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João Vilarim
Índice
1. Introdução pág. 05
2. Afinação do instrumento pág. 07
3. Técnica de digitação da mão esquerda pág. 09
4. Técnicas para a mão direita pág. 11
5. Arpejos ou dedilhados pág. 13
6. Ritmos e acompanhamento pág. 16
7. Apreciação da teoria musical pág. 22
1 – Propriedades da música pág. 22
2 – Notas - escalas - pentagramas pág. 22
3 – Claves pág. 23
4 – Sinais de alteração pág. 24
5 – O braço da viola caipira pág. 25
6 – Figuras pág. 28
7 – Divisão proporcional de valores pág. 28
8 – Ligadura de valor pág. 29
9 – Ponto de aumento pág. 29
10 – Compasso pág. 31
11 – Compasso simples pág. 32
12 – Compasso composto pág. 33
13 – Unidade de tempo e unidade de compasso pág. 34
14 – Barra de compasso pág. 35
15 – Escalas pág. 36
16 – Formação das escalas pág. 38
17 – Modos das escalas diatônicas pág. 40
18 – Tonalidade e tom da música pág. 41
19 – Escalas relativas pág. 42
20 – Intervalos pág. 43
21 – Cifras pág. 45
22 – Construção de acordes pág. 46
8. Digitação das escalas maiores pág. 52
9. Digitação das escalas menores naturais pág. 57
10. Digitação das escalas menores harmônicas pág. 62
11. Digitação das escalas menores melódicas pág. 67
12. Tablatura pág. 75
13. Escalas duetadas pág. 77
14. Digitação das escalas duetadas pág. 78
Dó maior pág. 78
Sol maior pág. 83
Ré maior pág. 88
Lá maior pág. 93
Mi maior pág. 98
Si maior pág. 103
Fá maior pág. 108
15. Dicionário de acordes pág. 113
1 - Acorde maior pág. 113
2 - Acorde menor pág. 115
3 - Acorde maior com 7ª menor pág. 117
4 - Acorde maior com 7ª no baixo pág. 120
5 - Acorde menor com 7ª menor pág. 121
6 - Acorde menor com 7ª no baixo pág. 123
7 - Acorde maior com 7ª maior pág. 124
8 - Acorde menor com 7ª maior pág. 127
9 - Acorde maior com 5ª aumentada pág. 129
10 - Acorde menor com 5ª aumentada pág. 130
11 - Acorde maior com 6ª maior pág. 131
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1 – Introdução
Caro amigo estudante de viola caipira.
Venho através deste método fazer uma iniciação básica, porém, prática e de
fácil entendimento do estudo de um dos instrumentos de cordas dedilhadas mais
harmoniosos que temos: a viola caipira.
Bem até hoje existem alunos que me questionam a respeito do pacto. O que
responder? Como lidar com este mito?
Porém o lado folclórico é importante, pois o pacto existe, mas não da forma
em que nos foi transmitido, ou seja, com o diabo, mas consigo próprio.
Zé Catira lembrou-se do pacto com o diabo que um dia jurara fazer para ser
o melhor da região, e então um frio percorreu-lhe a espinha. Será que o tinhoso ali
naquela hora resolveu cobrar o pacto por ele ser o melhor violeiro da região sem
lhe consultar?
Nosso amigo entregando-se ao medo que já lhe chegara aos joelhos, resolveu
aceitar a pena e ir de frente ao tinhoso. Quanto mais perto chegava da viola mais o
som aumentava, aumentava, aumentava...
- Ah! Sua mariposa “fia duma égua”, se eu soubesse que ocê queria ouvir o
som da viola eu mesmo tocava uai...
2 – Afinações do instrumento
Existem várias formas de afinações, porém descreverei a afinação em
CEBOLÃO em MI MAIOR, pois trataremos o método nessa afinação.
1º par: mi / mi ( em uníssono )
2º par: si / si ( em uníssono )
3º par: sol# / sol# ( em oitavas )
4º par: mi / mi ( em oitavas )
5º par: si / si ( em oitavas )
1º par: ré / ré ( em uníssono )
2º par: lá / lá ( em uníssono )
3º par: fá# / fá# ( em oitavas )
4º par: ré / ré ( em oitavas )
5º par: lá / lá ( em oitavas )
Estas técnicas são usadas para liberar os movimentos dos dedos da mão
esquerda, e devem ser seguidos corda por corda de baixo para cima e de cima para
baixo utilizando toda a extensão do braço da viola.
