Você está na página 1de 36

FACULDADE SUCESSO

GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA

RUILTA PIRES DE OLIVEIRA CRUZ

O ENSINO REMOTO E O PAPEL DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS PARA A


GESTÃO ESCOLAR EM TEMPOS DE PANDEMIA

SENADOR GUIOMARD
2021
RUILTA PIRES DE OLIVEIRA CRUZ

O ENSINO REMOTO E O PAPEL DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS PARA A


GESTÃO ESCOLAR EM TEMPOS DE PANDEMIA

Trabalho monográfico apresentado como requisito


final para obtenção da nota na disciplina de Trabalho
de Conclusão de Curso II do curso de Licenciatura
Plena em Pedagogia da Faculdade Sucesso.
Orientador: Marcelo da Silva Ribeiro

SENADOR GUIOMARD
2021
RESUMO

O presente estudo teve como proposta refletir sobre o ensino remoto e a importância das
ferramentas tecnológicas para o trabalho da gestão escolar em momentos socialmente
delicados. Para seu desenvolvimento, foi escolhida uma metodologia de pesquisa
bibliográfica de cunho qualitativa, em sites e artigos relacionados ao ensino remoto, com o
objetivo de promover uma reflexão sobre o contexto da pandemia e suas associações com o
processo de globalização, para compreender a atuação da gestão durante essa forma de
ensino com o uso das TICs. A justificativa para a o desenvolvimento desse tema
fundamenta-se na curiosidade em saber como a equipe da gestão escolar trabalhou na
Pandemia tendo como principal recurso as ferramentas digitais para implementação do
ensino remoto. Observou-se nas citações dos autores que embasam a pesquisa, como a
gestão escolar tem um importante papel ao possibilitar que todos que fazem parte da escola
se envolvam com os novos caminhos pedagógicos traçados e vivenciados com o intuito de
fazer com que a escola resista mesmo em um mundo em pandemia.

Palavras - Chaves: Ensino Remoto. Gestão Escolar. Tecnologias. Pandemia.


ABSTRACT

This study aimed to reflect on remote learning and the importance of technological tools for
the work of school management in socially sensitive moments. For its development, a
qualitative bibliographic research methodology was chosen, on sites and articles related to
remote learning, with the aim of promoting a reflection on the context of the pandemic and its
associations with the globalization process, in order to understand the performance of
management during this form of teaching with the use of ICTs. The justification for the
development of this theme is based on the curiosity to know how the school management
team worked in the Pandemic, having as its main resource the digital tools for implementing
remote learning. It was observed in the citations of the authors that support the research,
how school management has an important role in enabling everyone who is part of the
school to get involved with the new pedagogical paths traced and experienced in order to
make the school really resist in a pandemic world.

Keywords: Remote Teaching. School management. Technologies. Pandemic


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO........................................................................................................6
1.1 PROBLEMATIZAÇÃO.....................................................................................................8
1.2. JUSTIFICATIVA..............................................................................................................9
1.3. OBJETIVOS....................................................................................................................10
1.3.1 Objetivo Geral...............................................................................................................10

1.3.2 Objetivos Específicos....................................................................................................10

1.4. HIPÓTESE......................................................................................................................10
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA............................................................................11
2.1 Tecnologias no Ambiente Escolar....................................................................................11
2.2. Papel da tecnologia na Gestão Educacional e Pedagógica..............................................21
2.3. O papel da gestão escolar durante o ensino remoto.........................................................23
3. METODOLOGIA....................................................................................................27
4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS...............................................................29
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................34
REFERÊNCIAS.........................................................................................................35
1. INTRODUÇÃO

No ano de 2020, a Gestão e equipe pedagógica da rede de ensino de todo


Brasil passou por um dos maiores desafios educacionais da sua história, por conta
da pandemia da COVID-19, causada pelo Novo Coronavírus, onde as escolas
precisaram se adaptar a uma realidade de isolamento social, acontecendo, assim,
uma ressignificação do fazer docente.
Podemos dizer que foi nesse momento que professoras e professores, bem
como a gestão pedagógica e escolar deram novos sentidos a suas práticas
pedagógicas, por meio de plataformas on-line, para que as aulas não fossem
totalmente interrompidas. Desse modo, a escola precisou se reinventar,
consequentemente, perspectivas educacionais a nível de gestão tiveram que ser
reelaboradas. Assim, foi colocado em prática o que ficou conhecido como Ensino
Remoto.
Tem como objetivo identificar os principais desafios encontrados pelo gestor
educacional diante da nova realidade imposta pela pandemia do novo coronavírus.
Nesse cenário em que as novas dinâmicas transformaram a sala de aula física em
sala de aula virtual, é preciso reconhecer que há muitas carências no que diz
respeito ao acesso a equipamentos adequados para que professores e estudantes
da escola pública possam efetivamente vivenciar um ensino e aprendizagem com
qualidade e para todos.
Além das faltas materiais, o ensino remoto traz uma nova perspectiva de
ensino em que estudantes e professores precisam de apoio para lidar com
ansiedades e incertezas tão recorrentes no mundo em pandemia. O ensino remoto
foi uma medida de emergência para evitar que os números de pessoas infectadas
pela COVID-19 aumentassem. O planejamento pedagógico realizado pelas
instituições de ensino no começo do ano de 2020 precisaram ter suas metodologias
de ensino modificadas e ressignificadas para que as escolas continuassem com
suas atividades em um momento em que o novo cenário tecnológico dita as regras
sociais.
Em uma situação como estamos vivenciando como a apresentada, a gestão
escolar exerce um importante papel ao fazer com que a escola, professores e
estudantes não parem suas atividades, fazendo com que o ensino remoto seja

6
realizado com qualidade e com compromisso. E, para isso ocorrer, os gestores
precisam trabalhar com comprometimento pela educação com a sensibilidade que o
momento exige (ALMEIDA, 2009).
A metodologia escolhida para esse estudo partiu de uma pesquisa
bibliográfica nos autores e demais fontes que embasam o tema sobre o ensino
remoto nas escolas da rede pública do município de Plácido de Castro-AC, com o
propósito de compreender o papel de sua gestão nas atuais circunstâncias de
isolamento social e pandemia.
Espera-se que esse estudo contribua para todo o debate sobre o papel que a
escola deve ter em momentos socialmente turbulentos, pois além das cobranças
curriculares, as instituições de ensino precisam tecer relações com seus estudantes
para que eles possam se sentir amparados, fazendo com que o isolamento social
que todos vivenciam possa ser amenizado pelas perspectivas oferecidas pela
escola.
Dentre os maiores desafios da gestão, a entrevistada apontou a dificuldade
dos estudantes participarem efetivamente das atividades remotas. Essa é uma
questão importante que deve ser aprofundada em estudos futuros, uma vez que são
várias as razões que impedem uma parcela dos alunos a participarem com
regularidade das aulas virtuais. Em se tratando do acompanhamento das atividades
realizadas entre professores e estudantes, a gestão tem uma preocupação em
promover encontros semanais com a coordenação, a articuladora de ensino e
professores.
Essas perguntas tiveram como objetivo saber como a gestão escolar interage
com professores e estudantes a partir do momento que os encontros presenciais se
tornaram inviáveis. Observou-se que as tecnologias da informação e da
comunicação estão sendo utilizadas como importantes ferramentas pedagógicas
para que a escola continue com as suas atividades com os estudantes.
Em um mundo globalizado, em que tecnologias e pandemia andam
arriscadamente lado a lado, os gestores têm um importante papel de pensar e
executar estratégias para que as escolas continuem com suas portas abertas,
mesmo que virtualmente. A pandemia causou mudanças em todas as esferas da
sociedade, repercutindo diretamente na organização das pessoas e nas distintas
formas de desenvolver as atividades laborais.

7
1.1 PROBLEMATIZAÇÃO

A problemática dessa linha de pesquisa fundamenta-se no levantamento de


dados diante da seguinte questão: Qual o papel da gestão escolar em tempos de
pandemia, e quais as metodologias para superar os desafios com o Ensino
Remoto?
Assim, o presente trabalho traz como tema “Novos desafios para a gestão
educacional em tempos de pandemia”, fazendo a análise das principais dificuldades
enfrentadas pelo gestor educacional em decorrência da suspensão das aulas
presenciais e adoção de aulas remotas, com a utilização de tecnologias digitais.

