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FACULDADE SUCESSO

GRADUAÇÃO EM LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA

CÁTIA RODRIGUES EGUEZ MESSIAS

PROPOSTAS PEDAGÓGICAS PARA A PREVENÇÃO DA VIOLÊNCIA NO


AMBIENTE ESCOLAR

SENADOR GUIOMARD
2021
CÁTIA RODRIGUES EGUEZ MESSIAS

PROPOSTAS PEDAGÓGICAS PARA A PREVENÇÃO DA VIOLÊNCIA NO


AMBIENTE ESCOLAR

Trabalho monográfico apresentado como requisito


final para obtenção da nota na disciplina de Trabalho
de Conclusão de Curso II do curso de Licenciatura
Plena em Pedagogia da Faculdade Sucesso.
Orientador: Prof. Especialista Marcelo da Silva
Ribeiro.

SENADOR GUIOMARD
2021

RESUMO
Infelizmente, atualmente a violência tem se tornado algo comum no cotidiano escolar
brasileiro, configurando-se como mais um dos muitos os problemas sociais do país. Esta
pesquisa aborda a temática sobre o problema da violência no ambiente escolar, e tem por
objetivos, apresentar algumas propostas metodológicas para a prevenção e erradicação de
todas as formas de violência, identificando os principais fatores que mais contribuem para
essas atitudes entre os alunos. A justificativa para a abordagem desse tema fundamenta-se nas
graves consequências causadas pela violência, prejudicando a aprendizagem e a imagem da
escola, além de criar um clima de hostilidade entre pais, alunos e professores. A problemática
vem mostrar que a violência no ambiente escolar é um problema complexo e sua resolução
requer a participação efetiva de todos os envolvidos: professores, alunos, gestores,
comunidades escolar, família e sociedade. A proposta metodológica para o desenvolvimento
da pesquisa baseia-se em estudo bibliográfico (análise documental) além de uma breve
pesquisa realizada na Escola de Ensino Infantil localizada no município de Plácido de Castro–
AC. As fontes investigadas buscam evidencias e possíveis soluções para a problemática em
questão. Dentre os autores que fundamentam a pesquisa estão: Pereira (2002), Araújo (2002),
Abramovay (2005), Fante (2005), Souza (2008), Guimarães (2009), dentre outros.

Palavras - Chaves: Violência. Escola. Consequências. Prevenção. Erradicação.

ABSTRACT
Unfortunately, violence has become commonplace in Brazilian school life today, becoming
one of the many social problems in the country. This research addresses the issue of the
problem of violence in the school environment, and aims to present some methodological
proposals for the prevention and eradication of all forms of violence, identifying the main
factors that most contribute to these attitudes among students. The justification for addressing
this theme is based on the serious consequences caused by violence, impairing the school's
learning and image, in addition to creating a climate of hostility between parents, students and
teachers. The problem shows that violence in the school environment is a complex problem
and its resolution requires the effective participation of all those involved: teachers, students,
managers, school communities, family and society. The methodological proposal for the
development of the research is based on a bibliographic study (documental analysis) in
addition to a brief research carried School located in the municipality of Plácido de Castro –
AC. The investigated sources seek evidence and possible solutions to the problem in question.
Among the authors that support the research are: Pereira (2002), Araújo (2002), Abramovay
(2005), Fante (2005), Souza (2008), Guimarães (2009), among others.

Keywords: Violence. School. Consequences. Prevention. Eradication.


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 08

1.1 PROBLEMATIZAÇÃO....................................................................................... 09

1.2 JUSTIFICATIVA 10

1.3 OBJETIVOS 11

1.3.1 Objetivo Geral 11

1.3.2 Objetivos Específicos 11

1.4 HIPÓTESE 12

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA: OS IMPACTOS DA VIOLÊNCIA NO


AMBIENTE ESCOLAR 13

2.1. Uma reflexão sobre o fenômeno da violência na escola 20

2.2. A importância da família na transmissão de valores, respeito e na prevenção da


violência 24

2.3. Fatores que contribuem para a presença da violência na escola 29

2.4. Propostas metodológicas para a prevenção e combate a violência entre as crianças......31

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 33

4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS ....................................................................... 35

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 38

6. REFERÊNCIAS..................................................................................................................39

APÊNDICES...........................................................................................................................41
1. INTRODUÇÃO

Este trabalho tem como pauta, o fenômeno da violência na escola evidenciando a


necessidade de propostas metodológicas para prevenção e combate de agressões entre alunos,
professores e demais integrantes do ambiente escolar. A temática promove um debate bastante
discursivo, considerando que a violência no ambiente escolar tem um reflexo muito grande e
negativo na sociedade.
O problema da violência escolar não é algo novo. A indisciplina na escola possui
diferentes motivos e é a maior causadora da violência, as causas estão nos problemas
familiares, inserção social ou escolar, excessiva proteção dos pais, abuso e violência
doméstica, carências sociais, influências negativas, entre outros. Nestes casos o professor
muitas vezes fica impotente a depender de cada situação. No entanto, existem outras causas
que resultam de disfunções entre alunos, professores e escola.
O objetivo principal é fazer uma reflexão sobre a violência no ambiente escolar,
procurando compreender as causas que levam a esse fenômeno e promovendo métodos de
enfretamento ao problema. Sobre os objetivos específicos, procurou-se: Entender o fator
violência enquanto fenômeno desencadeado por indivíduos dentro e fora do ambiente escolar;
Identificar as diferentes faces da violência no ambiente escolar e como esta tem se
apresentado com maior evidência; Apontar possíveis propostas metodológicas para o
problema a partir dos dados e casos identificados na escola.
A metodologia utilizada para o desenvolvimento deste trabalho dividida em duas
partes: Primeiramente foi feito um levantamento e estudo bibliográfico dos autores que
referenciam o tema, dentre os principais estão: Pereira (2002), Araújo (2002), Abramovay
(2005), Fante (2005), Souza (2008), Guimarães (2009), dentre outros aportes, os quais
mostram que, a violência é um fenômeno que se observa com frequência crescente em todos
os domínios da vida social. A segunda parte deu-se com uma pesquisa de campo em uma
escola pública de Ensino Infantil localizada no município de Plácido de Castro.
Durante a pesquisa, foi realizado um questionário com professores e a gestora da
escola questão da violência no ambiente escolar, especialmente a violência física. O referido
questionário composto por cinco questões básicas: Como a escola enfrenta o problema da
violência entre os alunos? Existe violência no Ensino Infantil? Como ela se manifesta? Qual o
perfil dos alunos que sofrem e cometem violência? Quais as principais ações metodológicas
que a escola utiliza para prevenir, identificar e erradicar a violência?

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Ao final da pesquisa foi realizada uma análise e mostra dos dados levantados, com
ênfases nas metodologias utilizadas pela escola para a prevenção e erradicação da violência
entre os alunos. O foco da pesquisa baseia-se no fato de que a violência entrou de vez no
currículo escolar dos brasileiros. Infelizmente, em vez de um saudável e democrático conflito
no campo das ideias, alunos, professores, diretores e funcionários precisam cada vez mais
conviver com agressões, ameaças e abusos.
Por isso é importante que esta pesquisa reforce a promoção de propostas
metodológicas para o combate a violência a partir do momento em que as crianças começam a
se interagir com os demais, respeitando as diferenças e buscando o diálogo e harmonia com
todos.

1.1 PROBLEMATIZAÇÃO

A problemática dessa linha de pesquisa fundamenta-se no levantamento de dados


utilizando os seguintes questionamentos.
1. Como a escola enfrenta o problema da violência entre os alunos?
2. Existe violência no Ensino Infantil?
3. Como ela se manifesta?
4. Qual o perfil dos alunos que sofrem e cometem violência?
5. Quais as principais ações metodológicas que a escola utiliza para prevenir, identificar
e erradicar a violência?

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1.2. JUSTIFICATIVA

A escola é uma instituição criada para promover a cidadania e o conhecimento, mas


tem sido um espaço propício para manifestações desordeiras e violentas, concentrando um
público em potencial para uso de drogas e agressões. É na escola que pequenas ações se
tornam graves acontecimentos, pois os excessos como as depredações, pichações, zombarias,
risos, ironias e tagarelice, tais comportamentos são comuns em um ambiente que concentra
formas diferentes de pensar, além disso, deve-se levar em conta que a formação de alunos e
os comportamentos emitidos por eles são reflexos das contribuições transmitidas pelos
familiares, comunidade e a escola quanto a valores, crenças, princípios morais e seus atos,
que por sua vez estão relacionados com a maneira de pensar, agir e compreender.
Dessa forma compreendemos que existe uma lacuna, entre o comportamento que
queríamos que os alunos tivessem e o que encontramos nas escolas. Para além dos pequenos
excessos estão o descontrole total e absoluto que resultam em uma agressão fora do controle
das instituições educacionais chegando a distúrbios emocionais e até mesmo a morte afetando
a sociedade como um todo. Os casos de alunos e professores que já foram gravemente
atingidos por outros alunos estão se tornando cada dia mais freqüente. Não se pode acreditar
que professores e alunos se sintam ameaçados em um ambiente que tem a função de
transmitir valores morais e éticos a toda sociedade.
A violência na escola está sendo preocupante, pois alunos e professores estão sofrendo
ameaças e opressões tornando-se vítimas de alunos que estão inseridos de forma equivocada
no ambiente escolar. Admitimos que a comunidade, escola, família e igreja têm falhado
frequentemente como centro de formação de individuo, a questão dos valores merece
destaque, uma vez que a maioria dos indivíduos e principalmente dos estudantes desconhece
esses valores em seu cotidiano.

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1.3. OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo Geral

Refletir sobre a violência no ambiente escolar, procurando compreender as causas que


levam a esse fenômeno e promovendo métodos de enfretamento ao problema.

