ZANOLI ZARDI ZULATO
Resgatar parte desta memória
e despertar a curiosidade sobre o tema
Imigração em Cataguases
é o objetivo maior deste trabalho.
FONTES
Arquivo Público Mineiro
Gazeta de Cataguases, 31.01.1897.
Livros da Hospedaria Horta Barbosa, códices SA-867, SA-883, SA-884, SA-910 e SA-920
Registro de cartas de sesmaria, códices SC-363 e SC-384
Registro de Terras de Santa Rita do Meia Pataca, 1855/1856.
Relatórios da Directoria de Agricultura, Terras e Colonização 1911,1912, 1918,1919 e 1920
Base da Legislação Federal consultada em novembro de 2001, disponível em
<https://legislacao.planalto.gov.br/legislacao.nsf/>
Cartório de Paz, Registro Civil e Notas de Cataguarino, Livro 5 de Nascimentos.
Cartório de Paz, Registro Civil e Notas de Itamarati, MG, Livros 2 e 4 de Nascimentos; 2, 4 e 5 de
Casamentos; 1 e 3 de Óbitos.
Cartório de Registro de Imóveis de Cataguases, Livros 3-Q, 3-R, 3-S e 3-U.
Cartório do 1º Ofício de Notas de Cataguases, MG, Livros 61 e 79.
Cartório do 2º Ofício de Notas de Cataguases, MG, Livros 21, 25, 52 , 73 e 97.
Cartório do Registro Civil de Pessoas Naturais de Cataguases, MG, Livros 12, 13, 14, 17, 18, 22, 23, 25, 26,
27, 28, 29, 30, 31, 32, 33, 34 e 37 de Nascimentos; 6, 8, 11, 12, 13, 14, 15, 16 e 19 de Casamentos; 5, 6 e 12
de Óbitos.
Emigrazione Veneta. Disponível em <http://www.emigrazioneveneta.com>, acessado em 2009.
Igreja de Santo Antonio de Itaverava - Livro de Óbitos 1779 a 1789
Jornal Cataguazes, 11.07.1911 e 25.01.1914
Leis Mineiras
Decretos nr. 3207 de 01.07.1911, nr. 4194 de 30.05.1914, nr. 11.874 de 12.01.1916, nr. 5596, 97 e 98 de
03.03.1921, nr. 6430 de 15.12.1923, nr. 6613 de 20.07.1923, nr. 6631 de 10.09.1923, nr. 6614 de 20.07.1923,
nr. 6624 de 16.06.1924 e nr. 8145 de 13.01.1928
Relatórios da Presidência da Província de Minas Gerais, 1883 a 1926. Disponíveis em
<http://www.crl.edu/content/brazil/mina.htm> Acesso em nov 2008
BIBLIOGRAFIA
ACHA , Jaime de Salazar y. Manual de Genealogía Española. Madri: Hidalguia, 2006. p. 206
BEATTIE, John. Introdução à Antropologia Social. 3. ed. São Paulo: Nacional, 1980.
BLOCH, Marc. Apologia da História ou O Ofício de Historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.
CARDOSO, Ciro Flamarion. Um historiador fala de teoria e metodologia: ensaios. Bauru, São Paulo: Edusc, 2005
CERTEAU, Michel de. A escrita da História. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2006.
CHAMBERLIN, David C. The Conceptual Approach to Genealogy. Madison-USA: Heritage Quest, 1998
DIVERSOS. Memória e Patrimônio Cultural de Cataguases, Vol.1, 1988, Prefeitura Municipal, FAFIC e outros.
ECO, Umberto. Como se faz uma tese. São Paulo: Perspectiva, 2005.
FOUCAULT, Michel. A Arqueologia do Saber. 5. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1997
LE GOFF, Jacques. História e Memória. 5. ed. Campinas: Unicamp, 2003
MARLIÈRE, Guido Thomaz Marliere - Notícias e documentos sobre sua vida in: Revista do Arquivo Público Mineiro,
vol.XI
MONTEIRO, Norma de Góes. Imigração e Colonização em Minas 1889-1930. Belo Horizonte: Itatiaia, 1994
MUNSLOW, Alun. Desconstruindo a História. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009
NORA, Pierre. Entre memória e história: a problemática dos lugares.Revista Projeto História. São Paulo: Departamento de
História de Pontifícia Universidade Católica de São Paulo / PUC-SP, no.10, 1993, pp. 07-28.
PRIORE, Mary del. História do Amor no Brasil. São Paulo: Contexto, 2006
RIVERS, W. H. R. O Método Genealógico na Pesquisa Antropológica. In: OLIVEIRA, Roberto Cardoso de. A
Antropologia de Rivers. Campinas: Editora da Unicamp, 1991
RODRIGUEZ, Helio Suêvo. A formação das estradas de ferro no Rio de Janeiro: o resgate da sua memória. Rio de Janeiro:
Memória do Trem, 2004
SILVA, Maria Beatriz Nizza da. História da Família no Brasil Colonial. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1998.
SILVA, Maria Beatriz Nizza da. Sistema de Casamento no Brasil Colonial. São Paulo: Edusp, 2008
VEIGA, José Pedro Xavier da. Efemérides Mineiras 1665-1897. Belo Horizonte: Fundação João Pinheiro, 1998
VIEIRA, Arthur. O Município de Cataguazes. In Revista do Arquivo Público Mineiro, v. 13, 1908

Você também pode gostar