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CAPITULO Decisées de Compras e de Programagdao dos Suprimentos festocagom Pedidos e sistemas 0 informagao & a = ae Se || | Estrategia de estoque +s Prevsto Estratgia de transporte + Decisbes sobre ostoque * Fundamertos co vanspote ‘+ Decisdes de compras e ‘+ Decisdes sobre transporte |= de programagao dos do servico I [| surements ‘20 cliente i + Furdameros de +O prodto etocagom + Sogo lgisioo 2 + Decides sobre + Broseseamereo oe 3 g 5 i Estratégia de localzagao i + Docisées sob: iocaizagio + Process de planelamento da ede | i ordenar o fluxo de bens e servigos entre insta- ( lagdes fisicas & um dos principais focos na ges- tao da cadeia de suprimentos. Decidir quanto, quando e como movimentar os produtos e, igualmente, onde compré-los, € preocupacdo constante. Bssas deci sbes de programacao ocorrem no canal de suprimentos, © a boa administragéo impde que sejam coordenadas com outras atividades no todo da empresa, especial- mente com a produgtio. Neste capitulo, analisamos as melhores formas de abordar essas questées de progra- magi. Além disso, a fungao de compra ¢ considerada uma atividade no processo da progremagio, Mesmo sendo basicamente isso — atividade de compra ~ muitas de suas decisées afetam diretamente 0 fluxo de bens ou servigos no canal logistico. Portanto, so examinadas apenas devises selecionadas, sugerindo métodos para sua soluedo, Nao hé como abordar a fungtio de compra ‘em sua globalidade em apenas um capitulo, por isso re- ‘comendamos ao leitor um dos muitos bons livros didé- ticos sobre compras para uma discusso mais abran- gente do assunto.! COORDENACAO NO CANAL DE SUPRIMENTOS Nunca é demais exaltar ¢ insistir no valor da coordena- ‘io eficiente entre produgao, comercializacao, compra ce todas as demais atividades do canal de suprimentos, A inter-relagao dessas atividades € muitas vezes tio in- tensa que o simples fato de otimizar uma delas isolada- ‘mente redunda em prejufzo para uma ou mais das ou- tras, Nao reconhecer essa dependéncia pode afetar ne- gativamente o desempenho do canal de suprimentos. " Michiel R. Leeders, Havold B. Fearon, and Anna Flynn, Purchasing and Sipply Management, 12° ed. Homewood BL: Irwin, 2001r, © Robert Moncaka, Robert Trent, and Robert Haniel, Purchasing and Supply ‘Chain Management, 2", (Mason, OB: South-Westem, 2002), 342 PARTE IV e Esrraréia DE ESTOOUE Havia uma empresa em que as politicas de compras as regras de programacao da produgdo interagiam com tamanha intensidade que 0 gerente do setor de trans- porte chegou a concluir que a capacidade inadequada de transporte era, isoladamente, a raziio para a mé pro- gramacdo registrada no canal de suprimentos. A logis- tica do suprimento foi aperfeigoada concretamente ‘quando os elementos da programacio, compra e trans- porte da produgdo puderam ser balanceados. A partir do exemplo a seguir apresentado, é possivel avaliar os efeitos de uma coordenagiio deficiente sobre as ativida- des do canal. Exemplo A Anchor Hocking, indiistria de vidro, produz uma li nha de utensflios de jantar destinada ao mercado in- terno, A demanda é relativamente constante ao longo do ano, com ligeira sazonalidade manifestando-se nas épocas de “dar presents”. As principais matérias-primas da empresa so areia (75%), caleério (15%) ¢ barrilha (10%). A aria é comprada localmente, o caleério, regionalmente, €a barrilha provém de minas localizadas no estado de ‘Wyoming. Esses materiais sio despachados em va- gges-tremonha obedecendo ao programa da produgao mediante um contrato anual de compra. Os fornece- dores saber quanto @ inddstria compraria anualmen- te deles, mas cabe & vidraria decidir quando os forne- cedores devern liberar (despachar) 0s materiais, O ciclo de suprimento da soda barritha aparece na