1.3.2 Objetivos Específicos

 Entender o fator violência enquanto fenômeno desencadeado por indivíduos dentro e


fora do ambiente escolar;
 Identificar as diferentes faces da violência no ambiente escolar e como esta tem se
apresentado com maior evidência;
 Apontar possíveis propostas metodológicas para o problema a partir dos dados e casos
identificados na escola.

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1.4. HIPÓTESE

Sobre o tema desta pesquisa, podemos concluir que, há soluções simples como
conservar instalações equipadas e agradáveis, podem contribuir para amenizar a violência,
bem como uma equipe técnica-pedagógica que possa assistir aos alunos e a comunidade. Uma
mudança no ensino devido aos avanços tecnológicos de modo a atender as expectativas de seu
público, devido à necessidade de inserção no mercado de trabalho e as diversidades sócio-
culturais.
Outro aspecto fundamental para a hipótese desse assunto é a oferta de cursos
seminários e diversas reflexões sobre a dimensão da violência. A escola precisa passar por
uma mudança radical tanto teórica como prática. A criação de mecanismos legais e
educacionais é indispensável para desenvolver no educando, os princípios da cidadania,
podendo conviver em harmonia na sociedade. As medidas para tratarmos a violência escolar
são muitas e variam de escola para escola. Trabalhar com os alunos e a comunidade em
conjunto irá abrir novas portas para inserir o educando na sociedade.
O trabalho com as virtudes torna-se gratificante na medida em que os valores
desconhecidos pelas crianças serão acoplados as atividades desenvolvidas no âmbito escolar,
no decorrer do dia-a-dia, fazendo parte das mesmas, pois, qualquer disciplina adapta-se ao
trabalho com os valores.

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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA: OS IMPACTOS DA VIOLÊNCIA NO
AMBIENTE ESCOLAR.

Na atualidade a terminologia violência tem repercutido no meio midiático com


frequência e soado como atitude normal. O presente trabalho tem por finalidade desenvolver
uma pesquisa sobre o fenômeno da violência no cotidiano do ambiente escolar, visando
compreender como os profissionais de educação se portam diante dessa questão.
Muitas questões e causas são levantadas para a presença da violência dentro da escola.
Por que isso ocorre? As pessoas estão acostumadas ao comportamento violento ou cruel?
Acreditam que nada podem fazer para mudar as coisas? Segundo o autor Silva (2004) a
respostas é sim, pois segundo ele muitos alunos afirmam que preferem não se envolver, por se
sentirem impotentes diante da situação e, também, por medo de represálias.
Segundo o Dicionário Prático Michaelis de Língua Portuguesa, o termo violência
possui origem no latim (violentia) significando força., violência é “a ação ou efeito de
violentar, empregar força física (contra alguém ou algo) ou intimidação moral contra
(alguém), ato violento, crueldade, força”. (MICHAELIS, 2008, p. 916).
Para Souza (2008, p. 12) seja qual for a origem da agressividade, ela se manifesta
através de ações, palavras e entonação de voz. A agressão pode ser dirigida ao agente agressor
ou transferir-se a um substituto dele. Assim, uma criança frustrada em seus objetivos, uma
criança que tenha aprendido um comportamento agressivo em família, mostra-se agressiva na
escola, para com o professor ou para com os colegas.
Para melhor entender essa problemática, Souza (2008, p. 29) define violência
como sendo,

[...] Violência: golpes, ferimentos, violência sexual, roubos, crimes,


vandalismo. - incivilidades: humilhações, palavras grosseiras, falta de
respeito; - violência simbólica ou institucional: compreendida como a falta
de sentido de permanecer na escola por tantos anos; o ensino como um
desprazer, que obriga o jovem a aprender matérias e conteúdos alheios aos
seus interesses; as imposições de uma sociedade que não sabe acolher os
seus jovens no mercado de trabalho; a violência das relações de poder entre
professores e alunos. Também o é a negação da identidade e satisfação
profissional aos professores, a sua obrigação de suportar o absenteísmo e a
indiferença dos alunos.

O autor procura colocar em evidência que existem diferentes formas de violência


presentes no cotidiano das escolas, ressaltando-se, as agressões e ameaças a professores, feitas
13
por alunos, as verbais, físicas ou psicológicas, sofridas por parte de profissionais que atuam
nas escolas. O problema vem se agravando, já é possível presenciar essa realidade tanto na
escola pública quanto na particular, os acontecimentos chegaram à mídia televisiva e virou
problema nacional.
Quando o assunto é violência em um contexto geral, faz-se referência aquele
comportamento existente entre homens que envolvem formas de agressão premeditada, e por
vezes mortal, de um indivíduo ou grupo contra seus semelhantes. Definida dessa maneira,
essa violência só pode ser encontrada entre os seres humanos.
No Brasil a incidência da violência escolar tem dimensões consideravelmente
elevadas. Como mostra o autor Ramos (2008), o envolvimento dos jovens e adolescentes em
atos de violência, seja como vítima ou autor, provoca perplexidade pela brutalidade com que
ações desta natureza ocorrem. A violência não se reduz apenas ao plano físico, mas também,
psíquico, moral e sociocultural.
Odália (1985) afirma que este é um problema que perpassa por todos os grupos
sociais, principalmente na comunidade escolar, um ambiente onde há uma grande diversidade
de comportamento.

Outro fator importante que colabora para a violência no âmbito escolar é a falta de
uma formação adequada para o professor, para que este lide com as expressões de
violência na escola. As universidades não preparam o professor para atualidades, são
formados para uma escola imaginária, os problemas são apenas de aprendizagem. A
realidade extra universidade é outra: conflitos, agressões, violência, desigualdades...
Problemas que professores estão enfrentando sem saber como lidar, principalmente
quanto ao fenômeno violência (ODÁLIA, 1985. 25).

O autor procura colocar em evidência que existem diferentes formas de violência


presentes no cotidiano das escolas, ressaltando-se, as agressões e ameaças a professores, feitas
por alunos, as verbais, físicas ou psicológicas, sofridas por parte de profissionais que atuam
nas escolas. O problema vem se agravando, já é possível presenciar essa realidade tanto na
escola pública quanto na particular, os acontecimentos chegaram à mídia televisiva e virou
problema nacional.
Para Medrado (2008, p. 20), enquanto Instituição, a escola, sofre os reflexos dos
fatores de violência externos que têm gerado conflitos manifestados dentro da sala de aula,
comprometendo o aprendizado e as relações interpessoais. O autor ressalta ainda que a
violência escolar expressa aspectos epidêmicos de processos de natureza mais ampla, ainda
insuficientemente conhecidos, que requer investigação. Faz-se necessário, portanto, investigar

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a concepção do professor, peça principal nesse cenário educacional, acerca da violência, pois
muitas vezes esta pode ser percebida e compreendida como inevitável e inerente ao contexto.
A violência no ambiente escolar se manifesta de diversas formas como cita Guimarães
(2009, p. 19),

Violência: golpes, ferimentos, violência sexual, roubos, crimes, vandalismo. -


incivilidades: humilhações, palavras grosseiras, falta de respeito; - violência
simbólica ou institucional: compreendida como a falta de sentido de permanecer na
escola por tantos anos; o ensino como um desprazer, que obriga o jovem a aprender
matérias e conteúdos alheios aos seus interesses; as imposições de uma sociedade
que não sabe acolher os seus jovens no mercado de trabalho; a violência das relações
de poder entre professores e alunos. Também o é a negação da identidade e
satisfação profissional aos professores, a sua obrigação de suportar o absenteísmo e
a indiferença dos alunos.

Nesse caso, o autor defende que as famílias precisam estar atentas ao comportamento
dos filhos dentro e fora da escola, relação com professores e colegas, cumprimento das
atividades, respeito ao próximo, frequência as aulas, contado com a direção da escola e
professores, vigiar amizades, é preciso estar a par da situação. Se a família se compromete
com seu papel estará contribuindo com o bom andamento escolar do aluno (GUIMARÃES,
2009, P. 19).
Tem quem afirme que o problema da violência na escola está diretamente relacionado
à modernidade, a liberdade que o jovem tem atualmente, para sair, frequentar festas, acessar
internet e se comunicar por meio eletrônico, diferente do tempo quando a criança era criada
para obedecer, esse modelo de educação é vista em dias atuais como repressora. No entanto, o
autor Odália (1985, p. 21) afirma que, “a violência não está vinculada a modernidade que
tange a nossa sociedade, mas a partir do momento em que o homem começou a se organizar
em grupos é que ela passou a ser praticada”.
Araújo (2002, p. 20) aponta que, muitos são os fatores condutores da violência na
escola, e se ao mencionar este assunto, as divergências sociais são apresentadas como um dos
elementos responsáveis nas ações resultantes da violência no ambiente de ensino. A falta de
compreensão da forma de pensar e agir dos jovens, a ausência do diálogo entre professores e
alunos, funcionários e entre alunos são características condizentes à violência na escola.
Ainda segundo a autora, existem vários tipos de classificação em relação à violência,
mas em sua grande maioria estão ligados ao uso ou não da força física.

As violências pode ser físicas, psicológicas, verbais e sexuais. Violência física é o


ato de ferir, machucar e deixar marcas corporais. Ela geralmente vem através de

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tapas, pontapés, murros, empurrões, agressões com objetos e queimaduras. Já a
violência psicológica é a agressão emocional, caracterizada pela humilhação,
depreciação, desrespeito, discriminação, e outras punições. A violência verbal
acontece geralmente através de ofensas morais, palavrões e depreciações, já a
violência sexual é aquela em que o agressor abusa do poder que tem sobre a vitima
para obter gratificação sexual, logicamente sem o consentimento da pessoa e na sua
maioria ligada também a violência física (ARAÚJO, 2002, p. 22).

