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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL

DE JUSTIÇA DO ESTADO DE X

AQUATRANS TRANSPORTES AQUAVIÁRIOS, pessoa jurídica de direito


privado, inscrita na receita federal com CNPJ nº 00.000.000/000-00 e IE 000.000.00-
0 no Estado X, com sede na Capital do Estado X, estabelecido na Av. Maringá nº
1947, zona1, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por seu
advogado constituído pelo instrumento de procuração anexo e que recebe
intimações de foro em geral em seu endereço profissional sito na Rua Paraná, n.
124, bairro centro, na cidade de Maringá, com fundamento no artigo 5º, LXIX, da
Constituição da República Federativa do Brasil e na Lei 12.016 de 2009, impetrar o
presente

MANDADO DE SEGURANÇA COM PEDIDO LIMINAR

visando proteger direito líquido e certo seu, indicando como coator o


Excelentíssimo Senhor Doutor PROCURADOR DO ESTADO DE X, o qual é
vinculado à pessoa jurídica do ESTADO DE X, pelos motivos que passará a expor:

1. DOS FATOS

AQUATRANS TRANSPORTES AQUAVIÁRIOS, pessoa jurídica de direito


privado, concessionária de transporte público aquaviário, fora surpreendida pelo
Decreto 1.234/2019, da Chefia do Poder Executivo Estadual, no qual declarou a
caducidade da concessão e fixou prazo de 30 (trinta) dias para assumir o serviço,
bem como assumir as instalações e os bens reversíveis.

De acordo com a disposição da Lei 8.987 de 13 de fevereiro de 1995,


Excelência, tal decreto denota de um ato ilegal, arbitrário e abusivo, entendendo que
a concessionária em momento algum deixou de cumprir com seus serviços, nunca
sofrera qualquer tipo de penalidade, ou mesmo recebeu do Poder Público qualquer
notificação de que os serviços prestados não estavam em acordo com o contrato
firmado entre as partes.

2. DO DIREITO
Entretanto, tal medida Excelência, não apresenta fundamento legal conforme se
observa na Lei 8.987 de 13 de Fevereiro de 1995. De acordo com o artigo 38 da lei,
a caducidade do contrato poderá ocorrer se a inexecução do serviço estiver
ocorrendo de forma parcial ou total, sendo de acordo com o § 1º, em seus incisos
II- a concessionária descumprir cláusulas contratuais ou disposições legais ou
regulamentares concernentes à concessão;
III - a concessionária paralisar o serviço ou concorrer para tanto, ressalvadas
as hipóteses decorrentes de caso fortuito ou força maior;
IV - a concessionária perder as condições econômicas, técnicas ou
operacionais para manter a adequada prestação do serviço concedido;
V - a concessionária não cumprir as penalidades impostas por infrações, nos
devidos prazos;
VI - a concessionária não atender a intimação do poder concedente no
sentido de regularizar a prestação do serviço;

Desta forma, a caducidade poderá ser declarada pelo Poder Concedente


quando houver algum descumprimento do estabelecimento do serviço. Diante dos
expostos, não há dúvidas de que ocorrera a ilegalidade do ato por parte do Poder
Executivo do Estado X, retirando o direito líquido e certo do Impetrante.

3. DO CABIMENTO DO MANDADO DE SEGUNRANÇA E DA COMPETÊNCIA


PARA JULGÁ-LO

A Constituição Federal de 1988 estabelece em seu artigo 5º, LXIX, que,


“conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não
amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela
ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica
no exercício de atribuições do poder público”.
A Constituição da República Federativa do Brasil não define de quem é a
competência para julgar mandado de segurança em face de ato de Governador, se
do TJ ou de juiz de primeiro grau, mas prescreve tão somente que a Constituição do
Estado definirá a competência do Tribunal de Justiça. Assim, de acordo com a
Constituição do Estado X, precisamente em seu artigo 106, I, ‘c’, compete ao
Tribunal de Justiça julgar o mandado de segurança contra ato do Governador do
Estado, da Mesa e da Presidência da Assembleia Legislativa, do próprio Tribunal ou
de seus órgãos diretivos e colegiados, de Juiz de Direito, nas causas de sua
competência recursal, de Secretário de Estado, do Presidente do Tribunal de
Contas, do Procurador-Geral de Justiça, do Advogado-Geral do Estado e contra ato
da Presidência de Câmara Municipal ou de suas comissões, quando se tratar de
processo de perda de mandato de Prefeito.

3. DO PEDIDO LIMINAR

De acordo o art. 7º, III da Lei 12.016/09, ao despachar a inicial, o juiz


ordenará que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver
fundamento relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida,
caso seja finalmente deferida. Diante do exposto, vê-se que o fundamento da
presente impetração é relevante e que encontra amparo no texto da Constituição e
na jurisprudência consolidada do STF, sinal de bom direito.

De igual modo, há risco na demora da prestação jurisdicional. Observa-se que


do ato impugnado pode resultar a ineficácia da medida, caso seja deferida somente
ao final, pois, se não for deferida a medida liminar, o Impetrante será privado de seu
direito adquirido legalmente.

Assim, presentes os requisitos, pede a Vossa Excelência que,


LIMINARMENTE, assegure ao Impetrante o direito de continuar a prestar o serviço
que foi obtido de forma legal via concorrência pública. Sendo que se não
assegurado o direito o prejuízo material e social pode afetar a pessoa jurídica
constituída juntamente com seus colaboradores e dependentes, que por não
concessão da liminar, ficarão sem condição financeira de amparar seus
dependentes.

4. REQUERIMENTOS E PEDIDOS

Ante o exposto, requer a Vossa Excelência que se digne a:

a) Requer seja notificada a autoridade coatora do conteúdo da presente


petição inicial, na pessoa do Procurador do Estado.
b) Requer seja dado ciência do feito ao órgão de representação judicial da
pessoa jurídica interessada.

c) Requer seja ouvido o representante do Ministério Público.

d) Reitera o pedido liminar nos termos formulados.

e) Pede a concessão da segurança para fins de assegurar ao Impetrante o


direito de participar do concurso público.

Provas pré-constituídas anexas.

Atribui à causa o valor de R$ 50.000,00 (fins fiscais)

Termos em que pede e espera deferimento.

Cidade Maringá , data 04/04/2019

Advogado João das Neves


OAB/XX nº 00.000

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