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00/RT-002
Título:
UHE BAGUARI
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA
VOLUME 1
APRESENTAÇÃO 0.1/3
1. INTRODUÇÃO 1.1/2
APRESENTAÇÃO
O atual cenário do setor elétrico brasileiro, tendo em vista a crescente demanda do mercado
consumidor de energia elétrica, é propício à análise de empreendimentos próximos a grandes
centros consumidores, como os das cidades de Ipatinga e Governador Valadares. Após as
etapas de estudos de avaliações dos impactos ambientais e diagnóstico técnico-econômico do
empreendimento, a CNEC Engenharia S.A. empreendeu em 2001 estudos visando determinar
a viabilidade técnico-econômica de implantação da Usina Hidrelétrica de Baguari.
O registro junto à ANEEL para a elaboração dos Estudos de Viabilidade foi formalizado pelo
Ofício n.º 171/1999-SPH/ANEEL, e pelo Processo n.º 48500.001760/99-89. Esse registro foi
reformulado em 30OUT01, através da correspondência CNEC-PRE/1865/01.
No âmbito dos Estudos de Viabilidade, foi executada a atualização dos Estudos de Inventário
da Bacia Hidrográfica do Rio Doce, no trecho entre Ipatinga e Governador Valadares, conforme
solicitado pela ANEEL naquele ofício. Os estudos de inventário, desenvolvidos pela CNEC
Engenharia S.A., foram aprovados pela ANEEL em OUT2001, por meio do Despacho – ANEEL
nº 862 publicado em 29OUT01.
A divisão de queda resultante neste trecho, totalmente inserido no Estado de Minas Gerais,
apontou como os locais de maior interesse energético e de menor impacto ambiental, a UHE
Baguari e a UHE Escura. Ressalta-se, neste caso, a viabilização técnico-econômica e
ambiental destes empreendimentos ao se projetarem barramentos de pequena altura que
propiciam a formação de reservatórios cuja área pouco excede a calha do rio.
• Uma síntese dos Programas Ambientais apresentados no EIA, que constituem a base para
o Plano de Controle Ambiental - PCA, contendo todas as ações ambientais propostas para
minimização, mitigação e compensação dos impactos decorrentes da implantação da UHE
Baguari, e que, mediante sua implementação, o torna viável sob o ponto de vista ambiental.
• Diretrizes para elaboração do Plano Diretor, que traduzem as orientações básicas para os
usos do futuro reservatório e de seu entorno, considerando as particularidades regionais
inerentes ao empreendimento.
• Conclusão, cujo conteúdo sintetiza as principais interferências do empreendimento em sua
região de inserção, e que, a partir da implantação de todas as ações ambientais propostas,
avalia a sua viabilidade, sob o ponto de vista ambiental.
• Bibliografia, que reúne todo o material bibliográfico utilizado para a condução dos trabalhos.
• Equipe Técnica, constituída por todos os profissionais envolvidos na elaboração deste
RIMA, e que se constituem nos responsáveis técnicos por seu conteúdo.
1. INTRODUÇÃO
1.1. O EMPREENDEDOR
A Usina Hidrelétrica de Baguari deverá ser construída por quem obtiver a concessão para
explorar os recursos hídricos nesse trecho do rio Doce, de acordo com as leis nº 8987 de
13/02/95 e nº 9074 de 07/07/95, e decretos nº 1717 de 24/11/95 e nº 2003 de 10/09/96.
De acordo com estas leis, quem obtiver a concessão pelo regime de licitação deverá construir e
operar a usina por um período de até 35 anos, renováveis por igual período.
O registro junto à ANEEL para a elaboração dos Estudos de Viabilidade foi formalizado pelo
Ofício nº 171/1999-SPH/ANEEL, e pelo Processo nº 48500.001760/99-89. Esse registro foi
reformulado em 30OUT01, através da correspondência CNEC-PRE/1865/01. O Relatório Final,
nº VBAG/GE.00/RT-001, apresenta o resultado dos estudos desenvolvidos e confirma a
atratividade técnica e econômica da UHE Baguari. No âmbito dos Estudos de Viabilidade, foi
executada a atualização dos Estudos de Inventário da Bacia Hidrográfica do Rio Doce, no
trecho entre Ipatinga e Governador Valadares, conforme solicitado pela ANEEL naquele ofício.
Os estudos de inventário, desenvolvidos pela CNEC Engenharia S.A., foram aprovados pela
ANEEL em OUT2001, por meio do Despacho – ANEEL nº 862 publicado em 29OUT01.
Dado o pequeno porte do seu reservatório, a operação da usina será a fio-d’água, apenas com
regularização diária. O trecho de localização do empreendimento, imediatamente a montante
da cidade de Governador Valadares, apresenta-se bastante vulnerável às grandes enchentes,
que não serão amortecidas no reservatório.
A bacia do rio Doce pertence ao sistema de drenagem do Atlântico Sul – Trecho Leste,
segundo o sistema de codificação e instruções baixadas pela Portaria Nº 447 do Ministério das
Minas e Energia, de 20.04.1976. As principais nascentes do rio Doce encontram-se na Serra
da Mantiqueira e no Complexo do Espinhaço, em Minas Gerais, percorrendo cerca de 853 km
até desaguar no Oceano Atlântico, junto à cidade de Regência, no Estado do Espírito Santo. A
bacia hidrográfica drena uma área de 83.430 km2, dos quais 86% estão localizados em
território mineiro e os 14% restantes no território capixaba. O mapa da bacia pode ser
visualizado no Desenho VBAG/GE.08/DE.001, apresentado no Anexo A2 desse documento.
O trecho Médio Rio Doce desenvolve-se entre a foz do rio Piracicaba e a barra do rio
Manhuaçu, junto à cidade de Aimorés, onde se inicia o trecho Baixo Rio Doce. No médio curso,
com extensão de 267 km, o rio Doce recebe o aporte de importantes afluentes e aumenta
consideravelmente a vazão em trânsito. Da foz do rio Piracicaba até a cachoeira de Baguari, a
declividade do rio é pouco acentuada, as margens são baixas e é comum o aparecimento de
ilhas. A partir dessa cachoeira, reinicia a declividade acentuada do rio, com a ocorrência de
inúmeras corredeiras.
2. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO
O arranjo geral da UHE Baguari é composto pelo circuito hidráulico de geração na margem
esquerda, adjacente ao vertedouro, como mostrado nos Desenhos VBAG/GE.00/DE.004 e 005,
apresentados no Anexo A1. A concepção dada às obras é com as estruturas de concreto
ocupando parte do leito do rio e parte da ombreira esquerda, promovendo-se o fechamento
com barragens de enrocamento com núcleo argiloso no trecho remanescente do leito do rio e
em ambas as ombreiras.
O reservatório terá uma extensão de 20 km ao longo do curso do rio Doce e mais cerca de 5
km no rio Corrente Grande, seu afluente pela margem esquerda num ponto situado 2 km a
montante do eixo de barramento, e afeta a zona ribeirinha dos municípios listados no quadro a
seguir:
O reservatório será praticamente coincidente com a calha do rio em seu trecho médio superior
(montante), a área inundada será de aproximadamente 14,2 km2, com o NA máximo normal na
El. 185,00 m, incluindo os 8,1 km2 hoje ocupados pelo leito do rio (VBAG/GE.00/DE.006 e 007).
Cerca de 2 km2 permanecerão como ilhas no reservatório. O vertedouro terá capacidade de
escoar a cheia com período de retorno decamilenar (pico de 12.600 m³/s) sem provocar
sobrelevação do reservatório. Portanto, seu NA máximo maximorum é coincidente com seu NA
máximo normal.
Quanto à escolha de eixo, as distintas concepções propiciadas pelos locais estudados foram
comparadas quantitativamente e também qualitativamente. Foram montados dois orçamentos
comparativos, em forma de OPE, com preços com base em MAR2001. Os orçamentos e a
análise de implicações da escolha de um determinado eixo permitiram as seguintes
conclusões:
a) A alternativa A (eixo jusante) tem custo global cerca de 9% mais baixo que a alternativa B
(montante); a tendência verificada seria de aumento desta diferença à medida que sejam
introduzidas otimizações no arranjo da alternativa A.
b) As dimensões do canal de adução da alternativa B implicaram custos elevados, que
sobrepuseram-se à redução dos custos de barragem, vertedouro e desvio do rio da
Alternativa A.
c) O principal diferencial contra a Alternativa B é o canal de adução. Além dos custos
derivados da escavação do canal atravessando substratos com areia e cascalho, que
implicam estabilizações para sua escavação e posterior proteção, seu grande volume de
escavação (4.700.000 m³) destina-se quase inteiramente a bota-fora, o que requereria a
aquisição de maior área que para a alternativa A, tanto para o canal quanto para o bota-
fora.
d) Em função de seu volume, o bota-fora da alternativa B não poderia ser totalmente contido
no reservatório. Portanto, além da aquisição da área para esta finalidade, seria também
necessária sua recomposição ambiental.
e) A Cachoeira da Fumaça ou Baguari, situada no local dos dois eixos estudados, ficará
comprometida por qualquer das alternativas. Na Alternativa A, os canais e afloramentos
rochosos por onde passam o rio Doce seriam submersos, não ocorrendo trecho com
vazões reduzidas ou nulas a jusante. Na Alternativa B somente ocorreria passagem de
água no local em meses de excedente hídrico, implicando no estabelecimento de um trecho
seco no rio Doce com 1.100 m de extensão.
Portanto, foi adotado o eixo A como a melhor opção para prosseguimento dos estudos.
na El. 207,00 m, compõem a melhor alternativa de partição de queda para o rio Doce no trecho
Ipatinga – Governador Valadares, sendo que esta divisão de queda foi aprovada pela ANEEL
no trecho, em OUT2001.
A definição da cota levou em conta a EFVM (Estrada de Ferro Vitória – Minas), mostrando que
a curva de nível da El. 185 m se aproxima da ferrovia em apenas três curtos trechos ao longo
do reservatório, variando acima do NA máximo maximorum do reservatório, de 2,40 metros
imediatamente a montante do eixo da barragem, 3,60 metros junto à ponte ferroviária sobre o
rio Corrente Grande e 8,00 metros sobre o córrego do Cemitério, cuja confluência com o rio
Doce se dá próximo ao povoado de Pedra Corrida.
Das pontes sobre o rio Corrente Grande, apenas uma, a ponte rodoviária da BR-381 , com
cerca de 55 m de extensão constituirá interferência a ser relocada para cota mais elevada, bem
como um trecho da rodovia em cada lado da ponte, para sua adequação geométrica.
Cada vão tem 14,00 m de largura e a crista da estrutura vertente está posicionada na cota
167,20 m, 17,80 m abaixo do NA máximo normal do reservatório, proporcionando uma seção
capaz de escoar a vazão de projeto de 12.600 m³/s, correspondente a um tempo de
recorrência de 10.000 anos. Na crista, está prevista a instalação de pista de rolamento para a
movimentação de um pórtico rolante, a ser utilizado na movimentação das comportas
ensecadeiras posicionadas a montante das comportas segmento. A estrutura dispõe de uma
galeria de inspeção/drenagem no pé de montante.
A montante do vertedouro, a aproximação será feita por canal escavado em rocha, com piso na
El. 160,00 metros. A bacia de dissipação, com 90,00 m de comprimento e 101,50m de largura,
terá o fundo revestido com laje de concreto ao nível da El. 152,00 m, protegida lateralmente por
paredes de concreto ancoradas no maciço rochoso, entre a El. 152,00 m e El. 165,00 m,
correspondente aproximadamente ao topo rochoso. Acima do topo rochoso, o fechamento
lateral se fará com muros de concreto tipo gravidade.
A tomada d’água e a casa de força formam um corpo monolítico, subdividido em quatro blocos
de 16,20 m de largura (total de 64,80 m), 58,80 m de comprimento e altura de 42,60 m entre a
crista, na El. 188,00 m, e a fundação, na El. 145,40 metros. Localizada na margem esquerda
do rio, ao lado do vertedouro, será unido a ele pelo muro de ligação.
O arranjo da tomada d’água e casa de força, em que se insere o circuito hidráulico de geração
da UHE Baguari, está mostrado nos Desenhos VBAG/GE.03/DE.003 e 007. A casa de força
será uma estrutura de concreto com fechamento em alvenaria convencional, do tipo abrigada,
assente em rocha, com acesso pela parte lateral. Estão previstas quatro unidades geradoras
do tipo bulbo com potência unitária de 35 MW, perfazendo um total instalado de 140 MW, com
linha de centro na El. 157,17 metros. A movimentação da comporta e da grade será feita pelo
pórtico da tomada d’água e vertedouro.
O plano da grade demarca a entrada da tomada d’água. Sua abertura foi definida para aduzir
uma vazão turbinada nominal de 225 m3/s por unidade geradora, com velocidade de 1,0 m/s,
para a área livre. A largura livre resultou igual a 11,20 m, em dois vãos de 5,60 m cada. A altura
da abertura no plano da grade será de 19,00 m, com inclinação 1V:0,2H. Sua soleira foi fixada
na El. 153,00 m para harmonizar a geometria com a submergência necessária para a turbina.
Do lado da margem esquerda haverá um bloco de 19,00 m de largura onde estará a área de
montagem e, entre a casa de força e o vertedouro, um bloco de ligação, de 14,80 m de largura,
onde estará situado o poço de drenagem da tomada d’água e do vertedouro. Os
transformadores principais e os auxiliares serão colocados junto à parede externa de jusante,
separados por paredes corta-fogo. Na tomada d’água, a jusante das ranhuras das comportas
ensecadeiras, com seu acesso na El. 188,00 m, serão construídos os poços de
armazenamento dos painéis destas comportas.
A restituição da água turbinada será feita por meio dos tubos de sucção, com seção circular no
seu início e retangular em sua saída. Na saída dos tubos de sucção, foi prevista a implantação
de comportas de emergência. O eixo do tubo de sucção, coincidente com o da unidade, estará
na El. 157,17 m e sua seção de saída terá altura de 8,52 m e largura de 11,40 m. Logo após o
início da transição da seção cônica do tubo de sucção para a seção retangular, a jusante das
galerias da casa de força, serão previstas, em cada unidade, guias para colocação da
comporta vagão de emergência. O servomotor de acionamento da comporta será disposto em
poço e sobre as aberturas de instalação das comportas se movimentará o pórtico do tubo de
sucção, que permitirá a montagem e manutenção das comportas.