8
1.2. JUSTIFICATIVA

A pandemia do coronavírus (COVID-19) é uma realidade em todas as nações


dos diferentes continentes, direcionando novas ações, cuidados e perspectivas. No
Brasil, essa pandemia provocou uma desolação em milhares de famílias,
desestruturando-as e deixando as suas marcas cinzentas e sombrias como uma
nuvem repentina e perversa.
No âmbito da educação, a pandemia isolou os profissionais, os estudantes e
seus familiares de modo que passa-se a conviver por um lado, com preocupações
ligadas a questão prioritária da saúde física e emocional e, por outro lado, com a
desestabilização das questões educacionais provocada pela repentina suspensão
das aulas presenciais e pela emergência de aulas em plataformas digitais.
A escola, como dimensão necessária para as mudanças sociais, tornou-se
um ambiente isolado e sem movimento em tempos de pandemia. Os profissionais da
educação e os estudantes afastaram-se desse espaço e, na tentativa de manter
contato, tiveram, como interface de comunicação, as tecnologias da informação e
comunicação intermediadas pela internet.
Assim, entende-se, no contexto deste estudo, que as tecnologias digitais são
“substâncias para ao desempenho dessas interações, proporcionando, através de
uma série de plataformas digitais, o estabelecimento da comunicação com uma
parcela da população que tem acesso a agenciamentos sociotécnicas” (ALVES,
2020, p. 250), os quais estão em distanciamento social.
No âmbito da educação, não está sendo diferente, novas perspectivas
surgiram na proposição para apresentar alternativas de trabalhos aos profissionais
da área, mesmo que, para isso, o trabalho esteja preso aos princípios da
precarização do trabalho docente e à inviabilidade das desigualdades sociais,
políticas, econômicas e culturais. Na visão do Coletivo de a pandemia trouxe à tona
uma complexa realidade que sempre existiu, intensificando a precarização e
descortinando as múltiplas formas de desigualdades.

9
1.3. OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo Geral

Conhecer os procedimentos didático pedagógicos de uma escola pública do


município de Plácido de Casto localizada no Estado do Acre, sobre o ensino remoto
e o papel das tecnologias digitais para a gestão escolar em tempos de Pandemia
para a continuação dos trabalhos e gerenciamento da escola.

1.3.2 Objetivos Específicos


 Mostrar os desafios da escola em tempos de Pandemia;
 Conhecer as muitas contribuições das ferramentas tecnológicas em tempos
de pandemia para o processo de ensino Remoto.
 Apontar possíveis propostas metodológicas para o problema a partir dos
dados e casos identificados na escola;
 Pontuar os pontos positivos e negativos quanto do uso das TICs de forma
pedagógica em uma escola pública e suas carências.

1.4. HIPÓTESE

A complexidade da política educacional em tempos de pandemia intensifica-


se no processo de desenvolvimento das atividades escolares em meio aos conflitos
existenciais da profissão docente e da dinâmica da realidade que os brasileiros
estão inseridos. Nesse cenário, as condições de trabalho é apenas uma das
questões postas no âmbito escolar.
No contexto da pandemia, os profissionais da área tiveram que se reinventar,
adaptando-se aos diferentes desafios, reafirmando o processo de precarização.
Nessa lógica: Os empregadores exigem que os professores usem materiais
próprios, adquiridos com seus recursos privados, e, também, tenham familiaridade
com meios tecnológicos aplicados na educação que, por serem raros nas escolas,
precisam ser conhecidos e avaliados pelos educadores.

10
A mediação pedagógica pelas tecnologias não pode, em hipótese alguma,
desconsiderar as condições de produção docente e de recepção dos estudantes,
tampouco a necessidade dessa interação presencial, de acolhimento,
emergencialmente suspensa (GOMES, 2009).Com as novas possibilidades de
interação, via plataformas digitais, o processo de mediação pedagógica ficou
centrado nas redes (internet), desconsiderando a desigualdade política e econômica
que os municípios e os estados brasileiros estão inseridos.
Refletir sobre essa situação é uma necessidade com a finalidade de perceber
até que ponto a continuidade dos trabalhos pedagógicos remotamente é o caminho
para desenvolver uma educação de boa qualidade. A educação pautada nos
dispositivos normativos e jurídicos da área sinaliza a inclusão como garantia da
efetivação dos princípios legais.
Nos moldes da organicidade da educação, em tempos de pandemia, percebe-
se que grande parte dos estudantes fica excluída dos processos educativos por não
ter condições materiais e estruturais de acompanhar os trabalhos designados pela
escola. Nessa lógica, a educação, na realidade da pandemia, exclui e deixa à
margem os sujeitos que mais precisam de escuta, de apoio e de mediação didática
em tempos difíceis.

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.

2.1 Tecnologias no Ambiente Escolar

Ultimamente muito se discute sobre a prática do docente através do uso de


Tecnologias da Informação e da Comunicação que tem favorecido determinados
comportamentos e, influenciado no processo de ensino aprendizagem dos alunos.
Na prática pedagógica a sua utilização está sendo cada vez mais precisa no
cotidiano escolar.
Assim, Gomes (2005) aponta que é importante que o professor transmissor
mediador, tenha conhecimento e habilidade para fazer esse elo de informações aos
alunos para que eles possam processá-lo de forma crítica em prol da construção de
seus conhecimentos e necessidade.
Kenski (2007, p. 20) cita que,
11
[...] “na nova realidade, o tempo da educação é o tempo da vida”. Para a
autora, é imprescindível que as políticas educacionais e todas as
instituições educativas estejam ataviadas com as novas exigências, que não
são somente tecnológicas. “Elas estão incluídas nesse jogo” para que todos
estejam plenamente em condições de viver os dinâmicos presentes na
sociedade atual.

De fato, todas as mudanças estão produzindo uma profunda pressão sobre os


sistemas educacionais e estão modificando a qualidade do ensino, a igualdade, o
funcionamento das escolas, suas relações com outras instituições e atores, e o
papel dos professores numa sociedade da informação e do conhecimento. Cada vez
mais firma-se o convencimento de que a educação é a melhor garantia para o
progresso dos cidadãos e dos povos (LIBÂNEO, 2012).
Para Martins (2002), precisamos compreender alguns elementos básicos das
Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) não apenas de forma técnica, mas
seus significados para as atividades humanas. Desta forma, as TIC podem ser
incorporadas ao cotidiano das escolas e de todos os envolvidos com a educação.
Alves (2020) também destaca que a educação para toda a vida passa a ser uma
exigência permanente de toda a sociedade desembocando na compreensão da
escola e da Universidade como conceito e não como lócus.
“[...] A educação tradicional vê aflorar novas formas de pensar, de construir
e de comunicar com o conhecimento, as quais lançam importantes
questionamentos quanto a seus objetivos, práticas e resultados. A definição
dos docentes abrange tanto os sujeitos que atuam no processo educativo
nas escolas e em outras instituições de educação em suas diversas
caracterizações de cargos, funções, tarefas, especialidades e
responsabilidades, que determinam suas experiências e identidades, quanto
às atividades laborais realizadas (ALVES, 2020, p. 39)

Segundo a autora, as atividades docentes, atuais, são definidas pelas


mudanças e exigências da educação e o trabalho se torna múltiplo, expandindo-se
além das fronteiras da sala de aula. Cordeiro (2020) diz que, “uma tecnologia nova é
oriunda de tecnologias já existentes, tornando-se ultrapassada faz se necessária um
aperfeiçoamento sempre objetivando redução de tempo custo e aumento na
produtividade”.
De acordo com Papert (1994), sempre surge para executar tarefas que a
existente não tem suporte ou para executar tarefas em menor tempo que a
tecnologia que já existe: o chamado aperfeiçoado ou evolução objetivando a
resolução de problemas. As tecnologias e seus avanços são frutos do capitalismo. A
12
evolução da humanidade a partir da descoberta do fogo, da roda, da energia etc., é
um exemplo claríssimo de análise diacrônica da história das tecnologias (PAPERT,
1994, p. 42).

[...] A internet, assim como o livro, a televisão, a informática é compreendida


na perspectiva de Levy (1998), como tecnologias intelectuais representantes
de um novo saber. Dessa forma, o professor, deve estar em constante
processo de aprendizagem. O novo saber que também está vinculado as
tecnologias que estão adentrando nas nossas casas cada vez mais cedo e
se estendendo até as escolas é mais exigente, faz se necessário então que
haja uma integração entre o meio escolar e o corpo docente, desenvolvendo
assim a sociabilidade dos alunos e a familiaridade dos professores com o
mundo da tecnologia (PAPERT, 1994, p. 28).