Figura 10-1. No momento em que 0s programadores, de produgo nas varias fabricas emitem um pedido de remessa ao fornecedor, este providencia umn embar- que imediato, desde que disponha de vagbes-tremo- nha suficientes para tanto, Nao havendo essa disponi- bilidade, a solugdo é apelar & companhia ferrovidria mais préxima. Se ainda assim o problema nio for re- solvido, a solugio seré utilizar transporte especial, na forma de carretas rodovidrias. Os materiais de pré- produedo so armazenados em silos com capacidade media para trés a seis dias de produgdo, Devido a ca- pacidade relativamente pequena de armazcnagem ¢ ao alto custo do fechamento de um alto forno de vidro sempre que isso se fizer inevitvel devido & escassez, de matérias-primas, a norma é evitar sempre que pos- sivel 0 atraso no cumprimento do programa de produ- Go recorrendo para tanto ao transporte especial. ape- sar do seu custo bem superior ao da movimentagzo dos materisis por via ferrovidria, Antevendo uma es- assez, de vagdes-tremonha no sistema fetrovidrio ne- ional, a geréncia estava disposta a investir na compra ‘Contvate anval de compere Fébrica de vidros lo TTaneporie commu [Embarquosliberados de acordo ‘com as flutuagbes da produgao Pdido de vagtes o Tiina FIGURA 10-1 _O ciclo de materi para um fabricante de vidros. de vagdes desse tipo para servigo exclusivo.” A ques- tio que a gerEncia precisava entio resolver se resumia nisto: quantos vagdes seriam necessérios para que realmente se chegasse a minimizar 0 custo do trans- porte especial”? $Bssa pergunta indica que o transporte ferrovis- rio seria a melhor reago ao aumento acentuado ve- tificado nos custos dos transportes especiais. Até certo ponto, realmente era. No entanto, uma inves- tigagio detalhada mostrou que os programadores da produgdo nas fabricas ndo estavam cuidando dos 14 dias entre o momento em que 0 material deveria ser embarcado pelo fornecedor e aquele em que se tomaria indispensavel na produgio. Na verdade, es- se prazo estava ficando em apenas cinco dias, logi- camente um tempo insuficiente para o transporte de barritha das minas no Wyoming até as fabricas no Leste. Os programadores de produgio estavam pois reagindo as imposigées da produedo, em lugar de se antecipar adequadamente a elas. Aumentar a ca- pacidade dos silos e 0 montante de matéria-prima neles armazenével no era a medida mais prética devido ao alto custo dos investimentos que exigiria, Portanto, sem mudanga alguma nos procedimentos de programagio, um investimento em 82 vagées- tuemonha poderia ser justficado. Utilizando-se téc- nicas eficientes de planejamento para orientar a li- beragdo das remessas, a necessidade poderia baixar para 40 vagdes, Ou seja, disciplinando-se a meto- dologia da liberagéo dos embarques seria possivel reduzir em 42 0 ntimero de vagGes-tremonha neces- sfrios segundo os céleulos originais, diminuindo-se assim em 50% o investimento potencial nesta me~ Ihoria geral da atividade da inddstria de vidros & suas parceiras de negécio. A Tigo mais importante do estado do caso da An- ‘chor Hocking é: programas deficientes de procedimen- tos de produgdo levam a investimentos de outra forma desnecessérios em equipamentos de transporte. O ge- rente da érea de transportes estava tentando resolver @ totalidade do seu problema pela aquisi¢ao de maior ca- pacidade de transporte, A coordenagio entre todas as atividades que se refletem no abastecimento fisico mos- trov-se indispensdvel a fim de que se alcangasse uma boa solugdo do problema. ses vagiesseriam de propriedade da indir de vide ea ferovia se en= ‘auegari de sa operagin proporcionan taf com desconosespecii Captruro 10 e Decisoes De Compras E DE PROGRAMACAO DOS SUPRIMENTOS 343, PROGRAMACAO DOS SUPRIMENTOS prestigio dos conceitos just-in-time, resposta répida