A restituição das vazões turbinadas é feita através de um canal de fuga escavado em rocha,
paralelamente ao fluxo, com piso à saída do tubo de sucção na El. 152,86 m, subindo em
seguida com inclinação de 1V:6H até a cota do leito do rio. Os níveis característicos a jusante
são:
Na segunda fase do desvio, uma vez concluídas as obras civis do vertedouro, a ensecadeira
“A” será removida parcialmente em seus ramos montante e jusante. Numa derivação em arco
do ramo de montante, será previamente implantada uma ponte de serviço no recinto ensecado,
para permitir a construção das ensecadeiras de 2ª fase ("B" e "C"), a partir da margem
esquerda. O fluxo d’água será então desviado pela soleira do vertedouro simultaneamente à
implantação das ensecadeiras de montante e jusante.
Esgotado o recinto por elas isolado, será construída a barragem de enrocamento do leito do
rio, e sua continuação, na margem direita. Seu término permitirá o enchimento do reservatório,
que, juntamente com a conclusão da montagem eletromecânica da casa de força, iniciada na
fase anterior, possibilitará o início da operação comercial.
Estando esta fase inteiramente compreendida em um único período seco, foi adotada a vazão
de 1.000 m³/s para o dimensionamento das ensecadeiras incorporadas, correspondente à
máxima vazão máxima média mensal registrada no período de MAI a OUT, entre 1931 e 1999.
No final deste período, a barragem já terá atingido sua cota de coroamento (El. 188,00 m).
Os principais insumos naturais para a construção serão obtidos no próprio local da obra,
através das escavações obrigatórias (rocha), exploração de áreas de empréstimo (solos), ou
ainda na sua vizinhança imediata, no caso da areia no local no povoado de Baguari, situado
cerca de 10 km rio abaixo (medidos pela sua calha).
Foi efetuado um cálculo de todos os volumes principais de escavação, concreto, aterros, jazida
e bota-fora, cujo resumo é apresentado a seguir.
Escavação Jazidas
Aterros (No Bota-Fora
(No Corte) Concreto (No Corte)
Corte) (Na Seção)
Comum Em Rocha Solo Areia
130.000 890.000 185.000 420.000 200.000 155.000 575.000
Área de Atuação: Energia Página: 2.6/17
Direitos Reservados CNEC Revisão: 0
Data: 28/01/2002
VBAG/MA.00/RT-002
Título:
UHE BAGUARI
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL – RIMA
Mais da metade dos materiais terrosos será destinado a bota-fora, em razão de sua
constituição de areia fina ou de solo residual, ambos inaproveitáveis nas vedações das
ensecadeiras e barragens. Cerca de 20% dos materiais rochosos terão o mesmo destino, por
constituírem a faixa superficial mais relaxada, decomposta e permeável do maciço, assim como
mais da metade de sua parte sã. O superávit de rocha constitui quase 90% do volume do bota-
fora, a ser acondicionado na área do reservatório, mesmo adotando barragens de enrocamento
com núcleo terroso. Em contrapartida, o volume requerido em áreas de empréstimo é bem
menor, como também o da areia destinada a filtros das barragens e agregado para concreto.
Para se alcançar a margem direita, mal servida de acessos terrestres razoáveis a partir da
rodovia BR-116, que tem um entroncamento com a BR-381 na altura de Governador
Valadares, a melhor forma é cruzar o rio Doce pouco a jusante das corredeiras, utilizando as
pequenas embarcações de pescadores locais.
O acesso à área de implantação da UHE Baguari, como um todo, é totalmente facilitado pelas
rodovias federais (BR-262 e 381) e locais, mas apenas pela margem esquerda do rio Doce,
junto à qual situam-se as principais estruturas do arranjo. O acesso de terra a partir da BR-381,
com cerca de 3,5 km de extensão até o eixo de barramento, deverá ser redimensionado para
as novas condições de utilização. O cruzamento em nível deste acesso com a Estrada de Ferro
Vitória a Minas, sempre com intenso tráfego, deverá ser adequadamente abordado no
planejamento logístico da obra. A princípio, foi prevista a construção de um viaduto sobre a
ferrovia, para evitar esta interferência.
Figura 2.1
1.600
1.400
1.200
1.000
800
600
400
200
0
F
F
J
J
J
O
A
A
D
D
Além das obras auxiliares, estradas de acesso, canteiro e acampamento, as obras deverão ser
iniciadas pela construção do canal de desvio na margem direita e pela escavação das
estruturas na margem esquerda. As concretagens da casa de força disporão de um prazo de
praticamente dois anos, para serem concluídas. Previu-se defasagem de dois meses entre o
início da operação comercial de cada unidade geradora. A entrada em operação de cada
máquina ocorrerá nos 37°, 39°, 41° e 43° meses.
Área de Atuação: Energia Página: 2.8/17
Direitos Reservados CNEC Revisão: 0
Data: 28/01/2002
VBAG/MA.00/RT-002
Título:
UHE BAGUARI
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL – RIMA
O cronograma prevê que após a execução do canal de desvio na margem direita, seja
construída a ensecadeira que envolverá o vertedouro, tomada d’água e casa de força,
passando-se imediatamente à construção dessas estruturas, bem como da barragem de terra
da margem esquerda.
Essa etapa de trabalho deverá permitir, no início do período seco do terceiro ano, a remoção
da ensecadeira da primeira fase e o início da fase final de obras, com a construção da
barragem no leito do rio e na margem direita. Deve ser destacado que a execução da barragem
no leito do rio exigirá a construção de uma ponte de serviço a montante do vertedouro e que
poderá ser construída a seco, dentro recinto ensecado. Tal se justifica pelo fato de que todas
as escavações em rocha estarão localizadas na margem esquerda, sendo daí que partirá o
fluxo de materiais rochosos para ensecadeira e para a barragem.
O fechamento das comportas do vertedouro para o enchimento do reservatório foi previsto para
o mês de dezembro do terceiro ano. Considerando-se a disponibilidade hídrica admissível para
este período, o enchimento do reservatório poderia se dar em 25 horas, porém, visando
garantir maior eficácia às atividades de segurança e alerta e ao resgate de fauna, o enchimento
será feito em 30 dias, controlado pelas comportas do vertedouro. Nesse ano, aproveitando, o
período seco deverão ser feitos o desmatamento (com exceção do fragmento florestal de uma
das ilhas do reservatório, a ilha Bonaparte, no qual será realizado experimento científico) e a
limpeza do reservatório, bem como a relocação de pequenos trechos de acessos que serão
submergidos na área imediatamente a montante do barramento.
A disposição das estruturas dentro do arranjo proposto, com a soleira do vertedouro próxima
ao leito e sua vizinhança com a tomada d’água escavada abaixo do leito, permite, durante a
passagem de uma cheia, que o vertedouro seja acionado para manter, sempre o nível do
reservatório constante, na cota 185 m. Portanto, o reservatório se comportará na condição
natural do rio, descarregando o sedimento acumulado para jusante da barragem.
Conclui-se, deste modo, que a vida útil do reservatório é indeterminada e certamente maior que
a vida econômica do empreendimento e que o aporte de sedimento não provocará nenhuma
restrição à plena operação do reservatório da futura usina.
Quanto à operação da Usina, a UHE Baguari terá 140 MW instalados, em quatro unidades tipo
Bulbo de 35 MW cada, com vazão turbinada nominal de 225 m³/s por unidade, perfazendo 900
m³/s. Turbinas tipo Bulbo possibilitam a geração com vazões turbinadas até 30% da nominal,
no caso, até 68 m³/s.
Os critérios de operação da UHE Baguari deverão ser incluídos no Sistema de Alerta Contra
Enchentes da Bacia do Rio Doce, implantado pela CPRM – Serviço Geológico do Brasil.
Mesmo sem potencial de amortecimento de cheias, o aproveitamento será um importante ponto
de monitoramento hidrométrico, a partir do qual poderão ser feitas previsões em tempo real do
trânsito de cheias pela calha do rio Doce, visando, principalmente, a cidade de Governador
Valadares.
No entanto, o fato da usina vir a ser interligada ao Sistema impõe que a operação detalhada da
usina de Baguari seja estabelecida pelo ONS – Operador Nacional do Sistema Elétrico. As
linhas gerais desta operação serão caracterizadas quando da definição de suas características
energéticas, dentro do edital do leilão para sua licitação, o que impede que seja possível
estabelecer, neste momento, a regra de operação que será efetivamente adotada.
Assim sendo, para a análise de possíveis impactos advindos da operação da usina sobre o
trecho do rio Doce a jusante da casa de força, estendendo-se até a cidade de Governador
Valadares, foi considerada a possibilidade de que, mesmo sendo uma usina participante da
base do Sistema, eventualmente alguma situação emergencial possa demandar que a usina
supra energia diferenciada no horário de ponta.
Mesmo usinas operando a fio d’água demandam pequenas flutuações do nível d’água normal
de seu reservatório para flexibilidade de seu despacho. No caso de Baguari, determinou-se que
uma depleção máxima de 0,50 m em relação ao NA máximo normal seria suficiente para prover
esta necessidade e mesmo para atender a uma demanda de energia no horário de ponta do
Sistema. A esta depleção corresponde um volume útil de 6,65 milhões de metros cúbicos, que
poderá prover uma vazão defluente, adicional à afluente, de até 615 m³/s durante as três horas
de ponta, permitindo regularização diária.
As demais usinas neste sistema, como Porto Estrela e Salto Grande no rio Santo Antônio ou
Guilman-Amorim no rio Piracicaba, apresentam características mais adequadas para a
operação diferenciada ponta/fora-de-ponta. Sabe-se que a ONS, quando despacha usinas de
base com ponta diferenciada para atender a uma demanda emergencial, evita grandes
variações de vazão em relação à turbinada fora de ponta. Baseando-se na operação de usinas
similares, estimou-se que a ordem de variação entre ponta/fora-de-ponta mais provável, no
caso de Baguari, seria da ordem de 200 m³/s, valor que foi adotado neste estudo.
Para a análise da propagação do hidrograma de vazões defluentes pela calha fluvial no rio
Doce entre a casa de força e a cidade de Governador Valadares, calculando-se seu
amortecimento em trecho de cerca de 25 km de extensão, foi realizado o levantamento
topobatimétrico de 8 seções transversais representativas da variação da geometria da calha do
rio Doce. Dispunha-se, ainda, da seção do Posto Fluviométrico de Governador Valadares (cód.
56850000), logo a jusante da ponte da BR-116. O trecho foi modelado matematicamente
utilizando-se o modelo denominado HEC-HAS, distribuído pelo US Army Corps of Engineers,
impondo-se a declividade medida no trecho, e utilizando-se as curvas-chave do canal de fuga
da usina e do posto de Valadares como seções de controle.
Foram analisados três intervalos representativos para a operação da usina: 200 para 400 m³/s
(Faixa A); 400 para 600 m³/s (Faixa B); e 600 para 800 m³/s (Faixa C). Os resultados obtidos
são apresentados no quadro a seguir.
Os hidrogramas calculados em cada seção são mostrados nas Figuras 2.2 a 2.4.
Para facilitar a visualização da variação do nível d’água do rio Doce na seção à saída do canal
de fuga da UHE Baguari, e na seção correspondente ao Posto Fluviométrico de Governador
Valadares, logo a jusante da BR-116, são apresentadas as Figuras 2.5 e 2.6. Observar que as
escalas vertical foi exagerada em relação à horizontal, pois não seria possível perceber a
flutuação de nível se mantidas escalas idênticas.
Em termos de amortecimento das vazões, a redução é da ordem de 15% para a faixa mais
baixa, até 5 % para a mais alta.
O pico do hidrograma desnível em Governador Valadares ocorreria a grosso modo entre 23:30
e 1:00 hora da manhã, tanto mais tarde quanto menor a vazão.
Notas:
(1) O tempo de viagem do hidrograma refere-se ao intervalo entre o início da variação de vazão à saída
da casa de força (17:40) e o horário do início da variação de vazão na seção considerada.
(2) Tempo gasto para o nível de água variar entre o valor mínimo e o máximo na ascensão do
hidrograma.
(3) Tempo gasto para o nível de água variar entre o valor máximo e o mínimo na recessão do
hidrograma.
450.0
400.0
Régua
Auxiliar
350.0 STB-06
Vazão (m³/s)
STB-07
STB-08
STB-09
STB-10
300.0 Estação GV
STB-12
STB-13
250.0
200.0
12:00 13:30 15:00 16:30 18:00 19:30 21:00 22:30 00:00 01:30 03:00 04:30 06:00 07:30 09:00 10:30 12:00
Horas (h)
FIGURA 2.2
Propagação do hidrograma de vazões defluentes - Operação em ponta
650.0
600.0
Régua
Auxiliar
550.0 STB-06
Vazão (m³/s)
STB-07
STB-08
STB-09
STB-10
500.0 Estação GV
STB-12
STB-13
450.0
400.0
12:00 13:30 15:00 16:30 18:00 19:30 21:00 22:30 00:00 01:30 03:00 04:30 06:00 07:30 09:00 10:30 12:00
Horas (h)
FIGURA 2.3
Propagação do hidrograma de vazões defluentes - Operação em ponta
Faixa A (200 a 400 m³/s) - Faixa B (400 a 600 m³/s)
850.0
800.0
Régua
Auxiliar
750.0 STB-06
Vazão (m³/s)
STB-07
STB-08
STB-09
STB-10
700.0 Estação GV
STB-12
STB-13
650.0
600.0
12:00 13:30 15:00 16:30 18:00 19:30 21:00 22:30 00:00 01:30 03:00 04:30 06:00 07:30 09:00 10:30 12:00
Horas (h)
FIGURA 2.4
Propagação do hidrograma de vazões defluentes - Operação em ponta
Faixa C (600 a 800 m³/s)
Régua
180 Legend
NA max
NA min
Leito
175
)
m( 170
at
o
C
165
160
0 100 200 300 400 500 600
Distância (m)
FIGURA 2.5
Rio Doce – Seção transversal à saída do canal de fuga – variação do NA
Faixa B (400 a 600 m³/s)
NA max
156 NA min
Leito
155
154
)
m(
at
o
C 153
152
151
150
50 100 150 200 250 300 350 400 450
Distância (m)
FIGURA 2.6
Rio Doce – Seção transversal em Governador Valadares – variação do NA
Faixa B (400 a 600 m³/s)
ANEXO A1
DESENHOS
O presente estudo de impacto ambiental tem, por objetivo, obter a Licença Prévia do
empreendimento, procedimento estabelecido como instrumento da Política Nacional de Meio
Ambiente através da Lei nº 6.938, de 02/07/80, que, em seu Art. 10, estabelece que:
Esta Lei foi regulamentada pelo Decreto nº 99.274, de 06/06/90. No Estado de Minas Gerais, a
competência para o Licenciamento é do Conselho Estadual de Política Ambiental – COPAM,
através de suas Câmaras Especializadas. Para Usinas Hidrelétricas, a Câmara responsável é a
Câmara de Atividades de Infra-Estrutura, conforme exposto na Resolução SEMAD N. 18, de 21
de Maio de 1998. O licenciamento é tratado na legislação do Estado de Minas Gerais, através
do Decreto N. 39.424, de 5 de Fevereiro de 1998, em seu Art. 9º.
