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SENADOR GUIOMARD
2021
ANDRÉ CAMPELO DA SILVA
SENADOR GUIOMARD
2021
RESUMO
Diante dos grandes desafios educacionais brasileiros, esta pesquisa tem como tema
justamente os desafios da alfabetização de Jovens e adultos (EJA) no interior do
município de Plácido de Castro dando ênfase nas principais dificuldades enfrentadas
por aqueles que buscam aprender o mínimo possível em termos de alfabetização. O
principal objetivo é, portanto, fazer uma mostra da realidade educacional das
escolas da zona rural do Brasil que ofertam a modalidade de Educação de Jovens e
Adultos, considerando que nessas localidades é muito comum esse tipo de ensino
ser procurado devido a grande defasagem escolar na idade certa. A pesquisa
justifica-se pela necessidade de o sistema de ensino estar reforçando e apoiando
essas escolas que trabalham com essa modalidade, pois seu público alvo
geralmente são alunos que trabalham durante o dia, e/ou que não tiveram a
dificuldades de concluir o ensino regular, e que agora buscam uma formação mais
compatível com seu nível de ensino e de rotina. O trabalho teve como método de
pesquisa um estudo bibliográfico (análise documental), de alguns autores que
evidenciam as dificuldades da educação na zona rural brasileira, em especial na
modalidade EJA, quando muitos não conseguem concluir os estudos diante de
tantas dificuldades identificáveis nessas áreas, e que serão mostradas ao longo da
pesquisa.
In view of the great Brazilian educational challenges, this research has as its theme
precisely the challenges of youth and adult literacy (EJA) in the interior of the
municipality of Plácido de Castro, emphasizing the main difficulties faced by those
who seek to learn as little as possible in terms of literacy. The main objective is,
therefore, to show the educational reality of schools in rural Brazil that offer the
modality of Youth and Adult Education, considering that in these locations it is very
common for this type of education to be sought after due to the large school gap in
right age. The research is justified by the need for the education system to be
strengthening and supporting these schools that work with this modality, as its target
audience is usually students who work during the day, and/or who did not have the
difficulty of completing regular education. , and who are now seeking training that is
more compatible with their level of education and routine. The research method of
the work was a bibliographic study (document analysis), by some authors who
highlight the difficulties of education in rural Brazil, especially in the EJA modality,
when many cannot complete their studies in view of so many identifiable difficulties in
these areas, and that will be shown throughout the search.
1. INTRODUÇÃO........................................................................................................06
1.1 PROBLEMATIZAÇÃO.................................................................................. 07
1.2 JUSTIFICATIVA 07
1.3 OBJETIVOS 08
1.4 HIPÓTESE....................................................................................................08
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 09
3. METODOLOGIA. 21
REFERÊNCIAS..........................................................................................................28
ANEXOS ...................................................................................................................30
1. INTRODUÇÃO
6
1.1 PROBLEMATIZAÇÃO
1.2 JUSTIFICATIVA
7
1.3 OBJETIVOS
1.4 HIPÓTESE
8
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
12
De acordo com Mamed (2004) “problematizar a educação é perceber a
incoerência de alguns aspectos ainda vistos como verdades absolutas”. Dentre eles
é se acreditar na capacidade e responsabilidade da escola como único agente
esclarecedor de dúvidas, dificuldades e caminhos para realizações, pois se sabe
que a escolarização jamais pode ser considerada como caminho único, mas sim,
como parceiro e instrumento de uma sociedade que procura alcançar o mais alto
grau de realização desejado por um indivíduo.
Sobre isso Klein (2003, p. 61) cita que:
[...] não será certamente a escolarização sozinha que possibilitará aos
cidadãos esses níveis de clareza e entendimento. Porém, ela é um
instrumento necessário para se chegar a esse patamar de compreensão e
ação”. É preciso um olhar mais crítico e audacioso sobre esta questão, pois
acredita-se que ver a escola como única instituição capaz de transmitir
conhecimento e reproduzir trabalhadores, pode também ser considerado
como um forte agravante para o seu fracasso, visto que o insucesso de
alguns após anos de estudos vem a cada dia refletindo negativamente na
procura pela escola e na credibilidade da mesma, o que contribui ainda mais
com a divisão social e intelectual.
13
sendo o ponto de partida para se alcançar o sucesso sócio-econômico-cultural dos
indivíduos que por ela passa.
Seguindo essa linha, Gadotti (2011, p. 20), ressalta que, “os jovens e adultos
idealizam sonhos e vão em busca de realizá-los a partir de sua formação e
qualificação, acreditando veemente na sua realização profissional, social e
financeira”.