comipressio de tempo ressalta a importéncia da progra- ‘magi entre as varias atividades nos canais de suprimen- tos, Programar de acordo com as necessidades € uma al- temativa para suprit as necessidades a partir dos esto- ques existentes. Cada uma delas representa 08 pontos principais em uma variagao de alternativas estudadas pa- +a satisfazer a demenda, ov necessidades, de umm canal de suprimentos. O Capitulo 9 foi dedicado a conceitos de _gestdo de estoques, por isso agora concentramos as aten- bes nas téenicas de programagdo conhecidas como pla- nejamento de necessidades, que podem minimizar os es- toques exigidos em um canal de suprimentos. No canal de suprimentos, sao as necessidades da producto (ou, no caso de empresas de servigos, as ne- cessidades operacionais) que representam a demanda a ser atendida, Um gerente de materiais normalmente atende a essa demanda de duas formas, Fm primeiro l= gat, 0s suprimentos so programados para estarem dis- Poniveis no momento exato em que se tornarcm neces sérios para a produgio, Uma técnica reconhecida apoiada para orientar a mecdinica do processo de pro- gramacio é a do planejamento das necessidades de ma- teriajs. Em segundo lugar, as necessidades so preen- chidas a partir de suprimentos mantidos em estoque. AS regras da reposigio mantém os nfveis desses estoques, € também especificam quando € em que quantidade 0 materiais deverdo fluir no canal de suprimentos.. ‘Muitas empresas utilizar essas duas abordagens si- multaneamente. Veja, por exemplo, de que maneira um fabricante de motores industriais controla seu ritmo de produgiio, Exemplo ‘A Power Equiment Division da Lear Siegler Corpora- tion produz uma linha de motores elétricos para var- redoras ¢ lustradoras de cho industriais. Sdo motores igualmente vendidos como subcomponentes a outros fabricantes de produtos acabados e, por isso, produzi- dos de acordo com as especificactes de cada compra- dor. Estes fazem normalmente seus pedidos firmes com vérios meses de antecipagio em relagio as suas necessidades, assim garantindo © cumprimento dos programas de produgdo. Motores padronizados po- «dem ser previstos com razodvel exatidéo e assim pro- duzidos com base em programacdo de vendas. ‘Com esta informagdo, prepara-se um programa de construgio (ou programa mestre de produc) para wm. 344 Pate TV « EstRaréoia pe Estoque perfodo de tés préximos meses, Bsta programag%o, jun- tamente com a lista de materiais necessérios para cada ‘motor encomendado, mostra ao programador da produ 40 a demanda de cada um dos componentes, ¢ quando precisardo estar dispontveis, A essa altura, 0 programa- dor da produgio verifica 0s componentes disponiveis no estoque. Normalmente, cerca de 3.000 (90%) de cada 3.300 pegas solicitadas saer dos estoques existentes. AS 300 pecas restantes so itens eritcos de alto valor e es- pecificas a cada pedido — por exemplo, 0 eixo do motor. Esses itens so relacionados na lista de faltas do forme cedor até serem postos & disposigdo da produgao, O ‘mesmo se faz em relagio a todos os materiais nao dispo- nfveis nos estoques. Levando em conta a extenstio do prazo de entrega, ‘© programador da produgo emite uma ordem de libe- ragio de compra ao departamento de compras a fim de ppossibilitar que todos os suprimentos sejam programa- dos de maneira a chegar & medida das necessidades da produgio, Quando todos os materiais, pecas e supri- entos estio disponiveis, o programtador da produgao libera os pedidos dos clientes & producdo ¢ montagem. A medida que os estoques se esgotam, sua reposigao é feita pelo controle min-max de estoques. ‘A fungaio do setor de compras € entio selecionar as, fontes de suprimentos, desenvolver procedimentos pa- 1408 pedidos, negociar pregos e termos de compra, 2s- pecificar os servigos de transporte a serem