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SENADOR GUIOMARD
2021
CÁTIA RODRIGUES EGUEZ MESSIAS
SENADOR GUIOMARD
2021
RESUMO
Infelizmente, atualmente a violência tem se tornado algo comum no cotidiano escolar
brasileiro, configurando-se como mais um dos muitos os problemas sociais do país. Esta
pesquisa aborda a temática sobre o problema da violência no ambiente escolar, e tem por
objetivos, apresentar algumas propostas metodológicas para a prevenção e erradicação de
todas as formas de violência, identificando os principais fatores que mais contribuem para
essas atitudes entre os alunos. A justificativa para a abordagem desse tema fundamenta-se nas
graves consequências causadas pela violência, prejudicando a aprendizagem e a imagem da
escola, além de criar um clima de hostilidade entre pais, alunos e professores. A problemática
vem mostrar que a violência no ambiente escolar é um problema complexo e sua resolução
requer a participação efetiva de todos os envolvidos: professores, alunos, gestores,
comunidades escolar, família e sociedade. A proposta metodológica para o desenvolvimento
da pesquisa baseia-se em estudo bibliográfico (análise documental) além de uma breve
pesquisa realizada na Escola de Ensino Infantil localizada no município de Plácido de Castro–
AC. As fontes investigadas buscam evidencias e possíveis soluções para a problemática em
questão. Dentre os autores que fundamentam a pesquisa estão: Pereira (2002), Araújo (2002),
Abramovay (2005), Fante (2005), Souza (2008), Guimarães (2009), dentre outros.
ABSTRACT
Unfortunately, violence has become commonplace in Brazilian school life today, becoming
one of the many social problems in the country. This research addresses the issue of the
problem of violence in the school environment, and aims to present some methodological
proposals for the prevention and eradication of all forms of violence, identifying the main
factors that most contribute to these attitudes among students. The justification for addressing
this theme is based on the serious consequences caused by violence, impairing the school's
learning and image, in addition to creating a climate of hostility between parents, students and
teachers. The problem shows that violence in the school environment is a complex problem
and its resolution requires the effective participation of all those involved: teachers, students,
managers, school communities, family and society. The methodological proposal for the
development of the research is based on a bibliographic study (documental analysis) in
addition to a brief research carried School located in the municipality of Plácido de Castro –
AC. The investigated sources seek evidence and possible solutions to the problem in question.
Among the authors that support the research are: Pereira (2002), Araújo (2002), Abramovay
(2005), Fante (2005), Souza (2008), Guimarães (2009), among others.
1. INTRODUÇÃO 08
1.1 PROBLEMATIZAÇÃO....................................................................................... 09
1.2 JUSTIFICATIVA 10
1.3 OBJETIVOS 11
1.4 HIPÓTESE 12
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 33
6. REFERÊNCIAS..................................................................................................................39
APÊNDICES...........................................................................................................................41
1. INTRODUÇÃO
8
Ao final da pesquisa foi realizada uma análise e mostra dos dados levantados, com
ênfases nas metodologias utilizadas pela escola para a prevenção e erradicação da violência
entre os alunos. O foco da pesquisa baseia-se no fato de que a violência entrou de vez no
currículo escolar dos brasileiros. Infelizmente, em vez de um saudável e democrático conflito
no campo das ideias, alunos, professores, diretores e funcionários precisam cada vez mais
conviver com agressões, ameaças e abusos.
Por isso é importante que esta pesquisa reforce a promoção de propostas
metodológicas para o combate a violência a partir do momento em que as crianças começam a
se interagir com os demais, respeitando as diferenças e buscando o diálogo e harmonia com
todos.
1.1 PROBLEMATIZAÇÃO
9
1.2. JUSTIFICATIVA
10
1.3. OBJETIVOS
11
1.4. HIPÓTESE
Sobre o tema desta pesquisa, podemos concluir que, há soluções simples como
conservar instalações equipadas e agradáveis, podem contribuir para amenizar a violência,
bem como uma equipe técnica-pedagógica que possa assistir aos alunos e a comunidade. Uma
mudança no ensino devido aos avanços tecnológicos de modo a atender as expectativas de seu
público, devido à necessidade de inserção no mercado de trabalho e as diversidades sócio-
culturais.
Outro aspecto fundamental para a hipótese desse assunto é a oferta de cursos
seminários e diversas reflexões sobre a dimensão da violência. A escola precisa passar por
uma mudança radical tanto teórica como prática. A criação de mecanismos legais e
educacionais é indispensável para desenvolver no educando, os princípios da cidadania,
podendo conviver em harmonia na sociedade. As medidas para tratarmos a violência escolar
são muitas e variam de escola para escola. Trabalhar com os alunos e a comunidade em
conjunto irá abrir novas portas para inserir o educando na sociedade.
O trabalho com as virtudes torna-se gratificante na medida em que os valores
desconhecidos pelas crianças serão acoplados as atividades desenvolvidas no âmbito escolar,
no decorrer do dia-a-dia, fazendo parte das mesmas, pois, qualquer disciplina adapta-se ao
trabalho com os valores.
12
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA: OS IMPACTOS DA VIOLÊNCIA NO
AMBIENTE ESCOLAR.