Se para as vítimas da violência escolar as consequências são as amis trágicas, os


efeitos da violência na vida do docente são também muito sérias, pois acarretam em desanimo
e medo, levando a desistência ou afastamento da profissão, devido à insegurança para
desempenhar suas atividades (ABRAMOVAY, 2005). O autor salienta que, nesta situação os
docentes atuam tensos, desestimulados, consequências resultantes da violência escolar. Esse
temor não é apenas pessoal, mas também dos alunos vítimas dos jovens e adolescentes
agressores.
Ainda segundo Abramovay (2005, p. 19), “a integridade, físicas e psíquicas dos
professores, funcionários em geral e alunos é preocupação inerente acarretando a indignação e
indagação por pessoal de segurança na instituição de ensino”. Em relação a essa
problemática, o autor sugere que,

Uma ferramenta que poderia ser utilizada pela escola seria proporcionar palestras
como forma de diálogo com funcionários, pais e alunos, sobre violência, causas e
consequências. A escola deve propiciar trabalhos de relação humana e valores na
sala de aula. As instituições envolvidas ou não com a educação escolar deverá
promover táticas, na busca de soluções da violência à escola. Esse trabalho se bem
desenvolvido, servirá para reflexão e contribuirá na tomada de consciência,
resolução ou desestimular o problema da violência à escola, que está banalizado e
comum.

Em geral, todos creem que a violência escolar, está ligada à desorganização familiar,
convivência com a violência no cotidiano, influência dos meios de comunicação e a falta de
limites. O aluno chega repleto de problemas, a escola e ou o professor não se contrapõe
estimulando e acentuando a violência entre os indivíduos participantes da instituição de
ensino.
Nas palavras de Guimarães (2009), a violência escolar na contemporaneidade está
vinculada principalmente ao uso de drogas, a formação de gangues, o porte de armas, entre
outros que fazem parte deste cenário de abuso e discriminação. O autor faz uma breve
comparação com o passado, onde o espaço escolar era visto por nossos pais, avós, tios e tias
como sendo um espaço seguro para jovens e crianças, mas com o tempo este aspecto foi

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sendo modificado e transformado, visto que o foco em relação à educação ou aos estudos
também sofreu transformação com o passar dos anos (GUIMARÃES, 2009, p. 40).
Segundo Souza (2008, p. 69),

“[...] A criança, vítima de violência, além de reproduzi-la, pode reagir através de


uma mudança brusca de comportamento. Falta de atenção, baixa auto estima,
variação de humor e agressividade são alguns sinais aos quais pais e educadores
devem estar sempre atentos”. Sinais que a criança demonstra principalmente no
ambiente familiar e escolar, pois são os dois principais locais que ela frequenta. A
agressividade para com os colegas pode assumir muitas formas. Podemos classificá-
la como exemplo claro de bullying quando ela se torna sistemática, e atinge durante
muito tempo um único aluno, geralmente aquele excluído pelo grupo.

Nesse caso, retomamos o papel da família. Como afirma Ramos (2008), se


analisarmos a violência somente pela interação que existe entre família e sujeito, a família
poderá ser considerada totalmente responsável por algumas ações de violência e de
indisciplina que os alunos cometem no interior escolar, considerando que é no âmbito familiar
que os jovens mais convivem, se relacionam e internalizam tudo de positivo e negativo, e a
escola o espaço em que os jovens exteriorizam o que internalizam em casa (2008, p. 56).
Sabemos que a escola por si só não pode resolver todos os problemas, ela precisa do
apoio da família e da consciência de que a mesma tem sua função na educação de seus filhos.
Pereira (2000), mostra que muitos pais acabam colocando seus filhos em escolas de período
integral para que estes não os atrapalhem profissionalmente, e atribuem à escola a
responsabilidade de mostrar o caminho certo a seus filhos. O mesmo autor defende que,

Tanto o professor quanto a família tem sua função sendo elas, porém, distintas.
“Família e escola não são a mesma coisa, e uma não é a continuidade natural da
outra”. O trabalho familiar diz respeito à moralização da criança essa é a função
primordial dos pais ou seus substitutos. A tarefa do professor, por sua vez, não é
moralizar a criança. O objeto do trabalho escolar é fundamentalmente o
conhecimento sistematizado, e seu objetivo, a recriação deste. O que vemos é que a
escola tem realizado uma função que não pertence a ela, a de moralização do aluno.

Em outras palavras, o autor enfatiza que o trabalho familiar diz respeito à moralização
da criança essa é a função primordial dos pais ou seus substitutos. A tarefa do professor, por
sua vez, não é moralizar a criança. O objeto do trabalho escolar é fundamentalmente o
conhecimento sistematizado, e seu objetivo, a recriação deste.
Medrado (2008, p. 59) enfatiza que, infelizmente, como saída para que a problemática da
violência tenha um fim nas escolas, os profissionais da educação acabam que eliminando os
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“maus elementos”, com regras punitivas, esta prática deve ser repensada para que ao invés de
eliminar a violência, a escola não acabe que reproduzindo-a, pois mesmo que as regras sejam
seguidas, por medo, a escola não conseguirá de seus alunos o essencial que é o respeito.
Levando em consideração a ação de alguns professores frente a violência, entendemos
que o professor também usa da violência psicológica para agredir seus alunos. Nesse caso,
Pereira (2000), recomenda que os docentes devem avaliar suas posturas dentro da sala de aula
mediante aos seus alunos, pois se os estudantes são indisciplinados ou violentos pode ser que
toda essa agressividade seja uma expressão de revolta e indignação deles por causa das
atitudes dos agentes educacionais.

[...] as ações autoritárias dos professores acabam que prejudicando o


relacionamento entre o professor e o aluno. Se o professor abusa da sua autoridade
docente, consequentemente, ele terá um retorno não desejado de seus alunos.
“Deveria haver um equilíbrio das duas partes: o aluno respeitando o professor como
autoridade em sala de aula e, o professor respeitando o aluno como humano em
processo de aprendizagem, formação de valores e construção de novos
conhecimentos (PEREIRA, 2000, p. 37).

Em relação ao argumento do autor, um dos problemas mais grave é a maneira como o


professor está sendo tratado, de forma agressiva e violenta, sem respeito e consideração. Tudo
isto acarreta várias consequências ruins que, influem na aprendizagem e formação do aluno,
sendo um fator prejudicial à aprendizagem e à cognição do aluno. Esta violência muitas vezes
começa na educação infantil e se segue até a adolescência e juventude.
Como mostra o autor Abramovay (2005) o que muitas vezes acontece é que os agentes
educacionais não sabem o que fazer com o problema de indisciplina e de violência e acabam
que criando regras punitivas e expulsam os maus elementos. O autor acrescenta dizendo que
os docentes que por causa de stress ou por mesmo puro autoritarismo agem com violência
psicológica para com os alunos, tudo isso na tentativa de solucionar o problema, que por
vezes fracassam nessas tentativas.
A questão da violência nas escolas hoje é uma temática que torna a aparecer, sendo
exposta pela mídia e através dela por seus próprios agentes no ambiente escolar. Fante (2005)
relembra que em uma época anterior, a violência na escola tinha diferentes faces: no
tratamento dos professores com o seus alunos, ou nas ruins relações entre os próprios alunos
nos estabelecimentos de ensino. Nesse aspecto, o autor cita que,

[...] outros fatos violentos em escolas envolvendo homicídios, estupros e armas


foram registrados em épocas anteriores e que hoje em dia são muitos raros, o que
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não diminui a impressão atual que temos de que mesmo assim não há limites para
nada e de que tudo pode acontecer daqui por diante no ambiente escolar, o que nos
enche de temor e contribui para o sentimento de angústia que temos em face de
realidade escolar atual e suas situações de violência em seus ambientes (FANTE,
2005, p. 96).

Nesse caso, o autir enfatiza que, ao analisarmos a violência a partir da família, da


escola e da sociedade, percebemos que estas esferas podem sim contribuir para a formação
moral do indivíduo, elas podem moldar pessoas com características agressivas e também
podem provocar nelas ações que as levarão agir de uma maneira indesejada. Se os
profissionais da educação entenderem isso, poderão buscar ações preventivas para com a
violência e também para com a indisciplina.
Para Ramos (2008, p. 43), “a violência nas escolas pode ser influenciada por alguns
aspectos como a região geográfica aonde a escola esta inserida, principalmente no que refere-
se à proximidade a favelas em que o tráfico de drogas está presente”. Outro ponto que deve
ser levado em consideração para o autor, é a fase da adolescência, em que os mesmos tornam-
se mais violentos e com comportamentos diferenciados.
No entanto, Souza (2008) mostra que, a violência na escola é aquela que se produz
dentro do espaço escolar, sem estar ligada à natureza e às atividades da instituição escolar, é o
tipo de violência que poderia acontecer em qualquer outro local. Os próprios professores e/ou
diretores já não se sentem mais seguros em trabalhar em diversas escolas, seja pela falta de
segurança, região aonde a escola está localizada, pelas gangues, entre outros.