A citada Resolução define também que o estudo de impacto ambiental será realizado por
equipe multidisciplinar habilitada e conterá os requisitos básicos ou essenciais, orientações,
recomendações e limitações que deverão ser atendidas nas etapas de planejamento,
instalação e operação do empreendimento. Assim estabelecidas no EIA/RIMA, se aprovadas
pelo órgão competente, com a concessão da Licença Prévia, após audiência pública, de fato
terão força normativa, não só para o empreendedor, mas para todos os segmentos da
sociedade, porque visam preservar e conservar os bens ambientais, que pertencem a todos os
homens, como direito fundamental assegurado pela Constituição da República Federativa do
Brasil.
Cabe observar que o parágrafo único do Art. 9º determina, com clareza, que “ O RIMA deve ser
apresentado de forma objetiva e adequada a sua compreensão. As informações devem ser
traduzidas em linguagem accessível, ilustradas por mapas, cartas, quadros, gráficos e demais
técnicas de comunicação visual, de modo que se possam entender as vantagens e
desvantagens do projeto, bem como todas as conseqüências ambientais de sua implantação.”
FCE, conforme a Resolução COPAM N.1, de 5 de Outubro de 1992, que dispõe, em seu Art.
2º:
“Art. 2º A Licença Prévia será concedida pelo COPAM mediante requerimento do interessado,
o qual conste em anexo a seguinte documentação:
A implantação de uma usina hidrelétrica, por demandar uma grande diversidade de ações, é
obrigada a obedecer diversos instrumentos legais, fundamentados nos princípios emanados da
Constituição Federal, como:
A implantação de uma usina hidrelétrica provoca alterações nos sistemas físico, biótico e sócio-
econômico e cultural, nos locais e regiões onde se instala, em troca de benefícios advindos da
energia gerada. Em muitos casos não há correspondência espacial entre a região onde a oferta
será gerada e o centro consumidor, e por isto foram previstos mecanismos de compensação
financeira aos estados e municípios afetados.
A usina Hidrelétrica de Baguari deverá ser construída por quem obtiver a concessão para
explorar os recursos hídricos nesse trecho do rio Doce, de acordo com as leis n.º 8987 de
13/02/95 e n.º 9074 de 07/07/95, e decretos n.º 1717 de 24/11/95 e n.º 2003 de 10/09/96.
De acordo com estas leis, quem obtiver a concessão pelo regime de licitação deverá construir e
operar a usina por um período de até 35 anos, renováveis por igual período.Os mecanismos de
compensação previstos na legislação podem ser resumidos através das Leis seguintes:
Institui, para os Estados, Distrito Federal e Municípios, compensação financeira pelo resultado
da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia
elétrica, de recursos minerais em seus respectivos territórios, plataforma continental, mar
territorial ou zona econômica exclusiva e dá outras providências.
Art. 1º - “O aproveitamento de recursos hídricos, para fins de geração de energia elétrica e dos
recursos minerais, por quaisquer dos regimes previstos em Lei, ensejará compensação
financeira aos Estados, Distrito Federal e Municípios, a ser calculada, distribuída e aplicada na
forma estabelecida nesta Lei.”
Art. 2º - “A compensação pela utilização de recursos hídricos, para fins de geração de energia
elétrica, será de 6% (seis por cento) sobre o valor da energia produzida, a ser paga pelos
concessionários de serviço de energia elétrica aos Estados, ao Distrito Federal e aos
Municípios, em cujos territórios se localizarem instalações destinadas à produção de energia
elétrica ou que tenham áreas invadidas por águas dos respectivos reservatórios.”
III - 8% (oito por cento) ao Departamento Nacional de Águas e Energia Elétrica - DNAEE; e
A divisão de queda resultante neste trecho do rio Doce ora em estudo, foi aprovada pela
ANEEL em OUT2001, por meio do Despacho – ANEEL nº 862 publicado em 29OUT01. Esta
divisão apontou como os locais de maior interesse energético e de menor impacto ambiental, a
UHE Baguari e a UHE Escura, situada a montante. Deste modo, conforme a Lei nº 9.433, de 8
de fevereiro de 1997, que institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, fica estabelecida
esta configuração de aproveitamento do rio Doce para o trecho de inserção da UHE Baguari.
Outros empreendimentos co-localizados como a ferrovia EFVM, linhas de transmissão,
reflorestamentos da ACESITA e CENIBRA, não sofrerão interferência do empreendimento.
A bacia hidrográfica do rio Doce, no seu todo ou em trechos específicos, tem sido objeto de
muitos estudos com enfoque de aproveitamento hidrelétrico. Eles foram executados ora com
um enfoque puramente energético, ora avaliando outros usos específicos (navegação etc.) ou,
ainda, visando suas potencialidades de uso múltiplo.
De maior âmbito recente, destaca-se o “Inventário Hidrelétrico da Bacia do Rio Doce”, realizado
pela IESA - Internacional de Engenharia S/A e pela Fundação João Pinheiro, para a
ELETROBRÁS, de 1985 a 1989. Na fase de Estudos Preliminares, a única realizada e
documentada, as alternativas de divisão de queda abrangeram apenas a geração de energia,
ficando para os Estudos Finais o enfoque de associar a alternativa final de aproveitamento
hidrenergético a outros usos da água.
Encontra-se em andamento uma consolidação geral dos vários estudos de inventário e partição
de queda da Bacia do rio Doce, sendo realizado pela ANEEL, que visa dar consistência e
homogeneidade ao potencial hidráulico efetivamente disponível e já implantado.
QUADRO 4.1.1
RIO DOCE - TRECHO IPATINGA A GOVERNADOR VALADARES
ALTERNATIVA DE DIVISÃO DE QUEDA SELECIONADA
NA Máx. NA Jus. Potência Instalada
Nome do Aproveitamento
(m) (m) (MW)
Baguari I 185,00 166,50 140
Escura II 207,00 193,50 75
Na Área de Influência da UHE Baguari acham-se localizados outros três projetos de grande
importância regional e estratégica:
A EFVM, cuja implantação iniciou-se em 1903, com o objetivo de servir de escoamento para a
produção das primeiras usinas siderúrgicas implantadas no leste de Minas Gerais, inaugurou,
em 1910, duas estações na região que hoje constitui a Área de Influência da UHE Baguari,
uma onde hoje é Governador Valadares e outra onde hoje é o distrito de Pedra Corrida,
pertencente ao município de Periquito.
Os trilhos da EFVM correm ao lado do Rio Doce e cortam a Área de Entorno da UHE nos
municípios de Periquito e Governador Valadares, respectivamente nos distritos de Pedra
Corrida e Baguari.
Na Rua Beira Linha, em Periquito, localizados entre a via férrea, de propriedade da CVRD, e o
rio Doce, são encontrados 16 lotes de uso residencial, cujo parcelamento remonta à posterior
implantação da ferrovia. Resultante do processo de invasão de terras, estes imóveis, apesar de
integrarem o perímetro urbano da cidade de Periquito, por sua localização pouco privilegiada
frente ao núcleo central, agravada, ainda, pela barreira representada pela ferrovia, constituem-
se entraves à ação do Poder Público na implantação de serviços essenciais, bem como para
seus moradores no que tange ao acesso aos equipamentos de uso coletivo, uma vez que os
mesmos encontram-se instalados à margem oposta à ferrovia, resultando esta transposição em
sérios riscos de acidentes, notadamente, para a população idosa e infantil.
• Cenibra
Localizada no município de Belo Oriente, onde foi implantada em meados dos anos 70, a
Celulose Nipo-Brasileira SA é detentora de terras para reflorestamento no município de
Periquito, inserido na Área de Influência, porém a localização das terras não sofrerá nenhuma
interferência com a implantação do empreendimento.
• Acesita Energética
Esta empresa dispõe de duas glebas de terras na área de interesse da UHE Baguari. sendo
uma e a outra à margem esquerda do rio Doce.
A primeira propriedade, localizada à margem direita do rio Corrente Grande, abrange 1.000
hectares de terras ocupadas com reflorestamento de eucalipto estando, no momento, em
processo de negociação junto ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária –
INCRA. A aquisição desta área, pelo referido órgão, tem como finalidade proceder ao
assentamento de famílias de sem-terra que, atualmente, ocupam faixa lindeira à BR-381, entre
as cidades de Periquito e Governador Valadares. Em contanto mantido com o INCRA foi
informado que este processo ainda não se encontra finalizado, dependendo do acerto
financeiro entre as partes.
A outra área estende-se ao longo do rio Doce e abrange um total de 601,30 hectares, dos
quais 552,3 hectares acham-se ocupados com reflorestamento de eucalipto, outros 15,0
hectares não estão sendo utilizados, e os restantes 34,0 hectares são destinados à viabilização
de parcerias agrícolas desenvolvidas com os moradores de sua área de entorno. Próxima ao
distrito de Pedra Corrida, no escopo de uma estratégia de integração empresa/comunidade, a
Acesita disponibilizou esta área a 34 moradores do distrito, através de contratos de parceria
nos plantios de milho e feijão, sendo esta relação regida formalmente por contrato, com o
pagamento devido à ACESITA realizado através de quota parte da produção, fixada por esta
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UHE BAGUARI
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL – RIMA
Para o Meio Socioeconômico, a Área de Influência – AI foi definida como aquela compreendida
pelos municípios de Governador Valadares e Periquito – margem esquerda do rio Doce – e
Alpercata, Fernandes Tourinho, Sobrália e Iapu – margem direita – em função de suas
interrelações territoriais e institucionais com o empreendimento proposto.
A área necessária para a formação do reservatório/ barragem, quando comparada com a área
total de cada município demonstra que estes serão minimamente afetados: Governador
Valadares: 0,058%; Periquito: 1,042%; Alpercata: 0,293%; Fernandes Tourinho: 1,027%;
Sobrália: 0,124% e Iapu: 0,004%.
Para o Meio Físico a Área de Influência foi delimitada de acordo com os seguintes critérios:
Para o Meio Biótico, a Área de Influência foi delimitada de acordo com os seguintes critérios:
que não tem sua foz no reservatório e considerando-se o rio Corrente Grande, que é
contribuinte direto do futuro reservatório. No rio Corrente Grande, o limite foi definido pela
bacia de contribuição direta ao curso d'água, da sua foz no rio Doce até a bacia do córrego
Limeira, incluindo-se a área do Parque Estadual do Corrente Grande.
Para os Meios Físico e Biótico esta definição está associada à Área Diretamente Afetada.
Para o Meio Socioeconômico, a Área de Entorno foi definida pelos distritos de Pedra Corrida,
Senhora da Penha, Plautino Soares e Baguari, pertencentes, respectivamente, aos municípios
de Periquito, Fernandes Tourinho, Sobrália e Governador Valadares, tendo em vista as
relações sociais e econômicas estabelecidas entre estes núcleos e os moradores da ADA.
Inclui-se, ainda, neste contexto, a cidade de Periquito, pela sua proximidade ao remanso do
reservatório, observando-se, porém, que a caracterização desta localidade encontra-se
contemplada no diagnóstico da AI.
Para o Meio Socieconômico, a Área Diretamente Afetada – ADA é representada pelo conjunto
de propriedades rurais pertencentes a particulares e a empresas de reflorestamento (Acesita
Energética e Cia. Vale do Rio Doce), além de parcelamentos urbanos inseridos no distrito de
Pedra Corrida e na sede de Periquito, cujas áreas serão afetadas pela formação do
reservatório e pela implantação das demais estruturas do projeto, quais sejam, barragem, casa
de força, canteiro de obras e bota-fora. Compõe, ainda, esta área a faixa de 100 m de
preservação permanente, delimitada a partir da cota 185, máximo maximorum do NA do
reservatório.
O Trecho de Jusante
O trecho do rio Doce situado a jusante da UHE Baguari, que também será objeto de análise
deste EIA, estende-se por cerca de 20 quilômetros entre o eixo da futura barragem e a área
urbana de Governador Valadares, ao longo do curso do rio Doce. Sua margem esquerda
compõe-se exclusivamente de terras pertencentes ao município de Governador Valadares e na
margem direita dos municípios de Alpercata e Governador Valadares.
A definição deste trecho, como área de estudo, está ligada ao comportamento hidráulico
resultante das regras operacionais previstas para o empreendimento, que admitem a operação
da UHE Baguari, embora eventualmente, em regime de ponta, justificando uma análise
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detalhada deste trecho, envolvendo elementos dos meios físico, biótico e socioeconômico, a
serem analisados de forma integrada.
Meio Físico
Para a realização dos Estudos Climatológicos, foram obtidos e consolidados dados referentes
à bacia do rio Doce, aos municípios de Governador Valadares e Ipatinga, incluindo-se balanços
hídricos.
A Geomorfologia foi estudada através das bases de dados já referidas, com etapas
semelhantes às já descritas, sendo o trabalho realizado em três etapas num período de 4
meses.