Outro fator importante que colabora para a violência no âmbito escolar é a falta de
uma formação adequada para o professor, para que este lide com as expressões de
violência na escola. As universidades não preparam o professor para atualidades, são
formados para uma escola imaginária, os problemas são apenas de aprendizagem. A
realidade extra universidade é outra: conflitos, agressões, violência, desigualdades...
Problemas que professores estão enfrentando sem saber como lidar, principalmente
quanto ao fenômeno violência (ODÁLIA, 1985. 25).
14
a concepção do professor, peça principal nesse cenário educacional, acerca da violência, pois
muitas vezes esta pode ser percebida e compreendida como inevitável e inerente ao contexto.
A violência no ambiente escolar se manifesta de diversas formas como cita Guimarães
(2009, p. 19),
Nesse caso, o autor defende que as famílias precisam estar atentas ao comportamento
dos filhos dentro e fora da escola, relação com professores e colegas, cumprimento das
atividades, respeito ao próximo, frequência as aulas, contado com a direção da escola e
professores, vigiar amizades, é preciso estar a par da situação. Se a família se compromete
com seu papel estará contribuindo com o bom andamento escolar do aluno (GUIMARÃES,
2009, P. 19).
Tem quem afirme que o problema da violência na escola está diretamente relacionado
à modernidade, a liberdade que o jovem tem atualmente, para sair, frequentar festas, acessar
internet e se comunicar por meio eletrônico, diferente do tempo quando a criança era criada
para obedecer, esse modelo de educação é vista em dias atuais como repressora. No entanto, o
autor Odália (1985, p. 21) afirma que, “a violência não está vinculada a modernidade que
tange a nossa sociedade, mas a partir do momento em que o homem começou a se organizar
em grupos é que ela passou a ser praticada”.
Araújo (2002, p. 20) aponta que, muitos são os fatores condutores da violência na
escola, e se ao mencionar este assunto, as divergências sociais são apresentadas como um dos
elementos responsáveis nas ações resultantes da violência no ambiente de ensino. A falta de
compreensão da forma de pensar e agir dos jovens, a ausência do diálogo entre professores e
alunos, funcionários e entre alunos são características condizentes à violência na escola.
Ainda segundo a autora, existem vários tipos de classificação em relação à violência,
mas em sua grande maioria estão ligados ao uso ou não da força física.
15
tapas, pontapés, murros, empurrões, agressões com objetos e queimaduras. Já a
violência psicológica é a agressão emocional, caracterizada pela humilhação,
depreciação, desrespeito, discriminação, e outras punições. A violência verbal
acontece geralmente através de ofensas morais, palavrões e depreciações, já a
violência sexual é aquela em que o agressor abusa do poder que tem sobre a vitima
para obter gratificação sexual, logicamente sem o consentimento da pessoa e na sua
maioria ligada também a violência física (ARAÚJO, 2002, p. 22).
Uma ferramenta que poderia ser utilizada pela escola seria proporcionar palestras
como forma de diálogo com funcionários, pais e alunos, sobre violência, causas e
consequências. A escola deve propiciar trabalhos de relação humana e valores na
sala de aula. As instituições envolvidas ou não com a educação escolar deverá
promover táticas, na busca de soluções da violência à escola. Esse trabalho se bem
desenvolvido, servirá para reflexão e contribuirá na tomada de consciência,
resolução ou desestimular o problema da violência à escola, que está banalizado e
comum.
Em geral, todos creem que a violência escolar, está ligada à desorganização familiar,
convivência com a violência no cotidiano, influência dos meios de comunicação e a falta de
limites. O aluno chega repleto de problemas, a escola e ou o professor não se contrapõe
estimulando e acentuando a violência entre os indivíduos participantes da instituição de
ensino.
Nas palavras de Guimarães (2009), a violência escolar na contemporaneidade está
vinculada principalmente ao uso de drogas, a formação de gangues, o porte de armas, entre
outros que fazem parte deste cenário de abuso e discriminação. O autor faz uma breve
comparação com o passado, onde o espaço escolar era visto por nossos pais, avós, tios e tias
como sendo um espaço seguro para jovens e crianças, mas com o tempo este aspecto foi
16
sendo modificado e transformado, visto que o foco em relação à educação ou aos estudos
também sofreu transformação com o passar dos anos (GUIMARÃES, 2009, p. 40).
Segundo Souza (2008, p. 69),
Tanto o professor quanto a família tem sua função sendo elas, porém, distintas.
“Família e escola não são a mesma coisa, e uma não é a continuidade natural da
outra”. O trabalho familiar diz respeito à moralização da criança essa é a função
primordial dos pais ou seus substitutos. A tarefa do professor, por sua vez, não é
moralizar a criança. O objeto do trabalho escolar é fundamentalmente o
conhecimento sistematizado, e seu objetivo, a recriação deste. O que vemos é que a
escola tem realizado uma função que não pertence a ela, a de moralização do aluno.
Em outras palavras, o autor enfatiza que o trabalho familiar diz respeito à moralização
da criança essa é a função primordial dos pais ou seus substitutos. A tarefa do professor, por
sua vez, não é moralizar a criança. O objeto do trabalho escolar é fundamentalmente o
conhecimento sistematizado, e seu objetivo, a recriação deste.