utilizados, ¢ estimar 0s prazos de entrega. Neste caso, 0 departa- mento de compres coordena com a programagio da produgdo 0 fluxo de materia no canal de suprimentos A relagao entre a programaciio da produgio e o supri- ‘mento de materiais ¢ diagramada na Figura 10-2. Programacio Just-in-Time de Suprimentos A programagao just-in-time (JIT) € uma filosofia opera nal que representa altemativa ao uso de estoques para que se possa cumprir a meta de disponibilizar os produtos cer {0s, no lugar certo eno tempo certo, E uma maneita de ge- renciar 0 canal de suprimentos de materiais popularizada a partir da experincia dos japoneses, que a desenvolveram ‘com base nas circunstincias econémicas € logisticas dife- Lberar era a produgao | Vedas Peaidos de Proviso de lentes vendas sta do materials Lista de faltas do Liberar ordans de compra a fornesedor fomecedores para artigos em falta (eae ‘0 para roposiedo oe estoque suprimentes Locals dos = ‘fornecedores Servigos de ‘wensporte (Order do Processamento compra ===: Pela ny casa fe Reabastecimenio de FS eee eaeee, ‘supcimentos © pedicos ‘sob ancomenda | Hise Comparar —e FIGURA 10-2 Orelacionamento entre programagéo da produgso e suprimento de materia. renciadas que imperaram em seu pais nos iitimos 40 anos. ‘A programagilo just-in-time pode ser definida como tuna flosofia de planejamento em que todo 0 canal de suprimentos & sincronizado para reagir as neces- sidades das operacdes dos clientes. Suas caracteristicas principais so: ‘© Relages privilegiadas com poucos fornecedores, transportadores ‘© Informacio compartithada entre compradores e fornecedores ‘* Produgioicompra ¢ transporte de mercadories em pequenas quantidades sio freqilentes e se tra~ duzem em niveis minimos de estoques ‘© Eliminacdo das incertezas sempre que possivel ao longo do canal de suprimentos ‘+ Metas de alta qualidade Quantidades econdmicas de reabastecimento* tendem ‘unidade uma vez que os custos de preparagio de coloc: «do do pedido sto reduzidos a nfveis quase que insignifi- cantes. Quando ha economias de escala nas compras ou na producto, sfo exploradas ao méximo pela utilizagao de ppoucos fomnecedores normalmente localizados ber perto dos pontos de demanda dos compradores, Una intima re- lagio de trabalho 6 estabelecida com um ntimero pequeno de fornecedores ¢ transportadores. A informagéo do com prador, especialmente na forma de programa de produ- ¢40/operacio, é compartihada com os fomedores a fim de ue estes possam antecipar as necessidades dos compra- dores e reduzir 0 prazo de resposta € sua vatiabilidade. Dos fornecedores, poucos porém escolhidos, espera-se que procedam com pouca ou nenhuma varidncia em maté- ria de entregas no prazo certo. O efeito global do planeja- ‘mento de acordo com uma filosofia just-in-time €acriagao de fluxos de produtos que so cuidadosamente sincroniza~ dos com as respectivas demandas. Embora seja grande a probabilidade de que se precise trabalhar bem mais na ges- to do canal de suptimentos sob uma filosofia JIT do que sob uma filosofia de fornecimento a partir de estoques, seu beneficio é operar 0 canal com o mimo estoque possfvel ‘© as economias e/ou melhorias nos servigos disso resultan- tes, Noentanto, alguns desses lucros que fabricante con- «retiza podem ser em fungo do aumento de custos e esto- ‘ques para os fornecedores no canal de suprimentos. Aplicagio ‘A General Motors, fabricante norte-americano de au toméveis, decidiu implementar um sistema de progra- *'N.de RT Referee Jotesecondmicos de compres e lots econdmicos de producto CaPiTULO 10 © Decisoes DF COMPRAS & DE PROGRAMACAO DOS SUPRIMENTOS 345 magiio de suprimentos just-in-time por ocasiiio do langamento da nova versio, totalmente modificada, de um dos seus modelos mais vendidos de automével. Uma fabrica que estava desativada