Também outro causador importante é a influência da mídia (rádio, TV, revistas,


jornais, internet, cinema, games, etc.). Através dela há a divulgação de culturas e
ideias que contribuem significativamente para a propagação das violências. Não há
como ignorar o fato de que a mídia é uma forte formadora de opiniões e que as
ideias e concepções por ela transmitidas aos jovens interferem em seus
comportamentos em sociedade. Não que ela seja a grande vilã da história, porém
entende-se que há uma significativa necessidade de cuidar do que através dela está
sendo veiculado (SOUZA, 2008, p. 54)
.
Em relação a essa citação, o autor mostra ainda que os alunos provenientes de faixas
etárias cada vez menores, em torno de 8 a 13 anos já se encontram envolvidos em situações
de violência. As evidencias se mostram quando crianças da educação infantil já apresentam
reações violentas, percebendo-se que até a fase entendida como inocente da criança vem
sendo atingida. Silva (2004) ressalta a participação familiar neste contexto, pois, a família é
essencial no desenvolvimento de qualquer indivíduo, ela é a base para a formação da
personalidade.
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Segundo Odália (1985) nessas faixas etárias a violência entre os alunos remetem-se
geralmente a violência mais física ou psicológica, onde os próprios alunos se agridem
fisicamente e/ou verbalmente, com tapas, empurrões, apertões, xingamentos, entre outros.
Acrescenta-se a isso, a violência dos alunos para com os professores e/ou diretores remetem-
se geralmente a ameaças, muitas vezes ao patrimônio do professor e/ou diretor, como por
exemplo: depredamento do veiculo, socos, pontapés, etc, além da violência psicológica, com
xingamentos, palavrões, etc.

As experiências de violências se mostra no cotidiano escolar, são com alunos


provenientes de relações familiares disfuncionais, ou seja, onde são
frequentes atitudes agressivas, grosseiras, desrespeitosas, preconceituosas,
superprotetoras ou ausentes. Estas famílias são parte do problema da
violência na escola. Visto que a violência está presente no meio social, ela
infiltra-se nas relações familiares fazendo parte do seu cotidiano e
consequentemente do cotidiano das crianças (ODÁLIA, 1985, p. 55).

Por isso, o professor deve criar um ambiente propício ao desenvolvimento cognitivo e


afetivo de seus alunos. Mediante o contexto atual, verifica-se um grande processo conturbado,
no âmbito político, cultural, social e educacional. [...] Momentos de desencontros, desacertos,
mas que emergem sinais de vida, ou seja, esperança de mudanças sociais e educacionais, que,
ao serem destacadas observa-se à necessidade de se fazer reflexões sobre o verdadeiro
compromisso pôr parte do educador no relacionamento e aprendizado com o aluno, uma vez
que ao assumir seu papel, deve fazê-lo com responsabilidade (ABRAMOVAY, 2005).

2.1. Uma reflexão sobre o fenômeno da violência na escola

A violência nas escolas é atualmente um fenômeno real que já faz parte dos problemas
sócio-políticos do país. Trata-se de uma questão multicausal e complexa que demanda ainda
análises e estudos mais aprofundados. Medrado (2008, p. 7), argumenta que, “a miséria, o
desemprego, as desigualdades sociais, a falta de oportunidades para os jovens e a presença
insuficiente ou inadequada do Estado fazem aumentar as manifestações de violência no país”.
Entretanto, não se trata de um fenômeno circunscrito a fatores estruturais de ordem
socioeconômica.
Em razão disso, a violência deve ser entendida no âmbito cultural e psicossocial dos
indivíduos, dos grupos e da sociedade. Enquanto Instituição, a escola, sofre os reflexos dos
fatores de violência externos que têm gerado conflitos manifestados dentro da sala de aula,
comprometendo o aprendizado e as relações interpessoais.

20
Segundo Odália (2008, p.20),

[...] a violência escolar expressa aspectos epidêmicos de processos de natureza mais


ampla, ainda insuficientemente conhecidos, que requer investigação. Faz-se
necessário, portanto, investigar a concepção do professor, peça principal nesse
cenário educacional, acerca da violência, pois muitas vezes esta pode ser percebida e
compreendida como inevitável e inerente ao contexto.

A problemática da violência na escola, de certa forma, se reproduz na escola enquanto


ambiente que instrui o cidadão para a vida e para o mundo. Sobre este tema mostra que uma
das principais explicações para a indisciplina na escola é a falta de educação em casa, ou seja,
a socialização primária que se traduz em falta de aprendizagem (ODÁLIA, 2008). O
indivíduo não assimilou regras básicas de convivência social, acha que tudo é permitido.
Assim, alunos indisciplinados e mal educados atormentam professores, e estes não
apresentam condições para controlar a bagunça que se alastra na sala de aula.
De acordo com Ramos (2008), o bullying é um dos fatores de violência que gera
muitas discussões e exige de todos, conhecimento, reflexão, atitude preventivas, como forma
de desmistificar essa violência na escola. Inicialmente visto pelos jovens como uma
brincadeira, no entanto a intenção é intimidar, perseguir, provocar, apelidar, incomodar, e até
mesmo espancar aqueles que determinado indivíduo ou grupo decidem ser diferente dos
demais.
O fato gerador que desencadeia o bullying, está entre crianças e adolescentes que
apresentam qualquer características físico ou de comportamento que ao entender dos
praticantes do bullying são diferentes, a exemplo dos negros, pessoas muito gordas
ou magras, tímidas, medrosas, de classe social inferior, entre outros, não há
explicação ou justificativa para a pratica do bullying, ele surge e se instala nas
escolas, entre os grupos e é um grande problema social e educacional (RAMOS,
2008, p. 23.

Fante (2005, p. 13), enfatiza que o bullying não é um episódio esporádico ou de


brincadeiras próprias de crianças; é um fenômeno violento que se dá em todas as escolas, e
que propicia uma vida de sofrimento para uns e de conformismo para outros. São algumas
condutas impiedosas que se observa no meio escolar, na família e nos grupos da sociedade.
Um dos exemplos são as gangues que se juntam para “torturar” alguma outra pessoa.
A prevenção deve começar em casa, com a devida educação e repasse de valores
éticos e morais aos filhos, mas quando isso não é suficiente, quando não há possibilidade de
diálogo ente pais e filhos, ou até mesmo quando as famílias não são estruturadas, faltando em

21
muitos casos para crianças e jovens a presença do pai, mãe, ou ambos, cabe a escola promover
essa prevenção.
O fato da escola possuir um número considerado de alunos e um pequeno grupo que
representa uma minoria apresentar problemas de comportamento que leva ao envolvimento
com problemas disciplinares, e a violência com outros alunos e professores, não significa
dizer que a escola deve ignorar esse “pequeno número”, pois, não sendo tomada uma atitude
inibidora e curadora, o foco se alastra, e quando se percebe já contaminou muitos, sendo
muito mais difícil o controle.

A sociedade tem uma visão deturpada de que a maior incidência de violência no


ambiente escolar está na escola pública, no entanto, o bullying é praticado em
grande parte nas escolas privadas. Existem muitas crianças e adolescentes que fazem
tratamentos, terapias, para tentar se livrar dos traumas causados pelo bullying,
algumas mudam de escolas por diversas vezes na tentativa de se afastar dos
agressores (ARAÚJO, 2002, p. 21).

Algumas famílias muitas vezes não percebem o que está acontecendo com o filho, por
falta de diálogo ou interesse por seu comportamento, que se manifesta de diferentes formas,
como depressão, choro constante, queda nas notas, falta de interesse para ir a escola, doenças
constantes, agressão em casa, tudo como forma de fugir do problema que quando não
percebido se agrava ainda mais (ABRAMOVAY, 2005).
Diariamente através da mídia, notícias dos mais variados tipos de violência
vivenciados na sociedade brasileira e mesmo em âmbito internacional. Particularmente
observa-se, dentro das escolas, crianças e adolescentes cometendo infrações que se
caracterizam por agressões verbais, físicas, pichações, bullying, e furtos, sem nenhuma causa
aparente que justifique tais ações ou comportamentos (ARAÚJO, 2002). Estes tipos de
comportamentos, além de despertar o interesse em compreender o fenômeno da violência de
forma ampla, por parte das autoridades competentes, exigem também, daqueles que se
dedicam à esfera educacional, um olhar mais atento e observador, quanto aos comportamentos
estudantis, suas manifestações e consequências no cotidiano escolar.
Para o autor Barreto (1992, p. 25), “vítima da violência, a criança, além de reproduzi-
la, pode reagir através de uma mudança brusca de comportamento”. Falta de atenção, baixa
auto-estima, variação de humor e agressividade são alguns sinais aos quais pais e educadores
devem estar sempre atentos. No entanto, apesar da violência ocorrer dentro das escolas, não é
gerada pela escola em si, mas por fatores externos, como famílias desestruturadas,
narcotráfico, conflitos sociais etc (BARRETO, 1992).
22
Dessa forma, se faz necessário identificar os tipos de violência sofridos pelas crianças,
para melhor compreender seus reflexos no ambiente escolar. Como mostra Odália (2008, p.
37),
[...] Deve-se conscientizar a comunidade escolar e não-escolar sobre as formas da
violência e suas consequências na vida do indivíduo, bem como lhe oferecer
condições de análise quanto à influência dos inúmeros fatores de violência externos
que refletem no comportamento das crianças na vida escolar, fornecendo subsídios
para que os educadores identifiquem e busquem minimizar ou solucionar os
mesmos, constituindo assim, outras pretensões. O que é violência? Como se
apresenta na sociedade, sobretudo, nas escolas? Quais são os elementos causadores
dessa violência e de que forma educadores e comunidade podem contribuir para
amenizar o problema, constituem o elenco de questionamentos necessários para
realizar as propostas acima relacionadas, sendo, portanto, indispensável conhecer o
que se tem produzido e discutido sobre o tema da violência.

