Queixa:
Dona Maria Helena tem 51 anos, casada, 06 filhos, do lar. Veio até a unidade de saúde solicitar
remédio para dormir. Conta que desde criança é muito impressionada com as coisas, nervosa,
preocupada com tudo. Sempre que tem um problema em casa só consegue dormir quando toma
seu comprimido de Diazepan. Relata preocupação constante com os filhos, tem receio que algo
aconteça a eles quando estão fora de casa, especialmente que se envolvam com bebidas ou drogas.
Quando está pior percebe um aperto no peito, coração disparado, tonteira e sensação de que algo
ruim vai acontecer a qualquer momento. Geralmente estes sintomas duram apenas alguns
minutos, mas são bastante desconfortáveis. A paciente já compareceu várias vezes às unidades de
urgência médica durante as crises mais graves. Geralmente é examinada, faz Eletrocardiograma,
é medicada com injeções e liberada para casa com a orientação de que não apresentava nenhuma
doença, “que estava só estressada”. A primeira vez que tomou o Diazepan foi há cerca de 15 anos,
desde então, arruma com amigas, compra sem receita na farmácia ou vai ao Pronto Socorro local
onde o plantonista sempre atende ao seu pedido por mais “receita azul”. Houve períodos em que
chegou a tomar 03 comprimidos por dia, mas atualmente toma 01 pela manhã e 01 à noite. Quando
fica alguns dias sem tomar a medicação fica insone e irritada. Informação trazida pela agente
comunitária de saúde, que é vizinha da paciente, confirma a história de nervosismo constante e
crises mais fortes eventuais, especialmente quando o marido chega bêbado em casa, o que ocorre
quase que diariamente. São frequentes visitas de Dona Maria a sua casa para “desabafar” e pedir
algum conselho. A paciente é também hipertensa e não tem conseguido manter os níveis
pressóricos dentro da normalidade.
Prognóstico inicial
CID-10-F41.1:
Normalmente as pessoas com sintomas de transtorno de ansiedade generalizada vivem suas vidas
no futuro,se antecende e esperam um desastre e são extremamente preocupadas com seus
afazeres, saúde, dinheiro, família e trabalho porém são pessoas que procrastinam sua atividades e
não dão conta do seu dia e seus afazeres. O transtorno de ansiedade generalizada (TAG) é
caracterizado pela ansiedade excessiva e preocupação exagerada com os eventos da vida cotidiana
sem motivos aparentes. Nessas pessoas a preocupação é excessiva fantasiosa ou desproporcional
para a situação. A vida diária torna-se um constante estado de preocupação, medo e pânico.
Eventualmente, a ansiedade domina o pensamento da pessoa, interferindo no funcionamento
diário, incluindo o trabalho, a escola, as atividades sociais e os relacionamentos.
Ansiedade e preocupação excessivas, ocorrendo na maioria dos dias por pelo menos seis
meses e relacionada a inúmeros eventos ou atividades (p.ex. trabalho e desempenho
escolar).
A preocupação é difícil de controlar.
A ansiedade e a preocupação estão associados a três (ou mais) dos seguintes sintomas
(com pelo menos alguns sintomas estando presente na maioria dos dias nos últimos seis
meses):
inquietação ou sensação de estar no limite;
cansar-se facilmente;
dificuldade de concentração;
irritabilidade;
tensão muscular;
distúrbios do sono (dificuldade de iniciar ou manter o sono e sensação sono não
satisfatório).
Os sintomas físicos, preocupação ou ansiedade causam sofrimento clinicamente
significante ou incapacidade em atividades sociais, ocupacionais ou outras.
O transtorno não pode ser atribuído a: uma condição médica geral, uso de substâncias ou
outro transtorno mental.
O Transtorno de Ansiedade Generalizada afeta a forma como uma pessoa pensa, mas
a ansiedade também pode levar a sintomas físicos. A ansiedade generalizada ocorre quando uma
pessoa encontra dificuldade para controlar o medo, durante vários dias, por um período superior
a seis meses. Além disso é preciso apresentar três ou mais sintomas de da lista acima:
A causa exata da Ansiedade Generalizada não é totalmente conhecida, mas uma série de fatores
incluindo:
Genética - Algumas pesquisas sugerem que o histórico familiar desempenha um papel relevante.