FÓRMULA SIMPLES
1° 1 2 3 4 7º 2 1 3 4 13º 3 1 2 4 19º 4123
2° 1 2 4 3 8º 2 1 4 3 14º 3 1 4 2 20º 4132
3° 1 3 2 4 9º 2 3 1 4 15º 3 2 1 4 21º 4213
4° 1 3 4 2 10º 2 3 4 1 16º 3 2 4 1 22º 4231
5° 1 4 2 3 11º 2 4 1 3 17º 3 4 1 2 23º 4312
6º 1 4 3 2 12º 2 4 3 1 18º 3 4 2 1 24º 4321
FÓRMULA COMPOSTA
1° 1 2 1 3 1 4 7º 2 1 2 3 2 4 13º 3 1 3 2 3 4 19º 4 1 4 2 4 3
2° 1 2 1 4 1 3 8º 2 1 2 4 2 3 14º 3 1 3 4 3 2 20º 4 1 4 3 4 2
3° 1 3 1 2 1 4 9º 2 3 2 1 2 4 15º 3 2 3 1 3 4 21º 4 2 4 1 4 3
4° 1 3 1 4 1 2 10º 2 3 2 4 2 1 16º 3 2 3 4 3 1 22º 4 2 4 3 4 1
5° 1 4 1 2 1 3 11º 2 4 2 1 2 3 17º 3 4 3 1 3 2 23º 4 3 4 1 4 2
6º 1 4 1 3 1 2 12º 2 4 2 3 2 1 18º 3 4 3 2 3 1 24º 4 3 4 2 4 1
5 – Arpejos ou dedilhados
Os dedilhados e arpejos são os mesmos utilizados no estudo de violão
erudito. Estas técnicas proporcionam a liberdade e coordenação motora dos dedos
da mão direita.
ARPEJO DE 3 NOTAS
ARPEJO DE 4 NOTAS
ARPEJO DE 6 NOTAS
6 – Ritmos e acompanhamentos
Procurei abordar diversos ritmos que estão presentes nas músicas caipiras e
sertanejas, e que são documentados e nomeados através dos registros em LP’s.
Observe que utilizei alguns sinais usados na linguagem musical como, por
exemplo, figuras de valor, pausas, fórmula de compasso, divisão de compasso, etc,
assuntos que estudaremos mais à frente.
3) CATERETÊ
4) CURURÚ
5) CURURU PIRACICABANO
6) EMBOLADA
7) VIRA
8) FOX
9) LUNDU
13) TOADA
15) XOTE
16) CUECA
18) GUARÂNIA
19) HUAPANGO
21) BALANÇO
22) BOLERO
24) BALADA
26) QUERUMANA
DO - RÉ – MI – FÁ – SOL - LÁ – SI
Quando são ouvidos sucessivamente formas a escala. Esta escala pode ser
ascendente quando obedecem a sua ordem natural ou descendente quando
obedecem à ordem inversa. Ex.:
dó
si si
lá lá
sol sol
fá fá
mi mi
ré ré
dó dó
3 – CLAVES
Claves são sinais usados para representar a altura e dar nome às notas. Há
três espécies de claves: sol, fá e dó, e estas são representadas em sete alturas:
Todo instrumento tem sua limitação de escalas e sua extensão na pauta pré
determinada por este limite. A afinação usada no método, CEBOLÃO em MI maior
se estende do 2º espaço suplementar inferior ( mais grave ) até a 5ª linha
suplementar superior ( mais agudo ) aproximadamente, que é o extremo do braço
chegando à boca do bojo do instrumento. Ex.:
4 - SINAIS DE ALTERAÇÃO
Podemos modificar a altura das notas mudando suas entoações, elevando-as
ou abaixando-as, usando os sinais de alteração antes das notas.
Abaixo estarão representadas até a 12ª casa das cordas dispostas na pauta
musical.
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5º par - si
4º par - mi
3º par – sol #
2º par - si
1º par - mi
6 - FIGURAS
As figuras que indicam duração de som são sete que obedecem à ordem
proporcional de metade ou dobro, de acordo com a peculiaridade de cada tempo
imposta pelas figuras.
Se por exemplo uma figura vale 1 tempo sua pausa relativa também valerá 1
tempo, e assim segue.
O quadro abaixo contem as figuras, seus nomes, seu número e sua pausa.
8 – LIGADURA DE VALOR
A ligadura de valor é representada por uma linha curva e é colocada sobre
ou sob duas ou mais figuras da mesma entoação, isto é mesma altura.
Indica que os sons ligados não devem ser repetidos, isto é tocamos a
primeira nota e as demais serão apenas um prolongamento desta nota.
Por exemplo, se uma ligadura de valor estiver colocada sobre ou sob uma
mínima indicará e uma semínima indicará uma execução do som a ser mais longa
que uma mínima.
9 – PONTOS DE AUMENTO
É um ponto colocado ao lado direito de uma figura e tem o mesmo efeito da
ligadura de valor. Ele serve para aumentar a metade do valor de uma figura.