Diante desse quadro, é fácil perceber que, no sentido original, tem-se a violência como
um fenômeno (algo histórico), variando de acordo com os contextos sócio-culturais. Quanto à
sua forma original, o que se tem é a que se exprime pela agressão física, praticada por
indivíduo/grupo, contra indivíduo/grupo, com objetivo de causar dano, dor ou sofrimento e
até a morte. Essa violência está presente em todas as classes sociais e em todos os espaços
ocupados pelo homem.
Pereira (2000) salienta que, é um fenômeno que se apresenta como intrínseco ao ser
humano que, na luta cotidiana, gera relações de violência, tornando-se algo institucionalizado
por grupos sociais, de maneira sancionada ou tolerada. Como o próprio nome já diz, a
violência institucionalizada ocorre dentro das instituições: familiar, escolar, religiosa, de
trabalho, esportiva, dentre outras. Contudo, seja qual for o espaço em que ela se apresente,
existe um traço comum caracterizado pela imposição de algo de um grupo para outro.
De acordo com Silva e Nogueira (2012),

[...] no que se refere à violência nas instituições escolares, é possível considerar que
ela é inerente à ação pedagógica e não acontece somente dentro da instituição escolar,
funcionando como mecanismo de reprodução das condições de dominação e
subordinação de determinadas camadas, grupos ou classes. Deste modo, a escola
torna-se um local de reprodução das relações e da hierarquia social, como espaço
favorável para reproduzir valores, padrões de comportamentos e modos de se vestir,
sentir e agir, sempre de acordo com os grupos dominantes, colaborando para o
aumento da desigualdade social.

Dos muitos fatores que envolvem esta questão, possuem dois sentidos, pois se por um
lado às ações praticadas pelo aluno, no espaço escolar, ultrapassam o que se considera
socialmente aceitável, por outro lado, compreende-se que estas atitudes têm suas origens na
própria realidade vivenciada pelo indivíduo, como uma resposta, em alguns casos às muitas
23
opressões e violências vividas por ele. Silva (2004) ressalta que, de forma geral, observa-se
que as agressividades reproduzidas por alunos, podem estar relacionadas ao que eles
presenciam ou vivem dentro do convívio doméstico, familiar ou social, mesmo não sendo
comportamentos aceitáveis socialmente. O indivíduo que possui comportamentos agressivos
na escola, muitas vezes sofre ou presencia atos de violência, pois geralmente está cercado por
instrumentos e situações que remetem à violência.

2.2. A importância da família na transmissão de valores, respeito e na prevenção da


violência.

Segundo o Dicionário Aurélio Buarque (2001, p.31), a palavra família “significa


pessoas aparentadas que vivem na mesma casa, particularmente o pai, a mãe e os filhos,
pessoas do mesmo sangue, origem, ascendência”, sendo este o conceito mais tradicional
disseminado e frequente nos setores da sociedade brasileira, que serve de paradigma para
organização social, educacional e religioso.
Os pais por sua vez, são os responsáveis diretos na formação social dos seus filhos, de
modo que todas as suas atitudes são absorvidas com naturalidade por parte das crianças, já
que é no,

“convívio familiar que a criança não só aprende a resolver os conflitos, como


também a administrar as questões emocionais e os diferentes e diversos sentimentos
das relações pessoais e interpessoais, e ainda a enfrentar as adversidades que a vida
pode apresentar, pois essas redes de interações incluem fatores emocionais, sociais,
afetivos e culturais” (SOUZA, 2008, p. 57).

Fica evidente que a família é importante na prevenção da violência na vida das


crianças por ser a principal referência da criança no desenvolvimento de seu comportamento,
sendo encarregada de transmitir aos filhos as primeiras noções de ética e respeito para o
melhor convívio com o grupo.
Como afirma Barreto (1992, p. 11),

“a família, da mesma forma, contribui e muito para o enfrentamento do


problema da violência contra professores, pois é o espaço de convivência
onde também se constrói regras e cultiva-se valores como o afeto, a
responsabilidade, a justiça, a solidariedade, o respeito, a cooperação, o
trabalho, entre outros”. Para isso o autor defende que, as crianças e os
adolescentes precisam ter na família, um grupo de pessoas que se amam e se
respeitam e que essas qualidades se estendam ao conviver com seus amigos,
vizinhos, professores, etc.

24
Na visão de Araújo (2002), os pais devem ser os primeiros docentes dos filhos. A
família é, portanto, a primeira escola da vida. Com isso, as crianças jamais levariam atitudes
agressivas para escola se aprendessem em casa valores sociais. Como cita ao autor,

Os filhos deveriam aprender com os pais sobre o mundo, sobre os valores morais e
éticos, sobre a questão da violência, sobre o respeito ao ser humano e à diversidade.
Entretanto, isto requer tempo, coisa que os pais, preocupados com a crise, com as
contas e obrigações domésticas, e com a necessidade de trabalhar cada vez mais para
assim poder dar conta de suas responsabilidades essenciais, como despesas com
água, energia, alimentos, e vestuário, pouco dispõe. É importante gastar tempo com
as crianças. Contudo, a sociedade desorganizada não oferece o devido ambiente aos
pais para que possam assim proceder (ARAÚJO, 2002, p. 26).

O autor reforça através dessa citação o indispensável papel da família na sociedade é


de grande importância para que haja a redução dos índices de violência. Evidentemente, essa
não é uma medida única, mas tem grande relevância quando se trata do assunto. Percebe-se
ainda a urgente necessidade de se promover discussões a respeito do assunto, propostas estas
que vem sendo defendidas por profissionais que lidam diretamente com esses tipos de
violências: educadores, psicólogos, conselheiros tutelares, juristas, promotores, entre outros
(BARRETO, 1992).
Guimarães (2009) reforça as graves consequências da violência no ambiente escolar.
Para ele, esse problema desequilibra a ordem no ambiente de ensino, deixando em pânico
todos que fazem parte dela, em particular para quem sofre a violência, colocando em risco a
sua aprendizagem e a sua permanência na escola. Ou seja, a violência na escola gera
problema de aprendizagem e coloca em risco a permanência da criança na escola e, se a
mesma continuar, pode ter uma formação também violenta e que, por certo, vai se refletir na
vida futura.
Na avaliação de Barreto (1992, p. 94),

[...] os efeitos da violência escolar podem surgir de imediato, médio ou longo prazo
e se traduzem a primeira vista no baixo rendimento escolar e, num segundo plano, a
vítima se isola, apresenta baixa autoestima, timidez; tristeza; apresenta problemas de
sono; alteração no peso e no apetite; dificuldade de concentração; se recusar a ir à
escola, alegando ter sintomas diversos, indo desde a dor de cabeça, dor no estômago
até as doenças. No longo prazo, a vítima pode apresentar dificuldades de
relacionamento e sintomas de depressão, trazendo complicações para a sua vida
pessoal e profissional.

No entanto, o autor ressalta que, não se pode discutir a violência escolar apenas pelo
lado da vitima, tendo assim uma visão unilateral da situação, já que os agressores também
25
apresentam baixo rendimento nos estudos, já que se distanciam dos objetivos da escola, bem
como da supervalorização da violência como forma de obter poder no meio social em que
vivem.
Além de todos esses aspectos, Medrado (2008) aponta que, as situações de violência
não apenas afeta a criança, mas a própria identidade da instituição da escola, como espaço de
sociabilidade positiva, de aprendizagem e de formação de valores éticos, pautados no diálogo,
no reconhecimento da diversidade, no sentido de consolidar a civilização entre os pares. Ao
contrário, a violência repercute sobre a qualidade de ensino e na aprendizagem, afetando tanto
alunos, quanto professores.
Segundo Ramos (2008) somente através de uma proposta pedagógica, a escola vai
especificar qual é o seu objetivo e a sua visão pedagógica em relação à violência. Esta
proposta deve ser construída juntamente com a comunidade escolar, que são todos aqueles
envolvidos diretamente e indiretamente na aprendizagem dos alunos. Uma proposta
pedagógica bem construída, analisada e avaliada, poderá contribuir para a prática docente,
tornar os conteúdos significativos aos alunos e a tornar as ações preventivas da violência mais
eficazes. Além disso,

Constata-se nos dias contemporâneas, que não existe uma configuração familiar
ideal e padronizada, porque são inúmeras as combinações e formas de interação
entre os indivíduos que constituem os diferentes tipos de famílias, podendo
denominá-las como nuclear tradicional, recasadas, monoparentais, homossexuais,
dentre outras combinações. Os padrões familiares vão se transformando e se
adequando as atuais realidades e necessidades da humanidade, tornando-se difícil
distinguir as características do grupo familiar contemporâneo (BARRETO, 1992)

Isso ocorre na medida em que existem outros fatores, que de alguma forma acabam
influenciando na aprendizagem da criança, de forma negativa ou positiva, como a televisão
que está presente em todos os lares, e muitas vezes é a principal companheira da criança.
Segundo Odália (1985, p. 35) atualmente vivenciamos a falta destes valores, estamos
sujeitos à margem da crise de valores comercial de pessoas, onde a mesma vai afetar a
humanidade, que passa a viver de forma mais egoísta, cruel e violenta. Portanto, o autor
ressalta que, é necessário enfatizar a importância de bons exemplos na família, escola e
sociedade no geral; pois a transmissão de importantes valores humanos consiste na base de
um futuro mais pacífico e sustentável; valores fundamentais (respeito, gentileza,
solidariedade, cooperação, entre outros) e para a colocação dos limites indispensáveis para
encarar os desafios do desenvolvimento.

26
Pereira (2000, p. 88) aponta que, “compartilhar experiências é fundamental para a
criação de recursos de enfrentamento das situações de violências”. Segundo ao autor, essa
estratégia propicia às pessoas encontrar caminhos para sair da condição de vítima ou de
perpetrador de violência, na medida em que podem expressar suas dificuldades relacionais e
pessoais, buscando apoio e aprendendo com os demais. O compartilhamento de experiências
potencializa a mobilização de recursos institucionais e a articulação de redes de
enfrentamento à violência.
Ao fazer essa reflexão constata-se a complexidade que envolve a problemática da
Violência no Ambiente Escolar. Percebe-se que o ambiente escolar esporadicamente tem
sido alvo de violências que atingem diretamente os valores culturais da sociedade enquanto
reflexo de problemas familiares e/ou sociais, já que é nesse ambiente que as crianças passam
grande parte de seu tempo. Mediante essa problemática, Ramos (2008, p. 55), cita que,

É necessário resgatar o papel do professor enquanto educador, para que além de


garantir aos seus alunos a possibilidade de uma ascensão profissional, possam
também contribuir para torná-los pessoas críticas e conscientes de suas
responsabilidades. Acredita-se ainda ser de grande importância a percepção da
família e da escola no sentido de perceberem a ação de educar como
responsabilidade de ambos e que cruzar os braços e esperar que os resultados
venham e se conformar com tal situação é o mesmo que concordar que essas
crianças sejam apenas mais uma na imensidão, onde não são respeitadas e
valorizadas enquanto seres humanos.