Medrado (2008, p. 59) enfatiza que, infelizmente, como saída para que a problemática da
violência tenha um fim nas escolas, os profissionais da educação acabam que eliminando os
17
“maus elementos”, com regras punitivas, esta prática deve ser repensada para que ao invés de
eliminar a violência, a escola não acabe que reproduzindo-a, pois mesmo que as regras sejam
seguidas, por medo, a escola não conseguirá de seus alunos o essencial que é o respeito.
Levando em consideração a ação de alguns professores frente a violência, entendemos
que o professor também usa da violência psicológica para agredir seus alunos. Nesse caso,
Pereira (2000), recomenda que os docentes devem avaliar suas posturas dentro da sala de aula
mediante aos seus alunos, pois se os estudantes são indisciplinados ou violentos pode ser que
toda essa agressividade seja uma expressão de revolta e indignação deles por causa das
atitudes dos agentes educacionais.
A violência nas escolas é atualmente um fenômeno real que já faz parte dos problemas
sócio-políticos do país. Trata-se de uma questão multicausal e complexa que demanda ainda
análises e estudos mais aprofundados. Medrado (2008, p. 7), argumenta que, “a miséria, o
desemprego, as desigualdades sociais, a falta de oportunidades para os jovens e a presença
insuficiente ou inadequada do Estado fazem aumentar as manifestações de violência no país”.
Entretanto, não se trata de um fenômeno circunscrito a fatores estruturais de ordem
socioeconômica.
Em razão disso, a violência deve ser entendida no âmbito cultural e psicossocial dos
indivíduos, dos grupos e da sociedade. Enquanto Instituição, a escola, sofre os reflexos dos
fatores de violência externos que têm gerado conflitos manifestados dentro da sala de aula,
comprometendo o aprendizado e as relações interpessoais.
20
Segundo Odália (2008, p.20),
21
muitos casos para crianças e jovens a presença do pai, mãe, ou ambos, cabe a escola promover
essa prevenção.
O fato da escola possuir um número considerado de alunos e um pequeno grupo que
representa uma minoria apresentar problemas de comportamento que leva ao envolvimento
com problemas disciplinares, e a violência com outros alunos e professores, não significa
dizer que a escola deve ignorar esse “pequeno número”, pois, não sendo tomada uma atitude
inibidora e curadora, o foco se alastra, e quando se percebe já contaminou muitos, sendo
muito mais difícil o controle.
Algumas famílias muitas vezes não percebem o que está acontecendo com o filho, por
falta de diálogo ou interesse por seu comportamento, que se manifesta de diferentes formas,
como depressão, choro constante, queda nas notas, falta de interesse para ir a escola, doenças
constantes, agressão em casa, tudo como forma de fugir do problema que quando não
percebido se agrava ainda mais (ABRAMOVAY, 2005).
Diariamente através da mídia, notícias dos mais variados tipos de violência
vivenciados na sociedade brasileira e mesmo em âmbito internacional. Particularmente
observa-se, dentro das escolas, crianças e adolescentes cometendo infrações que se
caracterizam por agressões verbais, físicas, pichações, bullying, e furtos, sem nenhuma causa
aparente que justifique tais ações ou comportamentos (ARAÚJO, 2002). Estes tipos de
comportamentos, além de despertar o interesse em compreender o fenômeno da violência de
forma ampla, por parte das autoridades competentes, exigem também, daqueles que se
dedicam à esfera educacional, um olhar mais atento e observador, quanto aos comportamentos
estudantis, suas manifestações e consequências no cotidiano escolar.
Para o autor Barreto (1992, p. 25), “vítima da violência, a criança, além de reproduzi-
la, pode reagir através de uma mudança brusca de comportamento”. Falta de atenção, baixa
auto-estima, variação de humor e agressividade são alguns sinais aos quais pais e educadores
devem estar sempre atentos. No entanto, apesar da violência ocorrer dentro das escolas, não é
gerada pela escola em si, mas por fatores externos, como famílias desestruturadas,
narcotráfico, conflitos sociais etc (BARRETO, 1992).
22
Dessa forma, se faz necessário identificar os tipos de violência sofridos pelas crianças,
para melhor compreender seus reflexos no ambiente escolar. Como mostra Odália (2008, p.
37),
[...] Deve-se conscientizar a comunidade escolar e não-escolar sobre as formas da
violência e suas consequências na vida do indivíduo, bem como lhe oferecer
condições de análise quanto à influência dos inúmeros fatores de violência externos
que refletem no comportamento das crianças na vida escolar, fornecendo subsídios
para que os educadores identifiquem e busquem minimizar ou solucionar os
mesmos, constituindo assim, outras pretensões. O que é violência? Como se
apresenta na sociedade, sobretudo, nas escolas? Quais são os elementos causadores
dessa violência e de que forma educadores e comunidade podem contribuir para
amenizar o problema, constituem o elenco de questionamentos necessários para
realizar as propostas acima relacionadas, sendo, portanto, indispensável conhecer o
que se tem produzido e discutido sobre o tema da violência.