Fatores hereditários podem aumentar a probabilidade de uma pessoa desenvolver o Transtorno.
Isso significa que a tendência para desenvolver TAG pode ser transmitida hereditariamente.
Tratamento:
Se nenhuma outra condição médica for encontrada, o indivíduo pode ser encaminhado para
um psiquiatra ou psicólogo, profissionais de saúde mental que são especialmente habilitados para
diagnosticar e tratar doenças mentais como a Ansiedade Generalizada-TAG- O tratamento para o
Transtorno de Ansiedade Generalizada geralmente inclui uma combinação de medicação e
psicoterapia.
Queixa:
Caso 5
Você é interpelado pelos pais de um usuário e resolve fazer uma visita domiciliar já que ele se
recusa a comparecer a uma consulta médica. José Mauro é um rapaz de seus 19 anos, estudante
do último ano do nível médio de uma escola pública de sua cidade, reside com os pais, com quem
parece ter um relacionamento satisfatório e mais duas irmãs, de 15 e 06 anos de idade. Sem
histórico de problemas clínicos ou neurológicos significativos no momento ou no passado, é
tabagista e faz uso eventual de bebidas alcoólicas. Não há registro de problemas relacionados ao
uso de drogas. Seus pais começaram a ficar preocupados com ele, especialmente nos últimos 03
meses, quando começou a ter comportamentos estranhos. Ás vezes, aparentava estar zangado,
teria comentado com um amigo seu que estava sendo seguido por policiais e agentes secretos,
outras vezes era visto sorrindo sozinho, sem nenhum motivo aparente. Começou a passar cada
vez mais tempo sozinho, chegava a se trancar no quarto, parecia distraído com seus próprios
pensamentos. Passou também a perder noites de sono e seu rendimento escolar, que sempre havia
sido bom, estava se deteriorando. Durante a visita, José Mauro estava um pouco inquieto, parecia
assustado, mas aceitou conversar com o profissional de saúde (você) e o agente comunitário, que
também participou da visita. Perguntado sobre o que lhe estava ocorrendo, disse que ouvia vozes
comentando seus atos ou lhe insultando. Disse também que seus professores de escola pareciam
estar conspirando com os policiais para prejudicar sua vida, já que no desfile de sete de setembro,
os viu conversando na rua. Não tem conseguido ver televisão ou escutar o rádio porque tem a
impressão que seu nome é divulgado por estes meios de comunicação para toda a população da
cidade. Seus pais queriam levá – lo para o psiquiatra, mas achou a ideia absurda, já que ele não
estava doido!
Transtorno Psicotico/Esquizofrenia:
CID-10. F20.
Critérios do CID-10.F20
Psicose é um transtorno mental que faz com que as pessoas percebam ou interpretem as coisas
de maneira diferente das pessoas que as rodeiam. Isso pode envolver alucinações ou delírios.
A palavra psicose é usada para descrever condições que afetam a mente, onde houve alguma
perda de contato com a realidade. Durante um episódio psicótico, os pensamentos e percepções
de uma pessoa são perturbados e o indivíduo pode ter dificuldade em entender o que é real e o
que não é. Os sintomas da psicose incluem delírios (falsas crenças) e alucinações (ver ou ouvir
coisas que os outros não vêem ou ouvem). discurso incoerente ou sem sentido e comportamento
impróprio para a situação. Uma pessoa em um episódio psicótico também pode apresentar
depressão, ansiedade, problemas de sono, isolamento social, falta de motivação e dificuldade de
funcionamento geral.
Alucinações – onde uma pessoa ouve, vê e, em alguns casos, sente, cheira ou saboreia coisas que
não estão lá; um tipo de alucinação comum é ouvir vozes
Delírios – onde uma pessoa tem crenças fortes que não são compartilhadas por outras pessoas;
uma ilusão comum é alguém acreditando que há uma conspiração para prejudicá-los.