Segundo Porto (2017), nova delimitação, que deve ser adotada por
professores diante das mensagens midiáticas, modifica o termo “sala de aula” para
que seja renomeada como um encontro em que se busca o conhecimento, e não em
que este é transmitido. Diante da nova era digital, os professores são cobrados pelo
currículo da escola, pelos vestibulares e pelos concursos, a trabalharem em sala de
aula com conteúdo de informática e etc., o que às vezes não agrada muito os
docentes, e para alguns gestores é um desafio inserir essas novas possibilidades
tecnológicas na escola.
Lévy (2007) aponta que, atualmente o momento pede uma reflexão sobre o
avanço da tecnologia, são tantas informações sendo repassadas constantemente
através dos recursos tecnológicos que os professores, se veem no desafio que
aumenta cada dia e fica evidente que é preciso capacitar para ajustar-se a realidade
atual. Segundo o autor, “o educador tem necessidade de um questionamento em
relação às tecnologias, no campo educacional, precisa estar habilitado a lidar com
novos recursos tecnológicos e integrar esses recursos as suas práticas docentes, e
para isso ele deve se colocar como aprendiz” (LÉVY, 2007, p. 20).
Esta é a grande dificuldade de aceitar as novas tendências tecnológicas, pois
requer que o professor se disponibilize a aprender. É preciso abandonar as antigas
práticas curriculares e inovar as experiências em sala de aula buscando maneiras
inovadoras de ensinar os conteúdos despertando assim a curiosidade e a
criatividade dos educandos.

[...] O ato de educar através do uso de recursos tecnológicos implica no


conhecimento das tecnologias que estão incorporadas na educação, o que
exige do professor o preparo e a qualificação para o uso adequado dos

13
recursos tecnológicos e dos gestores planejamento quanto ao método do
uso adequado à realidade da escola, de forma que contribuam na
aprendizagem significativa do educando. Do contrário essas mesmas
inovações poderão se tornar um problema que dificultarão as práticas
pedagógicas (KENSKI, 2007, p 32).

Apesar dos vários entraves, as aulas de maneira remota permitem minimizar


prejuízos ao ano letivo, como por exemplo: possibilita, motiva e incentiva o aluno a
pesquisar determinado assunto, agilizando para que os discentes retornem as aulas
práticas quando a situação permitir, reduzindo-se assim o atraso que seria causado
se não houvesse essa possibilidade (ALMEIDA, 2009).
No entanto, Kenski (2007, p. 29) mostra que,

[...] há também muitos desafios, como: falta de um ambiente tranquilo para o


estudo, pois muitos alunos possuem famílias grandes, que no momento
encontram-se em casa, crianças e etc, que causam barulho, entre outras
situações, e não propiciam a concentração dos estudantes, sem contar que
muitos não possuem computadores em casa, muito menos acesso à
internet, ou até mesmo os que possuem enfrentam dificuldades pela
qualidade da mesma, que falha, demora para carregar, caí durante as aulas
online, dentre outros.

O ambiente inoportuno para a concentração dos estudos e a má qualidade do


acesso a internet foram os principais desafios enfrentados pelos membros do grupo.
No entanto, durante esse período foi possível envolver uma maior quantidade do
público acadêmico nos cursos ofertados pelo grupo, se tornando mais acessível e
essencial durante a pandemia. Inicialmente houve um período de adaptação para se
adequar as mudanças e superar as dificuldades, principalmente a ansiedade e os
sentimentos de angústia e insegurança, ocasionados por tal situação, para só então
conseguir utilizar as tecnologias educacionais remotas com destreza.
Logo, após o período de adequação foi possível usufruir tudo aquilo que as
tecnologias educacionais têm para nos ofertar, as aulas que antes eram presencias
foram substituídas por aulas virtuais, proporcionando a continuidade do aprendizado
com qualidade, e respeitando as medidas de segurança (KENSKI, 2007, p. 16).
Porém, Papert (1994) argumenta que, mesmo com o avanço e a comodidade
que esse tipo de ferramenta oferece, ainda são preferíveis aulas presenciais, com
interação direta entre discentes e docentes, usufruindo da estrutura física da
instituição de ensino, já que algumas unidades curriculares requerem práticas em
laboratório e em outros campos, dentre outras circunstâncias que o ensino remoto
emergencial não atende.
14
Como afirma o autor Fantini (2011), [...] a era tecnológica nunca foi tão útil e
utilizável. Até os dias atuais, esta tem sido o caminho para o ensino. Mas como
sempre, tudo tem seu ponto negativo. O Ensino Remoto foi uma alternativa de
caráter imediato, elaborado e colocado em pratica pelas escolas. No entanto, nem
todas as regiões tem acesso à internet de qualidade, no caso da cidade de Plácido
de Castro – Acre, onde a realidade local é diferente das demais regiões do país. Isso
porque são constantes as quedas no serviço de telefonia e internet na cidade,
ocasionando diversos prejuízos não somente ao comércio, mas também na área da
educação, sendo este um dos principais desafios e problema para os universitários.
Nesse contexto, Paixão (2020, p. 18), cita que,

[...] Desenvolver um Ensino Remoto Emergencial não implica transpor


meramente o ensino presencial para o contexto remoto. Ainda que o ensino,
no contexto da pandemia, tenha caráter emergencial, não pode acontecer
de modo improvisado. Afinal, quando os profissionais envolvidos na
educação decidem o que e como ensinar, estão contribuindo com o que as
pessoas, como cidadãs e profissionais, serão capazes de fazer e como elas
serão capazes de transformar a sociedade no futuro.

Na visão do autor, na condição de pandemia, gestores precisam examinar


que objetivos de aprendizagem estão sendo propostos pelos professores e em que
medida é possível avaliá-los, por exemplo, por meio de tecnologias digitais ou de
outros recursos que estejam disponíveis. Nesse caso, é perigoso reduzir a avaliação
a apenas um procedimento burocrático realizado ao fim das disciplinas, quando (e
se) a universidade puder retomar as atividades presenciais. Esse é um dos grandes
desafios para o ensino remoto em tempos de pandemia considerando as grandes
desigualdades sociais e regionais do país (TIJIBOY, 2001).
Algumas dessas diferenças são apontadas pelo autor Tedesco (2017, p. 52),
dentre elas,

[...] proporção entre quantidade de computadores disponíveis e quantidade


de pessoas que necessitam utilizá-los para trabalho ou estudo; repertório de
professores e estudantes para manejo da plataforma de ensino;
características do ambiente de trabalho e estudo; tempo disponível do
estudante para participar das aulas; expectativas que cada pessoa
envolvida no processo de ensino-aprendizagem possui em relação a esse
processo; objetivos de aprendizagem possíveis de serem ensinados em
cada disciplina e a distância; condições dos professores para planejar e
implementar as condições do ensino; e condições dos professores para
avaliar a aprendizagem dos estudantes.

15
Mediante a problemática apresentada uma estratégias para que amenizar a
situação dos acadêmicos que estão sendo prejudicado seria a criação de atividades
que precisem ser realizadas pelo estudante em relação a textos, imagens e vídeos
enviados pelo professor – atividades que precisem ser devolvidas ao professor e
examinadas por ele segundo a disponibilidade e realidade dos discentes. Nesse
caso, Felizola (2011), ressalta que é indispensável às atividades ou recursos
venham minimizar as dificuldades.
Para o autor, o [...] volume de atividades avaliativas não pode ser excessivo,
pois, sob essa hipótese, os professores poderão não ter condições para realizar um
trabalho de qualidade e, ao fim do exame, fornecer feedbacks sobre a aprendizagem
de cada estudante, além de criar condições de ensino adicionais que se façam
necessárias (FELIZOLA, 2011, p. 209). Nessa mesma linha de pensamento Rosa
(2020), argumenta que,

A construção de outros espaços/tempos de aula, mais especificamente de


salas virtuais, potencializou outras formas de comunicação mediadas pela
tecnologia, e ofereceu não só limitações e desafios, como também
aprendizagens. Neste sentido, a primeira subcategoria da categoria
aprendizagens dos professores relacionadas ao ensino remoto destacou
processos de adaptação, de descobertas, de experimentação e utilização de
novas ferramentas tecnológicas e estratégias metodológicas, novas
maneiras de se relacionar com seus alunos, um maior conhecimento de
seus alunos (interesses, necessidades), a colaboração com colegas e com
a coordenação pedagógica, bem como a transferência de experiências de
outros campos de atuação profissional para o Ensino Superior (2020, p. 37).