Abaixo a mínima pontuada está valendo uma mínima e mais uma semínima
metade da mínimauma vez que o ponto de aumento serve para aumentar metade
do valor da figura. Ex.:
10 - COMPASSOS
São representados por dois números sobrepostos que são colocados no início
da pauta. E é com estes que descobrimos a pulsação do compasso.
Salientarei que as figuras não possuem duração fixa, pois quem fixa esta
duração é exatamente a fórmula de compasso que é variável.
Assim temos:
11 - COMPASSO SIMPLES
Entende-se por compasso simples o compasso que tem no numerador um
valor simples, sendo que cada tempo possui uma subdivisão binária.
12 - COMPASSO COMPOSTO
Entende-se por compasso composto o compasso que tem como indicador de
tempo uma figura divisível por três, ou seja, figura pontuada.
14 - BARRA DE COMPASSO
As linhas divisórias ou barras de compasso são utilizadas para
separarmos um compasso do outro. Existem quatro tipos de barras divisórias:
15 - ESCALAS
Cada grau da escala recebe uma definição, de acordo com a sua função.
Devemos numerá-las com algarismos romanos:
I TÔNICA
II SUPERTÔNICA
III MEDIANTE
IV SUBDOMINANTE
V DOMINATE
VI SUPERDOMINANTE
VII SENSÍVEL
VIII TÔNICA
Toda escala maior tem sua escala relativa menor, isto é as duas possuem a
mesma armadura de clave. A tônica da relativa menor se encontra no VI grau do
modo maior ( veremos a frente detalhadamente ).
Dó maior tem como relativa lá menor, pois as duas tem a mesma armadura
de clave.
Mas se uma escala menor tem a mesma armadura de clave de outra maior,
como reconhecer o tom da música?
Olhamos a última nota ou o último acorde, que deverá ser da tônica. Esta
regra nem sempre é eficaz.
19 - ESCALAS RELATIVAS
Como vimos as escalas maiores possuem uma escala menor relativa. Escala
relativa é uma escala de modo contrário que possui em sua armadura de clave as
mesmas alterações.
20 – INTERVALOS
Como já vimos, intervalo é a distância entre duas notas de alturas
diferentes. Para determinar a distância entre duas notas, conta-se a primeira e a
última, e dependendo da quantidade de graus que abrange o intervalo ele é
chamado de:
MAIOR
MENOR
JUSTO
AUMENTADO
DIMINUTO
Uma escala diatônica maior é formada por oito graus e pode ir além se
considerarmos os seus graus compostos, ou seja, acima da oitava. Relacionados à
tônica encontraremos na escala de DÓ MAIOR, intervalos de:
2ª maior - ré
3ª maior - mi
4ª justa - fá
5ª justa - sol
6ª maior - lá
7ª maior - si
8ª justa - dó
Uma duvida que todo o aluno tem com relação aos intervalos é com
relação aos graus diferentes, mas que possuem o mesmo intervalo. Ex.:
No exemplo acima o mi# é a nota fá, uma vez que sabemos que na nota mi
não é comum o uso do sustenido. Se por ventura o aluno responder que a 3ª de dó
é fá e não mi# está equivocado. È a mesma nota, porém fá é o 4º grau não o 3º.
21 - CIFRAS
Para identificarmos os acordes usamos as cifras que são símbolos
representados por leras e números:
A Lá maior Am Lá menor
B Si maior Bm Si menor
C Dó maior Cm Dó menor
D Ré maior Dm Ré menor
E Mi maior Em Mi menor
F Fá maior Fm Fá menor
G Sol maior Gm Sol menor
Um acorde por natureza pode ser maior ou menor, sendo agregado ao nome
os outros símbolos mudando assim sua denominação e a sua sonoridade. Ex.:
22 - CONSTRUÇÕES DE ACORDES
Os acordes são formados por três ou mais sons ouvidos de forma simultânea
ou sucessiva. ( arpejos )
A diferença entre o acorde maior e o acorde menor é a 3ª, pois ela é a única
nota que varia no acorde, a tônica e a quinta permanecem iguais.
12 – Tablatura
Aqui está demonstrando o uso da tablatura que é um método de fácil
associação aos solos.
Na tablatura não utilizamos notas nas pautas musicais e sim uma forma
numérica colocada sobre as cordas da viola caipira, indicando qual casa iremos
pressionar. Ex.:
13 – Escalas duetadas
A característica da viola caipira está nos ponteios que geralmente são feitos
com escalas duetadas. Para entendermos as escalas duetadas, precisamos
entender o braço da viola.
