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HERANÇA DIGITAL
Trabalho - Direito das Sucessões
Introdução
Com as diversas mudanças acontecendo nos dias de hoje, há
consequentemente uma transformação nas relações pessoais, na tecnologia, nos
bens financeiros e no mundo digital e, portanto, mudanças gigantescas no mundo
jurídico, principalmente em relação à herança.
Pois com o avanço das redes sociais, criou-se uma nova maneira de se
expressar livremente, de se manifestar, de criar pensamentos jurídicos, aproximando
pessoas que possuem o mesmo interesse e que buscam seu direito fundamental de
liberdade de expressão. Além dessa mudança no modo de exercer o direito de
liberdade de expressão, a tecnologia também mudou o conceito do que são bens
financeiros, as formas de renda e ocasionou a imigração do banco físico para o
digital, a adoção da moeda digital, entre outras.
O patrimônio digital pode ser composto por bens que têm ou não valor
financeiro. Isso significa que ele pode consistir em um conjunto de itens com valor
apenas simbólico ou subjetivo, como páginas ou publicações nas redes sociais,
contas de e-mails, interações com outras pessoas, produções criativas, entre outras.
Entretanto, também é possível que haja contas ou meios com valor financeiro,
bem como, assinaturas; serviços vitalícios; moedas digitais (criptomoedas); contas
que contenham um potencial valor financeiro; perfis empresariais em redes sociais
que geram retorno financeiro; crédito que pode ser usado para obter produtos ou
usufruir de serviços em alguma plataforma online; entre outras.
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Desta forma, para que eventual medida tenha aceitação entre nossos
julgadores, se faz necessário diferenciar conteúdos que envolvam a intimidade e a
vida privada do de cujus daqueles que não abarcam questões mais intrínsecas e
pessoais, para, somente assim, se iniciar um caminho acerca da atribuição da
herança digital aos herdeiros legítimos e caminharmos nessa questão.
Sucessão Testamentária
Por esta razão, entende-se que a vontade do titular do direito digital, mais
precisamente a negativa, é o elemento essencial para a transmissão aos seus
sucessores, de modo que este é quem detém condições e interesse de indicar quais
bens digitais serão transmitidos, visando proteger sua privacidade e a de terceiros.
O Twitter, por sua vez, autoriza que os familiares baixem todos os tweets
públicos e solicitem a exclusão do perfil. Já o Instagram autoriza a exclusão da
conta, ou, então, a transformação do conteúdo em um memorial, mediante o
preenchimento de formulário online. Basta apenas que a pessoa interessada
comprove ser membro da família.
Conclusão
Portanto, vê-se que essa nova realidade desafia o direito sucessório. Sendo
assim, na falta de uma legislação específica, o mais recomendado, como vimos, é
fazer um testamento. Apesar de não ser popular na cultura brasileira, nesse caso,
ele é fundamental para que o proprietário dos bens digitais manifeste sua vontade
quanto ao destino que deseja dar aos mencionados, havendo então um meio de
preservar o que se queria com menor risco de lesionar direitos da personalidade do
de cujus.
Referências
● Equipe SAJ ADV. Herança digital e direito sucessório: tudo o que você precisa
saber. Disponível em: https://blog.sajadv.com.br/heranca-digital/. Acesso em
21 de set. de 2021, às 14:00.