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Unidade I:
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Unidade: Sociologia Contemporânea
Sociologia Contemporânea
A história dos esforços humanos para subjugar a natureza é também a
história da subjugação do homem pelo homem.
Max Horkheimer
1. A Expansão do Capitalismo
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2. Desenvolvimento e Crescimento econômico
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2.1. A ilusão do desenvolvimento econômico
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economistas, políticos e de todos os cidadãos. O desenvolvimento de um povo só
será possível por meio do atendimento a essas necessidades, para as quais
precisam ser orientados os investimentos.
3. Globalização
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Octavio Ianni (Itu, 1926 — São Paulo, 4 de abril de 2004) foi um sociólogo brasileiro. Graduado na antiga Faculdade de
Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo (USP) em Ciências Sociais onde fez também o mestrado e
doutorado, foi um dos fundadores do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (CEBRAP).
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IANNI, Octavio. A sociedade global. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1993.
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Há fortes movimentos de dissensão e resistência em diferentes partes do
mundo, gerando graves conflitos e a emergência do movimento mais forte de
oposição ao capitalismo que foi o comunismo, instaurando um novo modelo
alternativo de produção e organização política. A cultura se globaliza e se
homogeneíza com a criação da indústria cultural e da cultura de massa. Há uma
grande mobilização populacional provocada pelo êxodo rural e pela emigração
que leva multidões a se instalarem de forma definitiva em outros territórios.
O terceiro momento é aquele que corresponde ao que se costuma chamar
de globalização. Os modelos alternativos ao capitalismo, em especial o mundo
comunista, entram em decadência, há um processo de enfraquecimento dos
Estados Nacionais, abalando as identidades regionais e os nacionalismos.
Formam-se organismos internacionais para a administração econômica, social e
política, como a ONU – Organização Mundial das Nações Unidas; o FMI – Fundo
Monetário Internacional, e o BIRD – Banco Mundial. E a informática revoluciona a
produção de bens e a divisão internacional do trabalho com o advento da
comunicação em massa por meio das mídias digitais. O capitalismo entra em sua
fase efetivamente planetária, tendo como centro hegemônico os Estados Unidos.
A racionalização econômica atinge níveis jamais pensados e as relações
internacionais se redefinem.
Globalização - podemos dizer que é um processo econômico e social que
estabelece uma integração entre os países e as pessoas do mundo todo. Através
deste processo, as pessoas, os governos e as empresas trocam idéias, realizam
transações financeiras e comerciais e espalham aspectos culturais pelos quatro
cantos do planeta. Unidade III: Sociologia Contemporânea
4. Pobreza e exclusão
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O patriarcado existente nas mais remotas civilizações, garantindo aos
homens o poder sobre a família e seus bens, demonstra que a igualdade é, antes
de mais nada, um ideal ainda não vivido pela humanidade.
Por outro lado, o processo histórico tem revelado como tendência marcante
a diferenciação e a crescente complexidade da sociedade. Da pequena
diferenciação social existente nas sociedades tribais, as diversas civilizações
passaram por processos que as levaram a formar os mais diferentes grupos, que
começaram a se distinguir por etnia, nacionalidade, religião, profissão e, de forma
mais acentuada, por classe social. A caminho das sociedades plurais, foram se
formando inúmeros grupos, cada um com uma função, um conjunto de direitos,
deveres, obrigações e possibilidades de ação social.
O mundo contemporâneo assiste ao resultado desse longo processo
histórico de formação de uma civilização complexa e diferenciada, na qual os
diversos grupos procuram conquistar direitos ou manter privilégios e as
possibilidades de acesso à produção de bens aos mecanismos de distribuição
desses bens na sociedade.
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Tais posições não significaram o abandono dos modelos clássicos, mas a
sua necessária atualização e reinterpretação para que os conceitos possam se
tornar adequados ao estudo da sociedade em uma época de pleno
desenvolvimento dos meios de comunicação e da indústria cultural e que reavalia
as relações e as instituições sociais. Diante da fragilidade destas, a importância
adquirida pelo indivíduo precisa ser estudada do ponto de vista de sua
participação na ação social.
