Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
O mapa desenhado por Louis Stanislas d’Arcy de la Rochette e publicado por William Faden em
1807 mostra uma outra realidade. Destinado a fazer parte de um atlas mundial e baseado em
relatos oficiais, a América do Sul é representada em oito folhas. A quarta folha representa boa
parte do Brasil, do Mato Grosso para o leste, e do Ceará até o Espírito Santo.
Nesta região, diversos afluentes do São Francisco estão mencionados: Rio das
Correntes, Rio Para-merim, Rio Grande, Rio Preto, Rio do Pilão Arcado e Rio
Verde. Cidades tem nomes antigos ou grafias alteradas: desde a Villa do Urubu
(Paratinga), encontra-se a Villa do Rio Grande (Barra), Santoce (Sento Sé),
Villa da Jacobina (Jacobina), Passaje, Frexas, João Carneiro, Campo Largo e
Joazeiro (Juazeiro), João Ribeiro e Saldenha.
Três missões, fundadas pelos capuchinos franceses no século XVII, são também mencionadas,
duas delas em ilhotes: Missam do Salitre, Missam do Rey Matracia e Missam do Aracapa.
William Faden, Londres, 1807 (ver original)
« Aracuyas / a Numerous Nation very little Known / they live chiefly on Tigers
Flesh and are remarkable / for the Ornaments which hang from their / Ears,
their Lips and their Pudenda » Aracuyas, uma nação numerosa pouco
conhecida. Eles vivem basicamente de carne de onça e são remarcáveis pelos
ornamentos que penduram em seus ouvidos, lábios e partes íntimas.
« Aracuyes (Aracuites, Aracuntii) N.B. poco conosciuta nel Brasile nelle selve a
Ponente di Pernambuco. Solamente si sa, ch’ è numerosa, vagabonda, e che si
pasce con especial gusto della carne delle tigri . Vanno tutti nudi, e dalle
orecchie, dalle labbra, e dal prepuzio portano pendenti alcune tavolette di figura
ovale per aggiunger bellezza , e grazia. Si dipingono tutto il corpo di rosso e
giallo , e nella tetta, nelle braccia, e nelle gambe portano legate le penile degli
uccelli di più colori . Le loro armi sono le frecci, e le macane, cioè grosse mazze
di pesantissimo legno. » Aracuyes (Aracuites, Aracuntii) Nação bárbara pouco
conhecida do Brasil, que habita ao oeste de Pernambuco. Apenas se sabe que
é numerosa, vagabunda, e que se alimenta com um gosto especial da carne de
onça. Vão inteiramente nudos, e nos seus ouvidos, lábios e prepúcio, portam
pendentivos de forma oval para aumentar a beleza e a graça. Eles pintam o
corpo inteiro com vermelho e amarelo, e no peito, nos braços e nas pernas
portam as penas dos pássaros os mais coloridos. Suas armas são as flechas e
a macana, que é uma maça de madeira pesada.
o Toca do Pepino
Tutoriais
o GRASS
o NodeXL
o R
Sobre
Flux RSS
synaptique
« We have purposely omitted Inserting the imaginary Island of Ascension, upon
the Authority of the late very ingenious and learned Dr. Halley, who affirms, that
tho Mr. Frezier, following the Old Dutch Maps, has Inserted it; yet, in reality,
there is no such Island. Notwithstanding this, all or most of the French Maps
and Charts have placed it in Lat. 20′ 30″ South, and about 31′ West from Paris;
and our English Maps and Charts, have generally Copied the same Error; either
as prefering Monsr. Freziers account, or not knowing Dr. Halley’s reason for
omitting of it in his general Chart of the World. » Omitimos propositalmente de
inserir a imaginária Ilha da Ascenção, com base na autoridade do muito
ingenioso e sabido Dr. Halley, que afirme que, embora Mr. Frezier, a partir dos
Antigos Mapas Holandeses, a tenha inserida, na realidade, não existe. Apesar
disso, todas ou a maioria dos Mapas e Chartas Franceses a colocaram em 20′
30″ de latitude sul e cerca de 31′ no oeste de Paris; e os nossos Mapas e
Cartas Ingleses geralmente copiaram o mesmo erro; seja porque preferiram a
opinião de Monsr. Frezier ou desconhecendo as razões do Dr. Halley em tirá-la
da sua grande Carta do Mundo.