O estudo dos Solos e Aptidão Agrícola consultou, para a Área de Influência da Usina
Hidrelétrica de Baguari, Área de Entorno e Área Diretamente Afetada, os mapeamentos já
existentes, a bibliografia disponível e levantamento de informações expeditas de campo de
forma a definir, com maior exatidão os limites de cada unidade de mapeamento. Com base na
aptidão das terras, no estudo comparativo das diferentes classes de solos, de sua posição na
paisagem e de sua associação com os fatores de formação, especialmente a pedoforma,
estabeleceram-se as unidades de mapeamento.
O estudo do Patrimônio Natural Partiu do conceito estabelecido que abrange “as formações
físicas, biológicas ou geológicas consideradas de grande beleza cênica, como serras,
cachoeiras, corredeiras, matas e demais elementos naturais, nos seus diversos enfoques:
estético, cultural, ecológico e científico.” As etapas de trabalho compreenderam o levantamento
de dados secundários, a elaboração e aplicação de questionários, a interação com técnicos
envolvidos no projeto, culminando com a elaboração do inventário, em campo, dos sítios de
Patrimônio Natural, através da utilização do GPS e documentação fotográfica.
Meio Biótico
Para o conhecimento da situação ambiental das águas superficiais e da biota aquática da área
diretamente afetada pela UHE Baguari, foram utilizados dados secundários, obtidos em
diferentes fontes de consulta, além de dados primários produzidos através de medições de
campo, cujas observações foram realizadas nos período seco (julho de 2001) e chuvoso
(outubro de 2001). A rede de amostragem foi composta de quatro estações de coleta,
demarcadas em três pontos no rio Doce e um no rio Corrente Grande, próximo à confluência
com o rio Doce. Os resultados foram lançados em Boletins de Análise e comparados aos
padrões definidos pela legislação. Adotou-se o cálculo do índice de qualidade das águas IQA
desenvolvido pela National Sanitation Foundation, USA e adaptado pela Fundação CETEC.
Foram incluídas coleta do fito e zooplâncton e feita a classificação taxonômica adequada.
Foram feitas coletas aleatórias e observações acerca das fitofisionomias presentes, nas áreas
de entorno e de influência. Na Área Diretamente Afetada foram realizadas, também,
observações e coletas aleatórias, sendo amostrados quantitativamente o remanescente
florestal da Ilha Bonaparte e a Floresta Ciliar do rio Corrente Grande. As fitofisionomias foram
estabelecidas, inicialmente, com base na bibliografia existente, sendo as informações obtidas
checadas durante as campanhas de campo
Os estudos das aves foram desenvolvidos em duas campanhas de campo coincidindo com a
estação reprodutiva das aves da porção meridional do Brasil, o que facilitou a coleta de dados,
devido às maiores atividades desenvolvidas pelas espécies, quando comparado à estação de
invernada (descanso reprodutivo). Os métodos foram escolhidos visando à maior praticidade
de aplicação e grande potencial na obtenção de dados consistentes, em estudos expeditos. As
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Meio Socioeconômico
Para a Área de Influência da UHE Baguari, foram utilizados dados secundários disponíveis em
fontes oficiais de informação, em especial o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística -
IBGE e as Secretarias Estaduais de Planejamento, Educação, Saúde e Fazenda. Para a
abordagem de temas específicos recorreu-se, ainda, aos órgãos da administração indireta do
Estado, dentre os quais a Fundação João Pinheiro - FJP, a Cia de Distritos Industriais - CDI, o
Instituto de Desenvolvimento Industrial - INDI, além de empresas prestadoras de serviços
representadas pela CEMIG e COPASA.
A defasagem temporal da base de dados disponibilizada pelas fontes acima citadas foi
amenizada através de informações qualitativas complementares, obtidas junto aos
representantes públicos municipais, através de visitas técnicas realizadas com o objetivo de
traçar um quadro mais próximo da realidade vivenciada em cada localidade estudada. Em
etapa posterior, foi realizado um ciclo de reuniões de esclarecimentos entre o empreendedor e
as Prefeituras Municipais, que culminaram na realização de duas reuniões abertas com a
população a ser afetada, uma em Governador Valadares e outra em Periquito.
O somatório das informações coletadas subsidiou a abordagem dos diversos temas enfocados,
abrangendo: Aspectos Regionais, Aspectos Demográficos, Infra-estrutura social (Habitação,
Educação, Saúde, Saneamento Básico, Segurança Social, Infra-Estrutura Econômica (Energia
Elétrica, Transportes e Comunicação), Estrutura Produtiva, com destaque para o setor
agropecuário, base de comparação com as atividades desenvolvidas na ADA, Finanças
Para a Área Diretamente Afetada foram utilizados, como parâmetros para o planejamento dos
estudos, a restituição aerofotogramétrica realizada pela empresa Georama S/A, com a
demarcação da área do reservatório na cota 185 m, referente ao NA Máximo Maximorum, bem
como as características técnicas do Projeto de Engenharia da UHE Baguari. De posse destes
instrumentos, foi possível estabelecer os diferentes espaços a sofrerem intervenção e as
especificidades de cada um deles, subsídio necessário à elaboração dos roteiros de pesquisa
que apoiaram os levantamentos de campo.Na condução dos trabalhos, a Área Diretamente
Afetada foi estruturada em compartimentos distintos, a saber: Área do Reservatório/ Barragem
e Área de Jusante, metodologia utilizada também na composição do diagnóstico.
Foram identificadas ainda, duas extrações de areia na área em questão, uma localizada na
margem direita do rio Doce, nas imediações do distrito de Senhora da Penha e, a outra, na
Na Área de Jusante foi feito o mapeamento detalhado das condições de uso da água do rio
Doce pelos proprietários ribeirinhos, dentro do seguinte panorama: na margem esquerda,
apresentando fazendas e chácaras rurais e urbanas; na margem direita, com fazendas
tipicamente voltadas para agropecuária; nas ilhas, cuja dependência da água do Rio Doce é
bem mais direta.
Para o Meio Socioeconômico a Área de Influência – AI, foi definida como aquela compreendida
pelos municípios de Governador Valadares e Periquito – margem esquerda do rio Doce – e
Alpercata, Fernandes Tourinho, Sobrália e Iapu – margem direita – em função de suas
interrelações territoriais e institucionais com o empreendimento proposto, conforme Figura
6.1.1. O Quadro 6.1.1, identifica as áreas municipais afetadas, excluindo-se o leito do rio Doce
que ocupa 810,42 ha. O reservatório terá uma área total de 1416 ha.
QUADRO 6.1.1
ÁREA DO RESERVATÓRIO X ÁREA MUNICIPAL
Margem do rio Municípios Área Municipal Área Afetada Área Afetada /
Doce (ha) (ha) Área Municipal
(%)
Gov. Valadares 234.888 135,46 0,058
Esquerda Periquito 22.835 238,02 1,042
Direita Alpercata 16.706 49,0 0,293
Fernandes Tourinho 15.159 155,71 1,027
Iapu 42.752 1,64 0,004
Sobrália 20.699 25,75 0,124
Total AI 353.039,00 605,58 0,172
Fonte: IBGE. Censo Agropecuário, Minas Gerais, 1995/CNEC, EIA UHE Baguari.
Para o Meio Físico – Figura 6.1.2 – foi adotada a Área de Influência delimitada de acordo com
os seguintes critérios:
c) Para a margem esquerda também será adotada a linha do divisor de águas dos
contribuintes do rio Doce, com exceção de dois: os rios Santo Antônio e rio Corrente
Grande, que se desenvolvem por grande extensão, não se justificando a análise do Temas
Ambientais até as suas cabeceiras (próximas ao Espinhaço). Para o rio Santo Antônio a AI
será considerada até a UHE Porto Estrela, em final de construção Para o rio Corrente
Grande será considerado como AI até o local onde foi inventariado o eixo da AHE Beija
Flor, localizada cerca de 92 km da foz no rio Doce.
Para o Meio Biótico, conforme Figura 6.1.3, foi adotada a Área de Influência, delimitada de
acordo com os seguintes critérios:
A Área de Entorno foi definida, para o Meio Socioeconômico, pelos distritos de Pedra Corrida,
Senhora da Penha, Plautino Soares e Baguari pertencentes, respectivamente, aos municípios
de Periquito, Fernandes Tourinho, Sobrália e Governador Valadares, tendo em vista as
relações sociais e econômicas estabelecidas entre estes núcleos e os moradores da ADA.
Inclui-se, ainda, neste contexto, a cidade de Periquito, pela sua proximidade ao remanso do
reservatório, observando-se, porém, que a caracterização desta localidade encontra-se
contemplada no diagnóstico da AI. Para os Meios Físico e Biótico esta definição está associada
à Área Diretamente Afetada conforme descrito a seguir.
Para o Meio Socieconômico a Área Diretamente Afetada – ADA, é representada pelo conjunto
de propriedades rurais pertencentes a particulares e a empresas de reflorestamento (Acesita
Energética e Cia. Vale do Rio Doce), além de parcelamentos urbanos inseridos no distrito de
Pedra Corrida e na sede de Periquito, cujas áreas serão afetadas pela formação do
reservatório e pela implantação das demais estruturas do projeto, quais sejam, barragem, casa
de força, canteiro de obras e bota-fora. Compõe, ainda, esta área a faixa de 100 m de
preservação permanente, delimitada a partir da cota 185, máximo maximorum do NA do
reservatório.
Figura 6.1.1
Figura 6.1.2
Figura 6.1.3
O trecho do rio Doce situado a jusante da UHE Baguari, que também será objeto deste RIMA,
estende-se por cerca de 20 quilômetros entre o eixo da futura barragem e a área urbana de
Governador Valadares, ao longo do curso do rio Doce. Sua margem esquerda compõe-se
exclusivamente de terras pertencentes ao município de Governador Valadares e na margem
direita dos municípios de Alpercata e Governador Valadares.
A definição deste trecho como área de estudo, está ligada ao comportamento hidráulico
resultante das regras operacionais previstas para o empreendimento, que admitem a operação
eventual da UHE Baguari em regime de ponta, justificando uma análise detalhada deste trecho,
envolvendo elementos dos meios físico, biótico e socioeconômico, a serem analisados de
forma integrada.
A Região do Rio Doce é marcada pelo contraste entre uma porção industrializada composta
pelo Vale do Aço, um importante pólo microrregional de características terciárias, Governador
Valadares, e uma outra porção sustentada economicamente nas atividades agropecuárias, que
agrega as demais microrregiões.
O primeiro tem por objeto o município de Governador Valadares, que, através de uma
sucessão de momentos econômicos favoráveis, principalmente ligados à sua localização
geográfica, consolidou-se como pólo regional incontestável, sob todos os aspectos, com ênfase
na economia terciária (comércio e serviços).
6.2.1.1. Demografia
6.2.1.2. Transportes
A malha rodoviária que serve a Área de Influência abrange três principais vias de acesso:
a) BR-381: paralela à margem esquerda do Rio Doce, partindo-se de Belo Horizonte, chega-
se a Governador Valadares percorrendo-se 311 km, passando antes pelo município de
Periquito, distante 46 quilômetros do pólo microrregional. Entre estes dois municípios está
prevista a construção da UHE Baguari;
b) BR-116: mais conhecida como Rodovia Rio-Bahia, situada na margem direita do Rio Doce,
através dela acessam-se os municípios de Iapu, Fernandes Tourinho, Sobrália e Alpercata;
c) BR-458: faz a ligação entre a BR-381 e a BR-116, na altura do município de Ipatinga.
Outras duas importantes ligações, carentes de recursos federais para complementação, são as
rodovias BR-451, que faz a ligação de Governador Valadares com Montes Claros, e a BR-259,
denominada Rodovia do Leite, que permite acessar Diamantina, a oeste, e Aimorés, a leste.
Cabe observar, ainda, que o fluxo vindo do Nordeste, pela BR-116, sofreu um desvio
significativo, pelo asfaltamento da BR-251, entre Divisa Alegre e Cachoeira do Pajeú, que toma
o caminho de Montes Claros, facilitando o acesso ao Triângulo Mineiro e São Paulo,
alcançando o complexo intermodal de transporte (rodovia, ferrovia e hidrovia), que atinge o
Mercosul. Esta obra contribuiu para reduzir o tráfego de passagem por Governador Valadares,
diminuindo sua população flutuante.
O transporte ferroviário é atendido pela Ferrovia Vitória-Minas, monopolizada pela Cia. Vale do
Rio Doce, que transporta a carga das fontes mineradoras até o Porto de Vitória-Tubarão.
Desde 1942, ano de sua criação, a CVRD, voltada em sua origem para a exportação de
minério de ferro e transformados, concentrou-se nestes produtos, apesar de ter procurado
diversificar sua atuação no transporte, assumindo, também, o escoamento da produção
agrícola proveniente de Minas Gerais e de outros estados, como Espírito Santo, Goiás,
Tocantins e Mato Grosso do Sul, a preços mais competitivos.
No sentido da importação, com fluxo bem menos expressivo na região, 92% eram feitos
através da ferrovia, com destaque para o carvão metalúrgico e o coque. Prevalece, ainda, uma
grande ociosidade no tráfego vindo do Porto de Vitória, o que hipoteticamente permitiria a
oferta de transporte a custo relativamente baixo.
O transporte de passageiros, em que pese ser tratado de forma secundária, serve 155
municípios mineiros e 43 capixabas. No restante da Área de Influência, o único município
afetado é o de Periquito, que com a privatização viu restringida sua utilização, na medida em
que, restou apenas uma estação no distrito de Pedra Corrida.
No que se refere ao transporte aeroviário, a região faz uso dos aeroportos de Ipatinga e
Governador Valadares. Este último, segundo informações da Prefeitura Municipal, não dispõe
de condições para expansão, em virtude de sua localização em área urbana, com limitações
por bairros residenciais e rodovias. Qualquer acréscimo futuro de demanda de passageiros e
cargas deverá esbarrar em constrangimentos na oferta dos serviços. Alpercata, cidade
considerada como extensão do pólo, conta com o esgotamento das condições de
funcionamento do aeroporto, para transformar em projeto a idéia de construção de um novo
aeroporto no município, aproveitando sua localização privilegiada.
6.2.1.3. Industrialização
civil. A absorção da mão de obra concentra-se nestes setores, com ênfase nos comércios
atacadista e varejista. Quando se analisa o setor industrial, porém, prevalecem as pequenas e
médias empresas, e, em termos gerais, o setor é caracterizado como de baixo crescimento.