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Não é por acaso que uma das correntes de maior repercussão da chamada
Escola de Chicago, tanto nos Estados Unidos como fora dele, foi o pragmatismo
proposto por John Dewey, representativo dessa tendência empirista. Na linha do
estudo da cidade, destaca-se Georg Simmel procurando entender seu ―estado de
espírito‖, ou seja, suas motivações, mobilidades e ritmos de vida.
Em outra vertente o interacionismo simbólico ficou sobre responsabilidade
de George Herbert Mead, valorizando o caráter simbólico e subjetivo da ação
social. Com ela abandona-se a visão sistêmica da sociologia clássica em favor de
uma abordagem mais interpretativa, simbólica e subjetiva do comportamento
humano.
Toda a produção científica desses pesquisadores levou às ultimas
conseqüências a pesquisa empírica, para a qual valiam-se de múltiplas técnicas:
depoimentos, testemunha oral, correspondência, análise de conteúdo de
documentos, entrevistas. Suas análises romperam fronteiras e a Escola de
Chicago se tornou referência em sociologia urbana.
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de preferência da audiência por programas nos meios de comunicação. Sem
patrocínio para pesquisas mais demoradas de menor impacto, os sociólogos
acabaram por substituir as técnicas qualitativas pelas quantitativas, trazendo de
volta à cena toda uma contestada postura positivista. Mas a Escola de Chicago já
dera frutos e sua metodologia pode ser encontrada na sociologia desenvolvida
por outros centros universitários norte-americanos, como Yale, Michigan, Harvard
e Columbia.
As contribuições da Escola de Chicago, porém são indeléveis, e entre elas
é preciso destacar a grande preocupação com a aplicação de métodos
etnográficos às análises sociais e à sociologia urbana e a ênfase dada às
pesquisas das minúcias da vida cotidiana e dos processos simbólicos. A
sociologia que resulta desses procedimentos ficou conhecida também por
microssociologia.
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pesquisadores do Instituto passam a trabalhar em anexos instalados fora da
Alemanha – Londres, Paris, Zurique – e até mesmo em Columbia, nos Estados
Unidos, onde se instalam o próprio Horkheimer, Léo Löwenthal e Theodor Adorno.
Com o fim do nazismo, alguns professores voltam à Alemanha e retomam seus
trabalhos e aulas, restabelecendo o que restava do Instituto, dezessete anos
depois de sua ―extradição‖.
De maneira geral, as teorias desenvolvidas pela Escola de Frankfurt
procuravam rever os princípios marxistas, incorporando conceitos importantes da
Sociologia do Conhecimento e da Psicanálise. Tinham por objeto de pesquisa a
ação revolucionária, e a análise da mercantilização das relações sociais e da
produção cultural. Críticos ácidos dos meios de comunicação, aos quais atribuíam
o sucesso da doutrina nazista na Alemanha, dedicaram-se também à sua análise
e denúncia. Com esse fim, Horkheimer e Adorno criam o conceito de Indústria
Cultural – a produção tecnológica, lucrativa, planejada e em série de bens
simbólicos.
Indústria Cultural – A industrialização em larga escala incluiu os elementos da
cultura erudita e da popular, dando início à indústria cultural; o incessante
desenvolvimento da tecnologia, principalmente nos meios de comunicação
(fotografia, disco, cinema, rádio, televisão, etc.), passou a atingir um grande
número de pessoas, dando início à chamada cultura de massa.
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Habermans identifica dois tipos de razão na cultura humana: a razão
instrumental, voltada para o domínio da natureza e a superação dos limites
humanos; e a razão comunicativa, voltada para a realização e a libertação
humanas. A primeira é característica da indústria e das ciências exatas, a outra,
das ciências hermenêuticas.