desde que se tor- nara pequena demais para os padrées da era das ven- das em massa, foi reaberta depois da instalacio de portas de correr ao longo de suas paredes laterais. s- to fez. com que os materiais pudessem percorrer uma distancia bem mais eurta até a linha de produgto, dei- xxando, ao mesmo tempo, reduzido espaco para os es- toques de produg0, Construiu-se entdo um armazém com andaimes perto do prédio da montagem, arma- zém esse utlizado para receber € desembalar os mate- riais dos fornecedores antes de serem deslocados, conforme a demanda, para a linha de montagem. Fez-se também uma significativa reducao (de al- guns milhares para algumas centenas) do ntimero de fornecedores e transportadores. Os fornecedores niio poderiam ter sts instalagdes a mais de 300 milhas (cerca de 480 quilémetros) de distincia da fébrica da GM. Optou-se, por exemplo, por um fomecedor ex clusivo de tintas. Com uma condig&o: ele precisaria manter um estoque perto da montadora da GM. Para assessorar esse fornecedar em seu planejamento, 0 fa- bricante dos automéveis permitia seu acesso a um programa da futura produgio dos cartos. Isto sem di vida criow um nfvel de confianga fornecedor-compra- dor incomum no campo industria Exemplo A Hewlett-Packard passou a aplicar conceitos de pro- _gramagio just-in-time ds operagbes do seu centro de distribuigo. No perfodo de um ano e meio, a empre- sa conseguireduzir em 40% seus estoques de produ- tos acabados, um crescimento composto de 2% 40 més na produtividade industrial, e uma melhoria de 44% na qualidade das remessas aos clientes.” Kanban O KANBAN ¢ o sistema de programaco da produesio da Toyota, e talver. um dos mais conhecidos exemplos Ge programacio just-in-time. O KANBAN propriamen- te dito é um sistema de controle de produgio baseado em cartdes. Um cartio KAN aciona um centro de traba- Tho ou um fornecedor para que prodwza um lote minimo de determinado item. O cartéo BAN ordena a reposigéo » Paik Quer, “Jusvin‘Time Distitaon”, Annual Proceedings, Va. (St. Louis: Comme! of Logistes Management, Octobe 2773, de 1983), pg, 48 346 Panre IV « Esteatéoia vs Estoque de um lote minimo predeterminado de componentes ou itens de montagens no centro de trabalho, Esses cartbes sao usados como gatithos para a produgao e a movi- mentagdo dos itens. O sistema de programagtio KANBANAIIT utiliza 0 método de controle de estoque de ponto de pedido para determinar lotes padronizados de produgao-compra funciona com custos muito baixos de planejamento ¢ tempos de reposigdo reduzidos. Diversas caracteristicas adicionais garantem sua eficiéncia como sistema just- in-time, Bm primeiro lugar, os modelos no programa rmestre da produgao sio repetidos continuamente & com- parados com uma programagio constrafda para tirar proveito das economias de escala. Isto é, uma progra maco de produtos de modelos A B para explorar as economias de escala e reduzir os gastos de planejamen- to poderia ser AAAAAAABBBBBBBAAAAAAABBBEBB- BAAAAAAABBBBBBBB. Contido, a progtamagio KANBAN poderia ficar assim: ABABABABABABABABABABABABABABA. BABABABABABAB Em segundo lugar, os tempos de reposicao tornam- se altamente previsiveis porque sto curtos. Os fornece- ores localizam-se nas imediacdes do local das opera- Ges e as entregas podem ser feitas com frequéncia, muitas vezes de hora em hora, sem grandes despesas com o transporte Em terceiro lugar, os lotes pedidos so pequenos Porque os custos de preparagdo e obtengao so manti- dos baixos. Como os lotes pedidos esto relacionados a cesses custos de preparacao e obtengfo, tornam-se 0 alvo dos programas de redueo de custos. Lotes pequenos de pedidos significam estaques baixos. O cléssico método de controle de estoque de ponto de pedido 6 usado para determinar as quantidades de reposigo. Em quarto lugar, usam-se