Com isso a educação ou ensino remoto foi adaptado para atender tanto os
docentes quanto os discentes, surgem então diversos programas, aplicativos,
ferramentas que auxiliam este processo. Como mostra Neto (2006), um dos
aplicativos que vem sendo bastante é o Google Classroom, (Google Sala de aula), é
um serviço grátis para professores e alunos.

[...] A turma, depois de conectada, passa a organizar as tarefas online. O


programa permite a criação de cursos "on-line", páginas de disciplinas,
grupos de trabalho e comunidades de aprendizagem. O YouTube, é uma
plataforma de compartilhamento de vídeos e de transmissão de conteúdo
(ao vivo – “Lives” ou gravados). O docente pode criar o “seu canal” e ser
acompanhado pelos discentes, já acostumados com a plataforma.

Outra ferramenta muito utilizada é Google Meet, um aplicativo para fazer


videoconferências on-line, com diversos participantes (até 100 na versão gratuita),
tendo o tempo máximo de 60 minutos por reunião, nessa versão. Existe uma versão
16
paga, quando o tempo é livre e a quantidade de participantes aumenta para 250. E o
Google Drive, Além de economizar o espaço do equipamento tecnológico, o Google
Drive permite o compartilhamento de arquivos pela internet para os alunos.

Com até 15 Gb de memória o Google Drive é gratuito. Uma ótima


ferramenta de criação de arquivos de recuperação, fundamental em nossa
cidade por conta da instabilidade da internet ou até mesmo para evitar
perder os trabalhos caso o aparelho digital apresente algum defeito. Todos
esses aplicativos necessitam ter acesso a internet e nem todas os alunos
possui computadores, tablets ou celulares com acesso à internet, e este é
um dos grandes desafios que a grande parte dos estudantes da rede
pública de ensino enfrenta (BRASIL, 2007, p. 30).

No entanto, toda essa tecnologia e mídias sociais nem sempre estão ao


alcance de todos os alunos, principalmente das regiões mais carentes. Em um
cenário epidêmico que tem ceifado vidas em todo o mundo, de altas incertezas em
relação à cura e de rápidas transformações nas relações sociais, com um impacto
devastador na economia, criando ainda mais desempregos e aprofundando a crise
econômica, professores e estudantes do Ensino Superior têm se esforçado
cotidianamente para continuar ensinando e aprendendo (ABED, 2011).
Cabe ressaltar que, há críticas em relação à educação mediada pelas
tecnologias sobretudo num país com tanta desigualdade social como o Brasil, pois,
isto gera mais exclusão do que inclusão social (SILVA, SILVA NETO, & SANTOS,
2020), uma vez que o acesso à Internet e equipamentos tecnológicos não abrange
todos os estudantes. Apesar das críticas pertinentes e que escancaram as mazelas
sociais de um país rico, mas profundamente desigual economicamente e
educacionalmente, somado ainda a ineficiência do Estado em agir com urgência,
responsabilidade e compromisso para salvar vidas (CURY, 2020), os docentes das
instituições de Ensino Superior privados não tiveram muita escolha a não ser se
adaptar, aprender a aprender e continuar trabalhando.

[...] As tecnologias desenvolvem formas sofisticadas de comunicação e


opera imediatamente com o sensível, o concreto, a imagem em movimento.
O olho nunca consegue captar toda informação, então o essencial é
escolhido para dar sentido ao caos e organizar a multiplicidade de
sensações e dados. É importante na aprendizagem integrar as tecnologias
digitais da comunicação e informação: as audiovisuais, lúdicas, textuais,
musicais.

Em síntese, as tecnologias a um primeiro momento são utilizadas de forma


separada, hoje as integrações multifuncionais significam o processo de ensino
17
aprendizagem. A televisão, o vídeo, o computador, a internet, resignificam a
educação. A escola deve dar oportunidade e conhecimento para as crianças,
integradas as tecnologias na aprendizagem (DEMO, 2002).

[...] O termo tecnologia remete-nos à evolução, progresso e comodidade. Na


história da humanidade constatam-se vestígios de uma tecnologia
rudimentar, necessária para a realização de tarefas essenciais para a
sobrevivência do ser humano. O avanço tecnológico de forma progressiva
influenciando a vida das pessoas, transformando o homem e sua cultura. No
entanto, a compreensão do conceito vai além dos encantamentos que ela
oferece (DEMO, 2002, p. 21).
.
A dependência da tecnologia e o seu uso hiperbólico podem apresentar
algumas ambivalências, isso significa que possa servir tanto para boas quanto para
más ações. Veremos suas implicações no decorrer deste trabalho, que tem por
objetivo fazer uma reflexão sobre o papel da tecnologia na atualidade, seu contexto
histórico e diversidade, os impactos das grandes marcas na sociedade e na
educação, como seus aspectos políticos e culturais.
De acordo com Soares (1998), é preciso saber que os computadores como
qualquer ferramenta em seu meio de trabalho apresentam alguns pontos negativos,
é preciso conhecê-los para evitá-los, tais como: o mito de pensar que a internet
sempre é boa; que ela nunca erra e saber que ela pode provocar doenças
ocupacionais como a síndrome da digitalização ou tenossinovite, causando
inflamações dos tendões musculares da mão e dos braços.
Almeida (2000, p. 52) mostra que,
[...] mesmo tendo alguns pontos negativos o computador continua sendo
uma ferramenta facilitadora no trabalho do gestor escolar, pois, ele,
sobrecarregado de informações utiliza os computadores para armazená-las
e transmiti-las para educadores, alunos e comunidade.

Sendo assim, é necessário que os gestores tenham acesso a essa


informática moderna, racional e eficiente, pois os computadores sempre estão num
processo transformador e armazenando muitas informações. Ele precisa do trabalho
humano (gestor) para que realize as funções de transmitir informações, analisar
dados, digitar, transformar as novas informações em serviços que terão importância
na instituição.
Mesmo não deixando de lado a realidade que vive e nem de sua instituição,
os computadores podem ser utilizados de várias maneiras pelos gestores e
professores. Podem ser utilizados softwares educacionais ou mesmo programas

18
simples como Word, Excel, Power Point em suas atividades diárias: textos, avisos,
apresentações (ANDRADE, 2011).

[...] A educação remota em tempos de pandemia caracterizou-se como uma


mudança temporária na educação, onde posteriormente as aulas podem ser
combinadas entre meios presenciais e tecnológicos como forma de retorno
parcial as aulas nas instituições de ensino, onde juntamente com a
educação a distância, que diferentemente do ensino remoto surgiu de forma
planejada com a utilização de aulas síncronas ou assíncronas para dar
continuidade ao processo educacional, foram empregadas para suprir as
novas necessidades educacionais impostas pelo distanciamento social,
provocado pela situação de emergência em que se encontra a saúde
mundial, sendo necessária a utilização de tecnologias, de caráter
emergencial e substitutivo a educação que antes ocorria de forma regular e
presencial ( FANTIN, 2011, p. 20).

Há uma perspectiva generalizada de que tecnologias são apenas


equipamentos e aparelhos, mas como ela engloba a engenhosidade do cérebro
humano, tudo o que se produz torna-se tecnologia. Na idade da pedra, por exemplo,
para se defender de animais ferozes o homem usava armas, elementos da natureza
e aos poucos foram surgindo novas tecnologias, mas não apenas para defesa e sim
para dominação. A partir daí começou uma guerra pela conquista de territórios.
[...] Do osso e a madeira utilizados como armas, passou-se a fazer uso de
lanças, flechas, barcos e até mesmo navios. Dessa forma, com a inovação
tecnológica o homem começou uma busca incessante pelo acúmulo de
riquezas. Conforme o homem foi evoluindo, surgiu a necessidade de
adaptação do meio. Criaram então a linguagem, números, roupas,
cobertores, habitações, metalurgia, roda, arado, construíam obras públicas,
fundaram cidades e desenvolveram várias formas de obtenção de energia,
etapas que contribuíram para universalidade do desenvolvimento social e
cultural do povos(DEMO, 2002, p. 26),

Para entendermos o papel da tecnologia na atualidade, partimos dos


pressupostos citados por Kenski (2012 p.22), “o surgimento de um novo tipo de
sociedade tecnológica é determinado principalmente pelos avanços das tecnologias
digitais de comunicação e informação e pela microeletrônica”. Descobertas que
trouxeram a solução de muitos problemas ainda não superados, na área da
medicina, robótica, transportes, comunicação à longa distância. Promovendo a
circulação mais eficaz da informação, possibilitando a expansão da economia, enfim,
há uma infinidade de pontos positivos nessa evolução.