Diante desse quadro, é fácil perceber que, no sentido original, tem-se a violência como
um fenômeno (algo histórico), variando de acordo com os contextos sócio-culturais. Quanto à
sua forma original, o que se tem é a que se exprime pela agressão física, praticada por
indivíduo/grupo, contra indivíduo/grupo, com objetivo de causar dano, dor ou sofrimento e
até a morte. Essa violência está presente em todas as classes sociais e em todos os espaços
ocupados pelo homem.
Pereira (2000) salienta que, é um fenômeno que se apresenta como intrínseco ao ser
humano que, na luta cotidiana, gera relações de violência, tornando-se algo institucionalizado
por grupos sociais, de maneira sancionada ou tolerada. Como o próprio nome já diz, a
violência institucionalizada ocorre dentro das instituições: familiar, escolar, religiosa, de
trabalho, esportiva, dentre outras. Contudo, seja qual for o espaço em que ela se apresente,
existe um traço comum caracterizado pela imposição de algo de um grupo para outro.
De acordo com Silva e Nogueira (2012),
[...] no que se refere à violência nas instituições escolares, é possível considerar que
ela é inerente à ação pedagógica e não acontece somente dentro da instituição escolar,
funcionando como mecanismo de reprodução das condições de dominação e
subordinação de determinadas camadas, grupos ou classes. Deste modo, a escola
torna-se um local de reprodução das relações e da hierarquia social, como espaço
favorável para reproduzir valores, padrões de comportamentos e modos de se vestir,
sentir e agir, sempre de acordo com os grupos dominantes, colaborando para o
aumento da desigualdade social.
Dos muitos fatores que envolvem esta questão, possuem dois sentidos, pois se por um
lado às ações praticadas pelo aluno, no espaço escolar, ultrapassam o que se considera
socialmente aceitável, por outro lado, compreende-se que estas atitudes têm suas origens na
própria realidade vivenciada pelo indivíduo, como uma resposta, em alguns casos às muitas
23
opressões e violências vividas por ele. Silva (2004) ressalta que, de forma geral, observa-se
que as agressividades reproduzidas por alunos, podem estar relacionadas ao que eles
presenciam ou vivem dentro do convívio doméstico, familiar ou social, mesmo não sendo
comportamentos aceitáveis socialmente. O indivíduo que possui comportamentos agressivos
na escola, muitas vezes sofre ou presencia atos de violência, pois geralmente está cercado por
instrumentos e situações que remetem à violência.
24
Na visão de Araújo (2002), os pais devem ser os primeiros docentes dos filhos. A
família é, portanto, a primeira escola da vida. Com isso, as crianças jamais levariam atitudes
agressivas para escola se aprendessem em casa valores sociais. Como cita ao autor,
Os filhos deveriam aprender com os pais sobre o mundo, sobre os valores morais e
éticos, sobre a questão da violência, sobre o respeito ao ser humano e à diversidade.
Entretanto, isto requer tempo, coisa que os pais, preocupados com a crise, com as
contas e obrigações domésticas, e com a necessidade de trabalhar cada vez mais para
assim poder dar conta de suas responsabilidades essenciais, como despesas com
água, energia, alimentos, e vestuário, pouco dispõe. É importante gastar tempo com
as crianças. Contudo, a sociedade desorganizada não oferece o devido ambiente aos
pais para que possam assim proceder (ARAÚJO, 2002, p. 26).
[...] os efeitos da violência escolar podem surgir de imediato, médio ou longo prazo
e se traduzem a primeira vista no baixo rendimento escolar e, num segundo plano, a
vítima se isola, apresenta baixa autoestima, timidez; tristeza; apresenta problemas de
sono; alteração no peso e no apetite; dificuldade de concentração; se recusar a ir à
escola, alegando ter sintomas diversos, indo desde a dor de cabeça, dor no estômago
até as doenças. No longo prazo, a vítima pode apresentar dificuldades de
relacionamento e sintomas de depressão, trazendo complicações para a sua vida
pessoal e profissional.
No entanto, o autor ressalta que, não se pode discutir a violência escolar apenas pelo
lado da vitima, tendo assim uma visão unilateral da situação, já que os agressores também
25
apresentam baixo rendimento nos estudos, já que se distanciam dos objetivos da escola, bem
como da supervalorização da violência como forma de obter poder no meio social em que
vivem.
Além de todos esses aspectos, Medrado (2008) aponta que, as situações de violência
não apenas afeta a criança, mas a própria identidade da instituição da escola, como espaço de
sociabilidade positiva, de aprendizagem e de formação de valores éticos, pautados no diálogo,
no reconhecimento da diversidade, no sentido de consolidar a civilização entre os pares. Ao
contrário, a violência repercute sobre a qualidade de ensino e na aprendizagem, afetando tanto
alunos, quanto professores.