Ganhou importância crescente no município a economia informal, como fenômeno que tem
ajudado no crescimento econômico, mantendo um certo aquecimento e dinamismo, para o qual
concorrem diversos fatores, sendo os mais importantes: a entrada de dólares enviados pelos
residentes nos EUA e aplicados preferencialmente na área imobiliária, e o comércio de pedras
preciosas, realizado a níveis local, nacional e internacional, com valores negociados
reconhecidamente altos pela qualidade das pedras, porém não conhecidos nem revelados
oficialmente.
O Distrito Industrial dispõe de área para expansão, que vem recebendo tratamento diferenciado
em relação às fases iniciais. Se antes as áreas disponibilizadas possuíam dimensões maiores,
na expectativa de atração de grandes unidades de natureza industrial, a realidade econômica e
a mudança tecnológica fizeram com que a oferta dos futuros lotes, acompanhando as novas
tendências norteadoras, possuam dimensões menores, mais adequadas, e, fundamentalmente,
aptos a abrigarem empreendimentos diversificados, estabelecendo vocações mais abertas a
novas composições tecnológicas. A combinação das potencialidades do Distrito, com o
saneamento das dificuldades que vem experimentando as tentativas do Poder Municipal com
suas incubadoras de empresas e a existência de um saber universitário existente no complexo
educacional do município poderiam, se devidamente articulados, gerar condições positivas
para o desenvolvimento de novas oportunidades.
Entre os fatores restritivos para a estagnação industrial, foi apontada a questão da insuficiência
de energia elétrica em termos de transmissão. Porém, uma análise mais detalhada de natureza
macroeconômica, indica que o município, pela sua localização, no nordeste do Estado de
Minas Gerais, nas vizinhanças de áreas carentes, como o Jequitinhonha e o Mucuri, encontra
sérias dificuldades para atrair investimentos industriais e gerar empregos de maior qualificação.
Segundo estudos consagrados na literatura da economia regional brasileira sobre localização
industrial, as regiões de Minas Gerais objetos de novos investimentos alcançam, no máximo, o
Vale do Aço, pela estrutura já montada anteriormente, ficando as regiões situadas mais ao
norte com dificuldades de atração, incluindo-se neste caso, além de Governador Valadares, o
município de Teófilo Otoni.
Um indicador característico da estrutura produtiva de um município pode ser dado pelo número
de consumidores por setor econômico, por exemplo comparando-se os dos setores rural e
industrial. Assim, para o demais municípios da AI, tem-se:
a) Alpercata: 371 consumidores na classe rural, para 15 na classe industrial; tem como
atividade mais empregadora a Agropecuária, com especial destaque para a produção de
quiabo, sua principal cultura comercial entre os hortifrutigranjeiros. A pecuária leiteira
também é relativamente expressiva, contando com dois laticínios e um frigorífico, além de
granjas produtoras de aves e ovos; o setor industrial soma uma fábrica de macarrão, uma
cerâmica e uma fábrica de água sanitária, além de uma usina de reciclagem de material
plástico;
b) Periquito: não dispõe de informações sobre consumidores; as atividades econômicas são
de natureza primária, dotadas de pouco dinamismo. Além do setor público, a principal
atividade empregadora está ligada à extração de madeira, e mesmo assim, as ocupações
geradas, de caráter temporário, são divididas com outros municípios vizinhos. As culturas
agrícolas são exclusivamente de subsistência, o mesmo ocorrendo com a pequena
produção leiteira;
c) Sobrália: 165 consumidores na classe rural, para 12 na classe industrial; a principal
atividade econômica citada é a agropecuária – leite e gado de corte, além de
hortifrutigranjeiros. Entre os principais estabelecimentos industriais, foram citados uma
cerâmica e uma fábrica de macarrão. O setor comercial é considerado como principal
empregador;
d) Fernandes Tourinho: 106 consumidores na classe rural, para 9 na classe industrial; a
principal atividade econômica citada é a Agropecuária e nela, a produção leiteira. Dentre
os estabelecimentos industriais, de pequeno porte, foram citados uma cerâmica, uma
marcenaria e uma fábrica de borracha. O setor público e o setor agropecuário são os
principais empregadores;
e) Iapu: 397 consumidores na classe rural, para 27 na classe industrial; o setor agropecuário,
maior empregador tem, como destaque, a produção de tomate, de grande importância no
contexto estadual.
classe rural, onde o percentual atingia 59,1%, o que confirma a importância do setor rural nos
cinco municípios menores.
6.2.1.6. Comunicações
Alpercata conta com uma agência na sede que atende também a zona rural, através de
serviços de coleta e distribuição, via transporte escolar. Periquito conta com um posto na sede
e atende os distritos através de serviço de malotes.
Sobrália possui uma agência na sede e utiliza o transporte escolar para o atendimento ao
distrito de Plautino Soares a aos povoados. Fernandes Tourinho conta com um posto na sede
e outro no distrito de Senhora da Penha. Iapu não forneceu informações.
6.2.1.7. Educação
Governador Valadares dispõe de estrutura suficiente para atender uma demanda que extrapola
o contexto regional, disponibilizando o trabalho de cerca de 300 docentes, para atender em
torno de seis mil alunos, ofertando 900 vagas por ano. As principais Instituições são: a
Universidade Vale do Rio Doce – UNIVALE, que oferta cursos em diversas áreas do
conhecimento, além de possuir ainda um Centro de Ciências Agrárias e uma Escola Técnica
para cursos profissionalizantes de 2º grau, a Faculdade de Direito Vale do Rio e a Faculdade
de Administração de Governador Valadares, além de uma Escola Técnica de Enfermagem,
para curso profissionalizante de 2º Grau.
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A inexistência de oferta de rede pública de terceiro grau na região vem proporcionando busca
de alternativas para ampliação de oportunidades, com destaque para a descentralização de
concursos vestibulares em Governador Valadares para cobertura regional, oferecidos pela
Universidade Federal de Minas Gerais e Universidade Federal de Ouro Preto. Merece
destaque, ainda, que a Unimontes (Montes Claros) vem oferecendo cursos de formação
superior para professores de ensino de 1º e 2º Graus da região, através de sistema semi-
presencial à distância.
6.2.1.8. Saúde
Apenas Governador Valadares conta com hospitais que atendem pelo SUS, estando
disponíveis nestes hospitais 729 leitos, numa relação de 2,8 leitos por 1000 habitantes. O
município assumiu cerca de 87% das internações, em 2000.
Entre 1980 e 1998 houve melhoria no perfil de mortalidade no estado de Minas Gerais e na AI,
mas, a partir de 1995, as taxas elevam-se na Microrregião e na AI, ao contrário do que ocorre
no Estado. Estes dados, quando agregados às informações sócio-sanitárias, fortalecem a
hipótese de que o empreendimento se instalará em áreas de baixas condições de vida da
população. Verifica-se, ainda, que há insuficiências, como aponta o dado de que cerca de 40%
dos óbitos são registrados sem assistência médica.
na sua componente Atenção Básica, tornando imperativa a ampliação das ações que reduzam
as internações por causas evitáveis e as que se resolvem nesse nível de cuidados. Verifica-se
que mais de 70% destas causas se deve às infecções que ocorrem no aparelho digestivo. Esta
representação numérica significa que a rede ambulatorial, o apoio ao diagnóstico e os insumos
para tratamento são extremamente pressionados por este grupo de causas.
A Vigilância Epidemiológica na DRS carece de recursos suficientes para cumprir sua missão de
inteligência de sistema, além de executar atividades de âmbito municipal, uma vez que
somente o município de Governador Valadares apresenta este serviço organizado. A Vigilância
Ambiental está em fase de desenvolvimento na DRS, tendo sido incorporada no setor de
Vigilância Epidemiológica, mas é desconhecida pelos municípios, inclusive pelos serviços de
Governador Valadares. Dentre os municípios da AI, somente Governador Valadares recebe os
recursos federais para serem aplicados em epidemiologia e controle de doenças.
O município de Sobrália tem sob sua jurisdição o distrito de Plautino Soares. O sistema de
abastecimento de água da sede do município é operado pela COPASA-MG, e tem um índice
de atendimento para rede de distribuição de aproximadamente 100%. A captação é feita no
córrego da Pedras, e conta com estação de tratamento. A água distribuída é de boa qualidade
e existem 1003 ligações totais. O sistema de abastecimento de água do distrito de Plautino
Soares é operado pela Prefeitura, e tem um índice de atendimento de aproximadamente 90%
da população na sede do distrito. A captação é superficial, no córrego Caixa Larga, com
tratamento composto por filtro lento. A sede municipal é servida por rede coletora de esgotos,
com um atendimento de aproximadamente 100%, enquanto na sede do distrito este número
decresce para 35%. O corpo receptor em Sobrália é o córrego das Pedras, e, em Plautino
Soares, o córrego Caixa Larga.
O município de Fernandes Tourinho tem sob sua jurisdição o distrito de Senhora da Penha. O
índice de atendimento para a rede de distribuição na sede do município é de 80%,
decrescendo para 36% no distrito de Senhora da Penha, onde uma parcela expressiva dos
domicílios (63%) têm como principal fonte de produção, poços e nascentes. O sistema de
abastecimento de água da sede do município é operado pela COPASA MG, enquanto o
sistema de abastecimento de água da sede de distrito de Senhora da Penha encontra-se sob
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O município de Iapu foi emancipado em 1948, e tem sob sua jurisdição o distrito de São
Sebastião da Barra. O sistema de abastecimento de água de Iapu é administrado pela
COPASA MG. A captação é feita no córrego Santo Estevão, afluente do rio Doce, contando o
sistema com uma estação de tratamento. A água distribuída é de boa qualidade e existem
1648 ligações totais, com um índice de atendimento de 97%.
O sistema de esgotamento sanitário em Iapu é administrado pela Prefeitura, com bom índice de
atendimento. Os efluentes coletados são lançados “in natura” em diversos pontos. No distrito
de São Sebastião da Barra predominam soluções individuais através de fossas sépticas,
rudimentares e lançamento direto em corpos receptores.
O município de Governador Valadares foi emancipado em 1937, e tem sob sua jurisdição os
distritos de Alto de Santa Helena, Baguari, Brejaubinha, Derribadinha, Goiabal, Penha do
Cassiano, Santo Antônio do pontal, São José do Itapinoã, São Vitor, Vila Nova Floresta,
Chonim e Chonim de Baixo. O índice de atendimento por rede de distribuição, é de
aproximadamente 98% na sede do município, decrescendo para valores entre 75% e 44% na
maior parte dos distritos, apresentando baixos índices de atendimento por rede apenas nos
distritos de Derribadinha e Goiabal. O Sistema de Abastecimento de Água da sede do
Município de Governador Valadares é operado pelo SAAE-Serviço Autônomo de Água e
Esgoto, autarquia municipal da Prefeitura Municipal. A captação para o abastecimento da sede
do município de Governador Valadares é feita no rio Doce, a montante do eixo da barragem,
em três pontos distintos, e mais duas captações em córregos afluentes, que tendem a ser
desativadas nos próximos anos, devido a problemas de contaminação fecal. A captação
principal é feita através de elevatória de água bruta localizada poucos metros a montante do
deságüe do córrego Figueirinha, corpo receptor de grande parte dos esgotos sanitários da
zona urbana.
O município de Alpercata tem sob sua jurisdição o distrito de Era Nova. O Sistema de
Abastecimento de Água da sede do Município de Alpercata é operado pela Companhia de
Saneamento de Minas Gerais - COPASA MG. A captação para o abastecimento da sede do
município de Alpercata é feita no rio Doce, a montante do eixo do barramento, através de
elevatória de água bruta localizada na sua margem direita. A água é aduzida por recalque
através de uma adutora com aproximadamente 7.650 metros de extensão, até a Estação de
Tratamento de Água - ETA. O sistema de esgotamento sanitário da sede do Município de
Alpercata é operado pela prefeitura municipal, sendo composto por redes coletoras com
lançamentos “in natura” no córrego do Esgoto Grande, afluente do rio Doce que corta a cidade,
e que recebe também os dejetos de um matadouro existente na cidade, às margens da BR-
116.
6.2.1.10.Organização Sócio-Política
Governador Valadares, como pólo regional, sedia a maioria dos sindicatos regionais de
importância, pela própria natureza de liderança institucional que exerce na Área de Influência, à
exceção dos de natureza industrial, que são liderados pelas cidades do Vale do Aço,
notadamente Ipatinga.
Neste contexto, vale ressaltar aquelas que apresentam interface com a principal atividade
econômica da ADA, ou seja, as de cunho rural representativas da categoria de trabalhadores –
Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Regional do Movimento dos Trabalhadores Sem terra –
MST- e de proprietários rurais - Sindicato Rural, que vem assumindo o papel de mobilizador
dos proprietários rurais atingidos pela UHE Baguari, propondo-se a tornar-se mediador entre
este público e o empreendedor.
Existe ainda uma organização não governamental – Movimento Pró Rio Doce – fundada em
outubro de 1992, agregando representantes das cidades banhadas pelo Rio Doce, em Minas
Gerais e no Espírito Santo, num total de 228 municípios, contatada para discutir a instalação da
UHE Baguari.
importância turística que o sítio representa para a região, onde desponta o Pico do Ibituruna,
com 1.123 metros de altitude.
Alpercata conta com o Sindicato de Trabalhadores Rurais, Clube de Diretores Lojistas filiado a
Governador Valadares, além de Associações de Moradores da sede, da Vila Eugênia e do
distrito de Era Nova, onde funcionam creches.
Governador Valadares, por sua posição de pólo regional, aglutina importantes eventos, dos
quais destacam-se a “Feira da Moda”, “Feira de Arte e Artesanato” e “Feira da Exposição
Agropecuária”, atraindo visitantes, não só de sua área de influência, como de origens diversas,
nacionais e até internacionais. São comuns apresentações semanais de artistas nas praças
centrais da cidade, para a população local e flutuante. Compõem o roteiro turístico, visitas a
lavras de extração de pedras preciosas, que incluem informações técnicas para os
interessados em aprimorar seus conhecimentos na arte da garimpagem e elaboração artística
das pedras preciosas. Tais eventos inserem-se no contexto de Governador Valadares, pelo
fato de constituir-se em importante centro de produção e comercialização de gemas, já que
dispõe de produção permanente em distritos do próprio município e localidades vizinhas.