[...] Por outro lado, essa evolução tecnológica gerou o empobrecimento de


grande parte da população. Com advento da revolução verde na agricultura,
aumentou o desemprego estrutural, obrigando trabalhadores do campo a
migrarem para a cidade. A mão-de-obra assalariada substituída por

19
máquinas, abriu espaço para as desigualdades sociais nas cidades,
contribuindo para o aumento da pobreza. Isso nos leva a pensar que
qualquer ser vivo, para preservar a própria existência, acaba fazendo uso
dos meios disponíveis, já que as transformações do meio são inevitáveis,
consequentemente buscando formas de adaptação e organização social .

Ao mesmo tempo em que a tecnologia transforma uma sociedade com


aspectos positivos, pode levar o ser humano a decadência. Neste aspecto de
ambivalências, é possível tratar sobre a dimensão política e cultural da tecnologia.
De acordo com o dicionário de Filosofia Oxford, “Política é definida como a arte de
governar, ou ciência de organização”. “Cultura se refere ao modo de vida de um
povo, em que se incluem atitudes, valores, crenças, ciências, modo de percepção e
hábitos de pensamento e ação”. Para a política a tecnologia tem papel muito claro,
através dela o país se desenvolve, desencadeando o progresso. Alguns países
supervalorizam o saber e o desenvolvimento tecnológico, investindo maciçamente
em pesquisas tecnológicas buscando o avanço das ciências.
Neto (2006) mostra que, outros investem em equipamentos agrícolas e no
uso de agrotóxicos, ao invés de apostar na agricultura orgânica, visando apenas
lucro e a competitividade no agronegócio. Por outro lado, as tecnologias
proporcionam comodidade e entretenimento, a internet, por exemplo, está mais
acessível e se torna uma ferramenta utilizada diariamente. “Para isso, vemos a
necessidade de esforços do setor público e de empresas privadas que visem a
sustentabilidade, pois a solução para a utilização destas tecnologias, sem agredir o
meio ambiente, está no investimento em fontes renováveis e no uso consciente
dessas ferramentas” (NETO, 2006, p. 55).
Além disso, pode-se perceber a relação de poder que a tecnologia exerce. O
homem, um ser sujeito a manipulação, com sua capacidade de criação, fez
mudanças na estrutura urbana, nos meios de comunicação, na arquitetura e nas
atividades industriais e energéticas. Como aponta Tajra (2008, p. 38),

[...] dessa forma, o trabalhador que antes detinha o controle da sua invenção,
agora é submetido e dominado pelas condições de trabalho, na maioria da
vezes, escravo. Já aqueles que são capazes de controlar obtêm vantagens
sobre os demais acelerando o crescimento econômico alcançando prestígio,
conhecimento e poder.

Para tanto, o papel da tecnologia é oferecer condições para que o homem


possa satisfazer sua necessidade de sobrevivência, de criar técnicas de facilitação

20
para o trabalho diário, assim como a sua necessidade de interação com o outro por
meio do uso de tecnologias da informação e comunicação.

2.2. Papel da tecnologia na Gestão Educacional e Pedagógica.

Sem dúvidas que, em tempos de Pandemia, a Tecnologia de Gestão


Educacional encontra suas origens no princípio da Educação pelo Trabalho. Trata-
se, acima de tudo, de uma filosofia de vida calcada no trabalho, complementada e
sustentada pela dimensão educacional (GOMES, 2005).
Essa filosofia se inspira na mensagem educativa de Norberto Odebrecht,
empreendedor e fundador da organização Odebrecht (KENSKI, 2007, p. 22). O
caráter humanista da tecnologia de gestão desta organização foi fator decisivo na
ocasião em que se fez necessário eleger qual o modelo de gestão que serviria de
referência para a concepção do que se tornou possível inseri-la no contexto escolar.
Frigotto, Gadotti e Romão (2002), ressaltam que, vivemos uma época de
profundas e constantes transformações. A sociedade do século XXI, calcada no
conhecimento, na fluidez de relacionamentos e na adaptabilidade às mudanças,
demandará cada vez mais dos seus partícipes uma formação integral, ou seja, que
considere várias dimensões humanas (corpo, intelecto, espírito e emoção).
No entanto, Alves (2020, p. 263) relembra que, reunir as condições para atuar
diante desses cenários, exigiria cada vez mais a oferta de uma escola totalmente
comprometida com sua atividade-fim, isto é, trabalhar incansavelmente pela busca e
manutenção de uma educação de qualidade. Como cita Almeida (2009, p. 34),

[...] As constantes inovações sociais e tecnológicas produzidas pelo homem,


no decorrer da história, faz com que a necessidade de qualificação dos
profissionais que atuam no setor da educação seja premente, de forma a
acompanhar os desafios da sociedade contemporânea.

Neste contexto a formação do gestor escolar, no uso das TIC’s na educação,


poderá transformar sua práxis enquanto administrador, de modo a vivenciar, além de
desenvolver novas propostas de gestão utilizando os recursos tecnológicos no
espaço escolar, permeada por uma abordagem teórica que pode resultar numa
aprendizagem mais significativa, contribuindo para a interdisciplinaridade.
21
Para Libâneo (2012), a escola deve fazer uma profunda reflexão sobre o uso
de novas tecnologias, utilizando-as, não como um fim, mas como uma ferramenta a
mais nas práticas pedagógicas, de modo que o ensino-aprendizagem aconteça com
maior qualidade. A educação tendo como apoio o uso das TIC’s exige novas
habilidades, dos gestores e professores, utilizando métodos incorporados à
realidade do ambiente escolar, para que as inovações não se tornem um problema,
no cotidiano administrativo.

[...] Os recursos utilizados para contribuir para uma aprendizagem


significativa são: TV multimídia, máquina fotográfica, retroprojetor, giz,
quadro branco, lousa digital, aparelho de som, computadores, projetor de
slides, pendrive, tablete, entre outros. A nova realidade online, gerada pela
interrupção das atividades letivas presenciais, obriga mudar as práticas
pedagógicas e metodologias típicas dos ambientes físicos de aprendizagem
para modo remoto e ensino a distância (EaD), entretanto tais tecnologias,
na maioria dos casos, estão sendo usadas em um modo puramente
instrumental com redução das práticas e metodologias a uma ensinam
meramente transmissiva (LÉVY, 2020, p.58 ).

A utilização da tecnologia em favor da educação durante a pandemia do


COVID-19 foi uma estratégia de grande contribuição para o âmbito da educação.
Diversas instituições de ensino substituíram as aulas presenciais por aulas remotas,
por meio de aplicativos e plataformas digitais que possibilitaram a realização de
encontros de diversas pessoas em salas virtuais, além de ofertar várias maneiras de
comunicação, tais como: vídeos-chamadas, áudios e chats online, proporcionando a
interação entre os docentes e estudantes em tempo real, mesmo à distância.
Perante o cenário exposto Cordeiro (2020, p. 19), afirma que, no qual a
população foi instruída a adotar medidas de distanciamento social, como forma de
prevenir a saúde de todos e minimizar a proliferação do vírus, foi determinado à
utilização de novas ferramentas educacionais para adaptar-se a uma nova realidade,
sendo tais ferramentas digitais antes desconhecidas por grande parte da
comunidade acadêmica.
Como cita Alonso (2007. p. 41),

[...] Estamos vivenciando uma experiência desafiadora, com o avanço da


pandemia mundialmente nos levando a novos e grandes desafios, diante
dos quais precisamos cada vez mais dos meios tecnológicos. Passamos de
um normal para um “novo normal”, em que a nossa rotina diária foi alterada
completamente. Tempo de adaptações, sejam nas novas ferramentas
digitais utilizadas, como também para aprender gerenciar o tempo dentro de
casa, que é também desafiador. Aprender a desenvolver a disciplina para

22
estudar de forma remota que se torna ainda mais difícil para uma grande
maioria.

Portanto, devemos encarar com positividade, considerando o quanto nos


reconhecemos, nos descobrimos e nos reinventamos. O ensino remoto constrói um
vínculo diferenciado e importante para quem o vivencia. Com isso, a base para o
processo de mediação pedagógica tem como pressuposto dois critérios: a ação
humana e a ação tecnológica.