poucos fomecedores, to- dos eles, evidentemente, obrigados a corresponder as al- tas expectativas neles depositadas. Um alto nfvel de ‘cooperagio entre 0 fabricante e o fornecedor surge para Barantir a obtengio do desejado nivel de desempenho do produto e da logistica. A programagio just-in-time entra em choque com a programacao de suprimento para estoque. A Tabela 10-1 compara 0 KANBAN/IIT com a abordagem de progra- maga de suprimento para estoque. Lembre, sao altema- tivas, nfo sendo uma necessariamente melhor do que & outta. Observagio Por operarem com niveis minimos de estoque e pou- cos fornecedores, € grande o risco apresentado, pelos sistemas just-in-time, de interrupg&es na cadeia de su- primentos. A Toyota chegou a enfrentar a ameaca de precisar fechar 20 de suas fabricas de autorsveis, quando um inc€ndio destruiu a principal fonte de abastecimento de uma valvula fundamental de freio, de $ 5, No entanto, cinco dias depois do incéndio, as, fabricas estavam novamente em produgio. A chave dessa conquista foi a “familia” de fornecedores de pe- gas da Toyota. Em um equivalente corporativo dos métodos de cultivo de cereais da seita Amish — em que todos tabatham para um, e vice-versa -, 0s forne- cedores € as empresas locais se langaram a0 socorro do gigante industrial. Assim, horas depois do incén- dio, jé estavam obrendo os desenhos da vélvula, im- provisando sistemas de ferramentas e instalando li- ‘nhas provisérias de produgdo. Trintae seis fornecedo- 1s, ajudados por mais de 150 outros subcontratados, instalaram cerca de 50 tinhas separadas de producto de pequenos lotes da vélvula de freio, A répida recu- peracio € atribuida 3 forga do grupo, que deu conta do problema sem pensar em ganhar dinheiro ou em even- tuais contratos.* Planejamento de Necessidades Em meados da década de 1970, o planejamento de ne- cessidades, algo que jé se fazia havia muitos anos, foi formalizado como o planejamento de nevessidades ma- teriais (MRP ~ materials requirements planning). Em bora o MRP tenha a ver com a programaciio de supri- mentos, sua base l6gica ¢ diferente daquela do KAN- BAN. Trata-se de um método usado principalmente pa- +a programar pegas especiais de alto valor, materiais ¢ suprimentos cuja demanda seja razoavelmente conheci da. O objetivo do MRP, do ponto de vista logistico, & ‘evita, tanto quanto possivel, conservar itens como esses em estoque. Teoricamente, nao € necessério criar esto- ques quando o montante e as necessidades dos produtos acabacios so conhecidos. Levando-se em conta o prazo de entrega, a necessidade de peas, materiais e supri- ‘mentos, as necessidades de produto acabado podem ser supridas no momento em que se manifestam. O mo- mento exato dos fluxos de materiais para suprir as ne- cessidades da producao ¢ 0 prinefpio que constitui a ba- se do planejamento das nccessidades materiais. * Valerie Reitman, “Toyota's Fest Rebound After Fir at Supplier Shows Why Ie Ts Tough, Wal Street Journal, May 8, 1997, A 3 8 z : g a i A & ‘ehuzmniias ap sanboisa ap apepis -sonou 9 suzayiaout se zap91 9 oRSinEp/semautNs 3p [PUN ‘0p 0840] oF opSear ap sod} so vsOY)UI OSS] “SOnETEKD 408 LOKI onbysodou ap soda, “uausag oW09 seuorDuny wsed anbors9 wHo9 wuoa as opu ‘sonboyso op wasssay ‘opuvnb sogSeiado ap vrougnbas v eusoisuen sossoasd sop opSdna "ap vista wo ‘pentourepuny 9 Opn “Sapeprsseoou Sup UPIpeUt EN roquy y "esBas © 9 "eassooxs apepiondeo no “eanuanaud opbuainusyy soonog -sesaudna setido sens 9p opsudixe wuun owtoa s=r0p29eiLos 50 wives sanuay[ 80 2 “so1usyo Sop sapuprssoaaM so AEdNs 9.191 U9 {9p wBaueue 2s sopo.au0J O “oUeqeal 2p Se¥5[09 SopRLapIsUED OBS sauopasouog “opSnredo vp viougioua ®t: ed sunqqniuo> e vxzouew op sa05eandisuoo sw s6UIQWNOD 9p 9 (bow 9p apuproedes 2 saropeiedo ap sepopitiaey seredus0> ap apeptumuodo apuess win eouggy wp viousio8 & ‘SoFaxdiwo ap ‘og5a]95 ewin seuotaiodosd or ‘ossip wipiy “oruaw2aIseqe 2p OFS ‘ado v uloo eulo;qoad win ap apepyteniuans wu supipeons-ur9q ‘opa> sew ans sagdurado op onuaumngas o aytiad souatesse0oud anit svurojgoud soajosax 9 svo4nuap: ap apoprssaoau v “sossao0ud ossaoard wa sonbowso op ovSemuunse Y “oU¥ss290U O}UDUNSOAME WIP) ‘tue anborse ap opseynuunae v euenbad 3 opueng) “so|-yunn(e, ‘canpoad ap sanboasa ‘eSod 9p apepoura vicdure pum ap opSeuoqeya Y woUio! 