As afinações da viola caipira têm afinidade com alguns tons por limitações
do próprio instrumento. Em mi maior podemos trabalhar confortavelmente com a
tonalidade de: si maior, lá maior, mi maior e suas relativas menores.
Cordas 1 e 3 ( intervalos de 6ª )
Cordas 2 e 3 ( intervalos de 3ª )
Cordas 2 e 4 ( intervalos de 6ª )
Cordas 3 e 4 ( intervalos de 3ª )
Cordas 3 e 5 ( intervalos de 6ª )
Cordas 4 e 5 ( intervalos de 3ª )
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Sol maior
Cordas 1 e 2 ( intervalos de 3ª )
Cordas 1 e 3 ( intervalos de 6ª )
Cordas 2 e 3 ( intervalos de 3ª )
Cordas 2 e 4 ( intervalos de 6ª )
Cordas 3 e 4 ( intervalos de 3ª )
Cordas 3 e 5 ( intervalos de 6ª )
Cordas 4 e 5 ( intervalos de 3ª )
Ré maior
Cordas 1 e 2 ( intervalos de 3ª )
Cordas 1 e 3 ( intervalos de 6ª )
Cordas 2 e 3 ( intervalos de 3ª )
Cordas 2 e 4 ( intervalos de 6ª )
Cordas 3 e 4 ( intervalos de 3ª )
Cordas 3 e 5 ( intervalos de 6ª )
Cordas 4 e 5 ( intervalos de 3ª )
Lá maior
Cordas 1 e 2 ( intervalos de 3ª )
Cordas 1 e 3 ( intervalos de 6ª )
Cordas 2 e 3 ( intervalos de 3ª )
Cordas 2 e 4 ( intervalos de 6ª )
Cordas 3 e 4 ( intervalos de 3ª )
Cordas 3 e 5 ( intervalos de 6ª )
Cordas 4 e 5 ( intervalos de 3ª )
Mi maior
Cordas 1 e 2 ( intervalos de 3ª )
Cordas 1 e 3 ( intervalos de 6ª )
Cordas 2 e 3 ( intervalos de 3ª )
Cordas 2 e 4 ( intervalos de 6ª )
Cordas 3 e 4 ( intervalos de 3ª )
Cordas 3 e 5 ( intervalos de 6ª )
Cordas 4 e 5 ( intervalos de 3ª )
Si maior
Cordas 1 e 2 ( intervalos de 3ª )
Cordas 1 e 3 ( intervalos de 6ª )
Cordas 2 e 3 ( intervalos de 3ª )
Cordas 2 e 4 ( intervalos de 6ª )
Cordas 3 e 4 ( intervalos de 3ª )
Cordas 3 e 5 ( intervalos de 6ª )
Cordas 4 e 5 ( intervalos de 3ª )
Fá maior
Cordas 1 e 2 ( intervalos de 3ª )
Cordas 1 e 3 ( intervalos de 6ª )
Cordas 2 e 3 ( intervalos de 3ª )
Cordas 2 e 4 ( intervalos de 6ª )
Cordas 3 e 4 ( intervalos de 3ª )
Cordas 3 e 5 ( intervalos de 6ª )
Cordas 4 e 5 ( intervalos de 3ª )
15 – Dicionários de acordes
1 – Acordes maior
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2 – Acordes menores
32 – Acordes diminutos
C Dm Em F G7 Am Bº
G Am Bm C D7 Em F#º
D Em F#m G A7 Bm C#º
F Gm Am Bb C7 Dm Eº
Bb Cm Dm Eb F7 Gm Aº
Eb Fm Gm Ab Bb7 Cm Dº
Ab Bbm Cm Db Eb7 Fm Gº
17 – Transporte de tonalidade
Quando a tonalidade de uma música está em desacordo com nossa extensão
de voz, podemos recorrer à alteração do tom da música.
E F#m B7 A B7 E
E F#m B7 A B7 E
1 3 8 6 8 1
G Am D7 C D7 G
1 3 8 6 8 1
5. Ao transcrever os acordes temos que nos preocupar com os outros símbolos que
fazem parte dos acordes ( m, 7, 9, 7+, 5-, 5+, etc. ).
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
1 A A# B C C# D D# E F F# G G#
2 A# B C C# D D# E F F# G G# A
3 B C C# D D# E F F# G G# A A#
4 C C# D D# E F F# G G# A A# B
5 C# D D# E F F# G G# A A# B C
6 D D# E F F# G G# A A# B C C#
7 D# E F F# G G# A A# B C C# D
8 E F F# G G# A A# B C C# D D#
9 F F# G G# A A# B C C# D D# E
10 F# G G# A A# B C C# D D# E F
11 G G# A A# B C C# D D# E F F#
12 G# A A# B C C# D D# E F F# G