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Disciplina: DIREITO CIVIL IV

Professo(a)r: ALANA MESQUITA


Semestre: 5º SEMESTRE (6N3)
Aluna: Geisa Mrques de Lima

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CIVEL DA


COMARCA DE SOBRAL DO FORO DO CEARÁ.

José Maria Silva Pereira, brasileiro, casado, aposentado, portador da cédula de


identidade R.G. nº 2000888444333 e CPF/MF nº 111.222.333-55, residente e domiciliado
na Rua das Flores, 100, Floricultura, CEP.: 62.222-22, Sobral, Ceará, com endereço
eletrônico josemariasp@ficticio.com.br, por sua advogada e bastante procuradora que
esta subscreve, instrumento procuratório acostado –, esse com endereço eletrônico e
profissional inserto na referida procuração, o qual, em obediência à diretriz fixada no art.
77, inc. V c/c art. 287, caput, um e outro do NCPC, indica-o para as intimações que se
fizerem necessárias, vem, com o devido respeito à presença de Vossa Excelência, com
suporte no art. 1.241, parágrafo único c/c art. 1.242, ambos do Código Civil e,
igualmente, art. 9º e 12, do Estatuto das Cidades (CPC, art. 1.046, § 2º), além do art.
183 da Carta Política, ajuizar a presente

AÇÃO DE USUCAPIÃO
DE ESPÉCIE ORDINÁRIA DE BEM IMÓVEL URBANO

Contra Imobiliária de Tal LTDA, pessoa jurídica de direito privado, com endereço sito na
na Rua dos Coqueiros, nº 1000, em Cidade Sobral – CEP nº 62.333-33, inscrita no
CNPJ(MF) sob o nº. 77.666.555/0001-44, pelas razões de fato e direito que a seguir
passa a expor.

DOS FATOS

O Autor celebrou com a Ré, em caráter irrevogável e irretratável, na data de 00/11/3333,


contrato escrito de promessa de compra e venda de imóvel urbano, pelo preço certo e
ajustado de R$ 100.000,00 (cem mil reais). Esse contrato se encontra devidamente
registrado junto à matrícula do bem em questão.

Pelo acerto o Promovente se comprometeu a pagar ao Promovido o preço acima aludido


em 60(sessenta) parcelas sucessivas e mensais de R$ 1.700,00 (um mil e setecentos
reais). Os valores, conforme cláusula 17ª do pacto, foram depositados em conta corrente
da Ré, o que se comprova pelos documentos ora carreados. O bem, destarte, acha-se
devidamente quitado.

Acertou-se também no contrato em destaque (cláusula 20ª), que o comprador, no ato da


assinatura do contrato (33/22/4444), terminaria imitido na posse do imóvel, o que de fato
ocorreu.

Nesse ínterim, o Autor está na posse contínua, mansa e pacífica do bem desde
11/66/8888. Desse modo, há mais de dez(10) anos sendo o mesmo utilizado para fins
residenciais.
Frise-se, de outro norte, que o imóvel em liça se encontra registrado em nome da
Promovida, qualificando-a a figurar no polo passivo desta ação.

Resta saber, mais, que o Autor, logo no terceiro mês após assinatura do contrato, mudou-
se para o imóvel vertente, passando inclusive a pagar a conta de luz, água, telefone,
IPTU, tudo ora devidamente anexados. Isso,  sem sombra de dúvidas, evidencia uma
postura de animus domini do usucapiente.

Por outro lado, em obediência ao disposto na Legislação Extravagante (Lei de Registros


Públicos, Nª 6.015, 31 de dezembro de 1973), utilizada subsidiariamente (NCPC, art.
1046, § 2º c/c art. 1.071), o Autor acosta, prontamente, a planta do imóvel e memorial
descritivo elaborada por profissional habilitado junto ao CREA e com o devido rigor
técnico, onde há sua individualização completa, maiormente quanto à sua confrontação,
área e outras características. Acosta-se, ainda, ata notarial que atesta o tempo de posse
do Autor e, igualmente, certidões negativas dos distribuidores desta Comarca, as quais
atestam inexistir litígios sobre o imóvel em questão.

Justificando a propositura desta ação, delimita-se que o Autor, quando quitou a última
prestação, procurou os representantes legais da Ré com a finalidade de promover a
assinatura escritura pública definitiva. Contudo, deparou-se com a empresa fechada,
tornando-se inviável o intento de transferir a propriedade do bem em liça. Assim, não lhe
restou outro caminho senão adotar a providência de procurar um provimento judicial
nesse sentido (novo CPC, art. 17 c/c art. 12, inc. I, do Estatuto da Cidade).