Obs:
As causas exatas da psicose não são bem compreendidas, mas podem envolver:
Genética – estudos mostram que a esquizofrenia e o transtorno bipolar podem compartilhar uma
causa genética comum.
Hormônios ou sono – a psicose pós-parto ocorre logo após o parto (normalmente dentro de 2
semanas). As causas exatas não são conhecidas, mas alguns pesquisadores acreditam que pode
ser devido a mudanças nos níveis hormonais e padrões de sono interrompidos.
Como vimos, a teoria criou uma subdivisão para a esquizofrenia que deve ser classificada em:
As pesquisas favorecem essa divisão tende em visa que facilita o reconhecimento, porque as
diferença entre elas são bastante identificáveis.
A esquizofrenia paranoide se caracteriza a partir da presença de delírios e alucinações auditivas
mas dentro do contexto de preservar o funcionamento cognitivo e o afeto.
Nessa perspectiva, os delírios são entendidos como persecutórios ( Que se sente perseguido ou
alvo de perseguições) ou grandiosos, podem se referir a temas religiosos, ciúme ou somatização.
As alucinações também podem estar relacionadas ao conteúdo do tema delirante. O indivíduo
pode apresentar extrema intensidade nos relacionamentos interpessoais, podem apresentar atitude
superior e condescendente e uma qualidade afetada e formal.
As causas da esquizofrenia são complexas e multifatoriais, tendo em vista que envolve fatores
genéticos, culturais, sociais, ambientais e psicológicas que podem predispor o surgimento de
qualquer sintomatologia esquizofrênica.
As pessoas com esquizofrenia se destacam por causa dos delírios ou alucinações que
experimentaram; ao mesmo tempo; as aptidões cognitivas e a emotividade permanecem
relativamente intactas. No geral, não apresentam discurso desorganizado ou emotividade e
possuem um prognóstico melhor que as pessoas com outras formas de esquizofrenia.
Sintomatologia da Esquizofrenia
Considera-se que um tratamento efetivo de transtornos desse nível deve ser adequado a cada
sujeito de modo particular, a fim de atender sua demanda e propor uma redução em seu sofrimento
psíquico. Desse modo, pode ser indicada a utilização de fármacos, bem como de tratamento
psicoterapêutico.
Humor deprimido.
Perda de interesse.
agitação ou retardo psicomotor .
Sinais e sintomas
A depressão provoca disfunções cognitivas, psicomotoras e de outros tipos (p. ex., dificuldade de
concentração, fadiga, perda do desejo sexual, perda de interesse ou prazer em praticamente todas
as atividades que anteriormente eram apreciadas, distúrbios do sono), bem como humor
depressivo. Pessoas com transtorno depressivo frequentemente têm pensamentos suicidas e
podem tentar o suicídio. Outros sintomas ou transtornos mentais (p. ex., ansiedade e ataques de
pânico) comumente coexistem, algumas vezes complicando diagnóstico e tratamento.
A Depressão é apontada nos dias de hoje como a quarta doença mais presente no mundo. Estima-
se que a doença afete 121 milhões de pessoas, e menos de 25% dos deprimidos tem acesso ao
tratamento. Calcula-se que 5 a 10% da população mundial sofrerão ao menos um episódio de
depressão ao longo da vida. As mulheres apresentam chances maiores de deprimir (10 a 20%) do
que os homens (5 a 12%). Cerca de 15% dos deprimidos graves se suicidam (OMS, 2002).
Sintomas:
Tratamento:
Incentivar os pacientes a gradualmente aumentar atividades simples (p. ex., caminhar, exercitar-
se regularmente) e elevar interações sociais deve ser balanceado com o reconhecimento do seu
desejo de evitar atividades. O médico pode sugerir que os pacientes evitem se culpar e deve
explicar que pensamentos obscuros são parte do transtorno e desaparecerão.
Psicoterapia
Tratamento medicamentoso da depressão
Várias classes farmacológicas e fármacos podem ser usados para tratar depressão:
http://revista.fmrp.usp.br/2017/vol50-Supl-1/SIMP5-Caracteristicas-basicas-do-transtorno-de-
ansiedade-generalizada.pdf
https://www.vittude.com/blog/psicose/