Em outras palavras, as famílias precisam estar atentas ao comportamento dos filhos


dentro e fora da escola, relação com professores e colegas, cumprimento das atividades,
respeito ao próximo, frequência às aulas, contado com a direção da escola e professores,
vigiar amizades, é preciso estar a par da situação (RAMOS, 2008). Se a família se
compromete com seu papel estará contribuindo com o bom andamento escolar do aluno.
Tem quem afirme que o problema da violência na escola está diretamente relacionado
à modernidade, a liberdade que o jovem tem atualmente, para sair, freqüentar festas, acessar
internet e se comunicar por meio eletrônico, diferente do tempo quando a criança era criada
para obedecer, esse modelo de educação é vista em dias atuais como repressora.
Odália (2008, p. 12) afirma que,

[...] a violência não está vinculada a modernidade que, e que a indisciplina na escola
possui diferentes motivos e é a maior causadora da violência, as causas estão nos
problemas familiares, inserção social ou escolar, excessiva proteção dos pais, abuso
e violência doméstica, carências sociais, influências negativas, entre outros. Nestes
casos o professor muitas vezes fica impotente a depender de cada situação. No

27
entanto, existem outras causas que resultam de disfunções entre alunos, professores
e escola.

A privação afetiva que algumas crianças sofrem, prejudica a formação de sua


personalidade, de seu caráter. Segundo Silva (2004) alguns fatores como carência afetiva,
falta de cidadania e modelos positivos, podem contribuir para que crianças e adolescentes
cometam violência e se transformem em criminosos. Devido à ausência de afeto, as crianças
podem recorrer à violência como forma de chamar atenção para receber afeto.
Da mesma forma, Souza (2008) aponta que, uma criança que não é educada para
respeitar os outros, a partir das noções de valores e cidadania, busca satisfazer suas vontades
e, quando isso não acontece, ela se torna violenta, por possuir a violência como valor
principal em sua personalidade, como forma de resolver seus conflitos pessoais. Assim,
crianças e adolescentes se espelham em tipos e modelos e a sociedade atual, através da
imprensa escrita, falada e televisada, além da internet, têm mostrado muitos casos de
assassinatos, roubos, sequestros e tráficos de drogas.
Deste modo, faltam modelos humanamente adequados, ou seja, não-violentos, para
que os jovens possam segui-los como modelos positivos e dignos. A falta de afeto e de
valores está relacionada com a frequente ausência dos pais, que, em busca da sobrevivência
diária para a família, deixam seus filhos com irmãos mais velhos ou babás, o que reduz cada
vez mais o tempo de convívio familiar entre pais e filhos. Essa mudança nas relações
familiares tem várias implicações. O abandono pode decorrer tanto da necessidade de trabalho
dos pais, quanto do total despreparo por parte dos mesmos no trato com a criança, e ainda pela
inversão de valores com relação ao papel da escola.

28
2.3. Fatores que contribuem para a presença da violência na escola.

De acordo com Abramovay (2005, p. 55), conceituar violência escolar não é uma
tarefa fácil, uma vez que as pesquisas em torno da temática apresentam “relevantes mudanças
tanto no que é considerada violência como no olhar a partir do qual o tema é abordado”.
A autora acrescenta que,
[...] a caracterização de violência varia em relação a diversos aspectos, tais como:
estabelecimento de ensino, os atores envolvidos (professor, gestor, aluno),
caraterísticas demográficas (idade, sexo, condição socioeconômica, etc). A violência
doméstica, no entanto, é o principal fator para que a criança assimile e adote uma
postura agressiva contra os demais (Abramovay 2005, p. 55).

Claro que, também precisa ter na escola ações conjuntas entre escola (família e
sociedade) tendo em vista delegar as responsabilidades e saber como transformar estas
situações de violência. São muitos os fatores que influenciam para uma conduta violenta na
vida da criança. A família sendo à base da construção e transmissão de valores é sem dúvida a
principal responsável pela forma como seus filhos irão se apresentar na sociedade
(BARRETO, 1992).

Dada a situação de pobreza da grande maioria da sociedade brasileira,


historicamente caracterizada pela desigualdade social, a violência doméstica1 contra
a criança e o adolescente é tida como estrutural, sem com isso, por essa mesma
desigualdade social, ser também cultural e de delinquência. Dessa forma, as crianças
e os adolescentes encontram-se ilhados no conjunto de atos violentos que os cercam,
e que são oriundos e manifestos no contexto familiar, no comunitário e no social, ou
em todos concomitantemente (ARAÚJO, 2002, p.39)

Nesse caso, a violência que ocorre dentro do ambiente escolar, além de ser um assunto
muito comentado nos dias atuais, se apresenta como um problema social. A insegurança é
uma das consequências da ascensão da violência, que traz às pessoas uma sensação de medo e
impotência. Este fenômeno está visível cada vez mais na sociedade atual, tendo os jovens
como destaque entre os envolvidos nos atos violentos e de agressão. Ainda segundo a autora,

Ao fazer essa reflexão constata-se a complexidade que envolve a problemática da


Violência no Ambiente Escolar. Percebe-se que o ambiente escolar esporadicamente
tem sido alvo de violências que atingem diretamente os valores culturais da
sociedade enquanto reflexo de problemas familiares e/ou sociais, já que é nesse
ambiente que as crianças passam grande parte de seu tempo (SOUZA, 2008, p.28).

Para compreender a violência que ocorre nas escolas, se torna fundamental colocar em
análise o que tem sido reconhecido e nomeado como violência escolar. Diariamente, a mídia
29
através de jornais, revistas e televisão, explicitam o envolvimento de pessoas com a violência
e, igualmente isto se dá onde eles mais convivem: a escola.
Toledo (2010) argumenta que a escola por si só não pode resolver todos os problemas,
ela precisa do apoio da família e da consciência de que a mesma tem sua função na educação
de seus filhos. Para o autor, “muitos pais acabam colocando seus filhos em escolas de período
integral para que estes não os atrapalhem profissionalmente, e atribuem à escola a
responsabilidade de mostrar o caminho certo a seus filhos”.
A educação Infantil sendo esta a primeira etapa da vida escolar da criança, deve
trabalhar em pauta constante em relação à violência, pois esta, não é produzida dentro da
escola, mas fora dela (GUIMARÃES, 2009). Em outras palavras,

[...] é o convívio social e familiar que vai determinar o caráter e o perfil da criança
no relacionamento com os demais. Crianças que convivem com violência,
presenciam atos de agressões, brigas, discursões, xingamentos, e outros, tendem a
assimilar essas mesmas atitudes como forma de se defender ou mostrar autoridade e
respeito (GUIMARÃES, 2009, p. 28).

Infelizmente, assim como ocorre na sociedade, a escola também vivencia tristes casos
incessantemente de violência, tanto no seu interior e também no seu entorno. A violência se
manifesta de diversas maneiras e envolve os integrantes da escola tanto como vítimas quanto
como agressores. Como afirma Santos (2001, p. 32) “a dimensão que a violência atingiu no
ambiente escolar, que deveria ser de socialização, aprendizagem e formação do homem, põe
em risco o exercício dessas funções, pois a instituição escolar também aparece como lugar de
explosão de conflitos sociais”.
Barreto (1992) argumenta que, a criança ao nascer obtém seu primeiro contato com a
família. Neste ambiente familiar a criança se desenvolve e aprende o que é certo e o que é
errado. Por meio da mediação da família com a criança ela cria sua concepção de mundo. O
autor acrescenta ainda que, no ambiente familiar, a criança aprende a administrar e a resolver
seus conflitos, a controlar as emoções, a expressar os diferentes sentimentos que constituem
as relações interpessoais, a lidar com as diversidades da vida.
O convívio social é outro grande responsável na formação ética, social e moral da
criança. Como cita Witter (2011, p. 29),

[...] a criança ao chegar na escola traz consigo bagagens de comportamentos, ou seja,


aquilo que ela absorveu na sua relação com seu meio de convivência. “As crianças são
como esponjas. Absorvem tudo o que fazemos, tudo o que dizemos. Aprendem
conosco o tempo todo, mesmo quando não damos conta de que estamos ensinando”.