Segundo Ramos (2008) somente através de uma proposta pedagógica, a escola vai
especificar qual é o seu objetivo e a sua visão pedagógica em relação à violência. Esta
proposta deve ser construída juntamente com a comunidade escolar, que são todos aqueles
envolvidos diretamente e indiretamente na aprendizagem dos alunos. Uma proposta
pedagógica bem construída, analisada e avaliada, poderá contribuir para a prática docente,
tornar os conteúdos significativos aos alunos e a tornar as ações preventivas da violência mais
eficazes. Além disso,
Constata-se nos dias contemporâneas, que não existe uma configuração familiar
ideal e padronizada, porque são inúmeras as combinações e formas de interação
entre os indivíduos que constituem os diferentes tipos de famílias, podendo
denominá-las como nuclear tradicional, recasadas, monoparentais, homossexuais,
dentre outras combinações. Os padrões familiares vão se transformando e se
adequando as atuais realidades e necessidades da humanidade, tornando-se difícil
distinguir as características do grupo familiar contemporâneo (BARRETO, 1992)
Isso ocorre na medida em que existem outros fatores, que de alguma forma acabam
influenciando na aprendizagem da criança, de forma negativa ou positiva, como a televisão
que está presente em todos os lares, e muitas vezes é a principal companheira da criança.
Segundo Odália (1985, p. 35) atualmente vivenciamos a falta destes valores, estamos
sujeitos à margem da crise de valores comercial de pessoas, onde a mesma vai afetar a
humanidade, que passa a viver de forma mais egoísta, cruel e violenta. Portanto, o autor
ressalta que, é necessário enfatizar a importância de bons exemplos na família, escola e
sociedade no geral; pois a transmissão de importantes valores humanos consiste na base de
um futuro mais pacífico e sustentável; valores fundamentais (respeito, gentileza,
solidariedade, cooperação, entre outros) e para a colocação dos limites indispensáveis para
encarar os desafios do desenvolvimento.
26
Pereira (2000, p. 88) aponta que, “compartilhar experiências é fundamental para a
criação de recursos de enfrentamento das situações de violências”. Segundo ao autor, essa
estratégia propicia às pessoas encontrar caminhos para sair da condição de vítima ou de
perpetrador de violência, na medida em que podem expressar suas dificuldades relacionais e
pessoais, buscando apoio e aprendendo com os demais. O compartilhamento de experiências
potencializa a mobilização de recursos institucionais e a articulação de redes de
enfrentamento à violência.
Ao fazer essa reflexão constata-se a complexidade que envolve a problemática da
Violência no Ambiente Escolar. Percebe-se que o ambiente escolar esporadicamente tem
sido alvo de violências que atingem diretamente os valores culturais da sociedade enquanto
reflexo de problemas familiares e/ou sociais, já que é nesse ambiente que as crianças passam
grande parte de seu tempo. Mediante essa problemática, Ramos (2008, p. 55), cita que,
[...] a violência não está vinculada a modernidade que, e que a indisciplina na escola
possui diferentes motivos e é a maior causadora da violência, as causas estão nos
problemas familiares, inserção social ou escolar, excessiva proteção dos pais, abuso
e violência doméstica, carências sociais, influências negativas, entre outros. Nestes
casos o professor muitas vezes fica impotente a depender de cada situação. No
27
entanto, existem outras causas que resultam de disfunções entre alunos, professores
e escola.
28
2.3. Fatores que contribuem para a presença da violência na escola.
De acordo com Abramovay (2005, p. 55), conceituar violência escolar não é uma
tarefa fácil, uma vez que as pesquisas em torno da temática apresentam “relevantes mudanças
tanto no que é considerada violência como no olhar a partir do qual o tema é abordado”.
A autora acrescenta que,
[...] a caracterização de violência varia em relação a diversos aspectos, tais como:
estabelecimento de ensino, os atores envolvidos (professor, gestor, aluno),
caraterísticas demográficas (idade, sexo, condição socioeconômica, etc). A violência
doméstica, no entanto, é o principal fator para que a criança assimile e adote uma
postura agressiva contra os demais (Abramovay 2005, p. 55).
Claro que, também precisa ter na escola ações conjuntas entre escola (família e
sociedade) tendo em vista delegar as responsabilidades e saber como transformar estas
situações de violência. São muitos os fatores que influenciam para uma conduta violenta na
vida da criança. A família sendo à base da construção e transmissão de valores é sem dúvida a
principal responsável pela forma como seus filhos irão se apresentar na sociedade
(BARRETO, 1992).
Nesse caso, a violência que ocorre dentro do ambiente escolar, além de ser um assunto
muito comentado nos dias atuais, se apresenta como um problema social. A insegurança é
uma das consequências da ascensão da violência, que traz às pessoas uma sensação de medo e
impotência. Este fenômeno está visível cada vez mais na sociedade atual, tendo os jovens
como destaque entre os envolvidos nos atos violentos e de agressão. Ainda segundo a autora,
Para compreender a violência que ocorre nas escolas, se torna fundamental colocar em
análise o que tem sido reconhecido e nomeado como violência escolar. Diariamente, a mídia
29
através de jornais, revistas e televisão, explicitam o envolvimento de pessoas com a violência
e, igualmente isto se dá onde eles mais convivem: a escola.
Toledo (2010) argumenta que a escola por si só não pode resolver todos os problemas,
ela precisa do apoio da família e da consciência de que a mesma tem sua função na educação
de seus filhos. Para o autor, “muitos pais acabam colocando seus filhos em escolas de período
integral para que estes não os atrapalhem profissionalmente, e atribuem à escola a
responsabilidade de mostrar o caminho certo a seus filhos”.
