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Hoje em dia, com uma organização familiar centrada na criança, com informações e
debates constantes sobre problemáticas ligadas a infância e a adolescência, não só
provenientes de circulos científicos, como também dos media, é-nos difícil imaginar que
nem sempre foi assim: o interesse pela infância e a curiosidade sobre o
desenvolvimento infantil é extremamente recente.
Ao longo da história, a infância e a adolescência não tiveram o estatuto que tem nos
nossos dias. “crianças e adolescentes” são uma invenção socio-cultural relactivamente
recente. (Ariés,1973). Durante séculos, as crianças foram consideradas como adultos
em miniaturas, embora mais pequenos, frágeis e menos inteligentes. A partir do
momento em podiam sobreviver sem os cuidados das mães, integravam a grande
comunidade e partilhavam o dia a dia dos adultos. É possível constactarmos a
existência desta concepção nas obras de arte. Por exemplo: até ao século XIII são
raras as representações de crianças, transparecendo a ideia de que a imagem da
infância não tinha interesse ou não constituía parte da realidade. Apesar disso, quando
as crianças são representadas, vestem roupas e assumem atitudes e tarefas
tipicamente adultas.
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Durante o século XIX, o interesse pela criança e pelo seu desenvolvimento é
crescente. Em consequência da Revolução Industrial, a Europa e os Estados Unidos
da América sofrem grandes alterações sociais. Aparecem as grandes cidades,
verificam-se alterações nos modos de sobrevivência das populações, e
consequentemente, mudanças no modo de educação das crianças. Até aqui estas
viviam com os familiares numa sociedade alargada, participando nas actividades e em
pequenos trabalhos. Ao reduzir-se o horário de trabalho das crianças e ao libertá-las da
realização de trabalhos pesados, foi necessário, em virtude da indisponibilidade dos
pais, criar espaços adequados-as escolas-que assumissem a educação das crianças.
II - Desenvolvimento Humano
O desenvolvimento humano tem vindo a ser estudado por diversas áreas da psicologia.
O desenvolvimento humano é um processo complexo e em constante evolução, sendo
o resultado de múltiplos factores – psicológicos, biológicos, sociais e culturais – tem
início no momento da concepção e evolui ao longo todo o ciclo da vida.
b) factores externos:
O grupo social em que a pessoa vive é um factor externo que vai influenciar de maneira
muito acentuada o comportamento da criança.
Alem do grupo social ( a família, escola, e a classe social), existe também a
alimentação, a preservação da natureza e o crescimento orgânico.
Ego (al. ich, "eu"): O ego desenvolve-se a partir do id com o objetivo de permitir que
seus impulsos sejam eficientes, ou seja, levando em conta o mundo externo: é o
chamado princípio da realidade. É esse princípio que introduz a razão, o planeamento
e a espera ao comportamento humano: a satisfação das pulsões é retardada até o
momento em que a realidade permita satisfazê-las com um máximo de prazer e um
mínimo de consequências negativas. A principal função do ego é buscar uma
harmonização inicialmente entre os desejos do id e a realidade e, posteriormente, entre
esses e as exigências do superego.
Freud descreve quatro fases distintas, pelas quais a criança passa em seu
desenvolvimento. Cada uma dessas fases é definida pela região do corpo a que as
pulsões se direcionam. Em cada fase surgem novas necessidades que exigem ser
satisfeitas; a maneira como essas necessidades são satisfeitas determina como a
criança se relaciona com outras pessoas e quais sentimentos ela tem para consigo
mesma. A transição de uma fase para outra é biologicamente determinada, de tal forma
que uma nova fase pode iniciar sem que os processos da fase anterior tenha se
completado. As fases se seguem umas às outras em uma ordem fixa e, apesar de uma
fase se desenvolver a partir da anterior, os processos desencadeados em uma fase
nunca estão plenamente completos e continuam agindo durante toda a vida da pesso.
A fase oral
A fase oral se divide em duas fases menores, definidas pelo nascimento dos dentes.
Até então a criança se encontra em uma fase passiva-receptiva; com os primeiros
dentes a criança passa a uma fase sádica-ativa através da possibilidade de morder. O
principal objeto de ambas as fases, o seio materno, se torna, assim, um objeto
ambivalente. Essa ambivalência caracteriza a maior parte dos relacionamentos
humanos, tanto com pessoas como com objetos.
A Fase anal
A segunda fase, segundo Freud, é a fase anal, que vai aproximadamente do primeiro
ao terceiro ano de vida. Nessa fase a satisfação das pulsões se dirige ao ânus, ao
controle da tensão intestinal. Nessa fase a criança tem de aprender a controlar sua
defecação e, dessa forma, deve aprender a lidar com a frustração do desejo de
satisfazer suas necessidades imediatamente. Como na fase oral, também os
mecanismos desenvolvidos nesta fase influenciam o desenvolvimento da
personalidade. O defecar imediato e descontrolado é o protótipo dos ataques de raiva;
já uma educação muito rígida com relação à higiene pode conduzir tanto a uma
tendência ao caos, aos descuido, à bagunça quanto a uma tendência a uma
organização compulsiva e exageradamente controlada. Se a mãe faz elogios demais
ao fato de a criança conseguir esperar até o banheiro, pode surgir uma ligação entre
dar (as fezes) e receber amor, e a pessoa pode desenvolver generosidade; se a mãe
supervaloriza essas necessidades biológicas, a criança pode se desenvolver criativa e
e produtiva ou, pelo contrário, se tornar depressiva, caso ela não corresponda às
expectativas; crianças que se recusam a defecar podem se desenvolver como
colecionadores, colectores ou avaros.
A Fase fálica
A fase fálica, que vai dos três aos cinco anos de vida, se caracteriza segundo Freud
pela importância da presença (ou, nas meninas, da ausência) do falo ou pénis; nessa
fase prazer e desprazer estão, assim, centrados na região genital. As dificuldades
dessa fase estão ligadas ao direccionamento da pulsão sexual ou libidinosa ao genitor
do sexo oposto e aos problemas resultantes. A resolução desse conflito está
relacionada ao complexo de Édipo e à identificação com o genitor de mesmo sexo.
O conflito vivenciado pelas meninas é parecido, mas menos intenso. A menina deseja o
próprio pai, em parte devido à inveja que sente por não ter um pénis (al. Penisneid); ela
sente-se castrada e dá a culpa à própria mãe. Por outro lado, a mãe representa uma
ameaça menos séria, uma vez que uma castração não é possível. Devido a essa
situação diferente, a identificação da menina com a própria mãe é menos forte do que a
do menino com seu pai e, por isso, as meninas teriam uma consciência menos
desenvolvida - afirmação esta que foi rejeitada pela pesquisa empírica. Freud usou o
termo "complexo de Édipo" para ambos os sexos; autores posteriores limitaram o uso
da expressão aos meninos, reservando para as meninas o termo "complexo de
Electra".
A Fase de latência
Depois da agitação dos primeiros anos de vida segue-se uma fase mais tranquila que
se estende até a puberdade. Nessa fase as fantasias e impulsos sexuais são
reprimidos, tornando-se secundários, e o desenvolvimento cognitivo e a assimilação de
valores e normas sociais se tornam a actividade principal da criança, continuando o
desenvolvimento do ego e do superego.
A Fase genital