30
Se uma criança vive num ambiente em que ela está em constante exposição a
violência física e verbal, consequentemente ela vai absorver tudo de negativo a sua
volta e claro que não podemos querer que essa criança seja calma, tranquila e
amorosa”

2.4. Propostas metodológicas para a prevenção e combate a violência entre as crianças.

A violência não é algo que se pode erradicar de um dia para outro. A violência física,
a mais explicita, é normalmente punida, mas em contrapartida as violências simbólica e
institucional geralmente não o são e muitas vezes não são consideradas como tal (SILVA e
NOGUEIRA, 2008).
Em linhas gerais, o problema de combate à violência na escola começa no contato
entre escola e família. Como afirma o autor É por meio das interações familiares e sociais que
a criança desenvolve sua autoestima, constrói sua identidade e conhecimentos que irão norteá-
la na maior parte de sua vida. No meio familiar o indivíduo irá buscar energia, sustentação
para enfrentar situações difíceis de serem vivenciadas (WITTER, 2011).
Desse modo, como forma de repressão à violência, o que emerge são ações e
estratégias planejadas tendo como base os conceitos e princípios que norteiam uma gestão
escolar democrático/participativa, ou seja, um processo coletivo e totalizante, cujo requisito
principal é a participação efetiva de todos. Cabe lembrar que somente a prática cotidiana,
reiteradamente vivenciada, demonstrará o conteúdo de uma gestão dessa natureza.
É possível constatar, por meio da pesquisa bibliográfica, a grandiosa relevância da
influencia da família no desenvolvimento da aprendizagem das crianças, a família é a base da
sociedade. Portanto, as instituições família e escola constituem referenciais fundamentais para
a construção de conhecimentos e formação social da criança, sendo que nenhuma destas pode
eximir-se de suas responsabilidades para com a educação que virá refletir na formação de
novas gerações e da sociedade.
Assim, Ramos (2008, p. 46) propõe algumas metodologias as quais podem ser
importantes ferramentas para auxiliar e apoiar as ações desenvolvidas pela escola no cuidado
oferecido às crianças e suas famílias em situação de violências, dentre elas:
• Orientar os profissionais e gestores que atuam no enfrentamento da violência, no
planejamento das ações de capacitação para implementar a Linha de Cuidado e na
organização da rede de cuidado e de proteção social;

31
• Instrumentalizar a equipe para a atenção integral às crianças, adolescentes e suas famílias
em situação de violências, segundo as dimensões do cuidado;
• Apoiar o processo de implementação da Linha de Cuidado nos serviços da rede de saúde;
• Estar em constante aproximação e diálogo com os pais das crianças que apresentam
comportamentos agressivos;
• Estimular competências e habilidades das equipes da rede de cuidado e de proteção social,
segundo a estratégia da Linha de Cuidado;
• Fortalecer a participação de crianças e adolescentes nos espaços sociais, visando a
desenvolver a autonomia, a cidadania e a promoção da cultura de paz;
• Incentivar a construção de agendas intrassetoriais e intrassetoriais que possam contribuir
para a prevenção das varias formas de violência que possam surgir no ambiente escolar.
Nesse conjunto de propostas, a promoção de espaços participativos que envolvam
conjuntamente profissionais, crianças, adolescentes e suas famílias pode facilitar o
estabelecimento de vínculos de confiança com os profissionais e com os serviços. Dessa
forma, esse público tem melhores condições para revelar as circunstâncias das situações de
violências vividas, que dificilmente seriam relatadas ou identificadas pelo serviço.
Segundo Pereira (2000), “é importante que a equipe procure identificar as principais
formas de violências que acontecem na localidade e que atingem crianças e adolescentes
atendidos no serviço, bem como a percepção deles sobre esse problema”. Acrescenta ainda
que é fundamental reconhecer o modo como os casos de violência contra crianças e
adolescentes chegam às unidades de saúde, como eles são tratados pelos profissionais e se há
algum encaminhamento para a rede de cuidados e de proteção existente no território.
Conhecer as principais causas da violência nas escolas, bem como a ação pedagógica
do professor diante de tal situação pode ser uma das muitas iniciativas a ser adotadas para
combater esse mal social. Toledo (2010) reitera essa firmação ressaltando que uma
aproximação a esta temática requer como ponto de partida a certeza de que a violência não
pode ser observada como uma situação isolada. Segundo o autor [...] ela é parte de um
processo que vai além da escola ao passo que compromete uma série de fatores que se
referem ao contexto social como um todo.
‘Tratar da violência no âmbito escolar exige do pedagogo a capacidade de ir além do
que os olhos podem ver. Significa dizer, em outras palavras, que o educador precisa estar
atento às influências externas ocasionadas pelo ambiente familiar, pelos meios de
comunicação e pela própria sociedade na qual o aluno está inserido (TOLEDO, 2010).

32
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.

A presente proposta insere-se no âmbito das pesquisas educacionais, cujo foco


está no processo de prevenção e combate a violência escolar no Ensino Infantil. A
escolha do tema partiu do pressuposto de que quanto mais cedo às crianças aprenderem
a respeitar o próximo menos violência teremos na escola e na sociedade quando este
indivíduo estiver formado.
A temática desse trabalho consiste em trabalhar propostas metodológicas para
prevenção e combate a violência na escola, com ênfase para o Ensino Infantil, pois
sabemos que as crianças são passíveis de presenciarem casos de violências em todos os
ambientes, principalmente dentro do lar. Sabemos também que, os desafios são
inúmeros, uma vez que, as crianças são oriundas de famílias que convivem em
diferentes contextos sociais.
O estudo de campo (coleta dos dados) foi realizado em uma Escola de Ensino
Infantil localizada no município de Plácido de Castro - AC. A escolha desse espaço
deu-se mediante a importância e curiosidade de saber se a referida instituição sofre com
esse “mal social”, e quais são as ações promovidas pela escola no combate à violência
no seu espaço. Assim, foi escolhido como público alvo, os alunos da referida
instituição de Ensino Infantil do município, além de professores e professoras e gestor
da escola.
Os instrumentos para coleta de dados foram baseados em uma entrevista
composta por 04 perguntas direcionadas ao gestor e uma professora da escola. Este
método foi muito importante para identificar se a escola já apresenta casos de violência
entre as crianças, e como a equipe pedagógica resolve os caos de violência. É com essa
problemática que este trabalho vem trabalhar e apontar sugestões metodológicas de
enfrentamento aos casos de violência dentro da escola.
Ao final, será feito uma mostra dos dados coletados com ênfase no questionário
aplicado aos profissionais envolvidos, bem como, um breve comentário crítico baseado
nos autores que referenciam a pesquisa. Tias autores adotam uma concepção de
violência que incorpora as ideias de brutalidade, de utilização da força ou intimidação e
também noções mais relacionadas com as dimensões socioculturais, a “microviolência”
ou aquela violência que acontece no dia a dia das escolas.
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Através de pesquisas bibliográficas, o artigo enfatiza a interferência pedagógica do
professor por meio de propostas viabilizadas à construção da cidadania e do respeito ao
próximo. Também é desenvolvida uma reflexão sobre a transformação da conduta social dos
alunos no cotidiano escolar, enfocando as causas da violência no meio educacional.
Adotando um caráter exploratório a análise deste artigo volta-se ao anseio de tantos
educadores e educandos, familiares e da sociedade como um todo, no sentido de eliminar ou
minimizar a freqüência de comportamentos violentos tão presentes nas escolas. Vale ressaltar
que a escola por ser um espaço que até então deveria ser utilizado como canal de
conhecimento e prática dos direitos humanos, tem sido palco de variadas expressões de
violação à integridade física e moral, situação que muitas vezes foge do controle pedagógico
de muitos docentes por desconhecerem medidas legais de combate à situação.
Assim, é preciso que nós, graduandos em Pedagogia possamos conhecer as principais
causas da violência nas escolas para que dessa forma seja possível exercer uma postura em
sala de aula em prol da cultura de paz. “Tal conclusão evidentemente faz recair uma pesada
responsabilidade sobre os professores, mas esta lhes atribui também uma dignidade
profissional [...]” (CHARLOT, 2005 p. 132).

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4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS.

Como foi citado, o estudo de campo para coleta de dados foi realizado na escola de
Ensino Infantil do município de Plácido de Castro. O público alvo foram os alunos da
referida escola, incluindo professores, coordenadores pedagógicos e gestor. Na oportunidade
foi realizada uma breve entrevista mediante um questionário de 04 perguntas com uma
professora do Ensino Infantil e ao Gestor, os quais vão identificá-los como entrevistado A
(diretor) e entrevistada B (professora):
A primeira entrevista foi realizada com o diretor em particular, assim também com a
professora. As perguntas foram respondidas por ambos da seguinte forma:
A escola passa por esse problema de violência entre as crianças mesmo no Ensino
Infantil? Como ela se manifesta?
Nas palavras do entrevistado A (diretor) “nem mesmo no Ensino Infantil a escola está
livre”. Segundo ele, “isso vem de família, tudo depende do tipo de educação que a criança
recebe no lar ou se ela presencia casos de violência entre os membros da família”. Mas no
Ensino Infantil, “pelo menos aqui na escola casos graves de violência entre as crianças nunca
aconteceu, ocorre mais através de pequenos atritos, como empurrões, xingamento, ameaças,
ou não aceitar o colega próximo na hora da brincadeira, não querer dividir os brinquedos,
essas coisas”.
Essas também foram as palavras da professora (entrevistada B). Segundo ela, “dentro
da sala de aula agente tem o máximo de cuidado para que a violência não se propague como
uma chama. Sabemos que as crianças são de famílias diferentes, contextos sociais diferentes,
e que possuem uma educação diferente em suas famílias”. A professora acrescentou ainda
que, “a respeito de violência física desconhece que tenha ocorrido algum caso, mas é comum
que às vezes as crianças usem alguns “palavrões”, ou queiram agredir seus colegas”. Para ela,
a violência não escolhe idade, o instinto humano de ser violento é gerado na sociedade e
trazido para dentro da escola, portanto, ainda que sejam de menor gravidade sempre existe
algum tipo de violência.