No entanto, muitas vezes são frustrados em seus objetivos. Precisamos
destacar que por outro lado, a escola não apenas reproduz a ideologia
dominante; pois o reconhecimento da mesma como formadora de cidadãos
críticos, responsáveis e capazes de progredir a partir do seu conhecimento
e da sua capacidade de desenvolver competências e habilidades é real e
notório e jamais deve ser visto como uma inverdade (GADOTTI, 2011, p.
20).
14
2.3. Os desafios para a alfabetização de jovens e adultos na zona rural no
Brasil.
15
No entanto, essa modalidade de alfabetização e formação também
apresenta seus contratempos, dificuldades e desafios a serem superados na
atualidade. Estes fatores referem-se principalmente à região, as condições
estruturais da escola, a formação acadêmica dos professores, aos conteúdos
trabalhados e a realidade social dos alunos (FERNANDES, 2005). Com isso, a
alfabetização dos jovens e adultos é vista com certo “desprezo”, se comparada às
demais modalidades de ensino.
As dificuldades da alfabetização em localidades precárias de recursos não é
um problema apenas na modalidade EJA. As escolas da zona rural brasileira em
geral são pouco assistidas pelo poder governo, e o ensino se torna muito escasso,
precário e atrasado em relação aos grandes centros urbanos do país. Sobre os
fundamentos da alfabetização, o autor Freire (2014, p. 67), cita que,
Na EJA, este conceito deve ser reforçado, pois o jovem e o adulto que
procuram esta modalidade de ensino já trazem consigo experiências de vida
e conhecimentos informais acumulados historicamente. Esta bagagem
cultural deve serem aproveitada pelo professor, uma vez que e necessário
fazer uma ponte entre o interesse de seus educandos e suas experiências
com o conhecimento cientifico, formal, para que haja uma educação que
esteja a serviço desse perfil de aluno (CADERNO SECAD 2, 2007, p. 16).
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motivos que variam desde os de ordem pessoal, como cansaço apos a jornada de
trabalho, desestimulo, alimentação deficiente, ate os que dizem respeito ao sistema
educacional, como metodologias e recursos pedagógicos inadequados.
A EJA tem uma importância muito grande na vida dos jovens e adultos, pois
aqueles que não tiveram a oportunidade de terminar seus estudos quando mais
novos, agora os mesmos tem a chance de voltar aos bancos da escola. Mesmo
sabendo que encontrarão desafios e dificuldades com o passar dos anos.
Nos dias de hoje é possível perceber a fragilidade da clientela dessa
modalidade de ensino quando se trata de discutir “os porquês e o para quê”, ou seja,
o verdadeiro objetivo de buscar ou se manter na escola. A preocupação criada por
essa realidade social que decorre em nossos dias é uma problemática pouco
discutida e, por muitos, não considerada como um problema, o que infelizmente só
vem agravar a situação (VENTURA, 2000).
Se nos basearmos na questão da busca pelo trabalho ainda na infância e,
consequentemente o abandono da escola, ou nem mesmo a procura por ela, é fácil
perceber que o problema é mais amplo e complexo do que se imagina. “O trabalho
precoce desses alunos decorre da necessidade de sobrevivência dos familiares das
classes trabalhadoras no momento social que atravessamos” (CARVALHO, 2000, p.
12).
Santos (2003, p. 29) pesquisou sobre a Educação de Jovens e Adultos e
constatou entre outras questões que,
[...] a passagem dos jovens e adultos por essa modalidade de ensino foi e é
um fator importante no processo de conquista e ampliação dos espaços de
participação social e política dos alunos da EJA. Muitas vezes, mesmo o
cotidiano doméstico e familiar passava incólume pelas transformações
desencadeadas pela decisão de voltar a estudar, pois quando esses jovens
e adultos resolvem voltar para a sala de aula, mesmo com tantas
dificuldades é porque realmente pretendem terminar seus estudos.
Sabe-se que o jovem e o adulto quando voltam para a sala de aula, são
cientes que dificuldades enfrentarão e, esse conjunto de dificuldade, decorrentes,
19
em boa parte, da especificidade do trabalho, está colocando para a escola uma
tarefa da maior envergadura. Tal cenário está a exigir de nós, educadores (as) e
gestores (as) dos sistemas de ensino, um permanente e radical repensar de nossas
representações e conceitos sobre educação, bem como de uma profunda mudança
em certas atitudes e práticas pedagógicas. Este cenário que hoje vivemos na escola
em geral, e na escola de jovens e adultos em particular, está a demonstrar, a
denunciar, a falência de um certo modelo de ensino e de escola (SOUZA, 2007).