28 soUanibad sai0y 3p soe anb wo ‘uppuncas opSedna0aud razey sepidy sooSemdaid sy steuorsipe swung ap ureuso1 2s opSesedaud ap soisno so oss] sod 9 “uintuo9 seus apepmqiuodsip no “sapSeiado sou aed © ezyuUIUE ered sep att 9 onSnpOId B IPZIWNKPN "BLPINDAS aprpLON _aqUautTUEaMTO SogbesEdasd no 2iN9 ONS] “s}uRDY NAIM SepEsOpISHOD OFS sopSeredoig -eadwoo no oesaposd 2p sauousou sopepnuenb exvd omowfounyd op soisno so avzaiy0 & ‘Dod wns} wp snred v opouruusarep *uipuod Yopuas “sopesdui0d ‘opunst upezyyaau 9 eaxwiuoy eusnyuaNy “GO Binwugy wp aned ‘ojutnb sopeimeynueus suaq esed o1wey epssao0u 9 ogbtsoda 9p —_seudwoo ap sapepnuenb 1 no vjeoso ep sejurowese Jod sepeuruuorep sopepniuEng ‘eunmuyu: apepnuenb ewin -serexpau sopepissaoou se seuade apuary “saioj ap soyuewiy, ' zopeu ‘anbowso 0 sorew oxsond) sauopapuan ‘Sop staijua seu sostate 9 ojwauiedinba woo seuraygaud ‘sopypuaxdra 308 woA9p “oystnaud op soue vanuoa opSaioud wuors4odaig “oan wip, ‘soy puna ezed soqspssarau soSi0js9 So Sopoy,ezanbexy wu) onboisg, Dnibojse mind ojuauidns 9p opsoumiiouy THINVANVH opsoumBoig ‘sauommy ‘ubo|so wibd OWMSUILLANS 9p > LI/NVANVH SoIveisadas ap opSruneitaid ap sajoso[y sv anu opseredurOD eu] OT WRAL 348. Pante IV © Bsrraréoia ps Estoque O MRP € uma importante altemativa de progra- magio em relagio a filosofia de programagio de su- primento para estoque. A no ser quanto & forma de utilizagéo dos procedimentos estatisticos de controle de estoques no KANBAN, eles nao funcionam tio bem no canal fisico de suprimentos quanto no canal fisico de distribuigdo. Isso porque as suposighes em que se baseia o controle estatistico de estoques nfo se confirmam seguidamente. Isto é, a demanda nao é re- gular, aleat6ria, independente e nfo-enviezada. Ao contrétio, os padres de demanda de pegas, materiais € suprimentos que compdem os produitos acabados sio dependentes da demanda desses produtos. Padirdes de demanda dependente surgem do conhe- cimento de que um mimero predeterminado de pecas, ‘materiais e suprimentos, tal como especificado na conta dos materiais, esté presente no produto acabado, Por- tanto, os padres de demanda desses materiais de pro- dugdo sdo irregulares. Se fossem usados procedimentos estatisticos de controle de estoques para determinar ni- veis de estoque, esses niveis seriam inaceitavelmente elevados em fungi da alta variancia dos padres isre- gulares da demanda, Essa irregularidade na demanda também pode ter como cause a aplicacao de politicas padronizadas de es- tocagem em miiltiplos niveis do canal de distribuigdo de suprimentos. Para ter-se uma idéia a respeito, veja-se a Figura 10-3. Um produto acabado é estocado em um de- pésito regional e submetido ao controle de ponto de pe~ ido, O resultado dessa politica € o envio intermitente de pedidos de reposicdo aos estoques da fébrica. Se so- ‘mente alguns depésitos estao sendo reabastecidos a par- (a) Estoque ce campo (produto acabado no armazém) z ros ; wa emage LS Sra ° ; ‘Tempo {b) Estoque da fabrica (produto acabado na fabrica) |Lioeragdo do pedido Ponto de |. de Producten Tempo (6) Estoque de componentes (estoque de suprimentos na tabrica) i z Lier a oxo So comp Ponto de 7 — - peso ° “Tempo FIGURA 10-3 Demanda irregular de um componente quando 0 pro-

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