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Nessa perspectiva Abramovay (2005, p. 26), ressalta que é importante observar e
vigiar o perfil das crianças, seu contexto social e familiar, como ele se manifesta
cotidianamente. Mas como abordar a repressão e o combate à violência com eficácia? para a
autora, faz-se necessária a presença marcante e eficiente do gestor educacional como
mobilizador e racionalizador de ações, visto que da sua forma de atuação como uma das peças
chave do processo educativo da escola, resultará o sucesso ou o fracasso dessa instituição e de
seus membros. Suas experiências pessoais influenciarão nas experiências e nas ações
coletivas.
Ao questionar, como a escola enfrenta o problema da violência entre os alunos?
Ambos entrevistados (A e B) disseram que, “primeiramente apura-se o caso, a origem. Em
seguida reúnem-se agressor e vítima utilizando um diálogo. Em seguida, contatasse a família
repassando o caso, sempre com apoio pedagógico e se possível solicitando auxilio de um
psicólogo a secretaria de educação. Mas segundo os entrevistados, como se trata de uma
Escola de Ensino Infantil, graças a Deus, ainda não chegou a esse ponto. A reunião com os
pais, comunidade e alunos é fundamental para orientá-los quanto às regras da escola quanto à
prevenção e erradicação de qualquer manifestação de violência, seja ela física ou verbal”.
Nesse contexto, Fante (2005) aponta que, é necessário enfatizar a importância de bons
exemplos na família, escola e sociedade no geral, pois a transmissão de valores humanos
consiste na base de um futuro mais pacífico e sustentável, valores fundamentais (respeito,
gentileza, solidariedade, cooperação, entre outros) e para a colocação dos limites
indispensáveis para encarar os desafios frente à vida secular de modo responsável ressaltando
o fator responsabilidade.
No ensino Infantil, as crianças tem os primeiros contatos com outros indivíduos de
forma mais ampla, ou seja, em grupos maiores. Por isso, a escola deve adotar uma postura
democrática e igualitária, para não demostrar qualquer forma de discriminação ou exclusão.
Ao questionar: qual o perfil dos alunos que sofrem e cometem violência e quais as
principais ações metodológicas que a escola utiliza para prevenir, identificar e erradicar a
violência, no primeiro momento o gestor (A) atribuiu aqueles alunos que sofrem violência
doméstica, ou presenciam dentro ou fora de casa. “A falta de disciplina por parte dos pais
também influenciam no comportamento das crianças, pois os que são vítimas são sempre
aquelas crianças bem educadas em seus lares, instruídas para não agredir o colega”
(Entrevistado A).
Sobre as ações metodológicas a entrevistada (B), existem aquelas praticadas e
aplicadas dentro e fora da sala. Na sala de aula uma das principais é o trabalho em grupo,
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aprender a compartilhar as coisas, dividir as tarefas, respeitar os colegas, ter boas maneiras
como aprender a pedir desculpas, pedir com licença, por favor, obrigado, etc. Em termos
gerais, a escola está sempre acompanhando o desenvolvimento das crianças, solicitando a
participação dos pais nas reuniões, realizando atividades lúdicas de interação grupal,
orientação contra o bullying, e o monitoramento quanto aos comportamentos agressivos.
Retomando a entrevistas foi questionada, qual a importância da família na formação
social dos seus filhos. Ambos os entrevistados (A e B) responderam que: “a família
desempenha importante papel no desenvolvimento dos filhos, pois, é no convívio desta, que
eles encontram todos os elementos necessários, como afetividade, confiança, motivação,
autonomia, e respeito, colocando-a na condição de alicerce para o desenvolvimento humano e
da aprendizagem, tendo em vista que é a família quem possibilita as primeiras aprendizagens
dos filhos”.
Ainda segundo a professora (entrevistada B), “a escola por si só não pode resolver
todos os problemas, ela precisa do apoio da família e da consciência de que a mesma tem sua
função na educação de seus filhos. muitos pais acabam colocando seus filhos em escolas de
período integral para que estes não os atrapalhem profissionalmente, e atribuem à escola a
responsabilidade de mostrar o caminho certo a seus filhos”.
Como afirma o autor Toledo (2010), “não é papel da escola interferir em como os pais
devem educar seus filhos; mas deve sempre questionar o que eles pensam de uma atitude de
indisciplina ou agressividade que seu filho vivenciou na escola, até mesmo para humanizar
este dinamismo no qual todos buscam uma atitude certa”.
Infelizmente, como saída para que a problemática da violência tenha um fim nas
escolas, os profissionais da educação acabam que eliminando os “maus elementos”, com
regras punitivas, esta prática deve ser repensada para que ao invés de eliminar a violência, a
escola não acabe que reproduzindo-a, pois mesmo que as regras sejam seguidas, por medo, a
escola não conseguirá de seus alunos o essencial que é o respeito (SANTOS, 2011).
Não é o caso da Escola campo desta pesquisa. Os entrevistados (Gestor e educadora)
enfatizaram que sendo ainda crianças, é o melhor momento para que se possam promover e
transformar as atitudes desse aluno em ações de respeito e cidadania. Mas é claro, sozinha a
escola não consegue. É indispensável que a família atue como carro chefe diante deste que é
um dos principais problemas enfrentados nas escolas do Brasil.

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os estudos que abordam o tema da prevenção e enfrentamento da violência em


nível escolar ressaltam sua importância, na medida em que visam a incentivar o
estabelecimento sobre suas relações democráticas, favorecer a convivência entre seus
integrantes e o respeito às diferenças.
A pesquisa evidencia a importância de programas de prevenção e enfrentamento da
violência escolar, e que ampliem busquem cada vez mais novas metodologias de combate à
violência, incorporando reflexões sobre a realidade concreta da vida das crianças e suas
famílias. Com isso, a escola pode trazer a família e a sociedade para se unirem à ela, como já
relatado neste pesquisa, através de proposta pedagógica eficazes e coerentes a problemática
apresentada.
Através da proposta pedagógica a escola vai especificar qual é o seu objetivo e a sua
visão pedagógica. Esta proposta deve ser construída juntamente com a comunidade escolar,
que são todos aqueles envolvidos diretamente e indiretamente na aprendizagem dos alunos.
Uma proposta pedagógica bem construída, analisada e avaliada, poderá contribuir para a
prática docente, tornar os conteúdos significativos aos alunos e a tornar as ações preventivas
da violência mais eficazes.
Percebemos que, é de extremamente importância que o professor tenha um relação
próxima com seu aluno, dialogando e se interessando pelo o que seu aluno pensa. Num
modelo tradicional de ensino, o professor na sala de aula ensina e dá ordens e os alunos
aprendem e obedecem.
Por fim, concluem-se que a partir deste estudo a sociedade, a família e a escola são
responsáveis pela formação dos indivíduos, essas esferas podem trabalhar juntas a fim de
contribuírem para ações preventivas da violência.

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REFERÊNCIAS

ABRAMOVAY, M (Coord.). Cotidiano das escolas: entre Violências. Brasília: UNESCO;


Observatório de Violências nas escolas; MEC, 2005.

ARAÚJO, Carla. A violência desce para a escola: suas manifestações no ambiente escolar
e a construção da identidade dos jovens. Belo Horizonte: Autêntica, 2002.

BARRETO, Vicente. Educação e Violência: reflexões preliminares. In: ZALUAR, Alba


(org.). Violência e educação. São Paulo: Cortez, 1992.

FANTE, Cleo. Fenômeno bullying: Como prevenir a violência nas escolas e educar para a
paz. Campinas: Verus, 2005.

GUIMARÃES, J. R. Violência escolar e o fenômeno ‘bullying’. A responsabilidade social


diante do comportamento agressivo entre estudantes. 2009. Disponível em:
http://www.conhecer.org.br/download/BULLYING/LEITURA%202.pdf. Acesso em: 26 jan.
2020.

MEDRADO, Hélio. Violência nas escolas. São Paulo: Minelli, 2008.

MICHAELIS, Dicionário Prático de Língua Portuguesa. São Paulo: Melhoramentos, 2008.

ODÁLIA, Nilo. O que é violência. São Paulo: Brasiliense, 1985. (Coleção Primeiros Passos,
n. 59).

PEREIRA, Luiza. Os professores como profissão de risco. Coimbra: Educare, 2000, p. 05.
Disponível em: http:/www4.fe.uc.pt/fontes/trabalhos/2008022.pdf. Acesso em: 25 Jan. 2020.

RAMOS, A. K. S. Bullying: A violência tolerada na escola. 2008. Disponível em:


http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/802-4.pdf. Acesso em: 26 Jan.
2020.

SANTOS, J. V. T. A violência na escola: conflitualidade social e ações civilizatórias.


Educação e Pesquisa. v. 27, n. 1. São Paulo: jun. 2001

SILVA, Luciano Campos da; NOGUEIRA, Maria Alice. Indisciplina ou Violência na


escola? Uma distinção possível e necessária. Alberto Oliveira Gonçalves e Sandra Pereira
Tosta (organizadores). – Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2008.
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SILVA, Pedro. N. Ética, indisciplina e violência nas escolas. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004.

SOUZA, Mirian Rodrigues de. Violência nas escolas: causas e consequências. Caderno
Discente do Instituto Superior de Educação – Ano 2, n. 2 – Aparecida de Goiânia – 2008.
Disponível em: >www.faculdadealfredonasser.edu.br/Pesquisa.aspx?Page=100003>. Acesso
em: 20 de Jan. 2020

TOLEDO, De Fábio Henrique Prado. Educação: responsabilidade da família ou da escola?


2010. Disponível em: < http://www.portaldafamilia.org/artigos/artigo866.shtml>. Acesso em:
20 jan. 2020.

WITTER, Geraldina Porto. Família e aprendizagem. Cotia, SP: Ateliê Editorial, 2011.

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APENDICE

ROTEIRO PARA ENTREVISTA COM OS (AS) EDUCADORES (AS) E GESTOR (A)


DA ESCOLA.

1. A escola passa por esse problema de violência entre as crianças mesmo no Ensino
Infantil?
2. Como a escola enfrenta o problema da violência entre os alunos?
3. Existe violência no Ensino Infantil? Como ela se manifesta?
4. Qual o perfil dos alunos que sofrem e cometem violência?
5. Quais as principais ações metodológicas que a escola utiliza para prevenir, identificar e
erradicar a violência?
6. Em sua opinião, qual a importância da família na formação social dos seus filhos?

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