2.3. O papel da gestão escolar durante o ensino remoto.

Uma gestão escolar democrática deve ter como princípio o compartilhamento


de ideias e o envolvimento de todos os sujeitos que fazem parte da escola nos seus
processos pedagógicos e de organização. A gestão de uma escola deve funcionar
com uma perspectiva distinta das outras organizações, como bem elenca Paro
(2016), por conta de suas propostas atreladas ao ensino, da sua finalidade e
também das relações sociais que a constituem.
Para Libâneo (2012), a gestão escolar é sócio crítica que é uma concepção
que além de agregar pessoas, considera as formas democráticas como meios para
as tomadas de decisões. Nesse sentido, as decisões são tomadas coletivamente,
possibilitando discussões e envolvimento entre todos. Para Libâneo (2012, p. 53),

[...] a autonomia, além de ser fundamental, deve reconhecer a importância


de uma participação ativa da comunidade escolar nas suas decisões. Tudo
isso impacta positivamente no que deve ser o propósito maior de uma
gestão com princípios democráticos: um ensino e aprendizagem de
qualidade para todos os estudantes e professores.

Então, para compreender o papel da gestão escolar em tempos de pandemia,


três eixos são importantes: relação da gestão escolar com os docentes, relação da
escola com os alunos e relação da escola com a família. Conforme cita Porto (2017,
p. 43),

[...] Esses eixos são basilares para a reflexão sobre como a organização
escolar está trabalhando para que professores e estudantes tenham um
23
maior aproveitamento dos temas e conteúdos desenvolvidos remotamente
e, além disso, em pensar a escola como uma instituição que mesmo em
tempos de crises como essa ocasionada pelo novo Coronavírus tem um
grande papel por conta de seus pressupostos pedagógicos e sociais.

Dessa forma, qual é o papel da gestão escolar em tempos de pandemia? Nas


escolas públicas os gestores precisam levar em consideração a realidade social,
marcada pela precariedade, de muitos estudantes. Isso é importante porque não
basta defender a não interrupção do ensino, mas pensar nos caminhos plausíveis,
junto com a comunidade escolar, para que todos os estudantes possam participar
das aulas. Essa é uma questão delicada e que gera grandes dificuldades para os
gestores, pois muitos estudantes não possuem acesso à internet e a aparelhos
como smartphones e computadores.
Nas palavras de Cordeiro (2020), esse sentido, o papel da gestão escolar em
tempos de pandemia se configura como uma atividade que exige do gestor pensar
em estratégias para que todos os estudantes vivenciem o ensino e aprendizagem.
Cabe à gestão escolar relativizar a realidade social de seu corpo discente para que
nenhum estudante se sinta prejudicado por não ter recursos para acompanhar as
aulas e o desenvolvimento dos conteúdos.
Para analisar mais sobre esse papel, a gestora de uma escola estadual,
localizada na cidade de Plácido de Castro-AC, compartilhou suas percepções sobre
o papel da sua gestão nesse período de aulas remotas durante a pandemia por meio
de um formulário enviado on-line.
Segundo Alves (2020, p. 253),

[...] no contexto educacional o que se pode observar é uma falta de


interesse da família, pois, muitos pais trabalham fora e ao chegarem em
casa não procuram saber dos filhos como foi o dia escolar, se tem lição a
ser feita, ou seja, não há cobrança e comprometimento com às tarefas
passadas pelos professores, o que ocasiona nos filhos uma falta de
interesse e motivação pelo aprendizado escolar.

Quanto aos critérios que são levados em consideração na hora de planejar as


atividades foram ressaltadas pelos docentes a utilização de conteúdos claros, de
fácil compreensão e contextualizados que incentivem a reflexão acerca de temas
geradores, desenvolvidos através de atividades que estimulem os educandos a ter
uma participação ativa.

24
A utilização das tecnologias embasadas em metodologias ativas pode
favorecer o processo de ensino e aprendizagem de forma mais eficaz e autônoma,
com foco no desenvolvimento humano em todas as suas vertentes e voltado
principalmente para a realidade na qual vivenciamos (CORDEIRO, 2020, p. 25).
No que se refere às dificuldades que estão sendo identificadas nos alunos em
relação às atividades propostas foram citadas pelos professores à falta de
compromisso, desmotivação, demora nas devolutivas das atividades, ausência de
acompanhamento dos pais e organização dos horários de estudos, além da
dificuldade de acesso à internet (ALVES, 2020). Ainda de acordo com o autor,

[...] essas dificuldades poderiam ser superadas ou amenizadas mediante ao


investimento maciço em ferramentas tecnológicas que possibilitem o acesso
à internet para todos os estudantes, como também uma maior atuação da
família e das redes de ensino, assim como, uma maior preparação dos
professores para que possam utilizar melhor os recursos tecnológicos,
aumentando as suas possibilidades de integração junto à tecnologia
(ALVES, 2020, p. 258).

De fato, o acesso à internet, em tempos de pandemia, é um direito que deve


ser garantido com a efetivação das políticas educacionais, em especial quando se
trata da educação. Esse direito necessita ser estendido aos diferentes profissionais
da educação, compreendendo que são necessárias ferramentas propícias para
desenvolver os trabalhos pedagógicos, uma vez que “durante a pandemia da
COVID19, as interações sociais de toda natureza migram para o digital, seja para os
App, sites ou plataformas digitais”.
Com o distanciamento físico impositivo, é o ciberespaço que acolhe as
aglomerações humanas (SANTANA, 2020, p. 50). De modo geral, todas as
dimensões da escola são acometidas pelo cenário da pandemia e repercutem na
organização dos saberes e das práticas educacionais. O planejamento escolar, a
avaliação da aprendizagem e a gestão escolar são impactados com os desenhos
traçados pelas diferentes secretarias municipais e estaduais de educação.
No que se referem ao planejamento escolar, novas configurações foram
sendo reinventadas pelos profissionais da educação, necessitando de maior
flexibilidade e dinamismo aos envolvidos com a finalidade de alcançar os
estudantes. Para Frigotto (2002), “a avaliação da aprendizagem, como componente
necessário ao projeto pedagógico, destaca-se para avaliar as interações, as

25
devolutivas, as dúvidas, os desafios e os sucessos obtidos durante os processos
planejados e vivenciados”.
Alonso e Almeida (2007), ressalta que, em uma lógica participativa e
dinâmica, a avaliação da aprendizagem torna-se o termômetro necessário para
qualificar os pontos e os contrapontos das atividades remotas em cada escola. Por
outro lado, as secretarias de muitas escolas não são informatizadas, não dispõem
de equipamentos tecnológicos e internet, recursos tecnológicos indispensáveis para
obter um trabalho de excelência no que se refere a gestão escolar.

Além disso, da observação e vivência no contexto escolar, na área da


gestão, percebemos as dificuldades docentes no que se refere a utilização
das tecnologias como facilitadoras dos processos de gestão, situação que
acaba gerando conflito entre a gestão e a comunidade escolar. É papel da
escola oferecer recursos mais favoráveis aos processos de ensino e
aprendizagem, e as Tecnologias da Informação e da Comunicação podem
contribuir para melhoria da qualidade do trabalho que a instituição oferece a
comunidade como um todo (

Diante deste contexto faz-se necessário pensar nas diversas possibilidades


que as tecnologias digitais podem oferecer como recursos pedagógicos tendo como
objetivo agregar o bom desempenho dos discentes com as ações propostas pelas
gestões tendo como objetivo a eficácia na administração.

3. METODOLOGIA

A metodologia utilizada na elaboração deste trabalho partiu inicialmente de


uma pesquisa bibliográfica (analise documenta) das fontes que embasam de forma
teórica a temática do trabalho. Além disso, foi realizada uma breve entrevista com

26
uma gestora de uma escola pública do município de Plácido de Castro para
evidenciar as exposições citadas no texto.
Os instrumentos para coleta de dados foram baseados em uma
entrevista direcionadas a gestora de uma escola pública de Plácido de Castro.
Este método foi muito importante para identificar se a escola já apresenta os
desafios no ensino Remoto em tempos de Pandemia tendo como principal
ferramenta as ferramentas tecnológicas. É com essa problemática que este
trabalho vem trabalhar e apontar sugestões metodológicas de enfrentamento
dos desafios para a gestão escolar.
Ao final, será feito uma mostra dos dados coletados com ênfase no
questionário aplicado aos profissionais envolvidos, bem como, um breve
comentário crítico baseado nos autores que referenciam a pesquisa. Tais
autores adotam uma concepção do uso das tecnologias ora como ponto
positivo ora como negativo tendo em vista a realidade social de cada região e
consequentemente de cada escola do estado e do Brasil
Através de pesquisas bibliográficas, o artigo enfatiza a importância das
tecnologias com enfase nos desafios apontados pela gestão pedagógica e
professores por meio de propostas pedagógicas que venham contribuir para o
ensino moderno de forma inclusiva para todos utilizando essas ferramentas, o que
nem sempre é fácil e tempos de pandemia. Também é desenvolvida uma reflexão
sobre a transformação da conduta social dos alunos no cotidiano escolar, enfocando
as causas da violência no meio educacional.
Adotando um caráter exploratório a análise deste artigo volta-se ao anseio de
tantos educadores e educandos, familiares e da sociedade como um todo, no
sentido de eliminar ou minimizar a freqüência de comportamentos violentos tão
presentes nas escolas. Vale ressaltar que a escola por ser um espaço que até então
deveria ser utilizado como canal de conhecimento e prática dos direitos humanos,
tem sido palco de variadas expressões de violação à integridade física e moral,
situação que muitas vezes foge do controle pedagógico de muitos docentes por
desconhecerem medidas legais de combate à situação.
Assim, é preciso que nós, graduandos em Pedagogia possamos conhecer as
principais causas da violência nas escolas para que dessa forma seja possível
exercer uma postura em sala de aula em prol da cultura de paz. Tal conclusão

27
evidentemente faz recair uma pesada responsabilidade sobre os professores, mas
esta lhes atribui também uma dignidade profissional.