Cabe citar como equipamentos próprios para atividades culturais e de lazer a biblioteca
pública, ginásio poliesportivo e teatro. Possui o único Shopping Center da região.
O município de Alpercata, por sua proximidade ao pólo, vivencia situações distintas: por um
lado, o pólo centraliza as atividades culturais e de lazer, por suas características
concentradoras de atividades terciárias, esvaziando as atividades dos vizinhos; por outro,
aproveita-se da proximidade, atraindo, na última semana de maio, milhares de visitantes para o
seu “Festival do Quiabo”, celebrando sua principal cultura agrícola. Alpercata, porém, ainda
guarda características próprias de cidade do interior, promovendo festividades religiosas, como
a que reverencia o Jubileu Senhor Bom Jesus e centraliza, com a colaboração de municípios
vizinhos, a celebração do Dia do Evangelho, além de promover a “Feira da Amizade”, na Vila
Eugênio, e a “Feira da Paz”, no distrito de Era Nova. O município dispõe, ainda, de um Coral
Lírico, formado por crianças e adolescentes, e conta com um teatro de propriedade municipal,
o Teatro Adolfo Contin.
Periquito, por suas características de cidade localizada em “beira” de rodovia e por sua própria
história de emancipação, anexando distritos do município de origem, Açucena, conta com
inúmeras dificuldades de afirmar uma cultura própria. A Prefeitura vem envidando esforços no
sentido de aglutinar manifestações culturais, promovendo o “Festival Nossa Terra”, realizado
nos dias 6,7 e 8 de julho. No distrito de São Sebastião do Baixio é celebrado o dia do
padroeiro, no mês de janeiro. Encontra-se em fase de construção o Centro Comunitário, na
tentativa de dispor um local para articular, promover e desenvolver esparsas manifestações
artesanais. Dispõe de um ginásio poliesportivo para a difusão da prática esportiva voltada para
as novas gerações. Comemora o Carnaval com manifestações de rua. O lazer da população
restringe-se a partidas de futebol e conversas em botequins. Trata-se de um exemplo de
município em busca de afirmar uma identidade própria, com o poder público municipal
manifestando grande preocupação em fomentar atividades culturais voltadas para resgatar a
auto-estima da comunidade.
Em Sobrália verificam-se, também, cuidados com a urbanização, com praças bem tratadas e
limpeza pública permanente. Celebra a padroeira, Nossa Senhora da Conceição, no mês de
dezembro, e promove anualmente o “Festival do Leite”, nos últimos dias de julho.
6.2.1.12.Segurança Pública
Governador Valadares, comarca de 2a Entrância, conta em sua estrutura com fórum civil,
eleitoral e trabalhista. Sedia representações das Polícias Federal, Civil, Militar, sendo esta
última através do 1o Comando Regional de Polícia Militar, que absorve a Polícia Florestal e a
Polícia Rodoviária Estadual, além de contar com uma companhia do Corpo de Bombeiros. O
município dispõe do presídio Francisco Floriano de Paulo, com capacidade para 280 detentos,
além de contar com um centro de internação para menores.
Quanto aos demais municípios, Alpercata, Fernandes Tourinho e Sobrália dispõem de efetivos
restritos porém suficientes em relação aos baixos níveis de violência prevalecentes. Em
Periquito a cobertura de policiamento civil fica sob o encargo do município de Ipatinga,
ocorrendo, duas vezes por semana, o deslocamento de um delegado da referida comarca para
sua sede. O fato de o município ser cortado pela BR-381 contribui para o aumento de violência
nesta área, além de ter a proximidade da Penitenciária Estadual, instalada a 20 km de sua
sede, pois quando ocorrem fugas é comum os evadidos esconderem-se em suas imediações,
ocasionando o aumento de casos de arrombamentos e vandalismo, vivenciados,
principalmente, no distrito de Pedra Corrida.
6.2.1.13.Arqueologia
Quanto aos aspectos arqueológicos, para a Área de Influência da UHE Baguari, diversas
foram as informações sobre a ocorrência de objetos de pedra polida para a região do
empreendimento, indicativo da presença de indígenas nas matas que cobriam as margens do
médio rio Doce.
Três informações para a Área de Influência estão relacionadas ao córrego do Arroz, afluente da
margem direita do rio Doce. Duas no baixo curso do córrego, onde foram observados
fragmentos cerâmicos, e a segunda nas cabeceiras, onde teriam sido encontrados artefatos de
pedra polida.
Ainda para a margem direita do rio Doce, obteve-se uma informação sobre a ocorrência de
fragmentos cerâmicos nas margens do córrego Boa Esperança, perto do povoado de Senhora
da Penha.
Na margem esquerda do rio Doce, outras duas regiões da AI foram indicadas quanto à
existência de vestígios indígenas. Uma nas margens do córrego Preto, na localidade conhecida
como Serraria (atual Samoraia), onde foram encontrados vários objetos de pedra polida
quando estavam desmatando aquela área, na década de 1930. A segunda referência é para a
região conhecida como Quatorze, situada entre os córregos Quatorze e Muquirana, com o
achado de fragmentos de vasilhames cerâmicos e artefatos de pedra polida.
Nas três áreas informadas, apesar de vistoriadas, não foi possível encontrar vestígios
superficiais que confirmassem a existência de uma ocorrência arqueológica. Duas hoje estão
recobertas por pastagens e a terceira encontra-se no meio da floresta de eucalipto da
ACESITA. Somente com a realização de sondagens é que se poderá verificar a veracidade das
informações.
Nenhuma informação foi obtida para a Área Diretamente Afetada pelo reservatório. Por estar
restrito à várzea do rio, anualmente submersa pelas cheias, não era esperado encontrar
vestígios de aldeamentos nessas áreas alagadiças. Entretanto não se descarta a possibilidade
de existirem sítios temporários de pesca (acampamentos) em algum terraço topograficamente
mais elevado. As áreas onde serão instalados os canteiros provavelmente estão situadas em
locais com cota altimétrica superior à várzea, nos quais poderão existir sítios arqueológicos.
Os grupos afetados pela UHE Baguari mantêm relações de dependência com os distritos de
Pedra Corrida (município de Periquito), Senhora da Penha (município de Fernandes Tourinho),
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Em sua grande maioria, a renda média auferida pelos habitantes dos quatro núcleos é
considerada baixa, situando-se entre 1,1 e 1,5 salários mínimos.
Figura 6.2.1
Nesta área foram identificados, ao longo dos rios Doce e Corrente Grande, 29
estabelecimentos rurais, 29 ilhas, 2 áreas pertencentes a uma empresa de reflorestamento, 2
parcelamentos urbanos perfazendo um total de 78 lotes, e 2 pontos de extração de areia. A
cobertura da pesquisa, por Espaço de Interesse, é dada no Quadro 6.2.1.
QUADRO 6.2.1
UNIVERSO ATINGIDO X PESQUISADO, SEGUNDO ESPAÇOS DE INTERESSE
UHE BAGUARI
Espaços de Interesse Universo Universo Abrangência da
Atingido Pesquisado Pesquisa
.Área Rural
- Propriedades Rurais 29 28 96,6
- Ilhas 29 11 37,9
-Empresas Reflorestamento 2 2 100,0
- Parceiros 34 26 76,5
. Áreas Urbanas
- Moradores de Pedra Corrida 62 53 85,5
Os Quadros 6.2.2 e 6.2.3 seguintes relacionam todos as propriedades rurais e ilhas que serão
afetadas pelo empreendimento, incluindo nome do proprietário, área declarada e vinculação
territorial. O Desenho VBAG/MA.00/DE-012, apresentado a seguir mostra sua distribuição.
QUADRO 6.2.2
ESTABELECIMENTOS RURAIS – LOCALIZAÇÃO E VINCULAÇÃO TERRITORIAL
ÁREA DO RESERVATÓRIO/BARRAGEM – UHE BAGUARI
Rio Doce N° Nome do Proprietário Nome da Propriedade Área Vinculação
Declarada Territorial
(ha)
Margem 01D Newton Ferreira Faz. Córrego Preto 900,00 Alpercata
02D Amarílio Ferreira Maciel Faz.Peral 612,00 FernandesTourinho
03D Djalma Vilas Novas Sítio Lua Nova 19,00 Fernandes Tourinho
D 04D Ozéias Batista Ramos Faz. Indiana 266,20 Fernandes Tourinho
I 05D José Geraldo Vilas Novas S/denominação 29,04 Fernandes Tourinho
R 06D Celso Chaves de Sá Faz. Paquetá 384,00 Fernandes Tourinho
E 07D Esp.Décio Nunes Coelho Faz. Paquetá 246,84 Fernandes Tourinho
I 08D Esp.Artur Ferreira Faz. Cachoeira 500,0 Fernandes Tourinho
T 09D Eliana Cantídio Ferreira Faz. Paraíso 160,92 Sobrália
A 10D Sérgio Cantídio Ferreira Faz. Paraíso 359,00 Sobrália
11D Ricardo Cantídio Ferreira Faz. Boa Vista 290,40 Sobrália
12D Patrícia/Paulo Cantídio Faz. Paraíso 580,00 Sobrália
Ferreira
13D Ivan Antônio de Tassis Faz. Barcas 4.268,00 Sobrália/Iapu
QUADRO 6.2.2
ESTABELECIMENTOS RURAIS – LOCALIZAÇÃO E VINCULAÇÃO TERRITORIAL
ÁREA DO RESERVATÓRIO/BARRAGEM – UHE BAGUARI
Continuação
Rio Doce N° Nome do Proprietário Nome da Propriedade Área Vinculação
Declarada Territorial
(ha)
Margem 01E Odilon Leopoldino Andrade Faz. São Manoel 400,00 Gov. Valadares
02E Geraldo A. de Oliveira Faz. Bonaparte 333,96 Periquito
E Júnior
S 03E Márcia Castro de Oliveira Faz. Bonaparte 29,04 Periquito
Q 04E Avelino Augusto Castro de Faz. Bonaparte 285,56 Periquito
U Oliveira
E 05E Nestor Batista Ramos (*) 68,00 Periquito
R 06E Raimundo Inocêncio da S/denominação 7,26 Periquito
D Silveira
A 07E Maria Menezes S/denominação 4,00 Periquito
08E Anaildo Alves Dias S/denominação 8,00 Periquito
09E Arlindo Gomes Filho Sítio Bela Vista 97,30 Periquito
10E Nicanor Barrel Faz. Periquito 84,00 Periquito
Corrente Nome do Proprietário Nome da Propriedade Área Decla- Vinculação
Grande rada(ha) Territorial
Margem 1DCG Genivaldo Figueiredo Terra Sítio N.S.Aparecida 12,10 Periquito
Direita
1ECG Amauri Pires Alvarenga Faz. Três Marias 120,00 Gov. Valadares
Margem 2ECG Nair Coelho Pinto Pinheiro Faz. Cabrália 262,00 Gov. Valadares
Esquerda 3ECG Sheila Ferreira Vilas Novas Faz. Império 36,30 G.Valadares/Periquito
4ECG Romeu Isidoro Lagares Faz. Roseira 19,00 Gov. Valadares
5ECG Wilson Andrade Faz. Barra Quente 53,02 Gov. Valadares
Fonte: CNEC, EIA UHE Baguari, Pesquisa Socioeconômica, julho/2001.
(*) Proprietário não entrevistado.
QUADRO 6.2.3
RELAÇÃO DAS ILHAS, SEGUNDO PROPRIETÁRIO E ÁREA DECLARADA
ÁREA DO RESERVATÓRIO/ BARRAGEM – UHE BAGUARI
Número de Nome do Proprietário Denominação da Área Declarada Vinculação
Identificação Ilha (ha) Estabelecimento
Agropecuário
I29 Eliane da Silva Soares Ilha do Oxalá - -
(Maria Pescadeira)
I28 Heleno Cipriano Ilha Cachoeira 9,8 -
da Fumaça
I25 Márcia Castro de Oliveira Ilha Bonaparte 130,68 03-E
Campanelli
I24 Djalma Vilas Novas Ilha Entre Rios 4,84 03-D
QUADRO 6.2.3
RELAÇÃO DAS ILHAS, SEGUNDO PROPRIETÁRIO E ÁREA DECLARADA
ÁREA DO RESERVATÓRIO/ BARRAGEM – UHE BAGUARI
Continuação
Número de Nome do Proprietário Denominação Área Vinculação
Identificação da Ilha Declarada Estabelecimento
(ha) Agropecuário
I16 Esp. Décio Nunes Ilha Paquetá 53,24 07-D
Coelho
I14 Raimundo da Silva Vilas S/ denominação 2,42 -
Novas
I12 Onofre Moreira Faria Ilha de São 49,00 -
Pedro
I10 Eliana Cantídeo Ilha do Nestor 23,00 09-D
Desenho VBAG/MA.00/DE-012
A área total declarada dos estabelecimentos é de 10.366,94 ha. Note-se que apenas 1
estabelecimento ocupa 4.268,00 ha, o que representa 41,2% da área total, e a metade do
número total de estabelecimentos (14) concentram 93,4% da referida área. 16
estabelecimentos possuem áreas superiores a 100 ha. A exploração produtiva dos
estabelecimentos afetados é apoiada, sobretudo na pecuária, tendo sido indicada como
atividade principal para 82,1 % do universo, conforme demonstrado no Quadro 6.2.4.
QUADRO 6.2.4
ATIVIDADE PRINCIPAL DOS ESTABELECIMENTOS AGROPECUÁRIOS
ÁREA DO RESERVATÓRIO/ BARRAGEM
Atividade Principal Estabelecimentos
Número %
Pecuária 23 82,14
. Leiteira 10 35,71
. Corte 10 35,71
. Leite/corte 3 10,72
Atividade Principal Estabelecimentos
Número %
Agricultura 3 10,72
Caprinocultura 1 3,57
S/ exploração 1 3,57
TOTAL 28 100,00
Fonte: CNEC, EIA UHE Baguari, Pesquisa Socioeconômica, julho/2001.