A educação Infantil sendo esta a primeira etapa da vida escolar da criança, deve
trabalhar em pauta constante em relação à violência, pois esta, não é produzida dentro da
escola, mas fora dela (GUIMARÃES, 2009). Em outras palavras,
[...] é o convívio social e familiar que vai determinar o caráter e o perfil da criança
no relacionamento com os demais. Crianças que convivem com violência,
presenciam atos de agressões, brigas, discursões, xingamentos, e outros, tendem a
assimilar essas mesmas atitudes como forma de se defender ou mostrar autoridade e
respeito (GUIMARÃES, 2009, p. 28).
Infelizmente, assim como ocorre na sociedade, a escola também vivencia tristes casos
incessantemente de violência, tanto no seu interior e também no seu entorno. A violência se
manifesta de diversas maneiras e envolve os integrantes da escola tanto como vítimas quanto
como agressores. Como afirma Santos (2001, p. 32) “a dimensão que a violência atingiu no
ambiente escolar, que deveria ser de socialização, aprendizagem e formação do homem, põe
em risco o exercício dessas funções, pois a instituição escolar também aparece como lugar de
explosão de conflitos sociais”.
Barreto (1992) argumenta que, a criança ao nascer obtém seu primeiro contato com a
família. Neste ambiente familiar a criança se desenvolve e aprende o que é certo e o que é
errado. Por meio da mediação da família com a criança ela cria sua concepção de mundo. O
autor acrescenta ainda que, no ambiente familiar, a criança aprende a administrar e a resolver
seus conflitos, a controlar as emoções, a expressar os diferentes sentimentos que constituem
as relações interpessoais, a lidar com as diversidades da vida.
O convívio social é outro grande responsável na formação ética, social e moral da
criança. Como cita Witter (2011, p. 29),
30
Se uma criança vive num ambiente em que ela está em constante exposição a
violência física e verbal, consequentemente ela vai absorver tudo de negativo a sua
volta e claro que não podemos querer que essa criança seja calma, tranquila e
amorosa”
A violência não é algo que se pode erradicar de um dia para outro. A violência física,
a mais explicita, é normalmente punida, mas em contrapartida as violências simbólica e
institucional geralmente não o são e muitas vezes não são consideradas como tal (SILVA e
NOGUEIRA, 2008).
Em linhas gerais, o problema de combate à violência na escola começa no contato
entre escola e família. Como afirma o autor É por meio das interações familiares e sociais que
a criança desenvolve sua autoestima, constrói sua identidade e conhecimentos que irão norteá-
la na maior parte de sua vida. No meio familiar o indivíduo irá buscar energia, sustentação
para enfrentar situações difíceis de serem vivenciadas (WITTER, 2011).
Desse modo, como forma de repressão à violência, o que emerge são ações e
estratégias planejadas tendo como base os conceitos e princípios que norteiam uma gestão
escolar democrático/participativa, ou seja, um processo coletivo e totalizante, cujo requisito
principal é a participação efetiva de todos. Cabe lembrar que somente a prática cotidiana,
reiteradamente vivenciada, demonstrará o conteúdo de uma gestão dessa natureza.
É possível constatar, por meio da pesquisa bibliográfica, a grandiosa relevância da
influencia da família no desenvolvimento da aprendizagem das crianças, a família é a base da
sociedade. Portanto, as instituições família e escola constituem referenciais fundamentais para
a construção de conhecimentos e formação social da criança, sendo que nenhuma destas pode
eximir-se de suas responsabilidades para com a educação que virá refletir na formação de
novas gerações e da sociedade.
Assim, Ramos (2008, p. 46) propõe algumas metodologias as quais podem ser
importantes ferramentas para auxiliar e apoiar as ações desenvolvidas pela escola no cuidado
oferecido às crianças e suas famílias em situação de violências, dentre elas:
• Orientar os profissionais e gestores que atuam no enfrentamento da violência, no
planejamento das ações de capacitação para implementar a Linha de Cuidado e na
organização da rede de cuidado e de proteção social;
31
• Instrumentalizar a equipe para a atenção integral às crianças, adolescentes e suas famílias
em situação de violências, segundo as dimensões do cuidado;
• Apoiar o processo de implementação da Linha de Cuidado nos serviços da rede de saúde;
• Estar em constante aproximação e diálogo com os pais das crianças que apresentam
comportamentos agressivos;
• Estimular competências e habilidades das equipes da rede de cuidado e de proteção social,
segundo a estratégia da Linha de Cuidado;
• Fortalecer a participação de crianças e adolescentes nos espaços sociais, visando a
desenvolver a autonomia, a cidadania e a promoção da cultura de paz;
• Incentivar a construção de agendas intrassetoriais e intrassetoriais que possam contribuir
para a prevenção das varias formas de violência que possam surgir no ambiente escolar.
Nesse conjunto de propostas, a promoção de espaços participativos que envolvam
conjuntamente profissionais, crianças, adolescentes e suas famílias pode facilitar o
estabelecimento de vínculos de confiança com os profissionais e com os serviços. Dessa
forma, esse público tem melhores condições para revelar as circunstâncias das situações de
violências vividas, que dificilmente seriam relatadas ou identificadas pelo serviço.