4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS.

28
Como foi citado, o estudo de campo para coleta de dados foi realizado na
escola de Ensino Infantil do município de Plácido de Castro. Nas perguntas
relacionadas à gestão, a entrevistada atua como gestora há 05 anos. Nesse período
de pandemia da COVID-19, a escola conseguiu atender a todas as demandas
recebidas. Em relação às estratégias utilizadas para promover o contato com
professores e com estudantes da escola, a gestora utiliza grupos no aplicativo
WhatsApp, publicações no Instagram e no Facebook, e encontros virtuais por meio
das plataformas Google Meet e Zoom.
Além das reuniões de organização pedagógica acontecerem semanalmente
entre a gestão e o corpo docente da instituição. Para a entrevistada, o papel da
gestão nesse momento de aulas remotas é: Saber unir mais ainda a equipe, mesmo
nesse período difícil não presencial, conciliando demandas, ouvindo opiniões e
buscando soluções para a participação dos alunos.
Dentre os maiores desafios da gestão, a entrevistada apontou a dificuldade
dos estudantes participarem efetivamente das atividades remotas. Essa é uma
questão importante que deve ser aprofundada em estudos futuros, uma vez que são
várias as razões que impedem uma parcela dos alunos a participarem com
regularidade das aulas virtuais.
Em se tratando do acompanhamento das atividades realizadas entre
professores e estudantes, a gestão tem uma preocupação em promover encontros
semanais com a coordenação, a articuladora de ensino e professores. Essas
perguntas tiveram como objetivo saber como a gestão escolar interage com
professores e estudantes a partir do momento que os encontros presenciais se
tornaram inviáveis.
Observou-se que as tecnologias da informação e da comunicação estão
sendo utilizadas como importantes ferramentas pedagógicas para que a escola
continue com as suas atividades com os estudantes. Em um mundo globalizado, em
que tecnologias e pandemia andam arriscadamente lado a lado, os gestores têm um
importante papel de pensar e executar estratégias para que as escolas continuem
com suas portas abertas, mesmo que virtualmente.
Apesar do desenvolvimento e expansão das tecnologias da informação e
comunicação percebe-se ainda que poucos têm acesso à internet e as suas
tecnologias, ocasionando desigualdades na medida em que apenas alguns são
beneficiados e outros ficam distanciados do progresso (ALMEIDA, 2009).
29
No tocante ao nível de satisfação dos alunos a respeito do seu aprendizado
em relação às atividades que estão sendo desenvolvidas pela escola e pelos
professores, os estudantes avaliaram a sua aprendizagem como regular ou até
mesmo insatisfatória. Tal fato pode ter relação com as dificuldades relatadas pelos
alunos como falta de motivação e de um local adequado para estudar, gerando uma
maior dificuldade de compreensão e assimilação dos conteúdos, além da deficiência
de explicação dos assuntos, bem como, ausência de um planejamento e
organização dos horários de estudos.
Analisando o segundo questionário, voltado para os professores,
identificamos que assim como os alunos, os professores também apresentam
dificuldades quanto ao acesso à internet (ALVES, 2020). Além de outras dificuldades
tais como, dividir o mesmo aparelho eletrônico com outras pessoas em casa, falta de
estímulo dos alunos, planejamento das aulas, que leva em média de quatro a seis
horas por dia para serem concluídas, e a falta de um ambiente adequado para
realização das atividades ou gravação das aulas. Como pode ser comprovado nos
relatos abaixo:

[...] estamos nos virando com o que temos, fazendo de nossa casa um
verdadeiro estúdio de gravações, sem o apoio necessário de equipamentos
que deveriam ser dados para o desenvolvimento das aulas dos docentes
para os discentes. Falta internet, aparelhos adequados, apoio da família e
estímulos das instituições de ensino [...]. A falta de interesse e a burocracia
de entrega, muitos planejamentos em curto tempo (Gestora entrevistada ).

Além dessas também foram citadas outras dificuldades como falta de


participação e devolutiva das atividades pelos discentes, além de impedimento em
avançar nos conteúdos em decorrência dos estudantes não compreenderemos
assuntos ministrados remotamente.
Em relação às metodologias e os recursos tecnológicos que estão sendo
utilizados, foram destacados pelos professores diversas metodologias e maneiras de
lidar com a atual situação, dentre elas, o uso de vídeo conferências, aulas
expositivas através de plataformas online, produção de vídeo aulas, disponibilizadas
no por meio de grupos do WhatsApp, tendo como principal recurso tecnológico o
celular e o notebook (CORDEIRO, 2020, p. 18)
Conforme afirmou a gestora entrevistada,

30
[...] alguns fatores acabam sendo preponderantes e que prejudicam a
formação continuada desses profissionais, dentre eles podemos destacar:
motivação necessária para conhecimentos de novos recursos de
aprendizagem, disponibilidade tempo e acesso aos locais de curso, receio
de mudanças, desconhecimento do uso adequado dessas tecnologias.
Desta forma torna-se imprescindível, que ocorra uma formação continuada,
especialmente ao gestor escolar, de forma a programar e qualificar o uso
correto e adequado das TIC’s, diante de suas necessidades específicas às
quais se destacam: ...conhecimento das implicações sociais e éticas das
tecnologias; capacidade de uso do computador e do software utilitário;
capacidade de uso das tecnologias da informação e da comunicação em
situações de ensino aprendizagem (ENTREVISTADA).

Percebe-se que, a presença no mundo atual de vastos recursos digitais e


eletrônicos faz com que a sociedade priorize interesses, e formas de aprendizagem
das pessoas encontra-se em um processo de transição na busca de uma civilização
mais harmoniosa. Segundo Porto (2006, p.17), a escola dentro desse contexto
encontra em organizar as novas aprendizagens, através de seus conteúdos
curriculares dificuldades, espaços em salas de aulas, e livros didáticos, porque ela
ainda se encontra calcada no paradigma edificado por procedimentos dedutivos e
lineares, desconhecendo o substrato tecnológico do mundo contemporâneo
(PORTO, 2017).
Pensar uma formação adequada no ato de aprender e no uso dos modernos
aparatos tecnológicos que caminhe “na direção de uma realidade que seja boa para
todos capazes de produzir e constituir laços institucionais afetivos e sociais” (NETO,
2006, p. 4), de forma que conduza à autonomia e a emancipação.
Através do argumento do autor, evidencia-se que Há que se buscar, portanto,
novas atitudes e posturas e, tanto professores quanto alunos devem se adaptar às
exigências de um mundo cada vez mais dominado pela tecnologia. O cenário atual
requer a superação do método da transmissão de conhecimentos do professor para
o aluno, além da ruptura da segmentação e do fracionamento para a busca de um
ensino mais contextualizado e, por conseguinte, mais adequado às exigências do
mundo do trabalho (TIJIBOY, 2001, p. 53).
Novo paradigma (Era Digital/da Informação): a construção do conhecimento é
coletiva entre estudantes e professores, pois os alunos são ativos, construtores,
descobridores e transformadores de conhecimento; o papel do professor é de
desenvolver os talentos dos alunos, pois vivem num contexto de aprendizagem
cooperativa e com uma infinidade de informações onde ensinar é complexo e requer
uma considerável formação.
31
Ao analisarmos estes paradigmas, percebemos uma grande mudança que há
dentro da instituição escolar quanto ao uso das tecnologias. Antes se formavam
alunos passivos, capazes apenas de reproduzir aquilo que o professor transmitia.
Com o novo paradigma, forma-se um novo perfil, a escola tendo que mudar seu
modo de pensar para atender às necessidades de seus alunos. Segundo Tajra
(2008, p. 62),

[...] é preciso que a educação pense e reconstrua o saber, remodelando


conceitos, valores e hábitos, pois sem o conhecimento teremos dificuldade
de sobrevivência, já que é a nossa atual matéria-prima. As tecnologias
podem facilitar a nossa vida, criando uma nova forma organizacional. A Era
Digital faz repensarmos sobre a educação, inovando o trabalho, assumindo
responsabilidades para sermos eficazes, transformando a educação para
criar um trabalho-aprendizado.