QUADRO 6.2.5
ESTRUTURA DE UTILIZAÇÃO DAS TERRAS
ÁREA DO RESERVATÓRIO/BARRAGEM – UHE BAGUARI
Utilização das Terras Estabelecimentos
Área (ha) %
.Pastagens 8.942,42 86,26
- plantada 6.760,10 75,60
- natural 2.182,32 24,40
.Lavouras 484,20 4,67
- permanente 3,28 0,68
- temporária 480,92 99,32
.Matas e Capoeiras 779,00 7,51
.Reflorestadas 30,00 0,29
.Terras Improdutivas 131,32 1,27
Total 10.366,94 100,00
Fonte: CNEC, EIA UHE Baguari, Pesquisa Socioeconômica, julho/2001.
O efetivo bovino computado para o conjunto das propriedades é composto por 12.237
cabeças, sendo 81,6 % deste total orientado para o corte/ recria, conforme mostra o Quadro
6.2.6.
QUADRO 6.2.6
DEMONSTRATIVO DO EFETIVO BOVINO
ÁREA DO RESERVATÓRIO/ BARRAGEM
Efetivo Número de Cabeças
Número %
Vacas Leiteiras 1.212 9,90
Bovinos de corte/recria 9.981 81,56
Bezerros 941 7,69
Reprodutores 103 0,85
Total 12.237 100,0
Fonte:CNEC, EIA UHE Baguari, Pesquisa Socioeconômica, julho/2001.
O plantel leiteiro, estimado em 1.212 cabeças, produz uma média diária de 7.375 litros de leite,
99,3% do total destinados à venda. A produtividade média do rebanho, calculada em 2.190,59
litros/vaca ordenhada/ano, é mais de duas vezes superior à encontrada para a Área de
Influência e 1,6 vezes à estabelecida para o Estado, cujas médias, em 1999, situaram-se
respectivamente, em 914,8 litros/ ano e 1.328,9 litros/ ano.
Dada a pequena extensão da área de inundação frente a área total dos estabelecimentos
afetados, as interferências sobre esta atividade deverão ser pontuais, amenizando os reflexos
sobre a produção em nível regional e até mesmo local. A produção leiteira da ADA tem como
Área de Atuação: Energia Página: 6.32/112
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Data: 28/01/2002
VBAG/MA.00/RT-002
Título:
UHE BAGUARI
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL – RIMA
Os demais efetivos da pecuária como suínos, aves e eqüinos, apresentam caráter secundário
no contexto das atividades produtivas.
Dos 20 estabelecimentos que praticam a agricultura, 95,0% utilizam-se de trator para o preparo
do terreno e 65,0% para o plantio, sendo, no entanto, pouco expressivo número daqueles que
fazem uso deste equipamento para as demais etapas do processo produtivo, quais sejam,
tratos culturais (20,0%) e colheita (35,0%). Do conjunto de produtores, 10 declararam possuir
pelo menos 1 trator, enquanto igual número aluga este equipamento de terceiros.
Cabe acrescentar o uso de irrigação, prática adotada por 7 produtores e planejada por outros
três, iniciativa adiada temporariamente, devido a crise de energia vivenciada atualmente pelo
País. A área irrigada abrange 176,0 ha e envolve o plantio de grãos, olerícolas e, sobretudo,
produtos que atuam como reforço à alimentação do rebanho bovino, representados pelo sorgo,
cana-de-açúcar e capineiras.
Compõe, ainda, o padrão tecnológico da área, dois indicadores importantes, quais sejam, o
acesso à assistência técnica e á energia elétrica.
O acesso ao crédito é inerente aos grandes proprietários de terra, resultado de uma política
agrícola que coloca à margem do processo os pequenos agricultores. Apenas 10 entrevistados
declararam recorrer a fontes financiadoras para viabilizar seus investimentos ou custear suas
despesas, representadas, em ordem de importância, pelo Bancob, Bradesco e Banco do
Brasil. Já a escassez de chuvas, condição das estradas, erosão e exaustão das terras, foram
apontadas por 13 produtores como as principais dificuldades, pelos sérios prejuízos que
acarretam.
Esta relação, segundo os produtores, nem sempre é estabelecida com as mesmas pessoas,
uma vez que é comum a migração destes trabalhadores para outras regiões em busca de
oportunidades de trabalho, dada a informalidade desta relação. De uma maneira geral, os
núcleos do entorno, quais sejam Plautino Soares, Pedra Corrida e Senhora da Penha, tornam-
se os locais preferenciais para o recrutamento desta mão-de-obra.
O sistema de parceria é modalidade pouco usual na região, tendo sido identificados apenas 3
estabelecimentos que adotam esta prática, envolvendo no total 9 produtores.
Apenas 2 imóveis não possuem qualquer edificação, enquanto todos os demais contam pelo
menos com uma residência, muitas vezes funcionando como moradia do empregado
permanente ou de familiares do proprietário. Edificadas nas áreas mais altas da propriedade e,
portanto, a uma distância considerável dos cursos d’água, observa-se que, caso o
empreendimento se viabilize, a maioria dos imóveis terão suas benfeitorias preservadas de
inundação. Calcula-se que as interferências sobre estes equipamentos deverão se ater a 6
estabelecimentos.
Distribuídas ao longo do rio Doce, no trecho compreendido entre o local previsto para a
instalação das estruturas do projeto e o final do reservatório, são encontradas 29 ilhas, das
quais 14 realizam algum tipo de exploração. Durante os levantamentos de campo foram
pesquisadas 11 ilhas, dentre as 14 exploradas, o que representa 78,6% do total, não tendo
sido encontrados 3 desses proprietários.
QUADRO 6.2.7
RELAÇÃO DOS EMPREGADOS PERMANENTES / VINCULAÇÃO
ESTABELECIMENTOS AGROPECUÁRIOS E ILHAS – UHE BAGUARI
Nome Empregado No Estabelecimento Nome do Proprietário
Empregados Residentes
José Rodrigues da Silva
Reginaldo Batista Mendes Brandão 01D Newton Ferreira
Josimar Rodrigues dos Santos
Cláudio Moreira de Souza
Isaías Pedro da Silva 02D Amarílio Ferreira Maciel
Adair Marçal de Souza
Alentino Lopes 04D Oséias Batista Ramos
Gilson Ferreira Alves 06D Celso Chaves de Sá
José do Carmo Peron 07D Espólio de Décio Nunes Coelho
Jair da Silva
Daniel de Souza 08D Espólio de Arthur Ferreira
Ronil Pereira
Cleber Pereira
Silvanito Rodrigues 09D Eliana Cantídio Ferreira
Lucinei Gonzaga 10 D Sérgio Cantídio Ferreira
Empregados Residentes
José Pedro Gonçalves
Alex Sandro Dias Borges 01E Odilon Leopoldino Andrade
Élio Pereira de Deus
Mário Pinto 03E Márcia Castro Oliveira
Edilson Gomes 04E Avelino Augusto Castro Oliveira
Juvenal Felipe da Cruz 09E Arlindo Gomes Filho
Adomilson Costa de Souza
Antônio Carlos dos Santos 1ECG Amauri Pires Alvarenga
Carlos Antônio Filho
Alberto Magalhães tem sobrinho
Nagib José Teixeira 2ECG Nair Coelho Pinto Pinheiro
Moisés da Silva
Luís Cláudio da Silva 4ECG Romeu Isidoro
Amafram Ferreira Pinto 5ECG Wilson Andrade
José Maria Salomão I28 Heleno Cipriano
QUADRO 6.2.7
RELAÇÃO DOS EMPREGADOS PERMANENTES / VINCULAÇÃO
ESTABELECIMENTOS AGROPECUÁRIOS E ILHAS – UHE BAGUARI
Continuação
Nome Empregado No Estabelecimento Nome do Proprietário
Empregados não Residentes
Custódio Alexim 01E Odilon Leopoldino de Andrade
Aluisio Pereira 11D, 12D Ricardo Cantídio/
Paulo, Patrícia Cantídio.
Jorge Pires 06D Celso Chaves de Sá
Antônio Amorim 05D José Geraldo Vilas Novas
Edvaldo Viana 02D Amarílio F. Maciel
Angela
Maria de Fátima
José Dias 07D Espólio de Décio Nunes Coelho
Jair
Erê
Jacan
QUADRO 6.2.8
RELAÇÃO DE MEEIROS/ ESTABELECIMENTO
ESTABELECIMENTOS RURAIS – UHE BAGUARI
Nome do Meeiro Número do Nome do Proprietário
Estabelecimento
Pedro
Oscarino 11D, 12D Ricardo Canídeo/Paulo, Patrícia Cantídio
Joaquim (Quincas)
Gelher Alves
Rafael
Iraci 06D Celso Chaves de Sá
Enoque
Dener Teixeira
Gilson F. Alves (*)
Fonte: CNEC, EIA UHE Baguari, Pesquisa Socioeconômica, julho/2001.
(*) Refere-se a empregado permanente residente no estabelecimento, sendo, portanto,
caracterizado neste grupo de interesse.
A outra área estende-se ao longo do rio Doce e abrange um total de 601,3 ha, dos quais 552,3
ha ocupados com reflorestamento de eucalipto, 15,0 ha sem uso e 34,0 ha destinados à
viabilização de parcerias agrícolas desenvolvidas com os moradores de sua área de entorno.
Esta parceria constitui uma política da empresa visando sua integração com a comunidade,
através da cessão de pequenas parcelas de terras para o plantio de milho e feijão, sendo o
pagamento devido à ACESITA realizado através de quota parte da produção, fixada por esta
empresa em 10%. Pela proximidade da área reservada para este fim com o distrito de Pedra
Corrida, os “parceiros” são constituídos de moradores deste núcleo, sendo esta relação regida
formalmente por contrato. Dos 34 participantes, 26 foram encontrados e entrevistados por
ocasião da pesquisa.
O perfil médio do parceiro indica ser do sexo masculino (69,2%), tem idade acima dos 40 anos
(100,0%), são casados (80,8%), apresentam baixo nível de escolaridade, analfabetos (73,1%)
ou não concluintes do curso primário (23,1%). Têm, na parceria, a principal fonte de renda
(53,8%), ou fonte complementar à aposentadoria (30,8%). A parceria é exercida há mais de 10
anos (65,5%).
QUADRO 6.2.9
IDENTIFICAÇÃO DO GRUPO DE PARCEIROS
NAS ÁREAS DA ACESITA ENERGÉTICA – UHE BAGUARI
Nome Área de Parceria (ha)
Onofre Domingos dos Reis 2,0000
Rolando Oliveira Alves 2,0000
Vitalizo Broche da Silva 0,6100
Maria Pereira Gomes 0,7500
José Antônio Filho 0,5000
Izabel Rosa da Silva 1,0800
Antônio Leandro Pereira 0,5400
Maria Nirted Jesus Silva 0,5800
Geraldo Francisco Cláudio 0,5499
Israel Cornélio da Silva 1,5350
Área de Atuação: Energia Página: 6.37/112
Direitos Reservados CNEC Revisão: 0
Data: 28/01/2002
VBAG/MA.00/RT-002
Título:
UHE BAGUARI
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL – RIMA
QUADRO 6.2.9
IDENTIFICAÇÃO DO GRUPO DE PARCEIROS
NAS ÁREAS DA ACESITA ENERGÉTICA – UHE BAGUARI
Continuação
Nome Área de Parceria (ha)
Raimundo Domingos do Nascimento 2,0000
Terezinha da Silva Gomes 1,2715
Paulo de Moura 1,0000
José Faria 1,9000
Pedro Ferreira Campos 1,0000
Benedito Moisés Barbosa 1,1649
Mário Alves Jacinto 2,0000
José Francisco Cláudio 0,6200
Elias Celso Filho 0,6200
Maria Senhora Ferreira da Silva 0,5100
José Ferreira 0,5400
Silas Rodrigues Pires 1,3300
José Gonçalves de Oliveira 1,2800
José Maria Gomes da Silva 1,1500
Alzira Vieira Gomes 0,9700
Sebastião Venâncio Dias 0,4600
Cosme Flaviano Silva 0,5000
Joaquim de Moura Pereira 0,9800
Lafaiete Ricardo Venâncio 0,6100
Osvaldo Bento da silva 0,6800
Anízio Almeida 0,3600
Ilda de Jesus Ferreira 0,5500
Ilda Camila Gonçalves 0,3600
Maria Menezes Martins 2,0000
Fonte: ACESITA Energética, julho/2001.
O primeiro, localizado na área do reservatório, é representado pela rua Francisco Diniz, área de
uso residencial do distrito de Pedra Corrida (Figura 6.2.2 e Fotos 6.2.1 e 6.2.2), sujeita a
inundação nas épocas de cheia. O outro parcelamento refere-se à rua Beira Linha, parte
integrante do perímetro urbano da sede de Periquito (Figura 6.2.3 e Foto 6.2.3), postando-se
esta via na área de remanso do reservatório.
no local, 68,8% das residências são ocupadas pelos proprietários e outras 20,8% são cedidas
por familiares. 51,6% dos moradores são do sexo feminino, 48,9% tem idades entre 18 e 60
anos (faixa considerada produtiva), 19,3% declararam-se analfabetos. 36,9% são
aposentados/pensionistas, 12,3% declararam-se desempregados, 20,4% não possuem
rendimentos e outros 49% percebem até 1 salário mínimo, percentuais estes que se reduzem
para, 8,2% e 36,7% quando se agregam os demais membros familiares. 81,6% gostariam de
manter, caso a relocação se verifique, as relações de convivência e vizinhança.
A relação dos proprietários atingidos na Rua Francisco Diniz, em Pedra Corrida, é apresentada
no Quadro 6.2.10 a seguir.