DO DIREITO

No tocante à usucapião ordinária de bem imóvel urbano, reza a Legislação Substantiva


Civil o que dispõe no exposto a seguir: Art. 1.242 – Adquire também a propriedade do
imóvel aquele que, contínua e incontestadamente, com justo título e boa-fé, o possuir por
dez anos. Assim como, no Estatuto da Cidade quando estabelece que: Art. 9º - Aquele
que possuir como sua área ou edificação urbana de até duzentos e cinquenta metros
quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua
moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de
outro imóvel urbano ou rural.

Nesse sentido, tratemos de esboçar considerações acerca da propriedade da promoção


deste atrito, segundo os ditames das regras acima mencionadas.

a. Prescrição aquisitiva
Ressalte-se que o bem em questão não se trata de bem público, mas de imóvel particular
(Dec. nº. 22.785/33, art. 2º).

Portanto, não se trata de bem que, de alguma forma, seja protegido por lei de alienação
ou mesmo objeto de cláusula de inalienabilidade.

Além disso, vale ainda ressaltar que, o imóvel não é de propriedade de pessoa incapaz.
(CC, art. 198, inc. I).
b. Quanto à posse
 Segundo os documentos colacionados com esta petição inicial, a posse do Autor no
imóvel se reveste com ânimo de proprietário, exercendo, com legítimo possuidor, todos os
poderes inerentes à propriedade. Ademais, resta saber que o Autor fizera inúmeras
reformas no imóvel em apreço, o que também denota o animo domini. Para comprovar
isso, revelamos as notas fiscais de venda e prestação de serviços anexas.

Além disso, a posse em questão é mansa e pacífica, exercida sem qualquer oposição
durante mais de uma década, ou seja, enquanto se encontra na posse do bem em
aspiração.

c. Do tempo na posse
O Autor figurou na posse do bem por todo o tempo ora revelado, sem qualquer
interrupção, ou seja, de forma contínua.

JUSTO TÍTULO
A jurisprudência, anuncia os requisitos indispensáveis para a configuração da ação de
usucapião ordinária e esclarece, ainda, a conceituação do que seria justo título, conforme
julgados do TJ/MG:
APELAÇÃO CÍVEL - USUCAPIÃO ORDINÁRIO - REQUISITOS
PREENCHIDOS - PROCEDÊNCIA DO PEDIDO INICIAL. Para o
reconhecimento da prescrição aquisitiva delineada pelo artigo 551 do antigo
Código Civil erigem-se como requisitos a) posse mansa, pacífica, e
ininterrupta, exercida com intenção de dono; b) decurso do tempo de dez
anos entre presentes, ou de quinze anos entre ausentes; c) justo título,
mesmo que este contenha algum vício ou irregularidade; e boa-fé. Justo
título não quer dizer título perfeito. É qualquer fato jurídico apto à
transmissão de domínio, ainda que não registrado. A ação de usucapião
compete também ao possuidor a non domino. (Número do processo:
2.0000.00.446409-7/000 1 Relator: DOMINGOS COELHO Data do acordão:
23/02/2005. Data da publicação: 05/03/2005).

Assim como Maria Helena Diniz bem diz acerca da usucapião ordinária, mais
acentuadamente no tocante ao “justo título”, professa que:
“ Há uma espécie de usucapião em que a lei exige que o possuidor tenha
justo título (CC, art. 1.242), isto é, que seja portador de documento capaz
de transferir-lhe o domínio. Deve ser esse título translativo justo, isto é,
formalizado, devidamente registrado, hábil ou idôneo à aquisição da
propriedade. P. ex.: escritura pública de compra e venda, doação, legado,
carta de arrematação, adjudicação, formal de partilha, etc., com aparência
de legítimos e válidos. A lei impõe ao prescribente o encargo de exibir tal
título, mesmo que tenha algum vício ou irregularidade, uma vez que o
decurso do tempo legal tem o condão de escoimá-la de seus defeitos,
desde que concorram, como veremos, os demais requisitos para a
configuração dessa modalidade de usucapião”.

DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer que a ação seja julgada PROCEDENTE, concedendo ao


Requerente o domínio útil do imóvel em questão, declarando por sentença a posse e o
domínio do imóvel, bem como, nessa enseada, inegavelmente o contrato de promessa de
compra e venda, aqui em debate, é justo título, e enseja a transferência da propriedade.
Permite, por isso, a Ação de Usucapião.

DO VALOR DA CAUSA

Pretendem os Requerentes provarem suas argumentações fáticas, por toda e qualquer


forma de prova permitida legalmente, dando ênfase a forma documental, apresentando,
desde já, os documentos acostados à peça exordial, protestando pela produção das
demais provas que eventualmente se fizerem necessárias no curso da lide.

Atribui-se à causa o valor de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais).


Nestes termos,
Requer deferimento.
Sobral-CE, 20 de Junho de 2020
ADVOGADO
GEISA MARQUES DE LIMA
OAB/CE: 123.456

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