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Demônios animalescos

Sangue jorra das veias


Ectoplasma visceral
Formas abstratas
Grandes olhos...
dentes pontiagudos...
unhas curvas...
chifre... rabo...
gritos, urros, sussurros...
dor.
Local sombrio...
lama viscosa.
Garras, enxofre...
atmosfera... fera ácida.
Diastolicamente o amor perece
O que era intenso antes,
agora colapsado.
Momentâneo
Transitivo
Findável
Efêmero
Tênue
Breve
Frágil
Finito
Débil
Ralo
Na mente um vazio
Olhos bem na escuridão
Carne e sangue rubros
Com quanto bate o coração

Rosto disforme
Sorriso “amarelo”
Olhos perdidos
Amor falciforme

A dor dilacera a alma


Rasga, corta, retalha, espedaça,
Nas sobras um sonho desfeito
Sangra, chora, dói o peito.
Sol ardente, calor escaldante
Areia quente, pés degradantes
Arvores amorfas... retorcidas...
Raízes profundas, dobradas, forjadas...
Paisagem árida, sofrida
A pouca água parada, poluída... herbicida.
Vaca carcaça, verme varejeira...
Lugar sem vida, comovida...
...removida.
Sexo animal...
homem selvagem...
violento, truculento...
bestial, imoral.

Carinho, respeito, amor...


mulher meiga e forte,
litiga, pleiteia, reclama!
Morte bestial... imoral...
vaginal...
Como pode o peixe vivo
na sujeira... no mercúrio...

Como pode o peixe vivo


metilado... envenenado...

Como pode o peixe vivo


poluído... extinguido...

Como pode o peixe vivo


Viver fora da água limpa.
Agitado e ativo
esperto e travesso;
Assim é o Zezinho
arteiro e fiteiro.

Na alegria da vida
Zezinho duvida
da vida vivida
de forma indevida
Naquele “puteiro”.

A mãe de Zezinho
mulher resolvida
tratada por uns
como rapariga,
dá o sangue, dá a vida
por seu filho Zezinho
o seu pitelzinho
arteiro e fiteiro.
A dor necessária
o crescimento não para
e a ferida não sara.
Mas, o consolo vem tarde,
O pensamento é covarde...
a morte... quem sabe?!
as vezes mais tarde...
o anjo que guarde
e o amor que retarde...

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