QUADRO 6.2.10
LADO DIREITO
Número Nome do Ocupante Relação Jurídica
Sem número Vilma Ferreira Proprietário
Sem número Sebastiana Inácio Cessão
Sem número Congregação Cristã do Brasil Locatário
Sem número Lote vago – sem identificação -
100 Luciene Maria do Nascimento Proprietário
147 Antônio Marcelino da Silva Proprietário
157 Maria das Graças Oliveira Proprietário
183 Não entrevistado -
197 Rolando de Oliveira Alves Proprietário
199 Selene Pereira Proprietário
215 Maria Julieta Ferreira Proprietário
223 José Francisco de Almeida Cessão
225 João Batista Cruz Cessão
Sem número Casa em construção -
239 José Rodrigo da Cruz Proprietário
241 Maria Lúcia Pereira Locatário
267 Paulo Alves da Silva Proprietário
271 João Paulo Ferreira da Silva Proprietário
283 Osvaldo Bento da Silva Proprietário
289 José Rodrigues da Cruz Proprietário
325 Joel Pereira Rosa Proprietário
347 José Fernando de Brito Proprietário
353 Mamede Francisco de Souza Proprietário
407 Tereza Gonçalves Martins Proprietário
431 Benedito Soares Lima Proprietário
Sem número Cosme Flaviano da Silva (casa em reforma) Proprietário
493 Pio Rodrigues Proprietário
509 José Lúcio Cessão
515 Etelvina Silveira Lopes Moreira Proprietário
561 João Batista Ferreira Proprietário
571 José Geraldo Ribeiro Cessão
573 Casimiro Rosa da Silva Proprietário
575 Geovani da Silva Cessão
581 Diomar Morais Durval Proprietário
583 Idalina Ferreira de Oliveira Proprietário
QUADRO 6.2.11
LADO ESQUERDO
Número Nome Ocupante Relação Jurídica
20 Lote com barraco – não pesquisado -
28 Casa abandonada – não pesquisado -
50 Vânia Pereira de Carvalho Cessão de família
Cleusa Pereira de Carvalho Couto
66 Geni Martins da Silva Proprietário
86 Raimunda Francisca Couto Proprietário
96 Vanderley da Rocha Rodrigues Cessão de família
140 Valdemário Antônio do Nascimento Proprietário
156 Casa sem morador -
166 Nadir Rocha de Oliveira Proprietária
178 Juraci Ferreira Campos Proprietário
198 Área de lazer – família reside em Governador Valadares – Proprietário
Wagner
208 José Ramos da Cruz Proprietário
236 Jovina Costa dos Santos Proprietária
336 Área de lazer – Roque Araújo Carvalho Cessão (caseiro)
352 Casa fechada -
360 Granja desativada e fechada -
400 Adair Teixeira de Carvalho Filho Locatário
412 Djalma Mendonça Proprietário
428 Maria Rita Coelho Proprietário
438 Maria da Conceição Aparecida Proprietário
454 João Xavier Duarte Proprietário
470 Valdeci Silva Almeida Cessão de família
Vanderli Silva Andrade Cessão de família
522 Área de lazer – família reside em Governador Valadares –
Prop. Luciano Correia de Souza
Darci Pereira da Silva (caseiro) Cessão
538 José Maria Alves Cessão
558 Área de lazer – família reside em Gov. Valadares – Proprietário
Guiarone de Carvalho Teixeira
Fonte: CNEC, EIA UHE Baguari, Pesquisa Socioeconômica, julho/2001.
Na Rua Beira Linha, em Periquito, localizados entre a via férrea, de propriedade da CVRD, e o
rio Doce, são encontrados 16 lotes de uso residencial, cujo parcelamento remonta à posterior
implantação da ferrovia. Resultante do processo de invasão de terras, estes imóveis, apesar de
integrarem o perímetro urbano da cidade de Periquito, por sua localização pouco privilegiada
frente ao núcleo central, agravada, ainda, pela barreira representada pela ferrovia, constituem-
se entraves à ação do Poder Público na implantação de serviços essenciais, bem como para
seus moradores no que tange ao acesso aos equipamentos de uso coletivo, uma vez que os
mesmos encontram-se instalados à margem oposta à ferrovia, resultando esta transposição em
sérios riscos de acidentes, notadamente, para a população idosa e infantil. Os levantamentos
de campo comprovaram a existência de 16 lotes residenciais nesta área, dentre os quais 14
ocupados com moradias e 2 lotes vagos.
O tempo de residência neste local para 57,2% das famílias é de mais de 20 anos, índice que
alcança 64,3% quando se analisa o intervalo de “mais de 15 anos”. Moram 63 pessoas, sendo
a proporção de mulheres quase o dobro de homens, ou seja 61,9%, porém apenas 14,3% são
proprietárias. 63,4% do total possuem até 29 anos, 36,9% são analfabetos. Apenas 40,6% dos
moradores em idade produtiva trabalham. Com relação aos chefes de família, 50,0% já se
aposentaram ou são pensionistas, sendo que 85,8% percebem até 1 salário mínimo.
Agregando-se a renda familiar, este percentual cai para 42,9%.
Para o acesso à escola os alunos são obrigados a transpor a linha férrea que corta esta área
estando, portanto, sujeitos a sérios riscos de acidentes, situação preocupante tanto para os
pais quanto para o Poder Público Municipal.
Segundo o representante público, a relocação destas famílias possibilitaria resolver alguns dos
problemas vivenciados pelo município, principalmente em relação à rua Beira Linha, cuja
localização coloca à margem seus moradores, no que tange à abrangência de ações de cunho
público.
QUADRO 6.2.12
RELAÇÃO DE PROPRIETÁRIOS DA RUA BEIRA LINHA
Número Nome do proprietário/ morador RelaçãoJurídica
120 Sebastiana Evangelina dos Santos Proprietário
Osvaldo Dias Carvalho Cessão de família
130 Nair Gualberto Cessão de família
140 Maria Francisca Gregório Proprietária
Mário Antônio Gregório Cessão de família
150 Antônio Emídio de Almeida Proprietário
160 José Luzia da Silva Proprietário
170 Antônio Gomes Proprietário
180 Antônio de Pádua Cruz Proprietário
190 Antônio Amaral de Brito Proprietário
Sem número José Gomes de Oliveira Proprietário
216 Juarez de Assis Aguiar Proprietário
220 Wilson Gomes de Oliveira Proprietário
240 José Francisco Rosa Proprietário
Fonte: CNEC, EIA UHE Baguari, Pesquisa Socioeconômica, julho/2001.
Apresenta-se a seguir desenhos com as manchas urbanas de Pedra Corrida e Periquito, com
indicação das ruas Francisco Diniz e Beira Linha em relação à linha d´água do futuro
reservatório da UHE Baguari, e fotografias dos locais.
1o Areal
2o Areal
O Areal Periquito, pertencente ao Sr. Gleidson Gonçalves Pinho, funciona há 1 ano, em área
arrendada da Sra. Nair Gualberto, proprietária de um imóvel situado na rua Beira Linha,
número 130, na cidade de Periquito.
Também, neste caso, esta situação não se encontra legalizada pelas leis trabalhistas vigentes.
A extração da areia funciona somente através de licença da Prefeitura Municipal, com o
entrevistado informando que vem tentando sua legalização junto ao DNPM.
A área definida como Trecho a Jusante da UHE Baguari compreende cerca de 20 quilômetros
entre o futuro eixo da barragem e a área urbana de Governador Valadares, ao longo do curso
do rio Doce. Na margem esquerda deste manancial, localiza-se o município de Governador
Valadares e na margem direita os municípios de Fernandes Tourinho, Alpercata e Governador
Valadares.
QUADRO 6.2.13
LOCALIZAÇÃO DOS ESTABELECIMENTOS IDENTIFICADOS E ENTREVISTADOS
NO TRECHO A JUSANTE DA UHE BAGUARI
Localização Estabelecimentos Estabelecimentos
Identificados Entrevistados
Margem Esquerda 35 29
Margem Direita 13 13
Ilha dos Pimentas 15 11
Ilha Brava 1 1
Ilha Geber 1 1
Total 65 55
Fonte: CNEC, EIA UHE Baguari, pesquisa de campo, julho/ 2001.
Dos 55 estabelecimentos onde foram obtidas informações, 34 são chácaras definidos por
diferenças quanto ao tamanho em relação ao restante dos 21 estabelecimentos agropecuários.
Deste restante de 21 estabelecimentos, 8 localizam-se na margem esquerda e 13 na margem
direita.
Das 34 chácaras caracterizadas, todas localizam-se ou são acessadas pela margem esquerda,
sendo 27 na área rural, das quais 13 estão na Ilha dos Pimentas, 1 na Ilha Brava e 1 na Ilha
Geber, e 7 chácaras urbanas localizadas na sede do distrito de Baguari, conforme pode ser
visualizado com base no Desenho VBAG/MA.00/DE.001 que apresenta a Localização dos
Estabelecimentos e Principais Aspectos Relacionados ao Uso da Água e do Solo do Trecho a
Jusante da UHE Baguari.
Desenho VBAG/MA.00/DE.001
O uso do solo característico deste espaço é composto por unidades produtivas voltadas para a
pecuária extensiva de corte e leite e uma produção agrícola com base na hortifruticultura,
principalmente de coco, banana e hortaliças, produtos sobretudo comercializados na própria
região, especialmente em Governador Valadares. Estes usos são praticados nos
estabelecimentos presentes na área, tanto nas fazendas quanto nas chácaras, estas últimas
também usadas como áreas de lazer e recreação, particularmente como segunda residência
de residentes na cidade de Governador Valadares.
nas ilhas é que o uso da água do rio Doce é mais recorrente pela ausência destas fontes
alternativas. No entanto, o comprometimento destas fontes alternativas, fez com que as
famílias recorressem às águas do rio Doce, representando cerca de 12,7 % do total utilizado,
sobretudo para as atividades não ligadas ao consumo humano direto.
O lazer e a recreação, a partir do uso e contato direto com a água do rio Doce mostrou-se
restrito devido ao fato dos usuários considerarem as suas águas como de alta periculosidade e
muito poluída, tendo sidos verificados junto aos entrevistados somente a prática de canoagem
e jet ski (1 caso).
A pesca no rio Doce é uma atividade pouco praticada pelos entrevistados, dos quais apenas
15 declararam pescar e destes apenas 2 disseram possuir licença. Os demais pescam por
lazer ou para complementar a alimentação, já que o pescado é utilizado para o consumo
próprio das famílias.
Segundo as entrevistas realizadas, a pesca desenvolvida no rio Doce pela população local têm
sido uma prática cada vez menos desenvolvida em virtude da má qualidade da água que
compromete a qualidade do pescado e leva a diminuição do número de peixes no rio.
Os locais de travessia mais utilizados referem-se aos acessos às ilhas, sobretudo para a Ilha
dos Pimentas onde há 15 famílias residentes. Para acessá-la os moradores utilizam canoas
que ficam atracadas na margem esquerda do rio Doce. A única travessia de balsa identificada
foi em um estabelecimento da margem esquerda entre este e uma pequena ilha de proprietário
não identificado.
6.3.1.1. Clima
O Balanço Hídrico Normal Mensal de Governador Valadares mostra que a precipitação anual é
marcada por sazonalidade pronunciada. O trimestre mais chuvoso é representado pelos meses
de novembro, dezembro e janeiro. Este trimestre representa a precipitação de 601mm, valor
que corresponde a 53,8% do total pluviométrico anual. No trimestre mais seco, correspondente
aos meses de junho, julho e agosto, as chuvas totalizam 49 mm, cerca de 4,38% do total anual.
Trata-se de uma região onde o volume das chuvas e sua distribuição ao longo do ano
enquadram-se no padrão tropical sub-úmido. A precipitação total anual é de 1117 mm. As
temperaturas mostram-se elevadas durante todo o ano. No inverno a temperatura média é de
19°C, no verão esse valor é de 26°C, enquanto que a média anual é de 23°C.
A norte, no município de Ipatinga, a precipitação anual é de 1373 mm, sendo o trimestre junho,
julho e agosto o mais seco, enquanto que o trimestre correspondente a novembro, dezembro e
janeiro representa o mais úmido. O comportamento pluviométrico de Ipatinga assemelha-se ao
de Governador Valadares, obedecendo a característica sazonalidade dos domínios tropicais.
Os dados dos DISME, para Ipatinga, mostram médias mensais mínimas de 14,8°C, médias
anuais de 23,5°C e médias mensais máximas de 31°C.Segundo o balanço hídrico,Governador
Valadares apresenta-se como uma região marcada por forte déficit hídrico, superior a 500 mm,
distribuído ao longo de 9 meses, mas com valores crescentes de fevereiro a outubro. Nos
meses compreendidos entre maio e setembro o déficit hídrico mensal fica entre 40 e 70mm. Os
meses de novembro e dezembro marcam o bimestre de reposição da capacidade de campo,
enquanto que o curto período de excedente manifesta-se apenas em dezembro e janeiro.
A evapotranspiração real é de 900 mm, enquanto a potencial é superior a 1300 mm. Conforme
consta no Relatório do Projeto RADAM, na análise climática apresentada por Freitas et. al
(1987), folha SE 24 Rio Doce, “a existência de um período sujeito à seca (...) condiciona a
presença de uma vegetação estacional, representada pela floresta semidecidual, e solos
zonais eutróficos do tipo Latossolos e Podzólicos, embora ocorram, também, solos álicos e
distróficos, sobretudo nas áreas mais elevadas”. O Balanço Hídrico obtido para a estação
meteorológica de Ipatinga mostra um comportamento diferente daquele observado para
Governador Valadares. O excedente anual é de 301 mm, contra aproximadamente 98mm
obtidos em Governador Valadares. Em Ipatinga verificam-se dois momentos em que ocorre a
deficiência hídrica. O primeiro e pouco expressivo ocorre no mês de janeiro, enquanto que o
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Data: 28/01/2002
VBAG/MA.00/RT-002
Título:
UHE BAGUARI
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL – RIMA
segundo e mais extenso estende-se de abril a início de outubro, período bem mais curto do
que o obtido para Governador Valadares.
Segundo Freitas et. al. (1987), “na utilização das terras, a pecuária, praticada em moldes
extensivos, constitui a atividade que mais se destaca, especialmente em Minas Gerais, onde
antigas áreas florestadas cederam lugar à pastagem, que no setor ocidental encontra
restrições de ordem climática, em razão da estiagem aí verificada, o que dificulta a surgência
dos pastos”. Conforme constatou-se durante os levantamentos de campo, ratificado pelas
informações contidas no relatório do Projeto RADAM, o desmatamento da vegetação primitiva,
visando apenas lucros imediatos através da exploração de madeira e introdução da pecuária,
sem contudo considerar a vulnerabilidade das áreas quanto aos processo erosivo, vem
acarretando sérios problemas ambientais. O impacto das chuvas torrenciais sobre as encostas
de declive acentuado provoca a erosão e o carreamento