Segundo Pereira (2000), “é importante que a equipe procure identificar as principais
formas de violências que acontecem na localidade e que atingem crianças e adolescentes
atendidos no serviço, bem como a percepção deles sobre esse problema”. Acrescenta ainda
que é fundamental reconhecer o modo como os casos de violência contra crianças e
adolescentes chegam às unidades de saúde, como eles são tratados pelos profissionais e se há
algum encaminhamento para a rede de cuidados e de proteção existente no território.
Conhecer as principais causas da violência nas escolas, bem como a ação pedagógica
do professor diante de tal situação pode ser uma das muitas iniciativas a ser adotadas para
combater esse mal social. Toledo (2010) reitera essa firmação ressaltando que uma
aproximação a esta temática requer como ponto de partida a certeza de que a violência não
pode ser observada como uma situação isolada. Segundo o autor [...] ela é parte de um
processo que vai além da escola ao passo que compromete uma série de fatores que se
referem ao contexto social como um todo.
‘Tratar da violência no âmbito escolar exige do pedagogo a capacidade de ir além do
que os olhos podem ver. Significa dizer, em outras palavras, que o educador precisa estar
atento às influências externas ocasionadas pelo ambiente familiar, pelos meios de
comunicação e pela própria sociedade na qual o aluno está inserido (TOLEDO, 2010).
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3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.
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4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS.
Como foi citado, o estudo de campo para coleta de dados foi realizado na escola de
Ensino Infantil do município de Plácido de Castro. O público alvo foram os alunos da
referida escola, incluindo professores, coordenadores pedagógicos e gestor. Na oportunidade
foi realizada uma breve entrevista mediante um questionário de 04 perguntas com uma
professora do Ensino Infantil e ao Gestor, os quais vão identificá-los como entrevistado A
(diretor) e entrevistada B (professora):
A primeira entrevista foi realizada com o diretor em particular, assim também com a
professora. As perguntas foram respondidas por ambos da seguinte forma:
A escola passa por esse problema de violência entre as crianças mesmo no Ensino
Infantil? Como ela se manifesta?
Nas palavras do entrevistado A (diretor) “nem mesmo no Ensino Infantil a escola está
livre”. Segundo ele, “isso vem de família, tudo depende do tipo de educação que a criança
recebe no lar ou se ela presencia casos de violência entre os membros da família”. Mas no
Ensino Infantil, “pelo menos aqui na escola casos graves de violência entre as crianças nunca
aconteceu, ocorre mais através de pequenos atritos, como empurrões, xingamento, ameaças,
ou não aceitar o colega próximo na hora da brincadeira, não querer dividir os brinquedos,
essas coisas”.
Essas também foram as palavras da professora (entrevistada B). Segundo ela, “dentro
da sala de aula agente tem o máximo de cuidado para que a violência não se propague como
uma chama. Sabemos que as crianças são de famílias diferentes, contextos sociais diferentes,
e que possuem uma educação diferente em suas famílias”. A professora acrescentou ainda
que, “a respeito de violência física desconhece que tenha ocorrido algum caso, mas é comum
que às vezes as crianças usem alguns “palavrões”, ou queiram agredir seus colegas”. Para ela,
a violência não escolhe idade, o instinto humano de ser violento é gerado na sociedade e
trazido para dentro da escola, portanto, ainda que sejam de menor gravidade sempre existe
algum tipo de violência.
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Nessa perspectiva Abramovay (2005, p. 26), ressalta que é importante observar e
vigiar o perfil das crianças, seu contexto social e familiar, como ele se manifesta
cotidianamente. Mas como abordar a repressão e o combate à violência com eficácia? para a
autora, faz-se necessária a presença marcante e eficiente do gestor educacional como
mobilizador e racionalizador de ações, visto que da sua forma de atuação como uma das peças
chave do processo educativo da escola, resultará o sucesso ou o fracasso dessa instituição e de
seus membros. Suas experiências pessoais influenciarão nas experiências e nas ações
coletivas.
Ao questionar, como a escola enfrenta o problema da violência entre os alunos?
Ambos entrevistados (A e B) disseram que, “primeiramente apura-se o caso, a origem. Em
seguida reúnem-se agressor e vítima utilizando um diálogo. Em seguida, contatasse a família
repassando o caso, sempre com apoio pedagógico e se possível solicitando auxilio de um
psicólogo a secretaria de educação. Mas segundo os entrevistados, como se trata de uma
Escola de Ensino Infantil, graças a Deus, ainda não chegou a esse ponto. A reunião com os
pais, comunidade e alunos é fundamental para orientá-los quanto às regras da escola quanto à
prevenção e erradicação de qualquer manifestação de violência, seja ela física ou verbal”.
Nesse contexto, Fante (2005) aponta que, é necessário enfatizar a importância de bons
exemplos na família, escola e sociedade no geral, pois a transmissão de valores humanos
consiste na base de um futuro mais pacífico e sustentável, valores fundamentais (respeito,
gentileza, solidariedade, cooperação, entre outros) e para a colocação dos limites
indispensáveis para encarar os desafios frente à vida secular de modo responsável ressaltando
o fator responsabilidade.