Como afirmou a entrevistada, [...] hoje é impossível falar em educação sem


falar que a tecnologia está inserida nela. Muitas escolas já possuem aulas de
informática não só no ensino fundamental, mas desde a educação infantil. Sabemos
que a cada dia as crianças estão aprendendo com mais facilidade as tecnologias e o
computador passa a ser uma ferramenta utilizada por elas também, tanto para lazer
(jogos, bate-papo) como para aprendizagem (pesquisas, digitações).
Assim, a dinâmica da visão moderna sobre a tecnologia trata-se de uma
ferramenta, ou um meio para o uso humano, no qual à tecnologia configura a cultura
e a sociedade. Tal dinâmica se reflete na apropriação da tecnologia nas práticas
pedagógicas. Isto se revela nos estudos que abordam a integração das tecnologias
à educação. [...] Portanto, a proposta não é simplesmente trocar o velho pelo novo,
mas sim tornar a tecnologia um recurso eficaz, dentro do ambiente escolar. Para
isso uma mudança na postura docente se torna essencial, pois a escolha de
recursos passa pelo professor e a possibilidade de torná-lo significativo também
(Entrevistada).
O próprio autor não define o que é a sexta onda, pois os avanços
tecnológicos continuam em pleno vigor. Uma coisa é certa, o uso do computador e
da internet na escola para fins educacionais é um passo importante. Para a
professora entrevistada, “uma sociedade humana não pode sobreviver se a cultura
não for transmitida de geração a geração e é a educação que garante esta
transmissão. Para tanto, a escola precisa inserir ferramentas que lhe auxilie na
formação mais reflexiva do ser humano na construção de um mundo melhor”.
32
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante dos resultados obtidos é perceptível que o atual momento em que vive
a educação, assim como em outras áreas, é desafiador diante da conjuntura atual
33
que estamos vivenciando. Nesse cenário, o desafio assumido pelos docentes e
alunos é grande, são inúmeras as problemáticas que estão sendo enfrentadas pelo
professor como o desinteresse dos alunos, falta de equipamentos e de apoio dos
pais e das instituições de ensino, dentre outros.
Atualmente a referida escola, passou a utilizar a tecnologia em benefício da
comunidade escolar. Os professores passaram a executar as tarefas pedagógicas
em tempo hábil. De acordo com o relato dos gestores da escola essa iniciativa
contribuiu para sanar as dificuldades encontradas na realização dos trabalhos
administrativos da secretaria escolar.
Sendo necessário, criatividade e o uso de diversas estratégias para que seja
possível desenvolver as suas atividades. Já para os discentes as principais
dificuldades são a ausência de internet, aparelhos tecnológicos como Notebook,
Computador, etc. No qual, na maioria das vezes, o único recurso tecnológico
acessível é o celular.
Além de outras adversidades como distração, dificuldade de compreensão e
assimilação dos conteúdos e inexistência de um ambiente adequado aos estudos,
que por sua vez influencia no rendimento acadêmico do aluno, como também a falta
de motivação e acompanhamento da família nesse processo contribuindo para
acentuar as dificuldades durante as aulas remotas.
Assim como a disponibilização de apostilas eletrônicas por meio do Google
Classroom, atividades impressas para os discentes que não possuem acesso aos
recursos tecnológicos, mapas conceituais, indicação de filmes, dentre outras
metodologias que foram citadas pelos docentes. Por fim ficou claro que, não se pode
pensar em educação de qualidade sem que as novas tecnologias estejam colocadas
lado a lado. Deseja-se que a partir dessa nova experiência a escola juntamente com
os docentes envolvidos abracem essa causa levando o alunado a interagir com esse
universo de multiplicidade que as tecnologias proporcionam.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, M. E. B. de. Gestão de tecnologias na escola: possibilidades de uma


prática democrática. 2009.
34
ALONSO, M.. Formação de Gestores Escolares: Um Campo de Pesquisa a Ser
Explorado. In: ALMEIDA, M. E. B. de & ALONSO, M. (orgs.). Tecnologias na
formação e na gestão escolar, São Paulo: Avercamp, 2007.

ALVES, L. Educação remota: entre a ilusão e a realidade. Interfaces Científicas


Educação, v. 8, n. 3, pág. 348-365, 2020.

CARNEIRO, Raquel. Informática na educação: representações sociais do


cotidiano. São Paulo: Cortez, 2002.

CORDEIRO, K. M. A. O Impacto da Pandemia na Educação: A Utilização da


Tecnologia como Ferramenta de Ensino. 2020. Disponível em:
http://oscardien.myoscar.fr/jspui/bitstream/prefix/1157/1/O%20IMPACTO%20DA%20
PANDEMIA%20NA%20EDUCA%C3%87%C3%83O%20A%20UTILIZA%C3%87%
C3%83O%20DA%20TECNOLOGIA%20COMO%20FERRAMENTA%20DE%20EN
SINO.pdf. Acesso em: 19 Ago.2021

CURY, Lucilene. Educação em tempos de ensino remoto. Disponível em:


https://jornal.usp.br/artigos/educacao-em-tempos-de-ensino-remoto- 2020/ Acesso
em 23 de abril. 2021.

FANTIN M. (2011). Mídia-educação: aspectos históricos e teórico-


metodológicos. Olhar de professor, 14(1), 27-40.

FRIGOTTO, Gaudêncio. Apresentação In: GADOTTI, Moacir; ROMÃO, José E.


Autonomia da escola: princípios e propostas: Guia da escola cidadã - Instituto
Paulo Freire. São Paulo: Cortez 2002.

GOMES, Delarim Martins. (Org) Novas visões sobre a supervisão. Cuiabá: KCM,
2005.
KENSKI, Vani Moreira. Educação e tecnologias: Um novo ritmo da informação. 8.
ed. Campinas: Papirus, 2012. p. 15-25..

LÉVY, P. Educação e cyber cultura. 1998. In: «Cyber cultura». França: Odile
Jacob. PAIVA, Vera Lúcia Menezes de Oliveira. O Uso da Tecnologia no Ensino de
Línguas Estrangeira: breve retrospectiva histórica. Disponível em: acesso em 2 ago.
2008.

35
LIBÂNEO, J. C. Educação escolar: políticas, estrutura e organização. São Paulo:
Cortez, 2012.
MARTINS, Ângela Maria. Autonomia da escola: a extensão do tema nas políticas
públicas. São Paulo: Cortez, 2002.
NETO, Ivan Rocha. Tecnologia, Educação e Trabalho. In: Revista Tecnologia e
Sociedade, Curitiba, n. 2, 1º sem. 2006.

PAPERT, Seymour. A máquina das crianças - Repensando a escola na era da


informática. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.
PARO, V. H. Gestão democrática da escola pública. São Paulo: Cortez, 2016.

PIMENTA, Selma Garrido; LIMA, Maria Socorro Lucena. Estágio e docência. 5ª


edição. São Paulo: Cortez Editora, 2004.

PORTO, Maria do Rosário Silveira. Funções Sociais na escola. Escola Brasileira:


temas e estudos. São Paulo: ATLAS/2017.
PRADO, Edna. Estágio na licenciatura em Pedagogia: gestão educacional.
Petrópolis: Vozes, 2012.

SEDUC. Portaria n.º 7651/2020. Disponível em:


http://www.educacao.al.gov.br/aviso/item/17330-portaria-seduc-n-7651-2020-
regulamenta-a-substituicao-das-aulas-presenciais. Acesso em: 13 set. 2021.

TEDESCO, Juan Carlos. O novo pacto educativo. Editora Ática, 2015.

TIJIBOY, Ana Vilma. Novas tecnologias: educação e sociedade na era da


informação. Silva, Mozart Linhares da (Org.). Belo Horizonte: Autêntica, 2001.

36

Você também pode gostar