20
reproduz a ideologia dominante; pois o reconhecimento da mesma como formadora
de cidadãos críticos, responsáveis e capazes de progredir a partir do seu
conhecimento e da sua capacidade de desenvolver competências e habilidades é
real e notório e jamais deve ser visto como uma inverdade.
21
3. METODOLOGIA
A coleta dos dados foi realizada em uma pesquisa de campo onde foram
visitada 02 escolas da zona rural do município de Plácido de Castro onde é ofertada
a modalidade EJA (I e II seguimento) entre os dias 10 de Maio a 30 de Junho de
2021. Tais visitas foram feitas com o intuito de conhecer as características das
comunidades, dos alunos e dos docentes que fazem parte destas escolas. Na
construção desse estudo optou-se por uma pesquisa de natureza qualitativa por
entender que este tipo de pesquisa ocupa-se dos aspectos da realidade que não
podem ser quantificados, centrando-se na compreensão e explicação da dinâmica
das relações sociais (CÓRDOVA, p.32, 2009).
Foi desenvolvido um roteiro de entrevistas, as perguntas foram elaboradas
de forma semiestruturadas, este tipo de pergunta “combinam perguntas fechadas e
abertas, em que o entrevistado tem a possibilidade de discorrer sobre o tema em
questão sem se prender a indagação formulada”. (MINAYO, 2012, p. 64). De acordo
com isto, as questões iam sendo colocadas aos profissionais de forma livre, à
medida que as indagações estavam sendo feitas outras perguntadas poderiam ir
sendo colocadas obedecendo o tema proposto.
No total foram entrevistados 02 profissionais (professores) e foram visitadas
02 escolas da zona rural do município. Os questionamentos realizados aos
educadores estão relacionados à sua formação profissional e expectativas de
formação continuada. As respostas estão dispostas no texto através de tabelas onde
são colocadas em evidência: formação inicial, tempo de atuação na Educação e
tempo de atuação na EJA, dificuldades em atuar na EJA, expectativas para o curso
de formação de professores.
22
4. ANÁLISE E DISCURSÃO DOS DADOS.
23
fato de que estamos abordando uma situação geográfica que muito contribui para os
dados negativos da educação no país.
Os desafios da alfabetização e educação elementar dos jovens e adultos no
Brasil ainda são imensos. Dados da UNESCO (2008-2012) em 2006 mais de 65
milhões de jovens e adultos brasileiros tinham escolaridade inferior ao ensino
fundamental, e o país possuía, ainda, 14,3 milhões de analfabetos absolutos, a
maior parte dos quais pertencentes aos grupos com idades mais avançadas. A falta
de escolas, de transporte escolar, acessibilidade e dificuldades pessoais, são os
fatores que mais influenciaram para esses dados alarmantes (BRASIL, 2012).
Nesse caso, a maior parte dos desafios encontrados na alfabetização dos
Jovens e adultos nas escolas do interior do Brasil está relacionada à distância entre
a residência do local onde vivem e a escola. Assim, os aspectos geográficos
influenciam, pois as estradas são vicinais e em muitos períodos do ano encontram-
se esburacadas, muitos alunos andam quilômetros a pé para chegar até o ponto
onde chega o transporte escolar (IBGE, 2012).
Para Leal (2005, p. 12), os jovens e adultos pouco escolarizados trazem
consigo um sentimento de inferioridade, marcas de fracasso escolar, como resultado
de reprovações, do não aprender. Afirma também que, a não-aprendizagem, em
muitos casos, decorreu de um ato de violência, porque o aluno não atendeu às
expectativas da escola. Muitos foram excluídos da escola pela evasão.
O resultado disso reflete nos índices de analfabetismo entre jovens e adultos
no Brasil, bastante elevados. Segundo estudos do IBGE (2012), na área rural 69,8%
da população adulta são analfabetos, enquanto na zona urbana essa taxa é de
apenas 10,3%. É importante ressaltar que a taxa de analfabetismo aqui considerada
não inclui os analfabetos funcionais, ou seja, aquela população com menos que as
quatro séries do ensino fundamental.
Outros fatores são apontados por Alencar (2013), e incluem as
desigualdades socioeconômicas e territoriais, a falta de escolas equipadas, e a baixa
formação dos educadores. A estrutura das escolas na zona rural é algo penoso.