A grande critica que ele tece em relação à sociedade contemporânea é a
prevalência da razão instrumental sobre a razão comunicativa, fazendo com que
ela se transforme em razão de Estado. A ação comunicativa estabelecida pela
rede de relacionamentos humanos e pela reflexão perde sua dialogicidade e seu
poder de estabelecer o consenso entre os indivíduos em interação.
produzidos e passam a ter uma existência autônoma. Eles não dependem mais
do momento em que foram produzidos. Podem ser até mesmo produzidos aos
poucos, em momentos diversos. Configura-se a comunicação na leitura de um
texto escrito, em geral, sem que o escritor esteja presente. Numa sociedade
primitiva, ao contrário, não se pode dialogar nem falar sem que a pessoa com
quem dialogamos ou falamos esteja presente. A escrita permite e gera essa
desvinculação entre o momento de sua produção e o discurso produzido. A
situação de comunicação pode repetir-se indefinidamente, e não é mais
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necessário que as mesmas pessoas estejam presentes, no mesmo local, para
que a comunicação se efetive.
A escrita apresenta desenvolvimento e sistemas diversificados e um dos
momentos de importantes transformações é o surgimento das escritas alfabéticas
e fonéticas. A tipografia introduz outra grande transformação na forma de
comunicação entre os seres humanos. Com a imprensa, é agora possível
reproduzir os discursos indefinidamente, as idéias podem ser transmitidas a um
maior numero de pessoas, o que intensifica os debates e a produção do
conhecimento. É importante notar que a invenção da imprensa é imediatamente
anterior, por exemplo, ao movimento de Revolução Cientifica. Pode-se dizer,
nesse sentido, que a ciência e o pensamento científico são intimamente
associados à imprensa.
Num célebre ensaio de 1936, um dos principais filósofos da Escola de
Frankfurt, Valter Benjamin discutiu as inovações técnicas introduzidas pela
fotografia e pelo cinema em relação à pintura e ao teatro e suas influências sobre
a percepção do ser humano. O ensaio introduz o conceito de áurea do objeto de
arte, ou seja, sua presença no tempo e no espaço, sua existência singular no
local em que ele está, que é gradualmente dissolvida a partir do momento em que
a arte começa a ser produzida para ser reproduzida.
Benjamin apresenta a história da reprodução das obras de arte até a
fotografia e o cinema, e propõe que a reprodução elimina a áurea do objeto e sua
relação com a tradição. Assim, a singularidade de uma obra de arte, sua função
ritual, são perdidas com o surgimento das câmeras fotográficas e de filmagem, e
não há mais sentido em falar de autenticidade de uma fotografia ou de um filme.
O pintor e o cinegrafista assumem perspectivas distintas em relação aos
Unidade III: Sociologia Contemporânea
fenômenos representados.
Para Benjamin, a câmera nos introduz no inconsciente ótico (com a técnica
do slow motion, por exemplo), assim como faz a psicanálise em relação aos
impulsos inconscientes.
Se lembrarmos que Marshall McLuhan, na década de 1960, foi considerado
o profeta da idéia de uma aldeia global, e recordarmos seu famoso refrão ―o meio
é a mensagem‖, nós podemos retornar mais de vinte anos para
(assombrosamente) lermos Benjamin já falando sobre mídia artística e sua
influência sobre a mente e as sensibilidades humanas.
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Entramos, há poucas décadas, na era da informática, e uma nova ruptura
se estabelece. Da estabilidade da linguagem representada esteticamente nos
livros, passa-se à instabilidade da linguagem eletrônica. Dos escribas aos
internautas. Se a revolução industrial substituiu, na produção, a força física do
homem pela energia das máquinas (por meio da utilização do vapor e depois da
eletricidade), com a revolução microeletrônica, as capacidades intelectuais do
homem são ampliadas e substituídas por autômatos. A informação agora se
apresenta digitalizada e virtualizada, não mais restrita ao suporte do papel. Do
texto impresso passamos ao texto processado; do livro impresso, ao livro
eletrônico.
A sociedade da informação libera o homem da especialização profissional
e dos limites de uma cultura. Abre-se o espaço para o surgimento do Homo
studiosus ou homem universal, ―aquele que será munido de uma instrução
completa e em condições de mudar de profissão e, portanto, também de posição
no interior da organização social do trabalho‖.
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Referências
OLIVEIRA, Pérsio Santos de. Introdução à Sociologia. São Paulo: Ática, 2003.
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Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Dr. Rodrigo Medina
www.cruzeirodosul.edu.br
Campus Liberdade
01506-000
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