No ensino Infantil, as crianças tem os primeiros contatos com outros indivíduos de
forma mais ampla, ou seja, em grupos maiores. Por isso, a escola deve adotar uma postura
democrática e igualitária, para não demostrar qualquer forma de discriminação ou exclusão.
Ao questionar: qual o perfil dos alunos que sofrem e cometem violência e quais as
principais ações metodológicas que a escola utiliza para prevenir, identificar e erradicar a
violência, no primeiro momento o gestor (A) atribuiu aqueles alunos que sofrem violência
doméstica, ou presenciam dentro ou fora de casa. “A falta de disciplina por parte dos pais
também influenciam no comportamento das crianças, pois os que são vítimas são sempre
aquelas crianças bem educadas em seus lares, instruídas para não agredir o colega”
(Entrevistado A).
Sobre as ações metodológicas a entrevistada (B), existem aquelas praticadas e
aplicadas dentro e fora da sala. Na sala de aula uma das principais é o trabalho em grupo,
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aprender a compartilhar as coisas, dividir as tarefas, respeitar os colegas, ter boas maneiras
como aprender a pedir desculpas, pedir com licença, por favor, obrigado, etc. Em termos
gerais, a escola está sempre acompanhando o desenvolvimento das crianças, solicitando a
participação dos pais nas reuniões, realizando atividades lúdicas de interação grupal,
orientação contra o bullying, e o monitoramento quanto aos comportamentos agressivos.
Retomando a entrevistas foi questionada, qual a importância da família na formação
social dos seus filhos. Ambos os entrevistados (A e B) responderam que: “a família
desempenha importante papel no desenvolvimento dos filhos, pois, é no convívio desta, que
eles encontram todos os elementos necessários, como afetividade, confiança, motivação,
autonomia, e respeito, colocando-a na condição de alicerce para o desenvolvimento humano e
da aprendizagem, tendo em vista que é a família quem possibilita as primeiras aprendizagens
dos filhos”.
Ainda segundo a professora (entrevistada B), “a escola por si só não pode resolver
todos os problemas, ela precisa do apoio da família e da consciência de que a mesma tem sua
função na educação de seus filhos. muitos pais acabam colocando seus filhos em escolas de
período integral para que estes não os atrapalhem profissionalmente, e atribuem à escola a
responsabilidade de mostrar o caminho certo a seus filhos”.
Como afirma o autor Toledo (2010), “não é papel da escola interferir em como os pais
devem educar seus filhos; mas deve sempre questionar o que eles pensam de uma atitude de
indisciplina ou agressividade que seu filho vivenciou na escola, até mesmo para humanizar
este dinamismo no qual todos buscam uma atitude certa”.
Infelizmente, como saída para que a problemática da violência tenha um fim nas
escolas, os profissionais da educação acabam que eliminando os “maus elementos”, com
regras punitivas, esta prática deve ser repensada para que ao invés de eliminar a violência, a
escola não acabe que reproduzindo-a, pois mesmo que as regras sejam seguidas, por medo, a
escola não conseguirá de seus alunos o essencial que é o respeito (SANTOS, 2011).
Não é o caso da Escola campo desta pesquisa. Os entrevistados (Gestor e educadora)
enfatizaram que sendo ainda crianças, é o melhor momento para que se possam promover e
transformar as atitudes desse aluno em ações de respeito e cidadania. Mas é claro, sozinha a
escola não consegue. É indispensável que a família atue como carro chefe diante deste que é
um dos principais problemas enfrentados nas escolas do Brasil.
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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERÊNCIAS
ARAÚJO, Carla. A violência desce para a escola: suas manifestações no ambiente escolar
e a construção da identidade dos jovens. Belo Horizonte: Autêntica, 2002.
FANTE, Cleo. Fenômeno bullying: Como prevenir a violência nas escolas e educar para a
paz. Campinas: Verus, 2005.
ODÁLIA, Nilo. O que é violência. São Paulo: Brasiliense, 1985. (Coleção Primeiros Passos,
n. 59).
PEREIRA, Luiza. Os professores como profissão de risco. Coimbra: Educare, 2000, p. 05.
Disponível em: http:/www4.fe.uc.pt/fontes/trabalhos/2008022.pdf. Acesso em: 25 Jan. 2020.
SOUZA, Mirian Rodrigues de. Violência nas escolas: causas e consequências. Caderno
Discente do Instituto Superior de Educação – Ano 2, n. 2 – Aparecida de Goiânia – 2008.
Disponível em: >www.faculdadealfredonasser.edu.br/Pesquisa.aspx?Page=100003>. Acesso
em: 20 de Jan. 2020
WITTER, Geraldina Porto. Família e aprendizagem. Cotia, SP: Ateliê Editorial, 2011.
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APENDICE
1. A escola passa por esse problema de violência entre as crianças mesmo no Ensino
Infantil?
2. Como a escola enfrenta o problema da violência entre os alunos?
3. Existe violência no Ensino Infantil? Como ela se manifesta?
4. Qual o perfil dos alunos que sofrem e cometem violência?
5. Quais as principais ações metodológicas que a escola utiliza para prevenir, identificar e
erradicar a violência?
6. Em sua opinião, qual a importância da família na formação social dos seus filhos?
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