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Relê a primeira cena de Guerras de Alecrim e Manjerona.

1. Transcreve a fala de Semicúpio que revela que ele ridiculariza o discurso gongórico
de D. Gilvaz e D. Fuas.
Com a primeira fala de Semicúpio: "E tu, que vem atrás, serás a Siringa destas
brenhas; e para o seres com mais propriedade, deixa-te ficar mais atrás, pois apesar
dos esguichos de teu rigor, hei de ser conglutinado rabo-leva das tuas costas.", dirigida
a Sevadilha, podemos ver que este troça com os dois nobres ao tentar usar o tom
deles e elogiar a criada que as acompanha.
1.1. Indica o registo de língua utilizado.
Semicúpio usa registo corrente, como se vê na expressão "hei de ser conglutinado
rabo-leva das tuas costas."
2. Refere o estratagema usado para que os pretendentes possam saber quem são as
duas mascaradas.
D. Gilvaz e D. Fuas, os dois pretendentes, fizeram com que o criado do primeiro,
Semicúpio, seguisse as donzelas até casa, para que este descobrisse quem são e
onde moram. A missão foi cumprida, Semicúpio descobriu que er sobrinhas de D.
Lancerote, um velho rico que prentende casar uma das sobrinhas.
3. Diz o que se pretende criticar com as flores.
Ao longo da peça, o autor vai criticar os exageros do barroco, a decadência dos
fidalgos e a rivalidade existente entre ranchos carnavalescos, representados pelas
flores alecrim e manjerona, que animavam Lisboa na época.
4. Caracteriza D. Nize e D. Clóris.
Uma das donzelas tem olhos verdes, pele avermelhada, "cova na barba"e
demonstrava fraqueza, presumivelmente D. Clóris, a que trazia o alecrim. A outra,
talvez D. Nize, que trazia ao peito a manjerona, tem olhos escuros, "barba na cova" e
um tumor no braço.
Psicologicamente, é dito serem "sisudas" e mostram-se manhosas ("há mais de
quatro horas foram à missa, e ainda não há fumo delas?").
4.1. Diz a quem é costume atribuir-se essas características físicas.
Este tipo de características são habitualmente associadas ao povo.
5. Destaca as principais características psicológicas dos pretendentes.
Dom Gilvaz e Dom Fuas eram dois fidalgos sem dinheiro, que vivem miserávelmente
e aspiram casar com uma jovem rica para terem acesso ao dote. Ambos os fidalgos
decadentes demonstram ser bajuladores (por adularem as duas jovens) e matreiros,
(por enviarem o criado, Semicúpio, para descobrir onde moram as donzelas).
6. Relê as intervenções de D. Fuas, quando se dirige a Fagundes.
6.1. Identifica os tipos de cómico presentes.
Cómico de situação e cómico de caráter.
6.2. Explica quem se pretende criticar com os dois pretendentes.
Os dois pretendentes podem ser classificados como personagens-tipo e visam criticar
os fidalgos decadentes da baixa nobreza, que se faz passar por possuidores de muitos
bens, gente mentirosa e gananciosa.
7. Identifica as personagens que correspondem à voz do povo, à ausência de
artificialismos.
Os três criados: Semicúpio, Sevadilha e Fagundes.
8. Procura o significado dos nomes das personagens e diz qual o recurso estilístico
associado à sua utilização.
- Semicúpio: Banho em que o corpo se submerge até à cintura.
- Nize: (Nise) Nome de uma Nereide, n'Os Lusíadas. É mais usado na Literatura como
anagrama de Inês.
- Clóris:Verde-claro.
- Tibúrcio: Natural de Tíbur.
- Sevadilha: Planta liliácea ou colquicácea.
- Lancelot: Cavalheiro brilhante.
- Gilvaz: Golpe no rosto ou cicatriz de golpe no rosto.
- Fuas: Confusão, traição, conflito
- Ambrósia (Fagundes): Manjar dos deuses./Designação de diversas plantas
asteráceas.
Com estes nomes, o recurso estilístico associado é a antonomásia.

9. Apresenta as dificuldades que os dois pretendentes vão enfrentar.


O principal entrave será o desejo de D. Lancerote para casar uma das sobrinhas com
D. Tibúrcio, sobrinho de D. Lancerote e primo das donzelas. Não só isso, mas D. Gilvaz
e D. Fuas julgam-se rivais, criando uma certa inveja. Também a complicar a situação,
Semicúpio apaixona-se por Sevadilha, desejada por D. Tibúrcio.
9.1. Atenta na seguinte fala: “ A casa é um recolhimento; as portas, de bronze; as
janelas, de encerado; as frestas são óculos de ver ao longe, que nem ao perto se
veem; as trapeiras são zimbórios tão altos, que nem as nuvens lhe passam por alto; as
paredes do jardim são mestras e as chaves das portas discípulas, porque ainda não
sabem abrir, mas só um bem há, e é que, tendo tudo tão forte, só o telhado é de vidro”.
9.1.1. Identifica os recursos estilísticos que realçam o facto de as donzelas viverem
num local inacessível.
Os recursos estilísticos são a adjetivação, a comparação e a metáfora.
10. Lê a cena II até à entrada de Semicúpio.
10.1. Indica as personagens em evidência e descreve-as.
Em cena estão Sevadilha, D. Clóris, D. Nize, desconfiadas e assustadas pelos
homens que as tinham aproximado; Fagundes, preocupada e responsável; D.
Lancerote, assertivo e pretensioso e D. Tibúrcio, bajulador, eloquente e frugal.
10.2. Identifica os tipos de cómico presentes e explica onde são visíveis.
Perante a entrada de D. Tibúrcio está presente o cómico de situação, devido ao seu
vestuário (“Entra D. Tibúrcio com botas, vestido ridiculamente.”), depois, temos o
cómico de caráter, quando o mesmo tenta beijar os pés ao tio (“permiti, que os meus
sequiosos lábios calculem esses pés, dedo por dedo.”). Temos também o cómico de
linguagem quando D. Lancerote se refere ao irmão, pai do sobrinho, por “um pedaço de
asno”.
10.3. Explica como é que a existência de D. Tibúrcio valoriza os outros pretendentes.
10.4. Indica o nome da personagem que vai ser o fulcro de toda a ação e explica
porquê.
Semicúpio será a personagem principal da história. O final dependerá dos seus
esforços para agradar o amo e, claro, receber os salários atrasados e casar com
Sevadilha. Vai ser o “mestre” de planos e estratagemas ardilosos, até que, no fim, junta
cada pretendente com a respectiva amada.
11. Indica os diversos ardis de Semicúpio para que o projeto de D. Gilvaz se
concretize.
Semicúpio segue as moças até casa, esconde os amos numa caixa, inventa histórias,
disfarça-se de juiz, etc. tudo isto para concretizar o projeto de D. Gilvaz.
12. D. Gil procura enganar D. Fuas para ganhar a disputa das flores. Diz como o faz.
12.1. Refere o processo de cómico presente e menciona outros momentos da obra
onde ele aparece.

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