Dentre as piores escolas do interior do Brasil 43,6% estão nas regiões Norte e
Nordeste, justamente onde a Educação de Jovens e adultos tem um alto índice de
defasagem, reprovação, desistência e baixo nível de aprendizagem (BRASIL, 2012).
24
Diante dos fatos, Fávero e Rivero (2009), também vem mostrar que as taxas
de analfabetismo continuam a ser bem mais elevadas nas zonas rurais do que nas
áreas urbanas, nas regiões Nordeste e Norte do que no centro-sul do país, e afetam
principalmente as populações mais pobres e os afrodescendentes. [...] A
alfabetização de jovens e adultos que estão retornando às salas de aula nessas
regiões tornam-se extremamente fragilizadas, pois muitos deles não querem apenas
aprender a ler e escrever [...].
Como vimos nas citações de Brasil (2012), a realidade estrutural das
instituições da zona rural do Brasil é um dos desafios para a que alfabetização de
jovens e adultos. A falta de investimentos e o descaso com a população do interior
colocam essas instituições entre as piores do país. Nesse mesmo cenário, estão
atuando o maior número de profissionais sem nível superior, ou seja, apenas com o
ensino médio (CADERNO SECAD 2, 2007). O documento mostra ainda que, nas
regiões Norte e Nordeste, 79% dos profissionais que trabalham com a modalidade
EJA tem apenas o Ensino Médio Completo, e 21% o Ensino Superior incompleto ou
cursando a distância.
Ao analisar a questão da alfabetização e do letramento na EJA, Fernandes
(2005) considera que, é preciso considerar o comportamento da escola no que se
refere às distinções sociais, no caso desta pesquisa, as escolas do interior. Para o
autor, a escola moderna trabalha com a língua escrita culta, e não valoriza a língua
oral espontânea ou popular. Este comportamento por parte da escola na visão de
Fernandes (2005, p. 20), torna-se um agravante para os alunos da EJA que vivem
em outra realidade diferente da sua, principalmente para alunos muitos deles
totalmente analfabetos, como ocorre nas escolas da zona rural no Brasil.
Nas palavras de Giubilei (2005, p. 19),
25
Como consequência, a educação de jovens e adultos vem se adaptando
lentamente e as dificuldades são inúmeras, seja pela carência de material de apoio,
pedagógico, seja pelas condições física e mental dos educandos, ainda pelo fato
econômico, social, e principalmente pela falta de estímulo por parte dos
administradores, da equipe pedagógica, e etc (GIUBILEI, 2005).
Apesar de tantos desafios, Pereira (2007) argumenta que, é importante para
o educador ao iniciar sua prática pedagógica, não se sinta diante de meros
expectadores, que querem aprender, mas de gente que sobrevivem em momentos e
situações de dificuldades, desânimos e acima de tudo, buscam melhoria e qualidade
de vida.
Por meio das referências bibliográficas analisadas para a composição desta
pesquisa, constatamos previamente que o processo de alfabetização na modalidade
EJA para as regiões do interior do Brasil limitam-se ao domínio de ler e de escrever,
e mesmo assim, as escolas não possuem condições de proporcionar uma
alfabetização satisfatória para boa parte dos alunos que ingressam.
Iniciamos nossa entrevista em forma de um diálogo sobre o recebimento de
material didático enviado pelo governo. A diretora relatou que recebe material
didático e ainda um benefício chamado PROAFE que se trata de um recurso por
aluno. No entanto, para que esse recurso de fato chegue às escolas é realizado um
levantamento no final do ano letivo para verificar a quantidade de alunos. A diretora
ainda explicou que o PROAFE e o PDDE tem um plano de ação, porém, a instituição
de ensino utiliza mais o recurso do PROAFE, que se trata de um recurso do
município de Serra.
Em relação ao material didático estar de acordo com a realidade campesina,
os profissionais relataram que geralmente o material recebido está condizente com a
realidade do aluno do campo. No entanto, no ano de 2017 foi enviado um projeto
específico denominado “Girassol” com duração de 3 anos e algumas turmas ainda
estão utilizando esse material. Além disso, existem outras obras enviadas pelo
Ministério da Educação (MEC) que não estão de acordo com a realidade da escola
do campo.
26
CONSIDERAÇÕES FINAIS.
27
REFERÊNCIAS
28
MAMED, Jr., Walner. Educação de jovens e adultos: discutindo uma identidade.
Guanicuns. Rev. da FECHA/FEA - Goiás, 01: 159-170, nov. 2004.
29
ANEXO I
7. Existe algum transporte cedido ou mantido pela Prefeitura de Serra para garantir a
chegada das crianças na escola?
30