A ironia deste trecho quer que a Ilha existe verdadeiramente: foi descoberta em
1501 por João da Nova e tomada pelos próprios Ingleses em 1815 (hoje é
quase exclusivamente uma base militar). O trecho informa, contudo, da
existência de outros mapas nos quais este foi baseado. Encontramos um mapa
de Pierre van der Aa, datando de 1729 e chamada « Le Brésil suivant les
Observations de Messieurs de l’Académie Royale des Sciences, etc.
Augmentée de Nouveau. » La même information est présence: « Icy la Rivière
St. François se perd sous terre » (Aqui o Rio São Francisco se perde de baixo
da terra). Algumas décadas antes, em 1703, Guillaume de l’Isle publicou um
« Carte de la terre ferme du Pérou et du Pays des Amazones. » Le sous-titre
est plus intéressant, puisqu’il indique les sources qui ont servi à son
élaboration: « Dressée sur des Descriptions de Herrera, de Laet, et des PP
d’Acuña, et M. Rodriguéz, et sur plusieurs Relations et Observations
postérieures » (Elaborada a partir das descrições de Herrera, de Laet, das PP d’Acuña e de
M. Rodriguéz, e de diversas Relações e Observações posteriores). Apresenta a mesma frase
que a versão de 1729, com as mesmas três ilhas. Existem ainda versões em latim e em
espanhol, sempre baseadas no mesmo molde, o que denota a importância relativa desta
matriz para o conhecimento da época.
Guillaume de l’Isle, 1703 (ver original)
A informação fica ainda mais estranha se comparada com os mapas anteriores. Nestes, existe a
teoria de um grande lago interior (Eupana), ou de vários lagos menores no curso do próprio
São Francisco:
Hendrik Hondius, 1630 (ver original) Jan Jansson, 1635 (ver o original
« Tusschen deze Capitania ende de Bahia zijn twee machtighe rievieren: die
van Sant Francisco legghende op de hooghte van thien graden ende een half /
welck met zulcken ghewelt in Zee loopt / dat men zeghe dat zy haer water
behout op de twintich mijlen in Zee. » Entre essa Capitania e a da Bahia se
encontram dois rios podereosos: o do São Francisco vem na altura de 10 graus
e meia / e se joga no mar / dizem que as suas águas chegam até 20 milias
dentro do mar (426);
« Van Rio Reyal tot de rieviere Rio de San Francisco zijn zeventhien leguas,
ende het landt kreckt Noort-oost ende Zuidt-west / ende leght op de elf graden.
Herrera zeght (als op de recht voor-gaende plaetse is aengheroert) dat zy leght
op de hooghte van thien graden ende een half. » Do Rio Real até o Rio São
Francisco são dezessete leguas, e a terra se orienta de nordeste para sudoeste
/ e se encontra à 11 graus. Herrera disse (seguindo ele a partir deste ponto
adiante) que está em 10 graus e meia (431);
« [...] ende voor Rio St. Francisco steeckt een hoeck leegh landt voor uyt; ende
de rieviere gheeft versch-water. Van de Rio St. Francisco tot het punt Gurra,
hebt ghy vijfthien leguas, ende het lant streckt Noort-noort-oost ende Zuydt-
zuydt-west / leght op thien graden ende twintich minute. « [...] O Rio São
Francisco faz uma curva antes de entrar no mar; e o rio tem água doce. Do Rio
São Francisco até a ponta Gurra, há quinze leguas e a costa está orientada de
norte-nordeste para sul-sudoeste / se encontra à 10 graus e 20 minutos (431).
Constam apenas informações sobre o local onde o rio desemboca no mar. Não
há nada sobre a sua configuração anterior. Na edição de 1648 da Historia
Naturalis Brasiliae, redigida por Marcgrave e Piso e organizada por De Laet, há
uma breve descrição do Rio São Francisco.
“d’Hollanders, die voor eenige tijd de stroom opvoeren tot veertig mijl, vonden
de zelve allenthalven wijd en diep, vol eilandekens en rotzen. De Portugeesen,
tien mijlen hooger gevaeren, ontdekten de yzelijkeklippen Cacoeras, van welke
steil neder stort: boven de Cacoeras, strekt zich de stroom na ‘t noord-westen.
Os Holandeses, que por um tempo percorreram o rio até quarenta milhas,
sempre o encontraram largo e profundo, cheio de ilhéus e rochas. Os
Portugueses, que foram dez milhas mais longe, descobriram as falésias da
Cacoera, que cai para baixo: depois da Cacoera, o rio se dirige para o
noroeste.